Artes - Márcia

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Questão 01 – MODERNISMO / ARTE CONTEMPORÂNEA

TEXTO I
Na lateral acinzentada e já desbotada pelo sol de um prédio no Centro Histórico da capital paulista, o artista e ativista
paulistano Mundano, “artivista”, como gosta de ser chamado, fará um mural de 780 m², uma releitura da obra “O lavrador
de café”, do artista plástico paulista Cândido Portinari. As cinzas de florestas que foram queimadas nos últimos meses
são coletadas, amassadas, trituradas em um moedor de café e, depois, misturadas em água e tinta. Depois desse
processo, o material é aplicado na superfície.

MUNDANO. O lavrador de café (releitura). Disponível em: https://espacodemocratico.org.br. Acesso em: 20 jul. 2022.

TEXTO II

PORTINARI, C. O lavrador de café, 1934. Óleo sobre tela.

A proposta do material e do mural, como possibilidade de experimentação e de reconstrução, no trabalho de Mundano


tem como objetivo
A unir-se ao espaço artístico, elitizado e botânico.
B mostrar-se ao ar livre, posteriormente, em museus e em galerias.
C apresentar a transitoriedade da vida e o comportamento humano selvagem.
D recriar a realidade e espelhar, com perfeição, as figuras humanas e a natureza.
E denunciar a destruição dos grandes ecossistemas brasileiros, reduzidos a cinzas.

Comentário:
A proposta da ação, de acordo com Mundano, é denunciar a destruição dos grandes ecossistemas brasileiros, “que estão
sendo, literalmente, reduzidos a cinzas”, além de homenagear os brigadistas que combatem as queimadas Brasil afora. O
mural de 780 m² no Centro de São Paulo será pintado com tinta produzida a partir de cinzas de florestas que foram
queimadas nos últimos meses.
Questão 02 – VANGUARDA EUROPEIA – CUBISMO/ MODERNISMO

AMARAL, T. Morro da Favela ,1924. Óleo sobre tela.

As vanguardas europeias trouxeram novas perspectivas para as artes plásticas brasileiras. Na obra Morro da Favela,
a pintora Tarsila do Amaral valoriza
A os padrões e objetos mecânicos.
B as retas em detrimento dos círculos.
C os padrões tradicionais nacionalistas.
D a representação por formas geométricas.
E a representação de trabalhadores do campo.

Comentário:
Tarsila do Amaral visitou o Rio de Janeiro no Carnaval de 1924, ano em que pintou três paisagens cariocas, 'Morro da Favela',
'Carnaval em Madureira' e 'E.F.C.B' em referência à Estrada de Ferro Central do Brasil. O cenário do Morro da Favela surge
como uma zona rural habitada pela população negra, povoada por casas coloridas e vegetação tarsiliana.
Em meio às casas de alvenaria geometrizadas e pintadas de rosa, branco e azul, encontram-se barracos de madeira escura
que parecem mal se sustentar verticalmente, assumindo posturas semelhantes às plantas, espremidos entre as outras casas.
Seis personagens negros e dois animais povoam a paisagem.
Discípula de Fernand Léger (1881-1955) e da estilização geometrizada cubista, Tarsila ordena os horizontais, distribuídos
harmonicamente pela tela. Obra central da primeira exposição de Tarsila do Amaral em Paris, pode-se dizer que esta pintura
contribuiu com uma certa invenção moderna da favela como imagem carioca, no contexto da pintura de cenas nacionais
estereotipadas para exportação. A favela aparece romantizada, higienizada, sem privações, conflitos, repressão policial ou
contrastes sociais, mas como um modo de vida interiorano em meio à cidade.
Texto de Guilherme Giufrida presente no catálogo e na exposição 'Tarsila popular', em cartaz até 28.7, no MASP.
Questão 03 – BARROCO / ARTE CONTEMPORÂNEA
Admirado por artistas contemporâneos e posteriores ao seu tempo, o pintor, espanhol Diego Velázquez (1599-1660)
teve algumas de suas obras reinterpretadas por outros aclamados artistas de diferentes períodos. O também irlandês
Francis Bacon (1909-1992) recriou o quadro Inocência X (1650), no ano de 1953.

VELÁZQUEZ, D. Retrato do Papa BACON, F. Estudo do Retrato do Papa


Inocêncio X, 1650. Inocêncio X pintado por Diego Velázquez, 1953

Os quadros tratam do mesmo tema, embora pertençam a dois momentos distintos da história da arte. O confronto entre
as imagens revela um traço fundamental da pintura pós-moderna, que se caracteriza pela
A busca em fundar a representação na evidência dos objetos.
B tentativa de compor o espaço pictórico com base nas figuras naturais.
C continuidade da preocupação com a nitidez das figuras representadas.
D ruptura com o princípio de imitação característico das artes visuais no Ocidente.
E secularização dos temas e dos objetos figurados com base na assimilação de técnicas do Oriente.

Comentário:
O quadro de Diego Velázquez, Papa Inocêncio X (1650) encontra‑se em Roma na Galeria Doria Pamphigli. É uma pintura ao
estilo realista representando um Papa brilhante, radioso, magnífico, seguro, em suma simbolizando a robustez de um dos
pilares fundamentais da cultura e civilização ocidentais. Trezentos anos depois Francis Bacon viu-o em reprodução e reuniu
depois uma vasta coleção de reproduções, através das quais veio a estudar e a conhecer profundamente o quadro. Teve o
cuidado de nunca o ver ao vivo e mesmo quando esteve em Roma evitou a todo o custo o encontro. Entre 1951 e 1965 pintou
45 estudos, variações, reações ao quadro de Velázquez, sentindo sempre uma fortíssima obsessão por ele.
Em suma, o que Bacon tenta captar é o estado emocional e sensitivo de um sujeito num determinado momento, o seu objetivo
é captar uma identidade. O que ele pinta é o grito como a captação de uma força invisível. O seu objetivo é expressar a
realidade torturante do homem contemporâneo traumatizado pela impossibilidade de erradicar o Mal.
À semelhança de muitos outros artistas do pós-II Guerra Mundial tentou reproduzir o clima de terror absoluto e descrença
na cultura, expressando o que aconteceu à humanidade finda a Guerra e o Holocausto nazi: a destruição geral, a morte, o
flagelo, o holocausto nuclear, a despersonalização do homem que se converte em cadáver atirado para valas comuns, seres
asfixiados, queimados e atirados fora como lixo, o desespero mudo dos rostos de bocas abertas, incapazes de produzir
qualquer som.
Questão 04 – MODERNISMO
Cândido Portinari, o pintor do café. Filho de imigrantes italianos que trabalhavam na colheita, o artista modernista
retratou aspectos da cafeicultura brasileira do século XX. Analise a reprodução do quadro Café, pintado por Cândido
Portinari, em 1935.

PORTINARI. Café. 1935. Óleo sobre tela.

Nesse quadro, o artista


A evidencia a necessidade do feitor para a fiscalização dos trabalhadores.
B demonstra a fragilidade humana para a realização de tarefas na colheita.
C apresenta a força do trabalho coletivo para a produção da riqueza agrícola.
D expõe a imagem idílica do campo para a identificação da mão de obra rural.
E expressa a visão política do artista, ao figurar um corpo numa proporcionalidade clássica.

Comentário:
Nessa pintura, ele retrata o árduo trabalho diário realizado por mulheres e homens em uma plantação de café. É um retrato
realista, o pintor criou composições como a acima, coletivas, flagrando diferentes momentos da produção no cafezal. Aqui
os pés e as mãos dos trabalhadores são desproporcionais quando comparados ao resto do corpo, isso foi feito
intencionalmente pelo pintor, que queria enfatizar a questão da força da mão de obra braçal envolvida nesse tipo de ofício.
A obra de Cândido Portinari faz referência à importância da produção cafeeira para o Brasil Império e República, época em
que o café era considerado o ouro verde do Brasil. Em 1928, Portinari recebeu uma bolsa de estudos para estudar em Paris.
Questão 05 – ARTE CONTEMPORÂNEA
TEXTO I

STUART, G. George Washington,1797.


Óleo sobre tela,73,5 cm x 61,1cm.

TEXTO II

HEGARTY, V. George Washington Derretido, 2011.


Óleo sobre tela, espuma, papel, cola, arame, fita, areia e gel.

As duas obras apresentam o mesmo personagem histórico, George Washington, primeiro presidente dos Estados
Unidos. No entanto, o texto II apresenta o (a)
A realismo valorizando a figura do retratado.
B descrição explícita da imponência do presidente.
C composição pouco dinâmica, que traduz solidez.
D empenho da artista em contornar a obra original.
E alusão da personagem sob perspectiva diferente.

Comentário:
Valerie Hegarty cria desastres. Seu processo envolve copiar reconhecidas pinturas para depois atacar, forjando ruínas; como
se a tela, corroída, esfarrapada, tivesse sido abandonada, ao longo de anos, em um ambiente externo, submetendo-se aos
desgastes da natureza. Um procedimento pautado no simulacro (imitação); suas pinturas não são as originais e suas ruínas
são ilusórias. Os temas trabalhados por Hegarty abordam preocupações de uma tradição da pintura europeia, mas as
pinturas que escolhe são de artistas americanos. São quadros expostos em destroços, nas paredes de museus, espaços e
galerias, lugares destinados à preservação e contemplação de obras de arte; uma contradição que causa estranhamento.
Hegarty, assim, trabalha com a representação, sugerindo, na relação com a temporalidade, a morte de certas tradições
pictóricas; uma degradação simbólica que aparece fisicamente na corrosão da matéria.
Alusão da personagem sob perspectiva diferente, apresenta os aspectos ideológico e estético.

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