José Geraldo Sem Apêndice e Anexos

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática

José Geraldo Lemos Cardoso

OFICINA DE SEGURANÇA EM ELETRICIDADE:

Segurança em eletricidade, proteção elétrica, riscos do choque elétrico, efeitos


fisiológicos, consequências, primeiros socorros, legislação, normas técnicas
regulamentadoras, equipamentos de proteção individuais e coletivos.
Belo Horizonte

2014
José Geraldo Lemos Cardoso

OFICINA DE SEGURANÇA EM ELETRICIDADE:

Segurança em eletricidade, proteção elétrica, riscos do choque elétrico, efeitos


fisiológicos, consequências, primeiros socorros, legislação, normas técnicas
regulamentadoras, equipamentos de proteção individuais e coletivos

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação


em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em Ensino de
Ciências e Matemática. Área de Concentração: Biologia

Orientadora: Profa. Dra. Cláudia de Vilhena Schayer


Sabino
Belo Horizonte

2014
José Geraldo Lemos Cardoso

OFICINA DE SEGURANÇA EM ELETRICIDADE:

Segurança em eletricidade, proteção elétrica, riscos do choque elétrico, efeitos


fisiológicos, consequências, primeiros socorros, legislação, normas técnicas
regulamentadoras, equipamentos de proteção individuais e coletivos

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação


em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em Ensino de
Ciências e Matemática.

______________________________________________________________

Profa. Dra. Cláudia de Vilhena Schayer Sabino (Orientadora) - PUC Minas

____________________________________________________

Prof. Dr. Bernardo Jeunon de Alencar - PUC Minas


____________________________________________________

Prof. Dr. Fernando Costa Amaral - PUC Minas

____________________________________________________

Prof. Dr. Wolney Lobato - PUC Minas

Belo Horizonte, 17 de junho de 2014


A minha esposa e aos
meus filhos e todos os meus familiares, pelo incentivo, paciência e dedicação.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, pela força, pelo equilíbrio, luz e guia
nos momentos de dúvidas, incertezas e fraquezas, que não foram poucos.

A minha orientadora, Profa. Cláudia de Vilhena Schayer Sabino e a todos os


professores, pela dedicação e paciência, tornando possível a realização de um sonho.

À UTRAMIG, na pessoa do Professor Murilo Resende e a todos que direta ou


indiretamente, contribuiram para esta realização.

Aos meus alunos que participaram ativamente das palestras e visita técnica e que
muito contribuiram para o sucesso deste trabalho.

A FAPEMIG como entidade de fomento, incentivando a atividade docente e


custeando o aprimoramento através de cursos de especialização, mestrado e doutorado.

À CEMIG, na pessoa do Eng. José Carlos, gerente do centro de treinamento e


formação em Sete Lagoas, pela sua prontidão no atendimento à nossa solicitação para a
visita técnica, como também, nos acompanhando e orientando durante toda sua realização.

Aos meus colegas, pelo aprendizado, troca de experiências e informações e o


convivio prazeroso.
RESUMO

Este estudo teve como objetivo apresentar, através de uma oficina pedagógica, as
principais diferenças conceituais entre segurança em eletricidade e proteção elétrica,
os riscos do choque elétrico, os efeitos fisiológicos, as consequências e os primeiros
socorros, incluindo os cuidados e medidas preventivas (individuais e coletivas) a
serem adotadas para redução dos riscos com eletricidade. A legislação aplicável, as
normas técnicas regulamentadoras e a obrigatoriedade do treinamento ou curso de
formação em NR-10 como habilitação para atuar em eletricidade, foram
apresentadas e discutidas. Mostramos os fatores que potencializam o risco do
choque elétrico e a importância da qualidade da energia e das instalações elétricas,
que requerem profissionais e empresas especializadas para elaboração do projeto,
implantação, operação e manutenção, definindo a melhor solução a ser aplicada, a
escolha dos equipamentos e materiais a serem adquiridos para execução, visando,
minimizar os riscos e com isto, oferecer as garantias mínimas para a integridade dos
trabalhadores e usuários da eletricidade.

Palavras-chave: Eletricidade com Segurança.Proteção Elétrica. Riscos do Choque


Elétrico. Efeitos Fisiológicos. Consequências e Primeiros Socorros. Legislação e
Normas Técnicas Regulamentadoras. Equipamentos de Proteção Individuais e
Coletivos.
ABSTRACT

This study aims to present, through an educational workshop, the main conceptual
differences between Electricity Safety and Electrical Protection, the risks of the
electrical shock and its physiological effects, consequences and first aid measures in
cases of accident; and also the preventive measures (individual and collective) to be
adopted to reduce risks with electricity. The laws, technical standards concerning
electricity and the mandatory training course in the NR-10 legislation as a
qualification for working with electricity were also presented and discussed. We have
shown the factors that may enhance the risk of electric shock and the importance of
the electrical energy and its installations, which require professional and specialized
companies to design, implement, operate and maintain the electrical plants, to define
the best solution to be applied and which equipment and material should be chosen
to be applied in order to minimize the risks and thus guarantee the safety of both
workers and users of the electricity.

Keywords: Electric safety. Electrical protection. Risks of electrical shock.


physiological effects and consequences to electrical shock. First aid measures in
electrical shock. Laws and technical standards. Collective and individual protection
equipment.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE ABREVIATUARAS E SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AC - Corrente alternada

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CC - Corrente contínua

CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais S.A

CEPAP - Campanha externa de prevenção de acidentes com a população

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas

DEA - Desfibrilador Externo Automático

FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais

INATEL - Instituto Nacional de Telecomunicações de Santa Rita do Sapucaí

NBR - Norma Brasileira

NR - Norma Regulamentadora

PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PMQP - Programa Mineiro da Qualidade e Produtividade

PPRA - Programa de prevenção dos riscos ambientais

UNIVERCEMIG - Universidade Corporativa de Cemig

UTRAMIG - Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais

VAC - Tensão alternada


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO

Este estudo teve por objetivo apresentar através de uma oficina pedagógica
sobre segurança em eletricidade, a diferença conceitual entre segurança em
eletricidade e proteção elétrica, os riscos do choque elétrico e os fatores que
potencializam, os efeitos fisiológicos e suas consequências, os primeiros socorros, a
legislação vigente e aplicável em baixa tensão (Tensões até 1000 volts em corrente
alternada e de até 1500 volts em corrente continua), as normas técnicas
regulamentadoras e os equipamentos individuais e coletivos utilizados.

Recorrendo às técnicas didáticas alternativas por meio de atividades que


despertem o interesse, motivação, curiosidade e buscando facilitar sua
compreensão, optei por oficinas pedagógicas, com o objetivo de uma participação
mais ativa dos alunos.

Moacir Gadotti (2003), disse que o que aprendemos tem que ter sentido. Se
não tiver sentido, não aprendemos. Neste aspecto, a oficina proporciona formas
diferenciadas para se trabalhar diferentes conteúdos.

Uma das principais finalidades desta oficina de segurança em eletricidade foi


complementar as informações obtidas de forma segmentadas ao longo do curso
técnico em eletrônica, telecomunicações e segurança do trabalho, conscientizando
os alunos do risco que envolve a atuação em eletricidade e a importância do
atendimento às normas técnicas e a legislação aplicável; pois, será a sua saúde ou
vida que poderão ser comprometidas em casos de acidentes.

No curso de pós-graduação em engenharia clínica e biomédica que concluí


pelo Instituto Nacional de Telecomunicações de Santa Rita do Sapucaí
(INATEL), aprendi que a eletricidade está em todos os segmentos da natureza e da
sociedade, como também no funcionamento do corpo humano, controlando o fluxo
da nossa vida de forma micro e macrobiológica e orgânica.

Através da Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais


(UTRAMIG) em convênio com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais
(FAPEMIG), tive a oportunidade de buscar novos conhecimentos através do
mestrado profissional em ciências e matemática, área de concentração em biologia,
onde discutimos exaustivamente a função do profissional em educação, a sua
formação inicial e continuada, o papel da escola, as novas idéias e técnicas para se
trabalhar diferentes conteúdos, os principais pensadores e educadores e como
consequência, tenho aplicando estes novos conhecimentos em minha prática diária
como professor.

A grande dificuldade foi trabalhar um conteúdo complexo e com elevado grau


de especialização, que com excessão das campanhas educativas veiculadas
através da mídia, em sua maioria, apenas os profissionais especializados em seus
ambientes - laborais e alunos de cursos profissionalizantes, técnicos e superiores,
possuem fácil acesso; tornando-o mais atraente, apresentado através de palestras
técnicas utilizando de recursos disponíveis na mídia, materiais de campanhas
preventivas, educativas e didáticos, utilizados em treinamentos e cursos de
formação.

Como professor graduado em Engenharia Elétrica, com ênfase em eletrônica


e telecomunicações, atuando em várias empresas de telecomunicações (mais de
20), por um longo período (30 anos), com grandes projetos; implantando,
planejando, gerenciando, operando e mantendo equipamentos e redes de
telecomunicações, vivenciei muitos acidentes ocorridos como consequência da
atuação em eletricidade.

Como professor, procurei informar aos alunos, conscientizando-os como


futuros profissionais, dos riscos que envolvem a atuação em eletricidade.

Foram à custa de muitos acidentes ocorridos e muitos deles com vítimas


fatais, que esta legislação tem sido reeditada e avançado, melhorando com a
inclusão das mudanças tecnológicas, das suas implicações e consequências.

As atividades em eletricidade na área de telecomunicações, envolvem a


energização dos equipamentos, definição de fontes de alimentação, retificadores,
estabilizadores, bancos de baterias, grupos motores geradores, quadros de
distribuição AC/DC, de onde é retirada a alimentação para os equipamentos,
incluindo fusíveis, barramentos de energia, encaminhamento de cabos e os sistemas
de aterramento.

O projeto elétrico a ser executado contempla estas informações, que são


validadas em campo na vistoria inicial para a execução e no qual são feitas as
alterações devidas ao atraso para aprovação, liberação de verbas, aquisição dos
equipamentos e prazo de entrega dos fabricantes.

Empresas terceirizadas são contratadas para a implantação do projeto e o


técnico ou engenheiro em telecomunicações, com formação que o habilita para
trabalhos com eletricidade, muitas vezes tem pouca experiência e nenhum
treinamento e atuação esporádica em eletricidade. Este técnico que executa o
projeto, pode ser uma das causas de muitos acidentes.
Por ser uma atividade esporádica, nem sempre o trabalhador esta munido dos
equipamentos de testes, de proteção individual e ferramentas adequadas, o que
aumenta o risco e a probabilidade de se acidentar.

Por outro lado, a legislação não considera esta atuação esporádica com
eletricidade em baixa tensão (tensões inferiores a 250 VAC), uma atividade de risco,
neglicenciando a fiscalização e o cumprimento das normas técnicas pertinentes.

A falta de fiscalização das autoridades competentes contribui muito para que


isto continue ocorrendo.

Para facilitar a aplicação da oficina em outras modalidades de ensino e nos


ensinos técnicos e profissionalizantes, elaborei um roteiro explicando passo a passo
como foi feita, aplicada, analisada e avaliada, apresentando os critérios utilizados e
os resultados obtidos.

Discutindo e esclarecendo a importância da legislação vigente e aplicável, das


medidas preventivas, da necessidade de um projeto bem elaborado, do
planejamento das atividades, da mitigação dos riscos, dos treinamentos, cursos de
formação, capacitação e da reciclagem periódica destes treinamentos, da
contratação de empresas especializadas com profissionais habilitados, dos primeiros
socorros, da utilização dos equipamentos Individuais e coletivos e das medidas de
prevenção recomendadas, que reduziremos a quantidade de vitimas da atuação em
eletricidade, garantindo e protegendo a integridade do usuário e do trabalhador.

Concluindo, destaco em especial, os esforços das empresas geradoras,


transmissoras e distribuidoras de energia, como também das suas entidades
representativas, na mobilização através de campanhas nacionais para segurança
em eletricidade e prevenção de acidentes, contribuindo para garantir a integridade
dos trabalhadores e usuários da eletricidade.

1.1 Objetivo geral


Aplicar e avaliar uma oficina pedagógica visando o ensino e a aprendizagem do
conteúdo de segurança em eletricidade pelos alunos do Curso Técnico em
Eletrônica, Telecomunicações e Segurança do Trabalho da UTRAMIG.

1.2 Objetivos específicos

a) Apresentar e elucidar as principais diferenças entre segurança em eletricidade


e proteção elétrica.

b) Identificar, informar e esclarecer os riscos à saúde relacionados a atividades


em eletricidade, os efeitos fisiológicos do choque elétrico, os fatores que
potencializam este risco e os primeiros socorros a serem aplicados.

c) Apresentar e discutir a legislação vigente, as normas técnicas


regulamentadoras e suas aplicações, a necessidade e obrigatoriedade do
treinamento técnico como qualificação para atuar em atividades que envolvem
direta ou indiretamente a eletricidade.

d) Apresentar as medidas e recomendações sobre prevenção e a utilização dos


equipamentos de proteção individuais e coletivos para o setor elétrico.

e) Abordar a utilização, manuseio, distribuição, operação e manutenção de


redes, equipamentos, dispositivos de proteção e aterramento como forma de
prevençâo; esclarecendo e apresentando medidas e recomendações para
minimizar os riscos para o usuário da eletricidade para os trabalhadores que
atuam em contato direto com este sistema de energia.

f) Mostrar as campanhas de esclarecimentos e alertas vinculados através da


mídia e a importância dos treinamentos ministrados para os trabalhadores
que atuam implantando, mantendo e operando este sistema.

g) Apresentar os dispositivos de proteção para as redes de distribuição e para os


equipamentos interligados diretamente a ela.

h) Elucidar e esclarecer que os equipamentos e dispositivos de proteção e


aterramento, atuam indiretamente na segurança do usuário final e
diretamente nos equipamentos interligados às redes de distribuição de
energia e que seu foco principal é evitar falhas no sistema, queima de
equipamentos, interrupções e blecautes.

i) Destacar a importância da qualidade da energia elétrica, que é definida em


função das perturbações elétricas básicas em um sinal de tensão ou corrente
presente em uma instalação elétrica, tais como: amplitude da tensão,
frequência do sinal, desequilíbrios de tensão e corrente nos sistemas
trifásicos e distorções na forma de onda do sinal; e a importância da ausência
relativa de variações de tensão e particularmente à ausência de
desligamentos.

1.3 Justificativa

A eletricidade é vital na vida moderna, seja propiciando conforto aos nossos


lares, seja atuando como insumo nos diversos segmentos da economia. O
que torna a eletricidade mais perigosa do que outros riscos físicos como o
calor, o frio e o ruído, é que ela só é sentida pelo organismo quando o mesmo
está sob sua ação.

O uso da eletricidade exige do consumidor e dos trabalhadores a aplicação de


algumas precauções em virtude do risco que representa. A maioria da
população não sabe, desconhece ou desconsidera este risco. Os acidentes
ocorridos com eletricidade, no lar e no trabalho, são os mais frequentes e são
comprovadamente os que têm as consequências mais graves.

Os avanços e desenvolvimento da tecnologia nos dias atuais vêm trazendo


grandes benefícios à sociedade e à saúde humana em todo o mundo, além
de exigir cada vez mais qualidade da energia, dos projetos elaborados, da
implantação, da manutenção e operação deste sistema. Novos processos
com técnicas modernas utilizam-se cada vez mais equipamentos de última
geração, projetados e construídos com avançadas tecnologias eletrônicas e
totalmente informatizados.

Os trabalhos nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica


apresentam riscos diferenciados em relação ao consumidor final, e o
conhecimento geral das diversas metodologias de análise de riscos é
fundamental para permitir uma avaliação crítica das condições de trabalho,
sem a qual é praticamente impossível garantir a aplicação dos meios de
controle colocados à disposição dos trabalhadores e usuários.

Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas


preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, de
forma a garantir a segurança e a saúde da população e dos trabalhadores.

Para os usuários residenciais, comerciais e trabalhadores em geral, não


especializados, a norma regulamentadora número 10, recomenda orientação
através de campanhas preventivas e educativas, veiculadas através mídia,
cartilhas educativas disponibilizadas pelas concessionárias distribuidoras de
energia e prestadoras de serviço nesta área, vídeos, treinamentos e palestras
disponibilizados através da internet e materiais de treinamento
especializados.

Existe sempre o risco do choque elétrico em redes elétricas que não atendam às
normas vigentes ou perturbadas por outros equipamentos.

Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e


manter um Prontuário de Instalações Elétricas. (BRASIL, 1978f).
Quando se trata de medidas preventivas de choque elétrico torna-se obrigatório
consultar duas normas brasileiras:

a) norma ABNT NBR 5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS


TÉCNICAS, 1997);

b) NR 10 (BRASIL, 1978f).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - Norma Brasileira (NBR)


5410, intitulada de "Instalações Elétricas de Baixa Tensão", fixa condições de
segurança nas instalações com tensão até 1000 Volts em corrente alternada
e de até 1500 Volts em corrente contínua (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 1997);

Já a norma regulamentadora número 10 (NR-10 - Segurança em instalações e


serviços em eletricidade) recomenda condições mínimas para garantir a
segurança das pessoas, e estabelece critérios para proteção contra os riscos
de contato, incêndio e explosão, dentre outros (BRASIL, 1978f).

Outro fator que deve ser considerado para garantir a segurança dos
trabalhadores e usuários da eletricidade e para a confiabilidade dos
resultados, é a qualificação da equipe técnica responsável pelo projeto,
implantação, operação e manutenção.

2 OFICINAS
Do latim officina, significa lugar de trabalho, comumente associado a trabalho
manual. Destina-se a fabricar conhecimentos a partir de situações
vivenciadas por cada um dos participantes em um ambiente apropriado ao
trabalho para que este se efetive produtivamente. (FERREIRA,1986).

A opção por oficinas pedagógicas foi para buscar formas alternativas de ensino e
aprendizagem que despertem o interesse dos alunos, motivando-os,
aguçando a curiosidade e a criatividade com palestras, debates e discussões,
promovendo a troca de informações necessárias a produção e construção do
conhecimento.

A oficina, como qualquer ação pedagógica, pressupõe planejamento, mas é na


execução que ela assume características diferenciadas das abordagens
centradas no professor e no conhecimento racional apenas. O planejamento
prévio caracteriza-se por ser flexível, ajustando-se às situações-problema
apresentadas pelos participantes, a partir Segundo Elias, as primeiras
experiências remontam ao início do século.

O termo foi usado pelo sociólogo francês Celestin Freinet (1858 -1917), que
preocupado com o destino da escolaridade das crianças oriundas da classe
operária e do campesinato francês, procurou desenvolver uma prática
pedagógica que favorecesse a aprendizagem dessas crianças, de um modo
geral, destinadas ao fracasso escolar. (ELIAS, 1996).

Para reduzir esse fracasso, Freinet propôs formas alternativas de se efetivar a


aprendizagem em sala de aula, que tornassem o ato de aprender interessante
e prazeroso. (ELIAS, 1996).

Entre outras, utilizou-se da oficina pedagógica, designando como tal, situações


de ensino/aprendizagem que envolvessem professor e alunos num trabalho
motivante e participativo.
A metodologia de oficinas tem alcançado excelentes resultados, conforme se
pode constatar em publicações como as de Mutschele e Gonsales Filho
(1994).

Se adequadamente concebida e organizada, a Oficina Pedagógica pode ser um


ambiente fecundo para “[...] liberar a criatividade, propiciar condições de
expressão de pensamentos, idéias e sentimentos, de várias maneiras”.
(MUTSCHELE; GONSALES FILHO, 1994, p. Xx?).

No Brasil, oficina como prática pedagógica surgiu na década de 80. Teve como
propósito norteador a melhoria da qualidade do ensino, no sentido de superar
o baixo desempenho das escolas públicas. (CARVALHO,2008)

Conforme Paulo Freire (1996), “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” e a
oficina pedagógica tem em sua essência este papel fundamental. (FREIRE,
1996, p. 47)
3 ELETRICIDADE

Neste capítulo iremos abordar os conceitos mais importantes sobre eletricidade.


Para entendermos melhor como ocorre o choque elétrico, uma base teórica
faz-se necessária. Primeiramente vamos apresentar um pouco da história da
eletricidade.

A eletricidade esteve sempre presente na natureza, e a origem de seu nome,


segundo Silva & Pimentel (2007), é do grego êlektron (âmbar) e foi observado
por Tales de Mileto, entre outros, e demonstrada pelo fenômeno da atração
eletrostática, com a friccção de uma vareta de âmbar, ficando a mesma
polarizada, podendo atrair ou repelir outros materiais.

As primeiras experiências com cargas eletrostáticas e órgãos de animais, foram


feitas por Galvani e Alessandro Volta, quando pela primeira vez, foi
constatada a existência da eletricidade no corpo de animais e também, o
fenômeno do estímulo elétrico que provocava a contração dos músculos da
perna de uma rã, dissecada por Galvani em seu laboratório.

O biólogo italiano Luigi Galvani (1737-1798), fez várias experiências com cargas eletrostáticas e
órgãos de animais. Enquanto fazia as experiências, descobriu que quando tocava com uma
faca na perna de uma rã, no instante em que era produzida uma descarga elétrica num
gerador eletrostático próximo dele, a perna da rã morta encolhia-se bruscamente, como se a
rã estivesse viva. Mais tarde conseguiu o mesmo efeito, sem precisar do gerador
eletrostático, espetando dois fios de metais diferentes na perna da rã; quando juntava os dois
fios, a perna da rã encolhia-se. Galvani atribuiu o efeito a uma eletricidade de origem animal.
Em 1800, Volta construiu a primeira pilha, colocando alternadamente discos de zinco e de
cobre, separados entre si por discos de cartão molhado numa solução ácida. Alessandro
Volta (1745-1827) demonstrou que a origem da eletricidade observada por Galvani não eram
os organismos vivos, mas que o contato entre dois metais diferentes dentro de qualquer
solução química produz um fluxo de cargas elétricas (corrente), que nos seres vivos causa
alguns efeitos: a contração dos músculos ou um sabor amargo, quando colocamos dois fios
de metais diferentes na nossa língua. (VILLATE, 2011, p.19).

O laboratório de Galvani, com um gerador eletrostático usado para produzir


descargas elétricas nas pernas de uma rã é mostrado na Figura 1.

Figura 1 - Laboratório de Luigi Galvani

Fonte: VILLATE, 2011.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), define a energia, nas suas


mais diversas formas, como indispensável à sobrevivência da espécie
humana e que o homem procurou sempre evoluir, descobrindo fontes e
formas alternativas de adaptação ao ambiente em que vive e de atendimento
às suas necessidades.
Dessa forma, conclui a ANEEL, que a exaustão, escassez ou inconveniência de
um dado recurso tende a ser compensadas pelo surgimento de outro(s).

Conclui também que, em termos de suprimento energético, a eletricidade se


tornou uma das formas mais versáteis e convenientes de energia, passando a
ser recurso indispensável e estratégico para o desenvolvimento
socioeconômico de muitos países e regiões. (AGÊNCIA NACIONAL DE
ENERGIA ELÉTRICA, 2002).

3.1 Fenômenos elétricos naturais

Cientistas e biólogos vêm estudando estes fenômenos, que são interações em


nível macroscópico tais como o toque, a fricção ou as reações químicas,
devidos às interações elétricas que se dão em nível microscópico. No
trabalho de Baroni (2010), são enumerados alguns animais que são
capazes de responder a estímulos elétricos, como os tubarões, habilidade
conhecida como eletropercepção, enquanto outros, conhecidos por
eletrogênicos, são capazes de gerar por si só altas tensões, usadas tanto
para fins predatórios como defensivos. Um dos melhores exemplos e mais
conhecidos, é da ordem Gymnotiformes, da qual faz parte a enguia elétrica,
que detecta e atordoa suas presas através das altas tensões geradas em
células musculares modificadas conhecidas como eletrócitos.

Todos os animais, sobretudo os dotados de sistema nervoso, transmitem


informação ao longo das membranas celulares mediante pulsos de tensão
conhecidos como potenciais de ação, os quais são responsáveis entre outras
pela função de comunicação, via sistema nervoso, entre os neurônios e os
músculos. Os potenciais de ação são também responsáveis pela
coordenação de atividades em certas plantas, como as carnívoras. (BARONI,
2010).
3.2 Corrente elétrica, Efeito Joule, eletricidade, magnetismo e eletricidade
estática

Depois de abordarmos uma parte da história da eletricidade, relevante ao tema


proposto e alguns fenômenos elétricos naturais , apresentamos alguns
conceitos sobre eletricidade, que formam a base teórica deste trabalho.

3.2.1 Corrente elétrica

Para que possamos entender o que é a corrente elétrica, é preciso conhecer a


estrutura atômica dos materiais sólidos e sua classificação em termos de
propriedades elétricas.

Millman e Halkias (1981), definem os materiais sólidos como condutores, semi -


condutores e isolantes, considerando as propriedades elétricas em função da
sua estrutura atômica:

A estrutura do átomo é formada por elétrons, prótons e neutrons. Os prótons e neutrons estão no
núcleo do átomo e os elétrons, giram em órbitas ou camadas em torno do núcleo.O elétron
possui uma carga elétrica negativa e o próton, uma carga elétrica positiva. O neutron não
possui carga elétrica. Em qualquer átomo, o número de prótons é igual ao número de
elétrons; portanto, sua carga elétrica é nula. Um átomo eletricamente neutro pode receber ou
ceder elétrons. Quando um átomo recebe um ou mais elétrons, ele fica com carga elétrica
negativa e é chamado de íon negativo. Quando um átomo cede um ou mais eletrons, ele fica
com carga elétrica positiva e é chamado de íon positivo. No átomo os elétrons giram em
tormo do núcleo em órbitas ou camadas, totalizando, sete camadas. A órbita mais afastada
do núcleo é chamada de camada de valência e os elétrons dessa camada são chamados de
elétrons de valência. O número máximo de elétrons de valência são 8 e com 8 elétrons, o
átomo tem estabilidade química ou molecular. Os materiais isolantes, não são condutores de
energia elétrica, porque não possuem eletrons livres e é necessário aplicar uma grande
quantidade de energia para passar elétrons da banda de valência para a banda de condução.
Os átomos possuem entre 5 e 8 elétrons de valência. Exemplo: Borracha e Mica. Os
materiais condutores possuem átomos com 1, 2 ou 3 elétrons de valência e como sua
camada de valência está incompleta, possuem grande facilidade de cedê-los; ou seja, com
uma pequena quantidade de energia podemos deslocá-los da banda de valência para a
banda de condução. Exemplo: Metais como cobre, ferro e etc. Nos materiais semi-condutores
as bandas de energia estão em uma situação intermediária entre os materiais condutores e
materiais isolantes; ou seja, possuem 4 elétrons de valência e não cedem, nem recebem
elétrons. Exemplo: Silício e Germânio. As cargas livres estão em movimento aleatório,
consequência da agitação térmica. Quando aplicamos um campo elétrico na região das
cargas elétricas, o movimento aléatório passa a ser ordenado. (MILLMAN; HALKIAS,1981,
p.11-17)

Os autores concluem que a corrente elétrica é um fluxo ordenado de partículas


portadoras de carga elétrica em um material condutor, quando aplicamos uma
diferença de potencial nas extremidades deste condutor. (MILLMAN;
HALKIAS, 1981).

Gussow (1997), também descreve a corrente elétrica nos materiais condutores


(metais), como sendo o deslocamento de elétrons livres, ao ser aplicado uma
diferença de potencial, relativamente baixa:

Num condutor como, por exemplo, num fio de cobre, os elétrons livres são cargas que podem ser
deslocadas com relativa facilidade ao ser aplicado uma diferença de potencial. Se ligarmos às
duas extremidades de um fio de cobre uma diferença de potencial, a tensão aplicada faz com
que os elétrons livres se desloquem. Essa corrente consiste num movimento de elétrons a
partir do ponto de carga negativa, -Q, numa extremidade do fio, seguindo através do fio, e
voltando para a carga positiva, + Q, na outra extremidade. O sentido do movimento de
elétrons é do lado negativo da bateria, passando através do fio, e de volta ao lado positivo
da bateria. (GUSSOW,1997, p.8).

Uma experiência simples, na qual, podemos sentir o efeito da corrente elétrica


em nosso organismo, utilizando uma colher, um pedaço de folha de alumínio
e a língua, foi feito por Alessandro Volta:

Uma forma simples de sentir o efeito da corrente elétrica consiste em colocar uma colher por
baixo da língua e um pedaço de folha de alumínio por cima. Quando se junta a folha de
alumínio à colher, sente-se um sabor amargo na língua, produzido pela passagem de cargas
elétricas através da língua. Esse fenómeno foi descoberto por Alessandro Volta, no fim do
século XVIII. É importante que o metal da folha seja diferente do metal da colher; as colheres
são geralmente feitas de aço ou de prata. Na nossa língua existem íons positivos e negativos;
um dos metais terá uma maior tendência a atrair os íons negativos e no outro metal os íons
positivos serão atraídos, criando um fluxo de cargas através dos dois metais. (VILLATE,
2011, p.15)

3.1.2 Efeito joule

Uma das aplicações práticas do Efeito Joule é o chuveiro elétrico, que aquece a
água pela dissipação da energia elétrica em uma resistência.

Segundo Villate (2011), o Efeito Joule é uma consequência da agitação térmica


dos elétrons na condução ou transporte de cargas em condutor. A perda de
energia é dissipada na forma de calor.

3.2.3 Eletricidade e magnetismo

Villate (2011) descreve o campo magnético em um condutor de cobre, como


sendo a presença de cargas em movimento (corrente elétrica), podendo atrair
ou repelir materiais metais, de acordo com o sentido da corrente elétrica no
condutor. O sentido de rotação do campo magnético e da corrente elétrica é
dado pela regra da mão direita.

Gussow (1997), em Eletricidade Básica, descreve como os cientistas


descobriram a relação entre que a eletricidade e o magnetismo:

Em 1819, o cientista dinamarquês H. C. Oersted descobriu experimentalmente a relação entre o


magnetismo e a corrente elétrica. Ele observou que uma corrente elétrica ao atravessar um
condutor produzia um campo magnético em torno do condutor. A intensidade do campo
magnético em torno do condutor que conduz uma corrente depende dessa corrente. Em
1831, Faraday descobriu o princípio da indução eletromagnética. Ele afirma que, se um
condutor atravessar linhas de força magnética, ou se linhas de força atravessarem um
condutor, induz-se uma fem, ou tensão nos terminais do condutor. (GUSSOW,1997,p.220-
232).

3.2.4 Eletricidade estática

O conceito de eletricidade estática apresentado no trabalho de Villate (2011), é


descrito como sendo uma forma de eletricidade que se encontra em equilíbrio
ou repouso, e por isso não está se movimentando de um objeto para outro. A
eletrostática é a área da física que estuda cargas elétricas em repouso.

3.3 Segurança em eletricidade e proteção elétrica

Para falar de Segurança em Eletricidade e de proteção elétrica, abordamos a


Norma Regulamentadora número 10 do Ministério do Trabalho, que é
aplicada amplamente nas áreas de atuação em eletricidade e trabalhista.
Apresentamos o conteúdo da Norma e seus conceitos mais importantes.

3.3.1 Segurança em eletricidade

Aborda a utilização, manuseio, distribuição, operação, manutenção de redes,


equipamentos, dispositivos de proteção, aterramento; prevenindo,
esclarecendo e minimizando os riscos para o ser humano, usuário da
eletricidade, e também aos trabalhadores que atuam em contato direto com
este sistema de energia.

Inclui campanhas educativas, de esclarecimentos e alertas vinculados através da


mídia, treinamentos ministrados para os trabalhadores que atuam
implantando, mantendo e operando estes sistemas e o público em geral.
(BRASIL, 1978f).

3.3.2 Proteção elétrica

Define e específica os dispositivos de proteção para as redes de distribuição e


para os equipamentos interligados diretamente a ela. Os equipamentos e
dispositivos de proteção e aterramento atuam diretamente nos equipamentos
interligados às redes de distribuição de energia. Seu foco principal é evitar
falhas no sistema, queima de equipamentos, interrupções e blecautes.
(BRASIL, 1978f).

3.3.3 Segurança em instalações e serviços em eletricidade (NR-10) 

A norma regulamentadora número 10, estabelece os requisitos e condições


mínimas de medidas de controle e sistemas preventivos, visando garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores que atuam em instalações elétricas e
serviços com eletricidade.

As medidas de controle e sistemas preventivos, aplicam-se às fases de geração,


transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto,
construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e
quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades. Na ausência ou
omissão destas,aplicam-se as normas internacionais cabíveis. (BRASIL,
1978f).

Conforme redação no manual de Auxílio na Interpretação e Aplicação da NR-10 -


Comentada, do Ministério do Trabalho e Emprego, a norma regulamentadora
n.10, foi atualizada em 2004:

Sensível às necessidades e gravidade da situação de segurança e saúde


existentes nas atividades do Setor Energético, o Ministério do Trabalho e
Emprego, por meio de equipe coordenada pelo Auditor Fiscal do Trabalho
Eng. Joaquim Gomes Pereira, promoveu a atualização da Norma que versa
sobre o assunto de sua responsabilidade, alinhando-a a modernos
conceitos de segurança e saúde em instalações e serviços com eletricidade.
A proposta inicial reuniu um grupo de Engenheiros Eletricistas e de
Segurança no Trabalho, de diversas instituições governamentais, no ano de
2001, estudou a situação de segurança e saúde em atividades com energia
elétrica e elaborou um texto base, destinado a orientar a atualização da
Norma Regulamentadora nº 10. (PEREIRA; SOUZA, 2010, p.8) ver lista de
referência por favor.

3.3.4 Qualificação necessária para os profissionais especializados

Exige-se: formação técnica específica, curso de qualificação em instalações e


serviços em eletricidade - NR 10, treinamentos especializados fornecidos
pelas empresas concessionárias e prestadoras de serviço e reciclagem
periódica destes treinamentos. (BRASIL,1978f).

3.3.5 Prevenção para os trabalhadores em geral, usuários residenciais e


comerciais

Recomenda-se prevenção através de campanhas preventivas e educativas


vinculadas a mídia, cartilhas educativas disponibilizadas pelas
concessionárias distribuidoras de energia e prestadoras de serviço nesta
área, vídeos, treinamentos e palestras disponibilizados através da internet e
materiais de treinamento especializados. (BRASIL,1978f).
3.3.6 Treinamento em NR-10

Aborda práticas de trabalho seguras, controle de riscos, equipamentos de testes,


ferramentas e equipamentos de proteção individual e coletivos.
(BRASIL,1978f).

3.3.7 Planejamento necessário para execução das atividades

Todas as atividades em eletricidade devem ser previamente planejadas com


supervisão e acompanhamento da execução por responsável especializado,
membros da CIPA e profissional especializado em segurança do trabalho.
(BRASIL,1978f).

3.3.8 Medidas de controle do risco do choque elétrico

Alguns conceitos básicos devem ser fundamentados para apresentação e


entendimento das medidas de controle do choque elétrico:

Conforme definido por Florence e Calil (2005), o perigo é uma fonte potencial de
dano, enquanto o risco leva em consideração a probabilidade de ocorrência

do dano e sua gravidade. O risco é estimado para cada perigo identificado. O


fator de risco é uma condição que favorece a ocorrência de falhas. O dano
pode ocorrer na forma de lesão física ou um prejuízo à propriedade e ao meio
ambiente.
A finalidade das medidas de controle são: prevenção de acidentes, visando
minimizar, reduzir ou eliminar os riscos do choque elétrico:

Medidas de controle representam o coletivo das ações estratégicas de


prevenção destinadas a eliminar ou reduzir, mantendo sob controle as
incertezas e eventos indesejáveis com capacidade potencial para causar
lesões ou danos à saúde dos trabalhadores e, dessa forma, transpor as
dificuldades possíveis na obtenção de um resultado esperado, dentro de
condições satisfatórias. (BRASIL, 2010f,p.13).

Conforme definido na Norma Regulamentadora número 10 (BRASIL, 1978f), as


medidas do controle do risco do choque elétrico são (Quadro 1):

Quadro 1 - Norma regulamentadora número 10.

Desernergização: São ações coordenadas, sequênciadas e controladas, para


garantir a ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de
trabalho, durante todo o tempo de intervenção e com o controle
dos trabalhadores envolvidos

Seccionamento: É feito utilizando-se de chaves seccionadoras, interruptores e


disjuntores por meios manuais ou automáticos, com o intuito de
promover a descontinuidade elétrica total entre um circuito ou
dispositivo e outro, utilizando de ferramentas adequadas e
seguindo procedimentos específicos
Impedimento de Utilizando de sistemas de bloqueio ou de cadeados, busca
reenergização: impedir a reenergização do circuito ou equipamento
desenergizado. O controle do impedimento de reenergização, é
feito pelos trabalhadores envolvidos. É importante que se faça
utilizando placas afixadas, o alerta ou informação que está
desligado para manutenção e que é proibido sua re-ligação, para
evitar acidentes. Poderão ser utilizados quantos bloqueios forem
necessários para a eliminação do risco

Constatação da ausência de É o teste para confirmação do desligamento e da ausência de


tensão: tensão. Pode ser feito com sensores ou com intrumental
adequado. Deve ser feito de acordo com procedimentos
específicos

Instalação de aterramento Após o seccionamento do trecho ou circuito, e dos testes para


temporário com garantir a ausência de tensão, deve ser feito um aterramento
equipotencialização dos provisório e temporário, interligado a cada um dos condutores
condutores dos circuitos: fase, previamente desligados

Proteção dos elementos A zona controlada é a área em torno da parte condutora


energizados existentes na energizada. As dimensões da zona controlada é de acordo com o
zona controlada: nível de tensão. A aproximação só é permitida a profissionais
autorizados. É feito utilizando anteparos ou dupla isolação

Fonte: BRASIL, 1978f.

3.3.9 Choque elétrico 

O choque elétrico é definido no trabalho de Miranda Júnior e outros (2004-2005),


como sendo um estímulo rápido no corpo humano, provocado pela passagem
da corrente elétrica. A corrente circulará pelo corpo, que se torna parte do
circuito elétrico. O caminho percorrido pela corrente elétrica no corpo humano
é um dos fatores que determinam a gravidade do choque, sendo os choques
elétricos de maior gravidade aqueles em que a corrente elétrica passa pelo
coração.

Segundo dados da Fundacentro (2002), o choque elétrico é a segunda maior


causa de acidentes fatais, depois de quedas de altura:
Em 99, segundo dados do IBGE, o número de óbitos na construção foi o
segundo mais elevado do País: 390 das 3.605 mortes registradas, somadas
todas as categorias profissionais. Os estudiosos afirmam que choques
elétricos são a segunda maior causa de acidentes fatais no setor, depois de
quedas de altura.

O choque elétrico é uma das principais causas de acidentes nos canteiros de obra da construção
civil e tem sido apontado pelos especialistas como uma das principais causas de acidentes
graves e fatais na construção. O motivo é a falta de segurança nas instalações elétricas
provisórias que expõem os trabalhadores a riscos que, em geral, resultam em morte.
(FUNDACENTRO, 2002, p.01 )

3.3.9.1 Classificação do choque elétrico

Os tipos de choque são classificados em função da fonte de energia ou da forma


de contato que os gerou, tais como:

a) Choque estático

O atrito com o ar gera cargas elétricas (efeito capacitivo). Este tipo de choque é
produzido por eletricidade estática. É de pequena duração, suficiente para
descarregar a carga da eletricidade contida no elemento energizado.
(MIRANDA JÚNIOR, et al., 2004-2005)

b) Choque dinâmico
É o choque pelo contato direto da pessoa com a parte energizada da instalação.
Sua duração permanece enquanto houver o contato e a fonte de energia
estiver ligada. (MIRANDA JÚNIOR, et al., 2004-2005)

c) Descargas atmosféricas

Descargas atmosféricas (raios) podem incidir diretamente ou indiretamente sobre


a pessoa, gerando tensão de passo e tensão de toque, causando
queimaduras graves e até morte imediata. (SILVA; PIMENTEL, 2008).

3.4 Efeitos fisiológicos do choque elétrico

Walker define os efeitos da corrente no corpo humano como:

 Sensação de formigueiro (correntes até 0.01 A);


 Sensação de dor e ficar agarrado (correntes até 0.02 A);
 Perturbações respiratórias (correntes até 0.03 A);
 Grandes dificuldades respiratórias (correntes até 0.07 A);
 Morte devido a fibrilação (correntes até 0.1 A). (WALKER apud VILLATE,
2011, p. 33).

A intensidade da corrente que passa por uma vítima é geralmente determinada


pela resistência da pele que vai de cerca de 1000  para peles molhadas até
500 000  para peles secas. A resistência interna é menor do que a da pele,
estando compreendida entre 100 e 500 .
Como consequência, Miranda Júnior e outros (2004-2005), descrevem que o
choque elétrico pode provocar contrações violentas dos músculos, fibrilação
ventricular do coração, lesões térmicas e não térmicas, podendo levar a óbito
e como efeito indireto as quedas e batidas, etc.

Informam que a única forma de interromper a fibrilação é aplicando outro choque


elétrico controlado (desfibrilador automático).

A morte por asfixia poderá ocorrer, se a intensidade da corrente elétrica for de


valor elevado (acima de 70 mA até 100 mA) e circular por um período de
tempo relativamente pequeno, pode ocorrer em alguns minutos. A morte por
asfixia é consequência da tetanização do diafragma, impedindo a realização
dos movimentos respiratórios.

Alertam que se não for tomada uma ação rápida, para interromper a passagem
da corrente elétrica pelo corpo e aplicada à respiração artificial, dentro de um
intervalo de tempo inferior a três minutos, poderão ocorrer sérias lesões
cerebrais e possível morte. Denominam a morte causada por choque elétrico
como eletrocussão.

3.4.1 Contração muscular

Todo o musculo percorrido por uma corrente elétrica sofre um estímulo que
provoca sua contração. A força da contração muscular depende da
intensidade e do tipo da corrente do choque elétrico e é uma das maiores
dificuldades da vítima para se despreender da parte energizada.

A contração muscular, ocorre por mecanismo de deslizamento dos filamentos e


resulta da força gerada pela interação das pontes cruzadas dos filamentos de
miosina com filamentos de actina. (GUYTON; HALL, 2002).

Todo o musculo percorrido por uma corrente elétrica sofre um estímulo que
provoca sua contração. A força da contração muscular depende da
intensidade e do tipo da corrente do choque elétrico e é uma das maiores
dificuldades da vítima para se despreender da parte energizada.

A contração muscular, ocorre por mecanismo de deslizamento dos filamentos e


resulta da força gerada pela interação das pontes cruzadas dos filamentos de
miosina com filamentos de actina. (GUYTON; HALL, 2002).
Figura 2 - Contração muscular
Fonte: GUYTON; HALL, 2002
3.4.2 Tetanização

A tetanização é o resultado da contração muscular na sua capacidade máxima, e


qualquer aumento adicional na frequência de estimulação, não exerçe novos
efeitos (Figura 2). (GUYTON; HALL, 2002).

3.4.3 Fibrilação ventricular

É a mais grave de todas as arritmias cardíacas e, se não interrompida dentro de


1 a 3 minutos, pode ser fatal. Decorre de impulsos cardíacos frenéticos na
massa do musculo ventricular (Figura 3). (GUYTON; HALL, 2002).

Figura 3 - Fibrilação ventricular


Fonte: GUYTON; HALL, 2002

3.4.4 Queimaduras

As queimaduras são lesões teciduais causadas por ação direta ou indireta de


calor sobre o organismo humano, decorrentes de diversas fontes térmicas,
como líquido quente, fogo, objetos aquecidos, eletricidade, radioatividade, etc.
Nas queimaduras por eletricidade, a corrente elétrica atinge o organismo
através do revestimento cutâneo. São geralmente menos dolorosas, pois a
passagem da corrente poderá destruir as terminações nervosas. Não
significa, porém que sejam menos perigosas, pois elas tendem a progredir em
profundidade, mesmo depois de desfeito o contato elétrico ou a descarga
(Quadro 2). (LIMA JÚNIOR; SERRA, 2004)

Quadro 2 - Graus de queimaduras

Queimaduras de Primeiro Grau: Denominadas superficiais ou epidérmicas.


São limitadas à epiderme

Queimaduras de Segundo Grau Superficial: Denominadas de espessura parcial superficial e


caracterizam-se por comprometer parcialmente a
derme (porção papilar)

Queimaduras de Segundo Grau Profundo: Denominadas de espessura parcial profunda e


acometem a camada reticular da derme (parte
profunda)
Queimaduras de Terceiro Grau: Denominadas de espessura total e são
caracterizadas pelo comprometimento de toda a
espessura da derme e parte do subcutâneo

Fonte: LIMA JÚNIOR; SERRA, 2044.

3.4.5 Primeiros socorros

Figura 4 - Primeiros socorros - choque elétrico

Fonte: MACIEL, 2013.

3.4.5.1 Correntes de baixa voltagem

São as que provocam choque elétrico em acidentes domésticos, como colocar o


dedo em uma tomada. Não deixam de ser menos graves.

Nesse caso é importante que o socorrista interrompa a passagem da corrente,


desligando interruptores e a chave elétrica. A vítima deve ser afastada do
local ou do cabo de voltagem utilizando-se de algo isolante (luva ou tapete de
borracha e cabo de vassoura) para que não se forme outra corrente de
eletricidade (Figura 4). Em caso de parada cardiorrespiratória, proceder como
no caso de corrente de alta voltagem. (MACIEL, 2013).

3.4.5.2 Corrente de alta voltagem

Fios de alta tensão (perigosos para quem solta pipa próximo dessas áreas) ou
equipamentos que possuem alta voltagem são os responsáveis por esse tipo
de choque. A vítima pode ficar presa à parte energizada ou ser projetada a
uma grande distância do local, além de correr o risco de ficar com grandes
áreas de queimaduras. Em situações mais graves pode ocorrer morte.

O socorrista deve se certificar de que a energia foi interrompida e que não há


condutores elétricos por perto, como poças d’água, metais e fios soltos. Ao
aproximar-se da vítima tocando-a apenas com materiais isolantes e
afastando-a do local do acidente. O socorrista deve verificar o pulso da vítima
para conferir os batimentos cardíacos e observar se a vítima está respirando;
caso esteja em parada cardiorrespiratória, e se possuir o domínio da técnica,
deve iniciar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar e contatar o
serviço de emergência médica. As queimaduras devem ser resfriadas com
água limpa e corrente e protegidas com pano ou gaze bem limpos, evitando-
se o uso de algodão, pomadas, pastas caseiras ou quaisquer outras
substâncias. (MACIEL, 2013).

3.4.5.3 Vítima Inconsciente

A primeira ação é acionar o serviço de emergência e, em seguida, procurar um


Desfibrilador Externo Automático (DEA). Se possuir treinamento em primeiros
socorros, iniciar compressões torácicas e ventilações. (MACIEL, 2013).

3.5 Legislação, normas técnicas regulamentadoras, equipamentos de


proteção individual e coletivos

3.5.1 Objetivo

Apresentar a legislação que rege os trabalhos em Eletricidade, campos de


aplicação, bem como os direitos e obrigações do governo, dos empregadores
e dos trabalhadores, além dos equipamentos de proteção individual e
coletivos, com informações de manuseio e recomendações.

3.5.2 Histórico

a) 1802 - Inglaterra - França: Comissões de fábrica;

b) 1923 - Brasil: na Light Rio de Janeiro é criada a primeira comissão de fábrica;

c) 1968 - Portaria 32 do Departamento Nacional de Segurança e Higiene do


Trabalho determina a criação da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA) nas Indústrias, Empresas de Transportes e Comércio;

d) 1978 - Portaria 3214/78, através de 28 NR’s - Normas Regulamentadoras.

3.5.3 Medicina do trabalho


Medicina ocupacional ou do trabalho, é a área da medicina que atua visando a
preservação da vida e a integridade dos trabalhadores. Os profissionais
responsáveis são médicos e enfermeiros especializados. Cuidar da saúde do
trabalhador, prevenindo acidentes e doenças ocupacionais, é uma obrigação
do empregador.

Mendes (2007), em seu livro: Patologia do Trabalho, relaciona que a prática, o


saber no campo da saúde e a pesquisa, estão articulados à transformação
histórica do processo de produção econômica.

É compreensível o desinteresse reinante pelo tema saúde-trabalho nos impérios dominantes,


uma vez que os trabalhos mais pesados ou de mais elevado risco eram destinados a
escravos, comumente oriundos das nações subjugadas e cujos esforços conformavam um
dos pilares dos próprios impérios mercantis escravistas. [...]. (MENDES, 2007, p. Xx?).

Ramazzini (1999), em “As doenças dos trabalhadores”, traduzido pelo médico


Raimundo Estrela, descreve o menosprezo da medicina com a classe
trabalhadora:

ninguém que eu saiba pôs o pé nesse campo [doenças dos operários]. [...] É, certamente, um
dever para com a mísera condição de artesãos, cujo labor manual, muitas vezes considerado
vil e sórdido, é contudo necessário e proporciona comodidades à sociedade humana. [...].
(RAMAZZINI,1999, p. Xx?)

3.5.4 Legislação, normas técnicas regulamentadoras e equipamentos de


proteção individual e coletivos

O livro de Segurança e Medicina do Trabalho (1978), define as normas


regulamentadoras que se aplicam a segurança em eletricidade e proteção
elétrica, como sendo (Quadros 3, 4 e 5):

Quadro 3 - Normas regulamentadoras que se aplicam a segurança em


eletricidade e proteção elétrica

NR4: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina


do Trabalho: estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e
privadas, que possuam empregados regidos pela Consolidação
das Leis Trabalhistas (CLT). A fundamentação legal, oridnária e
específica, que dá embasamento jurídico à existencia desta NR, é o
artigo 162 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
NR5 - Estabelece a obrigatoriedade das empresas organizarem e manterem em
CIPA: funcionamento, uma comissão constituída exclusivamente por
empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, eliminando
as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.
A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, são os artigos
163 a 165 da CLT.
NR6 -EPI: Estabelece e define os tipos de EPI’ s a que as empresas estão obrigadas a
fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o
exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos
trabalhadores. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico,
são os artigos 166 e 167 da CLT.
NR7 - Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de
PCMSO todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
: empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -
PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do
conjunto dos seus trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e
específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os
artigos 168 e 169 CLT.
NR9 - Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, do Programa
PPRA: de Prevenção de Riscos Ambientais, visando à preservação da saúde e
da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá
embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 175 a 178
da CLT.
NR26 - Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização
Sinaliza de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e
ção de a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, que dá
Segura embasamento jurídico, é o é o artigo 200 inciso VIII, da CLT.
nça:

Fonte: BRASIL, 1977; BRASIL, 1978a-f, 1978

Quadro 4 - Medidas de controle e sistemas preventivos - NR-10

NR10 Esta Norma Regulamentadora estabelece os requisitos e condições


: mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores
que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços
com eletricidade. Se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e
consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação,
manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas
suas proximidades e, na ausência ou omissão destas, as normas
internacionais cabíveis.

Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas


medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos
adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a
segurança e a saúde no trabalho.
Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem
constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, no
mínimo:

a) Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas


de segurança e saúde e descrição das medidas de controle
existentes;
b) Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção
contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e
o ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
d) Documentação comprobatória da qualificação, habilitação,
capacitação, autorização dos trabalhadores e dos treinamentos
realizados;
e) Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em
equipamentos de proteção individual e coletiva;
f) Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas
classificadas;
g) Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações e
cronogramas de adequações.

Fonte: BRASIL, 1978f.


Quadro 5 - Medidas de proteção individual, coletivas e segurança em
projetos

As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de


potência devem acrescentar ao prontuário os documentos a seguir listados:

Medidas de Proteção Coletiva: Contém a descrição dos procedimentos


emergências e certificações dos
equipamentos de proteção coletiva e
individual. Em todos os serviços
executados em instalações elétricas
devem ser previstas e adotadas,
medidas de proteção coletiva aplicáveis,
seguindo procedimentos específicos e
conforme as atividades a serem
desenvolvidas, de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores.
As medidas de proteção coletiva
compreendem, a desenergização
elétrica e, na sua impossibilidade, o
emprego de tensão de segurança. Na
impossibilidade de implementação do
estabelecido no subitem anterior, devem
ser utilizadas outras medidas de
proteção coletiva, tais como: isolação
das partes vivas, obstáculos, barreiras,
sinalização, sistema de seccionamento
automático de alimentação, bloqueio do
re-ligamento automático. O aterramento
das instalações elétricas deve ser
executado conforme regulamentação
estabelecida pelos órgãos competentes
e, na ausência desta, deve atender às
Normas Internacionais vigentes

Medidas de Proteção Individual: Nos trabalhos em instalações elétricas,


quando as medidas de proteção coletiva
forem tecnicamente inviáveis ou
insuficientes para controlar os riscos,
devem ser adotados equipamentos de
proteção individual específicos e
adequados às atividades desenvolvidas,
em atendimento ao disposto na NR 6.
As vestimentas de trabalho devem ser
adequadas às atividades, devendo
contemplar a condutibilidade,
inflamabilidade e influências
eletromagnéticas. É vedado o uso de
adornos pessoais nos trabalhos com
instalações elétricas ou em suas
proximidades.

Segurança em Projeto: É obrigatório que os projetos de instalações


elétricas especifiquem dispositivos de
desligamento de circuitos que possuam
recursos para impedimento de re-
energização, com sinalização de
advertência, indicando condição
operativa. Todo projeto deve prever
condições para a adoção de
aterramento temporário.

Fonte: BRASIL,1978f.

4 CONSTRUÇÃO DA OFICINA DE SEGURANÇA EM ELETRICIDADE

4.1 Metodologia
Fiz o levantamento de informações sobre as oficinas pedagógicas e as diversas
formas de aplicação em todos os segmentos de ensino para a escolha da
melhor forma para trabalhar o tema proposto e apresentado.

Através da pesquisa bibliográfica, obtive os materiais didáticos para


apresentação das palestras técnicas e materiais educativos disponibilizados
através da mídia em sites de concessionárias de geração, transmissão e
distribuição de energia, fabricantes de equipamentos elétricos e prestadores
de serviço que atuam nesta área, fabricantes e fornecedores de
equipamentos de proteção individuais e coletivos e foi necessária uma
seleção dos que mais se aplicavam ao contexto.

Sobre a legislação e normas técnicas regulamentadoras, obtive os materiais


necessários em orgãos públicos de regulamentação, entidades e associações
representativas das empresas da área de energia.

4.1.1 Organização da oficina

Toda oficina foi realizada em tres etapas, sendo cada uma delas em datas
distintas, em função da duração de cada palestra e da última atividade ter
sido uma visita técnica, como atividade prática.

Cada oficina contou de uma palestra, montada para apresentação com duração
máxima de 60 minutos, incluindo o espaço para debate e discussão, ao final
da apresentação.

4.1.2 Apresentação da oficina

Participaram da oficina de segurança em eletricidade os alunos dos cursos


técnicos em: Eletrônica, Telecomunicações e Segurança do Trabalho, da
Fundação para o Trabalho de Minas Gerais (UTRAMIG).

Inicialmente, solicitamos aos participantes que respondessem ao questionário


sobre conhecimentos prévios, como forma de mensurar o conhecimento dos
alunos antes da participação na oficina.

Na primeira palestra foram apresentados os conceitos de oficinas pedagógicas e


uma introdução a eletricidade.

Na segunda palestra foi apresentada a segurança em eletricidade, abordando e


enfocando as diferenças em relação a proteção elétrica.

Na terceira palestra foram apresentados os riscos do choque elétrico, os efeitos


fisiológicos, suas consequências e os primeiros socorros à serem aplicados
as vitimas.

Na quarta palestra foram apresentadas as normas técnicas regulamentadoras, a


legislação vigente e os equipamentos de proteção individuais e coletivos
utilizados em baixa tensão.

Completando as atividades da oficina pedagógica de segurança em eletricidade,


como atividade prática, foi feito uma visita técnica ao centro de treinamento e
formação da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) Universidade
Corporativa de Cemig (UNIVERCEMIG), em Sete Lagoas-MG.

Após a realização desta visita técnica, solicitamos aos participantes que


respondessem ao questionário sobre conhecimentos adquiridos, finalizando a
oficina.

4.2 Material necessário


Além dos materiais obtidos através da pesquisa bibliográfica, utilizei os materiais
educativos disponibilizados através da mídia, tais como:

a) Eletrodicas Cemig: Eletricidade com Segurança, para ler e colorir;

b) Um mundo com água e energia - Cemig;

c) Segurança na Construção Campanha externa de prevenção de acidentes


com a população (CEPAP);

d) Um Mundo com água e Energia - Cemig;

e) Energia Elétrica com Segurança - Fundamental II e ensino médio Cemig;

f) Energia Elétrica em Tudo - Fundamental I Cemig.

4.3 Duração

a) Apresentação da oficina: 20 minutos;


b) Palestras Técnicas: 240 minutos;
c) Visitação Técnica: 240 minutos;

4.4 Elaboração dos questionários

Não existe uma metodologia padrão para o projeto de questionários, porém


existem recomendações de diversos autores com relação a essa importante
tarefa no processo de pesquisa científica:

Devem ter instruções claras que permitam o entendimento para o respondente e


para o pesquisador.

O formato das respostas deve ser adequado ao objetivo da pesquisa.

Devido ao conteúdo das oficinas ser muito técnico e com conceitos claros e
muito bem definidos, optei por respostas em múltipla escolha com alternativas
dicotômicas.

Segundo Mattar (1994), as principais vantagens das questões dicotômicas são:

a) Rapidez e facilidade de aplicação;

b) processo e análise;

c) facilidade e rapidez no ato de responder;

d) menor risco de parcialidade do entrevistador; e

e) pouca possibilidade de erros.

Como desvantagens, a ordem na qual as perguntas são apresentadas pode ser


crucial para o sucesso da pesquisa.

Outros autores como Parasuraman (1991), definem um questionário como sendo


tão somente um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários
para se atingir os objetivos do projeto.

O mesmo autor afirma também que construir questionários não é uma tarefa
fácil e que aplicar tempo e esforço adequados para a construção do
questionário é uma necessidade, um fator de diferenciação favorável.
(PARASURAMAN, 1991).

Para Chagas (2009), procura-se discutir a construção de um questionário


apresentando uma sugestão de tarefas e cuidados a serem tomados, dentro
de uma sequência lógica, objetivando que esse instrumento de coleta de
dados tenha eficácia para a finalidade a que se destina.

Este mesmo autor, recomenda que: deve-se utilizar de uma sequência lógica
para que a coleta de dados atinja o objetivo que se destina que é conseguir
que ficássemos participantes não fiquem constrangidos por não dominarem
em parte ou no todo o assunto abordado e ao mesmo tempo, tenham
sinceridade nas respostas fornecidas.
5 RESULTADOS

Como resultado da aplicação do questionário sobre conhecimentos prévios,


observei que todos os alunos (24) responderam todas as questões de múltipla
escolha e apenas 2 responderam a questão aberta número 10, que solicita
aos alunos que exemplifiquem o conhecimento prévio sobre os temas
abordados.

Quadro 6 - Resultado da aplicação do questionário sobre conhecimentos


prévios

Tema: Segurança em Eletricidade, Proteção elétrica, Riscos do choque elétrico, efeitos fisiológicos
e consequências, Legislação, Normas técnicas regulamentadoras e Equipamentos de proteção
individuais e Coletivos.

  Resultado da Sim % Não %


aplicação do
questionário
sobre
conhecimento
s prévios

1 Você já 6 25 18 75
participou de
algum
treinamento
ou palestra
sobre
atividades em
eletricidade?

2 Você sabe 9 37,5 15 62,5


diferenciar
eletricidade
em baixa,
média e alta
tensão?

3 Você conhece 15 62,5 9 37,5


os cuidados,
riscos e
consequência
s das
atividades
com
eletricidade?

4 Você conhece 14 58,3 10 41,7


as normas
técnicas
regulamentad
oras para
atividades
com
eletricidade?

5 Você sabe 6 25 18 75
diferenciar
Segurança em
eletricidade de
proteção
elétrica?

6 Você conhece 15 62,5 9 37,5


ou já utilizou
algum
Equipamento
de proteção
individual ou
coletivo?

7 Você conhece 8 33,3 6 66,7


a legislação
que rege as
atividades em
eletricidade?

8 Você conhece 15 62,5 9 37,5


os efeitos da
eletricidade no
corpo
humano?

9 Você já 1 4,16 23 95,8


participou de
visitas
técnicas a
usinas
hidrelétricas
ou
subestações
de energia ou
Centro de
formação e
treinamento?

10 Descreva em        
poucas
palavras seu
conhecimento
em Segurança
em
eletricidade,
Proteção
elétrica, riscos
do choque
elétrico,
efeitos
fisiológicos e
consequência
s, primeiros
socorros,
legislação,
normas
técnicas
regulamentad
oras,
Equipamentos
de proteção
individuais e
coletivos.

Fonte: Resultado da pesquisa.

Quadro 7 - Resultado da questão aberta número 10 do questionário de


conhecimentos prévios

Aluno  

Em relação à proteção elétrica, podemos chamar a atenção para os equipamentos


de proteção individuais, que são de uso obrigatório para todos que trabalham com
eletricidade devido ao risco de acidentes. Para executar trabalhos em eletricidade:

1
a) Deverá ser feito o treinamento em NR 10;
b) Usar equipamentos de proteção individuais como: botinas de borracha,
capacete, luvas isolantes, conforme a tensão de trabalho;
c) Conhecer os procedimentos de segurança da área de trabalho;
d) A proteção elétrica visa proteger as instalações, equipamentos. Pode ser
disjuntores, fusíveis, disjuntores diferenciais.
e) O disjuntor protege contra sobrecargas e curto;
f) O fusível protege contra curto-circuito;
g) O disjuntor diferencial protege contra fuga de corrente para a terra.
2 A corrente elétrica próxima de 500 mA, passando pelo coração, pode matar um ser
humano. Consequências do choque elétrico: parada cardíaca dependendo do nível
de tensão podendo provocar queimaduras e morte imediata.

Primeiros socorros:

a) desligar ação geradora;


b) isolar a pessoa atingida da área de contato. Caso for parada cardíaca,
realizar massagem e respiração boca a boca e acionar a emergência.

Fonte: Resultado da pesquisa.

Quadro 8 - Resultado da aplicação do questionário sobre conhecimentos


adquiridos

Tema: Segurança em Eletricidade, Proteção elétrica, Riscos do choque elétrico,


efeitos fisiológicos e consequências, Legislação, Normas técnicas
regulamentadoras e Equipamentos de proteção individual e Coletivos.
Após sua Ssim %% Nnão %%
participação
nas oficinas,
palestras,
visita
técnica, você
aprendeu:

11 Diferenciar 117 777 55 223


Segurança em
eletricidade de
proteção
elétrica?

22 Diferenciar 220 991 22 99


eletricidade
em baixa,
média e alta
tensão?

33 Os 222 1100 00 00
cuidados,
riscos e
consequência
s envolvidos
nas atividades
com
eletricidade?

44 Como é 222 1100 00 00


importante o
treinamento
obrigatório
ministrado
para pessoas
que atuam
diretamente
com
eletricidade
como pré-
requisito para
sua
habilitação?

55 Como é 221 995,4 11 44,6


importante a
reciclagem
deste
treinamento
periodicament
e, visando a
segurança do
trabalhador?

66 A 222 1100 00 00
importância
da exigência
por parte da
legislação do
cumprimento
das normas
técnicas para
elaboração,
aprovação e
execução de
projetos em
eletricidade?

77 Como é 222 1100  00 00


importante a
obrigatoriedad
e do
fornecimento
por parte das
empresas dos
equipamentos
de proteção
individual e
coletivos e
sua utilização
pelos
empregados
que atuam
nas atividades
com
eletricidade,
sob a pena de
punição?

88 Como é 222 1100 00 00


importante a
atuação do
técnico ou
Engenheiro de
segurança do
trabalho na
fiscalização
das atividades
com
eletricidade,
garantindo a
utilização dos
Equipamentos
de proteção
individuais e
coletivos e o
cumprimento
das normas
técnicas
regulamentad
oras, visando
a segurança
do
trabalhador?

99 Como é 222 1100 00 00


importante as
campanhas
veiculadas
através da
mídia sobre
segurança em
eletricidade,
patrocinado
pelas
concessionári
as de energia
elétrica para a
população em
geral?

110 Descreva em    
poucas
palavras seu
conhecimento
em Segurança
em
eletricidade,
Proteção
elétrica, riscos
do choque
elétrico,
efeitos
fisiológicos,
consequência
s, primeiros
socorros,
legislação,
normas
regulamentad
oras,
Equipamentos
de proteção
individual e
coletivos.

Fonte: Resultado da pesquisa.

Como resultado da aplicação do questionário sobre conhecimentos adquiridos,


foi unânime a afimação de que após a participação na oficina com as
palestras técnicas e a visita técnica ao centro de treinamento da Cemig em
Sete Lagoas, como atividade prática; que adquiriram o conhecimento dos
temas abordados e com isto, todos responderam a questão número 10,
dissertando sobre os 9 itens de múltipla escolha , com comentários e
sugestões diversas.

Em função da dinâmica de uma escola, tivemos alunos que participaram da


primeira palestra, não puderam participar da segunda e vice-versa. Vinte
quatro (24 alunos), participaram da visita técnica.

Para os alunos que participaram somente da segunda palestra e que


responderam o questionário com conhecimentos adquiridos, tivemos algumas
respostas negando a absorção de alguns conteúdos ministrados na primeira
palestra.

Quadro 9 - Respostas da questão aberta número 10 do questionário com


conhecimentos adquiridos

Aluno Resposta

1 O choque elétrico pode levar à morte. Não devemos executar serviços sem as devidas
proteções e conhecimento técnico.

2 Sistemas de distribuição elétrica, pontos de segurança nas atividades envolvendo


eletricidade, requisitos de segurança e habilitação para quem trabalha com eletricidade.

3 Foi comentado que na maioria das empresas não estão sendo oferecidos treinamentos
para seus operários e quando são oferecidos os treinamentos, são precários. Foi
passado também que alguns trabalhadores não estão dando valor para suas vidas;
pois, alguns estão preferindo ter um aumento em seu salário devido à periculosidade.
Foi comentado que na construção civil é o local onde mais se ocorre acidentes com a
eletricidade.

4 Na verdade tenho participado de poucas oficinas e meu conhecimento na área é pouco,


mas tenho interesse em me aprofundar no assunto. Acho muito importante ter este
conhecimento. Se houver jeito, gostaria de receber o material de estudo a respeito do
assunto.
5 Em primeiro lugar, eu aprendi que a eletricidade tanta baixa, média e alta tensão,
apresentam os mesmo perigos e que depende de nós técnicos e engenheiros, diretores
de empresas e legisladores, atuar de forma abrupta na prevenção, eliminação ou
minimizando os riscos ou perigos. O cumprimento das leis e normas depende de todos,
mas o conhecimento é a causa de não sermos consumidos pelos acidentes e que a
obediência às leis e normas, nos resguarda das potenciais perdas ou danos nos locais
de atuação como técnicos.

6 Ninguém será obrigado a fazer alguma coisa se não for a lei. A periculosidade do
eletricista veio do movimento classista. Remuneração de 30% do salário base da
pessoa.

7 Foram apresentados os equipamentos de segurança na eletricidade. Apresentaram a


respeito da CIPA, NR 5, NR 6 , NR 7 que falam sobre PCMSO. Sobre NR 9 PPRA –
Programa de prevenção dos riscos ambientais. NR 26 – Padronização de acordo com
as cores. Norma Regulamentadora NR 10, que se aplica as fases de geração,
transmissão e distribuição, de consumo, incluindo projeto de construção, montagem,
operação e mesmo da instalação elétrica.

8 O conhecimento foi bem exposto como por exemplo, não basta que o trabalhador
esteja legalmente habilitado. Ele deve conhecer as atividades, o local e ter recebido os
devidos treinamentos.

9 O conhecimento adquirido nesta palestra foi importante para que nós, futuros técnicos
em segurança do trabalho, possamos contribuir para a segurança das pessoas no
trabalho de eletricidade.

10 Em relação à segurança em instalações e serviços em eletricidade, dada pela NR 10,


posso dizer que é extremamente importante os cuidados que devem ser tomados ao
trabalhador com fontes energizadas, seja ela de baixa, média e alta tensão. Para isso,
é necessário que o trabalhador tenha pleno conhecimento do perigo que está exposto.
De acordo com a NR 10, os serviços em eletricidade só devem ser executados por
profissionais legalmente habilitados, tendo consciência dos procedimentos que devem
ser seguidos para que execute a tarefa como:

11 Utilização dos Equipamentos de proteção individuais adequadamente; luva, macacão,


bota e etc.

12 Utilização dos Equipamentos de proteção coletivos, adequadamente: bastão para


verificação de rede desenergizadas, sinalização e etc.

13 As normas técnicas abordadas na palestra foram de grande proveito ;pois,


esclareceram algumas dúvidas com relação as empresas e ao trabalhador e sua
proteção individual , tendo em vista que as empresas por si só, não tem muita
preocupação com a saúde do trabalhador. Com o esclarecimento obtido na palestra,
fica claro que o único que deve prezar pela segurança pessoal somos nós mesmos,
afinal não queremos sofrer nenhum dano físico.
14 O choque elétrico não tem cor e nem cheiro, por isto, muitos não sabem onde esta o
perigo. Após as oficinas, teremos outra visão a respeito dos perigos e condutas com
respeito à eletricidade. As oficinas deveriam existir com mais frequência, uma vez que
somos muito desinformados (sem bagagem) e após as oficinas, tomamos consciência
dos riscos e cuidados que devemos tomar. obs. Foi muito proveitoso.

15 Aprendi sobre a importância e o cuidado que deve ser tomado quando se trata da
interação com a eletricidade. Algo que achei bem interessante foi a ligação biológica e
química com a eletricidade contida no organismo humano. Achei as palestras muito
interessantes. Comentários: Medicina que utiliza a corrente para a cura de doenças de
coordenação física e mental. Polarização e despolarização das células humanas.

Fonte: Resultado da pesquisa.

As respostas à questão aberta número 10 do questionário com conhecimentos


adquiridos (Quadro 9), demonstram a absorção dos conteúdos ministrados
nas palestras técnicas, nas discussões e debates promovidos no final de cada
uma das palestras e também nas atividades realizadas na visita técnica ao
centro de treinamento e formação da Cemig, em Sete Lagoas – MG. Para os
alunos dos cursos técnicos em eletrônica e telecomunicações, os conteúdos
apresentados nas palestras técnicas em legislação, normas técnicas
regulamentadoras, equipamentos de proteção individual e coletivos, efeitos
fisiológicos do choque elétrico e primeiros socorros, complementaram a
ementa do curso; pois, não fazem parte da grade curricular e despertaram um
grande interesse, visto através de discussões e debates.

O mesmo ocorreu com os alunos do curso técnico em segurança do trabalho,


onde os itens: eletricidade, segurança em eletricidade e proteção elétrica,
riscos do choque elétrico, efeitos fisiológicos, consequências e primeiros
socorros, também complementaram a ementa do curso, despertaram grande
interesse, comprovados nas discussões e debates realizados ao final de cada
palestra ministrada.
6 CONCLUSÃO

Destaquei a importância e a necessidade de buscarmos sempre formas


alternativas para trabalharmos conteúdos que requerem muito conhecimento
técnico e específico e a segurança em eletricidade por ser um conteúdo
complexo, foi um excelente tema trabalhado com palestras técnicas,
ministradas por especialistas e vivenciado através de uma experiência
prática, na visita técnica realizada no centro de treinamento e formação da
CEMIG em Ste Lagoas - MG.

A oficina pedagógica trouxe excelentes resultados e uma motivação maior por


parte dos alunos que participaram; não só assistindo passivamente, mas
atuando nas discussões e debates ao final de cada palestra apresentada, e
na visita técnica em campo.

Nas palestras apresentadas, mostrei que as ações ou interferências nas


instalações elétricas, faz-se sempre necessário a aplicação de medidas
preventivas de controle do risco elétrico de outros riscos adicionais.

Destaquei que a análise de risco como método sistemático de exame e avaliação


de todas as etapas e elementos de trabalho, procura desenvolver e
racionalizar toda a sequência de operações que o trabalhador executará;
visando identificar os riscos potenciais de acidentes físicos e materiais e
previamente, corrigir os problemas operacionais, para implementar de
maneira correta a execução do trabalho com segurança.

Esclareci que, é uma ferramenta para o exame crítico das atividades buscando
prever os eventos indesejáveis e possíveis ocorrências de acidentes, para a
adoção de medidas preventivas de segurança e de saúde do trabalhador, do
usuário e de terceiros, do meio ambiente ou até mesmo evitar danos aos
equipamentos e interrupção dos processos produtivos.

Enfatizei que toda a análise de risco não pode prescindir de metodologia


científica de avaliação e de procedimentos conhecidos, divulgados e
praticados na organização e aceitos pelo poder público, órgãos e entidades
técnicas.

Para a norma regulamentadora n.10, discuti e esclareci os requisitos e as


condições mínimas, para o processo de transformação das condições e
trabalhos com energia elétrica, e que seu objetivo principal é tornar estas
condições de trabalho mais seguras e salubres.

Ressaltei que o termo “mínimo”, tem a intenção de regulamentar o menor grau de


exigibilidade, passível de auditoria e punibilidade, para a aplicação das
medidas de controle e dos sistemas preventivos e que, há muito mais a ser
estudado, implantado e melhorado.

Alertei para o fato de que esta legislação do Ministério do Trabalho e Emprego,


não tem alcance, por falta de amparo legal, para estabelecer regras e
exigências em locais ou situações destinadas à segurança de outros
cidadãos, não trabalhadores.

Como resultado final, concluí que foi muito satisfatório, tendo em conta que o
público alvo são alunos de uma escola técnica, que não são totalmente leigos
em relação aos temas apresentados e muito proveitoso em termos de:
conhecimentos adquiridos, oportunidade da visualização destes sistemas na
visita técnica, troca de informações realizada nos debates e discussões
durante toda a oficina.
REFERÊNCIAS

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