POR TUG UÊS: PRÁ TIC AS DE Leit URA E ESC Rita
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P853 Português : práticas de leitura e escrita [recurso eletrônico] /
Organizadora, Tânia Aiub. – Porto Alegre, 2015.
CDU 811.134.3
capítulo 4
O texto e os fatores
de textualidade
Objetivos de aprendizagem
Definir texto e textualidade, entendendo o que diferencia um
amontoado de frases de um texto.
Reconhecer os principais fatores de textualidade.
Identificar articuladores textuais, indicando que tipo de relação de
sentido cada conector estabelece.
Citar e explicar os mecanismos de coesão sequencial e coesão
referencial.
Distinguir coesão e coerência.
Produzir textos coesos e coerentes.
Língua, sujeito e
subjetividade
Antes de introduzirmos nossa definição de texto, é importante retomarmos o
conceito de língua. Entendemos, concordando com Marcuschi (2008, p. 61), a
IMPORTANTE
língua como “[...] um sistema de práticas com o qual os falantes/ouvintes (escrito-
O texto é uma atividade
res/leitores) agem e expressam suas intenções com ações adequadas aos objeti-
prática, um meio pelo qual a
língua se manifesta, ou seja, vos em cada circunstância, mas não construindo tudo como se fosse uma pressão
pelo qual podemos expressar externa pura e simples.”
nossas intenções de acordo
com o que queremos fazer. Como vimos em capítulo anterior, se objetivarmos enviar um e-mail para nosso
superior a fim de tirar uma dúvida, construiremos um texto para expressar essa
dúvida de maneira formal. Por outro lado, se enviarmos um e-mail a um amigo,
convidando-o para uma festa, faremos outro tipo de texto, adequado ao grau de
informalidade entre os conhecidos. Assim, há uma certa naturalidade no uso da lín-
gua pelo falante de acordo com o contexto comunicativo historicamente situado.
O texto
Recapitulados conceitos importantes, podemos adentrar o estudo do texto pro-
priamente dito. Para nos relacionarmos com outras pessoas, utilizamos textos. O
texto constitui uma unidade de sentido; por meio dele, podemos observar o uso
da língua. Ao compormos um texto, estamos reconstruindo um mundo a partir
de ações linguísticas, sociais e cognitivas (MARCUSCHI, 2008). Além disso, ao pro-
duzir textos, estamos nos inserindo em uma cultura e dominando uma língua.
68
Para entendermos o que está envolvido na compreensão de um texto, vejamos o
exemplo da anedota abaixo.
- Roger, Cessna 1325. Reduza velocidade para planar. Tem contato visual
com a pista?
to. Assim, o piloto ficou desconcertado ao ter que dizer a última frase, elucidando
a falta de combustível.
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Lembremos, do capítulo anterior, que os conhecimentos prévios do leitor são
necessários para garantir a compreensão do texto – no caso, para reconhecer
a situação da falta de combustível associada a aeronaves. Para a compreensão
do texto, houve, portanto, uma articulação entre o aspecto linguístico (as falas
das personagens), o aspecto social (situação de trabalho que envolve um pilo-
to novato) e o aspecto cognitivo (os conhecimentos envolvidos sobre voos de
aeronaves para a compreensão textual).
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Nesses estudos, o objeto texto passou a ser tomado como uma totalidade de
significação, não sendo mais compreendido como uma mera soma de frases e
palavras que são analisadas isoladamente. A partir desse período, a ciência da
linguagem tem buscado descrever e compreender fatores responsáveis pela
textualidade, ao mesmo tempo em que se dedica a tentar desvendar como se
estabelecem, nos indivíduos, tanto a competência como os diferentes níveis de
desempenho textual. Alguns desses fatores serão abordados a seguir.
Os articuladores textuais
Ao olharmos para um texto em busca de sua compreensão, temos de considerar
como as ideias apresentadas estão interligadas, ou seja, quais elementos estabe-
lecem relações de sentido entre palavras, frases e parágrafos. Tais elementos, que
podem ser preposições, advérbios ou conjunções, são chamados de conectores,
conectivos ou nexos. Eles são considerados os articuladores textuais.
(Continua)
71
(Continuação)
Veja o que muda com os novos termos de uso do Facebook
Através marca o modo
por meio do qual se
Os anúncios
dará o controle.
O nexo antes Outra coisa aperfeiçoada foi o controle dos
Da mesma forma
marca um tempo anúncios através de vários dispositivos. Antes, a
que antes, os nexos
discursivo. escolha por certa publicidade feita no computador
a partir de agora e
não era salva no dispositivo móvel (e vice-versa),
em breve marcam
forçando o usuário a realizar várias vezes o mesmo temporalidade.
procedimento. A partir de agora, as decisões serão
aplicadas a tudo. A preposição em marca
o lugar, indica onde se
Em breve, você terá a opção de clicar em “Por que deve clicar.
estou vendo isso?” a cada anúncio que aparece.
O nexo daí continua
A preposição Daí, o usuário verá uma explicação sobre a razão
marcando a sequência
sobre marca um e terá acesso à opção “Gerenciar suas preferências
temporal das ações.
assunto. de anúncios”. Clicando nela, verá os públicos de
interesse dos quais faz parte e que influenciam a O nexo e liga duas
Em “para o usuário”,
exibição dos anúncios. ideias em direção a
para indica a
uma mesma conclusão.
pessoa, mostra A quantidade de caixinhas não marcadas não
uma explicação. O nexo apenas
determina a não apresentação de anúncios
No caso de “para delimita uma
daquelas categorias de interesse. Apenas ajuda
retificação, coloca
que sejam”, há o algoritmo a saber os assuntos que são menos
o que a quantidade
uma relação de relevantes para o usuário, para que sejam
de caixinhas não
finalidade. mostrados com menor frequência.
marcadas realmente
faz.
Outros serviços
De acordo com De acordo com os novos termos, a rede social
marca uma relação poderá coletar informações dos usuários em outros
de conformidade. produtos que fazem parte da mesma empresa,
como Instagram, WhatsApp, Oculus Rift e Moves.
As atualizações das políticas também explicam O conectivo também
Português: práticas de leitura e escrita
72
Como foi possível perceber pelo exemplo, existe uma grande quantidade de
articuladores textuais, e muitos deles podem desempenhar mais de uma fun-
ção, ou seja, representar mais de uma ideia, dependendo do contexto. Veja, a
seguir, uma listagem de conectores, classificados de acordo com as possíveis
relações que estes podem estabelecer nos textos.
ATENÇÃO
• Relação de adição: os articuladores relacionam ideias que se adicionam a
Para saber precisamente
favor de uma mesma conclusão. Os principais são: e, nem, ainda, também, qual é a ideia articulada
além disso, não só… como, tanto… como, entre outros. por um conector, é preciso
sempre voltar ao contexto
• Relação de oposição: os conectores articulam ideias que se opõem de al-
linguístico para ver as
guma forma. Trata-se dos articuladores: mas, porém, contudo, todavia, no relações estabelecidas; não se
entanto, entretanto, não obstante, embora, ainda que, mesmo que, apesar de deve simplesmente decorar o
que, entre outros. sentido dos nexos.
• Relação de causalidade: dois enunciados se combinam: um expressa a
causa que leva a determinada consequência, presente no outro enunciado.
São articuladores de causalidade: porque, pois, já que, uma vez que, visto que,
como, tão… que, tanto… que, por isso, entre outros.
• Relação de explicação: os articuladores que, porque e pois introduzem uma
explicação ou uma justificativa de algo anteriormente enunciado. Desta for-
ma, o segundo enunciado justifica o conteúdo do primeiro.
• Relação de conclusão: os articuladores assim, dessa forma, então, logo, pois,
por conseguinte, portanto, entre outros, introduzem um enunciado que esta-
belece uma conclusão em relação a um enunciado anterior.
• Relação de condicionalidade: um enunciado expressa uma condição que
precisa ser satisfeita para que o outro enunciado seja verdadeiro ou factível.
Os principais articuladores de condicionalidade são: se, caso, desde que, con-
tanto que, entre outros.
• Relação de finalidade: uma das proposições do período explicita o meio para O texto e os fatores de textualidade
se atingir determinado fim, expresso no outro enunciado. Trata-se dos articu-
ladores para, para que, a fim de, a fim de que, com o intuito de, entre outros.
• Relação de comparação: para se estabelecer uma comparação, é necessário
que haja pelo menos dois elementos, entre os quais o jogo comparativo se
estruturará. Os principais articuladores são: como, assim como, tão … como,
tanto… quanto, mais… que, menos… que, entre outros.
• Relação de conformidade: há duas proposições, sendo que o conteúdo de
uma está em conformidade com o que se afirma em outra. Trata-se dos ar-
ticuladores: como, conforme, consoante, de acordo com, segundo, para, entre
outros.
capítulo 4
73
• Relação de temporalidade: ações, eventos ou estados de coisas são locali-
zados no tempo. Os principais articuladores são: quando, sempre que, toda vez
que, depois que, mal, enquanto, à medida que, à proporção que, entre outros.
• Relação de alternância: as proposições que estabelecem entre si uma relação
de alternância podem expressar exclusão ou inclusão de ideias. Tratam-se dos
articuladores: ou, ou… ou, ora… ora, seja… seja, entre outros.
O bom uso das conjunções, dos advérbios e das preposições garante a estrutu-
ração das frases e dos parágrafos, bem como facilita a compreensão textual. Os
articuladores fazem parte da arquitetura do texto, e o êxito da construção textual
está relacionado ao conhecimento dos conectores e de seu emprego, uma vez
que eles interferem semanticamente nos enunciados.
Por isso, quando escrevemos ou lemos um texto, devemos prestar atenção aos
nexos. Nos textos narrativos, eles estão ligados à condução da história, marcando
o tempo, as finalidades, as causas e as consequências. Nos textos dissertativos, os
conectores conduzem a linha argumentativa adotada, auxiliando na construção
do ponto de vista defendido pelo autor.
BRASÍLIA - A nova maré de más notícias para a Petrobras mostra que o inferno da estatal ainda está
muito longe do fim. Mais do que isso, deixa claro que a estratégia do governo para enfrentar a crise fra-
Português: práticas de leitura e escrita
As ações da companhia despencaram ontem mais 11%, o que fez seu valor de mercado cair R$ 13,9
bilhões em um dia. É uma montanha quase incalculável de dinheiro. Para efeito de comparação, o gasto
com os 12 estádios da Copa estourou todos os orçamentos e ficou em R$ 8,3 bilhões.
O novo tombo foi provocado pela recusa da direção da Petrobras em contabilizar os prejuízos com a cor-
rupção. A estatal retardou a divulgação do último balanço em mais de dois meses. Quando finalmente
soltou os números, omitiu o essencial.
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Os investidores, que não são bobos, reagiram com uma fuga em massa dos papéis da companhia. Os
empresários sondados para integrar seu conselho de administração devem fazer o mesmo, agravando o
isolamento da presidente Graça Foster.
No mesmo dia, a defesa do doleiro Alberto Youssef afirmou à Justiça que a engrenagem da corrupção na
estatal foi montada para financiar o projeto de poder do PT e de seus aliados no Congresso.
Youssef é um réu confesso em busca de redução de pena, mas suas revelações têm ajudado a Polícia Fe-
deral a fechar os elos do esquema. O medo que reina no meio político sugere que ele merece ser ouvido.
A presidente Dilma Rousseff insiste em culpar “inimigos externos” pela petrocorrupção. A estatal segue a
receita ao ignorar os apelos por transparência e esconder o tamanho do rombo. Somadas, as duas atitu-
des vão empurrando a maior empresa brasileira para um poço sem fundo.
A coesão textual
PARA REFLETIR
Que relação podemos fazer entre o uso de conectores e a coesão textual?
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A coesão sequencial
Segundo Koch e Elias (2007), a construção da sequência textual decorre das
diversas atividades realizadas por quem escreve o texto para fazê-lo progredir,
mantendo a linha do discurso. Uma forma de estabelecer a sequência textual en-
volve a recorrência de termos, ou seja, a reiteração de um mesmo item lexical.
Veja, como exemplo, o texto a seguir (COSTA, 2014).
Triste realidade
Havia lixeiras, mas nem todas as pessoas levavam seu lixo até elas. Havia
chuveiros, mas nem todos os fechavam depois de usados, e muitos os usa-
vam sem qualquer parcimônia (apesar da escassez de água), para lavar
pranchas de surf ou cadeiras de praia, por exemplo. E isso porque estou me
restringindo a dar apenas dois exemplos, aqueles que considero mais em-
blemáticos, dois dos temas mais batidos em termos de educação ambien-
tal no país: as necessidades de se dispor corretamente o próprio lixo e de se
economizar e fazer bom uso da água.
Afinal, quem ainda não ouviu falar sobre isso? Na escola, sobretudo na
educação infantil e no ensino fundamental, há uma verdadeira overdose de
conteúdos abordando as questões da água e do lixo. Na TV, assim como na
mídia em geral, esses também são os temas mais lembrados quando se tra-
ta de educação ambiental.
Nesse exemplo, temos a repetição de uma estrutura sintática preenchida por lé-
xicos diferentes: “A pesquisa foi baseada nas respostas dadas” / “O levantamento
traça um perfil”. Há um sujeito, um verbo e complementos: segue-se essa mesma
ordem sintática.
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Além da reiteração de estruturas, é possível manter a sequência textual por meio
da recorrência de conteúdo semântico, em forma de paráfrase, que é a repeti-
ção de uma sentença com outras palavras, sem alterar as ideias do texto original.
Por exemplo: “O estudo do budismo nos permite entrar em contato com o nosso
eu para aprendermos a fazer diferente, fazer de novo e fazer melhor.” Nesse caso,
temos um conteúdo semântico sendo apresentado sob formas estruturais dife-
rentes. Apesar de haver uma repetição do conteúdo em formas diferentes, ele
não se mantém o mesmo totalmente, pois, a cada reformulação, sofre alguma
alteração, que pode “[...] consistir, muitas vezes, em ajustamento, reformulação,
desenvolvimento, síntese ou precisão maior do conteúdo que está sendo repre-
sentado.” (KOCH; ELIAS, 2007, p. 154).
Para introduzir a paráfrase, alguns conectores podem ser utilizados. Entre eles,
é possível citar: isto é, ou seja, quer dizer, ou melhor, em síntese, em resumo. Por
exemplo:
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Ordenação em relação ao marco temporal:
EXEMPLO
Concomitância: No dia 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos sofreram um atentado terrorista.
Anterioridade: Ela deixara o escritório quando os aviões chocaram-se contra as torres. Passado ante-
rior: deixar o escritório; passado posterior: aviões baterem nas torres.
EXEMPLO
Concomitância: Quando você chegar, estarei ainda vendo tevê. Assim, a ação de chegar e de ver TV
são concomitantes.
Anterioridade: Quando você chegar, já terei ido dormir. A ação de dormir é anterior à ação de chegar,
e ambas acontecerão em um tempo futuro ao momento da fala.
Posterioridade: Depois que chegar da PUC, tomarei um banho. A ação de tomar banho será realizada
após a chegada em casa, e ambas acontecerão em um tempo futuro ao momento da fala.
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Quadro 4.1 Advérbios que situam os acontecimentos em relação ao momento de fala
Coragem
“A pior coisa do mundo é a pessoa não ter coragem na vida”. Pincei essa frase do relato de uma moça
chamada Florescelia, nascida no Ceará e que passou (e vem passando) poucas e boas: a morte da mãe
quando tinha dois anos, uma madrasta cruel, uma gravidez prematura, a perda do único homem que
amou, uma vida sem porto fixo, sem emprego fixo, mas sonhos diversos, que lhe servem de sustentação.
Ela segue em frente porque tem o combustível que necessitamos para trilhar o longo caminho desde o
nascimento até a morte. Coragem.
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Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que designava o ímpeto de fazer coisas
perigosas, e por perigoso eu entendia, por exemplo, andar de tobogã, aquela rampa alta e ondulada em
que a gente descia sentada sobre um saco de algodão ou coisa parecida.
Por volta dos nove anos, decidi descer o tobogã, mas na hora H, amarelei. Faltou coragem. Assim como
faltou também no dia em que meus pais resolveram ir até a Ilha dos Lobos, em Torres, num barco de
pescador. No momento de subir no barco, desisti. Foram meu pai, minha mãe, meu irmão, e eu retornei
sozinha, caminhando pela praia, até a casa da vó.
Muita coragem me faltou na infância: até para colar durante as provas eu ficava nervosa. Mentir para pai
e mãe, nem pensar. Ir de bicicleta até ruas muito distantes de casa, não me atrevia. Travada desse jeito,
desconfiava que meu futuro seria bem diferente do das minhas amigas.
Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No
entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim
de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida
se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um
bom relacionamento com a adrenalina.
Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país
que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas, porém vampirescas, optar por um
caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções
para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfren-
tar a própria solidão e descobrir o quanto ela fortalece o ser humano.
Não subi no barco quando criança – e não gosto de barcos até hoje. Vi minha família sair em expedição
pelo mar e voltei sozinha pela praia, uma criança ainda, caminhando em meio ao povo, acreditando que
era medrosa. Mas o que parecia medo era a coragem me dando as boas-vindas, me acompanhando
naquele recuo solitário, quando aprendi que toda escolha requer ousadia.
a) O enunciado “Por volta dos nove anos, decidi descer o tobogã [...]” representa um fato concomitante
a um momento de referência passado. Identifique e diga qual é o momento de referência passado e
qual é o acontecimento.
b) Explique as possíveis relações entre os tempos marcados nos enunciados abaixo. Pense se os fatos
acontecem ao mesmo tempo (são concomitantes), ou em tempos diferenciados (um anterior ao outro
ou um posterior ao outro):
Português: práticas de leitura e escrita
Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que designava o ímpeto de fazer coisas
perigosas.
No momento de subir no barco, desisti.
Foram meu pai, minha mãe, meu irmão, e eu retornei sozinha, caminhando pela praia, até a casa da vó.
c) Como são construídos os sentidos atribuídos à coragem, do início ao final do texto, em relação aos
diferentes acontecimentos apresentados pelo locutor, e que formam a progressão textual?
2. Escreva um pequeno texto, de no máximo 20 linhas, sobre um tema livre. Utilize pelo menos uma vez
cada um dos seguintes recursos de coesão sequencial: recorrência de termos, recorrência de estrutura
sintática e paráfrase. Depois, entregue seu texto a um colega e pegue o dele. Cada um deverá identifi-
car o uso desses recursos no texto do outro.
80
A coesão referencial
Outro recurso relacionado ao encadeamento das ideias dentro de um texto é a
coesão referencial. Esse tipo de coesão se refere às formas de garantir a fluidez
do texto, facilitando sua leitura.
Para assegurar a boa leitura, é importante que não haja repetição excessiva das
palavras, por exemplo, pois isso pode interromper o fluxo e levar o leitor a não
concluir o texto. Isso pode ser evitado com o uso de mecanismos de coesão refe-
rencial, de referenciação.
(Continua)
81
(Continuação)
Ver um filminho, comendo aquela pipoca, tudo de graça, e ainda por cima sem gerar os impactos
ambientais do consumo tradicional de energia elétrica. Essa é a boa ideia trazida pelo projeto Cine-
solar, que aposta no acesso à cultura e na sustentabilidade ao levar um cinema itinerante movido a
energia solar para várias cidades brasileiras.
Desde junho do ano passado, o cinema viaja pelo Brasil em um veículo equipado com placas sola-
res, que são capazes de converter a energia vinda do Sol em eletricidade. Essa energia fica armaze-
nada em baterias e é utilizada nas exibições dos filmes. Até o momento, mais de 110 sessões foram
realizadas e mais de 270 mil watts de energia economizados (LUCARINY, 2014).
82
Na terceira linha, temos o pronome “essa”, ou seja, é usado o mecanismo da pro-
nominalização. Nesse caso, ele retoma toda a ideia exposta na frase anterior: a
de ver um filme, comendo pipoca, de graça e sem gerar impactos ambientais
associados ao consumo de energia elétrica.
O mecanismo textual de retomar o que foi dito anteriormente para realizar a interpre-
tação de uma expressão do texto pelo seu contexto é chamado de anáfora. E o leitor,
ao relacionar o pronome “essa” ao que ele se refere, consegue entender a progressão
textual intencionada pelo autor de relacionar os assuntos ditos anteriormente, cine-
ma sem impacto ambiental, com os temas: acesso à cultura e sustentabilidade.
A anáfora textual é uma das formas de referenciação, mas também existem ou-
tras. Veja o exemplo a seguir.
Será possível que a humanidade pressione de forma tão dramática os recursos naturais de nosso
planeta que seja necessário que nos lancemos numa busca desesperada por um novo lar em meio
às estrelas, para escapar da exaustão da Terra? Essa é a premissa de Interestellar, filme do diretor
Christopher Nolan (da trilogia Batman e de A Origem) que estreou no Brasil na semana passada. Ver-
dadeiro mergulho nas ciências cósmicas e na teoria da relatividade, a produção explora e entrelaça
conceitos científicos de forma instigante e, se não chega a se comparar aos clássicos do gênero, é
uma das películas de ficção científica mais interessantes dos últimos tempos (GARCIA, 2014).
83
Agora é a sua vez!
Pronominalização, sinonímia, elipse, anáfora textual... Como vimos, podemos lançar mão de diversos re-
cursos para prover coesão referencial a um texto. Nos textos com que entramos em contato no dia a dia,
eles são amplamente empregados; basta abrir um jornal para atestar esse fato. Faça isso: pegue o jornal
ou a revista mais próxima, escolha um texto para ler e circule, no texto, os elementos de referenciação
que encontrar, puxando setas para escrever de que tipo ele se trata.
A coerência textual
PARA REFLETIR
Podemos afirmar que um texto coeso é, necessariamente, um texto coerente?
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Food truck: saiba como surgiu essa moda
Se o raio gourmetizador já atingiu os restaurantes sua cidade, é bem possível que a moda dos food
trucks também tenha chegado junto. Coloridos e modernos, os veículos (que são móveis, mas que
geralmente ficam permanentemente estacionados num lugar só) oferecem ao consumidor comi-
das bem variadas: hambúrgueres, massas, coxinhas, brigadeiros, tapiocas, vinhos, wraps, comidas
regionais típicas e outras especialidades gastronômicas. Quem vê até pensa que essa moda surgiu
agora, com essa história de chefs de cozinha virarem estrelas de reality shows e a alta culinária ficar
mais acessível. Mas o conceito do food truck veio bem antes da primeira temporada de MasterChef
na TV.
“Claro, ué! Lá na minha rua tem um carrinho de cachorro quente estacionado há 30 anos, bem antes
da moda gourmet”. É verdade. Mas a gente garante que a história do primeiro food truck também
apareceu antes do seu hamburgão de esquina favorito.
Em 1872, o americano Walter Scott vendia tortas, sanduíches e cafés em uma carroça. Seus clientes
eram os trabalhadores de jornais de Providence, no estado de Rhode Island, Estados Unidos. O mo-
delo foi muito copiado e se espalhou para outras regiões dos EUA. No final da década seguinte, um
sujeito chamado Thomas H. Buckley começou a fabricar carroças preparadas especialmente para
servir comidas, com ímãs, refrigeradores e até fogões acoplados. Os modelos eram muito coloridos
e chamativos.
Após a Segunda Guerra Mundial, caminhões de comida móveis alimentavam os trabalhadores dos
subúrbios nos EUA, regiões que tinham poucos restaurantes e uma população cada vez maior. Nes-
sa época, os food trucks eram sinônimo de comida barata, sem muita preocupação com a qualidade.
E foi mais ou menos assim durante todo o século 20.
Até que veio a crise de 2008, que derrubou a economia americana e levou junto muitos restaurantes O texto e os fatores de textualidade
tradicionais. Quando os EUA começaram a se recuperar, alguns empreendedores tiveram a ideia
de levar comida de qualidade para rua investindo pouco. Outra vantagem dos carrinhos e trailers
era a possibilidade de mudar de lugar de acordo com a demanda da população. Pronto, estava aí a
solução. Essa coisa meio amadora, dos carrinhos de comida, foi incorporada ao conceito e os donos
de food trucks resolveram incrementar o cardápio, com itens gourmet.
A moda chegou ao Brasil em 2012, quando os primeiros food trucks gourmet surgiram em São Pau-
lo. Agora, os parques de food truck já fazem parte do roteiro turístico das grandes cidades brasileiras
e da paisagem urbana. Deu tão certo que a moda gourmet fez surgir uma outra tendência da ~alta
gastronomia~ acessível: a das paletas mexicanas, que não existem no México. Mas isso é assunto
para outro post.
capítulo 4
85
Lembramos que coerência é a relação que se estabelece entre as partes do texto, le-
vando à formação de uma unidade de sentido (FIORIN; SAVIOLI, 2003). Assim, ao ler-
mos o texto acima, podemos perceber que há vários elementos que levam o leitor à
construção de sentido. Para desenvolver a compreensão do que é coerência, aponta-
remos alguns mecanismos que explicitam a construção de sentido para o que lemos.
Além disso, as relações de adequação que são estabelecidas entre certas afirma-
ções colocadas no texto e as conclusões tiradas delas apresentam uma coerência
argumentativa. Por exemplo, no fragmento “Quem vê até pensa que essa moda
surgiu agora, com essa história de chefs de cozinha virarem estrelas de reality
shows e a alta culinária ficar mais acessível. Mas o conceito do food truck veio
bem antes da primeira temporada de MasterChef na TV.” (AGUIAR, 2015), o ar-
ticulador até relaciona uma possibilidade de entender que o food truck é uma
moda de agora, porém, com o uso do articulador mas, essa ideia é perfeitamente
desfeita com a afirmação contrária de que o food truck é um evento mais antigo.
Esse último argumento é que será provado no texto pelo percurso histórico do
surgimento dessa tendência. Portanto, a introdução da história do food truck está
adequada às informações que a seguem no texto.
Outro sentido presente neste texto decorre de uma relação espacial, uma vez que
o texto aponta lugares relacionados à origem do food truck. Percebe-se que, ape-
sar de o texto tratar de explicar a introdução da venda de comida em veículos no
Português: práticas de leitura e escrita
Brasil, foi preciso falar sobre outro lugar, os Estados Unidos, pois o início desse tipo
de negócio deu-se naquele país. Para entender essa transição espacial, do Brasil
para os EUA, e dos EUA para o Brasil, o leitor precisa compreender toda a lógica do
desenvolvimento da moda do food truck nos EUA como uma alternativa para dri-
blar a crise econômica, e transpor essa relação para o surgimento dessa tendência
no Brasil, o qual também enfrenta dificuldades econômicas, e tirar uma conclusão
sobre o food truck presente na cidade de São Paulo. Essa conclusão é possível de
ser feita a partir de inferências pelo leitor, que utiliza seus conhecimentos prévios
sobre o Brasil e chega a um sentido para o surgimento do food truck em São Paulo.
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Outro fator de coerência a ser destacado neste texto é a compatibilidade da va-
riante linguística escolhida, do léxico e das estruturas sintáticas utilizadas no texto.
Como este texto é veiculado pela internet, em um blog direcionado a leitores mais
jovens, há uma maior liberdade de uso de linguagem informal, por isso, é compre-
ensível o uso da transcrição de uma fala coloquial, como em “‘Claro, ué! Lá na minha
rua tem um carrinho de cachorro quente estacionado há 30 anos, bem antes da
moda gourmet’.” Também, é aceitável o uso da palavra hamburgão, em “É verdade.
Mas a gente garante que a história do primeiro food truck também apareceu antes
do seu hamburgão de esquina favorito.” O uso de hamburgão não viola a coerência
no nível da linguagem, pois atende a esse apelo de falar diretamente para o público
leitor, aproximando-se desse. Além do mais, o texto mantém o uso adequado de
mecanismos que regem o encadeamento de enunciados.
Por fim, com relação ao texto e pensando na coerência, podemos perceber que houve
uma relação bem estabelecida entre as partes do texto, o que garantiu sua unidade
de sentido: o entendimento da origem do food truck. Esse texto também apresentou
uma unidade progressiva, quer dizer, houve um acréscimo de novas informações aos
enunciados anteriores, fazendo com que o texto tivesse uma fluidez de ideias.
(Continua)
87
(Continuação)
Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH
(Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na
França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é
que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase comple-
tamente desconsiderada com relação a crianças na França?
TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta de-
pende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras
pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de
escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall.
Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, veem o TDAH como uma condição médica que tem
causas psicossociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comporta-
mento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando
o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam
por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar.
Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir
todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.
Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocio-
nais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam o Diagnostic and Statistical Manual
of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psi-
quiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do
DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de
L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA
está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em
encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas.
Na medida em que os médicos franceses são bem-sucedidos em encontrar e reparar o que estava erra-
do no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso,
a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que, na minha opinião, tende a
“patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas
subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de
crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.
A abordagem psicossocial holística francesa também permite considerar causas nutricionais para
sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar
Português: práticas de leitura e escrita
após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e/ou alérgenos. Os médicos que
trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH,
estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Uni-
dos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a igno-
rarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.
E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França.
Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais
bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais diver-
gentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas ideias são relevantes para a discus-
são, porque o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH em nada parecem com os
números que estamos vendo nos Estados Unidos.
(Continua)
88
(Continuação)
A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre –
que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um
lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças
francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos,
sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos
pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com
a idade de quatro meses.
Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles
os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talen-
tos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma
coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros,
eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a
minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam
que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada,
quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.
Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças fran-
cesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o
autocontrole no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem
compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Dru-
ckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família
americana, a situação é muitas vezes o inverso.
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LEITURAS COMPLEMENTARES
CASTRO, L. Referenciação. [S. l.]: Brasil Escola, 2014. Disponível em: <http://www.brasi-
Português: práticas de leitura e escrita
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.