Índice
Índice
Índice
Introdução........................................................................................................................................2
Ideias fundamentais.........................................................................................................................4
Trajetória Intelectual........................................................................................................................4
Um Paradigma Libertário................................................................................................................4
Resistir à violência...........................................................................................................................5
Conclusão........................................................................................................................................7
Referência bibliográfica...................................................................................................................8
Introdução
Severino Elias Ngoenha tem sido considerado pela academia moçambicana como o mais
influente filósofo do país. Esta apreciação marca, por si só, uma boa chave de leitura para a
interpretação do referido filósofo. Se, por um lado, Ngoenha jamais descurou do diálogo com a
tradição da filosofia ocidental, nem tampouco deixou de tratar da afirmação positiva da filosofia
africana, será no solo de seu país – Moçambique – que suas reflexões terão maior pujança e
melhor ventura. Sua obra pode ser considerada como uma indagação filosófica sobre a liberdade
a partir das contradições próprias da história contemporânea de Moçambique. Desde suas
primeiras obras Por uma Dimensão Moçambicana da Consciência Histórica (1992) e Filosofia
Africana: das independências as liberdades (1993), Ngoenha reflete sobre a adiada liberdade,
prometida pela Independência (1975) e, entretanto abruptamente limitada pela Guerra Civil
Moçambicana (1976-1992) e pelo modus operandi da administração política da época.
Trajetória Intelectual
Moçambique é um país marcado pela diversidade étnica (mais de 20 etnias) dispersa em grande
extensão territorial (mais de 800 mil quilômetros quadrados) e grande variabilidade de povos e
religiões, bem como por grandes migrações. O sobrenome Ngoenha é oriundo da região central
do país, província de Sofala, da etnia Ndau (marcada, historicamente, pela memória de
resistências no período colonial). Em entrevista realizada por Helena Bomeny, Guilherme
Mussane e Arbel Griner, em 2011, em Salvador da Bahia3, Severino mostram que, mais do que
ser Ngoenha (com uma geografia etnicamente localizada), é um pensador moçambicano e
cidadão do mundo. Nascido em Maputo, em 1962, tendo os pais oriundos da Província de Gaza,
Severino Ngoenha, como se verá, terá um percurso de formação intelectual e acadêmica muito
instigante. Será desta trajetória que se descobrirá como filósofo, como africano e,
principalmente, como pensador moçambicano.
Um Paradigma Libertário
A ideia de liberdade em Nogenha pode ser entendida – como consta da sua obra Filosofia
Africana: das Independências às Liberdade (1993), – como um pensamento associado à condição
histórica do africano. Nogenha sustenta que os esforços que começaram na segunda metade do
Século XIX, quer eles se chamem pan-africanismo, etnofilosofia, filosofia crítica, negritude ou
hermenêutica, se afiguram movimentos que vivem do espírito e tendem para a mesma realidade:
a liberdade do africano, condição da sua historicidade (BUANAISSA, 2016).
Desde a obra Por uma Dimensão Moçambicana da Consciência Histórica, Ngoenha defende a
necessidade dos moçambicanos adotarem a crítica e a interrogação como forma de interpelação
de seu futuro enquanto povos africanos (numa direta interpelação com Buanaíssa, E.). F. -
Severino Ngoenha.
Resistir à violência
Já na antiga Grécia, Diógenes tinha um posicionamento bastante duro e crítico face a injustiça e
opressão da época, pois em Atenas, por exemplo, as desigualdades entre ricos e pobres, cidadãos
e escravos, entre outros, atingia níveis inimagináveis do viver juntos.
Em formas de considerações finais, diríamos que o trabalho é pertinente pelo facto de nos trazer
à tona algumas das melhores reflexões sobre a história da filosofia africana em geral, mas
também, a ideia do nascimento do paradigma libertário proposto por Ngoenha e as várias.