Filosofia Da Ciência

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Índice

Filosofia da Ciência....................................................3
Método científico segundo a perspetiva indutivista
.........................................................................................3
Objeções ao indutivismo.........................................4
O falsificacionismo de Popper- método das
conjeturas e refutações..................................................5
Diferença entre a Teoria falsificável e a teoria
Falsificada........................................................................5
Objeções ao falsificacionismo de popper...............6
A RACIONALIDADE CIENTÍFICA E A QUESTÃO DA
OBJETIVIDADE – O PROBLEMA DA EVOLUÇÃO E DA
OBJETIVIDADE DA CIÊNCIA.............................................6
A PERSPETIVA DE KUHN: A ESTRUTURA DAS
REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS..............................................7

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Filosofia da Ciência
A Filosofia da Ciência é uma disciplina que investiga as basas teóricas, os
métodos e os pressupostos da ciência. Ela busca compreender os princípios que guiam
a atividade científica, analisando suas fundamentações lógicas, epistemológicas e
ontológicas.
A filosofia da Ciência aborda diferentes problemas tais como:

 O problema da demarcação- oque distingue as teorias científicas das


teorias não científicas?
 O problema da evolução da ciência – há progresso científico?
 O problema da objectividade da ciência – será a ciência objetiva?
Para responder ao problema da demarcação, será analisad o verificacionismo,
associado a uma conceção indutiva do método científico e ao falsificacionismo de Karl
Popper.
Como resposta ao problema da evolução e da objectividade da ciência,
comparamos a perspetiva acerca do movimento científico de Thomas kuhn com a
proposta metodológica de Popper.
Método científico segundo a perspetiva indutivista

O método indutivo é uma forma de raciocínio logico que parte de observações


particulares ou ou exemplos específicos e, a partir deles, busca estabelecer
generalizações ou princípios gerais.
Ele é baseado na ideia de que se um número suficiente de exemplos observados
possui uma certa característica, é porque todos os casos semelhante também
possuíam.

O método indutivo envolve os seguintes passos básicos:

 Observação : observação de fatos de forma rigorosa e imparcial. Registo


e classificação de fatos empírico.
EX: Observa-se que a água ferve a uma certa temperatura.

 Formulação de hipóteses: Obtenção da teoria por generalização


indutiva: a partir de enunciados singulares são inferidos enunciados
gerais (leis ou teorias).
A generalização indutiva tem de satisfazer condições:
 O número de observações/ enunciados singulares deve ser grande
 As observações devem-se repetir em múltiplas circunstâncias ·
 Nenhum enunciado singular deve entrar em contradição com a lei derivada
EX: Formula-se a hipótese que a água ferve a 100 graus Celcius

 Verificação experimental: A partir das teorias, os cientistas deduzem


previsões e explicações que possam ser confirmadas

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Ex: Extrai-se a consequência de que a água que se encontra num
recipiente irá ferver quando atingir 100 graus Celcius. ( Faz-se a
experiência para averiguar se a previsão ocorre. Se as previsões
ocorrem, a hipótese é confirmada e passa a teoria/ lei.)

Objeções ao indutivismo

 A observação não é o ponto de partida para a investigação científica

As leis da natureza exprimem-se em frases universais, mas não é possível


estabelecer a
verdade das leis da natureza através da observação.
Ex: “Todo o cobre dilata quando é aquecido.” Para comprovar isto, temos e
observar
como se comporta todo o cobre do universo quando é aquecido, mas isso é impossível.

 Algumas teorias científicas referem-se a aspetos inobserváveis

Em muitos casos as teorias não podem ser induzidas a partir de observações


Ex: “Os nativos do signo Carneiro têm tendência a ser bastante impulsivos.”
Esta alegação é tão vaga que não há nenhum acontecimento que a negue. Se qualquer
observação concorda com uma dada teoria, então não se pode dizer que uma dada
observação lhe dá suporte empírico.

 As inferências dedutivas são racionalmente injustificáveis – problema da


indução
 Não são dedutivamente demonstradas
 Não podemos recorrer à indução para justificar a indução

O falsificacionismo de Popper- método das conjeturas e refutações

O falsificacionismo de Popper, também conhecido como método das conjeturas


e refutações, é uma abordagem filosófica proposta por Karl Popper. Segundo essa
abordagem, a validade cientifica não pode ser estabelecida pela confirmação, mas sim
pela refutação das teorias. Popper defende que as teorias científicas devem ser
falsificáveis, ou seja, passíveis de serem refutadas por observações ou experimentos.
Ele argumenta que a ciência avança quando os cientistas buscam ativamente refutar
suas teorias. Popper também diferencia ciência de pseudociência com base na
falsificabilidade das teorias. No entanto, ele reconhece a importância das evidências na
ciência, enfatizando que a validade científica não é alcançada apenas pela
confirmação, mas sim pela capacidade de resistir à refutação.

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Diferença entre a Teoria falsificável e a teoria Falsificada

Para Popper, uma teoria científica não tem de ser falsificada, mas tem de ser
falsificável
EX: “Os nativos do signo Carneiro têm tendência a ser bastante impulsivos.”
Não é alsificável, a sua formulação é demasiado imprecisa ou vaga, o que torna imune
à refutação
(não é clara quando à tendência nem à definição de impulsividade). A
astrologia não é falsificável, portanto não é uma teoria científica.

Karl Popper diz que “Uma teoria que não seja falsificável nada diz sobre o
mundo!”
Uma afirmação pode ser mais falsificável que outra: há diferentes graus de
falsificabilidade.
EX

 Todo o cobre dilata quando é aquecido. -Informativa


 Todo o metal dilata quando é aquecido. +informativa
Ambas seriam refutadas se observássemos um pedaço de cobre que não
delatasse ao ser aquecido.
A observação de um pedaço de ferro que não dilatasse ao ser aquecido
refutaria a segunda afirmação, mas não refutaria a primeira.
Portanto, segunda tem um grau de falsificabilidade maior (corre maiores
riscos de ser refutada) (refutado significa negada).

O método falsificacionista de Popper apresenta três etapas

 1ª etapa: o problema – o ponto de partida para a investigação científica não é


a observação pura e imparcial dos factos, mas sim um problema levantado por
uma observação, que entra em confronto com as teorias e expectativas prévias
de que já dispomos.

 2ª etapa: a conjetura – perante o problema, o investigador conjetura uma


possível explicação (hipótese ou teoria) para os factos observados, baseado na
sua experiência passada.

 3ª etapa:  a refutação – resta ao cientista testar a sua hipótese, recorrendo aos


testes experimentais, não para confirmar uma hipótese, mas para tentar provar
a sua falsidade, ou seja, para tentar refutá-la.

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Objeções ao falsificacionismo de popper

 A falsificabilidade não constitui uma condição necessária para que uma


teoria seja vcientífica.
Há teoria científicas que se referem a coisas que não são observáveis
(neutrões,protões, etc)
O papel delas no desenvolvimento científico faz com que seja implausível
classificá-las como não científicas.

 O critério não está de acordo com a prática científica


EX: “Será que o teste foi bem feito?
Os cientistas trabalham de forma a confirmar as suas teorias para continuar a
sustentá-las mesmo quando as previsões não se confirmam.

A RACIONALIDADE CIENTÍFICA E A QUESTÃO DA OBJETIVIDADE


– O PROBLEMA DA EVOLUÇÃO E DA OBJETIVIDADE DA CIÊNCIA

Popper argumenta que a ciência progride através do processo de afastamento


progressivo do erro e aproximação da verdade. Uma teoria científica é considerada um
avanço em relação às suas predecessoras se ela puder explicar um maior número de
fenômenos naturais e ao mesmo tempo implicar um menor número de falsidades, ou
seja, se por mais plausível.
Segundo Popper, a ciência é objetiva, pois quando falsificamos uma conjectura,
ampliamos nossa compreensão do que a realidade objetivamente não é e nos
aproximamos da maneira como ela objetivamente é.
Por outro lado, Kuhn argumenta que a ciência não é completamente objetiva,
uma vez que ela é influenciada não apenas por fatores objetivos, mas também por
fatores subjetivos inerentes aos próprios cidadãos. Isso impede que a escolha entre
paradigmas científicos seja suficientemente objetiva.
A PERSPETIVA DE KUHN: A ESTRUTURA DAS REVOLUÇÕES
CIENTÍFICAS
Segundo Kuhn, o desenvolvimento da ciência ocorre por meio de uma sucessão
descontínua e não cumulativa de períodos de relativa estabilidade interrompida por
processos revolucionários. Os principais aspectos dessa concepção do
desenvolvimento científico são os seguintes:
 Na pré-ciência, várias escolas e perspectivas diferentes coexistem, gerando
desencontros e conflitos no campo de investigação. Essa fase antecede o
reconhecimento do campo como uma ciência, e a herança para essa transição é
a emergência de um paradigma, que estabelece uma teoria amplamente aceita
e com poder explicativo para unificar os investigadores e criar uma base comum
de trabalho.

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 Um paradigma é uma teoria que é amplamente aceita pela comunidade
científica e tem um poder explicativo significativo. Ele é capaz de superar os
profundos desacordos entre os pesquisadores e escolas de pensamento,
favorecendo a formação de uma comunidade científica coesa. Um paradigma
inclui orientações teóricas fundamentais, exemplos de aplicações práticas,
princípios metafísicos, instruções técnicas e metodológicas, e orientações gerais
que guiam a pesquisa dentro desse campo científico específico.

 Após o estabelecimento de um paradigma, inicia-se uma fase chamada "ciência


normal" ou "ciência paradigmática". Durante esse período, os cientistas se
dedicaram a consolidar e aprofundar o paradigma estabelecido. Isso implica em
seguir as diretrizes, metodologias e princípios adotados pelo paradigma,
realizando pesquisas dentro desse quadro teórico e aplicando suas instruções
técnicas. A ciência normal busca desenvolver o conhecimento dentro dos
limites e orçamentos do paradigma, promovendo a estabilidade e o progresso
contínuo dentro da comunidade científica.

 Crise: Um período de crise ocorre quando ocorrem eventos que o paradigma


vigente não consegue explicar. Isso leva a uma "anomalia", ou seja, algo que é
incompatível com a visão estabelecida sobre o funcionamento da natureza,
representando uma ameaça ameaçada a todo o trabalho científico realizado até
então.

 A fase de "ciência extraordinária" ocorre quando o paradigma cientificamente


existente não consegue se adaptar para resolver as anomalias e a confiança
nele é seriamente abalada. Nesse período, os acordos intersubjetivos entre os
cientistas desapareceram e a comunidade científica se dividem em duas
facções: os conservadores, que defendem a manutenção do paradigma
existente, e os revolucionários, que buscam uma nova abordagem para
superarem as anormais.

 Durante uma fase de ciência extraordinária, ocorre uma busca por novos
paradigmas que possam solucionar as anomalias existentes. Uma proposta de
novo paradigma será apresentada e ganhará consenso na comunidade
científica. Esse processo de transição de um paradigma antigo para um novo é
chamado de "revolução científica". No entanto, essas revoluções científicas
não representam uma evolução cumulativa em direção a uma compreensão
mais profunda e objetiva da realidade.

 Incomensurabilidade: kuhn sugere que o novo paradigma é incomensurável


com o antigo paradigma, ou seja, não existe uma medida comum, ou um
padrão neutro, que permita objectivamente estabelecer a superioridade de um

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em relação ao outro. Para defender a incomensurabilidade de paradigmas,
kuhn recorre a dois argumentos: o argumento baseado na insuficiência dos
critérios objectivos e o argumento baseado na impossibilidade da tradução
entre paradigmas.

A fragilidade maior de Kuhn é a sua tese da incomensurabilidade de


paradigmas, que foi alvo de objecções:
 objeção baseada na resolução de anomalias
 objeção baseada no crescente sucesso d ciência

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