105 Oratoria Atualizada
105 Oratoria Atualizada
105 Oratoria Atualizada
Diretor Regional
Paulo do Eirado Dias Filho
Unidade Móvel
Edivaldo Costa Fontes
Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 6
3. O ORADOR ............................................................................................................. 11
CAPÍTULO 5 ................................................................................................................. 50
INTRODUÇÃO
O QUE É ORATÓRIA?
ORATÓRIA
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
Um falante é capaz de transmitir sua mensagem por meio da fala clara e coesa,
das expressões faciais e corporais coerentes com o conteúdo transmitido. Além
disso, é fundamental que esteja apto para motivar e despertar o interesse do
ouvinte para que a mensagem seja realmente captada.
Falar ao público é uma arte que tem que ser aprendida e modelada para que
transmita ideia de forma a cativar e convencer o outro.
ORATÓRIA
CAPÍTULO 1
A tecnologia aproximou o homem de tal forma e tornou o mundo tão veloz, que a
palavra oral está predominando sobre a palavra escrita. O reflexo disso está no
retorno do ensino da arte de falar em público nas universidades da Europa, dos
Estados Unidos e algumas do Brasil. Neste contexto surgem cursos específicos nas
grandes empresas e imprensas especializadas em comunicação verbal.
CAPÍTULO 2
Quando o medo de enfrentar o público surge, é necessário saber que ele pode ser
vencido. Comunicar-se com eficácia é fazer com que os outros acreditem em você.
Para que isto aconteça, sabe quem é a primeira pessoa que precisa acreditar no
que você diz? É você mesmo.
? ?
? ?
2.3. COMO VENCER O MEDO?
Acreditar que você pode enfrentar este medo, já lhe dota de capacidade para
alcançar a vitória, através da sua determinação. Quando vamos enfrentar
determinadas situações nos preparamos para tal, e o conhecimento é fundamental
para obtermos êxito. Agora observe cinco dicas para vencer esse medo:
CAPÍTULO 3
3. O ORADOR
Tudo isso que acabamos de ver faz parte do chamado marketing pessoal.
imagem
3.1.1 PLANO DE AÇÃO PARA UMA IMAGEM DE SUCESSO
As roupas e os acessórios que você escolhe para usar e como os usam fazem
parte dos elementos de sua revelação ao mundo. Antes de a plateia ouvi-lo, ela o
vê e o sente. A aparência física não pode ficar em segundo plano na composição
da imagem do ser humano e do profissional de sucesso que você pretende ser.
Conhecer as regras do grupo social em que você atua ajuda a escolher o melhor
traje para o momento. Discrição e simplicidade costumam ser bons parceiros. A
elegância não grita! Cuidar bem da aparência pessoal, compatível com a posição
de comunicador, é uma questão de sensibilidade e de inteligência.
Se você concorda com a frase: “quero que gostem de mim pelo que sou, e não
pelas roupas que visto”, procure repensar essa posição. A não ser que já seja um
orador consagrado, de prestígio reconhecido, lembre-se sempre de que se a
primeira imagem for favorável, a plateia prestará mais atenção em você.
Vestir-se adequadamente, com critérios bem definidos, fará você sentir-se mais
seguro e confiante quanto ao seu desempenho. O cuidado consigo mesmo é
sinônimo de auto-estima elevada e respeito por si mesmo. A roupa que você
escolhe para vestir deve ser usada a seu favor, como outro recurso de
comunicação. Seja uma pessoa reconhecidamente elegante!
características do trabalho
horário
temperatura
duração
Tenha barba e cabelo bem cuidados. Se tiver bigode, ele não deve ultrapassar
a linha do lábio superior.
Na dúvida, prefira usar terno e gravata. Se o evento realizar-se fora da sua
cidade, leve duas mudas de roupa para prevenir-se contra possíveis mudanças de
temperatura. Se estiver usando terno, não arregace as mangas da camisa nem
solte a gravata..
Compre ternos de bom caimento. Nas ocasiões mais formais, prefira usar preto,
cinza ou azul-marinho, com sapatos pretos. O marrom entristece a imagem. Os
ternos de cor lisa aceitam mais facilmente outras peças. Observe se a roupa está
bem passada, os vincos marcados. Use camisas de fibras naturais,
preferencialmente de algodão. Evite usar camisa de mangas curta sob o paletó.
A gravata é um elemento que fala sobre a personalidade do usuário. O tecido, o
desenho, o nó, tudo isso pode definir o seu grau de introversão ou extroversão e
outras características. Evite gravatas com mais de três cores.
O cinto deve ser da mesma cor dos sapatos, e as meias devem cobrir as
panturrilhas. A manga da camisa não deve aparecer mais de dois centímetros nos
punhos. Evite guardar objetos nos bolsos para não fazer volume.
Se você viaja muito, prefira roupas que não amassem, pois nem sempre se
pode contar com bons serviços nos hotéis. Para desamassá-las, pendure o cabide
no banheiro e abra o chuveiro com água bem quente; o vapor penetra nas fibras e
desamassa o tecido. Faça isso no dia anterior ao evento para evitar que as roupas
fiquem úmidas.
Procure informar-se sobre como se vestir nas revistas e publicações
especializadas. Se for o caso, converse com um consultor de moda para uma
orientação de acordo mais adequada à sua personalidade, à sua necessidade
profissional e ao público que você quer atingir.
ORATÓRIA
Se você é uma pessoa formal e vai apresentar-se para jovens, é melhor portar-
se de acordo. Isso não significa fingir que tem os mesmos gostos de sua plateia,
mas buscar a melhor imagem sem perder as características e gostos pessoais.
Não use maquiagem pesada. Use cores leves e harmoniosas que não chamem
muita atenção. A melhor maquiagem para uma apresentação é aquela que o
público não nota, mas que funciona.
Aprender a se maquiar pode ser um caminho para conhecer os produtos, as
cores e os tons que mais combinam com a sua pele. É também a oportunidade de
conhecer pequenos truques que corrigem as imperfeições e ressaltam os pontos
favoráveis do rosto e do corpo. Use esmaltes de tons claros e discretos que
combinem com o tom de sua pele.
Use joias ou bijuterias discretas e evite as que fazem barulho.
Nos eventos mais formais, use tailleur ou vestidos com blazer.
O comprimento da saia não deve ultrapassar três dedos acima dos joelhos, e
dependendo do tipo de apresentação, prefira usar um terninho.
Antes de comprar uma roupa, sinta se a textura do tecido é agradável à sua
pele. Lembre-se de que você usará essa roupa por um bom tempo.
Se sua pele for sensível, tire as etiquetas do lado interno das roupas para não
incomodá-la durante a apresentação.
A não ser que esteja de sandálias, use meia fina e prefira cores mais discretas
que combinem com a cor dos sapatos, o tom de sua pele e a roupa que está
usando. Tenha sempre um par de meias extra para trocar, se elas desfiarem.
Evite roupas que marcam o corpo, sejam transparentes, muito decotadas, ou
com fendas que exponham as pernas.
Não estreie uma roupa numa apresentação. Use-a ao menos umas duas vezes
para sentir-se dentro dela.
Use sapatos de salto médio. Se estiver de calça comprida, use salto baixo.
As solas de borracha não fazem barulho no assoalho e não distraem a atenção
da plateia.
ORATÓRIA
1. AUTOCONFIANÇA 2. DETERMINAÇÃO
5. VOCABULÁRIO 6. GRAMÁTICA
ORATÓRIA
7. ENTUSIASMO 8. EMPATIA
9. CRIATIVIDADE 10.NATURALIDADE
Conhecer a própria voz é conhecer um pouco mais a própria alma, porque ela
revela as nossas angústias e os nossos anseios mais íntimos ao imprimir
publicamente parte do nosso território individual. Quem busca o autoconhecimento
tem na voz, que integra a pessoa ao mundo, um meio poderoso para revelar traços
essenciais do ser.
ORATÓRIA
Dedicar mais atenção à voz é estar em sintonia com o pulsar da vida. Levantar
mais importantes sobre ela através de um check-up pode dar subsídios mais
importantes para se prosseguir na trilha do autoconhecimento. Se as palavras
transmitem a mensagem intelectual, a voz transmite a mensagem emocional numa
linguagem cujas matrizes vão nos distinguir como personagens únicas de nossa
história.
A VOZ - É um dos principais elementos utilizados por nós quando queremos nos
comunicar.
De acordo com a fonoaudióloga Mara Behlau, a voz é produzida na laringe através
das pregas vocais (também conhecida como cordas vocais), que realizam os seus
movimentos graças ao fluxo de ar que vem dos pulmões (expiração) e a ação dos
músculos da laringe. Esse som vai se modificando nas cavidades que funcionam
como um alto-falante: faringe, cavidade bucal, cavidade nasal e seios da face. Veja
só como é formado o nosso aparelho vocal:
3 – Entonação
4 – Volume
5 – Ritmo
respirar mal;
falar muito baixo ou muito alto;
pronunciar mal as palavras;
falar muito depressa ou muito devagar;
usar vícios de linguagem como “tá?”, “né?”, “ok”, “certo?”, “entendeu?”,
“percebe?”, “é isso aí!”, “tipo assim”, “a gente”, “acho que” e outros;
falar como robô, em tom monocórdio;
cometer erros gramaticais;
engolir esses (SS) e erres (RR)
falar com estridência;
embolar as palavras;
ser prolixo ou monossilábico;
organizar mal as ideias e a apresentação;
expressar-se sem objetividade e clareza;
usar termos técnicos para público leigo;
contar piadas e usar chavões;
desculpar-se por estar despreparado;
ORATÓRIA
O melhor é não ler o tema/texto para o público. Leve um roteiro contendo as frases-
chave que imprimem um modelo à palestra. Existem, porém situações formais
como formaturas, cerimônias de posse, etc. que pedem a leitura do
discurso/mensagem. Nesses casos, o comunicador lerá um texto, que já deve estar
na ponta da língua. E não se esqueça do contato visual com a plateia; se não for
constante, os ouvintes perderão o interesse.
3.5 PLANEJAMENTO
3.5.1 1ª ETAPA:
Quando você for ler um texto em público, seu ou de qualquer outro autor, é
fundamental fazer um trabalho de mesa em leitura silenciosa, um exercício
intelectual de análise e dissecação do texto, para localizar:
as ideias principais
as ideias secundárias
as palavras-chave
os sentimentos expressos no texto
as palavras desconhecidas
os termos estrangeiros (e a tradução dos mesmos)
as frases principais da introdução, do desenvolvimento e da conclusão
a imagem que você gostaria de passar a plateia, antes, durante e depois da
sua apresentação
a frase que gostaria de imprimir na mente dos espectadores no final da sua
apresentação
as técnicas de apresentação que pretende aplicar a leitura
ORATÓRIA
3.5.2 2ª ETAPA:
Observe a sua articulação, a dicção, o grau de dificuldade para pronunciar certas
palavras, a fluência, o ritmo e a velocidade das frases. Nos ensaios feitos numa
altura de voz mediana, marque o tempo das pausas, da respiração, e se a
quantidade de ar para uma emissão tranquila esteve presente durante a leitura. É
nessa fase que se consolida a qualidade dos aspectos mais técnicos da leitura,
quando os fundamentos da boa fala, sem vícios e cacoetes, vão sendo observados
e, aos poucos, assimilados em suas comunicações.
3.5.3 3ª ETAPA:
Nesta etapa inclui-se a interpretação do texto, como vivenciar o que se lê. É o
momento de verificar se estamos correspondendo às intenções do texto e
conseguindo equilibrar razão e emoção. É hora de checar se as ideias estão sendo
bem coordenadas, os parágrafos, bem distribuídos, se o comunicador tem
familiaridade com o texto, se ele é agradável e a interpretação que você faz das
ideias chega até o público.
3.5.4 4ª ETAPA:
Entra aqui a lapidação dos recursos técnicos, intelectuais e expressivos. É hora de
aliar técnica à emoção, à razão e naturalidade, e agregar também a coerência
gestual. São os acabamentos que imprimirão qualidade à apresentação. A leitura
deve transmitir credibilidade, inteligência, persuasão e, ao mesmo tempo,
simplicidade e simpatia.
3.5.5 5ª ETAPA:
Nesta fase, grave o que você lê ou filme o ensaio. Depois ouça/veja o resultado do
trabalho, observando-se:
a voz transmite credibilidade, se é bem audível, se dicção está boa.
as frases enfáticas do texto são realmente destacadas
a leitura é expressiva
ORATÓRIA
transmite naturalidade
as ideias convencem
você ficou interessado em ouvir a si mesmo até o fim
a voz tinha personalidade, se falava sobre quem você é
algumas partes precisam ser melhoradas e quais são elas
o ritmo estava bom
a plateia acompanhou com interesse a sua explanação
você demonstrou segurança e fluência
tropeçou em alguma frase e se é preciso mudar alguma coisa
Se você estivesse na plateia, como avaliaria a sua leitura? A linguagem corporal?
A sintonia entre ela e a fala?
3.5.6 6ª ETAPA:
Mostre agora esses ensaios às pessoas em quem você confia. Se no final da leitura
ninguém conseguir sintetizar as ideias principais do texto, ainda há tempo de fazer
alguns ajustes. Pergunte a essas pessoas:
qual foi o grau de motivação e interesse?
deu para ouvir bem?
peça a elas para citar três pontos favoráveis da fala e três que devem ser
melhorados.
Não veja o feedback negativo como a destruição de seu trabalho, mas como
colaboração de seus amigos para melhorar a sua apresentação.
Digite o texto com tipos bem legíveis e deixe espaço duplo entre as linhas e os
parágrafos. Destaque com negrito as frases e as palavras-chave que reforçarão a
síntese das ideias apresentadas. Durante a leitura, deve estar muito claro para o
público quais são as ideias principais e as secundárias.
Para facilitar a visão e a memorização, divida a folha de papel ao meio, escreva
à direita e deixe o lado esquerdo do para fazer anotações sobre a interpretação das
ideias.
ORATÓRIA
3.7.1 ARTICULAÇÃO
3.10 TEXTOS
TEXTO 1 (ANGUSTIA)
“De repente os olhos bem abertos. E a escuridão toda escura. Deve ser noite alta.
Acendo a luz da cabeceira e para o meu desespero são duas horas da noite. E a
cabeça clara e lúcida. Ainda arranjarei alguém igual a quem eu possa telefonar ás
duas da noite e que não me maldiga. Quem? Quem sofre de insônia? E as horas
não passam. Saio da cama, tomo café. E o que se passa na luz acesa da sala?
Pensa-se uma escuridão. Não, não se pensa. Sente-se. Sente-se uma coisa que só
tem um nome: solidão que não seria quebrada por ninguém no mundo. Ler?
Jamais. Trabalhar? Jamais. Passa-se um tempo, olha-se o relógio, quem sabe se
são cinco horas. Nem quatro chegaram. Quem estará acordado agora? E nem
posso pedir que me telefonem no meio da noite, pois posso estar dormindo e não
perdoar. Tomar uma pílula para dormir? E o vício que nos espreita? Ninguém me
perdoaria o vício. Então fico sentada, sentindo o quê? O nada”.
(Esplendor, 133)
ORATÓRIA
TEXTO 2 (PRAZER)
“Mas quantas vezes a insônia é um dom, de repente acordar no meio da noite e ter
essa coisa rara: solidão. Quase nenhum ruído. Só o das ondas do mar batendo na
praia. E tomo café com gosto, toda sozinha no mundo. Ninguém me interrompe o
nada. É um nada a um tempo vazio e rico. E o telefone mudo, sem aquele toque
súbito que sobressalta. Depois vai amanhecendo. As nuvens se clareando sob um
sol às vezes pálido como a lua, às vezes de fogo puro. Vou ao terraço e sou talvez
a primeira do dia a ver a espuma branca do mar. O mar é meu. O sol é meu, a terra
é minha. E sinto-me feliz por nada, por tudo”.
(Ibid, 134)
CARTAS DE AMOR
Fernando Pessoa
Mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são
(IRONIA) Ridículas.
A verdade é que hoje as minhas memórias dessas cartas de amor é que são
(PASSADO) Ridículas.
ORATÓRIA
Nós não temos um corpo, nós somos um corpo! Um corpo vibrante que respira,
sente e se enternece, um corpo vivo que reflete o que somos.
Toda nossa vida está gravada na memória do corpo. É ele que conta toda a
verdade de nossa história, dos nossos sentimentos mais imperceptíveis. É um
pergaminho no qual estão gravadas as marcas do tempo, importantes senhas da
individualidade humana, e a assinatura intransferível da nossa imagem corporal.
Para entender a importância desse mapa e promover as mudanças necessárias, é
preciso ter coragem para ir se despindo gradativamente das couraças do passado e
abrir canais que favoreçam os movimentos mais livres e expressivos.
O nosso corpo fala! E como fala! Ela capta tudo, de todas as maneiras. Aponta a
mentira da palavra, desnuda as falsas convicções, arranca máscaras e expõe as
verdades inconscientes através da linguagem expressiva. A postura, as expressões
faciais, os movimentos dos olhos, do rosto, das pernas, das mãos, enfim, qualquer
gesto, por mínimo que seja, traduz o que as palavras muitas vezes não conseguem
expressar.
Os movimentos do corpo têm a mesma importância que a palavra no que se refere
à comunicação humana. Esses recursos expressivos riquíssimos favorecem a
ligação entre as pessoas e fortalecem a magia da interação social.
Para que se cumpram estes objetivos, a linguagem corporal deve ser natural, clara,
expressiva, pertinente e harmoniosa.
O nosso corpo fala quando estamos nos comunicando. O gesto como a postura,
são complementos naturais e vêm antes ou com as palavras, jamais após.
Dividimos a nossa explanação em:
3.12.1 Postura
É a posição do corpo do orador. Procure ser elegante antes mesmo de falar quando
estiver sentado aguardando a sua vez e quando for a tribuna, dirija-se com ar de
vitorioso e seja simpático ao chegar lá, mantenha a calma, organize seus papéis ou
examine o microfone. Estes poucos segundos darão tempo a audiência de se
preparar para ouvi-lo. Na tribuna seja sempre firme e natural. Evite os exageros,
não assuma uma postura militar, nem a de quem perdeu alguma coisa no chão.
Fale com segurança.
3.12.2 Os Gestos
Os gestos são os movimentos do corpo. A cabeça, inclusive o semblante e as mãos
são as partes de maior expressividade na transmissão de ideias e sentimentos.
Deve-se ainda ter especial atenção com as pernas e tronco.
Vale salientar que a gesticulação correta ou incorreta dependerá da circunstância e
do próprio orador. Há entretanto, uma orientação genérica a se seguir:
ORATÓRIA
“O corpo humano
é a melhor imagem
da alma humana.”
Ludwig Wittgenstein
1. Já disse tudo o que precisava, nada tenho a declarar além do que foi
mencionado.
2. Ele comprovou sua inocência com os próprios argumentos, sem recorrer ás
testemunhas.
3. O curso foi dividido em quatro etapas distintas: a primeira, com a história da arte
de falar em público e a topofobia; a segunda, com o estudo do perfil do orador; a
terceira, com orientações sobre o público, o discurso e oratória eletrônica e,
finalmente, a quarta etapa, com o discurso final dos oradores.
4. Depois de duas horas de conversa animada, cada um seguiu caminho diferente.
5. As peças trabalhadas com a competência do artesão, encaixaram-se
perfeitamente.
6. Ponha-se na rua!
10. Sinto muito, meu amigo, mas o nosso assunto está liquidado. Não lhe pago
mais um tostão. Estou sem dinheiro e o senhor já recebeu muito mais do que devia.
CAPÍTULO 4
4. O PÚBLICO
O orador vai a tribuna para dirigir-se ao público pela primeira vez. Sabe que para a
sua pessoa se convergirão todos os olhares das pessoas ali presentes. Todos
aguardam com ansiedade a ocasião de ouvi-lo.
Olhar para o público falar com ele, dispensar-lhe toda atenção. Essa atitude por
parte do orador é fundamental para o seu sucesso. Mais que isso, a audiência é
que define a direção do discurso. O orador no entanto, mesmo seguindo os
caminhos apreciados pela plateia, deve, ao final, convencê-la, isto é, levá-la ao
destino objetivado pela sua exposição. Eis a grande magia da arte de falar em
público.
I – Para uma multidão devemos usar mais a emoção, para um grupo menor, um
auditório com 50 pessoas por exemplo devemos usar mais a razão. A multidão é
mais impulsiva, um grupo menor pensa com logicidade.
II – Para falar com jovens façamos uma abordagem idealista como a juventude;
com adultos, uma abordagem prática e racional; com idosos, uma abordagem
saudosista.
III – Um auditório pouco preparado culturalmente contenta-se com uma explanação
mais emotiva, por não ter desenvolvido a capacidade reflexiva. Um auditório culto
pensa mais criticamente e exige do orador racionalidade e argumentos mais
sólidos.
ORATÓRIA
Não olhe só para um lado da plateia, mas para onde houver pessoas. Faça-as
sentir-se vistas e lembradas. Elas gostam disto. Não permita que o seu olhar se
afaste do público por um mais de 15 segundos, sob pena de a plateia perder
interesse pela sua mensagem.
ORATÓRIA
Olhe, mas não encare o público. Isso pode parecer um desafio. Olhe de um jeito
natural e tranquilo. Antes de começar a falar, sinta a plateia através do olhar, e
durante a introdução e a conclusão não tire os olhos dela. Mas não fixe uma só
pessoa para não deixá-la inibida. Sorria através do olhar. Descubra em si mesmo
razões para que seus olhos se tornem pontes de afetividade e simpatia.
Fique atento à linguagem corporal dos participantes para saber o que estão
querendo dizer. Olhe com tranquilidade para cada um (se a plateia for
pequena) e não afaste o olhar do espectador enquanto não concluir a frase.
Olhe para a plateia, e não por cima das cabeças. Os olhos existem para
promover o diálogo silencioso da interação visual.
Se você perceber um olhar hostil entre os ouvintes, evite entregar-se a essa
energia nociva. Imediatamente desvie o olhar para participantes mais
receptivos.
A conexão visual dá a possibilidade de você ler o que está sendo dito pelo
público de uma forma não verbal. Por isso, os espectadores não podem sentir-se
abandonados por seu olhar; eles gostam de sentir-se vistos.
Permita que seu olhar se abra para a plateia num leque democrático.
Procure conhecer o impacto que seu olhar provoca nas pessoas. Inspira
medo, respeito, alegria, bondade, raiva? Saber o que o contato visual promove
pode ajudar no processo comunicativo.
O QUE É O “CHA”
C – os Conhecimentos
H – as Habilidades
A – as Atitudes
TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO
ATITUDES
CONHECIMENTOS HABILIDADES
PAPÉIS (QUERER
(SABER) (SABER FAZER)
FAZER)
*conhecimento da
realidade;
*público-alvo;
*conteúdo a ser
ANTES/ Comunica- exposto; -Aplicação dos - querer
PLANEJA- dor/ *técnicas de conhecimentos; planejar
MENTO Planejar apresentação -Autoanálise.
*recursos
audiovisuais;
*planejamento da
apresentação.
- comunicação
verbal e não-verbal;
Comunica-
DURANTE/ - tipos -liderança; - querer se
dor/
APRESENTA característicos de -relacionamento comunicar
Apresentad
ÇÃO participantes; com o grupo
or
- técnicas de
controle da emoção.
Comunica- -avaliação: - percepção das
DEPOIS/ - querer avaliar
dor/ -ação do grupo; reações do grupo
AVALIAÇÃO
Avaliador -resultados.
b) Tema: O quê?
e) Público: A quem?
ORATÓRIA
f) Realidade: Contexto
interesses
expectativas
g) Forma: Como?
h) Duração: Tempo?
i) Local: Onde?
j) Data: Quando?
Tempos de exposição
15% para a INTRODUÇÃO
75% para o DESENVOLVIMENTO
10% para a CONCLUSÃO
OBS.: É claro que essas porcentagens estão sujeitas a mudanças de acordo com o
tipo de evento e necessidades. Do público-alvo.
As etapas da exposição
estar ali, quais os objetivos do trabalho, o que a plateia ganhará por ouvi-lo, quais
são as suas expectativas de troca com o público.
Use uma frase sugestiva para deixar a sua marca de forma positiva.
INTRODUÇÃO
Capta o interesse
Define objetivos
Registra a importância
da ideia principal
DESENVOLVIMENTO
Apresenta os argumentos
CONCLUSÃO
Sintetiza temas
propostos
FRASE DE EFEITO
Público-alvo:
profissão faixa etária
escolaridade nível econômico e social
sexo expectativas
tipo de realidade em que vive áreas de interesse
grau de conhecimento do tema a ser grau de motivação quanto ao assunto
abordado
Características do evento:
ORATÓRIA
horário local
objetivos número de participantes
tempo total do evento divisão de tempo para sua apresentação
profissionais adequados à função mestre-de-cerimônia
técnico de som, coordenadores
Equipamentos eletrônicos:
computador filmadora
tripé aparelhagem de som
TV, telão retroprojetor
microfones carrossel de slides
telefones
Recursos didáticos:
retroprojetor microfone
computador/telão TV, videocassete e fitas
aparelhagem de som (toca-fitas e CD transparências
player
flip charts mesas de apoio
livros apostilas
textos de apoios bloco de anotações
ORATÓRIA
Materiais de escritório:
canetas lápis
pincéis atômicos fita adesiva
giz papel sulfite
tesoura grampeador
fita crepe alfinetes
rolo de barbante forte apontador de lápis
régua
Sugestões:
Quanto ao planejamento
Planejei e organizei o que disse e como disse?
Preparei e chequei os recursos audiovisuais?
Treinei e ensaiei, de preferência diante de outras pessoas?
Filmei os ensaios?
Fiz sessões de feedback para corrigir as falhas?
Criei imagens positivas?
Selecionei exercícios de relaxamento?
Cuidei da respiração?
Fiz uma autoanálise dos pontos fortes e frágeis da apresentação?
Procurei conversar com amigos mais otimistas?
Quanto à apresentação
Consegui estabelecer sintonia com o grupo? A plateia estava receptiva?
Consegui administrar o nervosismo dos cinco minutos iniciais e nas outras
etapas da apresentação?
Coordenei bem gestos, atos e palavras?
Estabeleci interação visual com a plateia?
Prestei atenção às suas reações?
Consegui da plateia um estado de prontidão para a aprendizagem?
Houve equilíbrio de tempo entre início, meio e fim da apresentação?
Estive bem, física, emocional e intelectualmente?
Consegui captar o interesse da plateia?
Fui claro, objetivo e direto em minha explanação?
Estava vestido de acordo?
Administrei com tranquilidade os vários momentos do trabalho?
Respondi com segurança e clareza às questões formuladas pela plateia?
O cenário estava de acordo com as necessidades do trabalho?
Alcancei os objetivos da apresentação?
Satisfiz as necessidades do público?
Tive repercussão positiva do trabalho
Fui bem avaliado pela plateia?
ORATÓRIA
Presidente da
República
Vossa Senhor
Presidente do Excelência Só por extenso
Excelência Presidente
Congresso
Presidente do ST.F.
Deputados
Senadores
Governadores
Vossa Senhor+
Prefeitos Excelência Exmo.(a) Sr. (a)
Excelência Título
Embaixadores
Ministros
Oficiais Superiores
Oficiais Subalternos
Diretores de
Repartição ou
Empresas Prezado Senhor Vossa Senhor +
V. As
Chefes de Serviço (a) Senhoria Título
Pessoas de
Cerimônia
Vossa
Rei Majestade V. M. Majestade
Majestade
Príncipe
Vossa Sereníssimo
Duque Alteza V. A.
Alteza + Título
Arquiduque
Vossa Magnífico
Reitores Magnificência V. Exa.
Excelência Reitor
Vossa Meritíssimo
Juízes de Direito Meritíssimo V. Exa.
Excelência Juiz
Excelentíssi
Excelência mo e
Bispos e Vossa V. Exa.
Reverendíssima Reveren-
Arcebispos Excelência V. Rvma.
díssimo
Senhor
Vossa Reveren
Sacerdotes e
Reverendo Reverendís V. Rvma. díssimo
Pastores
sima Senhor
ORATÓRIA
CAPÍTULO 5
5.RECURSOS VISUAIS
Flip chart
Retroprojetor
Slides de 35mm
Filme
Monitores de vídeo
Projeções
Amostras, maquetes e apoios
Folhetos
É o recurso visual mais eficiente para um público de até 25 pessoas, e é uma mídia
excelente para apresentar textos simples ou gráficos.
- letras legíveis;
- dividir o quadro;
- evitar falar ao escrever.
ORATÓRIA
5.3 RETROPROJETOR
Quando discutir gráficos, afaste-se do retroprojetor e fale perto da tela, mas não se
esqueça de olhar para o público.
Quando apontar para uma parte da informação na tela, use algum instrumento
indicador como um bastonete ou uma caneta fina (ou qualquer outro tipo de
instrumento) para colocar diretamente na transparência com um dos dedos faz com
que você ou sua mão fiquem na frente da lâmpada de projeção, bloqueando a
maior parte da imagem que aparece na tela.
Os slides coloridos são muito eficientes tanto para um público de dez como para
centenas de pessoas. São meios excelentes porque apresentam imagens de boa
qualidade de pessoas, lugares, objetos e acontecimentos. No entanto, são
necessários um bom projeto e uma execução cuidadosa para produzir resultados
de alta qualidade. Dos slides se exige mais profissionalismo do que dos quadros ou
transparências de retroprojetor, e os apresentadores costumam usa-los só quando
tem acesso ao material de qualidade.
A principal vantagem de usar os slides é que eles são simples de apresentar. Mas,
como em qualquer sistema de projeção, você depende do sistema elétrico, cheque
o equipamento antecipadamente. Se o sistema falhar, esteja preparado para
continuar sem ele.
O filme e o vídeo são bons recursos para certos tipos de apresentação. Os filmes e
a televisão podem ser mostrados para uma plateia grande ou pequena. Os
monitores de vídeo são úteis para até 25 pessoas por monitor. O vídeo está se
tornando muito popular com o uso do computador on-line e com o desenvolvimento
de seus gráficos.
Como os fabricantes de carro exibem as barras de aço nas laterais de seus carros?
Eles mostram um corte da porta do carro com barras de 10cm de aço que o
protegem numa colisão. Os apoios são objetos tangíveis que as pessoas podem
ver. Se puderem ver, vão lembrar-se deles.
5.7 FOLHETOS
Talvez você prefira avisar à plateia de que os folhetos estarão disponíveis no final
da apresentação. Você quer a atenção dos ouvintes voltada para você. Qualquer
coisa que eles tenham em mãos ou em frente aos olhos, competirá com você.
1 IMAGEM DE ATENÇÃO
2. MENSAGEM DO TEMA
4 EXEMPLO 6 ESTRATÉGIAS
7.IMAGEM DO RESUMO
8.IMAGEM DO FECHAMENTO
CAPÍTULO 6
6. ORATÓRIA EM REUNIÕES
6.1.1 O vocabulário
O bom vocabulário é aquele que se adapta à capacidade de compreensão das
pessoas que compõem a plateia. Se for uma reunião de que participam técnicos de
um determinado setor da empresa, o vocabulário poderá ser específico daquela
atividade profissional.
Se, entretanto, for em presença de elementos pertencentes a diversos setores e
não familiarizados com certos termos, é preferível um vocabulário mais abrangente
e fácil de ser entendido.
6.1.3 A objetividade
6.1.4 A preparação
6.1.5 A seriedade
6.1.6 A naturalidade
CAPÍTULO 7
7. ORATÓRIA ELETRÔNICA
Hoje, o microfone e todo o sistema de som amplificam a voz com uma fidelidade
cada vez maior, personalizando o discurso. Ele permite que a comunicação do
orador seja mais natural e espontânea, possibilitando falar a grandes plateias da
mesma forma como se conversa com uma ou duas pessoas.
É um recurso que poucos acham necessário, mas que pode ser vital na sua
apresentação, principalmente se você se dirigir a mais de quarenta pessoas.
Dependendo da acústica do local, é imprescindível. Não pense que sua voz — por
mais trabalhada que seja — dará conta de agüentar a mesma intensidade (alta ou
baixa) durante toda a sua apresentação, e ainda mais se o espaço for muito amplo.
Use o microfone. Os seus ouvintes agradecerão não ter de perguntar à pessoa do
lado, “o que foi que ele disse?’”.
Microfone de lapela: fica preso na roupa e o fio está conectado a uma bateria,
normalmente presa a cintura. É um microfone de alta sensibilidade e até se roçar
nos cabelos costuma provocar ruídos.
7.1.2 Planejamento
Algumas pessoas sentem verdadeiro pavor de microfones. Este fato, grande aliado
da topofobia, ocorre devido ao desconhecimento e a falta de prática no uso do
mesmo. Assim, segue algumas recomendações:
I – Verifique o microfone antes de usá-lo. Observe a distância que deve falar para
sua voz sair audível, peça alguém para sentar no final do recinto e dizer-lhe se
estar ouvindo bem. Quando este procedimento não for possível, observe os
oradores que o antecederem ou, em último caso, suas próprias palavras iniciais,
podendo consultar a audiência.
II - Também quando possível, familiarize-se com o manuseio da haste do
microfone, para colocá-lo um pouco abaixo da linha da boca quando for falar.
III - Fale sempre com o jato de voz dirigido ao microfone. Caso ache necessário
movimentar-se, tire-o da haste.
IV - A sensibilidade do microfone é perigosa. Cuidado com a respiração, ruídos
desagradáveis ou comentários paralelos, tudo isso é amplificado no sistema de
som.
ORATÓRIA
VALTER DE SOUSA
8. REFERÊNCIAS
BLOCH, Pedro, Falar Bem 2 ed., Rio de Janeiro, Ed. Nórdica, 1980.
FLETCHER, Leon. Como falar como um profissional. 4. Ed., Rio de Janeiro, Ed.
Record.
OSBORNE, John W. Aprenda a falar bem e impulsione sua carreira. ed. 1. São
Paulo., Ed. Nobel, 1996.
POLITO, Reinaldo. Como falar corretamente sem inibições. 20. ed., São Paulo,
Ed. Saraiva. 1988
POLITO, Reinaldo. Gestos e Postura para falar melhor. 14. ed., São Paulo,
Ed. Saraiva. 1993.
WEIL, Pierre e TOMAKOV, Roland. O corpo fala. 27. ed. Petrópolis, Ed.
Vozes, 1990.