Contabilidade
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Os custos e despesas são classificados em diretos ou indiretos. Mas terão que ser
identificados a alguma atividade operacional ou segmento para que os mesmos sejam
relacionados.
Custos Diretos
Os custos diretos estão ligados diretamente ao produto, o valor e a quantidade em
relação ao produto possui uma facilidade no momento da identificação e ganham destaque
no processo de fabricação tornando-se essencial para realização do mesmo.
Segundo Bruni e Famá (2010), os custos diretos são aqueles que podem ser fisicamente
identificados na fabricação do produto, ou seja, apresentam a propriedade de serem
perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva.
Custos Indiretos
Diferente dos custos diretos, os custos indiretos são classificados sem clareza, ou seja,
que não são identificados em relação ao produto em fabricação. Para Bruni e Famá (2010, p.
29), ”todos os custos relacionados com a fabricação que não podem ser economicamente
identificados com as unidades que estão sendo produzidas. Exemplos: aluguel da fábrica,
materiais indiretos, mão-de-obra indireta, seguro, impostos, depreciação, etc”.
Outro ponto a ser destacado para apuração do custo indireto por produto, é
necessário a utilização de métodos de rateio. Segundo Crepaldi (2010, p. 8), “são os que, para
serem incorporados aos produtos, necessitam da utilização de algum critério de rateio.
Exemplos:
aluguel, iluminação, depreciação, salário de supervisores etc”.
Custos Fixos
Estes são os custos que independente da produção ou não, sempre irão existir, ou
seja, ele não varia conforme a produção, portanto não é alterado. Silva e Lins (2010, p. 13),
são classificados como custos fixos aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume
produzido, ou seja, se a capacidade total de produção for de 1.000 unidades, se a empresa
produz apenas uma unidade ou todas as 1.000, seu custo fixo total será o mesmo.
Para Crepaldi (2010), os custos fixos são aqueles que não variam proporcionalmente
a quantidade produzida, como por exemplo, os seguros e alugueis. Um ponto de analise é
que um custo fixo dentro de um determinado setor produtivo não será sempre fixo, podendo
variar conforme o volume de unidades produzidas, quanto maior a produção, menor será o
custo por unidade.
Custos Variáveis
São aqueles que variam conforme a produção, estando ligado diretamente ao volume
de produção. Ou seja, quanto mais produzir, maior será o custo e quanto menos produzir,
menor será o custo. Silva e Lins (2010) e Crepaldi (2010) classificam como custos variáveis
aqueles que mantém uma relação direta ao volume de produção. Sendo que para cada
unidade a mais ou a menos produzida repercute diretamente no custo do produto.
Para fins de apuração do custo dos produtos mais faturados no período de Janeiro a
Junho do ano de 2017, escolheram-se dois produtos para a aplicação do presente trabalho:
Drenante Klasse Cinza Natural com dimensão de 20cmx10cmx6cm e Drenante Levigado Prata
Crema com dimensão de 50cmx50cmx6cm.
Após o processo de coletas de dados retirados de documentos contábeis fornecidos
pela entidade, sendo que, foram classificados em Custo Fixo e Despesa Fixa. A tabela 1
apresenta a classificação dos valores de custos e despesas apurados no primeiro semestre de
2017.
TABELA 03 – Custo variável do produto Drenante Klasse Cinza Natural considerado perda
Custo Variável
TABELA 05 – Custo variável do produto Drenante Levigado Prata Crema considerado perda
Custo Variável
Considerando uma margem de perda dos insumos de 5% para cada massada realizada
(R$ 255,94 x 5%), totalizado R$ 12,80 agregados no Valor total da massada. O custo fixo e
variável apurado pela organização conforme o método de custeio por absorção, como segue
tabela abaixo:
Decorrente do método implantado na entidade foi analisado que os custos fixos são
calculados por estimativa dos produtos a produzir no período não sendo um custo real, com
isso, classificamos e revemos os custos fixos listados pela empresa para mensurar o custo fixo
por metro quadrado produzido.
Após a análise buscou-se junto à organização os preços de vendas utilizados para cada
modelo de forma a mensurar a margem de contribuição real de cada produto produzido. O
preço de venda aplicado do Drenante Klasse Cinza Natural com dimensão de 20cm x 10cm x
6cm é de R$ 47,64 por metro quadrado, como segue comparação abaixo:
O preço de venda aplicado pela entidade do Drenante Klasse Cinza Natural é inferior aos
seus custos e despesas, obtendo assim, prejuízo sem considerar os impostos e despesas com
as vendas (Royalties e Comissões). A margem de contribuição do produto é R$ 33,16 não
cobre seus custos e despesas fixas no período que é no valor de R$ 35,56.
Analisando o calculo realizado pelos acadêmicos e o utilizado pela empresa, o preço de
venda aplicado aos consumidores é inferior aos seus gastos no período, sendo que para
cobrir seus custos e despesas fixas e variáveis e obtendo um percentual de lucro em 25% é
necessário que o preço de venda seja de R$ 88,88.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a verificação dos dados fornecidos pela entidade, foi possível observar algumas
falhas na classificação dos custos e despesas, visto que a empresa considerou as despesas
fixas como custos fixos e não considerou alguns custos fixos, como por exemplo, a
Depreciação das máquinas utilizadas na fabricação.
Na apuração do custo dos produtos a empresa considera os custos fixos por
estimativa no período em analise. Diante disso, o presente estudo refez a reclassificação com
dados reais fornecidos pela mesma para mensurar o custo fixo real para cada metro
quadrado vendido.
O produto Drenante Klasse Cinza Natural com dimensão de 20cm x 10cm x 6cm o
preço de venda praticado pela empresa é inferior aos custos e despesas, obtendo prejuízo
sem considerar os demais acréscimos para vender os mesmos. Sendo que o Drenante
Levigado Prata Crema com dimensão de 50cm x 50cm x 6cm é vendido com valor elevado,
considerando o encontrado na analise realizada pelos acadêmicos. A entidade se submete a
vender o primeiro produto com prejuízo, pois caso proporcionar aos consumidores valores
superiores dos já aplicados não terá comercialização pelo fato do preço médio dos
concorrentes estarem abaixo do mercado.
Em contrapartida o segundo produto citado na analise cobre seus custos e despesas e
proporciona a margem de lucro esperada pelos gestores. Sendo que o preço de venda
apurado no método utilizado pelos acadêmicos é inferior ao aplicado pela empresa, neste
produto a empresa tem uma margem significativa, mas em contrapartida os demais produtos
vendidos o preço de venda não cobre seus custos e despesa fazendo assim que a entidade
venha a ter prejuízos ao decorrer do período. Com isso, a metodologia aplicada na entidade
que é o custeio por absorção é adequada, sendo que os custos e despesas fixas são
considerados por estimativas e o correto é apropriar o que realmente foi gasto no período,
analisando a possibilidade de aumentar o preço de venda do produto com prejuízo para
equilibrar com os gastos de produção do mesmo, visando resultados diferentes dos obtidos
no período analisado.
REFERÊNCIAS
BRUNI, Adriano Leal. FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações
na calculadora HP 12C e Excel. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
COGAN, Samuel. Custos e Preços: Formação e Análise, São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2002.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de contabilidade de custos. 5. Ed. São Paulo: Atlas,
2010.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2011.
LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de contabilidade de custos. 3. Ed. São Paulo: Atlas,
2009.
MAHER, Michael. Contabilidade de Custos: criando valor para a administração. São Paulo:
Atlas, 2001.
MARCONI e LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2011.
OLIVEIRA, A. A., et al. Contabilidade de Custos – Temas Atuais. Curitiba: Juruá. 2008.
PADOVEZE, Clóvis Luís - Contabilidade e gestão para micro e pequenas empresas/ Clóvis Luís
Padoveze, Miltes Angelita Machuca Martins - Curitiba: InterSaberes, 2014.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos fácil. 9. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
SILVA, Raimundo. LINS, Luiz. Gestão de Custos: Contabilidade, controle e análise. São Paulo:
Atlas, 2010.