Casos Práticos - DF-1

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DIREITO DA FAMÍLIA

QUESTÕES E CASOS PRÁTICOS

1. Distinga tutela, família de acolhimento e adopção.

2. H vive com os seus pais, J e F, em Maputo. H é reincidente no insucesso escolar, encontrando-se


em risco de não concluir a 10º classe pela terceira vez consecutiva. Os seus pais são um casal
estável, que garantem um núcleo familiar funcional e os rendimentos do agregado familiar são
superiores à média nacional. O seu tio, D, professor de Matemática, com disponibilidade para
acompanhar o percurso escolar de H, pretende exercer as responsabilidades parentais (por
entender que os pais de H se revelaram inidóneos para o fazer) sem, no entanto, constituir um
vínculo de filiação. J e F concordam com a intenção de D, mas exigem que este lhes comunique
semanalmente o desempenho escolar de H, o estado de saúde deste e que H almoce com eles
todos os domingos. Já adulto H pretende casar com a filha de D.

3. Sem precedência do processo preliminar de casamento, E contraiu casamento tradicional com


D, tendo os nubentes previamente outorgado a seguinte convenção antenupcial: a) Que devem
habitar em casas distintas; b) Que incumbe a ambos os cônjuges o governo do lar, c) Que só é
admitido o divórcio por mútuo consentimento quando requerido pelo marido. Entretanto anos
após o casamento, E descobre que D é toxicodependente, um vício adquirido antes do
casamento. Aprecie.

4. É curial distinguir os direitos subjectivos dos poderes deveres, quando existe o binômio direito-
dever e o direito se exerce no interesse exclusivo do sujeito activo da relação jurídica temos o
direito subjetivo. Comente.

5. Sobre a natureza do Direito de Família entende-se que conserva a caracterização disciplinar do


direito público. Comente.

6. Izilda, Mário e Sofia estão unidos pelo parentesco em linha colateral, segundo grau. Mário casou-
se com Ana, modelo profissional, em 26 de Fevereiro de 2016. Sete dias após a celebração do
casamento civil, interrogando a sua mulher, esta afirma que não pretende ter filhos, pois teme
“arruinar” o seu corpo e prejudicar a sua carreira profissional. Izilda, casada com António desde
o ano transacto, enfrenta uma acção destinada a declarar a invalidada do seu casamento civil,
interposta pelo irmão do seu marido, Antonino. Antonino alega que o seu irmão sofre de
esquizofrenia. Sofia, unida de facto, separou-se para casar com Antonino. Indique, justificando:
a) Se Mário pode interpor uma acção de anulação do seu casamento.
b) Se existem razões que justifiquem a acção judicial interposta por Antonino.
c) Se Antonino pode casar-se com Sofia e ainda se as consequências jurídicas seriam
as mesmas se optassem por se unir de facto.

7. Pedro casou com Inês, viúva do seu irmão consanguíneo, Dinis. Dez anos depois, Inês faleceu e
Pedro pretende celebrar novo casamento com Catarina, filha do anterior casamento de Inês com
Dinis, com quem já vivia há 3 anos. Catarina pretende adoptar Beatriz, filha de Pedro e Inês. Quid
iuris?

8. Diga, fundamentando com base na lei, se concorda ou não com as seguintes afirmações:
a) Os cônjuges podem acordar, de forma irrevogável, que a administração de todos os
bens comuns seja feita por um deles.
b) A declaração de culpa, no divórcio litigioso, não tem nenhum efeito na
comunicabilidade dos bens adquiridos na constância dum casamento celebrado
sem convenção antenupcial.

9. Armando e Bela contraíram casamento civil em Setembro de 2011, sem convenção antenupcial.
Antes do casamento, Armando adquiriu um imóvel de habitação, que se localiza no Distrito de
Manhiça. Na constância do casamento com Bela, Armando vendeu o imóvel de Manhiça e
comprou outro na Cidade de Maputo. Bela trouxe para o casamento duas motorizadas e, já na
constância do casamento, herdou uma moageira do seu pai Manuel, que falecera em 2014. Em
Janeiro de 2015, Bela abandonou o lar conjugal e foi viver na companhia de Carlos. Em Agosto
de 2015, Bela teve o filho Karl, cuja paternidade é invocada tanto por Armando como por Carlos.
Perante a inércia de Armando, Bela pretende pedir o divórcio litigioso com fundamento no
comportamento por ela adoptado, isto é, abandono do lar conjugal e adultério.
a) Qual o regime de bens aplicável no casamento entre Armando e Bela?
b) Quais os bens comuns de Armando e Bela e quais os bens próprios de cada um
deles?
c) Com base nas presunções legais, a quem atribuiria a paternidade de Karl?
d) Pronuncie-se sobre a viabilidade da pretensão de Bela (pedido de divórcio).
e) Existirá união de facto entre Bela e Carlos? Fundamente.

10. Alfredo contraiu casamento católico com Berta, em Setembro de 2011, na Cidade da Beira. O
casamento entre Alfredo e Berta não foi registado e para a sua celebração não foi organizado o
processo de publicações, nem foi passado certificado nos termos do artigo 26 da Lei da Família
e artigo 186 do Código do Registo Civil. Da união entre Alfredo e Berta nasceram os filhos Carlitos
e Dilma. Antes do casamento com Berta, Alfredo contraiu casamento civil com Belinha, que
faleceu em 2006. Da relação entre Alfredo e Belinha nasceu o filho Fernando. Fernando vive na
companhia de Jeremias, se avó paterno.
a) Relação entre Alfredo e Fernando.
b) Relação entre Dilma e Jeremias.
c) Relação entre Carlitos e Fernando.
d) Relação entre Jeremias e Fernando.

11. Ester contraiu casamento civil com Tundula em outubro de 2018, tendo os nubente outorgado
convenção antenupcial, com o seguinte teor: a) São comuns os bens adquiridos com dinheiro ou
bens comuns; b) Ester fará uma doação de dez milhões de meticais a Tundula, como condição
para aceitar casar, pois esta doação permitirá ao donatário pagar a dívida a um credor violento
que ameaça matá-lo; c) Ester perdoa a Tundula, que confessa ser autor do crime de homicídio
voluntário praticado contra um amigo comum, cujo processo ainda está em instrução.
a) Quanto ao conteúdo da convenção antenupcial.
b) Sobre a pretensão de Ester pedir a anulação do casamento.

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