7-CN Material 04 AutovaloresAutovetores
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7-CN Material 04 AutovaloresAutovetores
Procuramos um escalar λ e um vetor não nulo v = (x, y)t , tais que (1) seja satisfeita.
Assim,
3 4 x x
=λ .
2 1 y y
Escrevendo na forma de sistema,
3x + 4y = λx (3 − λ)x + 4y = 0
⇒
2x + y = λy 2x + (1 − λ)y = 0
1
⇒ λ1 = 5 ou λ2 = −1 são os dois autovalores de A.
Substituindo λ1 = 5 no sistema,
−2x + 4y = 0
2x − 4y = 0
Método de Leverrier
Este método fornece o polinômio caracterı́stico de uma matriz A de ordem n. Utiliza
a ideia do Teorema de Newton a seguir que mostra uma relação entre os coeficientes
de um polinômio e a soma das potências de suas raı́zes. Assim, conhecidas as somas
das potências das raı́zes do polinômio, podemos determinar os coeficientes do mesmo.
Vamos ver esse teorema e alguns outros resultados que embasam a dedução do método.
2
cujos zeros são x1 , x2 , ..., xn . Seja ainda
n
X
sk = xki , k = 1, 2, · · · , n.
i=1
Então
k−1
X
ai sk−i + kak = 0, k = 1, 2, · · · , n.
i=0
k−1
X
pi sk−i + kpk = 0, k = 1, 2, · · · , n,
i=0
3
k−1
1 X
pk = (sk − pi sk−i )
k i=1
sk = tr(Ak )
P (λ) = λ2 − 4λ − 5.
Para terminar, calculamos os zeros do polinômio, obtendo λ1 = 5 e λ2 = −1.
4
2 2 −2
A3 = A2 ∗ A = −1 −1 2 ⇒ s3 = tr(A3 ) = 2 − 1 + 0 = 1
−3 1 0
De onde segue que os coeficientes do polinômio caracterı́stico são
p1 = s1 = 1
2p2 = s2 − p1 s1 = 5 − 1 ∗ 1 ⇒ p2 = 2
3p3 = s3 − p1 s2 − p2 s1 = 1 − 1 ∗ 5 − 2 ∗ 1 ⇒ p2 = −2
Substituindo na forma geral do polinômio de grau 3,
(b) como os coeficientes são números inteiros, as possibilidades para uma das raı́zes
são {1, −1, 2, −2}
(obs. para P (x) = an xn + an−1 xn−1 + ... + a1 x + a0 , p : divisor de a0 e q : divisor de
an , p e q primos entre si. Então p/q é possı́vel raı́z do polinômio.)
Observamos que λ = 1 é raiz pois P (1) = 0. Para encontrar as demais raı́zes,
2
dividimos P por λ − 1.√Assim, obtemos √ P (x) = (λ − 1)(−λ + 2). Logo os autovalores
de A são λ1 = 1, λ2 = 2 e λ3 = − 2.
(c) Vamos voltar ao P (λ) = −λ3 + λ2 + 2λ − 2. Isolamos a raı́z positiva em [1.25, 2],
observando que P é uma função contı́nua e que P (1.25) = 0.109375 e P (2) = −2
têm sinais trocados. Logo, pelo teorema do valor intermediário, existe ao menos uma
raiz nesse intervalo. Observando ainda que a primeira derivada de P nesse intervalo é
sempre positiva, concluı́mos que P possui uma única raiz nesse intervalo.
f (xk )
A fórmula do método de Newton é xk+1 = xk − 0 , onde f (x) = −x3 +x2 +2x−2
f (xk )
e f 0 (x) = −3x2 + 2x + 2
Tomamos x0 = 1.5,
f (1.5) 0.125
x1 = 1.5 − 0 = 1.5 − = 1.428571
f (1.5) −1.75
f (1.428571)
x2 = 1.428571 − 0 = 1.414747
f (1.428571)
f (1.414747)
x3 = 1.414747 − 0 = 1.414214
f (1.414747)
f (1.414214)
x4 = 1.414214 − 0 = 1.414214
f (1.414214)
x4 possui ao menos 5 casas decimais corretas. Este é o maior autovalor positivo,
λ = 1.414214.
5
método de Rutishauser (LR)
O método de Rutishauser, ou método LR, permite, sob certas condições, determi-
nar todos os autovalores de uma matriz quadrada, sem determinar o polinômio carac-
terı́stico. É baseado em transformações de similaridades, isto é, transformações que não
auteram os autovalores da matriz.
Seja A, n × n, o método consiste em construir a seguinte sequência de matrizes
A1 = A, decompõe A1 em LU , chama L1 = L e R1 = U . Assim, A1 = L1 R1
A2 = R1 L1 , decompõe A2 em LU , chama L2 = L e R2 = U . Assim, A2 = L2 R2 . As
matrizes A e A2 são similares, isto é, possuem os mesmos autovalores.
A3 = R2 L2 , decompõe A3 em LU , chama L3 = L e R3 = U . Assim, A3 = L3 R3 . As
matrizes A2 e A3 são similares e consequentemente, A e A3 são similares.
..
.
Ak = Rk−1 Lk−1 = Lk Rk . As matrizes Ak e Ak−1 são similares e consequentemente,
A e Ak são similares.
..
.
Quando k → ∞, Ak → R matriz triangular superior, desde que A possua n auto-
valores distintos. As matrizes A e R são similares, ou seja, possuem o mesmo conjunto
de autovalores. Além disso, os elementos diagonais da matriz Ak são os autovalores
procurados.
O processo termina quando os elementos da matriz Ak abaixo da diagonal forem
todos, em módulo, menores do que uma precisão pré-fixada .
Obs. Os cálculos para obter os autovetores pelo método LR são trabalhosos. Não
faremos neste curso.
6
`31 u13 + `32 u23 + u33 = 1 ⇒ u33 = 1 − 0.5 ∗ 1 − 0 ∗ 0 = 0.5
1 0 0 2 0 1
A1 = 0 1 0 0 1 0 = L1 R1
0.5 0 1 0 0 0.5
Obtém A2 multiplicando L1 e R1 na ordem invertida
2 0 1 1 0 0 2.5 0 1
A2 = R1 L1 = 0 1 0 0 1 0 = 0 1 0
0 0 0.5 0.5 0 1 0.25 0 0.5
Teste de parada: nem todos os elementos de A2 abaixo da diagonal são, em módulo,
menores ou iguais a 10−2 . CONTINUE
iteração k = 1 < N M AX = 5 CONTINUE
2a. iteração (k = 2)
Decompõe A2 em LU
1 0 0 2.5 0 1
A2 = 0 1 0 0 1 0 = L2 R2
0.1 0 1 0 0 0.4
Obtém A3 multiplicando L2 e R2 na ordem invertida
2.5 0 1 1 0 0 2.6 0 1
A3 = R2 L2 = 0 1 0 0 1 0 = 0 1 0
0 0 0.4 0.1 0 1 0.04 0 0.4
Teste de parada: nem todos os elementos de A3 abaixo da diagonal são, em módulo,
menores ou iguais a 10−2 . CONTINUE
iteração k = 2 < N M AX = 5 CONTINUE
3a. iteração (k = 3)
Decompõe A3 em LU
1 0 0 2.6 0 1
A3 = 0 1 0 0 1 0 = L3 R3
0.0154 0 1 0 0 0.3846
Obtém A4 multiplicando L3 e R3 na ordem invertida
2.6 0 1 1 0 0 2.6154 0 1
A4 = R3 L3 = 0 1 0 0 1 0 = 0 1 0
0 0 0.3846 0.0154 0 1 0.00592 0 0.3846
Teste de parada: SIM, todos os elementos de A4 abaixo da diagonal são, em módulo,
menores ou iguais a 10−2 . PARE.
Resposta: os autovalores de A são λ1 ≈ 2.6154, λ2 ≈ 1 e λ3 ≈ 0.3846.
7
EXERCÍCIOS
8
4.2 - Método das potências
Este material é baseado na Seção 6.4 do livro FRANCO, N.B. Cálculo Numérico.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
yk = Ayk−1 , k = 1, 2, · · · (3)
y0 = c1 v1 + c2 v2 + · · · + cn vn
e aplicamos o processo
y1 = Ay0 = A(c1 v1 + c2 v2 + · · · + cn vn ) = c1 Av1 + c2 Av2 + · · · + cn Avn
Como Avi = λi vi , i = 1, 2, · · · , n,
λ2 λn
y1 = c1 λ1 v1 + c2 λ2 v2 + · · · + cn λn vn = λ1 c1 v1 + c2 v2 + · · · + cn vn .
λ1 λ1
Repetindo o processo
λ2 λn
y2 = Ay1 = Aλ1 c1 v1 + c2 v2 + · · · + cn vn
λ1 λ1
λ2 λn
= λ1 c1 Av1 + c2 Av2 + · · · + cn Avn .
λ1 λ1
Novamente, como Avi = λi vi ,
λ2 λn
y2 = λ1 c1 λ1 v1 + c2 λ2 v2 + · · · + cn λn vn
λ1 λ1
" 2 2 #
λ 2 λn
y2 = λ21 c1 v1 + c2 v2 + · · · + cn vn .
λ1 λ1
E assim por diante, em um passo k temos
" k k #
λ2 λn
yk = Ayk−1 = λk1 c1 v1 + c2 v2 + · · · + cn vn
λ1 λ1
9
λi
Por hipótese, |λ1 | > |λ2 | ≥ · · · |λn |. Logo, < 1, i = 2, 3, ..., n. Portanto,
λ1
k
λi
k → ∞, → 0. Com isso,
λ1
yk → λk1 c1 v1 , que é um múltiplo do vetor v1 .
Mais ainda,
(yk+1 )r λk+1 c1 (v1 )r
lim = 1k = λ1 ,
k→∞ (yk )r λ1 c1 (v1 )r
r = 1, 2, ..., n em que r significa a coordenada r do vetor.
zk = Ayk−1 (4)
1
yk = zk , onde αk = max |(zk )r | (5)
αk r=1,2,...,n
(k) (zk )r
λ1 = , r = 1, 2, · · · , n. (6)
(yk−1 )r
Como teste de parada, para obtermos λ1 com uma precisão , usamos o erro relativo
(k) (k−1)
|(λ1 )r − (λ1 )r |
(k)
< . (7)
|(λ1 )r |
A primeira coordenada r que satisfizer essa condição faz com que o processo pare e
(k)
a solução é λ1 = (λ1 )r .
3 4
Exemplo 1. Aplique o método das potências na matriz para determinar o
2 1
maior autovalor em módulo eo correspondente
autovetor, com precisão de 10−2 ou até
1
N M AX = 5. Inicie de y0 = .
1
1a. iteração: aplicamos o processo (4)-(6) com k = 1, não fazemos o teste de parada
porque só temos uma aproximação para o λ1 .
3 4 1 7
z1 = Ay0 = =
2 1 1 3
1 1 7 1
y1 = z1 = = 3
α1 7 3 7
(1) (z1 )r 7/1 7
λ1 = = =
(y0 )r 3/1 3
10
33
3 4 1 7
z2 = Ay1 = 3 = 17
2 1 7 7
33
1 7 7
1
y2 = z2 = 17 = 17
α2 33 7 33
33 33
(2) (z2 )r /1 4.7143
λ1 = = 7
17 3 = 7
17 ≈
(y1 )r 7 7
/ 3
5.6667
(2) (1)
|(λ1 )r − (λ1 )r |
Teste de parada (2)
< 10−2 ?
|(λ1 )r |
|4.7143 − 7|
r=1⇒ ≈ 0.4848 > 10−2 CONTINUE
|4.7143|
|5.6667 − 3|
r=2⇒ ≈ 0.4706 > 10−2 CONTINUE
|5.6667|
k = 2 < N M AX = 5 CONTINUE
(3) (2)
|(λ1 )r − (λ1 )r |
Teste de parada (3)
< 10−2 ?
|(λ1 )r |
|5.0606 − 4.7143|
r=1⇒ ≈ 0.0684 > 10−2 CONTINUE
|5.0606|
|4.8824 − 5.6667|
r=2⇒ ≈ 0.1606 > 10−2 CONTINUE
|4.8824|
k = 3 < N M AX = 5 CONTINUE
11
(4) (3)
|(λ1 )r − (λ1 )r |
Teste de parada (4)
< 10−2 ?
|(λ1 )r |
|4.9880 − 5.0606|
r=1⇒ ≈ 0.0146 > 10−2 CONTINUE
|4.9880|
|5.0241 − 4.8824|
r=2⇒ ≈ 0.0282 > 10−2 CONTINUE
|5.0241|
k = 4 < N M AX = 5 CONTINUE
(5) (4)
|(λ1 )r − (λ1 )r |
Teste de parada (5)
< 10−2 ?
|(λ1 )r |
|5.0024 − 4.9880|
r=1⇒ ≈ 0.0029 < 10−2 PARE
|5.0024|
Portanto,
(5) −2 1
λ1 = (λ1 )1 = 5.0024 com < 10 e u1 = y 5 = 2083 .
4167
12
Método da potência inversa
Este método é usado para determinar o autovalor de menor valor absoluto e seu
correspodente autovetor de uma matriz A. Exige como requisito que a matriz A possua
um único autovalor menor em módulo, isto é, |λ1 | ≥ |λ2 | ≥ · · · > |λn |; e que possua n
autovetores linearmente independentes, isto é, que {v1 , v2 , · · · , vn } seja uma base para
o Rn . Em especial, vn é o autovetor associado ao autovalor de menor valor absoluto λn .
yk = A−1 yk−1 ,
Lw = yk−1 ⇒ w (8)
U zzk = w ⇒ zk (9)
1
yk = zk , , onde αk = max |(zk )r | (10)
αk r=1,2,...,n
(k) (zk )r
λ−1
n = , r = 1, 2, · · · , n. (11)
(yk−1 )r
Teste de parada
(k) (k−1)
| (λ−1 −1
n )r − (λn )r |
(k)
< . (12)
| (λ−1
n )r |
13
3 4
Exemplo 2. Aplique o método da potência inversa na matriz para determi-
2 1
−2
nar omenor
autovalor em módulo com precisão de 10 ou até N M AX = 5. Inicie de
1
y0 = .
1
Iniciamos decompondo A em LU
1 0 3 4
L= 2 , U= .
3
1 0 − 53
14
| − 1.8 − (−0.2)|
r = 2: = 0.8889 > 10−2 CONTINUE
| − 1.8|
k = 2 < 5 CONTINUE
15
k = 4 < 5 CONTINUE
16
EXERCÍCIOS
3 0 1
1) Aplique o método das potências na matriz 2 2 2 para determinar o
4 2 5
maior autovalor em módulo e ocorrespondente
autovetor, com precisão de 10−2 ou
1
até N M AX = 5. Inicie de y0 = 1 .
1
2 1 0
2) Aplique o método da potência inversa na matriz 2 5 3 para determinar
0 1 6
−2
o menor
autovalor
em módulo com precisão de 10 ou até N M AX = 5. Inicie de
1
y 0 = 1 .
1
17