Analise de Redes em Mídias Sociais
Analise de Redes em Mídias Sociais
Analise de Redes em Mídias Sociais
Roteiro de
Estudos
Autor: Dra. Xenya Bucchioni
Revisor: Me. Wagner José Quirici
Embora a formação de redes sociais exista desde muito antes do surgimento da internet,
atestando o caráter associativo e relacional dos seres humanos, a facilidade em visualizá-las a
partir das relações e das interações travadas entre os atores sociais é algo novo. Entender os
suportes que favorecem esse tipo de visualização, propiciando mecanismos e ferramentas de
análise, torna-se essencial à compreensão dos comportamentos, dos laços e das conexões
criadas e mantidas em rede. E mais: contribuem para os estudos e as pesquisas acerca das
opiniões, das preferências, das conversações e das tomadas de decisão que circulam pelas
redes.
Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você vai:
integrar o conceito de redes sociais e mídias sociais, sendo capaz de entender a
correlação entre ambas, suas características, distinções e particularidades;
conhecer a estrutura de uma rede social e entender como ela pode ser observada e
analisada;
compreender e refletir sobre os conceitos e as definições acerca da interação social em
ambientes virtuais;
analisar ações e estratégias com base na coleta e na visualização de dados e informações
fornecidos pelas interações nas redes;
conhecer diferentes métodos e recursos utilizados para a análise de redes.
Bons estudos!
Introdução
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Entrar e sair das nossas contas em sites como Facebook, Instagram ou Twitter tornou-se um
hábito tão incorporado às nossas rotinas pessoais e de trabalho, que chega a ser praticamente
impossível saber quantas vezes fazemos isso ao longo do dia. Com o
smartphone
em mãos,
curtimos, comentamos, postamos e compartilhamos. Mas não apenas isso; também
compramos, avaliamos, vendemos, além de uma infinidade de ações que, vistas em conjunto,
dizem muito sobre nossa experiência individual em ambientes virtuais.
Pense, agora, em todas as pessoas que você conhece e que certamente fazem o mesmo que
você. O rastro deixado por nós a cada caminhada virtual diária é imenso. As informações e os
dados contidos em cada trilha – e em todas juntas – é extremamente, valioso. Identificar,
visualizar e analisar essas “pegadas” com vistas a compreender a articulação e a consolidação
das conexões e laços entre diferentes grupos de sujeitos, mais do que auxiliar a compreensão
dos pontos de vistas coletivos sobre determinado evento, tema ou assunto, favorece o
entendimento de comportamentos, sentimentos e padrões de consumo.
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sites e independentes do investimento nas relações sociais de cada ator” (RECUERO, 2012,
on-
line
).
Por conta disso, as redes sociais atuais extrapolam as cercanias das suas antecessoras
off-line
,
sendo moldadas a todo instante em uma via de mão dupla – por conversações, negociações e
agenciamentos de cada sujeito materializado por um perfil individualizado e por regras e
normas propostas pelo suporte que permite sua criação.
Nesse contexto, o adensamento das redes não só é real, como elas estão, cada vez mais,
interconectadas, impulsionando importantes transformações nos processos comunicacionais
contemporâneos. Na prática, isso significa dizer que a distribuição e a circulação das
mensagens são fortemente impactadas por um tipo muito específico de interação. Daí a
relevância da análise de redes em mídias sociais enquanto método e recurso possível à
compreensão dos diferentes elementos envoltos na constituição desse tecido social em
ambiente virtual.
LIVRO
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A busca por apreender tais padrões levou alguns teóricos à formulação de modelos de análise
que, ainda hoje, fornecem elementos significativos ao estudo sobre as redes sociais na internet.
Para que eles fiquem claros, primeiramente você deve ter lembrar de dois termos bastante
utilizados para a análise de redes: “nós” e “arestas” – que são os atores sociais (indivíduos,
instituições, empresas, organizações não governamentais etc.) e a representação das conexões
entre eles. Como partes desse sistema, os atores atuam de forma a moldar as estruturas
sociais de uma rede por meio da interação e da constituição de laços sociais, como veremos
adiante.
A representação dos "nós" e das "arestas" podem ser visualizadas por grafos, como os da
Figura 1:
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Figura 1 - Os nós e as arestas de uma rede são representados, respectivamente, por pontos e linhas
Na Figura 1, os nós correspondem a cada ponto da rede e as arestas às linhas que conectam
cada ponto e revelam as ações envoltas nessa conexão (comentário, compartilhamento,
republicação etc.). Há, ainda, como destacam Recuero
et al
. (2015), o conceito de cluster, que
aponta para as relações de vários nós dentro de determinada rede – ou seja, a presença de
indivíduos com mais conexões do que os demais que se tornam, portanto, conectores dentro
da rede, promovendo sua “clusterização” (o aparecimento de nós altamente conectados).
Retomando os modelos de análise de redes, segundo Recuero (2005, p. 2), eles seriam:
Modelo de redes aleatórias
: partia do pressuposto de que a formação de redes era
randômica. Acreditava que os nós agregavam-se de modo aleatório. Concluía que todos
os nós de uma rede deveriam ter, mais ou menos, a mesma quantidade de conexões.
Modelo de mundos pequenos
: demonstrava que as redes sociais tinham padrões
altamente conectados, formando pequenas quantidades de conexões entre cada
indivíduo.
Modelo de redes sem escala
: demonstrava que as redes não se formam de modo
aleatório e que quanto mais conexões um nó possui, mais chances ele possui de ter novas
conexões. Assim, as redes possuiriam nós altamente conectados e a maioria dos nós com
poucas conexões.
Apesar de contribuírem com o estudo de redes, os modelos apresentam lacunas no que diz
respeito a um olhar mais profundo sobre as conexões entre os atores sociais, suas
particularidades, qualidades e profundidade. Ou seja, não dão a devida atenção à interação
social, como salienta Recuero (2005). Esta, por sua vez, constitui-se como matéria-prima da
conexão entre os atores e a conformação do que, nos estudos de redes, chamamos de laço
social.
Laços sociais dão conta das relações de proximidade, de pertencimento, de preferências, de
presença, de conflito, de emoções e sentimentos, de fluxos de informação.
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duas pessoas. Os laços fracos, por outro lado, caracterizam-se por relações
esparsas, que não traduzem proximidade e intimidade (RECUERO, 2009, p.
256).
Embora “forte” ou “fraco” sejam termos que nos inclinam a fazer associações como “melhor” ou
“pior”, na dinâmica de formação das redes, ambos têm seu peso garantido. Afinal, os laços
fracos conectam grupos de laços fortes entre si.
Por isso, são eles que ajudam a identificar e a entender a estrutura de uma rede social. E como
isso é possível? Por meio da análise das interações sociais, ou seja, das pegadas e dos rastros,
inscritos “nas relações de compartilhamentos, respostas, inscrições, comentários, favoritadas,
curtidas, indicações na internet” (MALINI, 2016, p. 2) e deixadas ao circularmos virtualmente
por nossas redes sociais.
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Nesse sentido, é preciso ter em mente que esses recursos não só estão presentes nas relações
sociais, como são elaborados e reelaborados pelo conteúdo destas. Por isso, essa construção
está intimamente ligada às práticas conversacionais e aos laços sociais, já que estes atuam
diretamente sobre o tipo de troca efetuada entre os atores – se mais aprofundada, com mais
intimidade ou proximidade, se pontual ou efêmera etc. Assim:
Fazer parte de uma rede social é relevante para um determinado ator, porque
este tem acesso a recursos construídos pelo grupo, como, por exemplo,
informações que lhe sejam relevantes, ou mesmo a apoio social ou acesso a
normas que regem o grupo e as interações (RECUERO, 2014, p. 136).
Quanto maior for o capital social acumulado, maior será, portanto, o sentimento de
pertencimento a um grupo, uma vez que tal ampliação remete aos laços sociais constituídos
com base nas práticas conversacionais.
Para tornar claro estes conceitos, pensemos no posicionamento de uma empresa que deseja
se valer das mídias sociais para ir além das tradicionais formas de campanha publicitária e
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Opiniões, Sentimentos e
Pensamentos no Fluxo das Redes
“No que você está pensando?”, diz a mensagem da timeline do Facebook. E lá vamos nós, por
meio de simples conversas, expressar opiniões, sentimentos e pensamentos, fornecendo
dados relacionados ao nosso humor, às nossas preferências, visões de mundo, emoções etc.
Um material volumoso capaz de ser observado por diferentes métodos de análise.
A análise de redes acostumou-se:
Para Malini (2016), esse modelo assenta-se em uma lógica individualizante para a compreensão
das redes sociais, favorecendo a criação de um mercado de dados ancorado na figura dos
influenciadores digitais, multiplicando líderes de opinião, webcelebridades e desfavorecendo
figuras anônimas como se estas não tivessem seu valor nas redes.
Para ter ideia de como essa abordagem é dominante e traduz-se nas práticas das áreas de
marketing e publicidade, basta pensar em quantos perfis de sites de redes sociais dos quais
fazemos parte são de influenciadores ou aspirantes a influenciadores. Mais do que isso: basta
perceber, em uma análise rápida, a presença dos chamados posts patrocinados (
publiposts
),
por meio dos quais marcas e empresas posicionam seus produtos e seus serviços nas redes
sem recorrer ao modo tradicional de propaganda.
Ainda que sejam práticas atuais e verificáveis, a reflexão de Malini (2016), torna-se valiosa à
medida que o adensamento das interações é considerado. Isso significa que nos aproximamos
de um momento em que a autoridade e a reputação de um perfil não devem ser reduzidas em
função apenas da visibilidade e da difusão de mensagens – isto é, apenas por análises
individualizantes. É preciso pensar em termos coletivos, considerando a densidade de relações
altamente conectadas entre os perfis, já que são elas que fazem emergir valiosos pontos de
vistas capazes de influenciar os sentidos dos acontecimentos sociais (MALINI, 2016).
Aqui, a proposta fundamental diz respeito a mover-se da “identidade” para a “agência” dos
atores sociais representados pelos perfis nos sites de redes sociais, o que demanda a
compreensão de que “os perfis são atores-rede, já que existem em relação a outros perfis
(tidos como ‘amigos’, ‘seguidores’, ‘colaboradores’ etc.)” (MALINI, 2016, p. 2). Em outras palavras,
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isso implica entender que nossa existência na rede só se produz em conexão. Mais do que isso:
ela nos diz sobre o nosso ponto de vista (visão de mundo, perspectivas, ideias, princípios) e a
participação fundamental dele na aproximação (ou não) entre indivíduos.
Segundo Malini (2016, p. 6), a “agência”:
No contexto apresentado pelo referido autor, pensar a formação de redes passaria, então,
menos pelo olhar individualizado dos perfis (ou nós) e mais pela densidade de relações entre
perfis – ou seja, pela cartografia das perspectivas em rede, já que estas são fundamentais à
aglutinação de perfis. Por meio da visualização das redes que se formam nos sites de redes
sociais, conseguimos identificar diferentes tipos de relações estabelecidas, que nos mostram
como os componentes sociais se agregam e, desse modo, como procedem à compreensão das
colaborações, das parcerias, das disputas, das controvérsias – ou seja, das perspectivas
embutidas nessas relações em rede. Daí o autor intitular a abordagem sugerida de “Método
Perspectivista de Análise de Redes Sociais”.
É interessante, assim, recuperar a noção de conversação em rede, de modo a assinalar as
sobreposições de múltiplos tempos de interação que dão conta da formação da rede, já que
estas “nascem de conversações entre pequenos grupos que vão sendo amplificadas pelas
conexões dos atores, adquirindo novos contornos e, por vezes, novos contextos” (RECUERO,
2014, p. 123).
Como destaca Malini (2016, p. 9):
No caso de redes sociais, a relação pode ser entre perfis, traçada a partir do
compartilhamento, do comentário (ou reply) e das curtidas em postagens
públicas; entre perfis e objetos interativos, traçada entre perfis e hashtags,
perfis e imagens compartilhadas, perfis e links, perfis e posts curtidos; e entre
objetos ou entidades digitais, traçada em redes de hashtags, de palavras, de
links, de imagens, enfim de entidades textuais ou imagéticas que conformam a
linguagem das redes sociais.
No caso das
hashtags
, especificamente, elas funcionam como um componente relacional e
apontam para o conteúdo como o elemento principal de ligação. Assim, elas são um recurso
disponível para acompanharmos a participação e a manutenção das conversações, para
selecionar e organizar conversações temáticas, servindo à interpretação de como indexamos
conteúdos, sentimentos e emoções. Elas se constituem, portanto, como um indicador de
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contexto e são um dos elementos que podem ser utilizados para guiar a coleta de dados para,
então, proceder, por exemplo, a análise de conteúdo combinada à análise de redes, e, desse
modo, refletir e identificar não apenas a estrutura social da rede em si, mas também os
discursos que se disseminam em ambiente virtual.
Do ponto de vista das organizações – e levando em conta o que foi dito até aqui –, o desafio
que se formula é o de perceber, em primeiro lugar, que empresas, consumidores e
fornecedores estão interligados em uma mesma rede e, assim, atentar para a criação de
vínculos, de experiências e, no limite, para o cultivo de relações com vistas à geração do
pertencimento à rede. Por isso, monitorar continuamente "quem fala" e "o que é falado" sobre
marcas e empresas é uma prática que não deve ser desconsiderada, afinal, elas são cruciais
para o planejamento estratégico e a gestão de crises.
Não se trata, portanto, de invalidar os caminhos tradicionais da análise de redes, mas de abrir
portas para que outras possibilidades de compreensão à formação de redes venham à tona.
Até porque os nossos rastros continuam a ser a principal pista para a compreensão das
relações travadas em ambiente virtual.
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social gerado pelas interações e de que maneira influenciam a produção e a estruturação das
relações sociais.
Assim, a ARS constitui-se em um método de análise que foca, especificamente, na
compreensão dos dados dentro da concepção da estrutura da rede, com vistas a verificar as
inter-relações entre eles. Em outras palavras, explica o comportamento dos atores sociais por
meio das redes nas quais eles interagem, detectando modelos de interação social. Esses dados
coletados, por sua vez, provêm da conformação de grupos (ou sistemas sociais) – por isso, o
nome redes “sociais” (RECUERO, 2013).
Segundo reflexões de Recuero (2017, p. 18),
podemos usar análise de redes sociais hoje para estudar diversos fenômenos.
Notadamente, a ARS tem sido usada em áreas emergentes, como as áreas da
Comunicação Social e da Sociologia Computacional, para compreender
fenômenos associados à estrutura das redes sociais, principalmente, online.
Graças ao aumento da quantidade de dados sociais disponibilizados por conta
dos usos das ferramentas de comunicação mediada pelo computador, e por
ser uma abordagem bastante propícia para o estudo e a visualização de
grandes quantidades de dados, a ARS tem ganho projeção e tem sido utilizada
com vieses mais quantitativos. Desse modo, essa abordagem é interessante,
por exemplo, para analisar comportamentos de uma grande quantidade de
atores sobre um evento ou tópico, bem como a influência desses atores nos
processos de comunicação sobre esse tópico. Mas isso não quer dizer que a
ARS não possa ser utilizada em casos específicos, com viés mais qualitativo.
Como explica Recuero (2013), a ARS analisa os dados de determinado conjunto – como nós e
conexões – e fornece formas de análise desses elementos com relação à rede. Portanto, é um
método pouco útil para analisar perfis no Facebook, mas serve para entender como tipos de
perfis conectados entre si se relacionam. Foi possível captar a importância da ARS para
aprofundar, por exemplo, o entendimento de relações de proximidade ou de pertencimento
em uma rede?
Para se valer da ARS, é preciso, portanto, o acesso a um conjunto de dados e a definição de um
objetivo que foque na análise das relações entre esses dados. Para que fique claro, tomemos
como exemplo hipotético uma rede social articulada com base nos dados coletados do Twitter
nas primeiras horas após a divulgação do desabamento de um prédio comercial no centro do
Rio Janeiro. As primeiras repercussões permitiriam elaborar um grafo com as representações
dos tweets com menção ao evento ocorrido e, também, os retweets efetuados, fornecendo
uma imagem das conexões entre os nós ─ mais do que isso: a citação entre eles, o que
possibilita a visualização dos nós mais citados.
Veja, na Figura 2, como ficaria a rede construída no exemplo apresentado:
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Figura 2 - Exemplo hipotético de uma rede captada nas primeiras horas após a divulgação do incidente em um prédio
comercial no centro do Rio Janeiro
Na Figura 2, os nós mais citados estão representados em um formato maior do que os demais,
sem que isso signifique, como visto anteriormente, que os demais nós não tenham valor na
estrutura da rede. Os nós maiores destacam os atores com maior número de conexões
recebidas, todavia, a importância desse tipo de medida varia de acordo com os elementos e os
caminhos escolhidos para a análise.
O que queremos demonstrar, com esse exemplo simples, é a representação das interações em
torno de um tópico e como elas só podem ser captadas a partir da captação da rede. Nesse
sentido, caberá ao pesquisador de redes estabelecer um objetivo para proceder à análise das
relações entre os dados coletados. Afinal, essa relação traz compreensões mais aprofundadas
do que apenas observá-los de modo individual. Como observa a pesquisadora Raquel Recuero
(2013), a relação entre tweets negativos, por exemplo, podem ser mais relevantes do que o
número deles ou, ainda, um conjunto massivo de tweets negativos podem estar restritos à
apenas um pequeno grupo de nós.
Por fim, isso demonstra que, ao estabelecermos uma rede a ser analisada, devemos lembrar de
que estamos lidando com partes da globalidade das redes sociais, ou como uma estrutura
social dinâmica que pode ser analisada, como pondera Malini (2016, p. 2), “ora a partir da
topologia dos perfis (a posição da parte no todo), ora a partir de uma temporalidade dos laços
(a parte do tempo como parte no todo)”.
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LIVRO
Conclusão
Como vimos neste roteiro, por estarem amparados pela infraestrutura interacional das mídias
sociais, os sites de redes sociais permitem que os indivíduos se construam por meio de perfis
on-line e consolidem sua existência por meio das relações sociais estabelecidas. Estas, por sua
vez, criam os laços sociais que dão o senso de relações de proximidade, de pertencimento, de
conflito, de presença, de emoções, de sentimentos. Dessa cultura de laços deriva a noção de
capital social, que nos diz sobre os recursos emergentes embutidos nessas relações,
apontando para o valor das conexões em termos de visibilidade, reputação, reconhecimento,
popularidade etc.
Por fim, vimos que as ações – ou os rastros deixados na rede – possibilitam não apenas o
reconhecimento dos padrões das conexões entre indivíduos, como também a visualização de
suas redes sociais. A partir de uma abordagem distante de qualquer distopia, podemos dizer
que o grande desafio que a análise de redes em mídias sociais tem diante de si é o de trazer à
tona o caráter relacional da nossa passagem, ação e existência em ambientes virtual, e, deste
modo, refletir sobre como se dão e de que tipo são as estruturas sociais nas redes e como as
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