Insper2014 2
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INSPER — JUNHO/2014
“Quinze!” Mais uma vez, não é propriamente men-
tira. Se pegássemos todos os faróis abertos e todos
os carros saíssem da nossa frente, em tese, vai que...?
52 Já o “cinco minutinhos!” é um pouco mais vago.
Pode significar tanto que o brasileiro está a cem
metros do destino quanto a 27 quilômetros. Às vezes,
cinco minutinhos demoram muito mais do que
56 quinze, mais do que uma hora: há casos, até, menos
raros do que se imagina, em que a pessoa a cinco
minutinhos jamais aparece.
Fritz ficou olhando o chope, contemplativo,
60 imaginando, talvez, na espuma branca, a tomografia
multicolor desses cérebros tropicais. Senti que, ago-
ra sim, era o momento de mudar de assunto, de mos-
trar ressonâncias, digamos, mais magnéticas do
64 nosso país. Chamei o garçom. “Chefe, a gente pediu
uma feijoada, já faz um tempinho...” “Tá chegando,
amigo, tá chegando!”
INSPER — JUNHO/2014
1
Como é típico da crônica jornalística, Antônio Prata
aborda assuntos do cotidiano com leveza e humor. Dentre
os expedientes usados pelo autor para obter efeitos
cômicos, só não se constata a presença de
a) alterações ortográficas com o objetivo de simular a fala
carregada de sotaque do alemão.
b) reforço do estereótipo germânico através de referências
como a menção ao filósofo Kant.
c) trocadilhos e jogo de palavras que pertencem ao mes-
mo campo semântico para produzir duplos sentidos.
d) alta incidência de expressões regionais para produzir
uma reflexão de caráter metalinguístico.
e) proposição de uma analogia esdrúxula entre o atraso
dos brasileiros e a perspectiva de que caminhamos para
a morte assim que nascemos.
Resolução
Não há no texto “expressões regionais” destinadas a
produzir “uma reflexão de caráter metalinguístico” –
daí que a resposta seja d –, mas o teste é impreciso,
pois há apenas uma referência (a Kant) que funciona
como “reforço do estereótipo germânico” (a alter-
nativa b menciona “referências”, no plural), assim
como há apenas um trocadilho ou jogo de palavras
(“ressonâncias... mais magnéticas”) “que pertencem
ao mesmo campo semântico” (de exames médicos,
como a tomografia mencionada no início do texto) e
visam a “produzir duplos sentidos” (a alternativa c
menciona “trocadilhos”, no plural). A alternativa e
também não está bem formulada, pois a analogia
mencionada, por sinal empregada em sermão de
Antônio Vieira, não relaciona “o atraso dos brasileiros
e a perspectiva de que caminhamos para a morte
assim que nascemos”, mas sim o início de um caminho
e o seu fim ou a sua destinação. O examinador não
entendeu bem o texto. (Além disso, é de lamentar que
o examinador tenha deixado passar, sem o aproveitar
num teste, o solecismo “lhe incomodava”.)
Resposta: D
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2
Na passagem “vai que...” (. 51), as reticências têm o
objetivo de
a) evidenciar que o pensamento do narrador foi interrom-
pido diante da reação contrariada de seu interlocutor.
b) atribuir ao cronista a responsabilidade de comprovar a
sua tese por meio de dados e evidências da realidade.
c) reforçar a ideia de que os brasileiros têm dificuldades
em admitirem que estejam sempre atrasados.
d) aceitar a ideia de que tanto os brasileiros quanto os
alemães apresentam virtudes e defeitos.
e) deixar pressuposta a ideia de que os brasileiros formu-
lam hipóteses absurdas para justificar a falta de pontua-
lidade.
Resolução
“Vai que...” é fórmula coloquial para introduzir uma
hipótese, equivalente a uma conjunção condicional,
como o se que inicia a frase hipotética encerrada com
aquela locução. No caso, o “vai que...” no final da frase
pode ser recapitulativo em relação às hipóteses
mencionadas (“vai que peguemos todos os faróis
abertos...”) ou sugestivo de ainda outras hipóteses.
Resposta: E
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3
Releia estas passagens:
I. “Numa demonstração de abertura e inequívoca
coragem, Fritz pediu uma feijoada.”
II. “Achei, porém, que em nome de nossa dignidade
(...) o melhor seria falar a verdade”
III. “... e percebi certa reverberação nos hormônios
teutões.”
Os termos destacados podem ser substituídos, no con-
texto, respectivamente, por
a) duvidosa, prerrogativa, reflexão.
b) indiscutível, brio, censura.
c) controversa, integridade, brilho.
d) evidente, decência, repercussão.
e) enigmática, honestidade, apreciação.
Resolução
Inequívoco, segundo o dicionário Houaiss, é “não
equívoco ou ambíguo; evidente, explícito, manifesto”.
Para dignidade (“qualidade moral que infunde res-
peito”), o mesmo dicionário apresenta decência como
sinônimo. Ainda segundo o Houaiss, repercutir é
sinônimo de reverberar (portanto, repercussão
equivale a reverberação).
Resposta: D
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Utilize a tirinha abaixo para responder à questão 4.
(http://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/tagged/Garfield/page/6)
4
Para identificar o efeito de humor dessa tirinha, o leitor
deve perceber que
a) o caráter polissêmico do termo “único” transforma o
elogio em uma crítica.
b) a antítese criada pela dupla ocorrência do termo
“único” é responsável pela quebra de expectativa.
c) na fala do gato, o termo “único” assume um tom de
reverência à singularidade de seu dono.
d) a repetição do termo “único” revela que Garfield imita
seu dono com a intenção de irritá-lo.
e) na segunda ocorrência, o termo “único” expressa a
tentativa frustrada de Garfield consolar seu dono.
Resolução
Na primeira ocorrência, único tem sentido positivo
(“incomum, raro; excepcional, exclusivo, incomparável,
superior”, conforme o dicionário Houaiss); na segunda,
único tem sentido negativo, pois, segundo o gato, expri-
me o desejo de “nós todos” de que não haja ninguém
semelhante ao seu dono – ninguém que tenha as carac-
terísticas negativas que a ironia do gato supõe nele.
Resposta: A
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Utilize o texto abaixo para responder à questão 5.
5
Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de
pleonasmo cuja força expressiva cria um efeito estilístico.
a) “Há um consenso geral de que o problema da
bioenergia no Brasil se resume à logística.”
(Folha de S.Paulo, 06/07/2007)
b) “Qual o impacto distributivo de tudo isso? É um ótimo
tema para encarar de frente”
(O Estado de S. Paulo, 13/04/2014)
c) “A não ser que tenha certeza absoluta, fuja do presente
prático.”
(Walcyr Carrasco)
d) “Sorriu para Holanda um sorriso ainda marcado de
pavor.”
(Viana Moog)
e) “Prefeitura doa terrenos para atrair investimentos e
criar novos empregos”
(http://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/paranatv)
Resolução
O chamado “objeto direto interno”, em que o comple-
mento retoma redundantemente o radical do verbo ou
a sua significação (sorrir um sorriso, dormir um sono),
é corrente na língua. Não se trata de pleonasmo
vicioso e pode ser considerado, nos termos do teste,
como “um exemplo de pleonasmo cuja força
expressiva cria um efeito estilístico”. Os pleonasmos
das demais alternativas são viciosos ou inúteis
(“consenso geral”, “encarar de frente”, “certeza
absoluta”, “criar novos empregos”).
Resposta: D
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Utilize o texto abaixo para responder à questão 6.
Vocabulário
múrmur: ruído, burburinho
coruchéu: torre pontiaguda
6
Embora tenha se notabilizado pela poesia de caráter
social, Castro Alves também se destacou por sua obra
lírico-amorosa, na qual se encontram resquícios da cha-
mada segunda geração romântica. Recorrente no contexto
cultural do Romantismo, a temática que se encontra nesse
soneto é
a) o bucolismo, através da busca da aproximação do
poeta à vida simples do campo.
b) a crítica à postura escapista de buscar na natureza a
solução para o sofrimento.
c) a busca da liberdade, através do rompimento dos laços
afetivos com a família.
d) o envolvimento subjetivo dos elementos da natureza,
ecoando o estado de espírito do poeta.
e) a evasão da realidade, buscando na morte o remédio
para os dramas existenciais do poeta.
Resolução
A interação romântica entre mundo objetivo e subje-
tivo, apontada na alternativa d, é notável desde os
primeiros versos do poema: “Era uma tarde triste... /
Eu... seguia triste e grave”.
Resposta: D
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Utilize o texto abaixo para responder às questões de
7 a 9.
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7
No texto, ao analisar os “selfies”, o autor segue as normas
aprovadas pelo Novo Acordo Ortográfico, eliminando o
hífen após o prefixo “auto”, como em “autorretrato” e
“autoconhecimento”. Há uma situação, no entanto, em
que o hífen deve ser mantido, de acordo com as novas
regras gráficas. Assinale a alternativa em que isso ocorre.
a) auto-controle
b) auto-suficiente
c) auto-hipnose
d) auto-destruição
e) auto-biografia
Resolução
Sempre se usa hífen se o prefixo for seguido de palavra
iniciada por h.
Resposta: C
8
Considerando o papel dos elementos coesivos do texto,
constata-se que a sequência “essa nova cruzada” (ℓ. 17 e
18) tem valor anafórico, isto é, faz referência a uma
palavra ou expressão já enunciada. Identifique-a.
a) egolatria
b) caça às bruxas
c) selfies
d) decadência
e) chaga contemporânea
Resolução
O pronome demonstrativo em questão remete à
expressão que encerra o período anterior: “uma caça
às bruxas da egolatria”.
Resposta: B
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9
No primeiro parágrafo, ao fazer referência aos “selfies” o
autor
a) explica a origem do termo que indica esse modo de
fotografar.
b) condena o uso de estrangeirismos e defende o uso do
termo “autinhos”.
c) acredita que o neologismo seja sintoma da decadência
da língua portuguesa.
d) pretende desmistificar a ideia de que os diminutivos
sejam incompatíveis com popularidade.
e) sinaliza que há uma relação intrínseca entre a megalo-
mania e a prática de usar smartphones.
Resolução
O autor dá informação sobre a origem da expressão:
“os selfies são a abreviatura em inglês que surgiu do
diminutivo de self-portrait”.
Resposta: A
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Utilize o texto abaixo para responder à questão 10.
Lisboa: aventuras
tomei um expresso
cheguei de foguete
subi num bonde
desci de um elétrico
pedi cafezinho
serviram-me uma bica
quis comprar meias
só vendiam peúgas
fui dar à descarga
disparei um autoclisma
gritei “ó cara!”
responderam-me “ó pá!”
positivamente
as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá
(José Paulo Paes, A poesia está morta mas juro que não fui eu.
São Paulo: Duas Cidades, 1998)
10
A respeito da referência intertextual presente no poema,
é correto afirmar que
a) os advérbios “aqui” e “lá”, diferentemente do que
ocorre nos versos originais de Gonçalves Dias, apon-
tam para um espaço geográfico idealizado.
b) José Paulo Paes ironiza a tese da unificação da língua
portuguesa arduamente defendida por Gonçalves Dias,
no final do século XIX.
c) ao transcrever os versos da “Canção do Exílio” em seu
poema, José Paulo Paes reproduz, com fidelidade, o
sentimento de patriotismo expresso por Gonçalves
Dias.
d) a disposição gráfica dos versos simula um debate entre
os poetas José Paulo Paes e Gonçalves Dias, no qual o
escritor romântico tem a palavra final.
e) na releitura proposta por José Paulo Paes, as aves po-
dem simbolizar os falantes do português, e os gorjeios,
as variantes regionais.
Resolução
O texto é construído com a contraposição de variantes
lusitanas e brasileiras de palavras de uso comum
(expresso/foguete, bonde/elétrico, cafezinho/bica,
meias/peúgas, descarga/autoclisma, cara/pá). No verso
final, que é citação de dois versos da “Canção do
exílio”, de Gonçalves Dias, tais diferenças são associa-
das aos gorjeios das aves de Portugal e do Brasil,
sugerindo-se, pois, a equivalência falantes/aves e
gorjeios/palavras.
Resposta: E
INSPER — JUNHO/2014
Utilize o texto abaixo para responder à questão 11.
11
A originalidade do cartum acima decorre da representação
gráfica de um recurso linguístico de caráter
a) fonológico, pela oposição de sílabas tônicas e átonas
na divisão silábica.
b) lexical, pelo antagonismo resultante da formação de
sinônimos.
c) morfológico, pelo efeito de confronto obtido a partir
da segmentação dos morfemas.
d) sintático, pela relação conflituosa de dependência ou
independência dos termos da oração.
e) estilístico, pela possibilidade de mudança de classes
gramaticais conforme os contextos.
Resolução
A alternativa c se refere ao “efeito de confronto” entre
dois elementos mórficos presentes na palavra ilícito:
o prefixo negativo i-, “não”, e o radical lícito, “legal,
permitido, justo, honesto”. A representação gráfica da
divisão morfológica de prefixo e radical, com as letras
associadas a figuras, traduz visualmente o confronto
entre a figura do “desonesto” i – o assassino – e os
“honestos” l-í-c-i-t-o(s) – os assassinados.
Resposta: C
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Utilize o texto abaixo para responder à questão 12.
A vestibulanda e a
‘dor que desatina sem doer’ de Camões
INSPER — JUNHO/2014
12
Confrontando-se os versos de Camões e a suposta inter-
pretação da vestibulanda, é correto afirmar que
a) ao dialogar com o poema de Camões, a garota analisa
o mesmo tema por uma perspectiva puramente racional
do amor.
b) diferentemente do poema camoniano, nos versos da
garota não se identifica a tentativa de harmonizar
conceitos opostos.
c) ao trazer a temática camoniana para o contexto das
tecnologias digitais, o texto da garota reverencia o
sentimento amoroso.
d) para a garota, no mundo contemporâneo, o sofrimento
amoroso encontra conforto na Medicina e nas mídias
sociais.
e) na releitura proposta pela garota, ao contrário dos
versos de Camões, não se buscam explicações para
compreender o amor.
Resolução
O texto da vestibulanda ignora o teor do poema
camoniano e oferece um diagnóstico vulgar das
“dores” de amor que atribui ao poeta: “falta de sexo”.
O tema dos versos de Camões, porém, não é sequer
tocado no comentário da vestibulanda: trata-se da
experiência contraditória do amor, em que a dor é
apenas um ingrediente, assim como o “contentamen-
to”. Camões exprime essa natureza contraditória por
meio de oximoros – expressões em que termos antitéti-
cos, contraditórios, se unem e negam: ferida que dói e
não se sente, contentamento descontente etc. É de
estranhar que essa redação da vestibulanda e o texto
jornalístico que a acompanha, também notavelmente
apedeuta e vulgar, tenham sido selecionados para a
prova do INSPER, sem que sobre eles se exerça
qualquer crítica nos testes.
Resposta: B
INSPER — JUNHO/2014
Utilize os textos abaixo para responder à questão 13.
Texto I
A dança do verbo regente
A imagem de um maestro a conduzir a orquestra com
batuta e fraque pode ser severa em demasia. Mas talvez
traduza como poucas a ideia que fazemos da regência
verbal. Como um maestro, o verbo regente cria uma
unidade necessária entre personas diversas, que o
seguem a seu sinal. Ele é, no entanto, regente caprichoso:
o mesmo verbo pode assumir significados diferentes a
cada relação que mantém com seus complementos.
(Revista Língua, edição 45, fevereiro de 2012)
Texto II
(http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4643401/amar-verbo-
intransitivo-col-saraiva-de-bolso)
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13
Considerando as informações do Texto I, identifique a
alternativa em que o verbo “amar”, tal como no título do
livro de Mário de Andrade (Texto II), é intransitivo.
a) “Que pode uma criatura senão,/entre criaturas, amar/
amar e esquecer (...)?”
(Carlos Drummond de Andrade)
b) “Amar a Deus sobre todas as coisas”
(Um dos mandamentos)
c) “Quero de amor/ Viver no teu coração!/ Sofrer e amar
essa dor/ Que desmaia de paixão!”
(Álvares de Azevedo)
d) “Não é maior o coração que a alma/Nem melhor a
presença que a saudade/Só te amar é divino, e sentir
calma…”
(Vinicius de Moraes)
e) “Amar a nossa falta mesma de amor e na secura
nossa/Amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede
infinita?”
(Carlos Drummond de Andrade)
Resolução
Nas demais alternativas o verbo amar é transitivo; são
seus complementos: b) “a Deus” (objeto direto prepo-
sicionado), c) “essa dor”, d) “te”, e) “a nossa falta
mesma de amor”, “a água implícita, e o beijo tácito, e
a sede infinita” (objetos diretos).
Resposta: A
INSPER — JUNHO/2014
Utilize o texto abaixo para responder às questões 14 e 15.
14
Nos versos, o eu lírico apresenta,
a) de forma predominantemente descritiva, uma noite de
exaustivo trabalho de criação.
b) por meio de um discurso objetivo, a demorada passa-
gem do tempo em uma noite em que a amada está
distante.
c) com linguagem poética, uma atmosfera em que predo-
mina o ambiente de inspiração e paixão.
d) por meio de uma abordagem subjetiva, a impossi-
bilidade de convivência entre trabalho e amor.
e) por meio de um discurso narrativo, a sequência tem-
poral que revela a chegada da mulher amada.
Resolução
Inspiração e paixão expressos em linguagem poética
– esta é a fórmula condensada do que a alternativa c
propõe, em redação canhestra (“uma atmosfera em
que predomina o ambiente”), para o poema de Castro
Alves. Não há resposta melhor.
Resposta: C
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15
Castro Alves, poeta da 3.ª geração romântica no Brasil,
faz amplo uso de recursos expressivos em sua obra. Nos
versos transcritos, essa tendência é exemplificada por
meio
a) do tom exclamativo empregado em todas as estrofes.
b) da aliteração que acentua o movimento da luz da vela
e o silêncio da noite.
c) da intertextualidade, que associa a amada morta à
heroína de Shakespeare.
d) da personificação da lua, reforçando a atmosfera de
sensualidade que envolve a amada.
e) da comparação entre o surgimento da noite e a materia-
lização da poesia.
Resolução
A aliteração do primeiro verso, com consoantes dentais
e vibrantes (é noiTe! TReme a lâmpaDa meDRosa), se
prolonga pelo verso seguinte, em que é acompanhada
de outra aliteração, agora da consoante líquida, já
presente em Lâmpada (veLanDo a Longa noiTe Do
poeta). A aliteração de dentais e vibrantes não “acentua
o movimento da luz”, como imprecisamente consta da
alternativa b, mas sugere tal movimento, assim como a
aliteração do l acompanhado de vogais nasais pode
sugerir, não “acentuar”, “o silêncio da noite”. O que o
examinador deve ter desejado afirmar é que os recursos
em questão acentuam a expressão do movimento da luz
e do silêncio da noite, mas é descabido dizer que tais
recursos acentuem os mencionados fenômenos.
Resposta: B
INSPER — JUNHO/2014
Utilize o texto abaixo para responder às questões de 16 a
18.
LEBLON – “Socorro, por favor, deixa um
guisadinho de abóbora com carne para o fim de
semana. Obrigado, Chico.” Escrito na última
4 sexta-feira por Chico Buarque e endereçado à sua
diarista Maria do Socorro, o bilhete veio a público
ontem e foi imediatamente considerado excepcional
por boa parte da crítica brasileira.
8 Na Folha, o crítico Roberto Kaz ressaltou
como a tensão dialética empregada por Chico
desnuda as contradições da sociedade brasileira.
“Há na mensagem esse magma complexo que nos
12 define – delicadeza e opressão, gentileza e comando,
flor e aço. É toda a relação ambígua entre as classes
que se dá a ver nestas 15 palavras”, apontou.
Epaminondas Veras, do Estadão, preferiu
16 ressaltar o sentimento agônico que se instala no
leitor ao cabo da leitura. “Terá Socorro deixado o
guisadinho? Estamos na estação das abóboras?
Nada disso se resolve na leitura, e Chico nos deixa a
20 contemplar a possibilidade do abismo. É uma
experiência devastadora”, escreveu.
No Globo, Rodrigo Fonseca publicou uma
longa coluna sobre “as vitalidades contraditórias de
24 uma estética que decerto bebe na fonte do primeiro
Scorsese, apenas para, em seguida, dar meia-volta e
se encharcar de perplexidade bergmaniana, subli-
nhada, com agudez certeira, na pungência visceral
28 da primeira palavra: Socorro.”
José Ramos Tinhorão foi uma das poucas
vozes discordantes. Em ensaio nos Cadernos do
CEBRAP, o crítico lembrou que a abóbora não é uma
32 espécie nativa, e que Chico, no bilhete, revela a falta
de potência criativa do colonizado entregue ao gosto
estrangeiro, estranho às suas gentes. “Sabemos,
ademais, que abóbora, no Brasil popular, é conheci-
36 da por jerimum. O registro erudito de Chico Buarque
nada mais é do que um sinal de seu apartamento dos
pobres do país. O seu cardápio é o da aristocracia,
não o do proletariado. Chico se americanizou.”
40 A Casa de Rui Barbosa anunciou que
concederá, a partir de setembro, duas bolsas de
pesquisa para estudantes de doutorado que queiram
se dedicar ao estudo dos recados deixados por Chico
44 na secretária eletrônica de seu personal trainer,
Marcão. “Há dois anos começamos a estudar esse
material”, revelou Wanderley Guilherme dos Santos,
presidente da Fundação. “Em dezembro, um dos
48 nossos pesquisadores defenderá uma tese de dou-
torado em que interpreta, à luz da neurociência, um
dos mais famosos recados que Chico deixou para
Marcão: ‘Marcão, estalei uma costela. Melhor
52 desmarcar. Abraços, Chico’.”
INSPER — JUNHO/2014
“A tensão é quase insuportável”, declarou um
pesquisador com acesso ao recado.
(http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/
herald/cultura/bilhete-de-chico-buarque-
a-diarista-e-considerado-magistral)
16
No texto, predomina o tom de
a) reverência a ícones da cultura vanguardista nacional.
b) objetividade em relação aos estudos acadêmicos sobre
a cultura.
c) sarcasmo por meio da imitação de discursos dos críti-
cos literários.
d) irreverência diante da excentricidade dos artistas
brasileiros.
e) crítica à falta de privacidade que vitima pessoas públicas.
Resolução
O texto é satírico. O objeto de seu sarcasmo é certo
tipo de discurso de críticos, não apenas literários, que
misturam pretensão e deslumbramento em suas
“análises” das produções de ídolos das artes.
Resposta: C
17
O verbo “desnudar”, utilizado no 2.º parágrafo (. 10), foi
empregado com o sentido de
a) ficar nu. b) revelar. c) declarar.
d) transcender. e) viabilizar.
Resolução
Desnudar significa, literalmente, “pôr a nu”; daí o
sentido de “revelar”.
Resposta: B
18
No bilhete transcrito no primeiro parágrafo, a função
sintática exercida pelo termo “Socorro” também pode ser
identificada em
a) Deus, ajuda-me nessa hora!
b) Maria, antes de sair, chorou.
c) Meu Jesus, que susto!
d) Pedro já sabe de tudo.
e) Quando Socorro chegar, peça-lhe a chave.
Resolução
No bilhete, “Socorro” é vocativo referente à destina-
tária. Para comprovar que se trata de vocativo, pode-se
anteceder o termo da interjeição ó, que exprime cha-
mamento ou interpelação: Ó Socorro, deixa um guisa-
dinho; Ó Deus, ajuda-me; Ó meu Jesus, que susto!
Como se vê, este teste apresenta duas alternativas
corretas.
Resposta: A e C
INSPER — JUNHO/2014
Utilize o texto abaixo para responder às questões 19 e 20.
As mulheres gastam mais do que o dobro do
tempo dos homens no Facebook: três horas por dia,
enquanto eles gastam uma hora, em média. (...) Elas
4 são a maioria não só no Facebook (onde representam
57% dos usuários); também têm mais contas do que
os homens em 84% dos 19 principais sites de
relacionamentos.
8 (...) cabe, antes, compreender por que a
autorrepresentação é mais importante para as
mulheres que para os homens. Historicamente as
representações femininas foram fabricadas por
12 motivações sociais diversas: míticas, religiosas,
políticas, patriarcais, estéticas, sexuais e econômi-
cas. E, há mais de vinte séculos, essa fabricação
esteve sob o poder masculino. As mulheres não
16 produziam suas próprias imagens, eram retratadas.
(...) O pano de fundo dessas produções
artísticas era uma tentativa masculina de “geren-
ciar” o imaginário feminino, transmitindo sugestões
20 sobre a conduta social desejada até uma estética
sexual e familiar. (...)
Quando a era moderna pareceu, enfim, trazer
a emancipação da mulher, a conquista revelou-se
24 contraditória. Estar na moda, ser magra, bem-suce-
dida e boa mãe tornou-se uma exigência. Com a
ajuda do photoshop, top models, estrelas de televisão
e cantoras exibem nos meios de comunicação o êxito
28 que conquistaram em todos os aspectos do sucesso –
o que, na prática, nem sempre é verdade. Elas, em
geral, são tão “irreais” quanto a Vênus grega. A
verdade é que a mídia veicula uma série de estereó-
32 tipos sobre como agir que se tornam um peso para a
mulher. Não devemos nos esquecer de que quem
assume o comando é o mercado interessado em
vender roupas, revistas e produtos destinados ao
36 público feminino – e não propriamente a mulher.
Assim, mesmo no século 20, quando pareciam ganhar
“autonomia”, elas passaram a ser atormentadas por
padrões estabelecidos por outra base imaginária: a
40 do consumo.
O que muda no século 21 para as mulheres
que utilizam as redes sociais? Quanto à importância
da imagem, nada. (...) Por outro lado, vivemos, sim,
44 uma revolução: pela primeira vez a mulher passa a
se autorrepresentar, a produzir representações de si
publicamente. Essa produção não está mais sob o
domínio exclusivo dos homens, nem restrita a um
48 grupo de mulheres como as artistas (atrizes,
fotógrafas, cineastas, pintoras, escultoras etc.) ou as
INSPER — JUNHO/2014
modelos. As mulheres comuns tornam-se protago-
nistas de sua vida. Chegam a dispensar a ajuda de
52 outra pessoa para tirar a própria foto: estendem o
braço e miram em sua própria direção. (...)
A mulher “hipermoderna” reivindica algo
novo: o seu protagonismo público e sua “autentici-
56 dade”. O que se soma, agora, à revolução tecnoló-
gica da sociedade capitalista. Com acesso facilitado
a câmeras digitais, a telefones móveis que dispõem
desse equipamento e à rede, além da existência de
60 uma plataforma que dá suporte ao armazenamento e
oferece possibilidades ao usuário para compartilhar
essas imagens pela internet, a mulher passa a se
autofotografar nas mais diversas ocasiões, de
64 situações corriqueiras a viagens. Nas palavras do
filósofo Gilles Lipovetsky: “O retrato do indivíduo
hipermoderno não é construído sob uma visão
excepcional. Ele afirma um estilo de vida cada vez
68 mais comum, ‘com a compulsão de comunicação e
conexão’, mas também como marketing em de si,
cada um lutando para ganhar novos ‘amigos’ para
destacar seu ‘perfil’ por meio de seus gostos, fotos e
72 viagens. Uma espécie de autoestética, um espelho de
Narciso na nova tela global”.
(http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/
facebook_o_novo_espelho_de_narciso.html)
19
De acordo com o texto, o Facebook
a) contribui com a formação de uma imagem negativa da
mulher, devido à futilidade dos conteúdos postados.
b) constitui-se como ferramenta indispensável para os
movimentos que combatem a exploração da imagem
feminina.
c) reflete a banalidade da sociedade por meio da publica-
ção constante de fotos do cotidiano.
d) é o melhor suporte para a arte da contemporaneidade,
devido ao seu caráter democrático e tecnológico.
e) registra uma mudança histórica em relação à imagem
social atribuída às mulheres.
Resolução
A “mudança histórica em relação à imagem social
atribuída às mulheres”, mencionada na alternativa e
em referência à possibilidade de autorrepresentação
possibilitada pelo Facebook, é qualificada no texto
como uma “revolução” (5.o parágrafo).
Resposta: E
INSPER — JUNHO/2014
20
O termo “enfim”, no quarto parágrafo (. 22), poderia ser
substituído por
a) com isso. b) portanto. c) finalmente.
d) ademais. e) dessa forma.
Resolução
O sentido de enfim é “por fim, finalmente”; no con-
texto, indica que a “emancipação da mulher” trazida
pela “era moderna” demorou a chegar.
Resposta: C
21
Os três títulos apresentam em comum o fato de
a) fazer referência às festas populares do Carnaval nor-
destino.
b) mostrar que a política é fantasia, como um desfile de
uma escola de samba.
c) reconhecer que as escolas de samba estão tomando o
Brasil todo.
d) deixar claro que os políticos só pensam em diversão.
e) associar as eleições a uma disputa entre escolas de
samba cariocas.
Resolução
Foram associados aos candidatos à Presidência os
nomes de três das mais famosas escolas de samba
cariocas: Estação Primeira de Mangueira, Acadê-
micos do Salgueiro e Mocidade Independente de Vila
Isabel. Teste excelente para verificar se os candidatos
têm boa informação sobre o carnaval carioca, matéria
sem dúvida de grande importância para quem almeja
ingressar num curso do Insper...
Resposta: E
INSPER — JUNHO/2014
22
Comparando os títulos dados aos textos sobre Aécio e
Campos, pode-se concluir que
a) Aécio está sendo vinculado às elites econômicas do
país, enquanto Campos representa os valores domi-
nantes entre as tradicionais oligarquias nordestinas.
b) Aécio estaria mais próximo da parcela letrada da popu-
lação; já Campos se apresentaria como uma alternativa
à polarização política brasileira dos últimos 20 anos.
c) tanto Aécio quanto Campos têm mais facilidade de se
aproximar da juventude universitária do país, motivo
pelo qual seriam favoritos ao Planalto.
d) Aécio, mais do que Campos, tem dificuldade em con-
seguir apoio entre os estudantes de cursos superiores,
que sempre apoiam candidatos com discursos mais
radicais.
e) Campos, mais do que Aécio, libertou-se completa-
mente da velha forma de fazer política, o que o fez
receber apoio principalmente da população mais velha.
Resolução
A sugestão contida no título “Acadêmicos de Aécio”
relaciona o candidato com a “parcela letrada da popu-
lação”, dado que acadêmicos são estudantes, especial-
mente universitários, ou membros de instituições
culturais. O título associado a Campos sugere sua pre-
tensa independência em relação “à polarização da po-
lítica brasileira dos últimos 20 anos” entre PT e PSDB.
Resposta: B
INSPER — JUNHO/2014
23
No capítulo “Do trapézio e outras coisas” das Memórias
Póstumas de Brás Cubas, o narrador começa dizendo que
Marcela o amou “durante quinze meses e onze contos de
réis”. Essa associação sintática de elementos que parecem
incompatíveis semanticamente é um recurso muito
comum na obra machadiana e, dentre as opções abaixo,
só não ocorre em:
a) “Gastei trinta dias para ir do Rocio Grande ao coração
de Marcela”.
b) “(...) cogitei (...) se não haveria outro meio razoável de
combinar o Estado e a Gamboa”.
c) “Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe
exponho e realço a minha mediocridade”.
d) “(...) foste aí pela estrada da vida, manquejando da
perna e do amor”.
e) “(...) o Humanitismo não excluía nada: as guerras de
Napoleão e uma contenda de cabras eram, segundo a
nossa doutrina, a mesma sublimidade”.
Resolução
Em todas as demais alternativas, associam-se elemen-
tos aparentemente incongruentes: a) Rocio Grande
(largo do Rio) e coração de Marcela, b) Estado
(conjunto das instituições de governo) e Gamboa
(bairro em que se situava a casa dos encontros adul-
terinos entre Brás Cubas e Virgília), d) perna e amor,
e) guerras de Napoleão e uma contenda de cabras.
Resposta: C
INSPER — JUNHO/2014
Utilize o texto abaixo para responder às questões de 24 a
26.
INSPER — JUNHO/2014
24
No trecho “e acaba o amor no desenlace das mãos no
cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam
no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos
soubessem antes que o amor tinha acabado”, o cronista
associa a figura das mãos à imagem de um polvo, o que
constitui a seguinte figura de linguagem:
a) metonímia. b) anáfora. c) metáfora.
d) comparação. e) sinédoque.
Resolução
A conjunção como opera a comparação, na qual se
associa um termo real a um termo ideal (as mãos são
como polvos de solidão); a omissão da conjunção resul-
taria em que o termo ideal constituiria uma metáfora
(as mãos são polvos de solidão).
Resposta: D
25
Na passagem “em Brasília o amor pode virar pó; no Rio,
frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro”, as vírgulas são usadas para
a) marcar a elipse de um verbo.
b) separar termos coordenados entre si.
c) indicar que houve um anacoluto.
d) marcar a anteposição do objeto indireto.
e) isolar o vocativo.
Resolução
No caso, as vírgulas sinalizam a elipse de uma locução
verbal (“pode virar”), não de um verbo simples, mas
a imprecisão não impede a resposta ao teste.
Resposta: A
26
No final do texto, a motivação que leva o amor a acabar
aparece sob a forma de uma oração reduzida, que é
equivalente, na forma expandida, a:
a) em todos os lugares e a qualquer hora o amor acaba.
b) por causa de um motivo qualquer o amor acaba.
c) embora sem um motivo qualquer o amor acaba.
d) por recomeçar em todos os lugares e a qualquer
minuto o amor acaba.
e) para que recomece em todos os lugares e a qualquer
minuto o amor acaba.
Resolução
A forma reduzida de infinitivo, “para recomeçar”, é
adequadamente desenvolvida com o subjuntivo e o
acréscimo de uma conjunção: para que recomece.
Resposta: E
INSPER — JUNHO/2014
Utilize o texto abaixo para responder às questões 27 e 28.
27
Embora este texto constitua um exemplo de linguagem
culta, o articulista emprega certos termos emprestados da
variedade popular da língua, como
a) barbárie. b) boquinha. c) caçoando.
d) tofus. e) ágrafos.
Resolução
Boquinha tem, no texto, o mesmo sentido de boca no
coloquial brasileiro: “oportunidade de ganhar dinhei-
ro fácil, ou de tirar proveito material de algo sem fazer
esforço” (Houaiss).
Resposta: B
INSPER — JUNHO/2014
28
Nesse texto, o articulista usa lugares-comuns do discurso
conservador de modo
a) metafórico e eufemístico.
b) irônico e hiperbólico.
c) metonímico e literal.
d) sinestésico e sarcástico.
e) comparativo e denotativo.
Resolução
O autor é irônico, pois afirma o contrário do que faz
entender, e é hiperbólico, pois usa o exagero como for-
ma de demonstrar o absurdo do que aparentemente
afirma.
Resposta: B
29
Num título de uma notícia veiculada no Portal UOL em
março de 2014, com conteúdo de O Estado de S. Paulo,
lê-se “Vereador de SP lava até BMW particular com
dinheiro público”. O uso do “até” no contexto leva a
pressupor que
a) é inesperado lavar carros particulares com dinheiro
público.
b) é aceitável usar dinheiro público para lavar carros
nacionais.
c) nem carros oficiais devem ser lavados com dinheiro
público.
d) os vereadores de SP pagam todas as suas despesas com
dinheiro público.
e) os vereadores de SP usam somente BMWs como
carros oficiais.
Resolução
Até tem, na frase em questão, o sentido de inclusão,
indicando que lavar carros particulares é mais um dos
abusos praticados pelos vereadores com dinheiro
público. Como se trata de prática condenável, que não
se espera de pessoas honestas, pode-se admitir como
correta a alternativa a, mesmo porque não há melhor.
Resposta: A
INSPER — JUNHO/2014
30
Não sei onde eu tô indo,
Mas sei que eu tô no meu caminho.
Enquanto você me critica,
Eu tô no meu caminho.
Você esperando respostas,
Olhando pro espaço,
E eu tão ocupado vivendo,
Eu não me pergunto, eu faço!
INSPER — JUNHO/2014
REDAÇÃO
Tema 1
Considere a coletânea a seguir para desenvolver uma
dissertação em prosa.
TEXTO I
(http://www2.uol.com.br/glauco/casalneuras.shtml)
Conforme indicado nas folhas de rascunho e de redação,
utilize o próprio tema como título de sua dissertação.
INSPER — JUNHO/2014
Tema/Título 1
Pessoas ciumentas: vítimas ou algozes?
INSPER — JUNHO/2014
Tema 2
A NOVIDADE
A grande novidade das soluções de Big Data é
lidar também com os chamados dados
não estruturados, que até então só podiam
ser compreendidos por pessoas.
São Tweets, posts no Facebook, vídeos,
geolocalização e comportamentos de clientes
que dependem de contexto para ter sentido.
O mercado de
Esses dados Big Data
não estruturados 85% crescerá quase
representam 85% das 40% ao ano
informações com as até 2015
quais as empresas lidam hoje
Compare
1 Zettabyte é igual
1.000.000.000.000.000.000.000 bytes
1 Gigabyte é igual
1.000.000.000 bytes
(Adaptado de
http://oglobo.globo.com/infograficos/bigdata/)
INSPER — JUNHO/2014
Tema/Título 2
Big Data: do uso ao abuso da informação
INSPER — JUNHO/2014
M AT E M Á T I C A
1
Para dimensionar o sistema de renovação do ar, uma das
informações necessárias é o volume total dos galpões, que
têm a forma de semicilindros. Se a distância entre as
fachadas e os fundos é 100 metros, esse volume é aproxi-
madamente igual a
a) 50.000m3 b) 100.000m3
c) 150.000m3 d) 200.000m3
e) 250.000m3
Resolução
INSPER — JUNHO/2014
2
Para diminuir o impacto da insolação, pretende-se instalar
um telhado tangenciando os dois terminais conforme
indicado pela linha tracejada na figura. A medida do
telhado, correspondente ao comprimento dessa linha
tracejada, é igual a
a) 60
3m b) 60
2m c) 30
2m
d) 20
3m e) 20
6m
Resolução
INSPER — JUNHO/2014
Utilize as informações a seguir para as questões 3 e 4.
Os analistas responsáveis pelas estratégias comerciais de
uma grande rede de lojas propuseram a seguinte regra
para conceder descontos aos clientes:
0, 90v , se v ≤ 100
p(v) = 0, 80v , se 100 < v ≤ 200 ,
0, 70v , se v > 200
em que v é o soma dos valores marcados nos produtos
que o cliente comprar e p(v) é o pagamento que o cliente
deverá fazer no caixa, com desconto sobre essa soma.
3
Dois clientes passaram pelo caixa e pagaram R$ 90,00,
mas os valores totais das compras deles antes de ser
aplicado o desconto eram diferentes. A diferença entre
esses valores totais é de
a) R$ 12,50. b) R$ 15,00. c) R$ 17,50.
d) R$ 20,00. e) R$ 22,50.
Resolução
Sendo v1 e v2 os valores das compras dos dois clientes
e supondo, sem perda de generalidade que 0 ≤ v1 ≤ 100
e 100 < v2 ≤ 200, temos em reais:
0,90v1 = 90,00 ⇔ v1 = 100,00
0,80v2 = 90,00 ⇔ v2 = 112,50
e v2 – v1 = 112,50 – 100,00 = 12,50
INSPER — JUNHO/2014
4
O departamento de marketing precisa criar uma tabela
para comunicar as condições dos descontos para os
clientes. Das opções abaixo, aquela que explica correta-
mente a regra proposta pelos analistas é
Resolução
Multiplicar o valor da compra por 0,90 equivale a dar
um desconto de 10%.
Multiplicar o valor da compra por 0,80 equivale a dar
um desconto de 20%.
Multiplicar o valor da compra por 0,70 equivale a dar
um desconto de 30%.
A tabela correta é, portanto, a da alternativa D
Resposta: D
INSPER — JUNHO/2014
5
O grêmio de uma faculdade convidou os alunos do pri-
meiro semestre para uma atividade de integração.
Eles contaram os calouros presentes e tentaram agrupá-
los de forma que todos os grupos tivessem a mesma
quantidade de pessoas, mas não havia maneira de fazê-
lo, pois não queriam apenas uma pessoa por grupo e nem
um único grande grupo. Pode-se concluir que a quan-
tidade de calouros era necessariamente um número
a) par. b) quadrado perfeito.
c) primo. d) menor do que 300.
e) maior do que 50.
Resolução
Só seria possível agrupar os n alunos da faculdade em
grupos de k alunos cada (com k ≠ 1 e k ≠ n) se k for
divisor de n.
Como o enunciado afirma que está divisão não foi
possível, significa que n só é divisível por 1 e pelo
próprio n.
Desta forma, n é primo.
Resposta: C
INSPER — JUNHO/2014
6
O gráfico a seguir mostra os resultados de uma pesquisa
sobre o governo brasileiro.
(Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/08/avaliacao-de-
dilma-sobe-de-31-para-38-diz-ibope.html)
A maior variação positiva, em pontos percentuais, entre
dois meses consecutivos ocorreu
a) na opção “regular” entre os meses de março e junho.
b) na opção “ruim/péssimo” entre os meses de junho e
julho.
c) na opção “ótimo/bom” entre os meses de junho e julho.
d) na opção “regular” entre os meses de julho e agosto.
e) na opção “ruim/péssimo” entre os meses de julho e
agosto.
Resolução
A maior variação positiva ocorre no intervalo cujo
gráfico está subindo e com a maior inclinação em
relação ao eixo horizontal. Isto ocorre entre junho e
julho e na opção ruim/péssimo. De 13% a 31%.
Resposta: B
INSPER — JUNHO/2014
Utilize as informações a seguir para as questões 7 e 8.
O gráfico a seguir representa a quantidade diária de
pessoas (q) atendidas em um hospital público com os
sintomas de um novo tipo de gripe, a gripe X, em função
do tempo (t), em meses, desde que se iniciou um
programa de vacinação para este tipo de gripe na cidade
do hospital.
7
A prefeitura da cidade fará uma campanha publicitária
com frases que pretendem ressaltar os aspectos positivos
da vacinação. Das opções abaixo, aquela que informa
corretamente o que o gráfico mostra é
a) “Em um ano de vacinação, a quantidade diária de
atendimentos a pessoas com a gripe X caiu de 1.000
para 10!”
b) “A cada três meses, a quantidade de pessoas que chega
todos os dias ao hospital com a gripe X cai pela
metade!”
c) “O número de atendimentos diários no hospital a pes-
soas com a gripe X diminui em 400 a cada 4 meses!”
d) “A cada mês, chegam ao hospital 100 pessoas a menos
por dia, em relação ao mês anterior, com os sintomas
da gripe X.”
e) “Entre o 3o. e o 6o. mês do programa de vacinação, 250
pessoas foram vacinadas contra a gripe X diariamente
no hospital.”
Resolução
Pelo gráfico
– no início eram atendidos 1000 pessoas com gripe X,
por dia.
– três meses depois a quantidade de atendimentos
diários passou a ser de 500 pessoas.
– seis meses do início essa quantidade diária passou a
ser de 250 pessoas.
– mais três meses reduziu para 125 pessoas por dia e
– um ano depois reduziu para aproximadamente 62
pessoas diárias.
Desta forma, a cada três meses a quantidade de pes-
soas com gripe X atendidas diariamente se reduz à
metade.
Resposta: B
INSPER — JUNHO/2014
8
Das funções a seguir, aquela que melhor representa a
relação proposta no gráfico é
1
– ––t
3
a) q(t) = 1000 . 2 . b) q(t) = 500 . 2−3t.
1
––t
c) q(t) = 1000 . 23 . d) q(t) = 500 . log2(3t).
1
e) q(t) = 1000 · log2 –– t .
3
Resolução
A função apresentada no gráfico é uma função
exponencial do tipo q(t) = a . bt, com a e b reais, e t em
meses.
Resposta: A
INSPER — JUNHO/2014
9
Para ilustrar a afirmação “Se beber, não dirija.” um
designer criou a seguinte imagem:
A imagem significa
11
Uma pizzaria vende pizzas circulares com 32cm de
diâmetro, divididas em 8 pedaços iguais. O dono do
estabelecimento pensou em criar uma pizza de tamanho
maior, a ser dividida em 12 pedaços iguais, de modo que
a área de cada um deles seja igual à área de um pedaço da
pizza menor. Para isso, o diâmetro da pizza de 12 pedaços
deve ser aproximadamente igual a
a) 36cm. b) 40cm. c) 44cm.
d) 48cm. e) 52cm.
Resolução
As áreas Sp e Sg de cada pedaço das pizzas pequena e
grande, respectivamente, são tais que
1 1
Sp = ––– . π . 162 e Sg = ––– . π . R2,
8 12
onde R é a medida do raio da pizza grande.
1 1
Como Sp = Sg, temos ––– . π . 162 = ––– π . R2 ⇔
8 12
3
⇔ ––– . 162 = R2 ⇔ R2 = 384 ⇔ R =
384 19,6
2
O diâmetro da pizza grande será, em cm,
2R 39,2 40
Resposta: B
INSPER — JUNHO/2014
12
O número de soluções reais da equação
[log2(x2 + 1)]2 − 34 log2(x2 + 1) + 64 = 0
é
a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.
Resolução
[log2(x2 + 1)]2 – 34 log2(x2 + 1) + 64 = 0
Observemos que x2 + 1 > 0, ∀x ∈ ⺢
Fazendo log2(x2 + 1) = y, temos:
y2 – 34y + 64 = 0 ⇔ y = 2 ou y = 32
Para y = 2 resulta log2(x2 + 1) = 2 ⇔ x2 + 1 = 22 ⇔
⇔ x2 = 3 ⇔ x = ±
3
⇔ x2 = 232 – 1 ⇔ x = ±
232 – 1
As quatro raízes obtidas são reais.
Resposta: D
INSPER — JUNHO/2014
13
As vendas de ingressos para um grande evento esportivo
ocorreram durante dois meses. O gráfico a seguir repre-
senta as vendas diárias, em milhares de unidades, durante
este período.
Resolução
Observe que no gráfico apresentado a quantidade
diária de ingressos vendidos é crescente até o dia 30 e
decrescente do 30o. dia em diante, porém mesmo com
a quantidade diária decrescendo, após o 30o. continua-
se vendendo ingressos.
O acumulado de ingressos vendidos é sempre cres-
cente, de forma mais acentuada até o 30o. dia e menos
acentuada após o 30o. dia.
INSPER — JUNHO/2014
O gráfico que melhor representa este comportamento
é a do item C.
Resposta: C
14
O esquema a seguir representa a hierarquia dos executi-
vos de uma grande empresa. As ligações de uma pessoa
com outra(s) abaixo dela representam relações de subor-
dinação. Por exemplo, o presidente da empresa, no topo
do esquema, tem 4 pessoas subordinadas diretamente a
ele. Dessas 4 pessoas, uma não tem subordinados (à
esquerda), e as outras têm, respectivamente (da esquerda
para a direita), quatro, um e três subordinados.
INSPER — JUNHO/2014
15
Observe o mosaico a seguir.
INSPER — JUNHO/2014
Utilize as informações a seguir para as questões 16 e 17.
A tabela a seguir apresenta a distribuição das notas dos
alunos de uma disciplina da faculdade de Administração
nas duas provas realizadas por eles.
Prova 1 Prova 2
Nota
(quantidade de alunos) (quantidade de alunos)
4 10 5
5 10 5
6 25 20
7 10 20
8 10 20
9 10 5
16
A nota final de cada aluno deve ser calculada con-
siderando peso de 25% para a prova 1 e de 75% para a
prova 2. A média das notas finais de todos os alunos é
igual a
a) 6,4. b) 6,5. c) 6,6. d) 6,7. e) 6,8.
Resolução
A média das notas dos alunos na prova 1 foi
4.10 + 5.10 + 6.25 + 7.10 + 8.10 + 9.10 480
––––––––––––––––––––––––––––––––– = –––– = 6,4
10 + 10 + 25 + 10 + 10 + 10 75
17
O percentil da nota de um aluno em uma prova é a
porcentagem de pessoas que obtiveram, naquela prova,
uma nota igual ou inferior à nota desse aluno. Se a nota
de um aluno na prova 2 foi 7, então o percentil dessa nota
é, aproximadamente,
a) 51%. b) 55%. c) 59%.
d) 63%. e) 67%.
Resolução
Na prova 2 o total de alunos que tiveram nota 7 ou
inferior foi 5 + 5 + 20 + 20 = 50.
Do total de 75 alunos que fizeram a prova 2, o per-
centil do aluno que teve nota 7 foi
50 10 2
–––– = –––– = –– 0,66 67%
75 15 3
Resposta: E
INSPER — JUNHO/2014
18
Um analista de recursos humanos desenvolveu o seguinte
modelo matemático para relacionar os anos de formação
(t) com a remuneração mensal (R) de uma pessoa ao
ingressar no mercado de trabalho:
R = k(1, 1)t,
em que k é um fator de carreira, determinado de acordo
com a área que a pessoa estudou. A tabela a seguir
apresenta os anos de formação e os correspondentes
fatores de carreira de três pessoas (A, B e C).
A 18 500
B 16 600
C 19 500
INSPER — JUNHO/2014
Utilize as informações a seguir para as questões 19 e 20.
Sejam A e B matrizes com todos os elementos reais,
sendo A quadrada de ordem 3 e B uma matriz coluna com
3 linhas. Sabe-se que:
• A é uma matriz triangular superior, ou seja, todos os
elementos abaixo de sua diagonal principal são nulos;
• Todos os elementos que não estão abaixo da diagonal
principal de A são iguais a 1;
• B = (bi), com bi = 4 − i, para todo i ∈ {1, 2, 3}.
Considere, também, que I3 denota a matriz identidade de
ordem 3.
19
Sabendo que o traço de uma matriz quadrada é a soma
dos elementos de sua diagonal principal, o traço da matriz
(A + 3 . I3) é
a) 3. b) 4. c) 6. d) 12. e) 16.
Resolução
A matriz A, definida conforme o enunciado, é
1 1 1 3
A= 0 1 1 . A matriz B é 2
0 0 1 1
pois, bi = 4 – i, com i ∈ {1, 2, 3}.
1 1 1 1 0 0
A + 3 . I3 = 0 1 1 +3 0 1 0 =
0 0 1 0 0 1
4 1 1
= 0 4 1
0 0 4
O traço da matriz A + 3I3 é T(A + 3I3) = 4 + 4 + 4 = 12
Resposta: D
INSPER — JUNHO/2014
20
Seja X uma matriz coluna de 3 linhas tal que AX = B.
Então, a soma dos elementos de X é igual a
a) 2. b) 3. c) 4. d) 6. e) 10.
Resolução
x
Sendo X = y e tal que A.X = B sendo
z
1 1 1 3
A= 0 1 1 eB= 2 , temos:
0 0 1 1
1 1 1 x 3
0 1 1 . y = 2 ⇔
0 0 1 z 1
x+y+z=3 x=1
⇔ y+z=2 ⇔ y=1
z=1 z=1
1
Assim, X = 1 e a soma de seus elementos é 3.
1
Resposta: B
INSPER — JUNHO/2014
21
Um economista analisou dados históricos sobre o valor
das ações de uma empresa e, com o intuito de prevê-lo ao
longo do ano de 2014, elaborou o seguinte modelo:
π.t π π.t π
V(t) = 2 . sen –––– – –– + 3 . sen –––– – ––
180 4 20 4
Na função acima, V é o valor da ação e t é o tempo
decorrido, em dias, a partir do início do ano (ou seja,
t = 1 denota o fim do dia 1o. de janeiro de 2014). Para
simplificar, suponha que todos os meses tenham 30 dias.
De acordo com esse modelo, a ação deve atingir seu preço
máximo ao término do dia
a) 10 de janeiro. b) 30 de julho.
c) 15 de julho. d) 30 de março.
e) 15 de maio.
Resolução
I) Observemos que
–––– – –– +
πt π
V(t) = 2 . sen
180 4
–––– – –– ≤ 5, pois
πt π
+ 3 . sen
20 4
≤1e
πt π
– 1 ≤ sen –––– – ––
180 4
≤ 1.
πt π
– 1 ≤ sen –––– – ––
20 4
= 1 e sen –––– – –– = 1
πt π πt π
sen –––– – ––
180 4 20 4
–––– – –– = 1 ⇔
πt π
II) sen
180 4
πt π π
⇔ –––– – –– = –– + k . 2π ⇔
180 4 2
t 3
⇔ –––– = –– + 2k ⇔
180 4
–––– – –– = 1 ⇔
πt π
sen
20 4
πt π π
⇔ –––– – –– = –– + p . 2π ⇔
20 4 2
t 3
⇔ –––– = –– + 2p ⇔
20 4
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⇔ t = 15 + 40p, com p ∈ ⺪ (II)
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Utilize as informações a seguir para as questões 22 e 23.
Considere uma esfera de raio medindo R e um plano que
a tangencia. Pode-se associar a ela um outro sólido,
obtido da seguinte maneira:
• constrói-se um cilindro equilátero de raio R com uma
das bases contida no plano;
• retira-se desse cilindro dois cones circulares, sendo que
a base de cada um deles coincide com uma das bases
do cilindro e os vértices coicidem em V, no centro des-
se cilindro.
O sólido que resta após a retirada dos cones é chamado de
anticlepsidra e tem o mesmo volume da esfera. Ambos
os sólidos estão representados na figura abaixo.
22
Apesar de terem o mesmo volume, a esfera e a anticlep-
sidra associada não têm a mesma área superficial.
A razão entre a área da superfície esférica e a área da
superfície da anticlepsidra é
a) 2 (
2 − 1). b) 2. c) 2
2.
d) 2 −
2. e)
2 + 1.
Resolução
I) Área total da superfície esférica (Se) é dada por
Se = 4π R2.
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No triângulo retângulo VOA, temos:
VO2 + OA2 = VA2 ⇒ R2 + R2 = g2 ⇒ g = R
2
Assim, Sa = 2πR . 2R + 2πR . R
2 = 2π R2 (2 +
2) e
Se 4π R2 2
–––– = ––––––––––––– = –––––––– = 2 –
2
Sa 2π R (2 +
2 2) 2 +
2
Resposta: D
23
Uma anticlepsidra tem volume igual a π. O raio da esfera
associada tem medida
3 3
12
6 3 4
a) –––––– . b) –––– . c) ––– .
4 2 3
3
3
d) –––– . e) –––– .
2 4
Resolução
Se a anticlepsidra tem volume π a esfera associada
também tem volume π, pois o volume da esfera é igual
ao da anticlepsidra.
Resposta: B
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24
O gráfico da função f : ⺢ → ⺢, dada por
f(x) = x2 − 5
x
+ 6, é melhor representado por
a) b)
y y
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 x -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 x
-1 -1
-2 -2
c) d)
y y
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 x -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 x
-1 -1
-2 -2
e)
y
1
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 x
-1
-2
-3
-4
-5
-6
-7
Resolução
f(x) = x2 – 5
x
+ 6 ⇔ f(x) =
x
2 – 5
x
+ 6,
pois x2 =
x2
=
x
2.
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Ao colocarmos módulo no x, o lado esquerdo do
gráfico passa a se comportar como o lado direito.
Assim, o gráfico de f é
Resposta: A
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25
A função g, de domínio real, tem parte de seu gráfico
mostrada na figura a seguir.
y
-3 -2 -1 1 2 x
2 b) y
1 1
-3 -2 -1 1 2 x -3 -2 -1 1 2 x
-1 -1
c) y -2
2 d) y
1 1
-3 -2 -1 1 2 x -3 -2 -1 1 2 x
-1 -1
-2 -2
e) y
-3 -2 -1 1 2 x
-1
-2
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Resolução
I) Para x ≤ 0 a função g é do tipo g(x) = ax, com
a>0
A função f será do tipo f(x) = x . ax = ax2, com
a > 0 e terá gráfico do tipo
0 1 -d x
c
1
––– x, se x ≤ 0
3
g(x) =
2x, se 0 < x ≤ 1
– 2x + 4, se x ≥ 1
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e a função f é definida por
1
––– x2, se x ≤ 0
3
f(x) =
2x2, se 0 < x ≤ 1
– 2x2 + 4x, se x ≥ 1
cujo gráfico é
Resposta: C
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26
Seja z ∈ ⺓ um complexo de módulo
z
e argumento θ,
θ ∈ ]− π, π]. Defina w ∈ ⺓ da seguinte forma:
w = log3
z
+ i . θ
π
Se w = 2 + i . ––– , o valor de z10 é
2
10
a) 9 . b) −910. c) 910 . i.
d) −910 . i. e) 1.
Resolução
π π
w = log
z
+ iθ = 2 + i . –– ⇔ log
z
= 2 e θ = –– ⇔
3 2 3 2
π π
⇔
z
= 32 e θ = ––– ⇔
z
= 9 e θ = –––
2 2
Na forma trigonométrica
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Utilize as informações a seguir para as questões 27 e 28.
É fato conhecido por estudantes do ensino médio que uma
circunferência de raio medindo R tem comprimento igual
a 2πR. Porém, nem sempre a humanidade soube calcular
tal comprimento, e para isso lançou mão de aproxima-
ções. Um dos jeitos de se estimar o comprimento da
circunferência é inscrevendo-se nela um polígono regular;
quanto mais lados tiver o polígono, melhor a aproxi-
mação. A figura a seguir ilustra uma circunferência de
raio medindo R e o octógono regular de lado medindo d
nela inscrito.
d
R
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27
A razão entre o comprimento exato de uma circunferência
e o comprimento aproximado, obtido com o perímetro do
octógono circunscrito, é
π π π
a) ––––––––––– . b) –– . tg –– .
8 8
π
8 . tg ––
8
π π
c) ––––––––. d) π . tg –– .
π 8
tg ––
8
π
e) π . tg –– .
4
Resolução
D
–––
1 2π π 2
Na figura, θ = ––– . ––– = ––– e ––––– = tg θ ⇒
2 8 8 R
π
⇒ D = 2R tg θ = 2R tg ––
8
π
8D = 16R tg ––
8
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28
O método descrito no texto também permite obter uma
aproximação para a área do círculo. Utilizando-se o
octógono inscrito, a razão entre a área exata e a área
aproximada do círculo é
2
a)
2. b) 2
2. c) –––– .
4
π2
d) 2π
2. e) –––– .
4
Resolução
2
= 4R2 . –––– = 2R2
2
2
πR2 π π2
círculo é ––––––––– = –––––– = ––––––
2R2
2 2
2 4
Resposta: E
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29
Carlos deseja sacar num caixa eletrônico uma quantia
entre R$ 51,00 e R$ 99,00. O caixa dispõe de notas de
R$ 5,00, R$ 10,00 e R$ 20,00, e sempre fornece o menor
número de cédulas que compõe o valor solicitado. Dentre
os valores que Carlos está disposto a sacar, apenas alguns
serão feitos com exatamente 5 cédulas. A soma desses
valores é
a) R$ 75,00. b) R$ 160,00.
c) R$ 250,00. d) R$ 300,00.
e) R$ 350,00.
Resolução
Se Carlos retira valores em notas de R$ 5,00, R$ 10,00
e R$ 20,00, o valor retirado é sempre múltiplo de
R$ 5,00. A tabela a seguir mostra, em reais, como o
caixa eletrônico fornece os múltiplos de R$ 5,00
compreendidos entre R$ 51,00 e R$ 99,00, lembrando
que o caixa sempre fornece a menor quantidade de
notas
Valor Quantidade
O caixa fornece
solicitado de notas
2 notas de 20,00,
55,00 4
1 nota de 10,00 e 1 de 5,00
3 notas de 20,00 e
65,00 4
1 nota de 5,00
3 notas de 20,00 e
70,00 4
1 nota de 10,00
4 notas de 20,00 e
85,00 5
1 nota de 5,00
4 notas de 20,00 e
90,00 5
1 nota de 10,00
INSPER — JUNHO/2014
Utilize as informações a seguir para as questões 30 e 31.
Em um jogo de azar, são sorteados 5 números, sem
reposição, dentre os algarismos de 1 a 9. Esses 5 números
são, então, escondidos, de modo que os participantes não
os vejam. Cada participante escolhe de um a cinco
números distintos dentre os algarismos de 1 a 9 e os anota
em um papel, anotando também o valor que deseja
apostar. Os números sorteados são revelados e, então,
vencem as apostas apenas os jogadores que acertarem
todos os números anotados. Se mais de um jogador
vencer e esses vencedores tiverem apostado a mesma
quantia, o prêmio é dividido de maneira inversamente
proporcional à probabilidade de que cada aposta fosse
vencedora.
30
Numa determinada rodada, 2 jogadores que apostaram a
mesma quantia venceram, sendo que um deles escolheu 2
algarismos e, o outro, 3. Se o prêmio a ser dividido for de
R$ 1.100,00, o jogador que escolheu 2 algarismos
receberá
a) R$ 330,00. b) R$ 440,00.
c) R$ 660,00. d) R$ 880,00.
e) R$ 990,00.
Resolução
I) Existem C9;5 = 126 formas de se escolher 5 entre os
nove algarismos de 1 a 9.
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VI) Quem escolhe cinco dos nove algarismos, sua
quíntupla aparece um única vez entre as
quíntuplas possíveis. Sua probabilidade de acerto
1
é ––––
126
x + y = 1100
x + y = 1100
5 5 ⇒ ⇒
––– x = ––– y 42x = 18y
18 42
⇒ 7x = 3(1100 – x) ⇔
⇔ x = 330 e y = 1100 – 330 = 770
O jogador que escolheu dois algarismos receberá
R$ 330,00.
Resposta: A
31
Numa determinada rodada, todos os jogadores apostaram
em apenas 2 números, todos eles venceram, e nenhum
deles escolheu o mesmo par de números que outro
jogador. A quantidade máxima possível de vencedores
nessa rodada foi de
a) 5. b) 8. c) 10. d) 16. e) 28.
Resolução
Se todos os jogadores apostaram em apenas 2
números e todos eles venceram, o par de cada um
deles deverá estar presente nos cinco números
sorteados. Como C5;2 = 10, o número máximo possível
de vencedores nessa rodada é 10, pois entre os
números sortidos só existem 10 pares distintos
possíveis.
Resposta: C
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32
Em um sistema ortogonal de 3 coordenadas, a superfície
lateral de um sólido é descrita pela união das seguintes
regiões:
• x2 + y2 = 4, com 0 ≤ z ≤ 3
• x2 + y2 ≤ 4, com z = 0 ou z = 3
A área lateral e o volume desse sólido são, respectiva-
mente,
a) 6π e 12π. b) 12π e 48π. c) 6π e 48π.
d) 12π e 48π. e) 12π e 12π.
Resolução
Observação:
A rigor, quando no enunciado ele diz que “a superfície
lateral de um sólido é descrita pela união das
seguintes regiões”, esta se incluindo as duas bases do
cilindro, aquilo que tradicionalmente é conhecido
por área total. O valor dessa área total será
12π + 2 . π . 22 = 20π.
Observe também que as alternativas b e d estavam
iguais na prova original.
Resposta: E
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33
1
O valor exato da expressão ––––––– , com 5 casas
2–1
decimais, é 2,41421. Considere os seguintes métodos para
se fazer essa conta sem o auxílio da calculadora:
• Método A: usa-se um valor aproximado para
2 e faz-
se a divisão;
• Método B: racionaliza-se o denominador e usa-se um
valor aproximado para
2.
Ao se fazer uma aproximação, comete-se um erro, que é
definido como a diferença, em módulo, entre o valor
aproximado e o valor exato.
Usando a melhor aproximação para 2 com uma única
casa decimal, a razão entre os erros (em relação ao valor
exato) obtidos nos métodos A e B, respectivamente, é de
cerca de
a) 10. b) 8. c) 6. d) 4. e) 2.
Resolução
Utilizando-se o método A, temos:
1 1 1
––––––– = ––––––– = ––––– = 2,5
2–1 1,4 – 1 0,4
2,5 – 2,41421
= 0,08579 e pelo método B o erro é da
ordem de
2,41421 – 2,4
= 0,01421
A razão entre os erros obtidos pelos métodos A e B é
0,08579
––––––––– 6
0,01421
Resposta: C
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34
Considere a seguinte sequência de figuras formadas a
partir de pontos.
a a a a a
1 figura 2 figura 3 figura 4 figura 5 figura
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35
Sejam An e Bn, com n ∈ ⺞*, valores definidos por:
• An = 1 + 2 + 4 + 8 + 16 + . . . + 2n−1
• Bn = 3 + 5 + 7 + 9 + 11 + . . . + (2n + 1)
O valor de A30 + B30 é igual a
a) 229 + 261. b) 229 + 260.
c) 230 − 960. d) 230 + 960.
e) 230 + 959.
Resolução
An é a soma dos termo da progressão geométrica
(1, 2, 4, 8, 16, …, 2n – 1). Assim,
1[2n – 1]
An = –––––––––– ⇔ An = 2n – 1
2–1
Resposta: E
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