PL Tratamento de Feridas - 2020

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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM - 2º ANO


UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

Tratamento de Feridas

Intervenções de Enfermagem:

1. Executar tratamento de ferida

2. Remover material de sutura

3. Executar tratamento ao local de inserção do dreno

4. Trocar dispositivo de drenagem

5. Remover dreno

Revisto em dezembro de 2020 1/25


ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM - 2º ANO
UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

1. Intervenção de enfermagem: Executar tratamento de ferida

Definição: Consiste numa técnica assética, organizada num conjunto de atividades que visam
promover a regeneração e reparação de um dado tecido.

PROCEDIMENTO

Atividades Justificação
Consultar registo no Sistema de Informação Clínico Permite obter informação sobre a ferida e estimar a
sobre a ferida e sua etiologia. evolução da mesma.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Identificar cliente (nome e data de nascimento ou Assegurar a identificação correta do cliente de acordo
nome e número do processo clínico, de acordo com a com os padrões de qualidade definidos pela Ordem
política da instituição). dos Enfermeiros (OE, 2001; The Joint Comission, 2020).
Informar cliente sobre o procedimento, solicitando o Obter a colaboração do cliente, respeitando o direito à
consentimento. autodeterminação (OE, 2015: Código Deontológico,
art.º105, alínea a) e b)).
Avaliar presença de dor. A correta avaliação e controlo da dor são focos
determinantes para o conforto do cliente e
subsequente sucesso da intervenção (Afonso et al.,
2014).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Preparar material: Diminuir perda de tempo e melhorar a segurança do
• Pacote (Kit de feridas) contendo: doente.
Campo estéril
Recipiente para líquido (cápsula ou cuvete)
Duas pinças
Compressas
• Solução para lavar/irrigar a ferida (Soro
Fisiológico ou outras soluções ou produtos, se
adequado)
• Luvas limpas
• Avental
• Saco para resíduos
• Penso específico ou compressas e adesivo
• Tesoura
• Resguardo
(Nota: Na ausência de Kit de feridas deve usar-se todo
o material esterilizado, individualizado: campo, luvas
ou pinças, e compressas; no caso de lavar a ferida por
irrigação deve acrescentar seringa de 20 ml e cateter
venoso periférico de 18G).

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Carro de apoio ao tratamento de feridas de uso Diminuir o risco de contaminação do campo e da


individual, previamente desinfetado. O carro não deve ferida.
ter qualquer outro material para além do necessário
Facilitar a triagem de resíduos.
ao procedimento. Colocar saco de resíduos no balde
do carro.

Nota: Este carro, após a utilização, deve ser


novamente descontaminado, antes de ser utilizado
em outro cliente.

Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Posicionar o cliente de acordo com a situação clínica e Facilitar a execução da intervenção.
a área corporal a expor.
Colocar resguardo sob o cliente. Evitar sujar a roupa do cliente e a roupa da cama.
Calçar luvas. Proteger o enfermeiro do contato com fluidos
potencialmente infeciosos.
Observar penso, externamente. Verificar se está aderente à pele, limpo e seco ou
repassado com exsudato, e em caso afirmativo, quais
as suas características (seroso, sanguinolento,
purulento), bem como presença de odor (presente ou
não).
Remover penso.

Se o penso se mantiver aderente à pele e ferida pode


humedecê-lo com uma solução estéril, por exemplo,
soro fisiológico, para facilitar a sua remoção com o
menor traumatismo possível.
Destacar o penso bruscamente, para além da dor que
ocasiona, prejudica a cicatrização por destruição do
epitélio superficial novo, devido a arrastamento dos
tecidos do leito da ferida (Perry, Potter & Ostendorff,
2019).
Observar face interna do penso, identificar presença É importante observar se houve drenagem de
de exsudato e suas caraterísticas. exsudato e suas caraterísticas.
A presença de exsudato é um indicador de
cicatrização.
Colocar penso no saco de resíduos.
Calçar luvas
Avaliar ferida: Constituem excelentes qualificadores da evolução do
• Tipo de ferida processo de cicatrização e permitem sustentar a
• Tipo de sutura tomada de decisão na abordagem da ferida (Perry,

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• Localização Potter & Elkin, 2013; Afonso et al., 2014; Perry, Potter
• Tamanho & Ostendorff, 2019).
• Idade
• Presença de exsudato No caso da ferida cirúrgica, avaliar por palpação a
• Cheiro presença de tumefação na região perilesional. Em
outras feridas, a presença de eritema peri circundante
• Tipo de tecidos presentes
à ferida poder levar ao aumento do diâmetro da
• Pele circundante mesma.

Caso necessite de fazer a palpação perilesional, as


luvas devem ser estéreis (usar luvas “tipo palhaço”).

Remover luvas. Cumprir norma de remoção das luvas para prevenir a


contaminação da pele do enfermeiro.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019)

Abrir o Kit estéril e dispor o material: O campo deve permanecer o menor tempo possível em
• Definir a pinça que irá ao cliente e colocá-la num contacto com a atmosfera, pelo risco de
dos lados do campo (próximo do cliente) – Pinça contaminação. Existem situações que, devido aos
do cliente; riscos inerentes ou necessidade de atuação rápida,
impõem a exposição do campo antes de retirar o
• Colocar a outra pinça, que irá ao campo, no lado
penso, como por exemplo, nas feridas com elevado
oposto do campo (distante do cliente) – Pinça do
risco hemorrágico (Perry, Potter & Elkin, 2013;
campo;
Menoita, 2015; Perry, Potter & Ostendorff, 2019).
• Colocar o recipiente no lado do campo que ficar
mais próximo do cliente;

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• Colocar as compressas no outro lado do campo;


• Colocar a solução para lavar a ferida no
recipiente.
Nota: Sendo facultativo, é boa norma colocar uma
compressa por baixo da pinça do cliente. Os materiais
no interior do campo, devem ocupar a zona central do
mesmo. As pinças devem ficar com a parte estéril que
toca nas compressas, dentro do campo. A parte da
pinça que é manuseada pelas mãos, ficará fora do
campo.

O soro fisiológico (cloreto de sódio 0,9%) é a solução


de limpeza mais segura e que pode ser usada em
todos os tipos de feridas, pois não interfere no
processo de cicatrização, não altera o ph dos tecidos,
nem causa reações alérgicas (DGS, 2013; Afonso et al.,
2014; Perry, Potter & Elkin, 2013; Menoita, 2015;
Perry, Potter & Ostendorff, 2019; Lewis & Pay, 2020).
Lavar a ferida utilizando uma compressa húmida
Lavar ferida: Lavar é uma forma de remover todo o material,
sangue, pus ou células mortas que possam constituir
um obstáculo à cicatrização.
• Com a Pinça do campo pegar numa compressa;
• Com a Pinça do cliente ajudar a dobrar a
compressa em quatro, sem que as extremidades
das pinças se toquem;

• Com a Pinça do campo humedecer a compressa


na solução de lavagem;

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• Transferir a compressa húmida para a Pinça do


cliente e pousar a Pinça do campo no campo;

• Lavar a ferida num movimento único e


unidirecional, da zona mais limpa para a mais
suja.
Repetir se necessário.

A manipulação das pinças faz-se sempre com as


mesmas voltadas para baixo, evitando a escorrência
de líquidos.
Lavar pele circundante (região perilesão):
• Repetir as atividades anteriores (humedecer
compressa) para lavar a pele circundante e
repetir, se necessário.

É importante lavar a região perilesional para proteger


a pele da agressão do exsudato que eventualmente se

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derramou nesse local e para diminuir o risco de


contaminação da ferida.
Secar ferida:
• Com a Pinça do campo pegar numa compressa
do campo;
• Com a Pinça do cliente ajudar a dobrar a
compressa em quatro, sem que as extremidades
das duas pinças se toquem;
• Com a compressa na Pinça do cliente secar a
ferida num movimento único e unidirecional, da
zona mais limpa para a mais suja.
Repetir se necessário.
Secar pele circundante:
• Repetir as atividades anteriores para secar a pele
circundante e repetir, se necessário.
Tapar ferida. A ferida pode ser tapada com compressa estéril que se
fixa com adesivo ou penso específico (ter em atenção
as caraterísticas da pele).

Retirar resguardo.
Posicionar cliente atendendo, sempre que possível, às Manter o cliente numa posição confortável e segura.
suas preferências.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Transportar carro para zona de descontaminação e
eliminar resíduos no contentor adequado (Grupo III).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Documentar intervenção. Assegurar a continuidade dos cuidados. O registo deve
conter: tipo de ferida, tipo de sutura, localização,
tamanho, idade, presença de exsudato, cheiro e
características da pele circundante (perilesional).
Lavar a ferida por irrigação
Usar luvas, avental de proteção e proteção facial Aquando da técnica de irrigação o enfermeiro deve
ocular (máscara com viseira). adotar medidas de proteção individual (Menoita,
2015).

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De acordo com a norma PBCI da DGS (2013):


“proteção ocular/facial deve ser usada quando existe
risco de projeção de salpicos de fluidos orgânicos para
a face”.
Lavar ferida: Lavar por irrigação tem por objetivo remover a fibrina,
tecido necrótico e exsudato (Santos et al., 2012;
• Aspirar solução de lavagem aquecida (cerca de
Norman et al., 2017). A limpeza com compressa não
36 a 37°C) para uma seringa de 20 ml;
está aconselhada pois ao “esfregar” o leito da ferida
pode provocar-se traumatismo nos tecidos
neoformados e causar dor e desconforto (Afonso et al.,
2014).
O soro fisiológico (cloreto de sódio 0,9%) é a solução
de limpeza mais segura e que pode ser usada em
todos os tipos de feridas, pois não interfere no
processo de cicatrização, não altera o ph, nem causa
reações alérgicas. Na lavagem de feridas crónicas
pode ser utilizada a água potável (água da rede
pública) (Afonso et al., 2014; Lewis & Pay, 2020).
As soluções podem ser aquecidas à temperatura
corporal de 36 a 37°C, uma vez que soluções de
limpeza frias podem retardar o normal processo de
cicatrização até 4 horas (Afonso et al., 2014; Lewis &
Pay, 2020).
Após remover o mandril, a pressão obtida é de 5 a 8
• Adaptar um cateter venoso periférico 18G à psi, pressão ideal para lavar os tecidos sem os
seringa, após remover o mandril do mesmo; danificar ou fazer sangrar. A pressão de irrigação não
deve exceder os 15 psi, (Santos et al., 2012; Lewis &
• Irrigar o leito da ferida a uma distância máxima
Pay, 2020).
de 5 cm da ferida, exercendo pressão no êmbolo
da seringa.

Se necessário remover o excesso de líquido do leito da No caso das feridas cavitárias pode ficar líquido
ferida dentro da loca, pelo que pode ser necessário enxugar
com uma compressa para retirar o excesso de líquido
de lavagem que ficou no leito da ferida. Nesse caso,
tocar com a ponta da compressa no líquido, evitando
tocar no leito da mesma, de modo a evitar
traumatismo dos novos tecidos.
Nas feridas em que se verifique drenagem do líquido
de irrigação, não é aconselhado fazer esta atividade
(Menoita, 2015).
Lavar pele circundante.
Repetir as atividades anteriores conforme adequado.
Secar pele circundante com movimentos suaves e Para não provocar trauma nos tecidos (Lewis & Pay,
pequenos toques. 2020).

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Tapar ferida. Selecionar o penso adequado à condição de


cicatrização, tendo como critérios: tipo de ferida,
quantidade de exsudato e tipo de tecidos presentes
(Santos et al., 2012; Afonso et al., 2014; Menoita,
2015; Lewis & Pay, 2020).
Pode haver necessidade de aplicar penso primário e
secundário.
Retirar resguardo.
Remover luvas.
Posicionar cliente. Manter o cliente numa posição confortável e segura.
Retirar o avental.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Transportar carro para zona de descontaminação e
eliminar resíduos no contentor adequado (Grupo III).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Documentar intervenção. Assegurar a continuidade dos cuidados. O registo deve
conter: tipo de ferida, localização, tamanho, idade,
presença de exsudato, cheiro, tipo de tecidos
presentes, características da pele circundante e tipo de
penso.

Referências Bibliográficas:

Afonso, C., Afonso, G., Azevedo, M., Miranda, M., & Alves, P. (2014). Prevenção e Tratamento de Feridas - Da
Evidência à Prática (1ª ed.). Lisboa: Hartmann Portugal.
Direção-Geral da Saúde (2013). Precauções Básicas do Controlo da Infeção (PBCI), norma n.º 02972012. Lisboa:
DGS, Ministério da Saúde. Recuperado em 28 dezembro, 2020, de: https://nocs.pt/controlo-infecao
Direção-Geral da Saúde (2019). Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde, norma n.º 007/2019. Lisboa: DGS,
Ministério da Saúde. Disponível em: https://normas.dgs.min-saude.pt/2019/10/16/higiene-das-maos-nas-
unidades-de-saude/
Lewis, K., & Pay, J. L. (2020). Wound Irrigation. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK538522/
Menoita, E. (2015). Gestão de Feridas Complexas. Loures: Lusodidacta.
Norman, G., Atkinson, R. A., Smith, T. A., Rowlands, C., Rithalia, A. D., Crosbie, E. J., & Dumville, J. C. (2017).
Intracavity lavage and wound irrigation for prevention of surgical site infection. The Cochrane Database of
Systematic Reviews, 10, CD012234. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5686649/pdf/CD012234.pdf
Ordem dos Enfermeiros (2015). Código Deontológico do Enfermeiro. Disponível em
https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/CodigoDeontologico.pdf
Perry, A. G., Potter, P. A., & Elkin, M. K. (2013). Procedimentos e intervenções de enfermagem (5ª ed.). Rio de
Janeiro: Elsevier.
Perry, A. G., Potter, P. A., & Ostendorff, W. R. (2019). Nursing Interventions & Clinical Skills. (7th ed.). USA:
Elsevier.

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Santos, V., Marques, J., Santos, A. S., Cunha, B., & Manique, M. (2012). Limpeza de Feridas Crónicas:
Abordagem Baseada na Evidência. Journal of Aging & Innovation, 1(4), 53-61. Disponível em
http://journalofagingandinnovation.org/wp-content/uploads/6-Limpeza-de-feridas.pdf
The Joint Comission (TJC) (2020). National Patient Safety Goals Effective January 2020 - Hospital Accreditation
Program. Disponível em: https://www.jointcommission.org/-/media/tjc/documents/standards/national-
patient-safety-goals/npsg_chapter_hap_jan2020.pdf

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2. Intervenção de enfermagem: Remover material de sutura

Definição: Consiste em retirar material de sutura da ferida cirúrgica.

PROCEDIMENTO

Atividades Justificação
Consultar registo no Sistema de Informação Clínico Permite validar a identificação do material de sutura
sobre a ferida e sua etiologia. da ferida cirúrgica, facilitando a preparação do
material necessário.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Identificar cliente (nome e data de nascimento ou Assegurar a identificação correta do cliente de acordo
nome e número do processo clínico, de acordo com a com os padrões de qualidade definidos pela Ordem
política da instituição). dos Enfermeiros (OE, 2001; The Joint Comission, 2020).
Informar cliente sobre procedimento, solicitando o Obter a colaboração do cliente, respeitando o direito à
consentimento. autodeterminação (OE, 2015 - Código Deontológico,
art.º105, alínea a) e b).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Preparar material: Diminuir perda de tempo e melhorar a segurança do
doente.
• Pacote (Kit de feridas) contendo:
Campo estéril
Recipiente
Duas pinças
Compressas
• Solução para lavar a ferida (Soro Fisiológico ou
outras soluções)
• Luvas limpas
• Saco para resíduos
• Penso específico ou compressas e adesivo
• Tesoura
• Resguardo
• Bisturi, tesoura ou pinça tira-agrafos (conforme
indicado).

De acordo com o tipo de sutura deve selecionar


material para remover pontos ou agrafos cutâneos.

Revisto em dezembro de 2020 11/25


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Carro de apoio ao tratamento de feridas de uso Diminuir o risco de contaminação do campo e da


individual, previamente desinfetado. O carro não deve ferida.
ter qualquer outro material para além do necessário Facilitar a triagem de resíduos.
ao procedimento. Colocar saco de resíduos no balde
do carro. Após a utilização deve ser novamente
descontaminado.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).

Posicionar o cliente de acordo com a situação clínica e Facilitar a execução da intervenção.


o local corporal a expor.
Colocar resguardo sob o cliente. Evitar sujar a roupa do cliente e a roupa da cama.
Executar as atividades de lavar a ferida utilizando uma
compressa húmida até à etapa “secar ferida”.
Remover sutura com pontos
Com a pinça do cliente segurar a extremidade do
ponto a remover e rodar ligeiramente para soltar o
ponto da pele.
Com a outra mão, segurar a tesoura ou bisturi. A
lâmina do bisturi deve ter a parte cortante voltada
para cima e para fora.
Cortar ponto de sutura: Introduzir o bisturi por baixo
do ponto junto à pele e exercer força no sentido do
exterior, de modo a cortar o ponto.

Retirar ponto com a pinça.

É importante visualizar se o material de sutura (ponto)


é removido na totalidade.
Repetir para cada um dos restantes pontos. Habitualmente os pontos são removidos de forma
alternada.
Lavar ferida após retirar os pontos. Remover algum resíduo que possa ter ficado sobre a
ferida.
Secar a ferida.
Colocar penso de proteção, se adequado. A colocação de penso depende da possibilidade de
traumatismo do novo tecido de epitelização ou ainda
traumatismo do local de encerramento da ferida.
Retirar resguardo de proteção.
Posicionar cliente. Manter o cliente numa posição confortável e segura.

Revisto em dezembro de 2020 12/25


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Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Transportar carro para zona de descontaminação e
eliminar resíduos no contentor adequado (Grupo III).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Documentar intervenção. Assegurar a continuidade dos cuidados. O registo deve
conter se o material de sutura foi retirado na
totalidade ou se foram retirados pontos alternados.
Remover sutura com agrafos
Pegar na pinça tira-agrafos.

Inserir a extremidade da pinça (os dentes rasos) por


baixo do agrafo, junto à pele da pessoa.

Premir a pinça tira-agrafos. Esta pressão liberta o A oscilação do movimento, associado à pressão da
agrafo da pele. Se for necessário, efetuar um ligeiro pinça no agrafo, facilita a libertação do agrafo na
movimento oscilatório para um lado e para o outro. pele.

Revisto em dezembro de 2020 13/25


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Repetir o processo para cada um dos restantes É usual remover agrafos de forma intercalada.
agrafos.
A remoção do material de sutura segue as orientações
já dadas em aula TP, de acordo com o local
anatómico. Os agrafos que suturam uma incisão
horizontal podem ser removidos em 3 a 4 dias; numa
incisão vertical podem ser removidos em 7, 10 ou mais
dias (kingsnorth & Majid, 2001).
Lavar ferida. Remover algum resíduo que possa ter ficado sobre a
ferida.
Secar ferida.
Colocar penso de proteção, se adequado. Evitar traumatismo do novo tecido de epitelização.
Retirar resguardo.
Posicionar cliente. Manter o cliente numa posição confortável e segura.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Transportar carro para zona de descontaminação e
eliminar resíduos no contentor adequado (Grupo III).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Documentar intervenção. Assegurar a continuidade dos cuidados. O registo deve
conter informação sobre o estado de cicatrização da
ferida e ainda informação sobre se o material de
sutura foi retirado na totalidade ou se foram retirados
pontos alternados.

Referências Bibliográficas:

Direção-Geral da Saúde (2013). Precauções Básicas do Controlo da Infeção (PBCI), norma n.º 02972012. Lisboa:
DGS, Ministério da Saúde. Recuperado em 28 dezembro, 2020, de: https://nocs.pt/controlo-infecao
Direção-Geral da Saúde (2019). Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde, norma n.º 007/2019. Lisboa: DGS,
Ministério da Saúde. Disponível em: https://normas.dgs.min-saude.pt/2019/10/16/higiene-das-maos-nas-
unidades-de-saude/
Kingsnorth, A., & Majid, A. A., (2001). Principles of Surgical Practice. Cambridge: Cambridge University Press.
Ordem dos Enfermeiros (2015). Código Deontológico do Enfermeiro. Disponível em
https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/CodigoDeontologico.pdf
The Joint Comission (TJC) (2020). National Patient Safety Goals Effective January 2020 - Hospital Accreditation
Program. Disponível em: https://www.jointcommission.org/-/media/tjc/documents/standards/national-
patient-safety-goals/npsg_chapter_hap_jan2020.pdf
Veiga, B. S., Henriques, E., Barata, F., Santos, F., Santos, I. S., Martins, M. M., Silva, P. C. (2011). Manual de
Normas de Enfermagem – Procedimentos Técnicos (2ª ed.). Lisboa: Administração Central do Sistema de
Saúde, IP.

Revisto em dezembro de 2020 14/25


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CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM - 2º ANO
UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

3. Intervenção de enfermagem: Executar tratamento ao local de inserção do dreno

Definição: Consiste numa técnica assética, organizada num conjunto de atividades que visam lavar o
local de inserção do dreno.

PROCEDIMENTO

Atividades Justificação
Consultar registo no Sistema de Informação Clínico Permite validar o local de inserção do dreno, tipo de
sobre a ferida e sua etiologia. dreno e sistema de drenagem, e as caraterísticas da
pele, facilitando a preparação do material necessário.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Identificar cliente (nome e data de nascimento ou Assegurar a identificação correta do cliente de acordo
nome e número do processo clínico, de acordo com a com os padrões de qualidade definidos pela Ordem
política da instituição). dos Enfermeiros (OE, 2001; The Joint Comission, 2020).
Informar cliente sobre procedimento, solicitando o Obter a colaboração do cliente, respeitando o direito à
consentimento. autodeterminação (OE, Código Deontológico, art.º105,
alínea a) e b).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Preparar material: Diminuir perda de tempo e melhorar a segurança do
doente.
• Pacote (Kit de feridas) contendo:
Campo estéril
Recipiente
Duas pinças
Compressas
• Solução para lavar a ferida (Soro Fisiológico ou
outras soluções)
• Luvas limpas
• Saco para resíduos
• Penso ou compressas esterilizadas e adesivo
• Tesoura
• Resguardo
(Na falta de Kit: Campo estéril, luvas esterilizadas e
Compressas).
Carro de apoio ao tratamento de feridas de uso Diminuir o risco de contaminação do campo e da
individual, previamente desinfetado. O carro não deve ferida.
ter qualquer outro material para além do necessário Facilitar a triagem de resíduos.
ao procedimento. Colocar saco de resíduos no balde
do carro. Após a utilização deve ser novamente
descontaminado.

Revisto em dezembro de 2020 15/25


UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Posicionar o cliente de acordo com a situação clínica e Facilitar a execução da intervenção.
a área a expor.
Colocar resguardo sob o cliente. Evitar sujar a roupa do cliente e a roupa da cama.
Calçar luvas. Proteger o enfermeiro do contato com fluidos
potencialmente infeciosos.
Observar penso, dreno, drenagem e sistema de Verificar se o penso está aderente ou repassado, e em
drenagem. caso afirmativo, quais as características do exsudato
(seroso, sanguinolento, purulento) e odor (presente ou
não).
Inspecionar a permeabilidade e integridade do dreno A permeabilidade e integridade do dreno e do sistema
e do sistema de drenagem. de drenagem contribuem para a drenagem do
exsudato, e por isso, para a cicatrização da ferida.
A tensão (tração) no dreno pode causar lesão na pele e
Avaliar tração do dreno e/ou do sistema de drenagem. exteriorização do dreno, facilitando a sua deslocação
da área a drenar. Tal implica a ausência de saída de
exsudato, prejudicando a cicatrização.
Remover penso. Destacar o penso com cuidado, num movimento
suave, de forma a impedir a saída acidental
Nota: No caso do penso se manter aderente à pele
(exteriorização) do dreno (Veiga et al., 2011).
pode humedecê-lo com uma solução estéril, por
exemplo: Soro Fisiológico, para facilitar a sua remoção
com o menor trauma possível.
Observar parte interna do penso e colocá-lo no saco Permite perceber a quantidade e caraterísticas do
de resíduos. exsudato drenado pela ferida. Caso aconteça, revela
tensão interna de líquidos e dificuldade do dreno em
drenar o que é suposto drenar.
Avaliar o local de inserção do dreno: Constituem excelentes qualificadores da evolução da
• Características da pele no local de inserção do ferida (Perry, Potter & Elkin, 2013; Menoita, 2015;
dreno (com ou sem rubor); Perry, Potter & Ostendorff, 2019).
• Perdas de exsudato pelo local de inserção do
dreno (cor, odor e consistência, quantidade);
• Tecidos presentes, se visível;
• Pele circundante. Convém verificar a presença de fibrina no local de
inserção do dreno.

Remover luvas.

Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).

Abrir o campo estéril e dispor o material: O campo deve permanecer o menor tempo possível em
• Definir a pinça que irá ao cliente e colocá-la, num contacto com a atmosfera pelo risco de contaminação.
dos lados do campo (próximo do cliente) – Pinça Contudo, existem situações que devido aos riscos
do cliente; inerentes ou necessidade de atuação rápida impõem a
exposição do campo antes de retirar o penso, como
• Colocar a outra pinça, que irá ao campo, no lado por exemplo elevado exsudato ou hemorragia pelo
oposto do campo (distante do cliente) – Pinça do local da inserção do dreno (Perry, Potter & Elkin, 2013;
campo; Menoita, 2015; Perry, Potter & Ostendorff, 2019).

Revisto em dezembro de 2020 16/25


UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

• Colocar o recipiente no lado do campo que ficar O material deve ser disposto de forma a ser facilmente
mais próximo do cliente; utilizado, sem grande perda de tempo.
• Colocar as compressas no outro lado do campo; O soro fisiológico (cloreto de sódio 0,9%) é a solução
• Colocar a solução para lavar o local da inserção de limpeza mais segura e que pode ser usada em
do dreno no recipiente. todos os tipos de feridas, pois não interfere no
processo de cicatrização, não altera o ph, nem causa
reações alérgicas (Afonso et al., 2014; Veiga et al.,
Nota: Sendo facultativo, é boa norma colocar uma 2011; Perry, Potter & Elkin, 2013; Menoita, 2015;
compressa por baixo da pinça do cliente. Os materiais Perry, Potter & Ostendorff, 2019; Chaverri Fierro,
no interior do campo, devem ocupar a zona central do 2019; Lewis & Pay, 2020).
mesmo. As pinças devem ficar com a parte estéril que
toca nas compressas, dentro do campo. A parte da
pinça que é manuseada pelas mãos, ficará fora do
campo.
Lavar o local de inserção do dreno: A manipulação das pinças faz-se sempre com as
• Segurar na Pinça do campo e pegar numa mesmas voltadas para baixo, evitando a escorrência
compressa; de líquidos. Lavar em circular conforme figura (Potter
& Ostendorff, 2019).
• Com a Pinça do cliente ajudar a dobrar a
compressa em quatro, sem que as extremidades
das pinças se toquem;
• Com a Pinça do campo humedecer a compressa
na solução de lavagem;
• Passar a compressa para a Pinça do cliente e
pousar a Pinça do campo no campo;
• Com a compressa húmida na Pinça do cliente
lavar o local de inserção do dreno num
movimento suave circular, único e unidirecional,
em redor do local de inserção do dreno;
• Repetir este processo mais duas vezes, em
círculo, da zona proximal para a distal (3
círculos).
Repetir, se necessário.
Secar ferida:
• Segurar na Pinça do campo e pegar numa
compressa;
• Com a Pinça do cliente ajudar a dobrar a
compressa em quatro, sem que as extremidades
das pinças se toquem;
• Com a compressa na Pinça do cliente secar o
local de inserção do dreno num movimento
circular, único e unidirecional, da zona proximal
para a distal.
Repetir, se necessário.
Tapar ferida. A ferida pode ser tapada com compressa que se fixa
com adesivo ou penso.
Verificar estrangulamento do dreno no local de
inserção, poderá impedir a saída de exsudato.

Revisto em dezembro de 2020 17/25


UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

Retirar resguardo.
Posicionar cliente. Manter o cliente numa posição confortável e segura.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Transportar carro para zona de descontaminação e
eliminar resíduos no contentor adequado (Grupo III).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Documentar intervenção. Assegurar a continuidade dos cuidados.
O registo deve conter: características do local de
inserção do dreno, perdas de exsudato pelo local de
inserção do dreno, caraterísticas dessas perdas,
características da pele circundante, presença de
eritema ou de maceração da pele.

Referências Bibliográficas:

Afonso, C., Afonso, G., Azevedo, M., Miranda, M., & Alves, P. (2014). Prevenção e Tratamento de Feridas - Da
Evidência à Prática (1ª ed.). Lisboa: Hartmann Portugal.
Direção-Geral da Saúde (2013). Precauções Básicas do Controlo da Infeção (PBCI), norma n.º 02972012. Lisboa:
DGS, Ministério da Saúde. Recuperado em 28 dezembro, 2020, de: https://nocs.pt/controlo-infecao
Direção-Geral da Saúde (2019). Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde, norma n.º 007/2019. Lisboa: DGS,
Ministério da Saúde. Disponível em: https://normas.dgs.min-saude.pt/2019/10/16/higiene-das-maos-nas-
unidades-de-saude/
Kingsnorth, A., & Majid, A. A., (2001). Principles of Surgical Practice. Cambridge: Cambridge University Press.
Lewis, K., & Pay, J. L. (2020). Wound Irrigation. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK538522/
Menoita, E. (2015). Gestão de Feridas Complexas. Loures: Lusodidacta.
Ordem dos Enfermeiros (2015). Código Deontológico do Enfermeiro. Disponível em
https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/CodigoDeontologico.pdf
Perry, A. G., Potter, P. A., & Elkin, M. K. (2013). Procedimentos e intervenções de enfermagem (5ª ed.). Rio de
Janeiro: Elsevier.
Perry, A. G., Potter, P. A., & Ostendorff, W. R. (2019). Nursing Interventions & Clinical Skills. (7th ed.). USA:
Elsevier.
The Joint Comission (TJC) (2020). National Patient Safety Goals Effective January 2020 - Hospital Accreditation
Program. Disponível em: https://www.jointcommission.org/-/media/tjc/documents/standards/national-
patient-safety-goals/npsg_chapter_hap_jan2020.pdf
Veiga, B. S., Henriques, E., Barata, F., Santos, F., Santos, I. S., Martins, M. M., Silva, P. C. (2011). Manual de
Normas de Enfermagem – Procedimentos Técnicos (2ª ed.). Lisboa: Administração Central do Sistema de
Saúde, IP.

Revisto em dezembro de 2020 18/25


ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM - 2º ANO
UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

4. Intervenção de enfermagem: Trocar dispositivo de drenagem

Definição: Consiste na substituição do dispositivo de drenagem.

PROCEDIMENTO

Atividades Justificação
Consultar registo no Sistema de Informação Clínico Permite validar o local de inserção do dreno e as
sobre a ferida e sua etiologia. caraterísticas da pele, facilitando a preparação do
material necessário.
Permite validar o tipo de dispositivo de drenagem
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Identificar cliente (nome e data de nascimento ou Assegurar a identificação correta do cliente de acordo
nome e número do processo clínico, de acordo com a com os padrões de qualidade definidos pela Ordem
política da instituição). dos Enfermeiros (OE, 2001) e The Joint Comission (TJC,
2020).
Informar cliente sobre procedimento, solicitando o Obter a colaboração do cliente, respeitando o direito à
consentimento. autodeterminação (OE, Código Deontológico, art.º105,
alínea a) e b), 2015).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Preparar material: Diminuir perda de tempo e melhorar segurança do
• Compressas esterilizadas e solução ou toalhetes cliente.
desinfetantes
• Luvas esterilizadas
• Saco para resíduos
• Resguardo
• Dispositivo de drenagem: saco de drenagem ou
dispositivo de pressão negativa.

Revisto em dezembro de 2020 19/25


UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Posicionar o cliente de acordo com a situação clínica e Facilitar a execução da intervenção.
a área corporal a expor.
Colocar resguardo sob o cliente. Evitar sujar a roupa do cliente e a roupa da cama.
Trocar dispositivo de pressão negativa
Clampar a tubuladura para o dreno e a tubuladura
para o dispositivo (reservatório) de pressão negativa.
Observar quantidade e caraterísticas da drenagem no
reservatório.
Preparar novo dispositivo a substituir:
• Abrir a embalagem e colocar o dispositivo em
lugar seguro.
Calçar luvas esterilizadas.
Lavar e desinfetar as conexões de ligação do sistema a Reduzir a possibilidade de transmissão de
substituir, com uma solução desinfetante (álcool a 70º microrganismos para o novo sistema.
ou outra solução indicada para o efeito).
Desconectar o dispositivo de pressão negativa
(reservatório) do sistema de drenagem.
Adaptar o novo dispositivo de pressão negativa
(reservatório).
Desclampar a tubuladura do sistema de drenagem e Restabelecer o vácuo no dispositivo de drenagem.
depois o dispositivo de drenagem (reservatório).
Verificar funcionamento do novo dispositivo de Verificar a sucção do sistema através da observação
drenagem (reservatório). do movimento do exsudato, da tubuladura para o
dispositivo de pressão negativa (reservatório).
Retirar resguardo.
Posicionar cliente. Manter o cliente numa posição confortável e segura.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Transportar carro para zona de descontaminação e
eliminar resíduos no contentor adequado (Grupo III).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Documentar a intervenção. Assegurar a continuidade dos cuidados.
O registo deve conter que o sistema de pressão
negativa foi trocado e a quantidade e caraterísticas da
drenagem.

Trocar saco de drenagem


Preparar todo o material para tratamento da ferida, Incluir no material saco de tamanho adequado (se
incluindo o saco de drenagem. necessário, pode aumentar o diâmetro do orifício de

Revisto em dezembro de 2020 20/25


UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

passagem do dreno, recortando o orifício com recurso


a tesoura esterilizada de pontas curvas, usando
técnica assética). O risco de contaminação/infeção a
ferida é elevado pelo que toda a preparação do
material deve ser assética.

Calçar luvas. Proteger o enfermeiro do contato com fluidos


potencialmente infeciosos.
Descolar o saco de drenagem da pele do doente, num Evita traumatismo da pele.
movimento suave, sem puxar, empurrando
gentilmente a pele na direção oposta à do saco com
os dedos.

Quando remover o saco, colocar com ajuda da pinça


do doente a extremidade do dreno sobre uma
compressa estéril.

Avaliar conteúdo drenado.


Remover luvas.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Executar tratamento ao local de inserção do dreno, Diminuir o risco de contaminação.
seguindo o procedimento.
Inspecionar as condições da pele em volta do local de A drenagem de fluidos a pele e aumenta o risco de
inserção do dreno, bem como as características do alteração da integridade dos tecidos.
local de inserção.

Lavar e secar bem a pele em redor do dreno. A humidade interfere na adesão do saco à pele.
Colar o novo saco de baixo para cima, de modo a que Assegurar que o local e o dreno não são contaminados
o dreno entre, sem tocar, no centro do orifício do por microorganismos.
saco. Se necessário auxilie a entrada do dreno no saco
com a ajuda da pinça estéril.
Aderir bem o saco à pele, efetuando movimentos
ligeiros de compressão com os dedos na parte
aderente do saco.

Revisto em dezembro de 2020 21/25


UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

Retirar resguardo.
Posicionar cliente. Manter o cliente numa posição confortável e segura.
Relembrar ao cliente o correto posicionamento do Prevenir complicações.
local e do saco de drenagem quando deambula, se
senta ou se vira na cama.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Transportar carro para zona de descontaminação e
eliminar resíduos no contentor adequado (Grupo III).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Documentar a intervenção. Assegurar a continuidade dos cuidados. O registo deve
conter que o saco de drenagem foi trocado e a
quantidade e caraterísticas da drenagem.

Referências Bibliográficas:

Direção-Geral da Saúde (2013). Precauções Básicas do Controlo da Infeção (PBCI), norma n.º 02972012. Lisboa:
DGS, Ministério da Saúde. Recuperado em 28 dezembro, 2020, de: https://nocs.pt/controlo-infecao
Direção-Geral da Saúde (2019). Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde, norma n.º 007/2019. Lisboa: DGS,
Ministério da Saúde. Disponível em: https://normas.dgs.min-saude.pt/2019/10/16/higiene-das-maos-nas-
unidades-de-saude/
Ordem dos Enfermeiros (2015). Código Deontológico do Enfermeiro. Disponível em
https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/CodigoDeontologico.pdf
The Joint Comission (TJC) (2020). National Patient Safety Goals Effective January 2020 - Hospital Accreditation
Program. Disponível em: https://www.jointcommission.org/-/media/tjc/documents/standards/national-
patient-safety-goals/npsg_chapter_hap_jan2020.pdf

Revisto em dezembro de 2020 22/25


ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM - 2º ANO
UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

5. Intervenção de enfermagem: Remover dreno de ferida

Definição: Consiste em retirar o dreno de uma ferida cirúrgica.

PROCEDIMENTO

Atividades Justificação
Consultar registo no Sistema de Informação Clínico, Permite validar a identificação do material de sutura
sobre a ferida e sua etiologia. da ferida cirúrgica, facilitando a preparação do
material necessário.

Validar informação/indicação médica para remover Decisão clínica multidisciplinar.


dreno.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Identificar cliente (nome e data de nascimento ou Assegura a identificação correta do cliente de acordo
nome e número do processo clínico, de acordo com a com os padrões de qualidade definidos pela Ordem
política da instituição). dos Enfermeiros (OE, 2001) e The Joint Comission (TJC,
2020).
Informar cliente sobre procedimento, solicitando o Obter a colaboração do cliente, respeitando o direito à
consentimento. autodeterminação (OE, Código Deontológico, art.º105,
alínea a) e b), 2015).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Preparar material: Diminuir perda de tempo e melhorar segurança do
• Pacote (Kit de feridas) contendo: cliente.
Campo estéril
Recipiente para líquido (cápsula ou cuvete)
Duas pinças
Compressas
• Solução para lavar/irrigar a ferida (Soro
Fisiológico ou outras soluções ou produtos, se
adequado)
• Luvas limpas
• Saco para resíduos
• Penso específico ou compressas e adesivo
• Tesoura
• Resguardo
• Bisturi, tesoura.
Posicionar o cliente de acordo com a situação clínica e Facilitar a execução da intervenção.
a área corporal a expor.
Colocar resguardo sob o cliente. Evitar sujar a roupa do cliente e a roupa da cama.
Executar as restantes atividades de executar
tratamento de ferida até à etapa - secar ferida.

Revisto em dezembro de 2020 23/25


UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

Cortar ponto de segurança do dreno à pele:


Com a Pinça do cliente, segurar a extremidade do
ponto que segura o dreno à pele.
Segurar o bisturi com a parte cortante voltada para
fora.
Colocar o bisturi por baixo do ponto junto à pele e
exercer força no sentido exterior, de modo a cortar o
ponto.
Retirar ponto com pinça de cliente.

Calçar luvas. Proteger o enfermeiro do contato com fluidos


potencialmente infeciosos.
Clampar a tubuladura e o frasco de drenagem. Em alguns casos esta atividade pode estar
recomendada, quando se pretende extrair os fluídos
do trajeto do dreno, mas deve ser recomendada pelo
médico.
Com a Pinça do cliente colocar uma compressa por
cima do local de inserção do dreno e com a outra mão
remover o dreno num movimento suave, rotativo e
contínuo até estar totalmente exteriorizado.
Pode pedir ao cliente para se focalizar na respiração Favorece o relaxamento e diminui o desconforto.
profunda.
Efetuar pressão na ferida por dreno, com uma A remoção do dreno pode desenvolver uma pequena
compressa durante alguns segundos. hemorragia. Pode ser benéfica uma ligeira compressão
sobre o local. Deve ter-se em consideração o estado de
coagulação do cliente.
Retirar luvas.
Lavar novamente a ferida.
Secar a ferida.
Colocar penso de proteção.
Retirar resguardo.
Posicionar cliente. Manter o cliente numa posição confortável e segura.
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Transportar carro para zona de descontaminação e
eliminar resíduos no contentor adequado (Grupo III).
Executar higiene das mãos. Item das precauções básicas do controlo da infeção
(PBCI) (DGS, 2013). Consultar norma n.º 007/2019
(DGS, 2019).
Documentar intervenção. Assegurar a continuidade dos cuidados. O registo deve
conter que o dreno foi retirado e que foi colocado
penso de proteção.

Revisto em dezembro de 2020 24/25


UNIDADE CURRICULAR: RESPOSTAS CORPORAIS À DOENÇA II

Referências Bibliográficas:

Direção-Geral da Saúde (2013). Precauções Básicas do Controlo da Infeção (PBCI), norma n.º 02972012. Lisboa:
DGS, Ministério da Saúde. Recuperado em 28 dezembro, 2020, de: https://nocs.pt/controlo-infecao
Direção-Geral da Saúde (2019). Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde, norma n.º 007/2019. Lisboa: DGS,
Ministério da Saúde. Disponível em: https://normas.dgs.min-saude.pt/2019/10/16/higiene-das-maos-nas-
unidades-de-saude/
Ordem dos Enfermeiros (2015). Código Deontológico do Enfermeiro. Disponível em
https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/CodigoDeontologico.pdf
The Joint Comission (TJC) (2020). National Patient Safety Goals Effective January 2020 - Hospital Accreditation
Program. Disponível em: https://www.jointcommission.org/-/media/tjc/documents/standards/national-
patient-safety-goals/npsg_chapter_hap_jan2020.pdf

FICHA TÉCNICA DO DOCUMENTO (revisão em 2020. 12. 31) – Escola Superior de Enfermagem
do Porto – CLE _ Respostas Corporais à Doença II
Autores
Doutora Celeste Bastos Professora Adjunta
Mestre Clara Monteiro Assistente
Doutora Cristina Barroso Professora Adjunta
Pinto
Mestre Fátima Segadães Professora Adjunta
Doutora Olga Fernandes Professora Coordenadora da Unidade Curricular
Doutor Paulo Marques Professor Adjunto
Mestre Ricardo Gil Silva Assistente

Revisto em dezembro de 2020 25/25

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