Andragogia

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REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO

CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

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ANDRAGOGIA: A ARTE E A CIÊNCIA DE FAZER O ADULTO A


APRENDER

QUIRINO, Gabriel Manganaro Ramos 1

QUIRINO, Gabriel Manganaro Ramos. Andragogia: A Arte e a Ciência de Fazer o


Adulto a Aprender. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.
Edição 02, Ano 02, Vol. 01. pp 159-183, Maio de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

O mundo atual exige de cada indivíduo aprendizado constante para obtenção de


sucesso, de modo que a educação é vista como a forma de se conseguir uma vida
melhor e obter aquilo que ninguém lhe pode tirar: o conhecimento. Diante disso, a
aquisição cognitiva, física e emocional de habilidades e conhecimentos deixa de ser
exclusiva a crianças e adolescentes, passando a fazer parte do mundo dos adultos
que precisam estar cada vez mais capacitados para o mercado e a vida. A educação
de adultos passa a ser, a partir do século XXI, considerada como uma das chaves de
acesso ao desenvolvimento do país que a ela se dedica, permitindo que o
conhecimento de profissionais adultos com experiência seja ainda mais aprimorado e
capacitado. Nesse contexto, surge a andragogia, que se destina não apenas a
instrução do sujeito, mas também a criação da capacidade de pensar livremente sobre
os conceitos aprendidos. A educação de adultos deve assim, melhorar seu aluno
como um todo, independentemente do nível em que ele se encontre.

Palavras-chave: Andragogia, Aluno adulto, Educação, Desenvolvimento,


Conhecimento.

1 Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduação em Marketing pela


Faculdade Pitágoras de Londrina.

RC: 8112
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INTRODUÇÃO

Presente na vida do ser humano, a educação se caracteriza pela forma com que a
sociedade adquire, a cada dia, conhecimento e desenvolvimento.

Atualmente, entende-se por pedagogia, o ensino voltado para crianças, representado


pela figura do professor que ocupa o centro da relação; e por andragogia, a ajuda
direcionada aos adultos que querem e precisam aprender, tendo como característica
a responsabilidade compartilhada entre professor e aluno (DeAquino, 2007, p. 11).

Dentro desse contexto, conforme a V Conferência Internacional sobre Educação de


Adultos, tal modelo de educação reveste-se como a "chave para o século XXI", capaz
de "modelar a identidade do cidadão e dar um significado à sua vida", visto que
permite que os adultos possam desenvolver suas habilidades, enriquecer seus
conhecimentos e aperfeiçoar suas qualificações técnicas e profissionais, levando a
uma consequente satisfação de suas próprias necessidades, bem como da sociedade
(UNESCO, 1999, p. 19).

Desenvolvida a partir do século XX, a andragogia, termo derivado das palavras gregas
andros (homem) + agein (conduzir) + logos (tratado, ciência), surgiu da necessidade
de se ter formação mais especializada para adultos. Isso, porque, conforme Nogueira
(2012, p. 87,88), até referida data, não era exigido dos profissionais formação teórica
avançada, aceitando-se que ao concluir uma maior formação inicial, tal como curso
superior, o mesmo já se encontrava apto para exercer sua profissão.

Dessa nova concepção de aprendizado continuado, ou seja, por mais tempo durante
a vida, tem-se que para a andragogia, o adulto estudante é considerado como sujeito
de sua própria aprendizagem.

Segundo Knowles apud DeAquino (2007, p.11), o modelo andragógico possui quatro
suposições básicas para seus aprendizes, quais sejam:

1. "1. Seu posicionamento muda da dependência para a independência ou auto


direcionamento".

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2. As pessoas acumulam um 'reservatório' de experiências que pode ser usado


como base sobre a qual será construída a aprendizagem.
3. Sua prontidão para aprender torna-se cada vez mais associada com as tarefas
de desenvolvimento de papéis sociais.
4. "Suas perspectivas de tempo e de currículo mudam do adiamento para o
imediatismo da aplicação do que é aprendido e de uma aprendizagem centrada
em assuntos para outra, focada no desempenho".

Sobre esse contexto, entende-se que devido a isso a pedagogia teve maior
desenvolvimento do que a andragogia, vez que seu foco se volta ao ensino-
aprendizagem para crianças, consideradas mais necessitadas de formação de
conhecimento.

Como já exposto, porém, com a evolução da sociedade e o constante


desenvolvimento da ciência e tecnologia, o mercado de trabalhou passou a exigir
empregados adultos cada vez mais flexíveis e capazes de aprender por toda a vida
(NOGUEIRA, 2012, p. 88). Em consequência dessa nova realidade, ambos os tipos
de educação, seja a voltada aos adultos ou a empregada para crianças e adultos, se
tornaram elementos necessários para uma nova perspectiva na qual o aprendizado
persiste por toda a vida (UNESCO, 1999, p. 20)

Por fim, cumpre ressaltar que um novo termo foi criado recentemente para caracterizar
a aprendizagem do aprendiz por si só, "heutagogia", que caracteriza o processo em
que não se tem a figura do professor/facilitador sendo, por isso, considerada como
abordagem ideal de aprendizado para o século XXI (DEAQUINO, 2007, p. 12).

1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DE ADULTOS

Atribuída a Malcom Knowles, educador americano, a educação de adultos foi


denominada como andragogia pela primeira vez em 1970, em um artigo de autoria de
Knowles denominado "A prática moderna de Educação de Adultos". Em sua obra, o
autor apresentou as diferenças entre o quadro de aprendizagem dos adultos e das
crianças, desenvolvendo os pressupostos básicos da andragogia.

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No entanto, apesar de o termo andragogia ser atribuído apenas em 1970, a educação


de adultos já era algo, nessa época, estudado e discutido pelos grandes educadores.

Desde 1949, data de realização da primeira Conferência Internacional de Educação


de Adultos, até o momento atual, já foram promovidas pela UNESCO seis
CONFINTEAS, como são conhecidas, caracterizadas pelo debate e indicação de
diretrizes e políticas globais da educação de adultos, nos seguintes anos e países:

• 1949 – Dinamarca;
• 1963 – Canadá;
• 1972 – Japão;
• 1985 – França;
• 1997 – Alemanha;
• 2009 – Brasil.

Ao longo desses 66 anos, a importância dessas conferências aumentou na mesma


proporção do número de Estados-Membros que participam da UNESCO. Enquanto
que na primeira conferência teve-se a participação de 27 países, na sexta participaram
144.

No entanto, destaca-se que somente a partir da V Conferência, realizada em


Hamburgo, é que a CONFINTEA teve um impacto mais visível sobre a Educação de
Jovens e Adultos. Tanto é que, no contexto brasileiro, somente após a realização de
tal conferência é que se teve a criação do primeiro Fórum Estadual de Educação de
Jovens no Rio de Janeiro (UNESCO, 2012, p. 9).

Desde sua criação, em 1945, a UNESCO tem por objetivo incentivar a educação
popular e a difusão da cultura, mas isso não significa que seu papel seja apenas
voltado à educação de adultos. Isso porque, tal ênfase da educação, somente
começou a ser vista como forma de solução das crises sociais e econômicas a partir
dos anos 1980 (UNESCO, 2012, p. 13).

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1.1 ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS

Definida como uma necessidade de todos e considerada direito fundamental do ser


humano, a alfabetização é um dos pilares necessários para o desenvolvimento das
mais diversas habilidades, bem como um dos meios para se "promover a participação
em atividades sociais, econômicas, políticas e culturais", sendo indispensável para
que a educação continuada possa ocorrer (UNESCO, 1999, p. 23).

O direito a educação, além de fundamental para a evolução de cada ser humano,


torna-se ferramenta indispensável para criação de uma cultura de paz, com respeito
a todas as diversidades.

Diante disso, tem-se, por exemplo, o respeito ao conhecimento e formas de


aprendizagem do povo indígena, de modo que, de acordo com a UNESCO (1999, p.
24, 25), é desafio da educação de adultos preservar e documentar o conhecimento
oral desses grupos, conseguindo, em paralelo, um intercâmbio entre as diferentes
culturas.

Em sua origem, a alfabetização voltava-se apenas a aquisição da língua – oral e


escrita, sem contemplar um aprofundamento e reflexão sobre o contexto no qual o
indivíduo era presente. Tal postura fez com que, com o passar dos anos, a
alfabetização passasse a dar ênfase a todas as idades e situações. O saber passou
a ser considerado como direito de todos, sendo primordial para a transformação de
cada indivíduo (XAVIER, 2011, p. 128).

Com essa necessidade, em 1997, na evolução da política das Nações Unidas, foi
realizada a Conferência de Hamburgo que definiu como primordial para o
desenvolvimento sustentável e equitativo do mundo, a educação de adultos.

Nessa Conferência, cientes da importância da educação de adultos, teve-se a criação


de uma agenda para o futuro, estabelecendo-se os novos compromissos em favor do
desenvolvimento de tal área (UNESCO, 1999, p. 28).

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Desenvolver a educação de adultos exige uma ação de parceria entre os poderes


públicos em diferentes setores, as organizações intergovernamentais e não
governamentais, os empregadores e os sindicatos, as universidades e os centros de
pesquisa, os meios de comunicação, as associações e os movimentos comunitários,
os facilitadores da educação de adultos e os próprios aprendizes (UNESCO, 1999, p.
28).

Nesse sentido, foram destacados os seguintes temas para análise (UNESCO, 1999,
p. 31):

• Educação de adultos e democracia: o desafio do século XXI;


• A melhoria das condições e da qualidade da educação de adultos;
• Garantir o direito universal à alfabetização e à educação básica;
• A educação de adultos como meio de se promover o fortalecimento das
mulheres;
• A educação de adultos e as transformações no mundo do trabalho;
• A educação de adultos em relação ao meio ambiente, à saúde e à população;
• A educação de adultos, cultura, meios de comunicação e novas tecnologias de
informação;
• A educação para todos os adultos: os direitos e aspirações dos diferentes
grupos;
• Os aspectos econômicos da educação de adultos;
• A promoção da cooperação e da solidariedade internacionais.

1.2 EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO DE ADULTOS

Com a proximidade do século XXI e maior conscientização dos governantes sobre os


problemas internacionais, diversas conferências, além das já citadas, foram
realizadas, tais como a Conferência Mundial sobre a Educação para Todos, realizada
na Tailândia em 1990, Conferência Mundial sobre os Direitos do Homem, realizada
no Viena em 1993 e Conferência das Nações Unidas sobre a Habitação Humana, em
1996 em Istambul, de modo que nessas e nas demais realizadas teve-se a

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manifestação de que a educação deve ser a base para a implementação dos


mecanismos do desenvolvimento sustentável (UNESCO, 1999, p. 29).

De modo específico para a educação de adultos, foi realizada a Conferência de


Hamburgo em 1997, constatando-se, já àquela época, que ao mesmo tempo em que
se tem um aumento na demanda da educação de adultos, tem-se também um
aumento na diferença entre aqueles que têm acesso a ela e os que não tem. Frente a
essa realidade, tal conferência trouxe como compromisso dos governantes (UNESCO,
1999, p. 34):

• Criação de condições para a expressão das necessidades em matéria de


educação;
• Garantia de acesso e qualidade à educação;
• Abertura aos adultos de escolas, universidades e outros estabelecimentos de
ensino superior;
• Melhoria das condições de trabalho e das perspectivas profissionais dos
educadores de adultos;
• Adequação da educação primária na perspectiva da educação permanente;
• Promoção de pesquisas sistemáticas e estudos sobre a ação voltada para a
educação de adultos, ligadas às políticas públicas e orientadas para a ação;

Conscientização do novo papel dos Estados e parceiros sociais.

1.3 ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL

De acordo com Xavier (2011, p. 124), a alfabetização surge de um longo processo


que não termina no ciclo de vida escolar, estando presente por alguns ou muitos anos
da vida de cada sujeito.

Alfabetizar, nas palavras do citado autor, "não é só o ato de ensinar aos estudantes a
leitura e a escrita, mas também e, principalmente, a inserção do sujeito nesse
processo", e dessa contextualização, nasce a necessidade de entender que o sujeito
aprende de formas diferentes conforme cada fase de sua vida.

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No Brasil, o sucesso da alfabetização da população, bem como a superação do


analfabetismo, são desafios distantes de se atingir (UNESCO, 2008, p. 21). Uma
explicação para isso é o fato de a alfabetização no Brasil ter se iniciado apenas no
século XX, sendo disponível, anteriormente, apenas a uma classe restrita da
população.

Um dos primeiros dados relativos à educação no Brasil, conforme a UNESCO (2008,


p. 24), refere-se ao período do Império quando, em 1982, constatou-se que 82,3%
das pessoas acima de cinco anos de idade eram analfabetas.

Somente em 1947, 57 anos após a proclamação da República, é que começaram a


ser promovidas as primeiras políticas públicas para instrução de jovens e adultos. Sua
evolução, no entanto, foi interrompida pelo golpe militar em 1964 que reprimiu
severamente os movimentos de educação popular.

Alguns anos depois, em 1971, a escolarização de jovens e adultos passou a ser na


forma de ensino supletivo, marcando o início do Movimento Brasileiro de
Alfabetização, nacionalmente conhecido como Mobral. Difundido pelo país, o Mobral,
no entanto, não cumpriu com o seu objetivo, sendo extinto com o surgimento da
democracia e substituído pela Fundação Educar (UNESCO, 2008, p. 28)

Com a promulgação da Constituição Cidadã em 1988, os analfabetos passaram a ter


direitos efetivamente garantidos, sendo-lhes assegurado o voto facultativo, o direito
ao ensino fundamental público e gratuito bem como o comprometimento do governo
na superação do analfabetismo e na provisão do ensino elementar para todos.

Nesse sentido, destaca-se:

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com
o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e
definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e
modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes
esferas federativas que conduzam a:

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I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como


proporção do produto interno bruto (BRASIL, 1988, p. 1).

No entanto, o decorrer dos anos não foi satisfatório para com o previsto
constitucionalmente.

"Frente à reforma do Estado e às restrições ao gasto público impostas pelo ajuste da


economia nacional às orientações neoliberais, as políticas públicas da década de
1990 priorizaram a universalização do acesso das crianças e adolescentes ao ensino
fundamental. Outros níveis e modalidades de ensino, entre os quais a educação de
jovens e adultos, foram relegados a um plano secundário na agenda das políticas
educativas" (UNESCO, 2008, p. 30).

Somente no início do terceiro milênio é que a alfabetização de jovens e adultos passou


a ter maior destaque nas políticas nacionais, ressaltando-se o Programa Brasil
Alfabetizado lançado em 2003 e o Fundo de Financiamento da Educação Básica,
criado em 2007.

Apesar disso, tais políticas do Governo ainda se mostram ineficientes, conforme nota-
se nas tabelas abaixo que acompanham o analfabetismo:

Tabela 1 – Analfabetismo no Brasil por faixa etária em 2012.

IDADE PORCENTAGEM DE
ANALFABETISMO

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60 anos ou mais 26,5%


50 a 59 anos 13,8%
40 a 49 anos 9,9%
30 a 39 anos 6,6%
25 a 29 anos 4,0%
18 a 24 anos 2,6%
15 a 17 anos 2,2%

Fonte: Portal Brasil, 2013.

Tabela 2 – Evolução do analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais no Brasil.

ANO/CENSO TOTAL ANALFABETOS %


1920 17.557.282 11.401.715 64,90
1940 23.709.769 13.269.381 56,00
1950 30.249.423 15.272.632 50,50
1960 40.278.602 15.964.852 39,60
1970 54.008.604 18.146.977 33,60
1980 73.541.943 18.716.847 25,50
1991 95.837.043 19,233.758 20,07
2000 119.556.675 16.294.889 13,63
2006 138.584.000 14.391.000 10,38

Fonte: UNESCO (2008, p. 33).

Tabela 3 – Analfabetismo da população mundial com 15 anos ou mais.

PAÍS QUANTIDADE DE ADULTOS ANALFABETOS (MILHÕES)


Índia 287,4
China 52,3
Paquistão 49,5
Bangladesh 44,1
Nigéria 41,8

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Etiópia 26,8
Egito 15,6
Brasil 14
Indonésia 12,8
Congo 12,4

Fonte: VEJA (2014).

Das tabelas acima, influi-se que o Brasil possui milhões de jovens e adultos que não
foram alfabetizados na infância e adolescência, e é importante que os programas de
alfabetização, sua organização e funcionamento sejam voltados as necessidades de
cada um. Conforme a UNESCO (2009, p. 55), essa classe da população apresenta
características diferentes de ciclo de vida, disposição e necessidades de
aprendizagem, bem como de representações sobre ler e escrever, conhecimentos e
habilidades.

Ou seja, diante dessa constatação, a promoção da educação de jovens e adultos deve


considerar "onde estão e como vivem os jovens e adultos não alfabetizados ou pouco
escolarizados, se gostariam de iniciar e retomar seus estudos e quais as condições
necessárias para isso" (UNESCO, 2008, p. 56).

1.3.1 MOVIMENTOS DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS NO


BRASIL

O processo de alfabetização de adultos no Brasil, como já explicado, passou a ter


maior evidencia a partir da década de 1960. Nessa época, teve-se a composição de
vários movimentos que "visavam a educação e cultura popular", quais sejam (BRASIL,
2005, p. 1):

- MEB – Movimento de Educação de Base;

- MCP - Movimento de Cultura Popular;

- CPC – Centro Popular de Cultura;

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- CEPLAR – Campanha de Educação Popular.

Em 1964, com o golpe militar, alguns desses projetos deixaram de existir, sendo que
durante essa época teve-se a implantação do MOBRAL, o qual, após a mudança de
governo, foi substituído pela Fundação Educar.

Com o fim de tal fundação no Governo Collor, o ano de 1990 foi marcado como o "Ano
Internacional da Alfabetização", no qual se buscou definir as questões básicas que
impediam o acesso universal a educação.

Nesse novo contexto, a partir de 1990, surgiram no Brasil o Programa Nacional de


Alfabetização e Cidadania (PNAC), o Programa Alfabetização Solidária (PAS) e o
Programa Brasil Alfabetizado.

1.3.1.1 MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE - MEB

Criado por iniciativa da Igreja Católica e implementado através do Decreto 50.370, o


MEB surgiu em 1961 e permanece até os dias de hoje. Em seu início previu uma
colaboração entre o Congresso Nacional e a Conferência Nacional de Bispos do Brasil
(CNBB) no processo de alfabetização de adultos (BRASIL, 2005, p. 2).

Desde seu nascimento, o MEB passou pelo estado de Minas Gerais e pelas regiões
Norte, Nordeste e Centro Oeste, estando atualmente presente nas regiões Norte e
Nordeste.

1.3.1.2 MOVIMENTO DE CULTURA POPULAR - MCP

Desenvolvido em Recife, o MCP foi criado em 1960 e teve apenas quatro anos de
duração, sendo encerrado com o Golpe Militar e tendo utilizado os centros e círculos
de cultura para alfabetizar.

Nesses denominados "grupos de debate", a visualização dos problemas era a forma


de se elucidar as situações e compreende-las, visto que, a falta de recursos

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financeiros impedia a alfabetização por novos métodos de aprendizagem (BRASIL,


2005, p. 3).

1.3.1.3 CENTRO POPULAR DE CULTURA – CPC

Fundado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), o CPC tinha por objetivo difundir
a cultura nas classes menos favorecidas da sociedade.

Tal projeto também foi encerrado em 1964, tendo suas instalações incendiadas em
decorrência do Golpe Militar (BRASIL, 2005, p. 3).

1.3.1.4 CAMPANHA DE EDUCAÇÃO POPULAR- CEPLAR

Tido como o projeto pioneiro a utilizar o método desenvolvido pelo educador Paulo
Freire, o CEPLAR surgiu em 1961 com a finalidade de conscientizar a sociedade da
realidade (BRASIL, 2005, p. 3).

Também extinto com o Golpe Militar, seus métodos baseavam-se em teatros


populares e círculos de cultura para conscientização.

1.3.1.5 MOVIMENTO BRASILEIRO DE ALFABETIZAÇÃO – MOBRAL

Instituído pela Lei nº 5.379 em 1967, o MOBRAL era controlado pelos militares que
buscavam erradicar o analfabetismo no Brasil num curto espaço de tempo.

A concepção que o MOBRAL e seus educadores defendiam sobre o analfabeto era


de 'pessoas com baixo nível socioeconômico, porém com grande bagagem cultural'.
Consideravam seus alunos como pessoas tímidas e inseguras, logo o papel do
educador seria modificar esse quadro (COLETI, 2009, p.4)

Ainda de acordo com a citada autora, a preocupação real do Mobral era a


alfabetização do indivíduo a fim de que pudesse receber informações e desempenhar
corretamente seu papel na sociedade e no desenvolvimento.

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1.3.1.6 FUNDAÇÃO EDUCAR

Criada para substituir o Mobral, a Fundação Educar surgiu em 1985 e, diferentemente


do antigo instituto, passou a ser competência do Ministério da Educação (MEC),
especializada na educação básica e na execução de programas de alfabetização com
o apoio financeiro e técnico do governo como um todo (BRASIL, 2009, p. 6).

1.3.1.7 PROGRAMA ALFABETIZAÇÃO SOLIDÁRIA - PAS

O PAS foi instituído em 1997 como meta do governo Fernando Henrique Cardoso
para, primeiramente, atuar no ensino de jovens e adultos das regiões Norte e Nordeste
do país.

Com um método integrado de ensino, inovou ao incentivas parcerias entre os poderes


públicas federal e municipal, Instituições de Ensino Superior, pessoas físicas,
empresas, instituições, organizações e Ministério da Educação.

Presente até hoje no cenário nacional, em 2002 passou a denominar-se AlfaSol, na


forma de uma Organização Não Governamental (BRASIL, 2005, p.6).Em sua pagina
eletrônica - http://www.alfasol.org.br - a AlfaSol descreve sua trajetória de atendimento
a 5,5 milhões de alunos, capacitação de 257 mil educadores, beneficiamento de 2.272
municípios brasileiros bem como distribuição de livros e acervos bibliográficos para
618 mil alunos e educadores.

1.3.1.8 PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

Criado no Governo Lula, o Programa Brasil Alfabetizado trouxe em 2003 não somente
a proposta de erradicação do analfabetismo no Brasil, como também de inclusão
social de pessoas analfabetas.

Com um sistema semelhante ao da AlfaSol, o programa conta com a participação do


governo, empresas, Instituições de Ensino Superior, Organizações Não
Governamentais, associações e outras organizações da sociedade civil (BRASIL,
2005, p. 7).

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De acordo com o Ministério da Educação, o programa, desenvolvido em todo território


nacional, atende prioritariamente 1.928 municípios, 90% localizados na região
Nordeste, que possuem taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%. Uma vez
aderidos a tal programa, tais municípios recebem apoio técnica na implementação das
ações, com o objetivo de garantir a continuidade dos estudos aos alfabetizados (MEC,
2015, p. 1).

2. ANDRAGOGIA – APRENDIZAGEM DO ADULTO

O presente capítulo abordará os mecanismos para se promover a educação de


adultos, analisando suas formas e métodos de implementação.

2.1 CONCEPÇÃO E PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS

Até meados do século XX, uma pessoa alfabetizada era caracterizada por saber ler
algumas palavras ou pequenas frases e escrever seu nome. Isso porque, acreditava-
se que, a partir do aprendizado de letras, sílabas e palavras, a pessoa se
desenvolveria em seu cotidiano, dando posterior prosseguimento aos seus estudos
(UNESCO, 2008, p. 58).

A essa forma de alfabetização, dá-se o nome de alfabetização funcional,


caracterizada, portanto, pelos indivíduos, com menos de quatro anos de estudo,
capazes de utilizar a leitura e escrita para continuarem se desenvolvendo ao longo da
vida (UNESCO, 2008, p. 61).

Outro aspecto importante a se observar na andragogia refere-se as diferenças entre


crianças, jovens e adultos. Como bem exposto por Teixeira (2005, p.1), crianças são
seres que aceitam a dependência, autoridade do professor e orientação; adolescentes
gostam de questionar e não têm mais o professor como autoridade absoluta; adultos
são independentes e analisam criticamente cada informação; diante disso,
imprescindível que essas diferenças sejam incorporadas pelos sistemas de estudo,
não sendo possível que a mesma pedagogia trate de crianças e adultos.

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Assim, o desenvolver da sociedade demonstra que as concepções de alfabetização


devem ser alteradas diante das novas diretrizes das políticas educacionais e
exigências do mundo atual.

Com relação à alfabetização de adultos, Teixeira, apud Linderman (TEIXEIRA 2005,


p. 1), destaca que em 1926 foram feitas pesquisas sobre os métodos de educação de
adultos, lançando-se a base do aprendizado aprender fazendo.

Desta forma, nos anos 90, a alfabetização passou a ser utilizada não somente para
aprendizagem de decodificação, mas também para situações diferentes de aplicação
da escrita e leitura. Isso fez com que o processo de aprendizagem inclui-se não
apenas o uso do alfabeto, mas, também, o exercício dos papéis de orador, leitor e
escritor, por exemplo, na interação social (UNESCO, 2008, p. 74).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16 milhões


de brasileiros acima de 15 anos são analfabetos, sendo que 60% da população não
terminou o ensino fundamental.

Tal constatação faz com que, como já visto, a educação de jovens e adultos seja um
desafio que envolve desde questões educacionais até de desigualdade
socioeconômica.

2.2 HISTÓRIA

No contexto atual, considera-se que a andragogia surgiu primeiramente na Europa,


no século XIX, em decorrência das mudanças sociais provocadas pela
industrialização e urbanização. Como exemplo de acontecimentos marcantes dessa
época tem-se, nos dizeres de Vogt (2007, p.25), o Congresso Nacional de Santiago
do Chile e o Congresso Pedagógico de Paris/França, ambos em 1889.

Porém, de acordo com Moreira (2014, p. 4), a educação de adultos existe desde o
início da humanidade, sendo novidade apenas como pesquisa cientifica.

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Com esse pontapé inicial, no decorrer do século XIX, iniciou-se uma modificação nas
universidades populares europeias que passaram a difundir a cultura no povo a fim
de diminuir seu atraso intelectual. Começou-se, portanto, a ver a educação de adultos
como uma força de se impulsionar o auto-desenvolvimento do sujeito e,
consequentemente, reduzir as desigualdades.

Dessa maneira, pouco a pouco, a andragogia foi se desenvolvendo no cenário


mundial, sendo debatida a cada década, com o objetivo de se tornar cada vez mais
rica e eficiente.

Apesar de presente na humanidade desde o início, a andragogia tem suas raízes na


pedagogia e, diante disso, faz-se necessário analisar sua evolução.

As escolas para crianças – assim como a para adultos – iniciou-se na Europa no


século VII, com o objetivo de formar jovens para o serviço religioso. Ensinados com
base na crença, fé e rituais da igreja, surgiu, nesse cenário, a palavra pedagogia,
originada das palavras gregas paido, que significa criança e agogus, que significa
educar. Com esse modelo em funcionamento, a educação apenas infantil foi mantida
até o século XX (OLIVEIRA, 2013, p. 2) .

No entanto, como exposto acima, as transformações na sociedade começar a fazer


com que a educação de adultos também ganhasse sua relevância social, passando a
se distinguir da educação convencional.A andragogia, com suas próprias
características, passou então a ser individualizada e separada da pedagogia,
possuindo, conforme Lindeman apud Oliveira (2013, p. 3), cinco pressupostos-chave:

• A motivação para aprender dos adultos decorre de suas necessidades e


satisfações. Por isso, toda organização de suas atividades deve estar atenta a
isso;
• O interesse para aprendizagem dos adultos está centrada em suas vidas,
devendo por isso ser organizada conforma as situações da vida e não em
disciplinas;

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• A forma mais eficiente para o adulto aprender é por meio da experiência. Desse
modo, a andragogia deve ter como metodologia a análise de experiências;
• Devido a necessidade de serem autodirigidos, os adultos devem ser sempre
investigados por seus professores os quais devem deixar de lado a postura de
transmitir conhecimento para depois avaliar;
• A cada idade, maiores são as diferenças individuais entre as pessoas, dessa
forma, a andragogia deve considerar o tempo, lugar e ritmo de aprendizagem
de cada aluno.

Dessa forma, de acordo com a citada autora, alguns princípios podem revelar a
essência da andragogia, quais sejam:

• O adulto possui consciência crítica e ingênua;


• O compartilhamento de experiências é fundamental para o adulto, sendo capaz
de reforçar o que acredita que influenciar os que estão ao seu redor;
• Em sua educação, o aluno relaciona-se através de um clima de liberdade e pró-
ação entre ele e seu facilitador;
• A participação do adulto em uma atividade de aprendizagem deve ser
negociada de acordo com seu interesse;
• As atividades educacionais do adulto devem se centralizar na aprendizagem e
não no ensino;
• O adulto é o próprio agente de sua aprendizagem, devendo decidir sobre o que
quer aprender;
• Para o adulto, a aprendizagem deve resultar na obtenção de conhecimento,
habilidade e atitude;
• O processo de aprendizagem do adulto deve se desenvolver por meio das
etapas de sensibilização/motivação, pesquisa/estudo,
discussão/esclarecimento, experimentação/prática, conclusão/convergência,
compartilhamento/sedimentação;
• O aluno adulto deve sempre ser motivado pela experiência, sendo seu
ambiente de aprendizagem marcado pela liberdade e incentivo;
• O relacionamento educacional entre adultos deve ser pautado no diálogo;

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• Todo aprendizado do aluno adulto deve ser colocado em prática com reflexão
e vivência;
• O professor do aluno adulto não pode ser tradicional,vez que isso pode levar o
adulto a reagir de maneira própria da fase infantil.

2.3 CARACTERÍSTICAS DA ANDRAGOGIA

De acordo com Rocha (2012, p.1), o estudo da andragogia pode ser feito com base
em dez pressupostos que facilitam a orientam a aprendizagem entre adultos. São
eles: autonomia, humildade, iniciativa, dúvida, mudança de rumo, contextos,
experiência de vida, busca, objetividade e valor agregado.

2.3.1 AUTONOMIA

O pressuposto autonomia impõe que o método andragógico deve criar meios de


diálogos que "favoreçam a interação, colaboração e cooperação", de modo que o
adulto tenha espaço para ser criativo e ativo em sua aprendizagem. Nesse sentido,
conforme Rocha (2012, p. 2), "o adulto aprende mais e melhor quando percebe que
lhe é dada a autonomia para o seu crescimento pessoal e profissional".

2.3.2 HUMILDADE

Referencial para a andragogia, a humildade exerce o papel de articuladora nas ações


humanas de conciliação, autonomia, liberdade e expressão, levando ao fortalecimento
da relação entre os pares no processo de aprendizagem. Assim, caracteriza-se por
permitir que o adulto possa descobrir suas limitações, sendo aceito pelo outro no
processo de aprendizagem.

2.3.3 INICIATIVA

Todo o processo de andragogia deve ser pautado, conforme Rocha (2012, p. 2), no
"incentivo à criatividade, à capacidade de assumir novas competências, e a
sensibilidade para novos desafios e descobertas".

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2.3.4 DÚVIDA

Responsável pela capacidade de questionamento do sujeito, a dúvida age como


aliada na construção da cognição, levando o adulto a pensar sobre a forma como
resolve seus problemas cotidianos e abrindo espaço para o dialogo a fim de se
entender o que foi exposto.

2.3.5 MUDANÇA DE RUMO

Ligada ao instrutor, professor ou tutor, o pressuposto de mudança de rumo serve como


indicador para o processo de aprendizagem do adulto ao estabelecer que o orientador
pode, por respeito ao aluno e com humildade, modificar o processo diante das
necessidades para o atingimento das metas estabelecidas.

2.3.6 CONTEXTOS

O processo andragógico deve apresentar-se coerente quanto ao campo teórico e as


realidades. Dessa maneira, os contextos educacionais, ambientais, culturais,
socioeconômicos e políticos devem ser levados em consideração no planejamento,
execução e gestão dos resultados do aprendizado.

2.3.7 EXPERIÊNCIA DE VIDA

Pelo fato de a sociedade ser, nas palavras de Rocha (2012, p. 3), uma "universidade
ambulante", a experiência de vida de cada um dos participantes do processo deve
servir como referencial para os momentos críticos que necessitem de análise,
avaliações e decisões.

2.3.8 BUSCA

No processo andragógico, o pressuposto da busca deve ser o incentivador da


criatividade e curiosidade, de modo a fazer com que se analise sempre novos
contextos e cenários no caminho da aprendizagem.

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2.3.9 OBJETIVIDADE

O pressuposto da objetividade, por sua vez, estabelece as metas que o adulto deve
ser orientado a alcançar enquanto aprende. Todo o processo, de acordo com Rocha
(2012, p. 4), "estabelece um canal de coerência e respeito à atenção do adulto,
enquanto participante ativo e que dispensa rodeios, falácias, perda de foco".

2.3.10 VALOR AGREGADO

Por fim, o pressuposto do valor agregado dita que no processo de aprendizagem há


a necessidade de agregar-se valor em todas as etapas pelo fato de ao adulto ser
concedido o poder de aplicar tudo o que aprendeu ou está aprendendo em sua vida
pessoal e profissional. Sem essa visão, o processo de aprendizagem não criaria reais
resultados.

2.4 PRINCÍPIOS DA ANDRAGOGIA

De acordo com Santos (2006, p.1), "o eixo andragógico constitui-se dos Participantes
e do Facilitador, sendo direcionados pelos princípios da Horizontalidade e
Participação". Em decorrência desse entendimento, pode-se destacar alguns
princípios da aprendizagem de adultos, quais sejam:

• Centralização da aprendizagem em problemas, diante da diferença de


referências que o aluno e o professor possuem;
• Centralização da aprendizagem em experiências, de modo a inserir a
atmosfera de aprendizagem proposta pelo professor nas experiências
problemáticas do aluno;
• Criação de experiência significativa para cada aluno individualmente, através
da análise das limitações, idade, equilíbrio emocional e aptidão mental de cada
adulto;
• Liberdade do aluno na análise das experiências, para que ele possa descrever
de forma espontânea e de acordo com seu contexto sua visão sobre a
aprendizagem;

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• Fixação de metas e pesquisa a serem executadas pelo aluno, tornando-o livre


para buscar soluções e participar das decisões;
• "Feed-back" sobre o progresso em relação as metas, fazendo com que o adulto
seja informado de sua evolução de aprendizado.

A partir desses princípios, que veem o aluno adulto dentro de sua realidade e como
um indivíduo capaz de alta aprendizagem, a andragogia deve assim, sempre
considerar as características gerais dos adultos e atentar-se ao fato de que, conforme
Mucchielli (1980, p. 98), a formação de adultos não deve ser tradicional, mas sim,
adequada ao meio profissional e familiar que o indivíduo se encontre.

CONCLUSÃO

A contribuição da andragogia para a evolução do indivíduo e dos sistemas no qual ele


se insere, torna primordial o estudo dessa importante área da educação.

A busca pela elevação da qualidade de ensino é algo presente em todos os países


que já entenderam que a melhor forma de se desenvolver é através do aprendizado
de seus cidadãos.

Nesse sentido, a andragogia ganha cada vez mais destaque no cenário mundial, vez
que, ao influenciar o conhecimento do adulto, implica de forma direta na evolução
desse como pessoa e como profissional. O aluno adulto passa a ser visto, então, como
um indivíduo que precisa de educação diferenciada, inserida em sua realidade de vida
e é nesse contexto que a andragogia deve se desenvolver e criar mecanismos aptos
a cada adulto que dela necessite.

Sob essa perspectiva, importante ressaltar que, mesmo com o crescimento do estudo
sobre a andragogia, sua evolução deve ser em conjunto com a da pedagogia. Ambas
devem, assim, se complementarem. O papel da andragogia deve ser o de atuar na
melhoria e formação daqueles que a pedagogia orientou, ou não, de forma que uma
atue ajudando a outra.

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Por todo o exposto, evidente fica que a educação deve continuar sendo vista e
incentivada como a melhor forma de se desenvolver os países e mundo como um
todo, estando sempre atenta as particularidades e situações a que seus alunos estão
inseridos, independentemente do contexto social e idade em que se encontram.

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