Dissertação (1) Dimenc
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Orientador:
Doutor Pedro Manuel de Almeida Carvalho Vieira
Júri:
Presidente: Doutor Mário Pereira Véstias
Vogal - Arguente: Doutor António José Castelo Branco Rodrigues
Vogal - Orientador: Doutor Pedro Manuel de Almeida Carvalho Vieira
Novembro
ISEL
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE
SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO E PUBLICAÇÕES
Orientador:
Doutor Pedro Manuel de Almeida Carvalho Vieira
Júri:
Presidente: Doutor Mário Pereira Véstias
Vogal - Arguente: Doutor António José Castelo Branco Rodrigues
Vogal - Orientador: Doutor Pedro Manuel de Almeida Carvalho Vieira
Novembro
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Agradecimentos
A realização deste trabalho não seria possível sem o apoio, colaboração e compreensão
das pessoas que são dispostas de seguida. A todos eles gostaria de exprimir a minha
enorme gratidão e reconhecer-lhes o elevado contributo que deram à concretização deste
trabalho.
À Celfinet e em especial ao Eng. Luís Varela pela compreensão e apoio que deu ao longo
da realização deste trabalho.
À Vodafone Portugal e em especial ao Eng. Carlos Caseiro, Eng. Raul Almeida e Eng.
Luís Chaves que tornaram possível contributo desta neste trabalho.
Ao Eng. Pedro Vieira pela oportunidade, orientação, amizade e acima de tudo pela
confiança que transmitiu desde o primeiro contacto.
Ao Eng. Ricardo Reis pelo apoio e incentivo que transmitiu desde os primeiros passos
desta longa caminhada.
À Janice Ferreira pela enorme compreensão, paciência e ajuda que deu e que toda a
diferença fez nos momentos mais difíceis.
À minha mãe, Olinda Lourenço, por, a partir de tão pouco, ter feito tanto por mim e tornar-
me no homem que sou hoje.
Ao Carlos Sousa por em poucas palavras me ter dado um novo fôlego na recta da meta.
A todos aqueles que não foram mencionados acima mas que de forma directa ou indirecta
contribuiram para a realização deste trabalho. A todos eles, o meu obrigado!
Abstract
The aim of this work is to evaluate the benefits of the Self-Organizing Networks (SON),
with regard to planning and optimization in Long Term Evolution (LTE) networks, not only
through its study but also through the development and testing of algorithms that assess
the functioning of some of its main functions.
The accomplished study on SON allowed the identification of a set of functions, such
as automatic Physical Cell Id (PCI) assignment, Automatic Neighbour Relation (ANR) and
automatic handover parameter optimization that can ease or even replace some of the
most common tasks in mobile network planning and optimization, in particular, LTE
networks.
Using an open source, Matlab® based, LTE simulator, available for academic
research, a set of algorithms, which allow the implementation of the functions in question,
were developed.
In addition to the implemented functions, a set of changes, which give this simulator the
ability to represent and simulate real networks were also introduced, allowing a more
coherent analysis of the developed algorithms.
The obtained results, beyond clearly showing the benefit of the developed algorithms,
were also compared with those obtained by the professional planning and optimization
tool, Atoll®, verifying a close performance level in some functions.
Finally, a graphical interface was developed that allows the design, configuration,
simulation and data analysis of the considered scenarios.
Keywords
Wireless Communications, Planning, Optimization, Operation, Self-Configuration, Self-
Optimization, LTE, SON
ix
Resumo
O objectivo deste trabalho consiste em avaliar os benefícios das Self-Organizing Networks
(SON), no que concerne ao planeamento e optimização de redes Long Term Evolution
(LTE), não só através do seu estudo, como também através do desenvolvimento e teste
de algoritmos, que permitem avaliar o funcionamento de algumas das suas principais
funções.
Palavras-chave
Comunicações Wireless, Planeamento, Optimização, Auto-Configuração, Auto-
Optimização, LTE, SON
x
Índice
Agradecimentos....................................................................................................................vii
Abstract.................................................................................................................................ix
Resumo.................................................................................................................................xi
Índice...................................................................................................................................xiii
Índice de Figuras.................................................................................................................xix
Índice de Tabelas...............................................................................................................xxiii
Índice de Equações............................................................................................................xxv
Acrónimos.........................................................................................................................xxvii
Lista de Símbolos.............................................................................................................xxxiii
1 Introdução........................................................................................................................1
1.1 Enquadramento..................................................................................................2
1.2 Objectivos...........................................................................................................2
2 Estado da Arte.................................................................................................................7
2.1.1 Requisitos................................................................................................................................... 8
x
2.1.6 Técnicas de Antenas Múltiplas.................................................................................................. 20
2.2.2 Arquitectura............................................................................................................................... 23
2.2.3.1 Auto-Configuração............................................................................................................ 25
3.1.2 Parametrização......................................................................................................................... 41
3.1.3 Optimização.............................................................................................................................. 47
xi
3.1.3.3 Optimização de Handover................................................................................................ 49
5 Análise de Desempenho...............................................................................................77
5.3 Simulação.........................................................................................................85
6 Conclusões..................................................................................................................109
6.1 Resumo...........................................................................................................110
6.2 Conclusões.....................................................................................................112
Anexo A..............................................................................................................................117
A.2 Self-Healing.............................................................................................................128
Anexo B..............................................................................................................................131
B.2 Funcionalidades......................................................................................................133
B.3 Interface..................................................................................................................134
B.3.2 Componentes..................................................................................................134
x
B.3.2.2 Barra de Ferramentas............................................................................................................. 136
B.6.4 Neighbour.......................................................................................................145
B.6.5 Handover........................................................................................................147
B.7.1 Desempenho...................................................................................................151
Anexo C.............................................................................................................................153
Referências........................................................................................................................157
x
Índice de Figuras
Figura 2.1 – Arquitectura genérica do E-UTRAN, [TS36300].............................................10
Figura 2.3 – Símbolo OFDM com portadoras ortogonais entre si, [LuSc05]......................13
Figura 2.8 – Mapeamento dos canais lógicos para os canais de transporte em downlink,
[TS36321].........................................................................................................18
Figura 2.9 – Mapeamento dos canais lógicos para os canais de transporte em uplink,
[TS36321].........................................................................................................18
Figura 4.3 – Estrutura da matriz de atenuação usada pelo LTE System-Level Simulator. 56
x
Figura 4.4 – Processo de comunicação entre UE e eNB usado pelo LTE System-Level
Simulator...........................................................................................................57
Figura 4.5 – Algoritmo de detecção (a) e resolução (b) de PCI através da função ANR.. .62
Figura 5.7 – Nível de sinal recebido estimado usando o simulador LTE; a) Cenário Urbano
Denso; b) Cenário Urbano; c) Cenário Suburbano; d) Cenário Rural.............87
Figura 5.8 – Distribuição de sectores na ROI usando o Atoll®; a) Cenário Urbano Denso;
b) Cenário Urbano; c) Cenário Suburbano; d) Cenário Rural..........................88
Figura 5.9 – Nível de sinal recebido estimado usando o Atoll®; a) Cenário Urbano Denso;
b) Cenário Urbano; c) Cenário Suburbano; d) Cenário Rural..........................89
Figura 5.10 – Exemplo para uma alocação de PCI usando uma distância mínima de
reutilização de 1500 m...................................................................................91
x
Figura 5.11 – Atribuição automática de PCI usando o método sequencial; a) Usando 168
PCI disponíveis; b) Usando 4 PCI disponíveis..............................................91
Figura 5.21 – Taxa de Oscilação de Handover sem e com optimização; a) Cenário Urbano
Denso b) Urbano..........................................................................................101
Figura 5.23 – Taxa de oscilação de handover no cenário Urbano Denso; a) HTTP sem
optimização; b) HTTP com optimização; c) VoIP sem optimização e d) VoIP
com optimização...........................................................................................104
x
Figura 5.24 – Taxa de oscilação de handover no cenário Rural; a) HTTP sem optimização;
b) HTTP com optimização; c) VoIP sem optimização e d) VoIP com
optimização..................................................................................................105
Figura 5.25 – Taxa de Oscilação de Handover para cenário Urbano Denso (Rede GSM
real vs Rede LTE simulada).........................................................................107
Figura 5.26 – Taxa de Oscilação de Handover para cenário Rural (Rede GSM real vs
Rede LTE simulada).....................................................................................108
x
Índice de Tabelas
Tabela 4.1 – Tabela de PCI gerada para atribuição...........................................................60
Tabela 4.2 – Peso atribuído a cada tipo de tráfego realizado por um UE..........................73
Tabela 5.14 – Valores optimizados de Histerese e TTT para cada tipo de cenário,
{dBm;TTT}..................................................................................................106
x
Índice de Equações
Equação 2.1 – Physical Cell ID............................................................................................30
x
Acrónimos
2G 2ª Geração
3G 3ª Geração
3GPP 3rd Generation Partnership Project
AMC Adaptive Modulation and Coding
ANR Automatic Neighbour Relation
ANRF Automatic Neighbour Relation Function
BCCH Broadcast Control CHannel
BCH Broadcast CHannel
BER Bit Error Rate
BLER BLock Error Rate
BSIC Base Station Identity Code
BTS Base Transceiver Station
CAPEX CAPital EXpenditure
CAZAC Constant Amplitude Zero Auto-Correlation
CCCH Common Control CHannel
CDMA Code Division Multiple Access
CDR Call Drop Rate
CGI Cell Global Identity
CINR Carrier to Interference plus Noise Ratio
CN Core Network
CQI Channel Quality Indicator
CR Contention Rate
CRS Cell-specific Reference Signal
CS Circuit Switch
CSFB Circuit Switched Fall Back
CTC Convolutional Turbo Coding
xx
DCCH Dedicated Control CHannel
DCH Dedicated CHannel
DFT Discrete Fourrier Transform
DHCP Dynamic Host Configuration Protocol
DL-SCH Downlink Shared CHannel
DMR Detection Miss Ratio
DNS Domain Name System
DTCH Dedicated Traffic CHannel
EMS Element Mangement System
ECGI Envolved Cell Global Identifier
ECM Connection Management
EDGE Enhanced Data rates for GSM Evolution
eNB evolved NodeB
eNodeB evolved NodeB
EPC Evolved Packet Core
EPS Evolved Packet System
E-UTRAN Evolved-UTRAN
FDD Frequency Division Duplex
FDMA Single-Carrier Frequency Division Multiple Access
FFR Fractional Frequency Reuse
FSS Frequency Selective Scheduling
GERAN GSM EDGE Radio Access Network
GIS Geographic Information System
GPRS General packet radio service
GSM Global System for Mobile Communications
GTP Generic Tunneling Protocol
HARQ Hybrid Automatic Repeat reQuest
HLR Home Location Register
HO Handover
HPI Handover Performance Indicator
HSDPA High-Speed Downlink Packet Access
xx
HSS Home Subscription Server
HW HardWare
ICIC Inter-Cell Interference Control
IMEI International Mobile Equipment Identity
IMSI International Mobile Subscriber Identity
IP Internet Protocol
ISI Inter-Symbol Interference
Itf-N North Bound Interface
KPI Key Performance Indicator
LAC Local Area Code
LTE Long Term Evolution
MAC Medium Acces Control
MAPL Maximum Allowable Path Loss
MBMS Multimedia Broadcast Multicast Service
MCCH Multicast Control CHannel
MCH Multicast CHannel
MCL Minimum Coupling Loss
MIMO Multiple-Input Multiple-Output
MLB Mobility Load Balancing
MME Mobility Management Entity
MRC Maximum Rádio Combining
MRM Measurement Report Message
MRO Mobility Robustness Optimization
MTCH Multicast Traffic Channel
NAS Non-Access Stratum
NGMN Next Generation Mobile Networks
NMS Network Management System
NR Neighbour Relation
NRT Neighbour Relation Table
O&M Operation & Maitenance
OAM Operation Aministration and Maitenance
x
OFDM Orthogonal Frequency-Division Multiplexing
OFDMA Orthogonal Frequency Division Muliple Access
OPEX OPerational EXpenditure
PA Power Amplifier
PAPR Peak to Average Power Ratio
PBCH Physical Broadcast CHannel
PCCH Paging Control CHannel
PCEF Policy Control Enforcement Function
PCFICH Physical Control Format Indicator Channel
PCH Paging CHannel
PCI Physical Cell Identity
PCRF Policy Control and Charging Rules Function
PDCCH Physical Downlink Control CHannel
PDCP Packet Data Convergence Protocol
PDN Packet Data Network
PDSCH Physical Downlink Shared CHannel
PDSCH/PUSCH Physical Downlink/Uplink Shared CHannel
P-GW Pdn GateWay
PHICH Physical Hybrid-ARQ Indicator CHannel
PLMN Public Land Mobile Network
PMCH Physical Multicast CHannel
PN Pseudo-Noise
PRACH Physical Random Access CHannel
PRB Physical Resource Block
PS Packet Switched
PSC Primary Scrambling Code
PSS Primary Synchronization Signal
PUCCH Physical Uplink Control CHannel
PUSCH Physical Uplink Shared CHannel
QAM Quadrature Amplitude Modulation
QoS Quality Of Service
x
QPSK Quadrature Phase Shift Keying
RAC Routing Area Code
RACH Random Access CHannel
RAN Radio Access Network
RAT Radio Access Technology
RB Resource Block
RLC Radio Link Control
RLF Radio Link Failure
RNC Radio Network Controller
ROI Region Of Interest
RRC Radio Resource Controller
RRM Radio Resource Management
RSRP Reference Signal Received Power
RSRQ Reference Signal Received Quality
S1-U S1 User Plane Interface
SAE System Architecture Evolution
SC-FDMA Single-Carrier Frequency Division Multiple Access
SCH Synchronization CHannel
SCTP Stream Control Transmission Protocol
SD Switch Diversity
SFR Soft Frequency Reuse
S-GW Serving GateWay
SINR Signal-to-Interference plus Noise Ratio
Self-Optimisation and self-ConfiguRATion in wirelEss
SOCRATES networkS
SON Self Organizing Networks
SSS Secondary Synchronization Signal
TA Tracking Area
TAC Tracking Area Code
TAI Tracking Area Identifier
TAO Tracking Area Optimization
x
TAP Tracking Area Planning
TAU Tracking Area Update
TCI Target Cell Identifier
TCP Transmission Control Protocol
TDD Time Division Duplex
TTI Transmission Time Interval
TTT Time-To-Trigger
UDP User Datagram Protocol
UE User Equipment
UL-SCH Uplink Shared CHannel
UMTS Universal Terrestrial Radio Access Network
URS UE-specific Reference Signal
UTRAN UMTS Terrestrial Radio Access Network
WCDMA Wide-Band Code-Division Multiple Access
WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave Access
xx
Lista de Símbolos
(1)
N Physical Cell Identity Group
I
(2)
N Physical Layer Identity
I
Eb Energia de Bit
Nt Ruído térmico
LUL,pmax Perdas máximas por atenuação numa transmissão em uplink
PTX,ref Potência de transmissão por RB
SeNodeB Sensibilidade de um eNodeB
BIUL Margem de interferência no uplink
BLNF Margem de desvanecimento log-normal
LBL Perdas corporais
L€PL Perdas por penetração em carros
LBPL Perdas por penetração em edifícios
Ga Somatório do ganho da BTS e UE
LJ Perdas provocadas por guias de onda
PTX,UE Potência de transmissão de um UE
NRB Número de RBs
NFeNodeB Noise Figure do eNodeB
TN Ruído térmico
∆f Espaçamento entre sub-portadoras
SINRREQ SINR mínimo
Perdas máximas por atenuação numa transmissão em
L DL,pm downlink
SUE Sensibilidade do UE
BIDL Margem de interferência no downlink
PTX,BTS Potência de transmissão da BTS
BW Largura de banda do canal
xx
RSRPc,ue RSRP da célula de serviço para o UE
Pc Potência transmitida pela célula de serviço
Lpl Perdas de percurso entre BTS e UE
xx
N Número de amostras
delta(v,vNAX,c) Limiar delta
v Velocidade de um UE
vNAS Velocidade do UE mais rápido
s Tipo de serviço
PL Perdas de percurso
PRÆCK Potência de transmissão do preâmbulo
PNAS Potência máxima
PO_RÆCK Potência recebida desejada
∆RÆCK Power Ramping Step
∆PREANBSe Offset do preambulo
N Número de tentativas de transmissão do preâmbulo
Rc Critério R para a célula de serviço
QNEAC,c RSRQ da célula de serviço
Qhystc Histerese da célula de serviço
Rn Critério R para a célula vizinha
QNEAC,n RSRQ da célula vizinha
Qoffsetc,n Offset entre a célula de serviço e respectivas vizinhas
TreceSection Tempo de reselecção de célula
xx
Capítulo 1
Introdução
Este capítulo pretende dar uma introdução ao estudo realizado, começando por um
enquadramento do mesmo, seguindo para a apresentação dos objectivos. No final deste
capítulo é ainda apresentada a estrutura que caracteriza o documento e os artigos
publicados.
1.1 Enquadramento
As comunicações móveis atravessam tempos de mudança. Nos últimos anos, tem-se
assistido a um aumento extraordinário do volume do tráfego de dados nas redes móveis.
Estudos como o apresentado em [EgDu10] estimam que nos últimos dois anos, o tráfego
de dados em todo o mundo tenha crescido aproximadamente 280%, e prevêem que este
valor venha a duplicar anualmente nos próximos cinco anos. O aumento da diversidade
de produtos e serviços, nomeadamente do tipo “Mobile Broadband Services”, em parte
impulsionado pela popularização dos smarthphones, é indicado como a causa mais
provável para este crescimento tão acentuado dos serviços de dados, face aos serviços
de voz. Toda esta procura dos mercados tem exigido um enorme empenho das
operadoras na implementação de soluções, capazes de acompanhar este crescimento, ao
mesmo tempo mantendo um elevado nível de competitividade. Toda esta evolução tem
levado ao aumento inevitável da complexidade das redes móveis celulares. A chegada do
LTE (Long Term Evolution), enquanto tecnologia de quarta geração para as redes móveis,
vem adicionar mais uma tecnologia às já existentes, Global System for Mobile
Communications (GSM) e Universal Terrestrial Radio Access Network (UMTS). Esta co-
existência destas múltiplas tecnologias, em muitos casos provenientes de diferentes
fabricantes, dificulta as tarefas de operação e manutenção por parte das operadoras.
Numa era cada vez mais exigente em termos de qualidade de serviço, a automatização
destas tarefas revela-se cada vez mais uma necessidade e um objectivo a ter em
consideração. Neste campo, o LTE assume um papel importante na medida em que
introduzirá pela primeira vez o conceito de rede auto-gerida. As Self-Organizing/Self-
Optimizing Networks (SON) são um conjunto de normas e funções introduzidas na
especificação do LTE, que permitirão às operadores automatizar as suas tarefas de
operação e manutenção (O&M), proporcionando uma resposta mais eficaz às novas
exigências de mercado e uma redução significativa de custos, marcando um ponto de
viragem no paradigma da operação e manutenção de redes móveis.
1.2 Objectivos
O presente trabalho aborda um conjunto de sistemas que integram a arquitectura das
SON, a qual permite a auto-gestão e optimização de redes celulares móveis de quarta
geração, que assentam na norma LTE. Esta arquitectura, que poderá ser centralizada,
distribuída, localizada ou híbrida, consiste num conjunto de funções que permitem auxiliar
Assim, este trabalho tem como objectivo avaliar os principais benefícios das SON, no
que diz respeito ao planeamento e optimização de redes de quarta-geração LTE, não só
através do seu estudo, como também através da implementação de algoritmos que
permitem observar e optimizar o funcionamento de algumas das suas principais funções.
1
http://nt.tuwien.ac.at/ltesimulator
2
http://www.forsk.com
3
http://www.3gpp.org
Carvalho, M., Vieira, P., "An Enhanced Handover Oscillation Control Algorithm in LTE
Self-Optimizing Networks", 14th International Symposium on Wireless Personal and
Mobile Communications (WPMC’11), Brest, France, IEEE, 2011.
Carvalho, M., Vieira, P., " Um Algoritmo Avançado de Controlo de Oscilação de Handover
em Redes LTE Auto-Geridas", 5º Congresso Comité Português da URSI – Detecção e
Medição de Sinais Rádio no Futuro das Radiocomunicações, Lisboa, Portugal, 2011.
Carvalho, M., Vieira, P., "Simulating Long Term Evolution Self-Optimizing Based
Networks", 1st Conference on Electronics, Telecommunications and Computers, Instituto
Superior de Engenharia de Lisboa (CETC’11), Lisbon, Portugal, 2011.
Este capítulo proporciona uma introdução aos conceitos e tecnologias que serão
abordados ao longo deste estudo. Neste capítulo começa-se com uma breve introdução
ao LTE (Long Term Evolution), analisando os seus requisitos, arquitectura, interface rádio,
e protocolos bem como outras características. Introduzidos os conceitos chave do LTE,
parte-se para o estudo das redes SON (Self-Organizing/Self-Optimizing Networks),
enquanto tecnologia para a implementação de redes auto geridas baseadas em LTE,
analisando as suas características e funcionamento para diferentes cenários.
A chegada da quarta geração das redes móveis, pela mão do 3GPP, com a
tecnologia LTE, irá marcar uma forte mudança no paradigma das comunicações móveis,
com a implementação de redes puramente Packet Switched (PS), colocando os serviços
de dados como principal área de negócio.
2.1.1 Requisitos
Largura de banda – escalável para maior flexibilidade de espectro: 1,25; 1,6: 2,5; 5;
10; 15; 20 MHz;
O LTE foi desenhado apenas para suportar serviços comutados por pacotes, em
contraste com os modelos baseados em comutação por circuitos nas gerações anteriores.
Ao LTE associam-se dois termos, o primeiro está associado a uma evolução da
tecnologia de acesso rádio UTRAN designado de E-UTRAN, o segundo está associado a
uma evolução dos aspectos não rádio, mais concretamente à arquitectura de core, e
designa-se de System Architecture Evolution (SAE). Juntos, estes dois conceitos dão
origem ao Envolved Packet System (EPS).
de um equipamento central para gestão rádio, como é o caso do RNC (Radio Network
Controller), característico do UMTS. Contudo, a descentralização de esta e outras
funcionalidades obriga a que os eNBs troquem informação entre si, nomeadamente em
situações de handover como se passava com a interface IuR no UMTS. Assim, na E-
UTRAN, os eNB estão interligados entre si por intermédio de uma interface designada de
X2 e interligados com a rede EPC (Evolved Packet Core) através de dois tipos de
interface, S1-MME para a interligação com a entidade MME e S1-U para interligação ao
S-GW, [3GPP06], Figura 2.1.
X2 E-UTRAN
eNB eNB
eNB
O eNB actua como bridge entre o User Equipment (UE) e o EPC, transferindo a
informação proveniente da conexão rádio existente com o UE para uma dada conexão IP
(Internet Protocol) com o EPC. O eNB é responsável pela gestão de recursos rádio
através do RRM (Radio Resource Management) e desempenha um papel importante na
gestão de recursos rádio em conjunto com o MME. Com base nas medidas rádio
reportadas pelo UE e nas medidas efectuadas pelo eNB, o eNB toma decisões quanto ao
handover de um UE entre células.
O SAE é uma evolução do core GPRS (General Packet Radio Service) com algumas
diferenças, das quais se destacam o facto de ser totalmente baseada em IP (All-IP) e
suportar a mobilidade entre redes heterogéneas. O principal elemento da SAE é o já
referido EPC, também designado de SAE Core. O EPC é uma designação lógica ao grupo
constituído pelos seguintes elementos:
Policy Control and Charging Rules Function (PCRF) – responsável pelas políticas
de decisão, bem como pelo controle das funcionalidade de charging através de
uma Policy Control Enforcement Function (PCEF);
A interface X2 é, como já foi referido, usada para interligar eNB(s) e usa os mesmos
protocolos que a interface S1, quer para o plano de utilizador quer para o plano de
controlo. A interface X2 pode ser estabelecida quando existe necessidade de dois eNB
trocarem informação entre si. O estabelecimento da interface X2 poderá ser despoletado
por dois eventos: carga de tráfego ou informação de interferência e informação de
handover. A inicialização do procedimento para estabelecer uma interface X2 começa
com a identificação do eNB destino da ligação. Esta identificação é levada a cabo pela
Automatic Neighbour Relation Function (ANRF). O funcionamento desta função será
abordado mais tarde aquando do estudo das SON.
Num sistema tradicional, os símbolos são enviados em sequência através de uma única
portadora cujo espectro ocupa a largura de banda disponível no canal. Nestes sistemas,
para separar os canais são inseridas bandas de guarda. A técnica de transmissão OFDM
(Orthogonal Frequency-Division Multiplexing) baseia-se numa modulação multi-portadora,
onde os dados a transmitir são enviados de um modo paralelo em diversas sub-
portadoras espaçadas entre si, e cuja frequência atribuída a cada uma permite que estas
sejam ortogonais entre si. Esta característica apresenta inúmeras vantagens, de entre as
quais, uma maior eficiência espectral, maior robustez à interferência Inter-Simbólica (ISI),
imunidade ao efeito multi-percurso, entre outras. Apesar das vantagens, o facto de termos
sub-portadoras ortogonais torna este sistema mais sensível a desvios de frequência. Para
além disso, os sinais OFDM possuem uma elevada relação de potência de pico/potência
média PAPR (Peak to Average Power Ratio). A Figura 2.3 ilustra o espectro de um
símbolo OFDM.
Figura 2.3 – Símbolo OFDM com portadoras ortogonais entre si, [LuSc05].
como o elevado PAPR que caracteriza os símbolos OFDM, e que só pode ser minimizado
através de uma amplificação bastante linear, pela necessidade de esquemas de
codificação adaptativa e pela baixa tolerância deste esquema a desvios de frequência.
Devido às características do UE, alcançar estes objectivos seria muito difícil,
principalmente no que toca à redução do PAPR que exigiria uma amplificação linear por
parte do UE o que iria traduzir-se num consumo de energia elevado. Por estes motivos,
em uplink foi adoptada a modulação SC-FDMA (Single Carrier FDMA), uma derivação do
OFDM. O SC-FDMA ou DFT-Spread-OFDM (Discrete Fourrier Transform Spread FDMA)
é um esquema de transmissão que através da aplicação da DFT a um conjunto de N
símbolos em uplink, consegue mapear cada transmissão em diferentes portadoras com
diferentes larguras de banda, ver Figura 2.5.
tipos: User Plane e Control Plane. A Figura 2.6 mostra a pilha protocolar no plano de
utilizador.
UE eNB
PDCP PDCP
RLC RLC
MAC MAC
PHY PHY
Para o plano de controlo temos a sinalização entre UE, eNB e MME. Todas as
decisões de mobilidade são levadas a cabo pelo eNB, mas o MME também actua quando
esta ocorre entre eNB diferentes através da camada NAS, que permite sinalização entre o
UE e o MME, Figura 2.7.
Através de canais lógicos, a interface MAC troca informação com a camada RLC. Os
canais lógicos podem ser divididos em canais de controlo, para o transporte de
sinalização, e canais de tráfego para o transporte de dados do utilizador. O conjunto de
canais de controlo é:
Multicast Traffic Channel (MTCH) – Usado para transporte dos dados do utilizador
para serviços multimédia, MBMS (Multimedia Broadcast Multicast Service) em
downlink.
Através de canais de transporte os canais físicos trocam informação com a camada MAC.
O LTE contém apenas canais de transporte comuns não possuindo canais dedicados
(e.g. DCH (Dedicated Channel) no WCDMA (Wide-Band Code-Division Multiple Access)).
Os canais de transporte proporcionam a interface entre a camada MAC e a camada física.
Dependendo das condições de transmissão na interface rádio, os dados são
multiplexados em canais de transporte. Os canais de transporte são os seguintes:
Broadcast Channel (BCH) – Usado para difusão dos parâmetros da rede que
permitem aos móveis aceder a esta;
Paging Channel (PCH) – Canal que transporta a informação de paging para o UE,
para que este passe do estado RRC_IDLE para RRC_CONNECTED na sequência
de um pedido da rede. Adicionalmente é usado para informar o UE de
actualizações na informação de sistema;
Multicast Channel (MCH) – Canal usado para transportar dados dos utilizadores ou
informação de controlo em multicast;
Random Access Channel (RACH) – Usado para acesso aleatório dos móveis à
rede, quando estes não se encontram sincronizados com a rede.
Figura 2.8 – Mapeamento dos canais lógicos para os canais de transporte em downlink,
[TS36321].
Figura 2.9 – Mapeamento dos canais lógicos para os canais de transporte em uplink,
[TS36321].
Os múltiplos percursos que um sinal pode tomar quando viaja do UE para o eNB e
vice-versa, dão origem a várias réplicas que chegam às antenas em diferentes instantes.
Devido aos diferentes percursos, cada réplica sofre um desvio de fase em relação ao sinal
original o que é indesejado pelo facto de poder anular o sinal resultante no receptor. O
Modo Diversidade é uma técnica que permite usar múltiplas antenas, de modo a
aumentar a qualidade de ligação entre um emissor e um receptor, podendo ser
implementada no emissor ou receptor ou em ambos. Este mecanismo de diversidade
consiste em usar duas ou mais antenas colocadas a uma determinada distância entre si,
para que possam receber sinais provenientes de diferentes caminhos e que, através do
uso de técnicas combinação de sinal ou comutação entre antenas, possam aumentar o
ganho do sinal recebido. As principais técnicas conhecidas, são o MRC (Maximum Ratio
Combining), uma técnica que combina os sinais provenientes de diferentes antenas
através de algoritmos de processamento para maximizar o nível de SNR e o SD (Switch
Diversity), onde o receptor comuta de antena sempre que verifica que a potência do sinal
recebido ou que o nível de ruído aumenta numa antena e desce noutra. A diversidade na
transmissão aumenta a área de cobertura de uma célula, e permite aumentar os débitos
na ligação, através da escolha do caminho que maximiza o Signal-to-Noise Ratio (SNR).
As SON têm vindo a ser discutidas desde o início da especificação do LTE (E-
UTRAN) pelo 3GPP, mais concretamente desde a sua primeira publicação (Realease-8).
Desde então tem sido alvo de uma série de melhorias através das publicações que se
seguiram (Release 9 e 10). Para além dos desenvolvimentos levados a cabo pela NGMN
e pelo 3GPP, existem outros projectos a nível europeu, que têm contribuído
significativamente na especificação das SON, dos quais de destaca o projecto
SOCRATES5 (Self-Optimisation and self-ConfiguRATion in wirelEss networkS) que visa o
desenvolvimento de mecanismos para auto-gestão de redes sem fios, através da
integração do planeamento, configuração e optimização num único processo que
minimiza a intervenção humana, [NNJT10].
4
http://www.ngmn.org
5
http://www.fp7-socrates.org
2.2.2 Arquitectura
Numa arquitectura do tipo distribuída, todas as decisões são tomadas ao nível dos
elementos de rede (e.g. eNB). Neste caso, os algoritmos de optimização são executados
ao nível do eNB. Esta solução diminui drasticamente a complexidade no EMS/NMS, pois
todo o processo de convergência passa a ocorrer localmente, bastando a estes manter
um registo das alterações que vão sendo feitas na rede. Um exemplo prático do
funcionamento desta arquitectura poderá ser o caso em que uma célula de um dado eNB
precisa de trocar informações com uma outra célula de um outro eNB. Neste caso ambos
os eNB precisam de trocar informações entre eles através da interface X2. Dependendo
do número de optimizações, este tipo de situações poderá provocar um aumento do
tráfego nas interfaces X2, o que deverá ser tido em conta neste tipo de arquitectura.
Numa arquitectura do tipo localizada, as decisões são tomadas ao nível da célula não
afectando necessariamente as suas vizinhas. Numa arquitectura do tipo Híbrida, temos
decisões que são tomadas, quer ao nível local quer ao nível central da rede. Este tipo de
solução é útil para optimizações com diferentes requisitos. Para além disso, esta
arquitectura permite a optimização entre equipamentos de diferentes fabricantes através
de interfaces X2 e interfaces Itf-N (North Bound Interface), [TS32521].
A Figura 2.11 pode ser ainda complementada com a inclusão das funções de auto-
diagnostico/auto-reparo e aplicação de esquemas de resolução tal como é sugerido por,
[Lehe08]. Nas secções que se seguem descreve-se, de um modo geral, as principais
funções de configuração e optimização existentes nas SON. No Anexo A são descritas as
funções mais avançadas das SON.
2.2.3.1 Auto-Configuração
S-GW, MME e servidor do qual irá descarregar a sua configuração. Uma vez estabelecida
a ligação OAM, o eNB descarrega a versão de software mais indicada assim como a
configuração mínima que lhe permite saber: restantes elementos aos quais se deve ligar,
bandas de frequências, etc. A informação disponibilizada ao eNB deverá permitir
igualmente que este estabeleça uma ligação SCTP com pelo menos um MME. Uma vez
estabelecida a ligação com o MME, o eNB deverá recolher a informação necessária para
estabelecer uma interface S1-MME. Para permitir as funções de mobilidade e ICIC (Inter-
Cell Interference Control), a interface X2 deverá ser igualmente estabelecida inicialmente
com os eNB indicados por O&M. Uma vez integrado, o eNB poderá estabelecer outras
ligações X2 com outros eNB com base nas funções de ANR, de modo a optimizar
handover.
Após a configuração do eNB, dá-se início à segunda fase, com a configuração das
relações-vizinhança através do mecanismo de ANR, o qual será descrito nos subcapítulos
que se seguem.
Uma das principais causas para o aumento do CDR (Call Drop Rate) numa rede móvel,
está na má definição de relações vizinhança ou mesmo na ausência destas. Tipicamente
nos sistemas 2G e 3G, a especificação das relações vizinhança é levada a cabo através
de ferramentas de planeamento, que através de mapas estimam a propagação e daí as
relações vizinhança necessárias para garantir o handover. No entanto, imperfeições nos
mapas usados ou alterações ao meio físico, dão origem a discrepâncias entre as relações
previstas e as realmente necessárias, o que obriga à realização de drive tests para
identificar exaustivamente as regiões de handover, [AmFr08]. Para além das
discrepâncias entre as vizinhas planeadas e regiões de handover, o próprio processo de
criação/actualização de relações vizinhança, representa uma percentagem considerável
das tarefas de operação e manutenção de uma rede móvel, nomeadamente, em
ambientes multi-fornecedor.
informação do Target Cell Identifier (TCI) que identifica a célula destino. Na E-UTRAN, o
TCI corresponde ao E-UTRAN Cell Global Identifier (ECGI) e PCI da célula destino. Cada
NR na NRT deverá ter três atributos: NoRemove, NoHO e NoX2. Estes atributos
determinam qual o tratamento que deverá ser dado a cada NR aquando da análise de
relações vizinhança pela função de ANR. Assim, estes atributos têm a seguinte definição:
NoRemove – atributo que indica que a NR em análise não deverá ser removida da
NRT;
NoHo – atributo que indica que a NR em análise não deverá ser usada pelo eNB
para fins de handover;
NoX2 – atributo que indica que a NR não deverá usar a interface X2 para iniciar os
procedimentos de handover com o eNB que detém a célula de destino.
A Figura 2.12, mostra uma proposta de funcionamento da função ANR pelo 3GPP,
[TS36300]. Nesta podemos observar a interacção entre a função ANR e o RRC, bem
como a ligação O&M com outros eNBs da rede.
Cell A Cell B
Phy-CID=3 Phy-CID=5
Global-CID =17 Global-CID =19
3) Report Global-CID=19
2b) Read BCCH()
O eNB onde a função de ANR está a ser executada intrói os UEs que está a servir
para realizarem medições nas células vizinhas por eles descodificadas. Este
procedimento é feito com base em políticas que são definidas pelo controlador de
recursos rádio ou RRC. Com base na Figura 2.13, uma vez dada a indicação aos UEs
para recolha de medidas, o procedimento seria o seguinte:
2. Com base no PCI recebido, o eNB intrói o UE a ler o ECGI, TAC e PLMN ID de
todas as células vizinhas por ele descodificadas;
Cell A Cell B
Phy-CID=3 Phy-CID=5
Global-CID =17 Global-CID =19
3) Report Global-CID=19
2b) Read BCCH()
Neste cenário, o eNB da célula que está a servir o UE e na qual está a ser executada
a função ANR, instrói o UE para realizar medidas em células de outras RAT /
Frequências. Neste cenário o eNB pode usar diferentes políticas para instruir o UE nas
realizações de medidas e na escolha do momento certo para as reportar.
1. O eNB instrói o UE para procurar por células vizinhas em outras RAT/Freq. Para
isso, o eNB precisa de agendar períodos de idle para que o UE possa escutar o
meio por células em outras frequências;
2. Uma vez concluída a recolha de dados, o UE reporta o PCI das células detectadas.
O PCI será definido pela: frequência da portadora e pelo Primary Scrambling Code
(PSC) no caso de se tratar de vizinha UTRAN FDD; frequência da portadora e Cell
ID no caso de UTRAN TDD; Indicador de Banda, BSIC (Base Station Identity Code)
3. Usando o PCI descoberto, o eNB instrói o UE para ler a informação das células
detectadas. O UE irá ler o: CGI (Cell Global Identity) e RAC (Routing Area Code)
no caso de se tratar de uma célula GERAN; CGI, LAC (Local Area Code) e RAC no
caso de se tratar de uma célula UTRAN; CGI no caso de se tratar de uma célula
CDMA2000. Para o caso de células com frequências diferentes o eNB instrói o UE
usando o PCI recebido para ler o ECGI, TAC (Tracking Area Code) e todas as
PLMN (Public Land Mobile Network) ID das células encontradas. Neste último
procedimento, o eNB agenda um período de IDLE para o UE para este descodificar
a informação das células vizinhas;
Para o caso particular de células de frequências diferentes, o eNB poderá usar o PCI
e ECGI para estabelecimento de uma nova ligação X2 para o eNB pertencente.
Para que um UE consiga sincronizar com uma célula em downlink, este terá de obter o
PCI da mesma. O PCI é um parâmetro de configuração essencial contido no SCH
(Synchronization Channel). Com base no 3GPP, [TS36321], existem no total 504 PCI
possíveis numa rede E-UTRAN distribuídos por 168 grupos designados de Physical Cell
Identity Groups, onde cada um contém três identificadores únicos,
PCI = 3N(1) + N(2) (2.1)
ID ID
onde 3N(1)pode tomar valores entre 0 e 167, representando o Physical Cell Identity
I
Group, e N(2) pode tomar valores entre 0 e 2, representando o Physical Layer Identity
I
6
Tecnologia móvel 3G especificada pelo 3GPP(Third Generation Partnership Project) que utiliza a
tecnologia CDMA (Code Division Multiple Access) para transmissão de voz dados e sinalização entre UE e
BTS;
O Physical Cell ID de uma célula não deve ser igual ao das suas células vizinhas;
2. São definidos um conjunto de Physical Cell IDs temporários. Cada célula do eNB
escolhe um Physical Cell ID temporário;
3. De acordo com a função de ANR, o UE reporta os Physical Cell ID das células por
ele detectadas e reporta à célula que lhe está a fornecer serviço. Desta forma as
células em torno da nova célula recebem o relatório do UE com o Physical Cell ID
da nova célula. Por outro lado, a nova célula recebe o relatório das células que lhe
são vizinha;
7. Uma vez recebida a informação das células vizinhas, a célula nova poderá escolher
um Physical Cell ID que respeite as condições anteriormente referidas;
8. A nova célula informa depois as suas vizinhas que alterou o seu Physical Cell ID,
desta vez definitivo.
A função que visa a optimização da mobilidade dos UEs, também designada de Mobility
Robustness Optimization (MRO), tem como objectivo melhorar a performance ao nível do
handover na rede, melhorando a performance entregue ao utilizador e aumentando a
capacidade da rede. Isto é feito através do ajuste dos parâmetros da célula, para
aumentar ou diminuir os limites de HO (HandOver) com base na análise de Handover
Performance Indicators (HPI). Estes indicadores poderão ser o número quedas de
chamada devido a falhas no link rádio, o número de handovers falhados ou mesmo a
oscilação de handover entre células.
7
http://www.pbinsight.eu
onde PTX,UE é a potência total do UE e NRB o número de RBs existentes em cada símbolo.
O SeNodeB, por seu lado, é dado pela equação 3.3,
onde PTX,ref é a potência máxima da BTS por RB, SUE a sensibilidade do UE, BIDL margem
de interferência no downlink, BLNF desvanecimento log-normal, LBL as perdas corporais
(body loss), LCPL a margem de penetração em carros (se previsto), LBPL a margem de
penetração em edifícios (se previsto), Ga o somatório dos ganhos da BTS e UE e
finalmente LJ o total de perdas provenientes das infra-estruturas da estação (e.g. cabos,
splitters, etc.). Em downlink a potência total da BTS é partilhada entre todos os RBs. À
semelhança do uplink, quantos mais RBs existem, menor é a potência atribuída a cada
um. Assim, PTX,ref em downlink poderá ser dado pela equação 3.5,
onde PTX,BTS é a potência total do PA (Power Amplifier) e NRB o número de RBs existentes
em cada símbolo e que depende da largura de banda do canal. Em alguma bibliografia é
possível encontrar situações onde o PTX,ref é considerado como sendo a potência máxima
por sub-portadora. Nesse caso, PTX,ref é dado pela equação 3.6,
BW
PTX,ref = PTX,BTS — 10 log1O ( ) (3.6)
∆
Quanto maior for o MCS maior deverá ser o SINR e vice-versa, o que significa que
esquemas de modulação com menor eficiência espectral (e.g. QPSK) requerem valores
de SINR baixos, ao passo que esquemas de modulação com maior eficiência espectral
(e.g. 64QAM) requerem valores de SINR elevados. O SINR poderá ser estimado de duas
formas:
Utilizando tabelas que relacionam o débito máximo com SINR médio, obtidas
através de simuladores do tipo Link-Level;
Utilizando a formula Shannon-Alpha que constitui uma aproximação numérica às
simulações do tipo Link-Level.
3.1.2 Parametrização
Assim, a TA deverá ser planeada para ser relativamente grande, de modo a minimizar
a sinalização e situações de perca de mensagens de paging, devido ao atraso resultante
do UE atravessar TA diferentes. Se existirem situações onde se preveja uma maior carga
de paging, poderá proceder-se à redução do tamanho da TA ou criar várias TA de menor
dimensão.
8
Sequência pertencente à classe de sequências exponenciais complexas cujo sua auto-correlação discreta
em sinais não desfasados é nula. Em adição, as sequências Zandoff-Chu possuem uma amplitude
constante, [Mans09].
O LTE está desenhado para funcionar em ambientes onde existe interferência co-
canal. Cada eNodeB/sector que opere no mesmo canal, poderá ser interferido pelo sinal
proveniente de outros eNodeBs/sectores. O Carrier to Interference plus Noise Ratio
(CINR) mede a relação entre o sinal da portadora de serviço e os sinais das portadoras
interferentes. De modo a minimizar as situações de baixo CINR, foram desenvolvidos os
seguintes métodos:
Resource Block Group Assignment (RBGA) – Planear diferentes RBs para cada
sector de modo a minimizar os efeitos da interferência;
Frequency Selective Scheduling (FSS) – O escalonador utiliza os RBs que
oferecem melhor performance para transmitir os dados para os utilizadores;
Inter-Cell Interference Coordination (ICIC) – Baseia-se numa estratégia de
escalonamento. Estas estratégias incluem o SFR (Soft Frequency Reuse) e FFR
(Fractional Frequency Reuse).
No âmbito deste trabalho, para o estudo de mobilidade dos UEs, por imposição do
simulador LTE adoptado e o qual será descrito no capítulo 4, será apenas focado o
estado UE RRC_CONNECTED.
Mais uma vez, por imposição do simulador LTE adoptado, será apenas abordado o
handover do tipo intra-frequência, intra-MME/SGW.
O trigger de handover intra-frequência pode ser configurado para reagir pelo valor do
RSRP ou RSRQ ou ambos. Se o eNodeB identificar uma célula vizinha candidata, cujas
características de cobertura superam as da célula de serviço, então o procedimento de
handover é iniciado.
3.1.3 Optimização
No que diz respeito aos processos de optimização de uma rede celular móvel LTE, estes
assemelham-se aos já usados na UTRAN e baseiam-se essencialmente na análise de
KPIs. Através da análise de indicadores, após a integração e ao longo da vida de um
eNodeB, resultam ajustes de parâmetros como potência, tilt, relações vizinhança, entre
outros, que visam a optimização dos pontos que foram analisados anteriormente:
Qualidade, Cobertura e Capacidade.
É na fase de optimização que o papel das SON mais se evidência. A aplicação das
funções SON na fase de optimização permite eliminar tarefas, que até agora pertenciam à
componente de planeamento. Como descrito no capítulo 2, a optimização de potência, o
ajuste de tilt com vista à minimização da interferência ou a criação de relações vizinhança,
são tarefas bastante exaustivas e cujo erro humano poderá resultar numa degradação
significativa dos KPIs. A realização destas tarefas por parte de funções SON, permite
aliviar consideravelmente, a intervenção humana necessária para o rollout e optimização
de novas BTS.
Sempre que existe uma colisão de PCI, a performance dos UEs degrada-se de tal forma
que poderão mesmo perder conectividade com a célula de serviço. Outro problema que
se levanta com o conflito de PCI prende-se com o relatório de medidas do UE, aquando
da necessidade deste fazer handover para uma outra célula. Se existir uma célula na
proximidade de um UE cujo PCI é idêntico ao PCI da célula de serviço, para além de
interferir, esta poderá impedir a recepção correcta do relatório de medidas pela célula de
serviço. Assim, a principal prioridade a ter em consideração no processo de atribuição de
PCI a cada célula, é maximizar a distância de reutilização dos mesmos, de modo a evitar
situações de interferência, quer no UE quer no eNodeB/sector.
Desde as primeiras especificações criadas para o LTE, que têm surgido várias
propostas de algoritmos de atribuição de PCI, que tentam minimizar o risco de colisão,
tais como as referenciadas em [LLZY10] e [LLZW10]. Com base nos estudos realizados
pode-se concluir que existem essencialmente três métodos de atribuição de PCI a um
eNB, são eles:
Escuta dos PCI difundidos pelos eNB vizinhos usando um receptor de downlink e
através de interrupções coordenadas da transmissão, como se de um UE se
tratasse;
Recepção do relatório de medidas de todos os UEs na área, antes de iniciar a
transmissão;
Estabelecimento de uma ligação SCTP através da interface X2 com eNodeBs
vizinhos.
Apesar das soluções indicadas, uma terceira, descrita em [AFGH08], revela-se mais
eficiente na medida em que aproveita a função ANR para resolver conflitos de PCI. Esta
solução baseia-se em dois métodos para identificação de conflitos de PCI: utilizando a
Tal como foi referido no capítulo 2, no que diz respeito a questões de mobilidade, uma
das funções proposta pelas SON é o ANR. Através da função ANR, a rede adapta-se às
necessidades de mobilidade de cada utilizador, dispensando a criação manual de
relações vizinhança. Esta função torna-se bastante benéfica para o desempenho da rede,
pois evita falhas de handover por falta de relações vizinhança. No que concerne ao
funcionamento desta função, várias propostas têm surgido como a descrita em,
[AFGH08]. No âmbito deste trabalho será criado um algoritmo baseado no trabalho
desenvolvido por [AFGH08], para criação automática de relações vizinhança e
simultaneamente resolução de conflitos de PCI.
NHOFail NHOFail
HPIHOF = HOatmp = (3.10)
(NHOsucc+NHOFail)
N
onde NKOATNP corresponde à soma dos handover com sucesso (NKOcucc ) com o número
de handovers falhados (NKOfaiS ). Já o indicador de performance de oscilação de handover
mede a taxa a que uma chamada é entregue da célula A para a célula B e é devolvida à
célula A, num período de tempo que é inferior a um designado período crítico (Tcrit ). O
HPIKPP é calculado como o número de handovers por oscilação (NKOpp ), dividido por ele
mesmo somado do número de handovers que não sofreram oscilação (NKOnpp ) e o
número de handovers falhados.
HPIHPP NHOpp
= (3.11)
NHOpp+NHOnpp+NHOFail
9
http://nt.tuwien.ac.at/ltesimulator
A Figura 4.1 ilustra os vários blocos que compõem o “System Level Simulator of LTE
Networks” proposto pelo TU-WIEN, [IWRu10].
No que diz respeito ao seu funcionamento, este divide-se em duas fases. A primeira fase
diz respeito à criação do cenário para simulação, enquanto a segunda diz respeito à
simulação propriamente dita da comunicação entre eNodeB e UE, com base em
intervalos de transmissão, apelidado na maior parte das vezes de TTI (Transmission Time
Interval).
Sempre que é iniciada uma simulação, o simulador começa por carregar as curvas de
BLER. Estas curvas permitirão ao UE identificar o CQI a reportar ao eNodeB para um
dado BLER. De seguida são criados os eNodeBs. Dependendo da configuração
especificada pelo utilizador, estes poderão ser gerados aquando de cada simulação, ou
através do carregamento de um ficheiro de configuração proveniente de ferramentas de
planeamento, como por exemplo Atoll®. No que diz respeito à especificação manual da
rede, esta está limitada apenas à criação de clusters hexagonais de eNodeBs tri-
sectorizados, igualmente espaçados entre si e com a mesma configuração. A Figura 4.2
ilustra o layout típico de uma simulação.
eNodeB and UE positions
21
600
20 19 48
27 3 54 466 47
400 25 53 51 50
52 57
49
12 24
10
17 11 22 23 37
200
39
45
38 62 56 55
18 2
16 44 5 7
y pos
0
15 61
43 63
40 59
-200 13 2
14 1 29 58
41 28
8 3 30
-400
60
7
9 1 4 34
36 354 31
-600
6 33 32
-800 -600 -400 -200 0 200 400 600 800
x pos [m]
onde GTs é a matriz de ganho do emissor, GRs o ganho do receptor, que é tido como 0 dB
e MCL (Minimum Coupling Loss) que corresponde ao valor de perdas mínimo que deverá
existir entre o transmissor e o emissor (incluindo perdas nos cabos, splitters, etc.). Será
com base nesta matriz de atenuação que cada UE irá calcular a sua potência recebida
utilizando a seguinte equação,
Figura 4.3 – Estrutura da matriz de atenuação usada pelo LTE System-Level Simulator.
Desta forma, evita-se que a cada nova posição de um UE, se calcule um novo Link-
Budget para determinar a qual eNodeB/sector este pertence. Relativamente à distribuição
e densidade dos utilizadores numa designada região de interesse, denominada muitas
das vezes de ROI, esta poderá ser determinada por uma de duas formas: aleatoriamente
ou através de mapas de tráfego importados para o simulador.
Uma vez criados os eNodeBs, procede-se à criação dos UEs. Cada UE possui uma
posição inicial, uma velocidade constante e um modelo de deslocamento, que poderá ser
aleatório ou em linha recta. A cada UE é também atribuído um sector inicial e um canal de
downlink. Uma vez gerada a rede dá-se início à fase de simulação. Cada TTI tem 1 ms e
em cada período destes, tanto o eNodeB como o UE, recebem, processam e enviam
dados para um buffer, ou seja, em cada período, um dado UE ou eNodeB só recebe e
envia uma vez, não havendo portanto uma comunicação completa num só TTI. A Figura
4.4 ilustra o processo de comunicação entre UE e eNodeB.
Figura 4.4 – Processo de comunicação entre UE e eNB usado pelo LTE System-Level
Simulator.
informação que pretende transmitir ao UE. Dentro de cada TTI, começa-se por mover
cada utilizador de acordo com o modelo de deslocamento determinado pelo utilizador. A
cada iteração verifica-se se todos os UEs se mantêm dentro da ROI. Se algum UE sair
fora da ROI, este será colocado aleatoriamente numa nova posição e atribuído a um novo
eNodeB/sector.
Para munir este simulador das funcionalidades SON pretendidas, foi necessário
efectuar alterações de fundo em várias partes do simulador. As alterações efectuadas
podem ser agrupadas em dois tipos: usabilidade e funcionalidade. As alterações de
usabilidade visam conferir ao simulador a capacidade de simular cenários mais
personalizados e resumem-se a:
Importação de mapas geo-referenciados (permite o cálculo automático de
distâncias);
No âmbito deste trabalho, a atribuição de PCI a cada eNodeB/sector é feita sem qualquer
restrição havendo apenas um mecanismo que, com base numa lista de PCI disponíveis,
atribiu um novo PCI tentando ao máximo minimizar o risco de interferência com os PCI já
atribuídos aos eNodeB/sectores já existentes.
No que diz respeito à geração de PCI para atribuição, esta é baseada no método
descrito na Secção 2.2.3.3 onde são criados 167 Physical Cell Identity Group e onde cada
grupo possui três PCI para alocação (Physical Layer Identity). A alocação de PCI,
aquando da preparação de cada simulação, é feita com base nos seguintes critérios:
Na Tabela 4.1 pode ser observado o modo como os PCI são distribuídos ao longo dos
167 grupos.
O modo como cada PCI é atribuído a cada uma das células poderá ser sequencial,
onde a cada eNodeB é atribuído um grupo de PCI, ou utilizando o método da mínima
distância de reutilização, onde um algoritmo atribui a cada eNodeB um grupo de PCI,
tendo em conta os PCI atribuidos aos eNodeBs vizinhos, cuja distância é inferior à
distância mínima de reutilização definida pelo utilizador. Através do primeiro método,
utilizando somente a tabela anterior, poderá ser criado um cluster, cujo número de células
poderá ir até às 504 sem que algum PCI seja repetido, contudo, esta situação mantém o
problema da interferência com células de clusters adjacentes. O segundo método, baseia-
se num algoritmo que com base na matriz sector, analisa quais os potenciais sectores
interferentes num dado sector e a distância a que se encontram, e desta forma atribui um
grupo de PCI diferentes dos utilizados pelos eNodeBs interferentes e que se encontram a
uma distância menor que a distância de reutilização.
Tal como se pode ver na secção anterior, um dos problemas que advêm da atribuição de
um PCI de forma automática, prende-se com a distância de reutilização dos mesmos. À
semelhança da atribuição de um SC no UTRAN (WCDMA), também a atribuição de um
PCI na E-UTRAN deverá ter em conta a distância de reutilização, de modo a minimizar a
hipótese de interferência.
A atribuição automática de um novo PCI a uma célula poderá fazer com que esta
provoque interferência numa outra célula na sua vizinhança mas que não lhe é conhecida.
Neste contexto, alguns estudos têm sido realizados, nomeadamente o descrito em
[AFGH08], o qual propõe duas soluções para minimizar o risco de interferência entre duas
células, aquando da atribuição de um novo PCI. Numa primeira abordagem, este trabalho
propõe uma atribuição local de um novo PCI à célula interferente, sendo que o PCI
atribuído deverá ser diferente do conjunto de PCI utilizados pelas células vizinhas e pelas
células vizinhas das vizinhas. Uma vez reunidos todos os PCI das células vizinhas, é
gerado um novo PCI e actualizada cada relação vizinhança das células vizinhas. A
segunda solução proposta para este trabalho baseia-se na criação de períodos temporais
aleatórios, onde a célula de serviço interrompe a sua transmissão permitindo ao UE
escutar outras células cuja assinatura é idêntica à célula de serviço. Uma vez identificada
uma célula com a mesma assinatura, o UE informa o eNodeB o qual, por sua vez, informa
o OSS para que uma acção seja tomada.
Figura 4.5 – Algoritmo de detecção (a) e resolução (b) de PCI através da função ANR.
No que diz respeito à detecção de conflitos de PCI entre células diferentes, uma vez
iniciado o processo de handover intra-frequência, o eNodeB verifica se o PCI da nova
célula já existe na sua NRT. Se existir, este vai verificar se o ECGI dessa mesma célula é
igual ao ECGI da NR já existente na sua NRT. Se o ECGI for diferente, concluiu-se que
existem pelo menos duas células na proximidade que possuem o mesmo PCI. Para
resolver esta situação, o eNodeB contacta o eNodeB/sector correspondente à NR
existente com o mesmo PCI usando o respectivo ECGI e solicita a geração de um novo
PCI. O eNodeB/sector contactado, por seu lado, alertado para a existência de conflito de
PCI, reune os PCI das suas células vizinhas e das vizinhas das vizinhas, e com base
neles gera um novo PCI e reporta-o de volta para o eNodeB/sector origem. O
eNodeB/sector origem, por seu lado, actualiza a NR respectiva. Uma vez resolvido o
conflito, o eNodeB origem estabelece uma ligação com o eNodeB destino e solicita a
alocação dos recursos necessários para efectuar o handover do UE. Para além da
alocação de recursos, o eNodeB origem transmite ao eNodeB destino toda a sua NRT.
Nesta fase, o eNodeB de destino começa por comparar as NR da célula origem com as
suas. Se for identificado um par de NR pertencente a ambas as células, cujo PCI é
idêntico mas o ECGI é diferente, então concluiu-se desta forma que existe um outro
conflito de PCIs. Uma vez identificado um conflito de PCI dá-se início ao algoritmo de
resolução.
Para tornar cada UE capaz de dispoletar eventos que o permitam reportar medidas,
foram feitas alterações de modo a possibilitar-lhe efectuar a cada TTI, a medição do
RSRP da sua célula e das células vizinhas e com base nos valores obtidos criar eventos.
Por outro lado, ao nível do eNodeB tornou-se necessário conferir a este a capacidade de
analisar os relatórios de medidas, enviados por cada UE e com base neles, responder
com mensagens de reconfiguração. Aliás, é no sector de cada eNodeB que se centra a
função ANR, responsável por adicionar ou remover NR e por gerir os KPIs relativos aos
handovers efectuados.
Em cada ciclo de transmissão, cada UE verifica o nível de sinal recebido da sua célula de
serviço. Sempre que o sinal recebido da célula de serviço desça abaixo dos -100 dBm, o
UE inicia o processo de medição do nível de sinal recebido das suas células interferentes,
ao mesmo tempo que verifica se alguma destas possui o mesmo PCI que a sua célula de
serviço. Se existir alguma célula interferente cujo PCI é idêntico ao PCI da célula de
serviço o UE entra numa designada situação de bloqueio. Nesta situação o UE vê-se
impedido de transmitir enquanto o PCI da célula interferente não for resolvido.
onde RSRPi,ueo nível de sinal recebido da célula interferente, RSRPc,ue é o nível de sinal
recebido pela célula de serviço, Qhyc o valor de histerese de handover e Qoffceto valor de
offset de handover. Sempre que a condição acima se verifica por um período mínimo
equivalente ao TTT, o evento A3 é despoletado pelo UE, e um relatório de medidas é
enviado ao eNodeB/sector de serviço. Mesmo que a condição acima não se verifique, o
a informação de NRT entre ambos os eNodeB, é dada a indicação ao UE para que este
efectue o handover para a nova célula.
especificado pelo 3GPP e o qual já foi descrito no capítulo 3. A Figura 4.8 ilustra o fluxo
de mensagens trocadas entre UE e eNodeB durante o processo de handover.
desde o seu último handover, ou seja, verifica o número de TTIs que passaram desde
então. Se o número de TTIs que separa o primeiro handover do segundo for inferior a um
determinado periodo crítico (Tcrit), o número de handovers por oscilação é incrementado
(NHOpp).
∑N RSRP(nT)
RSRPavg = n=1
(4.4)
N
Caso o HPIKPP seja menor que o valor de HPIKPP definido pelas políticas, é efectuada
uma análise de bom desempenho. Se o contador de bom desempenho atinge o TTI de
boa performance, definido também pelas políticas do sistema, os parâmetros de Histerese
e TTT são decrementados. Numa análise de boa performance procura-se optimizar
quanto possível os parâmetros de handover. A Figura 4.12 ilustra o fluxograma que
descreve o funcionamento do algoritmo desenvolvido.
delta(v,vNAX v
,c) = ( + 1)+ (— c + 1) (4.5)
v
NAX 6
onde v é a velocidade do UE, vNAS a velocidade máxima dos UEs que são servidos pela
célula a cada TTI e s o tipo de dados que o UE troca com o eNodeB no plano
do utilizador. No âmbito deste trabalho foram definidos seis tipos de tráfego: FTP,
HTTP, Vídeo, VoIP, Gaming e Full Buffer. A cada tipo de tráfego corresponde um peso,
o qual em determinada medida indica a sensibilidade do serviço a atrasos. Na Tabela
4.2 são ilustrados os serviços e os respectivos pesos que são tidos em conta.
Tabela 4.2 – Peso atribuído a cada tipo de tráfego realizado por um UE.
Tipo de Serviço Peso
FTP 1
HTTP 2
Vídeo 3
VoIP 4
Gaming 5
Full Buffer 6
Event trigger offset (dB) – Offset que compensa o valor de histerese (por defeito
igual a 0 dB);
Max NR relation – Número máximo de relações vizinhança que cada célula poderá
ter na sua NRT (por defeito igual a 32);
UE minimal sensitivity (dBm) – Sensibilidade máxima de um UE (através do link-
budget, aproximadamente igual a -133 dBm);
UE minimal access SINR average (dB) – Valor médio mínimo de SINR para que
um UE possa aceder a uma célula (por defeito -10 dB como proposto por
[HoTo07]).
Neste capítulo, é feita uma análise de desempenho aos algoritmos expostos no capítulo 4
utilizando o simulador LTE desenvolvido. Com base num conjunto de cenários reais, com
diferentes ambientes de propagação e com diferentes configurações, é realizado um
conjunto de simulações que permitem analisar o funcionamento e desempenho de cada
um dos algoritmos desenvolvidos em diferentes circunstâncias. Este capítulo começa com
uma análise à cobertura obtida pelo simulador para cada um dos cenários, a qual é
comparada com a obtida através da simulação dos mesmos, usando a ferramenta de
planeamento e optimização celular Atoll®. Posteriomente é analisado o desempenho
individual de cada uma das funções desenvolvidas, tendo como base, da mesma forma,
os resultados obtidos através da simulação das mesmas utilizando a ferramenta Atoll®.
No caso particular da função de optimização de handover, esta será avaliada tendo como
base, um conjunto de dados estatísticos recolhidos de uma rede real GSM.
No âmbito deste trabalho, o Atoll® será utilizado para efectuar predições em cenários
LTE de cobertura, atribuição de PCI e estimação de relações vizinhança.
Tal como já foi referido, o simulador desenvolvido contabiliza a altitude de cada BTS
incluindo-a, sempre que aplicável, no cálculo da atenuação de propagação. Contudo, para
evitar situações onde a altura dos edifícios é pouco homogénea ou o terreno irregular,
foram escolhidas localizações cujas características minimizam as situações anteriores e
daí, tornam a representação de cada cenário no simulador, mais fidedigna. Assim, para o
cenário Urbano Denso optou-se pela zona urbana de Lisboa, mais concretamente pela
zona metropolitana situada na Freguesia de Nossa Senhora de Fátima. Para o cenário
Urbano optou-se pela cidade de Olhão. Para o cenário Suburbano optou-se pela
Freguesia de Fernão Ferro, Seixal. Finalmente, para o cenário Rural optou-se pelo
Município de Ferreira do Alentejo, Beja.
No que diz respeito ao posicionamento dos UEs, este é feito de uma forma aleatória
não havendo restrições à sua localização. A cada simulação só poderá ser definido um
dos seguintes ambientes para os UEs: Deep Indoor, Indoor, In-Car e Outdoor. A cada
BTS são atribuídos no máximo 10 utilizadores por sector devido aos elevados recursos
computacionais necessários.
Este cenário é composto por nove BTSs, na sua maioria tri-sectorizadas localizadas na
Av. da República e zonas circundantes. Trata-se de uma zona com elevada densidade de
utilizadores, pedestres e veiculares, num ambiente de propagação urbano onde as ruas
têm aproximadamente a mesma largura e muitas delas com alguma vegetação. A Figura
5.2 ilustra a localização definida para cada uma das BTSs que compõem este cenário.
Considera-se neste cenário que, todas as BTSs estão localizadas no topo ou nas
fachadas dos edifícios e que todas elas utilizam o mesmo tipo de antena. Considera-se
também, inicialmente, que cada sector tem 10 utilizadores atribuídos. A Tabela 5.2
resume os parâmetros gerais tidos em conta em cada simulação efectuada com cenário
Urbano Denso.
Este cenário é composto por nove BTSs tri-sectorizadas dispersas pela zona urbana da
cidade de Olhão. Trata-se de um cenário com uma elevada densidade de utilizadores
A Tabela 5.2 resume os parâmetros gerais tidos em conta em cada simulação efectuada
no cenário Urbano.
Este cenário é composto por dez BTSs na sua maioria tri-sectorizadas dispersas pela
localidade de Fernão Ferro, Seixal. Trata-se de um cenário com elevada densidade de
utilizadores veiculares, pelo facto de ser cruzado por uma auto-estrada. Contudo, por
limitações do próprio simulador, não é possível representar de forma distinta os
utilizadores que se deslocam na auto-estrada a uma velocidade superior aos demais. Tal
como no cenário anterior, cada sector tem, inicialmente, 10 utilizadores atribuídos. A
Figura 5.4 ilustra a localização de cada uma das BTSs.
A Tabela 5.4 resume os parâmetros gerais tidos em conta em cada simulação efectuada
no cenário Suburbano.
Este cenário é composto por quatro BTSs dispersas pelo município de Ferreira do
Alentejo. Trata-se de um cenário rural com baixa densidade de utilizadores, num ambiente
de propagação em espaço aberto, onde as estações se encontram separadas de alguns
quilómetros entre si. Cada sector tem no máximo 10 utilizadores e existem no total 10
sectores.
Neste cenário todas as BTSs são compostas por uma torre, cuja altura ronda em média
os 30 m. A Tabela 5.5 ilustra os parâmetros gerais tidos em consideração durante cada
simulação.
5.3 Simulação
Após a definição de cada cenário, procede-se ao início das simulações. Para esta fase
foram definidos dois grupos de simulação. O primeiro grupo de simulações visa avaliar o
desempenho do simulador implementado sem nenhuma funcionalidade de auto-gestão
activa. Esta primeira fase pretende analisar os níveis de cobertura que são propostos pelo
simulador implementado e compará-los com os obtidos através da ferramenta Atoll®.
Quanto ao segundo grupo de simulações, este tem como objectivo avaliar individualmente
o desempenho das funções SON de atribuição e resolução de PCI, ANR e optimização de
handover.
a) b)
c) d)
Através da Figura 5.6 é possível observar qual o sector que será atribuído para um UE
numa dada localização dentro da região de interesse. Como seria de esperar, existe uma
boa definição da região correspondente a cada um dos sectores de cada uma das BTSs.
De notar que algumas áreas são mais pequenas que outras, o que é expectável devido ao
facto de existirem sectores com diferentes valores de tilt eléctrico e mecânico.
A Figura 5.7 ilustra o nível de sinal que é medido em cada ponto da região de
interesse, em cada um dos cenários.
a) b)
c) d)
Figura 5.7 – Nível de sinal recebido estimado usando o simulador LTE; a) Cenário Urbano
Denso; b) Cenário Urbano; c) Cenário Suburbano; d) Cenário Rural.
Através desta ilustração é visível a maior intensidade de sinal junto das estações base,
nomeadamente na direcção de cada um dos sectores. À semelhança da distribuição de
sectores, os diferentes valores de tilt eléctrico e mecânico traduzem-se numa maior ou
menor área para um dado nível de sinal. Verifica-se também que os níveis de RSRP
estão ligeiramente baixos, o que poderá ser causado pelo parâmetro de perdas mínimas
entre a BTS e o UE.
a) b)
c) d)
Figura 5.8 – Distribuição de sectores na ROI usando o Atoll®; a) Cenário Urbano Denso;
b) Cenário Urbano; c) Cenário Suburbano; d) Cenário Rural.
Tomando como referência a Figura 5.6 podemos verificar que a distribuição efectuada
pelo Atoll® se assemelha bastante à estimada pelo simulador. Contudo, nos resultados
estimados pelo simulador, nomeadamente no cenário Urbano Denso, verifica-se alguma
confusão nas cores utilizadas, o que dificulta a distinção dos sinais provenientes de
diferentes sectores. Verifica-se também, nos resultados das simulações efectuadas pelo
Atoll®, a ocorrência de situações onde a área de cobertura de uma célula é afectada pelo
sinal de uma outra, situação essa que não se regista nos resultados obtidos pelo
simulador. Esta situação deve-se essencialmente à aplicação de alguma abstracção na
geração da matriz de atenuação, de modo a reduzir os recursos computacionais
necessários. Esta última situação é claramente visível nos resultados obtidos para o
cenário Suburbano (Figura 5.8 c)) onde existem áreas de cobertura de células que são
afectadas pelos sinais provenientes de células adjacentes. Apesar do rigor dos resultados
obtidos pela ferramenta Atoll®, os resultados do simulador não deixam de ser bastante
aceitáveis, permitindo visualizar com clareza, na maioria dos cenários, qual a área de
cobertura de cada célula.
A Figura 5.9 ilustra o nível de sinal recebido em cada ponto da região de interesse,
resultante da contribuição dos sinais emitidos por cada um dos sectores.
a) b)
c) d)
Figura 5.9 – Nível de sinal recebido estimado usando o Atoll®; a) Cenário Urbano Denso;
b) Cenário Urbano; c) Cenário Suburbano; d) Cenário Rural.
Tomando como referência a Figura 5.7 pode-se verificar que o nível de sinal estimado
pelo Atoll® é bastante idêntico ao estimado pelo simulador, não sendo a diferença maior
que 5 dB na generalidade dos cenários. Esta diferença deve-se essencialmente ao facto
do simulador possibilitar um maior nível de detalhe no cálculo da atenuação de
Verifica-se igualmente que nos resultados obtidos pela ferramenta Atoll® existe uma
quantificação do sinal recebido, ao passo que no simulador o decaimento do sinal é mais
suave. Esta situação deve-se à resolução do cálculo do nível de sinal recebido
configurada na ferramenta Atoll®. Ao diminuir a resolução diminui-se o tempo de
simulação, contudo, diminuem-se os níveis de quantificação do sinal.
No que diz respeito à atribuição de PCI, tal como já foi referido no capítulo 4, esta poderá
ser feita de uma forma sequencial ou através do método da mínima distância de
reutilização, sendo este último bastante comum entre os simuladores de redes móveis
celulares existentes no mercado. A Figura 5.10 ilustra um exemplo de uma alocação de
PCI realizada pelo Atoll®, usando o método de distância mínima de reutilização.
Figura 5.10 – Exemplo para uma alocação de PCI usando uma distância mínima de
reutilização de 1500 m.
a) b)
Figura 5.11 – Atribuição automática de PCI usando o método sequencial; a) Usando 168
PCI disponíveis; b) Usando 4 PCI disponíveis.
a) b)
Como se pode observar pela Figura 5.12 b), utilizando o método da distância mínima
de reutilização, deixam de ocorrer situações de eNodeB/sector com os mesmos PCI
próximos uns dos outros.
a) b)
No que diz respeito à função de resolução de conflito de PCI, como já foi referido no
capítulo 4, esta visa a detecção de conflitos de PCI e a sua resolução aquando da
activação de um novo eNodeB. Para poder simular a criação de um conflito de PCI ao
eNodeB novo, é atribuído o mesmo Physical Cell Identity Group de um eNodeB já
existente. Esta situação irá provocar um conflicto entre os PCIs utilizados pelas células do
novo eNodeB e as células de um eNodeB já ao serviço. Deste conflito, pelas razões já
apresentadas no capítulo 4, resultam UEs bloqueados devido à confusão que a difusão do
mesmo PCI por células diferentes provoca na interpretação dos sinais de sincronismo.
Planeamento e Optimização em Redes Celulares Móveis Auto-Geridas assentes em 9
Análise de
Será o número de UEs bloqueados que servirá de métrica para determinar a estabilidade
da rede. Assim, quando deixam de existir UEs bloqueados, considera-se que a rede
atingiu uma situação de estabilidade e portanto o novo eNodeB já não está a degradar o
desempenho da rede. Para testar esta funcionalidade, recorre-se mais uma vez ao
cenário Urbano. A Tabela 5.6 ilustra os parâmetros de simulação tidos em conta, para
além dos já referidos no inicio deste capítulo.
a) b)
Ao contrário do que seria de esperar, ao final de 500 TTI ainda existem utilizadores
bloqueados por interferência. No cenário onde temos 10 utilizadores/célula, consegue-se
apenas uma redução de 4 UEs na lista de UEs bloqueados, o que corresponde, como se
pode observar na Figura 5.14 a), a uma redução de apenas 3%. Já no cenário onde
temos 20 utilizadores/célula podemos observar (Figura 5.14 b)) uma redução de 8 UEs na
lista de UEs bloqueados, o que corresponde aproximadamente a uma redução de 1,75 %.
Uma vez que no cenário com 20 utilizadores/célula existe uma maior densidade de
utilizadores, é normal que a resolução de pelo menos um conflito de PCI entre duas
células resulte numa redução mais significativa do número de UEs bloqueados. Na Figura
5.15 podem ser observados os cenários finais, após a simulação dos cenários com 10 e
20 utilizadores/célula. Analisando as imagens podemos verificar que em ambos os
cenários continuam a existir células de eNodeBs, cujos PCI podem provocar interferência
em outras células.
a) b)
Até este ponto pode-se concluir que o método adoptado não é suficientemente eficaz
para resolver todos os conflitos de PCI existentes e daí reduzir o número de utilizadores
bloqueados. Sendo o conflito de PCI uma situação muito indesejada, pretende-se que
esta seja resolvida no menor tempo possível. Para melhorar o desempenho do
mecanismo de resolução de conflitos de PCI mantendo o mesmo período de simulação,
resolveu-se analisar novamente o algoritmo proposto por [AmFr08]. Da informação
disponibilizada por [AmFr08], não se consegue tirar conclusões quanto à necessidade de
contabilizar os PCI co-localizados no processo de resolução de conflitos. Para além disso
não é dada nenhuma indicação quanto à periodicidade com que um UE deverá enviar os
relatórios periódicos de handover. Assim, tomou-se a opção, de se realizarem algumas
alterações ao algoritmo original para que este, independentemente de existir ou não
relações vizinhança, contabilize os PCI dos sectores co-localizados. Para além disso,
reduziu-se o período com que os relatórios periódicos são enviados por cada UE. A
Tabela 5.7 indica os novos parâmetros de simulação.
a) b)
a) b)
a) b)
a) b)
100 93
80 Estimadas
(Simulador)
60 47
40 38 Soma de
20 18 Partilhadas
0
Rural Suburbano Urbano Urbano Denso
Através do gráfico da Figura 5.20 podemos concluir que o simulador é mais eficaz no
processo de estimação de relações vizinhança em ambientes urbanos, do que em
ambientes rurais. Esta situação é mais evidente no cenário Urbano Denso onde o número
de relações igualmente estimadas pelo Atoll® e pelo simulador é de 123, o que constitui
cerca de 73% das relações estimadas pelo primeiro. No cenário Urbano, 60% das
relações estimadas pelo Atoll® são também estimadas pelo simulador. No cenário
Suburbano, 63% e no cenário Rural 47%. Apesar dos resultados obtidos, tendo em conta
as condições de simulação, nomeadamente o número de utilizadores usado, duração e
SINR mínimo de acesso, considera-se positivo o desempenho da função implementada.
a) b)
Figura 5.21 – Taxa de Oscilação de Handover sem e com optimização; a) Cenário Urbano
Denso b) Urbano.
a) b)
Como pode ser observado, no geral, é notória a melhoria que é introduzida com o
algoritmo de optimização, à medida que o número de TTIs aumenta. De entre todos os
cenários podemos verificar que o cenário Urbano é o que apresenta uma maior redução
no HPIKPP, atingindo uma diferença de 34% entre a situação não optimizada e optimizada.
De seguida, destaca-se o cenário Rural onde o HPIKPP atinge uma redução de 25%
seguido do cenário Suburbano e Urbano com 14 e 9% respectivamente. A razão pela qual
a maior redução de HPIKPP é atingida no cenário Urbano Denso poderá dever-se a dois
factores que se relacionam entre si e os quais já foram identificados, aquando da análise
da função ANR: densidade de utilizadores e definição da ROI. Porque cada cenário tem
diferentes densidades de utilizadores e porque cada UE assume inicialmente uma
localização, velocidade e direcção aleatórias, o número total de tentativas de handover irá
variar, ou seja, o número de iterações que serão realizadas pelo algoritmo de optimização
irá variar. Tal como foi descrito na análise da função ANR, porque a ROI poderá apenas
assumir uma forma rectangular, e porque o número de BTS não abrange todo o mapa,
existirão sempre zonas onde os UEs irão ter menores condições de recepção e como tal,
mais falhas de handover irão ocorrer o que irá influenciar o resultado final da optimização
de handover. A definição de ROIs através de polígonos que se ajustam ao formato do
cluster permitiria minimizar as zonas de fraca cobertura. A Tabela 5.10 resume os ganhos
do HPIKPP obtidos para cada um dos cenários.
A Tabela 5.11 resume os valores de Histerese e TTT obtidos para cada cenário simulado.
Como se pode observar, face aos valores iniciais definidos para a Histerese e TTT, o
algoritmo optimiza cada cenário de modo a minimizar a taxa de oscilação de handover.
Em termos de histerese, no cenário Urbano Denso e Urbano, esta apresenta um valor
superior quando comparada com a dos cenários Suburbano e Rural. Esta situação ocorre
pois nos primeiros dois cenários, o UE tem uma maior probabilidade de oscilar entre
célula devido ao próprio ambiente de propagação e como tal, um maior valor de Histerese
é atribuído. Quanto ao TTT, verifica-se que este é maior nos cenários Urbano Denso,
Urbano e Rural quando comparado com o obtido pelo cenário Suburbano. No caso do
TTT, é de esperar um maior valor nos cenários Urbanos dado que estes, pelas condições
de propagação, estão mais sujeitos a oscilação de handover. O facto do cenário Rural ter
recebido um TTT tão elevado deve-se essencialmente, como já foi anteriormente referido,
ao menor número de iterações que são efectuadas pelo algoritmo de optimização, devido
à menor densidade de utilizadores. Se o número de iterações fosse controlado, seria de
esperar um menor TTT no cenário Rural.
Como foi descrito no capítulo anterior, o algoritmo desenvolvido contabiliza, para além
do HPIKPP, também a velocidade e tipo de serviço dos UEs para optimizar os parâmetros
de handover. Para verificar qual o desempenho do algoritmo nestas condições foram
realizadas simulações com os cenários Urbano Denso e Rural, usando diferentes
velocidades e tipos de serviço. No que diz respeito aos serviços, foi considerado o HTTP
para serviços do tipo NRT e VoIP para serviços RT. No que diz respeito à velocidade,
considerou-se que os UEs poderão circular a velocidades aleatórias de 3, 60 e 120 Km/h.
As Figura 5.23 e Figura 5.24, ilustram os resultados obtidos, para cada situação sem e
com optimização, respectivamente.
a) b)
c) d)
Figura 5.23 – Taxa de oscilação de handover no cenário Urbano Denso; a) HTTP sem
optimização; b) HTTP com optimização; c) VoIP sem optimização e d) VoIP com
optimização.
No cenário Urbano Denso, podemos observar que o maior ganho é obtido quando o
tipo de serviço é VoIP e a velocidade máxima é de 60 Km/h, com o HPIKPP a atingir uma
redução de 44,67 %. Podemos também observar que o menor ganho é obtido quando o
tipo de serviço é HTTP e a velocidade máxima do UE é de 120 Km/h. Tal como descrito
no capítulo anterior, num cenário não optimizado, o HPIKPP é menor quando o UE circula
a maior velocidade, o que significa que existe menor oscilação de handover tal como se
esperava. Da mesma forma, quando a velocidade do UE é menor, em geral, a taxa de
oscilação de handover é maior, nomeadamente quando o serviço é HTTP.
a) b)
c) d)
Figura 5.24 – Taxa de oscilação de handover no cenário Rural; a) HTTP sem optimização;
b) HTTP com optimização; c) VoIP sem optimização e d) VoIP com optimização.
No cenário Rural podemos observar que o HPIKPP atinge no geral, maiores reduções,
contudo, deve ser tido em conta que o número de utilizadores neste cenário é menor, face
ao cenário Urbano Denso, pelo que o número de handovers é menor e daí menos
iterações do algoritmo de optimização são realizadas. Da observação da Figura 5.24 e da
Tabela 5.13 podemos observar que os melhores resultados são alcançados quando os
UEs têm uma velocidade máxima de 3 Km/h, com o HPIKPP a atingir uma redução de
72,57 % e 73,91 % para os serviços HTTP e VoIP, respectivamente. Também neste tipo
de cenário se observa que em situações onde o UE se desloca a alta velocidade o HPIKPP
é menor, quando comparado com as situações onde este se desloca a baixa velocidade.
Na Tabela 5.14 podemos observar um resumo dos valores de Histerese e TTT obtidos
após a optimização nos cenários Urbano Denso e Rural para cada tipo de situação,
relativamente ao tipo de serviço e velocidade dos UE.
Tabela 5.14 – Valores optimizados de Histerese e TTT para cada tipo de cenário,
{dBm;TTT}.
3 Km/h 60 Km/h 120 Km/h
HTTP {3,8;10,3} {3;12} {2,1;9,3}
Urbano Denso
VoIP {3,1;9,7} {2,9;12} {2;12}
HTTP {3;10,8} {2,9;12} {2;10,9}
Rural
VoIP {2,9;11} {2,8;12} {2,7;12}
Da análise dos resultados obtidos, podemos concluir, tal como esperado, que para
uma velocidade baixa a Histerese é, no geral, maior. A baixas velocidades, para um
serviço VoIP a Histerese é menor quando comparada com a obtida para o serviço HTTP
com a mesma velocidade. Por outro lado, quando a velocidade é alta, a Histerese é
menor e quando o serviço é VoIP também esta é menor quando comparada com o
serviço HTTP para a mesma velocidade.
Taxa de Oscilação de
Handover (Rede GSM real vs Rede
LTE simulada)
50 47
45
40 38
36,5
34,3 33,3
35 30,9 28,1 27
29 28,3 29,5
30 27,7 27,9
%
25 22,4
20,4
20
15
10
5
0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
BTS
Taxa de oscilação (Rede GSM Real) Taxa de oscilação (Rede LTE Virtual)
Figura 5.25 – Taxa de Oscilação de Handover para cenário Urbano Denso (Rede GSM
real vs Rede LTE simulada).
Como se pode observar, no cenário Urbano Denso, os valores de HPIKPP obtidos por
simulação aproximam-se dos registados pela rede GSM real. Nota que, o período de
simulação da rede LTE é muito menor que a duração da amostra recolhida pelo que, dada
a tendência de decréscimo registada no HPIKPP, como se observou no inicio desta
secção, será de esperar um HPIKPP considerávelmente inferior ao registado pela rede
GSM. É também de notar que nem todas as BTSs LTE possuem BTS GSM co-localizada,
pelo que são ilustradas algumas BTSs com uma taxa de oscilação de handover nula. A
Planeamento e Optimização em Redes Celulares Móveis Auto-Geridas assentes em 1
Análise de
Figura 5.26 compara a taxa de oscilação de handover em cada BTS do cenário Rural
simulado com o obtido por cada BTS GSM co-localizada de um cenário real.
Taxa de OScilação de
Handover (Rede GSM real vs Rede
LTE simulada)
40
38
35,9
35
30
25 Taxa de oscilação
(Rede GSM Real)
%
20 20,7 19,9
Taxa de oscilação
15 15,1
(Rede LTE Virtual)
12,2
10
5
0 0 0
1 2 3
4
BTS
Figura 5.26 – Taxa de Oscilação de Handover para cenário Rural (Rede GSM real vs
Rede LTE simulada).
Como se pode observar, no cenário Rural simulado consegue-se obter uma taxa de
oscilação de handover, HPIKPP, consideravelmente menor à obtida pela rede GSM. A
razão para esta diferença deve-se essencialmente às diferentes densidades de
utilizadores que podem existir entre o cenário simulado e o cenário real. À semelhança do
que se passou no cenário Urbano Denso, as BTS LTE 2 e 4 não têm BTS GSM co-
localizado o que justifica a inexistência de dados estatísticos.
Neste capítulo, são revistos os objectivos propostos para este trabalho, as metodologias
adoptadas e os resultados alcançados. Nesta secção, começa-se por rever os principais
conceitos estudados relativamente às SON e à forma pela qual estes poderão alterar o
paradigma de planeamento e optimização em redes celulares de quarta geração.
Posteriormente revê-se o simulador implementado, bem como os algoritmos que
permitiram desenvolver e analisar três das principais funções das SON. Finalmente
analisam-se os resultados obtidos para um conjunto de simulações efectuadas e
propõem-se as melhorias e trabalho futuro.
6.1 Resumo
Este trabalho teve como objectivo estudar o conceito de redes auto-geridas, no contexto
do planeamento e optimização, aplicado a redes móveis baseadas na tecnologia Long
Term Evolution (LTE). Sobre este conceito, tipicamente designado de Self-Organizing
Network (SON), para além da sua arquitectura e modo de funcionamento, foram
estudadas as funções que dele fazem parte. Através deste estudo, são identificadas três
funções que, pelas suas características e modo de funcionamento, permitem automatizar
algumas das tarefas mais importantes no planeamento e optimização em redes LTE, são
elas a: atribuição e detecção de conflitos de PCI (Physical Cell Identity), criação
automática de relações vizinhança, tipicamente designada de Automatic Neighbour
Relation (ANR) e optimização automática de parâmetros rádio, mais concretamente de
parâmetros de handover. Através do recurso a um simulador do tipo System-Level, as
funções anteriores são implementadas e utilizando cenários retirados de uma rede real, o
seu desempenho é avaliado. Utilizando os resultados obtidos por outras ferramentas de
planeamento e optimização, assim como dados estatísticos provenientes de uma rede
real, são verificados o bom desempenho e benefício dos algoritmos implementados.
da análise destes três últimos conceitos que são introduzidos, no capítulo 4, um conjunto
de funções que permitem a sua implementação.
No que diz respeito à função de alocação de PCI, dois métodos foram desenvolvidos:
sequencial e baseado na distância mínima de reutilização. No método sequencial, os PCI
são alocados sem qualquer restrição a cada BTS. No método baseado na distância
mínima de reutilização, como o próprio nome indica, uma distância de reutilização é tida
em conta de modo a evitar o aparecimento de conflitos de PCI. No seguimento, é
apresentada uma função de resolução de PCI. Baseado no trabalho apresentado em
[AFGH08], esta função visa, através dos relatórios de medidas enviados pelos UEs,
detectar eventuais conflitos de PCI, que possam ocorrer na sequência da entrada de um
novo elemento de rede. De seguida é apresentado um algoritmo de criação automática de
relações vizinhança. Este algoritmo, também ele baseado na interpretação de relatórios
de medidas, cria relações vizinhança de forma automática, conforme a necessidade do
UE. Finalmente apresenta-se também, neste capítulo, um algoritmo de optimização de
10
http://nt.tuwien.ac.at/ltesimulator
6.2 Conclusões
No que diz respeito à função de alocação de PCI, tomando como referência o cenário
Urbano, são testados os mecanismos de atribuição e resolução de PCI. Na atribuição de
PCI, especificamente, são testados os métodos, sequencial e baseado na distância
mínima de reutilização. Quando utilizando apenas 4 grupos de PCI, como esperado,
verifica-se o aparecimento de zonas onde células com PCI idênticos estão próximas umas
das outras. Nas mesmas circunstâncias, é testado o algoritmo de alocação de PCI
baseado numa distância mínima de reutilização de 1000 m. Os resultados obtidos são
claros. Este segundo método revela-se capaz de separar células com PCI idênticos. Para
verificar a influência da distância de reutilização na utilização deste método, simula-se
novamente a alocação de PCI para o cenário Urbano, desta vez utilizando uma distância
No que diz respeito à função ANR, cada cenário definido foi simulado e em cada
simulação foi contabilizado o número de handover realizados e a taxa de handovers
falhados, tendo em conta um SINR mínimo de acesso de -10 dB. Com base nos
resultados obtidos, verificou-se que os cenários Urbano Denso e Suburbano apresentam
uma maior média de handovers falhados, quando comparados com os cenários Urbano e
Rural. Esta situação deveu-se essencialmente à diferente densidade de utilizadores em
cada um dos cenários e à forma como a ROI é definida. Neste último caso, porque a ROI
pode apenas assumir a forma de um polígono rectangular, surgem zonas de má
cobertura, as quais fazem com que os UEs localizados na zona de fronteira,
principalmente nos vértices da ROI, tenham piores condições de recepção e daí
provoquem mais handovers falhados. Em adição às simulações efectuadas, foi também
simulado na ferramenta Atoll® a definição de relações vizinhança para cada um dos
cenários. Este teste teve como objectivo, comparar as relações vizinhança obtidas pelo
simulador com as obtidas pelo Atoll®. Neste último teste, verificou-se que as relações
vizinhança obtidas pelo simulador desenvolvido se aproximam bastante das obtidas pelo
Atoll®, com o primeiro a identificar 73%, 60%, 63% e 47% das relações vizinhança
identificadas pelo segundo para os cenários Urbano Denso, Urbano, Suburbano e Rural,
respectivamente.
comparando com o valor obtido para o serviço HTTP. Esta observação permite concluir
que o parâmetro delta, apresentado no capítulo 4, permite de facto compensar a histerese
em função da velocidade e tipo de serviço.
Ao longo deste trabalho foram enfrentados vários problemas, alguns dos quais, tiveram de
ser contornados através de soluções alternativas que, embora não sendo as mais
precisas, constituiam uma boa aproximação. Um exemplo desses problemas é o acesso
de um UE a uma célula aquando do processo de handover. Como se pode verificar no
capítulo 4, o UE mede o RSRP e calcula a média dos SINRs medidos em cada RB, como
forma de verificar se a célula destino apresenta as condições mínimas de acesso.
Contudo, há outros factores que poderão condicionar o acesso de um UE a uma nova
célula, como por exemplo o RSSI, máxima potência do UE, BLER, etc.. Apesar do
simulador em questão ainda se encontrar em desenvolvimento pelo TU-WIEN, segundo
este último, não está previsto o desenvolvimento de funções capazes de simular falhas no
link rádio, sendo essas funções mais indicadas para um simulador do tipo Link-Level
como o descrito em [MISM11] e [MWIBR09]. A implementação de um mecanismo mais
robusto de análise do link rádio, permitiria avaliar com mais precisão o efeito de diferentes
configurações no processo de handover intra-frequência.
Outra melhoria recomendada para este trabalho diz respeito à interface gráfica do
simulador. Apesar da maturidade do software Matlab®, a criação de GUI (Graphical User
Interface) neste continua a ser bastante limitada, para além da performance bastante
Finalmente, partindo do trabalho realizado, outras funções das SON, já aqui descritas,
poderão ser implementadas e testadas. Um exemplo dessas funções poderá ser a
optimização de cobertura através do ajuste automático de tilt eléctrico com base nos
relatórios de medidas dos UEs. Outra solução poderia passar pelo balanceamento
automático de carga.
11
http://www.nt.tuwien.ac.at/forum
Tráfego previsto;
Localização do eNB;
Configuração do HW do eNB;
Configuração de potência;
Ao detectar o preâmbulo de acesso enviado pelo UE, o eNB correlaciona-o com todas
as sequências de preâmbulo possíveis. Se o preâmbulo for aceite, é enviada a
informação necessária a todos os UEs que usaram o mesmo preâmbulo na mesma janela
de oportunidade. Se nenhuma resposta for recebida, o UE efectua uma nova tentativa
usando um mecanismo de power ramping. O power ramping é um procedimento onde o
UE aumenta gradualmente a potência de transmissão para cada preâmbulo que é
retransmitido enquanto não recebe uma resposta do eNB. O funcionamento deste
mecanismo poderá ser o seguinte:
A definição exacta dos parâmetros que optimizam o RACH foi deixada em aberto pelo
3GPP, cabendo a cada fabricante definir quais os parâmetros críticos necessários ao
aumento do seu desempenho. Um exemplo disso é apresentado em [SOCR08] onde é
sugerida a alteração dos seguintes parâmetros para optimização RACH:
Número de RACH;
Carga no PUSCH;
Medição da carga de células entre eNB (troca de informação via interface X2);
em cada célula, o que significa que a transmissão no mesmo RB poderá ser agendada
entre células vizinhas ao mesmo tempo, provocando uma colisão de RB.
3dTToowweerr..eemm
3d3dTToowweerr..eemm
3d3dTToowweerr..eemm 3dTToowweerr..eemm
HO to Wrong Cell – Acontece quando ocorre uma falha no link rádio nos momentos
que se seguem à conclusão do HO ou durante este. Se o HO da célula origem para
a célula destino ocorreu com sucesso e a célula vizinha pertence ao eNB B que é
diferente de eNB A, este poderá enviar a mensagem de HANDOVER REPORT
para o eNB A indicando a ocorrência de um HO para uma célula errada quando o
eNB B recebeu uma mensagem de RLF de um terceiro eNB C e quando eNB B
enviou a mensagem UE CONTEXT RELEASE para o eNB A indicando a conclusão
do HO para o mesmo UE nos últimos segundos de Tstore_UE_cntxt.
= HO triggering
Cell AX = radio link failure Cell B
3d3dTToowweerr..eemm 3dTToowweerr..eemm
3dTToowweerr..eemm
shortMAC-I (opcional).
No caso de ocorrência de uma falha do tipo Too Early HO de uma célula A para uma
célula B, poderá ser reportado da célula A para a célula B, usando o método
anteriormente descrito, a indicação de RLF.
3d3dTToowweerr..eemm 3dTToowweerr..eemm
Cell A Cell B
3d3dTToowweerr..eemm 3dTToowweerr..eemm
A.2 Self-Healing
A quebra de serviço de uma célula poderá ser motivada por falhas de HW ou SW, falha
de energia, perda de conectividade com a rede ou mesmo por erro de configuração.
Muitas das vezes, a resolução deste tipo de falhas poderá levar horas, o que em
determinadas situações poderá ter um impacto negativo no desempenho da rede e nos
Previsão – Análise de medidas reportadas por UE, eNB e O&M (Operation &
Maintenance);
A previsão de falha de serviço numa célula é levada a cabo por um algoritmo que,
com base em medidas reportadas pelo UE, eNB e O&M, procura antecipar uma eventual
falha de serviço e prepara as células vizinhas e parametrizações necessárias à
compensação.
Esta aplicação foi desenvolvida e testada atendendo aos requisitos anteriores, pelo
que o seu bom funcionamento não poderá ser assegurado se estes não forem cumpridos.
B.2 Funcionalidades
O “The Self-Organizing LTE Network Simulator” é um simulador baseado no “System
Level Simulator of LTE Networks”, (versão 1.3 r427), em desenvolvimento pelo Institute of
Communications and Radio-Frequency Engineering da Universidade Tecnológica de
Vienna, Áustria (TU- WIEN12). Ao simulador original, foram efectuadas alterações, que
incluem uma interface gráfica, e que conferem a este as seguintes funcionalidades:
12
http://nt.tuwien.ac.at/ltesimulator
B.3 Interface
B.3.1 Vista Geral
A Figura 3.1 ilustra o workspace do simulador e a descrição dos seus vários
componentes.
B.3.2 Componentes
A Figura 3.7 ilustra o painel onde são listados todos os eNodeBs que são criados e
respectivas características. Este painel corresponde ao ponto D da Figura 3.1.
3. Utilize os botões “Pan” e “Zoom” da barra de ferramentas (Figura 3.6) para mover
ou seleccionar uma região específica do mapa.
B.6.1.1 In Map
Esta opção permite visualizar a atribuição de sectores sobreposta no mapa.
B.6.1.2 In Figure
Esta opção permite visualizar a atribuição de sectores através de uma figura que é gerada
à parte.
B.6.2.1 In Map
Esta opção permite visualizar o nível de sinal recebido através da sua sobreposição no
mapa.
B.6.2.2 In Figure
Esta opção permite visualizar o nível de sinal recebido através de uma figura gerada à
parte.
B.6.3.1 In Map
Esta opção permite visualizar a atribuição de PCI final (após simulação) sobreposta no
mapa.
B.6.3.2 In Figure
Esta opção permite visualizar a atribuição de PCI através de uma figura gerada à parte.
B.6.4 Neighbour
B.6.5 Handover
B.7.1 Desempenho
Sempre que são gerados gráficos de cobertura, alocação de célula ou alocação de PCI
sobrepostos com o mapa, o desempenho da aplicação degrada-se significativamente.
Esta situação só é resolvida quando o mapa é limpo.
Downlink Unit
Total Power Per Cell G=F 43 dBm
19,95 W
13 dBW
Channel Power Offset H = user input 0 dB
BW for Maximum Power I = 10*Log10(A*10^6) 66,99 dB‐Hz
Power Per Sub‐Carrier J = G + 10*Log10((C*10^3)/(A*10^6)) + H 17,77 dBm
Transmitter
Max. Antenna Gain K = user input 15 dBi
12,85 dB
Antenna Diversity Gain L = user input 0 dB
Feeder Loss (Combiner, Cable,
M = user input 3 dB
Connector, etc.)
ERP N=J+M+K 29,77 dBm
Downlink Unit
Cell Radius Calculation ‐ Urban
h_base A = Simulator Model Input 12,5 m
h_ms B = Simulator Model Input 1,5 m
d_min C = Simulator Model Input 20 m
h_roof D = Simulator Model Input 12 m
w E = Simulator Model Input 25 m
b F = Simulator Model Input 50 m
phi G = Simulator Model Input 30 deg
delta_hmobile H = D‐B 10,5 m
delta_hbase I = A‐D 0,5 m
COST231 ‐ Urban Dense
(Input Parameter) J = IF(AND(0 <= G;G < 35);‐10 + 0,354*G;IF(AND(35 <= G;G <
L_ori 55);2,5 + 0,075*(G ‐ 35);IF(AND(55 <= phi;phi < 90);4 ‐ 0,114*(G ‐ 0,62
55);IF(AND(55 <= phi;phi < 90);4 ‐ 0,114*(G ‐ 55)))))
Downlink Unit
Cell Radius Calculation ‐
L A=input 163,01 dB
f B=input 2600 MHz
Cm C=input 3
COST231 ‐ Urban h_base D=input 32 m
(Input
Parameter) h_mobile E=input 1,5 m
d_min F=input 35 m
a G=(1,1*LOG10(B)‐0,7)*E‐(1,56*LOG10(B)‐0,8) 0,06
Lb H 163,01 dB
Maximum Cell Radius I= 10^((A‐46,3‐33,9*LOG10(B)+13,82*LOG10(D)+G‐C)/((44,9 ‐
Cell Radius 3440,43 m
6,55*LOG10(D))))
Downlink Unit
Cell Radius Calculation ‐
Cm C = Simulator Model Input 0
h_base D = Simulator Model Input 32 m
COST231 ‐ Sub Urban h_ms E = Simulator Model Input 1,5 m
(Input Parameter)
d_min F = Simulator Model Input 35 m
a G=(1,1*LOG10(B)‐0,7)*E‐(1,56*LOG10(B)‐0,8) 0,06 dB
Downlink Unit
Cell Radius Calculation ‐ Rural
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