MP Novo Ensino Médio Comentada

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Novo Ensino Mdio: principais pontos comentados.

Art. 24. ....................................................................................................................................

Pargrafo nico. A carga horria mnima anual de que trata o inciso I do caput dever ser
progressivamente ampliada, no ensino mdio, para mil e quatrocentas horas, observadas as
normas do respectivo sistema de ensino e de acordo com as diretrizes, os objetivos, as metas
e as estratgias de implementao estabelecidos no Plano Nacional de Educao. (NR)

Altera o Artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) em consonncia


com o Plano Nacional de Educao de Educao que prev, na Meta 6, que os sistemas de
ensino tero at 2024 para oferecer educao em tempo integral em pelo menos 50% das
escolas, de forma a atender pelo menos 25% das matrculas da educao bsica.

Art. 36. O currculo do ensino mdio ser composto pela Base Nacional Comum Curricular e
por itinerrios formativos especficos, a serem definidos pelos sistemas de ensino, com nfase
nas seguintes reas de conhecimento ou de atuao profissional:

I linguagens;
II matemtica;
III cincias da natureza;
IV cincias humanas; e
V formao tcnica e profissional.

1 Os sistemas de ensino podero compor os seus currculos com base em mais de uma
rea prevista nos incisos I a V do caput.

2 A organizao das reas de que trata o caput e das respectivas competncias, habilidades
e expectativas de aprendizagem, definidas na Base Nacional Comum Curricular, ser feita de
acordo com critrios estabelecidos em cada sistema de ensino.

Altera o caput do Artigo 36 da LDB determinando que o Novo Ensino Mdio ser composto
pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e por itinerrios formativos.

Em diversos pases, o ensino mdio altamente diversificado e permite um amplo espectro


de opes de estudo e formao para os estudantes, ao mesmo tempo em que procura
assegurar os aspectos mais gerais da educao que se inicia nos primeiros anos de vida da
criana e deve ter continuidade no nvel mdio at os 15 ou 16 anos de idade.

Assim se organiza o ensino mdio em pases como a Austrlia, Frana e Inglaterra, que
definiram uma base comum de formao geral que garanta o aprendizado das competncias
e conhecimentos essenciais para todos os estudantes permitindo, depois da escolaridade
obrigatria de 10 ou 11 anos de durao, a diversificao da oferta sem impedir a
continuidade de estudos no futuro. Em todos os casos, a diversificao do Ensino Mdio pode
ocorrer dentro de cada escola ou em escolas especializadas, ou mesmo por meio de uma
combinao e articulao entre elas.

Esta alterao considera a concepo de um modelo de Ensino Mdio com trajetrias


diversificadas, que garante a formao geral do estudante por meio do aprendizado de
competncias e conhecimentos essenciais comuns a todos os alunos (BNCC), ao mesmo
tempo em que oferece possibilidades de opes de aprofundamento e formao, sem
impedir a continuidade de estudos futuros.

O novo desenho do Ensino Mdio pretende abrir novas oportunidades de formao


incentivando a curiosidade dos alunos e propiciando aprendizagens contextualizadas que
faam sentido para suas vidas e uma melhor compreenso do mundo.

Nesse artigo, considera-se que os estudantes, ao longo de suas trajetrias no Ensino Mdio,
podero optar pela Formao Tcnica Profissional (cursos tcnicos ou profissionalizantes) ou
pelo aprofundamento de estudos entre as diferentes reas de conhecimento: linguagens
(portugus, lngua estrangeira, linguagem de programao, arte, educao fsica, entre
outras), cincias humanas (histria, geografia, ensino religioso, filosofia, sociologia,
empreendedorismo, entre outras), cincias da natureza (biologia, fsica, qumica, entre
outras) e matemtica (clculo, matemtica financeira, estatstica, entre outras).

Dentro de suas reas de estudo, os alunos podero escolher e se aprofundar nos


componentes curriculares de acordo com a disponibilidade de cursos oferecidos por suas
escolas ou instituies parceiras. A oferta de cursos profissionalizantes de curta durao

podero complementar o currculo de acordo com os interesses dos jovens,


independentemente das reas escolhidas.

A opo por reas de aprofundamento acadmico, por cursos tcnicos ou profissionais


dever tambm assegurar aos alunos a possibilidade de mudana de escolha ao longo de seu
percurso escolar. O principal objetivo tornar o ensino mdio mais estimulante para os
jovens, permitindo itinerrios diversificados que atendam seus interesses e necessidades
para a formao para a vida, para o mundo do trabalho e para o contexto atual das
competncias do sculo XXI.

3 Os currculos do ensino mdio devero considerar a formao integral do aluno,


adotando um trabalho voltado para a construo de seu projeto de vida e para a sua formao
nos aspectos cognitivos e socioemocionais, conforme diretrizes definidas pelo Ministrio da
Educao.

O 3o do Artigo 36 da LDB ora proposto est em consonncia com a proposta de Educao


Integral, presente na Poltica Nacional de Fomento Implementao de Escolas em Tempo
Integral, que adota o conceito de educao integral que ultrapassa a ideia de extenso da
carga horria discente, na medida em que pressupe uma mudana de viso do que seja o
papel da escola. Isso significa que alm de ensinar os contedos acadmicos das disciplinas,
a escola deve preparar os alunos plenamente para cidadania e relaes sociais, para serem
protagonistas do seu projeto de vida e para se inserirem no mundo do trabalho.

4 A carga horria destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular no


poder ser superior a mil e duzentas horas da carga horria total do ensino mdio, de acordo
com a definio dos sistemas de ensinos.

5 A parte diversificada dos currculos de que trata o caput do artigo 26, definida em cada
sistema de ensino, deve estar integrada Base Nacional Comum Curricular e ser articulada a
partir do contexto histrico, econmico, social, ambiental e cultural.

Os 4 e 5 destacam a importncia de que a BNCC a ser proposta pelo Ministrio de


Educao esteja em consonncia com o Novo Ensino Mdio. Para tanto, considerado que a
BNCC do Ensino Mdio ser um documento concentrado nos conhecimentos e competncias
essenciais para a formao geral do estudante e ocupe at mil e duzentas horas da grade
curricular de modo que o restante do tempo possa ser destinado s opes de itinerrios
formativos nas diferentes reas de conhecimento e de formaes tcnicas ou profissionais.
Ainda nessa perspectiva, prope que a parte diversificada do currculo do Ensino Mdio deve
estar integrada BNCC, no gerando novas disciplinas que venham a ocupar um tempo maior
da grade curricular obrigatria.

8 Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de vagas na rede, possibilitaro ao


aluno concluinte do ensino mdio cursar, no ano letivo subsequente ao da concluso, outro
itinerrio formativo de que trata o caput.

O 8 refora a proposta de flexibilidade e de ampliao da experincia do jovem na sua


formao, seja acadmica, tcnica ou profissional ao permitir que, mesmo depois de
concludo o Ensino Mdio, o jovem possa continuar investindo em sua formao desde que a
rede de ensino tenha possibilidade de oferta.

9 A critrio dos sistemas de ensino, a oferta de formao a que se refere o inciso V do


caput considerar:

I a incluso de experincia prtica de trabalho no setor produtivo ou em ambientes de


simulao, estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando aplicvel, de instrumentos
estabelecidos pela legislao sobre aprendizagem profissional; e

II a possibilidade de concesso de certificados intermedirios de qualificao para o


trabalho, quando a formao for estruturada e organizada em etapas com terminalidade.

O 9 prope a oferta de uma alternativa de formao de nvel tcnico e profissional no Novo


Ensino Mdio. Nessa proposta, a formao tcnica poder ocorrer na carga horria regular,
coisa que hoje s possvel em escolas de tempo integral. Com essa mudana os jovens vo
continuar desenvolvendo as competncias gerais que fazem parte da Base Nacional Comum

Curricular e ao mesmo tempo se dedicar a atividades de cunho mais prtico e aplicado, que
desenvolvam competncias especficas em reas profissionais e os capacite para o trabalho
qualificado. Com a Base Nacional Comum Curricular garantida, os jovens tero a possibilidade
de cursar posteriormente o nvel superior, em cursos tecnolgicos e/ou acadmicos, se assim
desejarem.
importante ressaltar que a opo pela formao tcnica profissional (cursos tcnicos nas
reas de servios, sade, indstria, agricultura, etc) deve corresponder ao tempo dedicado
aos itinerrios formativos do Novo Ensino Mdio, integrando sua carga horria total. Antes,
a carga horria da formao tcnica profissional no era incorporada carga horria do
Ensino Mdio Regular, exceto nos modelos de tempo integral.
A presente proposta busca expandir a oferta de ensino tcnico e profissional de qualidade
em todo o ensino mdio, mas sobretudo na rede pblica, introduzindo alguns requisitos
bsicos e, ao mesmo tempo, flexibilizando a oferta, para acomodar a grande variedade de
situaes das redes escolares e em sintonia com as demandas do mundo do trabalho. O
requisito bsico mais importante, alm da Base Nacional Curricular Comum, a exigncia de
um componente prtico, na forma de atividades supervisionadas realizadas no setor
produtivo ou em ambientes de simulao, por meio de convnios ou parcerias, e fazendo uso
das possibilidades

da legislao sobre aprendizagem profissional, que precisa ser

aperfeioada.

11. Os contedos cursados durante o ensino mdio podero ser convalidados para
aproveitamento de crditos no ensino superior, aps normatizao do Conselho Nacional de
Educao e homologao pelo Ministro da Educao.

O 11 refora a ideia de que o jovem continue seu percurso de formao, ingressando no


Ensino Superior, que poder passar a considerar sua trajetria escolar como parte de sua
formao, no precisando rever contedos e competncias que j possui.

14. Alm das formas previstas no art. 23, o ensino mdio poder ser organizado em mdulos
e adotar o sistema de crditos ou disciplinas com terminalidade especfica, observada a Base
Nacional Comum Curricular, a fim de estimular o prosseguimento dos estudos.

O 14 permite que as redes de ensino organizem a oferta do Ensino Mdio de forma flexvel
e adequada s necessidades dos jovens, permitindo a oferta das disciplinas em mdulos de

tempo determinado que devem ser creditados pelos sistemas, desde que cumpram a
obrigatoriedade da Base Nacional Comum Curricular. Esta organizao permite que o jovem
que porventura interrompa seus estudos, possa retom-los sem ter que repetir mdulos j
concludos com sucesso, incentivando, assim, este retorno. Lembramos que esta flexibilizao
no retira a obrigatoriedade de que o ano letivo seja composto por no mnimo 800 horas
anuais, distribudos em 200 dias letivos. A concluso do Ensino Mdio continua vinculada ao
cumprimento desta carga horria em trs anos.

15. Para efeito de cumprimento de exigncias curriculares do ensino mdio, os sistemas de


ensino podero reconhecer, mediante regulamentao prpria, conhecimentos, saberes,
habilidades e competncias, mediante diferentes formas de comprovao, como:
I demonstrao prtica;
II experincia de trabalho supervisionado ou outra experincia fora da escola;
III atividades de educao tcnica oferecidas em outras instituies de ensino;
IV cursos oferecidos por centros ou programas ocupacionais;
V estudos realizados em instituies de ensino nacionais ou estrangeiras; e
VI educao a distncia ou educao presencial mediada por tecnologias.

A forma tradicional de ensino, atravs de aprendizagem passiva em aulas expositivas,


claramente insuficiente em todas as reas de formao, e particularmente inapropriada,
como modalidade de ensino, para as pessoas que buscam uma formao profissional e
prtica relevante para o mundo do trabalho.

Nesse contexto, o 14 determina que as instituies de ensino reconheam, para efeitos de


crdito, modalidades diferentes de atividade extracurricular ou de formao adquirida em
outras instituies, assim como experincias prvias de trabalho que as prprias escolas,
direta ou indiretamente, possam considerar como parte da formao do aluno.

Assim, os conhecimentos adquiridos em parcerias a serem estabelecidas, por exemplo, com


outras instituies, podero ser validados, e as competncias obtidas pelos alunos podero
ser reconhecidas.

Art. 44. ...........................................................................................

3 O processo seletivo referido no inciso II do caput levar em conta exclusivamente as


competncias, habilidades e expectativas de aprendizagem das reas de conhecimento
definidos na Base Nacional Comum Curricular, bem como o previsto nos incisos I a IV do caput
do art. 36.

O 3 destaca que os processos de seleo do Ensino Superior devem considerar:


1) as competncias, habilidades e expectativas de aprendizagem presentes na Base Nacional
Curricular Comum do Ensino Mdio;
2) nas reas de conhecimento previstas como possveis itinerrios da parte flexvel, que so:
linguagens, cincias humanas, cincias da natureza e matemtica.

Art. 61...............................................................................................

IV profissionais com notrio saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino para
ministrar contedos de reas afins sua formao para atender o disposto no inciso V do
caput do art. 36 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
............................................................................................................(NR)

O Novo Ensino Mdio prev a oferta de formao tcnica e profissional como um dos
possveis itinerrios disponvel para os alunos. Para tanto, a alterao proposta permite que
os sistemas de ensino autorizem profissionais com notrio saber para ministrar aulas em
disciplinas da parte tcnica e profissional do currculo. Por exemplo, um engenheiro poder,
desde que autorizado pelo sistema de ensino, dar aula no curso de edificaes e um analista
de sistemas no curso de programao de software.

Art 5 Fica instituda, no mbito do Ministrio da Educao, a Poltica de


Fomento Implementao de Escolas de Ensino Mdio em Tempo Integral.
Pargrafo nico. A Poltica de Fomento de que trata o caput prev o repasse
de recursos do Ministrio da Educao para os Estados pelo prazo mximo de quatro anos
por escola, a contar do incio da implantao.
O objetivo do Art. 5 estabelecer uma poltica indutora de educao integral no Ensino
Mdio com apoio aos Estados para que ampliem o nmero de matrculas em tempo integral.

A Poltica de Fomento Implementao de Escolas de Ensino Mdio em Tempo Integral est


em consonncia com o Plano Nacional de Educao de Educao que prev, na Meta 6, que
os sistemas de ensino tero at 2024 para oferecer educao em tempo integral em pelo
menos 50% das escolas, de forma a atender pelo menos 25% das matrculas da educao
bsica.
Cada secretaria estadual de educao poder aderir Poltica. O detalhamento da adeso
ser descrito em Portaria e Resoluo especficas.
Os Estados tero o apoio do Ministrio da Educao por um prazo de quatro anos para cada
grupo de escolas participantes.

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