Apontamentos Comercial II

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Apontamentos Comercial II

Nota: As sociedades
comerciais são a
estrutura típica das
Art. 1º csc – as sociedades comerciais têm
empresas nas
necessariamente por objeto a prática de atos
economias de um
de comercio e as sociedades que tenham por
mercado, embora a
objeto a prática de atos de comercio estão
empresa possa ser
previstas neste artigo.
vista noutras formas
judiciais.
Empresa

A definição de empresa está disposta no art. 230 ccom. Trata-se de


pessoas e bens - o exercício de atividades económicas nos diversos
setores, e a existência de um complexo organizacional estável.

No art. 1º/2º CSC – este artigo apenas refere quais são os requisitos para
que uma sociedade se considere comercial objeto comercial e tipo
comercial), mas não diz o que é uma sociedade.

Para definir uma empresa é necessário usar o art.3 ccom. A sociedade


comercial recorre ao princípio subsidiário, defendido pelo art. 980 CC,
acrescidos dos art. 1º/2º CSC.

No art. 980 CC estão contidos 4 elementos do conceito geral de sociedade:


1. Elemento pessoal: pluralidade dos sócios;
2. Elemento patrimonial: obrigação de contribuir com bens ou
serviços;
3. Elemento finalístico (fim imediato ou objeto): exercício comum de
certa atividade económica que não seja de mera fruição;
4. Elemento teleológico: repartição dos lucros resultantes dessa
atividade.

Nos art. 1º/2º CSC estão dois elementos:


1. Objeto comercial: pratica de atos de comercio;
2. Tipo comercial: adoção de um dos tipos configurados e disciplinados
na lei comercial.

PODE DEFINIR-SE EMPRESA, COMO UMA ORGANIZAÇÃO DE PESSOAS E


BENS QUE TEM POR OBJETO O EXERCICIO DE UMA ATIVIDADE
ECONOMICA, EM ECONOMIA DE MERCADO

Elemento pessoal

Contem o empresário, outros investidores e os trabalhadores. Estas


entidades têm interesse no desenvolvimento da empresa, seja para a
rentabilização dos capitais investidos, quer para promoção pessoal,
estabilidade e retribuição do trabalho.
A lei define um contrato, o que deve ser celebrado pelo menos por duas
partes, dois sujeitos de direito, referido no art. 7º/2, 1ºn parte CSC. Abre
uma excepçao na lei que ‘’ permita que a sociedade seja constituída por
uma só pessoa’’

Elemento patrimonial

No art. 980º, tem o segundo conceito da sociedade, os sócios efetuam


contribuições que irão formar o património inicial da sociedade.
Esta norma exige aos sócios a contribuição logo no momento inicial.
As contribuições dos sócios podem revestir, a natureza de bens ou
serviços.
As contribuições ou entradas dos sócios desempenham 3 funções com
grande importância para a sociedade:
a) Formam no seu conjunto, o fundo comum ou património com o
qual a sociedade vai iniciar a sua atividade;
b) Definem a proporção de cada socio na sociedade;
c) Fixam o capital social (somatório dos montantes que cada socio ou
acionista da empresa dispõe aquando do início da atividade da
sociedade)

Objeto comercial
Para que uma sociedade seja comercial, ela deverá ter como objeto a
prática de atos de comercio – art. 1º/2º CSC. Assim o primeiro elemento
específico das sociedades comerciais consiste no objeto comercial.
Consiste nos atos e na vontade dos sócios – art. 13º/2º ccom.
Deverá tratar-se de atos de comercio objetivos e de atividades de
comerciais pelo art. 230º ccom, ou por outras normas qualificadoras.

Forma comercial

Para que uma sociedade seja comercial é ainda necessário que revista
forma comercial:
1. A sociedade deverá revestir um dos tipos caracterizados e regulados
na lei comercial;
2. É obrigatório para uma sociedade respeitar requisitos formais
estabelecidos na lei comercial.

Os elementos essenciais do conceito de sociedade

 ‘Sociedade’ é utilizado na linguagem jurídica para designar atos


jurídicos e entidade (ente, sujeito e realidade subjetiva). – art. 2º/1
CSC.

O código refere quando uma sociedade é comercial, mas não diz


quando não o é, pressupõe uma sociedade generalista.

 Art. 980º CC é o conceito básico de sociedade e define um contrato


básico:

1. A associação ou agrupamento de pessoas;


2. Fundo patrimonial;
3. O objetivo (exercício comum de certa atividade económica que
não seja de mera fruição);
4. A obtenção de lucros para serem repartidos pelos associados).

Nota: Sócios – art. 980ºCC + 7º CSC


 É comercial aquele que respeite dois requisitos:

1. Tenha por objeto a prática de atos de comercio (objeto


comercial);
2. Adote um dos tipos aí previstos (tipo ou forma comercial):

a) Sociedade em nome coletivo;


b) Sociedade por quotas;
c) Sociedade anonima;
d) Sociedade em comandita simples;
e) Sociedade em comandita por ações

 Art. 104º CC + art. 2º/1º CSC

Sociedades civis simples e sociedades de tipo comercial

São covis as sociedades com o objeto civil ou não comercial, as sociedades


que noa tenham por objeto a prática de atos de comercio, o exercício de
uma atividade mercantil. Para que sejam civis, as sociedades hão de ter
exclusivamente por objeto uma atividade não comercial – art.3º e 4º CSC.

Estas podem ser de duas espécies:

 Sociedades civis simples – art. 980º CC;


 Sociedades civis sob forma comercial: embora civis, adotam 2 tipos
de sociedades comercia, sendo-lhes aplicável o CSC (nº4 do art. 1º
CSC).

Os elementos essenciais da noção de sociedade resultante do art. 980.o


CC são:

1. a intervenção de duas ou mais pessoas como partes do negócio;


2. a obrigação de contribuir com bens ou serviços;
3. o propósito de exercício em comum de uma certa atividade que não
seja de mera fruição e o de obtenção, por esta forma, de lucro com
vista à sua distribuição pelos sócios, ficando estes, todavia também
sujeitos a perdas.

Nota: Estes elementos se referidos às sociedades comerciais obrigam à


consideração de várias especificidades que analisaremos em seguida.

Face ao código das sociedades comerciais a dissolução das sociedades não


é automática, ela pode ser requerida (este dado está disposto na
doutrina). Esta possibilidade de a sociedade se ver reduzida a um socio e
não ser reduzida a um socio e não ser querida a sua dissolução a
sociedade mantinha-se assim.

E quais são as exceções com a cobertura legal à regra da pluri


pessoalidade societária?

O CSC permite a constituição de sociedades que são originariamente uni


pessoais e que uma sociedade seja legitimamente unipessoal.

 Sociedade por quotas - Art. 270º A CSC – A sociedade unipessoal por quotas é
constituída por um socio único
 Sociedades anonimas – art. 488 CSC – Uma sociedade pode constituir uma
sociedade de cujas ações ela seja inicialmente a única titular

Sociedades constituídas por mais do que uma pessoa

Sociedades anonimas

Originariamente unipessoais, mas nestas temos de ir ao regime das


sociedades coligadas – sociedades de grupo de domínio total – é a única
sócia.

 É uma sociedade que pertence inteiramente a outra – esta só tem


outra socia. É permitido que uma sociedade constitua uma outra – e
a sociedade dominada tem de ser uma sociedade anonima – art.
488º CSC

Esta é uma forma jurídica de constituição de empresas onde o capital


social se encontra dividido em ações que podem ser transacionadas
livremente. Como se constitui como uma sociedade de capital, a
sociedade anonima prevê a obtenção de lucros que são distribuídos pelos
acionistas

Sócios:

Para se constituir uma sociedade anonima são necessários 5 sócios,


denominados de acionistas. Contudo, é possível constituir uma sociedade
anonima apenas com uma socio, desde que este seja uma sociedade.

A responsabilidade dos sócios é ilimitada ao valor das ações que


subscreveu, não respondendo pelas obrigações da sociedade, para alem
do capital detido em ações.

Capital social:

O capital social da S.A não pode ser inferior a 50.000€, e tem de ser
dividido em ações de igual valor nominal (nunca inferior a 1cent). A
subscrição de ações poderá ser particular ou publica:

 Particular - se os fundadores deterem a totalidade do capital social


inicial;
 Publica – as ações são oferecidas ao publico para subscrição. Assim,
esta é uma sociedade aberta (de capital aberto ao investimento
publico), sendo esta obviamente fiscalizada.

A firma pode ser composta pelo nome (completo ou abreviado) de algum,


alguns ou de todos os sócios ou por uma expressão relativa ao ramo
inserido do negócio, sendo seguido por ‘’Sociedade Anonima’’ poe
extenso ou abreviado ‘’SA’’.

Sociedade em nome coletivo

Neste tipo de sociedade, é exigido a existência mínima de dois sócios.


Estes respondem de forma ilimitada e subsidiaria perante a empresa e
solidariamente entre si perante os credores sociais.

Essa responsabilidade inclui o valor das entradas e bens que fazem parte
do património pessoal. Estes têm de satisfazer as obrigações da sociedade
e podem exigir aos restantes sócios o pagamento da parte que lhes cabe
nas referidas obrigações.

 Devem conter o nome ou a firma de um deles com o acréscimo de


‘’Companhia’’ ou ‘’Cia’’ ou outra referencia que indique a referência
de mais sócios (‘’e Irmãos’’, por exemplo)

Vantagens:

 Não existe um montante mínimo de capital social obrigatório;


 Solidariedade entre os empresários perante os credores;
 Partilha de responsabilidades entre os sócios;
 As entradas dos sócios podem ser em indústria, dinheiro ou bens;
 Os sócios de indústria não respondem pelas perdas sociais nas
relações internas

Nota: Existe um alto risco de afetação do património pessoal dos sócios às


dividas da empresa
Sociedade por Quotas

Estas são constituídas por duas ou mais pessoas (singulares ou coletivas),


que recebem em nome de sócios. As quotas de cada socio não podem ter
valor inferior a 1 euro.

Estes têm responsabilidade LIMITADA ao valor da quota na empresa, ou


seja, as dividas da sociedade apenas são pagas com o património da
sociedade, apesar de não terem obrigação legal de os sócios liquidarem
essas dividas com o seu património pessoal – esta é uma das grandes
vantagens

 Todos os sócios têm uma obrigação de entrada na sociedade.


Compete-lhes contribuir com bens suscetíveis de penhora para que
uma sociedade tenha património próprio que lhe permita
prosseguir a sua atividade;

 Os sócios são solidariamente responsáveis pelas entradas uns dos


outros - a sociedade é criada e registada e os sócios não cumprem
de imediato a obrigação de entrada do pacto social;

Capital social:

É o dinheiro que os sócios colocam na sociedade – este passa a ser da


empresa – o socio fica a deter uma parte da sociedade.

A quota confere ao socio uma parte dos lucros e pode ser vendida quando
quiser com o consentimento dos outros sócios.

Os sócios podem fixar o valor social a seu gosto desde que não seja
inferior a 1€. Se uma sociedade for constituída por dois sócios, o seu
capital pode ser de apenas 2€

Gerência:
A sociedade é administrada e representada por um ou mais gerentes que
podem ser os sócios ou pessoas externas à sociedade

Firma:

 Pode ser composto pelo nome completo ou abreviado de um,


alguns ou de todos os sócios da empresa;
 Conter uma expressão relacionada à atividade exercida;
 Um misto de elementos anteriores seguido de ‘’limitada’’ ou ‘’LDA’’

O seu nome jurídico nem sempre coincide com o seu nome comercial e
poderá constar que a firma da entidade emitente não é igual ao nome
pelo qual conhece a empresa

Se for uma UNIPESSOAL POR QUOTAS

Uma sociedade por quotas pode ser unipessoal caso seja constituída por
um único socio (pessoa singular/coletiva) que se apresenta como o
detentor da totalidade do capital social.

A firma destas sociedades deve conter a expressão ‘’sociedade


unipessoal’’ ou a palavra ‘’unipessoal’’ antes da palavra ‘’limitada’’ ou a
abreviatura ‘’LDA’’

Sociedade em comandita

É uma sociedade de responsabilidade mista que contem sócios de


responsabilidade ILIMITADA e os sócios de responsabilidade limitada que
assumem a gestão e a direção da sociedade.
Os sócios de responsabilidade ilimitada são designados de sócios
comandito e contribuem com bens ou serviços. Eles assumem
responsabilidade pelas dividas da sociedade, ilimitada e solidariamente
entre si, nos mesmos termos dos sócios das sociedades em nome coletivo

Os sócios de responsabilidade limitada são designados de comanditários e


contribuem com o capital. Este apenas tem como responsabilidade a
entrada do capital social numa empresa

 O montante mínimo obrigatório para o capital social é de 50.000€

A denominação da empresa deve conter o nome ou a firma de um, no


mínimo, dos sócios comanditários, seguido de ‘’em Comandita por Ações’’
ou ‘’&Comandita por ações’’

 Existem dois ramos dentro desta sociedade: simples e por ações.

Simples: não há representação do capital por ações e o número mínimo


de sócios é dois.

Ações: Os sócios estão representados por ações. As entradas destes sócios


não podem constituir em indústria

O número mínimo de sócios na sociedade em comandita por ações é de 5


sócios comanditários e um comanditado.

Artigos da responsabilidade dos sócios de uma sociedade

1. Nas sociedades em nome coletivo: cada sócio responde pela respetiva entrada,
responsabiliza-se pelo cumprimento ou realização da entrada a que se obrigue
(entrada em dinheiro) – artigo 175.º, n. º1. No entanto, quando algum sócio
entre com bens em espécie e os mesmo não sejam verificados e avaliados nos
rermos do artigo 28.º, têm os sócios de assumir expressamente no contrato
social responsabilidade solidária pelo valor que atribuam aos mesmos bens
(artigo 179.º CSC);
2. Nas sociedades por quotas: cada sócio responde não apenas pela própria
entrada (em dinheiro e/ou espécie) mas também (nas sociedades pluri
pessoais), solidariamente com o outro sócio, por todas as entradas
convencionadas no contrato social (artigo197.º, n. º1 CSC). Um ou mais sócios
podem ainda ficar obrigados perante a sociedade a prestações acessórias e
suplementares (artigo 197.º, n. º2, 209.º, 210.º e seguintes CSC);
3. Nas sociedades anónimas: responde cada sócio pela sua entrada (em dinheiro
e/ou espécie). Dizendo de outra maneira, «cada sócio limita a sua
responsabilidade ao valor das ações que subscreveu» (artigo 271.º CSC). O
referido valor das ações é o valor por que foram postas à subscrição, que não
pode ser inferior, mas pode ser superior ao valor nominal das mesmas ou, no
caso de ações sem valor nominal, ao valor de emissão (artigos 25.º, n. º1,2 e 3,
295.º, n. º2, alínea a), n. º3, alínea a) e 298.º CSC). Pode, no entanto, o estatuto
social impor que um ou mais sócios fiquem obrigados a prestações acessórias
(artigo 287.º CSC);
4. Nas sociedades em comandita simples e nas sociedades em comandita por
ações: os sócios comanditados como os sócios comanditários respondem
perante elas somente pelas respetivas entradas (em dinheiro e/ou espécie e/ou
em indústria, quanto aos comanditados, em dinheiro e/ou em espécie quanto
aos comanditários) – artigos 465.º, n. º1, 474.º, 478.º CSC.

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