Biologia Celular e Molecular 2
Biologia Celular e Molecular 2
Biologia Celular e Molecular 2
A polimerização dos filamentos intermédios é controlada pela Os filamentos de actina estão presentes no citoplasma das
fosforilação. Estes originam dímeros que em dadas condições celulas eucariotas, sob a forma de feixes de filamentos
de pH e de força iónica polimerizam espontaneamente em paralelos ou redes de filamentos anastomosados com 5-7nm
filamentos. Têm uma estrutura muito dinâmica, de diâmetro. São constituídos pela polimerização da proteína
globular Actina G, orginando os filamentos Actina F. Aceita-se
Funções: o modelo de um filamento helicoidal formado por uma cadeia
• As células animais podem dispensar os filamentos simples de monómeros. Estes monómeros são constituídos
intermédios sem que a sua organização e por uma cadeia polipeptica de 374 aminoácidos. O filamentos
funcionamento sejam afetados de actina é uma estrutura polar com duas extremidades
• Fornece suporte mecânico à célula e ao núcleo estruturalmente diferentes.
• Nos epitélios conferem resistência às forças externas Consequencias:
• Nos axónios oferecem resistência ao “stress” causado
pelos movimentos dos animais. • A cinética de polimerização é diferente nas duas
• A desmina fornece suporte mecânico às células extremidades do filamento
musculares. • A extremidade + tem uma taxa de adição superior à
da extremidade -.
Porque a diversidade de proteínas, se a principal função é a • In vivo: parece que os filamento de actina crescem
de resistir à tensão? quase sempre pela extremidade +.
• Se este for ancorado, a celula será capaz de
determinar a taxa e a direção de crescimento do
filamento.
Os poros são importantes para o transporte. As proteinas que • Centro de fibrilhas – contem DNA que não está a ser
saem pelos polos é através das nucleoporinas. As proteinas e ativamente transcrito.
outros componentes têm um sinal. No caso das proteinas são • Componentes fibrilhas denso – contem moléculas de
aminoácidos: RNA que estão a ser transcritas.
• Componente granular – contem partículas
• Importina – dentro precursoras ribossomais em maturação
• Exportina – fora
O aspeto do nucléolo muda dramaticamente durante o ciclo
A GTPase impõe direccionalidade no transporte. RanGTP – celular: quando a célula se aproxima da mitose o nucléolo
citoplasma; RanGDP – nucleo; RanGEF – transforma ADP em decresce de tamanho e desaparece quando os cromossomas
ATP. Só as moléculas grandes é que usam importinas e condensam e a síntese do RNA para. Geralmente não há
exportinas nucléolo na metáfase.
Genoma nuclear Cada molécula de DNA encontra-se associada com proteínas,
sendo designada por cromossoma. São facilmente visíveis
Os poros nucleares não são simples buracos na membrana, durante a divisão celular e por vezes encontra-se disperso no
mas sim áreas com mecanismos proteicos complexos que núcleo e é difícil de observar.
facilitam a passagem de certas macromoléculas.
Controlo das funções da célula: DNA – mRNA – proteínas
São constituídos por uma rede de proteínas que controlam o
Reprodução celular – replicação do DNA – formação de duas
movimento de materiais para dentro e para fora do núcleo.
copias de cada cromossoma.
Consistem num anel exterior formado por pequenas
proteínas e uma proteína maior, central a qual se pensa ser o Cromatina
principal transportador dos materiais. Os iões, metabolitos e
pequenas moléculas atravessam os poros nucleares por O DNA é uma molécula grande em dupla gelice, porem este
difusão passiva através de canais, aquosos no complexo do encontra-se condensado e empacotado. Este empacotamento
poro nuclear. é acompanhado pela formação da cromatina.
As grandes macromoléculas são seletivas e ativamente A molécula de DNA enrola-se duas vezes, meia em torno de
transcoladas através de um canal que abre e fecha e de um um complexo proteico consistindo em duas copias de cada
mecanismo dependente do ATP e mediado por um sinal. um dos quatro tipos diferentes de histonas. As histonas são
Ligandos que são ativamente importados através do proteínas extremamente básicas e carregadas positivamente,
complexo do poro nuclear: facilitando a sua associação com as moléculas de DNA
carregadas negativamente, estabilizando-as. O octómero de
• Proteinas nucleares histonas forma um “core” proteico em torno do qual se enrola
• Small RNP – SnRNP a hélice do DNA de dupla cadeia – esta unidade fundamental
de empacotamento é designada por nucleossoma.
Ligandos exportados:
O nucleossoma encontra-se separado por uma região de pequeno fragmento de RNA – primer – catalisada por um
DNA designada “DNA linker” que pode variar em dimensões RNA polimerase específico – primase.
entre 0 e 80 paredes de nucleótidos.
A polimerização das cadeias de DNA ocorre de uma forma
A histona H1 contribui para o empacotamento dos bidireccional a partir de cada origem de replicação, com
nucleossomas numa fibra de 30nm. Existem 6 subtipos de formação de duas forquilhas de replicação que se deslocam
histonas H1 nas células dos mamíferos. Pensa-se que ada em direços opostas, constituindo estruturas designadas por
molécula de H1 se liga através da sua porção globular a um replissomas. Dado a polimerização sequencias dos precursores
sítio único no nucleossoma e possui “brações” que parecem ser exclusivamente unidirecional – 5’-3’ – a replicação assume
estender-se para contactar outros locais nos “cores” de para cada uma das cadeias um caracter continuo, ao passo
histonas noutros nucleossomas adjacentes. que a outra cadeia é sintetizada de uma forma descontinua,
sob a forma de fragmentos interrompidos – fragmentos de
Experiências in vitro sugerem que a histona H1 tende a ligar-se
Okazaki – a partir dos iniciadores de RNA.
ao DNA em associações de 8 ou mais moléculas. Níveis
elevados de condensação são atingidos com a ajuda de Os segmentos de RNA iniciadores, são posteriormente
proteínas não histonicas por enrolamento adicional da fibra de removidos através da atividade nucleásica da DNA polimerase
30nm, até se atingir o nível de condensação do cromossoma. d, que de seguida sintetiza DNA, preenchendo desta forma as
A cromatina das células que não se estão a dividir pode regiões inicialmente ocupadas pelas primers. Posteriormente, a
encontrar-se em diferentes estados de condensação ao DNA ligase assegura a continuidade das cadeias sintetizadas de
microscópio eletrónico. novo, através da catálise das ligações fosfodiéster, entre os
vários fragmentos de DNA.
1. Proteinas transmembranares Existe uma partícula no citoplasma, SRP, que quando deteta a
• São parcialmente translocadas através da síntese de uma proteína que tenha os 15 aminoacidos
membrana do RE e ficam embebidas nela. hidrofóbicos liga-se ao ribossoma. De seguida, inicia-se a
tradução e a partícula vai-se embora. À medida que a
• Têm como destino a membrana plasmática
proteína é sintetizada vai para o lumen, e devido à ação de
ou a membrana de outro organelo.
uma protéase, a proteína fica sem o peptidosinal. Nas
2. Proteinas solúveis
proteínas transmembranares ocorre o mesmo processo, até
• Atravessam a membrana do RE e são
ao momento em que é sintetizada uma parte hidrofóbica, e
libertadas para o lumen do RE.
de seguida começa a ser sintetizada no citoplasma, ficando
uma parte dentro da membrana e outra fora. De igual forma
perde o péptidosinal. Os sistemas de degradação são tão Proteinas solúveis
importantes como os sistemas de síntese, uma vez que
quando a proteína está estragada pode ser tão prejudicial
como um organismo estranho.
Peptido sinal
A – Algumas proteínas de membrana trocam a região c-
A partícula de reconhecimento SRP, dirige o péptido sinal para teerminal ligada à membrana pela ligação covalente a um
um recetor específico na membrana do reticulo ancorador GPI após a entrada no RE.
endoplasmático.
B – Certas proteínas membranares encontram-se
O péptido sinal é guiado até à membrana do RE por dois 2 covalentemente ligadas a um resíduo de açúcar de um
componentes, pelo menos. A SRP circula entre a membrana glicolípido
do RE e o citosol, ligando-se ao péptido sinal. O recetor da
Translocação de proteínas
partícula SRP – proteína de ancoramento na membrana do
RE.
• Os proteoglicanos são montados no complexo de As vesiculas contêm uma camada de proteína que tem como
golgi função dar a entender o destino da vesicula. Existem 3 tipos
de proteínas:
• Os proteoglicanos são proteínas fortemente
glicosiladas – alteração que ocorre no • COP1 – Vai do golgi para o RE
complexo de golgi, envolve a polimerização • COP 2 – Vai do RE para o golgi
de uma ou mais cadeias de glicosaminaglicano • Claterina – Do golgi para o meio extracelular e vice-
• Muitos proteoglicanos são secretados como versa
componentes da matriz extracelular,
enquanto outros permanecem anconrados à
membrana plasmática como proteoglicanos
integrais de membrana.
• O mucus secretado para formar um
revestimento de proteção em muitos
epitélios consiste numa mistura concentrada
de proteoglicanos e glicoproteínas
fortemente glicosiladas.
As proteínas são frequentemente processadas
proteoliticamente durante a formação das vesiculas de
secreção
Tipos de glicosilação:
Lisossomas • Digestão de retos intra e extracelulares
• Digestão de microorganismos fagocitados
São bolsas circundadas por uma • Nutrição: São o principal local de assimilação do
membrana típica constituída por colesterol a partir da lipoproteína do soro endocitada.
uma bicamada lipídica e cheias com
Os materiais que chegam aos lisossomas podem provir de
grande número de pequenos
três vias distintas:
grânulos, que são agregados
proteicos de enzimas hidrolíticas • Endocitose
digestivas capazes de digerir
diversas substâncias orgânicas. Endocitose – “Coated Pits” – Endossoma – Lisossoma
Biossintese das proteínas Os endossomas podem ser usados para reciclar a membrana
lisossomais: ou receber enzimas recém-sintetizadas a partir do complexo
de golgi..
• Hidrolisases especializadas
A conservação de endolisossomas num lisossoma maduro,
• Proteínas de membranas
especializadas – estas são sintetizadas no RE e requer a perda dos componentes endossomais de membrana
e o decréscimo do pH.
transportadas através do aparelho de golgi
TEN – vesiculas de transporte – endolisossomas – lisossomas´ • Autofagia
Um organito velho pode ser envolvido por membranas do RE
criando um autofagossoma. Pensa-se que estes podem à
posteriori fundir-se com um lisossoma ou endolissoma
iniciando-se a digestão do conteúdo do autofagossoma
• Fagocitose
Ocorre em células especializadas e de grandes partículas e
microorganismos: macrófagos; neutrófilos. Englobam o objeto
formando um fagossoma, o qual é convertido num
O complexo de Golgi tem recetores especializados na sua fagolisossoma, de modo semelhante ao do autofagossoma.
face trans para cada tipo de proteína permitindo-lhe identificar
qual o destino destas proteínas. Chegando ao lisossoma, outro
recetor identifica a vesicula golgiana e esta liga-se à
membrana do lisossoma. Este recetor, com maior afinidade
que o recetor da vesicula do reticulo vai alterar-se
estruturalmente. Esta alteração possibilita que a vesicula largue
a enzima no lisossoma. O revestimento das proteínas funciona
como uma etiqueta para ser reconhecida, de modo a não ser
entregue no local errado. No entanto, elas podem andar
aleatoriamente e encontrar-se em grande número em locais
onde não se fundem.
A maioria das membranas do lisossoma encontram-se
fortemente glicosialdas o que as poderá proteger das
protéases do lisossoma. Bomba de H+ que utiliza a energia da
hidrolise do ATP para bomber H+ para o interior do organelo
de modo a manter o pH = 5. Peroxissomas
A membrana do lisossoma contem proteínas de transporte
que permitem que os produtos finais da digestão de São delimitados por uma única membrana. Não contêm DNA
macromoléculas se escapem de modo a serem excretadas ou ribossomas. Têm diferentes funções em diferentes tipos
ou reutilizadas pela célula. Os lisossomas são organelos de células. Têm uma origem em peroxissomas pré-existentes.
morfologicamente heterogéneos, embora de função universal. Contêm várias enzimas:
A sua diversidade morfológica poderá refletir a vasta • D-aminoácido oxidade
variedade de funçoes digestivas mediadas pelas hidrólases • Urato oxidade
ácidas: • Catalase – 40% das proteínas dos peroxissomas
Contém um cone cristalino – cristaloide de urato oxidade. região constituída por 3 nucleótidos chamada anti codão, que
Possui uma ou mais enzimas que oxidam substratos orgânicos é complementar de um codão do mRNA
numa reação que produz H2O2.
O processo da tradução encerra com 3 etapas:
• Iniciação
A subunidade menor do ribossoma liga-se à extremidade 5’
A catálase usa o H2O2 para oxidas outros substratos, como
do mRNA, esta desliza ao longo da molécula do mRNA até
fenóis, ácido fórmico, formoldeido e álcool. Esta reação é
encontrar o codão de iniciação (AUG), transportando assim o
particularmente importante nas células do fígado e do rim. Os
tRNA o aminoácido metionina, ligando-se assim ao codão de
peroxissomas estão envolvidos em mecanismos de
iniciação por complementaridade. A subunidade maior liga-se à
desintoxicação de várias moléculas que entram na corrente
subunidade menor do ribossoma. O processo de tradução
sanguínea e adaptam as suas funções às variadas condições.
começa pelo aminoácido de metionina AUG.
Nas plantas:
• Alongamento
• Folhas – fotorrespiração
Um 2º tRNA transporta um aminoácido específico de acordo
• Usa O2 e liberta CO2
com o codão e estabelece uma ligação peptídica entre o
• Reação de oxidação de um produto lateral da aminoácido e a metionina. O ribossoma avança três bases ao
reação que fixa o CO2 nos carbohidratos. longo do mRNA no sentido 5’-3’, repetindo-se sempre o
• Nas sementes em germinação: mesmo processo. Os tRNA que já se ligaram inicialmente, vão-
• Papel fundamental em converter os ácidos se desprendendo do mRNA sucessivamente.
gordos dos lípidos de reserva, em açucares
necessários para o crescimento da jovem • Finalização
planta. O ribossoma encontra o codão de finalização terminando o
• Reações do ciclo do glioxilato – glioxissomas alongamento (UAA, UAG ou UAG). O último tRNA abandona o
Estas reações não ocorrem em células animais. ribossoma, as subunidades do ribossoma separam-se, podendo
ser recicladas e por fim, o péptido é libertado.
Síntese proteica
A síntese proteica é um fenómeno relativamente rápido e
muito complexo, que ocorre no interior das células. Este
processo tem duas fases: transcrição e a tradução.
Transcrição
Ocorre no núcleo da célula e consiste na síntese de RNA a
partir de uma cadeia de DNA. Esta síntese faz-se na presença
da enzima RNA polimerase e na direção 5’-3’. O produto
primário da transcrição sofre ainda uma série de
transformações no núcleo – maturação do mRNA.
É necessário este processamento do mRNA de modo a que Mitocôndrias
as sequencias não codificáveis – intrões, sejam retiradas e
ocorra posterior união das sequências codificáveis – exões, São organelos celulares presentes na maioria das células
formando-se assim um mRNA ativo ou funcional. eucarióticas e responsáveis, em condições aeróbias, pela
Tradução obtenção da maior parte da energia necessária às células que
as possuem. Têm aspeto morfológico muito varável, podendo
Consiste na transformação da mensagem contida no mRNA ocorrer sob diversas formas e apresentando variações no seu
na sequência de aminoácidos que constituem a sequencia tamanho, número e distribuição, não só segundo os diferentes
polipeptídica. Neste processo existem vários intervenientes: tipos de células, como também durante o ciclo de vida de
mRNA, aminoácidos, tRNA, ribossomas, sistemas enzimáticos e uma mesma célula. Parecem encontrar-se associadas aos
fornecedores de energia. microtúbulos.
RNA de transferência: É o intermediário entre os aminoácidos Compartimentos mitocondriais
e o mRNA e seleciona e transporta o aminoácido apropriado
e reconhece o codão correspondente do mRNA. Possui uma A membrana externa é rica numa proteína de transporte –
porina:
1. Forma grandes canais entre a bicamada lipídica A oxidação dos ácidos gordos é muito mais produtiva do
2. É permeável a moléculas de 10kDa ou menores, ponto de vista energético do que o glucogénio. A oxidação
incluindo certas proteínas. dos ácidos gordos gera seis vezes mais energia que a
oxidação da mesma massa de glucogénio.
Geralmente, estas moléculas não atravessam a membrana
interna O espaço intermembranar é quimicamente equivalente Ácidos gordos:
ao citosol, no que diz respeito a pequenas moléculas. A matriz
Uma molécula de ácido gordo é completamente quebrada,
contém um conjunto de moléculas altamente selecionadas
num ciclo de reações, numa molécula com dois átomos de
devido à impermeabilidade interna.
carbono a partir da extremidade carboxil originando duas
Membrana interna – invaginações internas designadas por moléculas de acetil-CoA que seguem para o ciclo dos ácidos
cristas. São altamente especializadas, elevada quantidade de tricarboxílicos.
fosfolípidos, cardiolipina – torna a membrana impermeável aos
Glucogénio
iões. Grande variedade de proteínas de transporte –
membrana altamente seletiva do ponto de vista da Polímero ramificado de glucose que se encontra em grânulos
permeabilidade. Enzimas da cadeia respiratória encontram-se no citoplasma da célula. Vários tipos de transporte ativo,
embebidas na membrana interna e são esse ciais para o conduzido pelo gradiente eletroquímico de protões gerado
processo da fosforilação oxidativa que gera a maioria do ATP através da membrana mitocondrial interna.
nas células animais.
Matriz mitocondrial – contem o grosso das proteínas da
mitocôndria (67%), incluindo: Enzimas envolvidas no
metabolismo do piruvato e dos ácidos gordos para produzir
acetil-coa. Enzimas que oxidam o acetil-CoA no ciclo dos
ácidos tricarboxílicos.
As células animais armazenam os ácidos gordos na forma de
gorduras – essencialmente armazenadas em tecido adiposo. A
glucose é armazenada na forma de glucogénio que pode
originar o piruvato.
Função: