Resumo Sociologia - Natasha
Resumo Sociologia - Natasha
Resumo Sociologia - Natasha
DRE: 119149935
Rio de Janeiro
2023
O presente trabalho apresenta caráter expositivo, pois expõe características
de determinado fenômeno social no intuito de averiguar questões referentes à forma
como os conceitos apresentados por Marilena chauí e Roque Laraia em suas obras
se relacionam com os temas abordados no filme “O Garoto Selvagem” do diretor
francês François Truffaut.
Como seres humanos tendemos a entrar em choque com aquilo que nos é
diferente, chamamos de estranho o comportamento que foge ao que estamos
habituados e muitas vezes deixamos transparecer esses sentimentos por meio de
nossos comportamentos quando nos deparamos com esse outro que nos causa
tanta estranheza. Para o autor do livro, a nossa herança cultural nos afeta ao ponto
de não considerarmos culturalmente aceito o comportamento que foge ao padrão de
nossa própria cultura. Esse fato fica bem explícito no filme quando o garoto é
inserido na sociedade e ensinado a se adequar ao padrão daquela cultura. Um dos
questionamentos que fica diante dessas cenas é: seria o garoto uma pessoa sem
cultura?! A resposta no entanto é um pouco mais complexa do que parece. Para
Marilena Chauí, a cultura é uma criação coletiva, ou seja, ela é criada pelos seres
humanos que vivem em dado ambiente, compartilhando ideias, símbolos e valores
entre si. O menino, não tendo o contato com seus pares, não desenvolveu
comportamentos, pensamentos e crenças básicas presentes em uma cultura. Nesse
sentido, é correto dizer que ele não carrega em si nenhuma noção de cultura ou de
sociedade, o que acarreta em sua dificuldade de integração social entre os outros
seres. A partir dessa reflexão é possível concluir que a cultura vai além do que se
entende no senso comum, uma vez que ela é uma construção social, sendo
possível até mesmo aprendê-la, podemos dizer também que ela não é uma coisa
que apenas um povo possui, pois ela apresenta formas diferentes em cada
sociedade, não podendo pensar uma cultura superior que outra. Esse pensamento
vai na contramão da visão etnocêntrica da qual muitas sociedades limitam sua visão
de mundo. Para esses grupos, a sua cultura está sempre no topo da pirâmide. A
ideia principal é a de que as normas e comportamentos que ditam sua cultura são
superiores às outras diferentes, ocorrendo muitas vezes a negação da existência
dessas culturas. Desse pensamento surgem as desigualdades, ordenadas pela
cultura dominante.
LARAIA, Roque de Barros, 1932. Cultura: um conceito antropológico. 14. ed. Rio de
Janeiro: Jorge "Zahar” Editora, 2001.