José Geraldo Sem Apêndice e Anexos
José Geraldo Sem Apêndice e Anexos
José Geraldo Sem Apêndice e Anexos
2014
José Geraldo Lemos Cardoso
2014
José Geraldo Lemos Cardoso
______________________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, pela força, pelo equilíbrio, luz e guia
nos momentos de dúvidas, incertezas e fraquezas, que não foram poucos.
Aos meus alunos que participaram ativamente das palestras e visita técnica e que
muito contribuiram para o sucesso deste trabalho.
Este estudo teve como objetivo apresentar, através de uma oficina pedagógica, as
principais diferenças conceituais entre segurança em eletricidade e proteção elétrica,
os riscos do choque elétrico, os efeitos fisiológicos, as consequências e os primeiros
socorros, incluindo os cuidados e medidas preventivas (individuais e coletivas) a
serem adotadas para redução dos riscos com eletricidade. A legislação aplicável, as
normas técnicas regulamentadoras e a obrigatoriedade do treinamento ou curso de
formação em NR-10 como habilitação para atuar em eletricidade, foram
apresentadas e discutidas. Mostramos os fatores que potencializam o risco do
choque elétrico e a importância da qualidade da energia e das instalações elétricas,
que requerem profissionais e empresas especializadas para elaboração do projeto,
implantação, operação e manutenção, definindo a melhor solução a ser aplicada, a
escolha dos equipamentos e materiais a serem adquiridos para execução, visando,
minimizar os riscos e com isto, oferecer as garantias mínimas para a integridade dos
trabalhadores e usuários da eletricidade.
This study aims to present, through an educational workshop, the main conceptual
differences between Electricity Safety and Electrical Protection, the risks of the
electrical shock and its physiological effects, consequences and first aid measures in
cases of accident; and also the preventive measures (individual and collective) to be
adopted to reduce risks with electricity. The laws, technical standards concerning
electricity and the mandatory training course in the NR-10 legislation as a
qualification for working with electricity were also presented and discussed. We have
shown the factors that may enhance the risk of electric shock and the importance of
the electrical energy and its installations, which require professional and specialized
companies to design, implement, operate and maintain the electrical plants, to define
the best solution to be applied and which equipment and material should be chosen
to be applied in order to minimize the risks and thus guarantee the safety of both
workers and users of the electricity.
AC - Corrente alternada
CC - Corrente contínua
NR - Norma Regulamentadora
Este estudo teve por objetivo apresentar através de uma oficina pedagógica
sobre segurança em eletricidade, a diferença conceitual entre segurança em
eletricidade e proteção elétrica, os riscos do choque elétrico e os fatores que
potencializam, os efeitos fisiológicos e suas consequências, os primeiros socorros, a
legislação vigente e aplicável em baixa tensão (Tensões até 1000 volts em corrente
alternada e de até 1500 volts em corrente continua), as normas técnicas
regulamentadoras e os equipamentos individuais e coletivos utilizados.
Moacir Gadotti (2003), disse que o que aprendemos tem que ter sentido. Se
não tiver sentido, não aprendemos. Neste aspecto, a oficina proporciona formas
diferenciadas para se trabalhar diferentes conteúdos.
Por outro lado, a legislação não considera esta atuação esporádica com
eletricidade em baixa tensão (tensões inferiores a 250 VAC), uma atividade de risco,
neglicenciando a fiscalização e o cumprimento das normas técnicas pertinentes.
1.3 Justificativa
Existe sempre o risco do choque elétrico em redes elétricas que não atendam às
normas vigentes ou perturbadas por outros equipamentos.
b) NR 10 (BRASIL, 1978f).
Outro fator que deve ser considerado para garantir a segurança dos
trabalhadores e usuários da eletricidade e para a confiabilidade dos
resultados, é a qualificação da equipe técnica responsável pelo projeto,
implantação, operação e manutenção.
2 OFICINAS
Do latim officina, significa lugar de trabalho, comumente associado a trabalho
manual. Destina-se a fabricar conhecimentos a partir de situações
vivenciadas por cada um dos participantes em um ambiente apropriado ao
trabalho para que este se efetive produtivamente. (FERREIRA,1986).
A opção por oficinas pedagógicas foi para buscar formas alternativas de ensino e
aprendizagem que despertem o interesse dos alunos, motivando-os,
aguçando a curiosidade e a criatividade com palestras, debates e discussões,
promovendo a troca de informações necessárias a produção e construção do
conhecimento.
O termo foi usado pelo sociólogo francês Celestin Freinet (1858 -1917), que
preocupado com o destino da escolaridade das crianças oriundas da classe
operária e do campesinato francês, procurou desenvolver uma prática
pedagógica que favorecesse a aprendizagem dessas crianças, de um modo
geral, destinadas ao fracasso escolar. (ELIAS, 1996).
No Brasil, oficina como prática pedagógica surgiu na década de 80. Teve como
propósito norteador a melhoria da qualidade do ensino, no sentido de superar
o baixo desempenho das escolas públicas. (CARVALHO,2008)
Conforme Paulo Freire (1996), “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” e a
oficina pedagógica tem em sua essência este papel fundamental. (FREIRE,
1996, p. 47)
3 ELETRICIDADE
O biólogo italiano Luigi Galvani (1737-1798), fez várias experiências com cargas eletrostáticas e
órgãos de animais. Enquanto fazia as experiências, descobriu que quando tocava com uma
faca na perna de uma rã, no instante em que era produzida uma descarga elétrica num
gerador eletrostático próximo dele, a perna da rã morta encolhia-se bruscamente, como se a
rã estivesse viva. Mais tarde conseguiu o mesmo efeito, sem precisar do gerador
eletrostático, espetando dois fios de metais diferentes na perna da rã; quando juntava os dois
fios, a perna da rã encolhia-se. Galvani atribuiu o efeito a uma eletricidade de origem animal.
Em 1800, Volta construiu a primeira pilha, colocando alternadamente discos de zinco e de
cobre, separados entre si por discos de cartão molhado numa solução ácida. Alessandro
Volta (1745-1827) demonstrou que a origem da eletricidade observada por Galvani não eram
os organismos vivos, mas que o contato entre dois metais diferentes dentro de qualquer
solução química produz um fluxo de cargas elétricas (corrente), que nos seres vivos causa
alguns efeitos: a contração dos músculos ou um sabor amargo, quando colocamos dois fios
de metais diferentes na nossa língua. (VILLATE, 2011, p.19).
A estrutura do átomo é formada por elétrons, prótons e neutrons. Os prótons e neutrons estão no
núcleo do átomo e os elétrons, giram em órbitas ou camadas em torno do núcleo.O elétron
possui uma carga elétrica negativa e o próton, uma carga elétrica positiva. O neutron não
possui carga elétrica. Em qualquer átomo, o número de prótons é igual ao número de
elétrons; portanto, sua carga elétrica é nula. Um átomo eletricamente neutro pode receber ou
ceder elétrons. Quando um átomo recebe um ou mais elétrons, ele fica com carga elétrica
negativa e é chamado de íon negativo. Quando um átomo cede um ou mais eletrons, ele fica
com carga elétrica positiva e é chamado de íon positivo. No átomo os elétrons giram em
tormo do núcleo em órbitas ou camadas, totalizando, sete camadas. A órbita mais afastada
do núcleo é chamada de camada de valência e os elétrons dessa camada são chamados de
elétrons de valência. O número máximo de elétrons de valência são 8 e com 8 elétrons, o
átomo tem estabilidade química ou molecular. Os materiais isolantes, não são condutores de
energia elétrica, porque não possuem eletrons livres e é necessário aplicar uma grande
quantidade de energia para passar elétrons da banda de valência para a banda de condução.
Os átomos possuem entre 5 e 8 elétrons de valência. Exemplo: Borracha e Mica. Os
materiais condutores possuem átomos com 1, 2 ou 3 elétrons de valência e como sua
camada de valência está incompleta, possuem grande facilidade de cedê-los; ou seja, com
uma pequena quantidade de energia podemos deslocá-los da banda de valência para a
banda de condução. Exemplo: Metais como cobre, ferro e etc. Nos materiais semi-condutores
as bandas de energia estão em uma situação intermediária entre os materiais condutores e
materiais isolantes; ou seja, possuem 4 elétrons de valência e não cedem, nem recebem
elétrons. Exemplo: Silício e Germânio. As cargas livres estão em movimento aleatório,
consequência da agitação térmica. Quando aplicamos um campo elétrico na região das
cargas elétricas, o movimento aléatório passa a ser ordenado. (MILLMAN; HALKIAS,1981,
p.11-17)
Num condutor como, por exemplo, num fio de cobre, os elétrons livres são cargas que podem ser
deslocadas com relativa facilidade ao ser aplicado uma diferença de potencial. Se ligarmos às
duas extremidades de um fio de cobre uma diferença de potencial, a tensão aplicada faz com
que os elétrons livres se desloquem. Essa corrente consiste num movimento de elétrons a
partir do ponto de carga negativa, -Q, numa extremidade do fio, seguindo através do fio, e
voltando para a carga positiva, + Q, na outra extremidade. O sentido do movimento de
elétrons é do lado negativo da bateria, passando através do fio, e de volta ao lado positivo
da bateria. (GUSSOW,1997, p.8).
Uma forma simples de sentir o efeito da corrente elétrica consiste em colocar uma colher por
baixo da língua e um pedaço de folha de alumínio por cima. Quando se junta a folha de
alumínio à colher, sente-se um sabor amargo na língua, produzido pela passagem de cargas
elétricas através da língua. Esse fenómeno foi descoberto por Alessandro Volta, no fim do
século XVIII. É importante que o metal da folha seja diferente do metal da colher; as colheres
são geralmente feitas de aço ou de prata. Na nossa língua existem íons positivos e negativos;
um dos metais terá uma maior tendência a atrair os íons negativos e no outro metal os íons
positivos serão atraídos, criando um fluxo de cargas através dos dois metais. (VILLATE,
2011, p.15)
Uma das aplicações práticas do Efeito Joule é o chuveiro elétrico, que aquece a
água pela dissipação da energia elétrica em uma resistência.
Conforme definido por Florence e Calil (2005), o perigo é uma fonte potencial de
dano, enquanto o risco leva em consideração a probabilidade de ocorrência
O choque elétrico é uma das principais causas de acidentes nos canteiros de obra da construção
civil e tem sido apontado pelos especialistas como uma das principais causas de acidentes
graves e fatais na construção. O motivo é a falta de segurança nas instalações elétricas
provisórias que expõem os trabalhadores a riscos que, em geral, resultam em morte.
(FUNDACENTRO, 2002, p.01 )
a) Choque estático
O atrito com o ar gera cargas elétricas (efeito capacitivo). Este tipo de choque é
produzido por eletricidade estática. É de pequena duração, suficiente para
descarregar a carga da eletricidade contida no elemento energizado.
(MIRANDA JÚNIOR, et al., 2004-2005)
b) Choque dinâmico
É o choque pelo contato direto da pessoa com a parte energizada da instalação.
Sua duração permanece enquanto houver o contato e a fonte de energia
estiver ligada. (MIRANDA JÚNIOR, et al., 2004-2005)
c) Descargas atmosféricas
Alertam que se não for tomada uma ação rápida, para interromper a passagem
da corrente elétrica pelo corpo e aplicada à respiração artificial, dentro de um
intervalo de tempo inferior a três minutos, poderão ocorrer sérias lesões
cerebrais e possível morte. Denominam a morte causada por choque elétrico
como eletrocussão.
Todo o musculo percorrido por uma corrente elétrica sofre um estímulo que
provoca sua contração. A força da contração muscular depende da
intensidade e do tipo da corrente do choque elétrico e é uma das maiores
dificuldades da vítima para se despreender da parte energizada.
Todo o musculo percorrido por uma corrente elétrica sofre um estímulo que
provoca sua contração. A força da contração muscular depende da
intensidade e do tipo da corrente do choque elétrico e é uma das maiores
dificuldades da vítima para se despreender da parte energizada.
3.4.4 Queimaduras
Fios de alta tensão (perigosos para quem solta pipa próximo dessas áreas) ou
equipamentos que possuem alta voltagem são os responsáveis por esse tipo
de choque. A vítima pode ficar presa à parte energizada ou ser projetada a
uma grande distância do local, além de correr o risco de ficar com grandes
áreas de queimaduras. Em situações mais graves pode ocorrer morte.
3.5.1 Objetivo
3.5.2 Histórico
ninguém que eu saiba pôs o pé nesse campo [doenças dos operários]. [...] É, certamente, um
dever para com a mísera condição de artesãos, cujo labor manual, muitas vezes considerado
vil e sórdido, é contudo necessário e proporciona comodidades à sociedade humana. [...].
(RAMAZZINI,1999, p. Xx?)
Fonte: BRASIL,1978f.
4.1 Metodologia
Fiz o levantamento de informações sobre as oficinas pedagógicas e as diversas
formas de aplicação em todos os segmentos de ensino para a escolha da
melhor forma para trabalhar o tema proposto e apresentado.
Toda oficina foi realizada em tres etapas, sendo cada uma delas em datas
distintas, em função da duração de cada palestra e da última atividade ter
sido uma visita técnica, como atividade prática.
Cada oficina contou de uma palestra, montada para apresentação com duração
máxima de 60 minutos, incluindo o espaço para debate e discussão, ao final
da apresentação.
4.3 Duração
Devido ao conteúdo das oficinas ser muito técnico e com conceitos claros e
muito bem definidos, optei por respostas em múltipla escolha com alternativas
dicotômicas.
b) processo e análise;
O mesmo autor afirma também que construir questionários não é uma tarefa
fácil e que aplicar tempo e esforço adequados para a construção do
questionário é uma necessidade, um fator de diferenciação favorável.
(PARASURAMAN, 1991).
Este mesmo autor, recomenda que: deve-se utilizar de uma sequência lógica
para que a coleta de dados atinja o objetivo que se destina que é conseguir
que ficássemos participantes não fiquem constrangidos por não dominarem
em parte ou no todo o assunto abordado e ao mesmo tempo, tenham
sinceridade nas respostas fornecidas.
5 RESULTADOS
Tema: Segurança em Eletricidade, Proteção elétrica, Riscos do choque elétrico, efeitos fisiológicos
e consequências, Legislação, Normas técnicas regulamentadoras e Equipamentos de proteção
individuais e Coletivos.
1 Você já 6 25 18 75
participou de
algum
treinamento
ou palestra
sobre
atividades em
eletricidade?
5 Você sabe 6 25 18 75
diferenciar
Segurança em
eletricidade de
proteção
elétrica?
10 Descreva em
poucas
palavras seu
conhecimento
em Segurança
em
eletricidade,
Proteção
elétrica, riscos
do choque
elétrico,
efeitos
fisiológicos e
consequência
s, primeiros
socorros,
legislação,
normas
técnicas
regulamentad
oras,
Equipamentos
de proteção
individuais e
coletivos.
Aluno
1
a) Deverá ser feito o treinamento em NR 10;
b) Usar equipamentos de proteção individuais como: botinas de borracha,
capacete, luvas isolantes, conforme a tensão de trabalho;
c) Conhecer os procedimentos de segurança da área de trabalho;
d) A proteção elétrica visa proteger as instalações, equipamentos. Pode ser
disjuntores, fusíveis, disjuntores diferenciais.
e) O disjuntor protege contra sobrecargas e curto;
f) O fusível protege contra curto-circuito;
g) O disjuntor diferencial protege contra fuga de corrente para a terra.
2 A corrente elétrica próxima de 500 mA, passando pelo coração, pode matar um ser
humano. Consequências do choque elétrico: parada cardíaca dependendo do nível
de tensão podendo provocar queimaduras e morte imediata.
Primeiros socorros:
33 Os 222 1100 00 00
cuidados,
riscos e
consequência
s envolvidos
nas atividades
com
eletricidade?
66 A 222 1100 00 00
importância
da exigência
por parte da
legislação do
cumprimento
das normas
técnicas para
elaboração,
aprovação e
execução de
projetos em
eletricidade?
110 Descreva em
poucas
palavras seu
conhecimento
em Segurança
em
eletricidade,
Proteção
elétrica, riscos
do choque
elétrico,
efeitos
fisiológicos,
consequência
s, primeiros
socorros,
legislação,
normas
regulamentad
oras,
Equipamentos
de proteção
individual e
coletivos.
Aluno Resposta
1 O choque elétrico pode levar à morte. Não devemos executar serviços sem as devidas
proteções e conhecimento técnico.
3 Foi comentado que na maioria das empresas não estão sendo oferecidos treinamentos
para seus operários e quando são oferecidos os treinamentos, são precários. Foi
passado também que alguns trabalhadores não estão dando valor para suas vidas;
pois, alguns estão preferindo ter um aumento em seu salário devido à periculosidade.
Foi comentado que na construção civil é o local onde mais se ocorre acidentes com a
eletricidade.
6 Ninguém será obrigado a fazer alguma coisa se não for a lei. A periculosidade do
eletricista veio do movimento classista. Remuneração de 30% do salário base da
pessoa.
8 O conhecimento foi bem exposto como por exemplo, não basta que o trabalhador
esteja legalmente habilitado. Ele deve conhecer as atividades, o local e ter recebido os
devidos treinamentos.
9 O conhecimento adquirido nesta palestra foi importante para que nós, futuros técnicos
em segurança do trabalho, possamos contribuir para a segurança das pessoas no
trabalho de eletricidade.
15 Aprendi sobre a importância e o cuidado que deve ser tomado quando se trata da
interação com a eletricidade. Algo que achei bem interessante foi a ligação biológica e
química com a eletricidade contida no organismo humano. Achei as palestras muito
interessantes. Comentários: Medicina que utiliza a corrente para a cura de doenças de
coordenação física e mental. Polarização e despolarização das células humanas.
Esclareci que, é uma ferramenta para o exame crítico das atividades buscando
prever os eventos indesejáveis e possíveis ocorrências de acidentes, para a
adoção de medidas preventivas de segurança e de saúde do trabalhador, do
usuário e de terceiros, do meio ambiente ou até mesmo evitar danos aos
equipamentos e interrupção dos processos produtivos.
Como resultado final, concluí que foi muito satisfatório, tendo em conta que o
público alvo são alunos de uma escola técnica, que não são totalmente leigos
em relação aos temas apresentados e muito proveitoso em termos de:
conhecimentos adquiridos, oportunidade da visualização destes sistemas na
visita técnica, troca de informações realizada nos debates e discussões
durante toda a oficina.
REFERÊNCIAS