Adm 2
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8 O Processo Administrativo
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Anos mais tarde, Peter Drucker atualizou o processo administrativo, sendo aceito
até nossos dias como: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar.
Planejamento
O processo de planejar é a principal função de um administrador, pois envolve a
criação de um cenário futuro, sendo a base para tomada de decisões. Quando se
aborda a questão da tomada de decisões, devemos lembrar que não há decisão com base
no improviso. O planejamento serve justamente para coletar informações do presente
e definir os objetivos a longo e médio prazo.
Organização
Organizar significa reunir todos os recursos organizacionais (humanos, materiais,
financeiros e tecnológicos) em função dos objetivos que foram determinados na etapa
do planejamento. Portanto, organização consiste em sincronizar todos os elementos
envolvidos buscando minimizar os esforços e aumentar a eficácia do processo. Esta
etapa ocorre logo após o planejamento, cuja principal função é mobilizar pessoas,
matérias-primas, tecnologias, em busca dos resultados que foram determinados. Deve-
se prezar pelo cumprimento dos prazos dos programas que foram definidos, de forma
que isto não atrapalhe os resultados finais.
Direção
O processo de direção é quando tudo aquilo que foi planejado e organizado
anteriormente entra em AÇÃO. Vale ressaltar que os administradores devem estar à
frente das etapas para garantir o sucesso do processo administrativo.
Dirigir significa coordenar e comandar todas as pessoas dos demais recursos, e que
agora estão sendo efetivamente executados. Esta execução é a etapa operacional do
processo administrativo pois envolve todos os funcionários, e aí a Liderança é um
fator chave para o alcance dos resultados propostos. O líder deve ser um
conciliador dos interesses entre empregados e empregadores; deve ter conhecimento
amplo das normas da empresa, da relação com os demais envolvidos, ter diálogo
eficiente e, principalmente, motivar todos os funcionários na execução do trabalho.
Controle
Depois que a etapa da Direção está acontecendo, o administrador passa a controlar
os resultados alcançados comparando com o que foi planejado no início do processo
administrativo. Este controle é a verificação de que tudo ocorreu de acordo com as
ordens e as regras estabelecidas pela empresa na etapa do Planejamento.
Feedback
É uma ferramenta de verificação do sucesso ou do fracasso de um processo
administrativo. O feedback se aplica ao final do processo administrativo,
utilizando as informações do controle, ou seja, do final do ciclo e comparando com
aquilo que foi planejado. Assim, o feedback funciona como uma flecha que liga o fim
do processo ao início dele. E isto quer dizer que um processo deve ser cíclico,
pois quando o feedback é utilizado constantemente a ponto de torná-lo um hábito, é
possível buscar a melhoria contínua nos processos. O feedback permite ainda avaliar
todas as etapas do processo, desde o planejamento, a organização e a direção, e
assim detectar onde residem as falhas. Tal análise não permitirá mais que os erros
façam parte do processo. E agindo desta forma, está se implantando um programa de
melhoria contínua, por meio da utilização do feedback.
Planejar é ter uma visão de futuro, mostrando aos gestores onde a empresa deve
chegar e com quais recursos; auxiliando na tomada de decisão, proporcionando a
garantia do alcance dos objetivos planejados e, consequentemente, o sucesso nos
negócios.
Para Montana (1998), o planejamento proporciona aos gestores uma reflexão sobre
onde se pretende chegar e quais podem ser os possíveis problemas, levando-os a uma
solução e prevendo soluções para direcionar as decisões, e superar os problemas do
dia a dia das empresas.
Mas não são só empresas que realizam o planejamento. Todas as organizações precisam
dele para sua gestão, sejam empresas privadas, organizações públicas ou as do
terceiro setor. Porém, devemos lembrar que existem três tipos de planejamento, os
quais são determinados pelo tempo de execução: o estratégico, o tático e o
operacional. Vejamos, na sequência, cada um deles.
Planejamento Estratégico
Você já pensou no sentido da palavra Estratégia?
Planejamento Tático
Os planos táticos de uma organização são as etapas ou passos que serão seguidos
para colocar em prática o que foi definido no planejamento estratégico. Estes
planos são de médio prazo, ou seja, períodos de tempo inferiores ao do estratégico,
e que podem se adaptar à realidade do momento e podem ser facilmente ajustados. No
planejamento tático, o profissional deve utilizar planos práticos, viáveis e de
fácil compreensão para os funcionários, pois é necessário que eles entendam o que
se pretende com o plano para que então se envolvam na busca dos objetivos.
Se uma empresa realizou um plano estratégico para 5 anos, é natural que o plano
tático dure 1 ano. Desta forma, as empresas em geral se reúnem no final do ano para
determinar quais serão os objetivos para o ano seguinte.
Estes objetivos de médio prazo irão determinar quais serão as TÁTICAS a serem
utilizadas neste período. Os planos táticos são de responsabilidade dos gerentes e
coordenadores departamentais, ou seja, do médio escalão hierárquico, pois eles
estão mais próximos dos funcionários que irão “colocar a mão na massa” e
efetivamente produzir o que se determinou.
Planejamento Operacional
Os planos operacionais são de responsabilidade dos funcionários do “chão de
fábrica”, ou seja, daqueles que irão executar tudo o que foi planejado
estrategicamente e definido taticamente pelos níveis mais altos da empresa. Devem
envolver o maior número de funcionários. Estes planos são as atividades do dia a
dia da empresa, isto é, os planos de ação, os cronogramas, as ordens de serviço, a
relação das atividades do dia, da semana ou da quinzena. Enfim, referem-se a toda e
qualquer comunicação interna formal ou informal que determine a produtividade
esperada. Toda e qualquer empresa parece uma pirâmide: há mais funcionários na
base, menos no meio e poucos no topo.
Administração por Objetivos (APO) surgiu na década de 1950, a partir dos estudos de
Peter Drucker (1909-2005) dentro da Teoria Neoclássica da Administração. Este autor
enfatizava a prática da administração como forma de dar maior eficiência para as
organizações, e assim desenvolveu uma forma de planejamento que pudesse ser
aplicado em qualquer tipo de empresa, independente do setor, porte ou local onde a
organização está inserida.
Benefícios
Aclaramento dos objetivos;
Melhoria do Planejamento;
Padrões claros para controle;
Aumento da motivação;
Avaliação mais objetiva.
Problemas
Coerção sobre subordinados;
Aprovação de objetivos incompatíveis;
Papelório em excesso;
Focalização sobre resultados mais facilmente mensuráveis do que sobre resultados
mais importantes;
Perseguição rígida de objetivos que poderiam ser abandonados.
Existem benefícios claros com a utilização da APO, mas também existem alguns
problemas que devem ser evitados, os quais podem atrapalhar a busca pelos objetivos
traçados no início deste tipo de planejamento tático. Tais problemas devem ser
percebidos e corrigidos ao longo de todo o processo, para que os funcionários não
trabalhem apenas para cumprir as normas, pois assim estaremos fugindo do propósito
desta ferramenta que é ser democrático e envolver todos na busca pelo crescimento e
sucesso dos negócios.
4.11 Análise do Ambiente Externo das Organizações
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Se a região onde a empresa está instalada não oferece boas condições econômicas, se
há pouca mão de obra qualificada, se a empresa tem produtos ultrapassados, os quais
não atendem às exigências dos consumidores, podemos perceber claramente que o
ambiente não é favorável para a empresa prosperar. E assim temos que conhecer muito
bem estas condições e aprender a avaliar as condições internas e externas das
empresas.
Pode-se afirmar que a empresa é rodeada de influências externas que podem ser
positivas ou não, como a Tecnologia, Estrutura, Tarefas, Ambiente, Pessoas e
Competitividade, mas que de qualquer forma devem ser reconhecidas e monitoradas
pelos seus gestores.
De acordo com Stadler (2010), o ambiente geral é formado pelos seguintes fatores:
Fatores políticos: são as determinações dos poderes públicos que devem ser
respeitadas pelas empresas.
Fatores econômicos: são as condições ligadas à circulação de renda em determinada
região, que determina se a empresa poderá ter mercado consumidor. Podem influenciar
as decisões relacionadas à produção e comercialização de produtos ou serviços.
Fatores tecnológicos: é a diversidade de tecnologia disponível às empresas e que se
bem apropriadas podem trazer inovação e competitividade.
Fatores legais: são as leis que regulamentam os negócios, podem ser civis,
trabalhistas, ambientais e qualquer tipo de normativa que obrigue a empresa a
respeitar.
Fatores culturais: são os hábitos das pessoas que vivem na região onde a empresa
está instalada. Estes fatores devem ser levados em consideração nas tomadas de
decisão da empresa.
Fatores demográficos: é a concentração populacional na área de atuação da empresa,
deve ser levada em conta, pois representa a demanda por produtos e serviços.
Fatores ecológicos e naturais: a natureza é um fator importante e deve ser
considerada, quer seja por meio das leis que regulamentam a conservação do meio
ambiente, quer seja pela consciência da população que cobra uma postura favorável
das empresas em relação à natureza.
Os elementos externos são considerados como condições macroambientais.
As empresas possuem elementos que fazem parte da sua identidade e que são
reconhecidos quando ela realiza um planejamento de longo prazo. Estas questões são
missão, visão, valores e estratégia da empresa, que serão percebidos por meio dos
resultados alcançados.
Missão
A missão da organização representa sua essência, seu propósito maior de existir,
seu significado para a sociedade. É como se fosse a identidade da organização, são
características que a diferenciam das demais, que agregam valor e que fazem sentido
de existir.
Toda empresa eficaz deve possuir uma missão clara a todos, quer sejam eles
funcionários, clientes, concorrentes, fornecedores e comunidade em geral. Para
Oliveira (2006), missão é a deliberação do motivo principal da existência da
organização, focada em seu público-alvo.
A missão deve ser entendida por todos os membros da organização, pois ela incorpora
valores, crenças de seus fundadores e acionistas, enfim, os princípios norteadores
que atribuem a identidade da organização, o que com certeza irá refletir na cultura
organizacional (GRAMMS, 2004 p. 82). A missão fornece também subsídios para a
elaboração do planejamento de longo prazo de qualquer tipo de organização.
Visão
A visão deve apresentar aonde a empresa quer chegar em termos quantitativos, em
posicionamento de mercado, como ela quer ser vista pelos clientes e público em
geral, qual posição competitiva quer ocupar dentre os demais concorrentes.
Assim, para Gramms (2004), a visão de uma empresa deve responder a algumas
perguntas:
Valores
São os princípios, sentimentos, crenças e filosofias que regem o comportamento do
negócio. Em geral são oriundos dos princípios morais dos fundadores do negócio.
Tais valores são comuns aos gestores e devem ser compartilhado entre todos os
membros da organização. Os valores influenciam nos processos de tomada de decisão e
na definição dos planos estratégicos da empresa. Alguns exemplos de valores são a
equidade, meritocracia, ética, responsabilidade social e respeito ao meio ambiente,
bem como os valores morais dos seres humanos como a humildade, respeito, tolerância
e respeito às diferenças.
Tão importante quanto analisar o que ocorre no entorno das empresas, é avaliar a
qualidade do ambiente interno. Esta qualidade se refere às características
positivas e negativas dos processos internos, das pessoas, da tecnologia, da
logística, do marketing e atendimento aos clientes. Todos esses itens aqui
levantados são chamados de ‘Diagnóstico Interno’, que fazem parte da análise SWOT,
tema da aula de hoje.
SWOT significa:
Forças e Fraquezas
Estão diretamente relacionados ao ambiente interno da empresa, tratando-se dos
pontos fortes e fracos da organização. Podemos dizer que é um diagnóstico interno,
um levantamento das potencialidades e fragilidades da empresa. Tal levantamento
não pode ser “parcial”. Reconhecer o que se faz de bom no dia a dia é gratificante
e positivo. Mas admitir o que não se faz bem é sempre traumático, pois envolve
admitir a existência de erros, de fragilidades, de fraquezas em um ou mais
processos da organização.
Estas variáveis estão fora do controle das empresas, ou seja, são mudanças que não
se pode ignorar, mas simplesmente deve-se reconhecer seu valor e planejar as ações
de sua empresa levando em conta “o quanto” cada uma destas variáveis externas pode
afetar seu negócio. A isto damos o nome de “Monitoramento Ambiental”, que significa
coletar constantemente informações sobre os elementos que circundam e podem
influenciar os negócios da empresa. Vejamos o seguinte exemplo: a tecnologia é um
fator de grande impacto nas organizações, pois pode tanto ser uma ameaça, quanto
uma oportunidade. Mas para um mesmo setor econômico pode ter impactos muito
diferentes.
Exemplos de ameaças e oportunidades:
Alterações no mercado
Comportamento do consumidor
Novas leis e regulamentos
Tecnologia
Perfil do mercado de trabalho
Mudanças ambientais e sociais
Alterações econômicas
Poder da sociedade civil organizada
Sugestões de questões importantes para realizar o diagnóstico na empresa
Todo profissional deve elaborar um relatório contendo a real situação do ambiente
interno. Elencamos alguns questionamentos para ajudar na análise:
Centralizar significa concentrar o poder para a tomada de decisões nos altos cargos
de uma empresa, não dando autonomia para os cargos mais baixos tomarem decisões
táticas e operacionais.
Descentralização é um processo planejado de atribuir responsabilidades pela tomada
de decisão de questões táticas e operacionais para os níveis mais baixos da
hierarquia, deixando com que os cargos mais elevados ocupem seu tempo com questões
que são estratégicas para o negócio.
Pode-se afirmar que em uma empresa que utiliza a Descentralização os níveis mais
elevados ficarão responsáveis por questões que envolvem os rumos da empresa, o
planejamento de longo prazo e questões que são estratégicas para o negócio. Desta
forma os níveis intermediários estão mais próximos dos funcionários e do “chão de
fábrica”, isto quer dizer que quando os problemas acontecem neste nível, os
gerentes estão mais próximos à cena da ação, e assim eles resolverão os problemas
mais rapidamente.
Quanto maior for o porte da empresa, mais planejado deve ser o processo de
descentralização, pois se o diretor da empresa for centralizador, ele não terá
tempo para resolver as questões mais simples e operacionais, e assim os problemas
vão crescendo, e se acumulando. Não existe regra específica para descentralizar o
poder na empresa. Cada administrador deve perceber que quanto mais cresce a
empresa, mais aumentam os problemas e a necessidade de resolvê-los rapidamente.
Fica aqui um alerta: não seja profissional centralizador; busque compartilhar o
conhecimento e fazer com que todos na empresa possam agir a qualquer momento.
Todas as decisões devem partir dele, ou devem ser tomadas segundo seu
consentimento. Ele, como proprietário, é responsável pelo gerenciamento da empresa,
contratação de funcionários, elaboração dos preços, negociação com fornecedores,
com clientes; ele é quem determina quanto deve ser comprado de cada produto, como
será armazenado e transportado até o destino final. Enfim, ele centraliza até as
pequenas decisões. São tantas coisas para fazer que não consegue dar conta do
trabalho, atrasa as decisões que poderiam ser tomadas rapidamente. Seu funcionário
Júlio César, eficiente profissional em logística, disse que o patrão deveria
descentralizar as decisões ligadas aos processos logísticos para que pudesse se
concentrar naquilo que realmente é estratégico para a empresa, como: o
gerenciamento do negócio como um todo; a negociação com clientes; elaborar um bom
plano de marketing. Enfim, descentralizar atividades delegando decisões aos
profissionais com competência.
Mudança organizacional
Para Chiavenato (2004), a palavra mudança significa ruptura, interrupção, variação,
transformação, perturbação. O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinâmico e
em constante mudança, exigindo das empresas uma grande capacidade de adaptação para
sobreviver e sobressair no mercado.
No dia a dia das empresas, as mudanças podem ser planejadas ou não. Quando a
mudança é planejada, é possível prever os possíveis riscos, calcular os melhores
caminhos a trilhar, e visualizar um cenário próspero para todos. Quando isto não
ocorre, estamos sujeitos à sorte e no ambiente empresarial, e nenhum profissional
deve agir no improviso. Portanto, mudar significa sair da zona de conforto onde nos
encontramos; enfrentar o desconhecido sem medo; acreditar que a busca pela melhoria
contínua é o maior incentivador da mudança na empresa; todos os membros da empresa
devem primeiramente mudar suas atitudes para que elas sejam notadas no ambiente de
trabalho.
Mudanças decorrentes da Legislação: As alterações nas leis fazem com que empresas
se adaptem para não sofrerem as penalidades previstas nas leis, esta é uma forma de
mudança imposta por governos e demais órgãos reguladores, como os de proteção aos
animais e de defesa do consumidor.
Resistência às mudanças
As pessoas em geral são resistentes às mudanças, pois acreditam que a forma com que
fazem as coisas atualmente são as corretas. O medo e a insegurança pelo “novo”
tornam as pessoas cada vez mais acomodadas e resistentes à necessidade de mudar.
Todos devemos estar preparados para a mudança; temos que manter nossa mente aberta
para a inovação, pois esta é uma das habilidades essenciais dos profissionais nas
empresas atualmente. A disposição para o risco calculado e a tendência para a busca
de soluções inovadoras é uma habilidade importante nos profissionais.
Preocupação com prejuízo pessoal: As pessoas acreditam que a mudança poderá trazer
prejuízos pessoais, quando na realidade acompanhar e acreditar na mudança são a
chave para esta pessoa permanecer na empresa e prosperar. Exemplificando: A empresa
compra um novo software e alguns funcionários são resistentes à utilização deste
software e não aprendem a trabalhar nele imediatamente. Assim, aqueles que não são
resistentes, logo aprendem a lidar no aplicativo e se tornam referência nesta
atividade, sendo bem visto pela chefia pela atitude proativa.
Crença de que ela não interessa à organização: Muitas mudanças que ocorrem em
empresas concorrentes ou em setores concorrentes, em geral servem e interessam para
a sua organização também. E a crença que esta mudança não se aplica ao seu setor ou
empresa, pode deixá-la, a médio prazo, obsoleta, perdendo competitividade e gerando
prejuízos maiores a todos os envolvidos.
Imagem de que sua atual ação é a correta: Precisamos visualizar nosso negócio de
forma holística, ou seja, com uma visão global, conseguindo enxergar além do nosso
ponto de vista. Assim poderemos entender como o cliente quer nossos produtos, como
o acionista quer nossa empresa lucrativa, como nossos clientes devem nos ver mais
competitivos.