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Pensar Acadêmico, Manhuaçu, v.20, n.3, p.

691-706, 2022

ISSN 1808-6136
ISSN on-line 2674-7499

UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DE 2009 A 2019 SOBRE O


MOVIMENTO DE CURSINHOS POPULARES NO BRASIL

RUBENILSON CERQUEIRA NATIVIDADE1, ANA MARIA ALBUQUERQUE


MOREIRA2, SHIRLEIDE PEREIRA SILVA CRUZ3

1 Doutorando em Educação pela Universidade de Brasília. [email protected]


2 Doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB) e professora do Departamento de Planejamento e
Administração da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (PAD – UnB). [email protected]
3 Doutora em Educação e professora Associada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e professora do
Departamento de Planejamento e Administração da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (PAD –
UnB). [email protected]

RESUMO
O presente levantamento objetiva identificar e descrever o conjunto de produções acadêmicas, e em
diferentes campos do conhecimento, sobre cursinhos populares e seus adjacentes à educação popular. O
artigo trata-se de uma revisão bibliográfica de dissertações e teses no período de 2009 a 2019, com
produções extraídas dos repositórios: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD),
Portal de Periódicos CAPES e Google Acadêmico. A pesquisa apresenta o levantamento de 105
produções, sendo que destas, 79 são dissertações de mestrado e 26 teses de doutorado, em áreas e
campos do conhecimento diversos, tais como: educação, ensino da ciência, linguística aplicada,
sociologia, educação física, psicologia e psicologia social, geografia, letras e ciências da saúde. Parte da
historicidade do movimento dos cursinhos populares na realidade brasileira destacando os cenários e as
premissas que nortearam sua constituição tendo, por exemplo, as concepções de educação popular com
forte motor. As produções analisadas abordam a preparação para ingresso nas universidades brasileiras,
seus desafios para democratização na educação superior e o papel da educação popular, por meio dos
cursinhos populares, como assistência para estudantes com vulnerabilidade sócioeconômica. Os
resultados deste levantamento nos permitem concluir que as produções analisadas apontam a
concentração acadêmico-científica no escopo geográfico do sudeste do país. Demonstram, ainda, os
desafios de produções recentes em relação a novas configurações permitidas por meio da extensão
universitária e a atuação social universitária, bem como, no bojo da implementação de políticas sociais
brasileiras, os próprios movimentos de cursinhos populares foram se ampliando e abrindo espaço para
outras configurações, como a dos cursinhos universitários populares (CUPs). Esses, por sua vez,
mantendo os mesmos objetivos sociais, possuem em seu quadro social majoritariamente universitários
desvelando perspectivas para o entendimento das expressões de engajamento estudantil universitários e
as análises sobre como os sujeitos se apropriam desse movimento em sua formação universitária.

Palavras-chave: Cursinhos populares; Educação popular; Educação superior; Estado da arte; Revisão
bibliográfica.

AN ANALYSIS OF THE ACADEMIC PRODUCTION FROM 2009 TO 2019 ON THE


CURSINHOS POPULARES MOVEMENT IN BRAZIL

ABSTRACT

The present survey aims to identify and describe the set of academic productions, and in different fields
of knowledge, about cursinhos populares and their adjacencies to popular education. The article is a
bibliographic review of dissertations and theses in the period from 2009 to 2019, with productions
extracted from the repositories: Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations (BDTD); CAPES
Periodical Portal and Google Scholar. The research presents a survey of 105 productions, 79 of which

Recebido em 18/05/2022 e aprovado para publicação em 29/08/2022.


Natividade, Moreira e Cruz

are master's dissertations and 26 doctoral theses, in diverse areas and fields of knowledge, such as:
education, science teaching, applied linguistics, sociology, physical education, psychology and social
psychology, geography, letters, and health sciences. It starts from the historicity of the cursinhos
populares movement in the Brazilian reality highlighting the scenarios and the premises that guided its
constitution having, for example, the conceptions of popular education as a strong driving force. The
productions analyzed address the preparation for entry into Brazilian universities, their challenges for
democratization in higher education, and the role of popular education, through cursinhos populares, as
assistance for students with socioeconomic vulnerability. The results of this survey allow us to conclude
that the analyzed productions point to the academic-scientific concentration in the geographic scope of
the southeast of the country. They also demonstrate the challenges of recent productions in relation to
new configurations allowed by means of university extension and university social action, as well as, in
the wake of the implementation of Brazilian social policies, the very movements of cursinhos populares
have been expanding and making room for other configurations, such as the cursinhos universitários
populares (CUPs). These, in turn, while maintaining the same social objectives, have a majority of
university students in their ranks, unveiling perspectives for the understanding of the expressions of
university student engagement and the analysis of how the subjects appropriate this movement in their
university education.

Keywords: Popular university courses; Popular education; Higher education; State of the art;
Bibliographic review.

1 INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta parte da investigação em nível de doutoramento que objetiva
analisar o engajamento de estudantes universitários no trabalho da Rede Brasil Cursinhos,
criada com base na concepção de cursinhos populares.
As inquietações que motivaram o estudo induziram à compreensão dos Cursinhos
Populares (CPs) em dois sentidos: primeiro, como movimentos de apoio à democratização do
acesso à educação superior brasileira – historicamente desigual e elitizada – e, segundo, como
espaços formativos que possibilitam aos estudantes universitários se envolverem em atividades
e práticas que, por vezes, não se encontram nos currículos de seus respectivos cursos.
Com isso, no escopo do estudo em tela, os movimentos atinentes aos cursinhos
populares merecem ser compreendidos no conjunto de produções de caráter bibliográfico e em
diferentes campos do conhecimento, referendando a sua grande relevância para o entendimento
da importância da mobilização de novos atores sociais que possam contribuir para a elaboração
e a implementação de novas políticas educacionais para a democratização do acesso às
instituições de ensino superior (IES) no Brasil.
Para compreender o avanço das pesquisas em determinadas áreas do conhecimento, faz-
se necessário identificar o aspecto metodológico denominado Estado da Arte e sua importância
para a condução de novas pesquisas. Segundo Brandão, Baeta e Rocha (1986), embora o termo
Estado da Arte já viesse sendo utilizado no Brasil desde meados da década de 1980, ainda era
pouco explorado pela Academia, na qual se confunde seu real papel nas abordagens

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bibliográficas. Assim como, mesmo havendo o consenso de que a produção do conhecimento


não é um produto isolado e sim uma construção coletiva dentro e fora da academia e um
processo de contínua busca por novas fontes para novas produções, ainda há poucos produtos
gerados por meio dessa metodologia de modo a serem estabelecidos redes de pesquisa e de
divulgação de forma mais consolidada.
Alvares-Mazzoti (1988) afirma que o Estado da Arte, em sua relevância para a produção
acadêmica, constitui-se em uma prática forte, especialmente em países desenvolvidos. Segundo
a autora, quando se fala em início de pesquisas, é importante ter ciência de que já há produções
de referência que podem e necessitam ser consideradas como um instrumento facilitador na
concepção de novos problemas de pesquisas.
Esse trabalho inicial é facilitado quando existem publicações com revisões atualizadas
sobre o tema de interesse do pesquisador. Embora a elaboração periódica dos chamados
“estados da arte” seja uma prática comum nos países desenvolvidos, estes raramente são
traduzidos para o português e, mais dificilmente ainda, são encontradas revisões de estudos
feitos no Brasil. De qualquer forma, sempre que houver revisões recentes é conveniente
começar por elas e, a partir destas, identificar estudos que, por seu impacto na área, e/ou maior
proximidade com o problema a ser estudado, devam ser objeto de análise mais aprofundada.
Caso não haja revisões disponíveis sobre o tema, é recomendável começar pelos artigos mais
recentes e, a partir destes, ir identificando outros citados nas respectivas bibliografias.
(ALVES-MAZZOTI. 1988. P. 179).
A autora destaca também a importância de complementação das produções coletadas
para a realização do estado da arte por questões temporais e de naturezas nas quais os trabalhos
foram produzidos. Desse modo, são relevantes os benefícios que a metodologia traz para o
pesquisador, em especial, a ampliação de visão de pesquisa e o conhecimento abrangente
quanto à relevância da própria pesquisa. No entanto, é destacado que o estado da arte não é
suficiente sozinho para a produção de um trabalho acadêmico, ele deve ser utilizado no geral,
mas sempre visando à importância do autor e a priorização dos aspectos identitários que
permeiam as produções do pesquisador. Afinal, essas singularidades poderão servir de base
para futuras pesquisas com a mesma temática e em momentos diferentes da história.
O estado da arte também é conhecido pela Academia com outras nomenclaturas como
estado do conhecimento compreendida por Vosgerau e Romanowski (2014) a partir da
definição de Brandão, Baeta e Rocha (1986).
A expressão estado da arte, ou estado do conhecimento, segundo Brandão, Baeta, e
Rocha (1986, p. 7), resulta de uma tradução literal do inglês, e conforme a autora tem por
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objetivo realizar levantamentos do que se conhece sobre um determinado assunto a partir das
pesquisas realizadas em uma determinada área. Estado do conhecimento é um “estudo
descritivo da trajetória e distribuição da produção científica sobre um determinado objeto,
estabelecendo relações contextuais com um conjunto de outras variáveis, como por exemplo,
data de publicação, temas e periódicos etc”. (UNIVERSITAS, 2000, p. 171 apud VOSGERAU;
ROMANOWSKI. 2014).
Sendo assim, as autoras defendem que o estado do conhecimento “não se restringe a
identificar a produção, mas analisá-la, categorizá-la e revelar os múltiplos enfoques e
perspectivas”, enquanto o estado da arte pode ser caracterizado como um road map para
direcionar a pesquisa e facilitar a linha de raciocínio do pesquisador, como um mapa de direção
(MESSINA. 1998 apud VOSGERAU; ROMANOWSKI. 2014).
No Brasil, as terminologias “estado da arte” e “estado do conhecimento” vêm sendo
utilizadas para o mesmo nicho de investigação bibliográfica restrita ao objeto de investigação
do pesquisador (VOSGERAU; ROMANOWSKI. 2014). Com essa perspectiva, este artigo
utiliza os dois termos – estado da arte e estado do conhecimento - para a realização de um
levantamento bibliográfico e a análise de conteúdo da produção acadêmica a respeito do objeto
investigado.
Como enfoque desta pesquisa e após análise das produções levantadas por meio do
estado da arte, o artigo aponta quais os aspectos metodológicos mais citados pelos autores
quanto à temática de cursinhos populares no Brasil e seus adjacentes tais como; educação
popular e pré-vestibular popular, sendo esses 3 (três), os descritores centrais da base do
levantamento bibliográfico da pesquisa. Assim como, aborda as sub-representações de estudos
e citações quanto aos novos movimentos com base na educação gratuita por meio da educação
popular e suas correlações aos novos atores que protagonizam a liderança deste Movimento.

2 METODOLOGIA
Como dito, tivemos como metodologia na abordagem qualitativa a proposta definida
como uma pesquisa bibliográfica. Por meio do levantamento de dados, esta possui caráter
descritivo e sua sistematização foi realizada por análise de categorias estabelecidas a fim de
mapear e discutir as produções desenvolvidas no âmbito da pós-graduação brasileira.
Inicialmente foram definidos os aspectos de corte temporal de investigação, para tanto,
os 10 (dez) anos de análises (2009 – 2019) estão inseridos em um momento de mudanças
estruturais e conteudistas do principal exame de acesso à educação superior: o Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem), que, a partir de 2009, passa a ser sua utilizado como forma de
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seleção unificada nos processos seletivos das universidades públicas federais brasileiras. Os 10
(dez) anos da análise buscam compreender as mudanças e adaptações realizadas pelos
cursinhos populares para se adequarem ao principal exame do país.
Segundo Sposito (2009), o estado da arte tem o papel de analisar o que foi produzido
em diferentes locais e tempos, assim como tem como finalidade o fomento de “intercâmbio da
academia com outros autores envolvidos no processo de educação e de produção de
conhecimento”. Para atingir tal finalidade, a pesquisa utilizou 3 (três) bancos de dados com
conteúdo acadêmico para a busca das dissertações e teses: periódicos da Capes, Biblioteca
Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e Google acadêmico, bases que facilitam o
acesso aos trabalhos de diferentes regiões do país organizados por uma cronologia.
Sendo assim, como etapas de pesquisas foram assim configuradas:

I. Identificação dos descritores de análise – foram definidas como descritores da pesquisa:


cursinhos populares e seus adjacentes: educação popular e pré-vestibular popular. As escolhas
foram feitas de maneira estratégica para identificação do avanço do movimento de cursinho
popular no Brasil e suas modificações após a década de 1950.
II. Definição do banco de dados para pesquisa – como acervo de busca foram estabelecidos:
periódicos da Capes, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e Google
acadêmico.
III. Designação dos critérios de sucesso para seleção do material analisado – foram
definidas na pesquisa como levantamento bibliográfico apenas dissertações e teses em âmbito
da pós-graduação stricto sensu publicadas no Brasil.
IV. Levantamento e coleta de material para pesquisa – foram estabelecidos filtros de
pesquisa quanto ao corte temporal e regional, sendo que apenas publicações depositadas nos
acervos definidos entre 2009 e 2019 e publicações brasileiras.
V. Filtragem, leitura e análise inicial das publicações coletadas – leitura dos materiais
levantados e realização das análises iniciais quanto às áreas de publicação e identificação de
referenciais teóricos que descreveram as investigações.
VI. Realização da síntese das publicações – realização das primeiras sínteses da pesquisa
quanto às contradições e similaridades das abordagens tratadas nas pesquisas selecionadas.
VII. Conclusão das análises das produções: apontamentos da síntese final. Busca-se, nesta
etapa, descrever os blocos temáticos mais abordados, aqueles pouco citados ou mesmo os sub-
representados e não citados pelos autores das produções investigadas. Assim como, citar as
técnicas de pesquisas mais utilizadas, referenciais teóricos e sugerir novas pesquisas ao que se
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refere aos novos movimentos de de Cursinhos Universitários Populares por meio da educação
gratuita e popular.
Desta feita, para a realização deste trabalho, foram levantadas nas referidas bases, 105
produções acadêmicas no total, das quais 79 eram dissertações de mestrado e 26 teses de
doutorado distribuídas em áreas variadas e campos do conhecimento, como: educação, ensino
da ciência, linguística aplicada, sociologia, educação física, psicologia e psicologia social,
geografia, letras e saúde.

3 APONTAMENTOS DOS ESTUDOS SOBRE OS CURSINHOS POPULARES NO


BRASIL
Como citado anteriormente, para compreender melhor as produções, foram utilizados os
3 (três) descritores para análise, sendo o principal deles: cursinho popular e dois adjacentes;
educação popular e pré-vestibular popular, e levantados 105 trabalhos acadêmicos, dos quais 79
eram dissertações de mestrado e 26 teses de doutorado (Tabela 1). Para tanto, apontamos
inicialmente que os estudos sobre cursinhos populares tendem a transitar em variadas áreas e
campos do conhecimento, tais como: educação, ensino da ciência, linguística aplicada,
sociologia, educação física, psicologia e psicologia social, geografia, letras e saúde. Após a
primeira análise e cortes direcionados, foram selecionadas para leitura na íntegra as produções
que se relacionam prioritariamente ao âmbito da pesquisa, ou seja, ao campo da educação. Já,
quando analisado o quantitativo de produções por ano de publicação, o levantamento destaca
oscilação de defesas de dissertações e teses a partir de 2009, como referido na tabela a seguir.

TABELA 1 – Quantidade de publicações de teses e dissertações por ano entre 2009 – 2019

QUANTIDADE DE DEFESAS DE TESES


ANO DA DEFESA
E DISSERTAÇÕES

2009 14

2010 02

2011 12

2012 07

2013 08

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2014 11

2015 11

2016 06

2017 11

2018 16

2019 07

Total 105
Fonte: Base de dados da pesquisa, 2019.

Com base nesses dados, nota-se que os anos de 2018 e 2009 foram os mais profícuos
em termos de produções sobre a temática de cursinhos populares e sobre educação popular e
pré-vestibular popular, seguidos de 2011, 2014, 2015 e 2017. Já no ano de 2019, segundo a
presente investigação, foram encontrados 7 (sete) registros de publicações no âmbito das pós-
graduações stricto sensu – mestrado e doutorado, com os descritores buscados.
As primeiras análises das produções acadêmico-científicas indicaram ainda uma
concentração regional dos trabalhos produzidos e suas defesas, visto que, do total de produções
investigadas, cerca de 49% delas estão depositadas em acervos do estado de São Paulo, no
sudeste do país.
Nota-se também que a concentração de produções possui certa proximidade com os
primeiros registros das iniciativas populares lideradas pelos movimentos universitários que
tiveram origem, ainda na década de 1950, em São Paulo, com o surgimento dos Cursinhos da
Poli (Escola Politécnica) e do Cursinho do Centro Acadêmico Armando Sales de Oliveira
(CAASO), em São Carlos, ambos da Universidade de São Paulo (USP). Historicamente, o
primeiro cursinho popular promovido pelos universitários da USP surge por meio da associação
de estudantes do curso de engenharia e o segundo surge, em 1957, pela movimentação dos
estudantes vinculados ao Centro Acadêmico CAASO que se trata do órgão representativo dos
estudantes de graduação da USP de São Carlos, campus que concentra cursos de ciências
exatas, tecnológicas e sociais aplicadas.
Segundo Castro (2005), atualmente as análises sobre cursinhos populares e seu histórico
são muito mais aprofundadas do que apenas descrever e compreender as origens do cursinho

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popular, visto que hoje há novas formas de organização de cursinhos populares e, em especial,
novos atores liderando as iniciativas; até porque, ainda nas primeiras décadas de seu
surgimento, a educação promovida pelos cursinhos populares estava desenvolvida,
majoritariamente, nos campi universitários ou em administrações municipais de caráter
progressista, característica essa de acordo com os exemplos citados anteriormente, temos na
Universidade de São Paulo.
Já quando analisadas as produções levantadas da região centro-oeste, o Distrito Federal
possui uma única produção encontrada com os descritores elencados, vinculada à área
acadêmica da psicologia social pela Universidade de Brasília (UnB). Todavia, não há quaisquer
citações elencadas na área da educação, fato este que também foi verificado em outros
estados/regiões em que compuseram os resultados desse estudo a partir dos descritores
pesquisados.
Quanto às temáticas abordadas nas produções investigadas, as com maior número de
citações nos trabalhos científicos são: acesso à educação superior, movimentos sociais e
educação popular. No campo do acesso à educação superior e educação popular, os
trabalhos de Bonaldi (2016); Bicalho (2014) e Oliveira (2013) apontam para os desafios
enfrentados por jovens de baixa renda no momento de realizar os exames para ingresso e,
depois, em outras situações que envolvem todas as relações sociais e culturais ao redor dos
estudantes, ampliando as dificuldades para o processo de permanência nas universidades.
Segundo Bonaldi (2016)

Esses estudantes expressam, ao início de suas trajetórias como postulantes ao Ensino


Superior, pouco conhecimento e poucas informações sobre os processos seletivos, as
carreiras e as próprias instituições de ensino. Essa lacuna dificulta a incorporação da
condição de universitário enquanto um destino social interiorizado como possível por
esses jovens, bem como o mapeamento dos possíveis horizontes (em termos de carreiras,
de instituições e de estratégias para o enfrentamento dos processos seletivos) a partir dos
quais esse destino poderia ser alcançado (P.104).

A citação de Bonaldi (2016) representa uma boa parte das produções que têm por base
a justiça social e a democratização de acesso à educação superior. Autores como Fonseca
(2018), Oliveira (2013) e Vasconcelos (2015) destacam os desafios externos que cercam os
estudantes e a relação com os movimentos sociais que surgiram na história.
De acordo com Siqueira (2011), o próprio surgimento dos cursinhos populares parte de
um contexto de desapontamento pelas ações governamentais para democratização do acesso à
educação superior. De outro lado, segundo o autor, induziram a uma mudança de pensamento
relacionado a manifestações que, antes, partiam de algo desordeiro e, após uma outra

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perspectiva, passam a ser ordenadas e com viés de ajuda ao próximo, parecendo lidar com o
imediato da busca de suprir uma necessidade.

Se antes eram marcantes as passeatas, os protestos públicos e as ocupações, esse


instrumento de reivindicação torna-se menos comum. Isso não significa afirmar que
essas ferramentas deixaram de ser utilizadas, mas tornaram-se menos generalizadas e
massivas.[...] Nesse sentido, se insere o surgimento dos cursinhos populares, sendo esta
uma ação dos movimentos sociais que tem um caráter operacional e propositivo. Ou
seja, a exemplo das associações de bairros, se articulavam para reivindicar saneamento
básico e demais infraestruturas e agora passam a se reunir e pensar soluções para si. Isso
ocorre por um estímulo ao pensamento “neoliberal” de resolver seus problemas locais,
usando a máxima “Pensar globalmente e agir localmente” e devido à dificuldade de
mobilização do povo (SIQUEIRA. 2011. P.13).

De ordem, nota-se que o movimento vindo da sociedade por melhores condições de


vida e acesso a serviços essenciais é marcado por um período no qual reivindicações e ações
tendem a caminhar juntas, especialmente quando se relaciona com a temática de educação
popular exercida pelos cursinhos populares no país. Nesse sentido, a própria proposta de
atuação dos cursinhos populares tem papel determinante nas conquistas sociais, econômicas e
políticas no Brasil. Já Capodeferro (2015) destaca em sua pesquisa a relação entre a busca pelo
acesso à universidade e a criação de oportunidades para o mercado de trabalho. O autor buscou
analisar as condições entre a relação da busca pelo acesso à educação superior e a visão de
melhores colocações no mercado de trabalho para a juventude da classe trabalhadora, a partir
de uma pesquisa de campo com um cursinho pré-vestibular popular.
Pini (2012), por sua vez, com o objetivo de compreender melhor o papel da educação
popular com o surgimento de cursinhos populares no Brasil, aborda a importância do
entendimento do que seria seu significado, visto que, na práxis social, é vista como aquela
educação não institucionalizada e que parte da iniciativa de grupos sociais com o objetivo de
contradizer a educação tradicional oferecida pelo governo. O movimento de cursinhos
populares se torna mais presente no contexto social, já que defende uma educação laica,
gratuita e que seja de qualidade para toda a sociedade como é apontado por autores importantes
da temática como Brandão (2014) e Paulo Freire (1982, 1987 e 2000) que defendem uma
educação popular democrática.
Sobre a conceituação de educação popular abordada neste estudo e sua relação com os
cursinhos populares, vale ressaltar que o termo não é sintetizado em um único molde e nem
distoante ao modelo das práticas pedagógicas, mas sim um conjunto de ideias que apontam as
diferentes formas de atuação do próprio campo da educação juntamente com reivindicações que
surgiram de diferentes grupos sociais ao longo das últimas décadas (BRANDÃO, 2014).
Também, segundo Brandão (2012), existem diferentes maneiras de estudarmos a educação

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popular. O autor divide os estudos em 4 áreas, sendo elas: “1) como a educação da comunidade
primitiva anterior à divisão social do saber; 2) como a educação do ensino público; 3) como
educação das classes populares ; 4) como a educação da sociedade igualitária”.
Vale resaltar que a temática de Educação Popular para Brandão (2012) não
necessariamente tem relação com a popularização da educação em diferentes camadas sociais,
mas sim a discussão de um movimento de educação popular capaz de criar novas possibilidades
para trabalhos político-pedagógico nas necessidades de transformações sociais no país. Assim
como, é importante destacar que a educação popular de Brandão e Paulo Freire se assemelham
nas afirmativas da necessidade de olhar cuidadosamente a realidade de cada espaço para
melhor adaptar as soluções necessárias para promover a cultura de educação popular – leitura
de mundo e investigação temática para a intervenção esclarecida e propositiva. Tal fundamento,
de acoro com os estudos encontrados se expressam nos cursinhos populares possuindo
diferentes caracteristicas de acordo com o espaço de atuação e os processos de formação dos
estudantes atendidos, como detalharemos a seguir.
Assim, nota-se que os movimentos de educação popular que começaram a tomar o país
nas décadas de 1940, 1950 e 1960 se fortaleceram e fazem parte do mundo contemporâneo na
busca de igualdade e educação democrático no Brasil. Assim como se observa nas propostas de
cursinhos populares, Pini (2012) e Castro (2005) debatem também as mudanças das
características dos movimentos sociais, relacionando-as com as próprias transformações dos
cursinhos populares ao longo dos tempos. Castro (2005), por sua vez, descreve as etapas dos
cursinhos populares em 4 (quatro) fases, a partir do desenvolvimento do capitalismo e o
aumento do processo de migração para os grandes centros nas capitais do Brasil devido às
buscas por novas oportunidades e a pressão popular advindas destes processos.
A primeira delas ocorreu ainda no final da décadas de 1940 e desapontamento na
década de 1950 quando o governo federal estipulava o projeto de desenvolvimento que deveria
seguir com o então presidente Getúlio Vargas. Segundo Castro (2005), ainda houve um projeto
de dependência internacional por meio da agenda de desenvolvimento em que houve discursos
que iam de encontro ao que a população acreditava serem as reais necessidades diárias.

No entanto, o curto período de “respeito” às instituições democráticas, de 1946 a 1964,


contribuiu para que a sociedade brasileira entrasse, como nunca até então, no debate
sobre as concepções de Brasil e os supostos caminhos para seu desenvolvimento
democrático. Podemos arriscar dizer que foi um dos momentos de mudança da
consciência e, certamente, das ações dos trabalhadores frente às práticas até aquele
momento dominantes. Foi o primeiro grande confronto contra as práticas populistas.
(WEFORT. 1978. apud CASTRO.2005).

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Como observado, as décadas de 1940, 1950 e 1960 deram a motivação inicial para o
que foi instituído como educação popular nos dias atuais. Ainda, segundo Castro (2005), a
segunda fase veio logo no período da ditadura militar entre 1964 e 1985, quando no Brasil os
cursinhos populares se relacionam de maneira mais próxima e apoiada por iniciativas da “ala
esquerda” contra as intolerâncias do governo na época. As pautas sociais e de solidariedade
lideraram e modelaram os cursinhos na época.
Já o terceiro momento surgiu na década de 1980 e possui resquícios até os dias atuais, a
partir deles, os cursinhos populares foram se moldando por certo afastamento ou
secundarização de ações diretas dos esgotamentos das práticas dos movimentos sociais e pelo
fortalecimento das práticas no âmbito universitário e as suas representações nos cenários
políticos, culturais e educacionais. Por fim, Castro (2005) destaca a última fase, que se
caracteriza com a junção dos primeiros momentos da história e o fortalecimento da prática de
educação popular no Brasil que dão sentido as atividades exercidas pelos cursinhos populares.
Conhecido como "novíssimos movimentos socias”, nos quais há a descentralização de ações, e
a universidade fortalece cada vez mais o seu espaço na comunidade e diversifica o perfil dos
agentes que estão à frente dos órgãos diretivos dos cursinhos universitários populares.
Outro ponto de discussão nas pesquisas encontradas pode se ser sintetizado como
aquele referentes aos desafios da educação básica até a educação superior. Autores como
Evers (2015), Capodeferro (2015), Fonseca (2018) e Martins (2018) são destaques no que tange
à temática de pré-vestibular popular e suas reflexões acerca do modelo ideal de trabalho com
jovens de baixa renda; sejam eles no modelo de melhor desenvolver habilidades como redação
ou mesmo aplicar o conhecimento em disciplinas específicas pensando no déficit de
conhecimentos que tiveram durante a trajetória escolar.
Evers (2015), em sua análise conclui que há um fenômeno de "engaiolamento" no que
diz respeito às práticas de aprendizado no âmbito da língua portuguesa e produções textuais. A
pesquisadora analisou 341 redações submetidas ao Concurso Vestibular da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul de 2014 (CVUFRGS) e verificou a existência de uma
padronização de ensino que, por muitas vezes, prejudica o aprendizado dos candidatos às
universidades brasileiras. Ao mesmo tempo, quando retratado no âmbito da educação popular,
a autora cita os cursos Pré-Vestibulares Populares (PVPs) e os desafios no âmbito de formação
dos estudantes e suas práticas e como as formas e conteúdo são reproduções acríticas de uma
fórmula estudada para aprovação no vestibular.
Fonseca (2018), por sua vez, em sua dissertação defendida na Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp), analisa, por meio de narrativas as “barreiras e facilitadores presentes nas
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trajetórias de transição do ensino médio para o superior traçadas, sobretudo, por estudantes
pobres e oriundos de escolas públicas” considerando a importância do acesso à educação
superior como critério de inserção no mercado de trabalho e a discussão sobre a privação do
nível de escolarização mínimo exigido pelos empregadores. Essa investigação corrobora com
Martins (2018), que cita a contribuição para o debate da importância do acesso à educação
superior e a relação com o mercado de trabalho e geração de novas oportunidades para a vida
de estudantes oriundos de cursinhos populares.
Quanto à abordagem metodológica das publicações, foi notado o elevado número de
publicações a respeito de estudos desenvolvidos por meio de pesquisa qualitativa e com aportes
teóricos tanto da sociologia da educação quanto referentes à educação popular. Além disso,
identificamos trabalhos que priorizam análises quantitativas caracterizadas pela demonstração
de dados que indicaram, especialmente, o atraso escolar de estudantes oriundos do ensino
público brasileiro e, consequentemente, aqueles que são os potenciais beneficiários dos
cursinhos populares.
Exemplo dessa característica apresentada foi a investigação de Pessoa (2014) que
aborda questões relevantes para o entendimento da busca por cursinhos populares por parte de
seus potenciais beneficiários, como aspectos de regionalismo e dados demográficos. Em sua
dissertação, o autor cita os fatores de sucesso e insucesso na trajetória entre o ensino médio
público e a educação superior no estado do Rio Grande do Norte. Para explicar tais fatores, o
autor se utiliza da pesquisa quantitativa nos seguintes aspectos: dimensão sociodemográfica e
suas seis variáveis, sendo elas: sexo, estado civil, autodeclaração, estado de federação em que
reside, ocupação profissional do candidato e renda mensal do candidato. Na sua pesquisa,
outros fatores foram analisados estatisticamente, tais como: dimensão familiar, cultural,
trajetória escolar e expectativa quanto ao acesso à educação superior (PESSOA, 2014).
Por fim, vale ressaltar que as produções aqui coletadas e analisadas nos oferecem uma
rica compreensão de ideias e análises temporais; entretanto, as compreensões não são de fato
lineares, são mutáveis e há várias singularidades dos próprios autores e os direcionamentos de
suas buscas e referências. As produções apresentadas no corte temporal trazem uma reflexão
sobre as prioridades e as lacunas de pesquisas, bem como endossam elementos da relação
destes com perspectivas de educação popular, contudo, com relação ao espaço da universidade
abrigando propostas de cursinhos populares pareceu ainda incipiente.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como observado, os diferentes modos de produzir conhecimento no Brasil quando se

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pesquisam temas referentes a cursinhos populares e seus temas adjacentes como a educação
popular são, na sua maioria, estudos históricos de movimentos sociais ou em contextos e
reflexões referentes à defasagem no fluxo idade-série no ensino público no país. A partir do
levantamento investigado, verificou-se o primeiro ponto de atenção, que se refere à
centralização das produções acadêmicas, em especial na região sudeste do país, podendo ter
como hipótese principal o fato de a região ter sido o berço dos primeiros cursinhos populares
no Brasil ainda no final da década de 1940 e fortemente atuante já no início da década de 1950.
No entanto, no primeiro momento, a pesquisa alerta acerca da importância da
diversificação regional do pensamento e entendimento sobre o fazer da educação popular, a
quem esta se direciona e por quem é desenvolvida, visto que, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio (Pnad) de 2019, as regiões norte e o nordeste apresentam o menor índice de
escolaridade no país. Tais eventos fazem com que haja uma maior necessidade de pesquisa
sobre o papel dos cursinhos populares nas regiões citadas e quais são os agentes que estão
atuando para cumprir com os desafios sociais enfrentados pelos cursinhos populares, sendo eles
com a inserção de pessoas oriundas de grupos econômicos sociais menos favorecidos na
educação superior.
Ratifica-se, portanto, o silenciamento dos estudos sobre a temática de cursinhos
populares, apesar de apresentarem o histórico e as referências das práticas dos movimentos
sociais anteriores e suas origens nas bases dos movimentos estudantis ainda na década de 1950,
de reflexões e investigações sobre quem são os agentes que hoje estão à frente desse legado de
movimentos de educação popular, mas marcadamente os estudantes universitários e como se
engajam na sua formação universitária com a compreensão do papel social das instituições
universidades.
Como visto no decorrer do texto, as próprias etapas de moldes do que seriam as ações
dos cursinhos populares, hoje, estão pautadas em momentos da história onde há a busca de
justiça social, junto a solidariedade num contexto adverso de um contexto social norteado por
premissas do capitalismo que dão ênfase ao individualismo, à meritocracia e à competição.
Parte daí, a importância de investigar outro objeto de estudo quando se refere a agentes que
estão à frente dos cursinhos populares nos dias atuais.
Demonstram, ainda, os desafios de produções mais recentes em relação a novas
configurações permitidas por meio da extensão universitária e a atuação social universitária,
bem como, no bojo da implementação de políticas sociais no Brasil, os próprios movimentos de
cursinhos populares foram se ampliando e abrindo espaço para outras configurações, como a
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dos cursinhos universitários populares (CUPs). Endossam ainda a compreensão dos CUPs,
como já mencionado, em dois sentidos que se interligam: primeiro como movimentos de apoio
à democratização do ingresso na educação superior brasileira, historicamente desigual e
elitizada, e, segundo, como espaços formativos que possibilitam aos estudantes universitários
se envolverem em atividades e práticas que, por vezes, não encontram nos currículos de seus
respectivos cursos. Estes estudantes pertencentes, muitas vezes, de realidades sociais distintas
de sua formação inicial e que por meio das experiências nos cursinhos, modificam sua forma de
olhar e intervir quanto aos aspectos sociais, econômicos e políticos que circundam seus
próprios cursos universitários e o modo como realizam a formação universitária neles.
Aspectos esses que se direcioam para novas investigações de grupos e agentes sociais que
constituem os chamados cursinhos universitários populares.

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