2 - Redes Locais
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TCP-IP
Básico
V.2.0
abril de 2004
AVISO IMPORTANTE
Esta apostila é parte integrante do Curso de TCP-IP Básico,
desenvolvido pela TopMaster para a Embratel.
O objetivo deste documento é apresentar uma versão textual
do conteúdo do curso online para a conveniência do aluno.
Sua leitura não substitui o estudo online, pois este oferece interações e
animações que não podem ser representadas no formato impresso.
Precisamos, então, definir um padrão para garantir esse tráfego. Isso foi pensado quando se criou
o padrão ETHERNET.
O Ethernet foi criado no final dos anos 70 por um consórcio formado pelas empresas
Digital, Intel e Xerox (DIX). Mais tarde em 1984, o IEEE especificou o padrão IEEE
802.3, baseado nas características do Ethernet.
A diferença entre os dois padrões é que, enquanto o IEEE define uma rede com
velocidade de transmissão de 10 Mbps, o padrão Ethernet descreve um conjunto de
protocolos com velocidades que variam de 1 a 20 Mbps com diferentes meios físicos,
correspondentes às camadas Física e de Enlace do modelo OSI.
Atualmente, o padrão define velocidades de até 10 Mbps, 100 Mbps (Fast Ethernet) e
1000 Mbps (Gigabit Ethernet).
Quando um dispositivo deseja transmitir um dado, ele verifica, escuta se o meio está
livre, detectando a existência de sinal no meio (carrier sense). Caso o meio esteja livre, a
estação transmitirá o dado, caso contrário, ela persistirá na escuta até que este seja
desocupado para a transmissão. Após transmitir o dado, o dispositivo deverá continuar
escutando o meio para detectar se houve colisão (colision detection).
Desse modo, os métodos baseados em contenção também são ditos não determinísticos,
pois não podemos determinar o tempo entre duas transmissões simultâneas de um mesmo
dispositivo.
Tipos de Conexão
Podemos ter dois tipos de conexão numa rede: a conexão ponto a ponto e a multiponto.
• Estrela
Na topologia em estrela cada nó é conectado a um ponto central. Este ponto central é,
normalmente, chamado de hub, repetidor, multiporta ou concentrador. Desta forma,
todos os dados transmitidos devem, necessariamente, passar uma única vez pelo
ponto central alcançando, em seguida, seu
destino.
Modelo OSI
Padrões IEEE 802
(camadas)
LLC IEEE 802.2
Enlace
IEEE 802.3
MAC
Físico 10Base2 10Base5 10BaseT 10BaseF
Veja também que temos nesse quadro duas subcamadas das camadas do modelo OSI.
Janela é a técnica que permite ao transmissor enviar vários frames de dados, antes de
Esta técnica permite ao receptor enviar ao transmissor um frame de alerta sempre que
seu buffer está próximo da capacidade máxima, indicando ao transmissor que reduza
a janela de transmissão. Esta, então, será definida em um valor mínimo e aumentada
paulatinamente, até que um novo frame de alerta seja recebido. Desta forma pode-se
otimizar a eficiência do meio de transmissão.
Caso a informação não tenha sido recebida corretamente, o receptor pode enviar uma
solicitação de retransmissão NoAcknowlegde - NACK ou aguardar até que seja
esgotado o tempo de transmissão, para que o transmissor, não recebendo um ACK,
retransmita o frame.
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Topologia barra
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Topologia barra
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Conectores RJ45
Na construção de um cabo para o padrão 802.3 10 base-T, usamos um par de conectores RJ-
45 e um cabo, que pode ser categoria 3 (CAT 3) ou categoria 5 (CAT 5).
Confecção de um cabo Muitas vezes temos que confeccionar um cabo para ligação
máquina Hub: máquina a máquina, conhecido como cabo crossover.
Este tipo de cabo deverá ser montado da seguinte forma:
Lembre-se de que há uma estimativa de que 75% dos problemas de LAN são causados por
problema de cabeamento!
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Conectores RJ45
Topologia estrela
Assim, foi criado o Fast Ethernet - IEEE 802.3u, também conhecido como 100BaseT, que
eleva a velocidade de transmissão da rede para 100 Mbps, sem proporcionar uma mudança
significativa, ou até mesmo nenhuma mudança, na infra-estrutura de rede utilizada.
O padrão 802.3u foi definido para possibilitar uma rede Ethernet a 100 Mbps, mantendo-se o
mais próximo possível das definições originais do 802.3. Dessa forma ele utiliza o mesmo
método de acesso CSMA/CD das versões anteriores, tornando-o atrativo às companhias que já
utilizam o padrão tradicional.
O grande desafio deste desenvolvimento está na detecção de colisão, pois enquanto a velocidade
aumenta 10 vezes, a janela de detecção da colisão se reduz em um décimo.
Na tabela abaixo apresentamos os principais protocolos, a arquitetura dos padrões IEEE 802.x
para o Fast Ethernet e sua correspondência com o Modelo de Referência OSI:
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Conectores
Topologia
Na construção de um cabo para o padrão 802.3 100 base-TX, usamos um par de conectores
RJ-45 e um cabo categoria 5 (CAT 5). Não são usados todos os pinos do conector, somente os
pinos 1, 2, 3 e 6.
Lembre-se de que há uma estimativa de que 75% dos problemas de LAN são causados por
problema de cabeamento!
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Conectores
Topologia
Na construção de um cabo para o padrão 802.3 100 base-T4, usamos um par de conectores
RJ-45 e um cabo que pode ser de categoria 3 (CAT 3), categoria 4 (CAT 4) ou categoria 5
(CAT 5). Todos os pinos do conector são utilizados.
Lembre-se de que há uma estimativa de que 75% dos problemas de LAN são causados por
problema de cabeamento!
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Topologia
Esta posição se consolidou com o advento de Fast Ethernet que elevou a velocidade da rede de 10
para 100 Mbps.
Esta evolução continua com o GigaBit Ethernet, que eleva a velocidade da rede de 100 para
1000 Mbps. Este protocolo pretende ser o mais utilizado nas aplicações de Backbone e conexões
com servidores.
Para chegar a essa elevação da velocidade o GibaBit Ethernet se baseou nos padrões IEEE 802.3
e ANSI X3T11 - Fiber Channel. Desta forma, uniu a grande velocidade de sinalização do
segundo com o método de acesso já consagrado do primeiro. Assim, o GigaBit Ethernet
corresponde a dois padrões: IEEE e IEEE 802.3z, que define três padrões de transmissão:
• 1000BaseLX;
• 1000BaseSX, para utilização com fibra ótica;
• 1000BaseCX, para cabos de cobre STP;
Na tabela apresentamos os principais protocolos, a arquitetura dos padrões IEEE 802.x para o
GigaBit Ethernet e sua correspondência com o Modelo OSI:
Modelo OSI
Padrões IEEE 802
(camadas)
LLC IEEE 802.2
Enlace
IEEE 802.3z IEEE 802.3ab
MAC
Físico 1000BaseLX 1000BaseSX 1000BaseCX 1000BaseTx
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Topologia
1000BaseSX
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Topologia
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Topologia
1000BaseTX
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO
Conectores
Topologia
A principal diferença entre o Ethernet e o IEEE 802.3 é que no primeiro não existe a sub camada
LLC e o quadro Ethernet possui o campo Tipo no lugar do campo Tamanho.
Campo Tipo
O campo Tipo indica qual protocolo da camada de Rede está sendo carregado no campo
de dados do frame Ethernet. Por exemplo, o valor 0800 Hex., indica que o protocolo de
camada de rede transportado é o IP.
Na verdade, os valores 0000 a 05DC Hex. (0 a 1500 em decimal) devem ser interpretados
como tamanho do campo de dados como no 802.3.
Para delimitar o campo de dados, o Ethernet aguarda o fim do envio do frame. Como o frame
Ethernet terá entre 46 a 1514 bytes, será descartado se vier menos de 46 bytes, ou se for maior
que 1514 bytes.
Como o protocolo 802.3 sabe para qual entidade superior deve entregar a informação
contida no campo de dados?
O 802.3 sempre entrega seus dados ao 802.2 (subcamada LLC). O 802.2, através dos campos
LSAPs (Logical Service Address Port) - DSAP (Destination Service Address Port) e SSAP
(Source Service Address Port), indica a entidade e o protocolo que deve interpretar o campo de
dados.
1 byte 1 2
Quadro 802.2 DSAP SSAP Controle Dados
O problema é que não foi definido na especificação original do IEEE 802.3, um LSAP
para o protocolo IP, o que impede a utilização deste protocolo em conjunto com o 802.3.
Então, foi criada uma extensão ao 802.2 chamada 802.2 Snap, para permitir a utilização
do IP em conjunto com esta especificação a custo de um grande overhead. Desta forma, o
comum é não se utilizar as implementações de Redes IP, fazendo uso apenas do Frame
Ethernet.
O 2º campo informa o término do Preâmbulo que é o SDF - Start Delimiter of Frame. Este
campo, que tem apenas um byte, é configurado com a seqüência 10101011.
Para garantir que não haverá repetição de endereço, existe toda uma regra para a sua
utilização.
Funciona da seguinte maneira: você requisita do IEEE o seu identificador (ID). Uma vez
registrado, você receberá o seu ID: por exemplo 00 00 1E xx xx xx, ou seja, a
identificação 00 00 1E e o ID do fabricante. Deste modo, o fabricante poderá fazer
placas com endereços distintos.
Com cada ID podem ser fabricadas 16.777.216 placas. Ao utilizar todos os endereços, o
fabricante pode requisitar um novo ID.
O maior campo é o 6º, DA (campo de dados) e terá um tamanho máximo de 1500 bytes.
Caso tenha mais de 1500 bytes de dados, ele será descartado, pois para o protocolo houve
um erro. Do mesmo modo se houver menos de 46 bytes o frame será descartado.
2.2.1 – Repetidores
Em muitas ocasiões existe a necessidade de se ampliar uma determinada rede ou um segmento de
rede, sem a necessidade de um controle efetivo dos dados (pacotes) que passarão através dela.
Neste caso, utiliza-se um repetidor que é um dispositivo com finalidade de conectar segmentos
de forma a estender o comprimento de um segmento de rede.
O repetidor apenas regenera o sinal elétrico de um segmento para o outro. Ele conecta segmentos
de redes idênticas, como por exemplo, Ethernet-Ethernet.
Já um hub inteligente, além de repetir o sinal, também realiza outras atividades, como seleção de
caminho, particionamento de nós problemáticos e gerenciamento de rede.
Os concentradores são, geralmente, chassis modulares onde se permite uma flexibilidade muito
grande com a possibilidade de utilização de módulos. Funcionalmente são idênticos aos hubs.
Uma vez que o frame chega à bridge, ele é novamente gerado. Bridges funcionam de
maneira diferente dos repetidores, que só regeneram o sinal.
Quando usamos uma bridge devemos seguir a regra 80/20. De acordo com esta regra,
devemos ter 80% do tráfego no segmento local e 20% atravessando a bridge. Seguindo
esta regra, teremos um sistema com ótimo desempenho.
Com a chegada dos switches, as bridges estão se tornando obsoletas, pois os switches têm
as mesmas funções, mas desempenham estas tarefas com maior velocidade.
Divide a rede em vários segmentos independentes e, deste modo, separa o tráfego dentro
da rede em pequenos domínios de colisão.
O switch trabalha de uma forma similar à da bridge: o frame chega à porta do switch e,
então, é verificado o endereço MAC em uma tabela interna, definindo para qual porta de
destino será enviado. Com esta informação, o frame é enviado para o seu destino, ou seja,
ele será chaveado de uma porta para outra.
2.2.4.1 – Técnicas
Store and Forward
Esta técnica consiste em receber todo o pacote e posteriormente enviar ao destino. Deste
modo, o switch verifica se não há colisão e se o frame não tem erro, isto é possível
através da verificação do CRC.
Uma vez que o frame não contenha nenhum erro, o switch decidirá a que porta será
enviada a informação, através de uma tabela interna. Como o frame é armazenado em um
buffer e posteriormente enviado, teremos um atraso no envio da informação.
O frame Ethernet tem um tamanho que pode variar entre 46 e 1514 bytes,
consequentemente a latência será variável. Este tipo de switch terá que ser usado
quando temos comunicação entre portas de diferentes taxas de transferência,
como por exemplo, switch com porta de 10 Mbps e 100 Mbps.
Cut-Through
Uma vez conhecendo o endereço de destino, será consultada uma tabela de envio de
frame, na qual será encontrada a porta de saída do frame. Deste modo, o frame deixará o
switch antes de ter chegado completamente à porta de recepção. Como o switch terá que
esperar sempre seis bytes, a latência será constante e bem menor que a do switch Store-
and-Forward.
A desvantagem deste tipo de equipamento é que o erro será propagado, pois o switch não
irá verificar a integridade do frame recebido e não terá tempo de verificar se houve
colisão.
Adaptive Cut-Through
2.2.4.2 – Tipos
Switch de nível 2
Este tipo de switch é o mais comum. Ele trabalha do mesmo modo que as bridges, com a
vantagem de ser muito mais rápido, devido a um hardware desenvolvido especificamente
para este tipo de serviço.
Outra vantagem do switch é poder trabalhar no modo full-duplex, o que pode dobrar a
taxa de transferência entre um dispositivo e o switch.
Switch de nível 3
Os switches que trabalham até esta camada são conhecido como switching routers.
Este switch tem a capacidade de rotear pacote, portanto, funciona como roteadores.
2.2.4.3 – VLAN
Devido a características inerentes aos protocolos, principalmente o Ethernet, não
podemos ter um grande número de máquinas ligadas em um segmento só.
Por isso, temos que organizar a nossa rede, de modo que tenhamos poucas colisões em
um segmento.
Para podermos gerenciar este dois problemas, temos que dividir um segmento em
pequenos domínios de colisão e pequenos domínios broadcast.
Com a chegada dos switches, este processo se tornou muito simples com as redes
virtuais - VLAN.
Atualmente, podemos optar por um switch que separa a VLAN em rede independente, ou
seja, em domínios broadcast diferentes, ao invés de segmentos.
Podemos indicar que portas do switch terão determinado o endereço IP, ou seja,
subdividir a rede em várias outras sub redes, sem a necessidade de colocar um roteador,
simplesmente determinando qual das portas do switch irá fazer parte de uma rede e quais
serão de outra rede.
2.2.4.4 – EtherChannel
Etherchannel é uma característica de alguns switches, que permite o aumento da
bandwidth.
Com o etherchannel podemos aumentar o canal em até 800 Mbps, em uma rede Fast
Ethernet, ou 8Gbps, em uma rede Giga-Ethernet.
Quando você configura uma nova VLAN em um switch com VTP, este protocolo irá
distribuir estas informações entre outro switches. Assim, a necessidade de se configurar a
mesma VLAN em todos os switches é reduzida.
Além disso, por motivos de segurança dos dados, decidiu-se por separar a infraestrutura de rede
das equipes de marketing e de engenharia.
Como integrar as redes dos dois escritórios em prédios distintos? Como separar as duas redes (de
marketing e de engenharia) com o menor custo possível?
A solução do primeiro problema consiste em utilizar uma bridge para interligar os dois prédios.
Em cada prédio uma bridge será conectada à rede como qualquer outro equipamento de rede.
A função da bridge será conectar duas tecnologias de rede diferentes: a Ethernet utilizada na
rede local com alguma outra tecnologia a ser utilizada para a interligação em longa distância entre
os dois prédios.
Cada bridge sabe quais endereços MAC pertencem à sua rede local e quais pertencem à rede
local conectada na outra ponta do enlace em longa distância, e só transmite para o outro prédio os
dados que realmente precisam trafegar por este enlace.
Membros dessas equipes estão presentes em ambos os prédios, sem uma isolação física entre
eles.
Basta definir no switch, quais as portas que fazem parte de cada VLAN. Dessa forma, teremos
criado duas tabelas de mapeamento de cada VLAN, uma para a rede de marketing e outra para a
rede de engenharia.
As tabelas deverão definir também computadores presentes do outro lado da bridge que façam
parte da VLAN em questão.