Direito Processual Civil I
Direito Processual Civil I
Direito Processual Civil I
PARTE GERAL
A TRAMITAÇÃO DO PROCESSO:
Em processo civil, temos sempre um autor e um réu. O autor propõe a ação, e
o réu é aquele contra quem a ação é proposta.
Existem, no entanto, decisões que não podem ser de mérito, mas sim de
forma. Isto é, quer resolver o problema, mas há condições que precisam de
estar verificadas e não estão pressupostos do processo
numero, e para que o juiz possa saber do que se está a falar mais
rapidamente.
2. Exceção – quando o réu acrescenta uma coisa nova; podendo ser um
aspecto novo que tem a ver com o mérito ou com a forma.
a. Exceção perentória – quando apresenta coisa nova e o autor
perde (mérito) – não procede
b. Exceção dilatória – quando o juíz não pode tomar decisão de
mérito perante a coisa nova, dita pelo réu (forma) – procede
As exceções também podem ser invocadas pelo juiz e não só para que o réu
se defenda. Servem para o réu se socorrer.
Em regra, as exceções dilatórias são de conhecimento oficioso. As perentórias,
são ao contrário decorrente da autonomia das partes (578º CPC).
Quando o réu invoca a exceção, é essencial que o autor possa responder. A
réplica só pode ser apresentada se o réu puder fazer um pedido
reconvencional, e aí o autor responde.
1. Articulado eventual – só acontece com o pedido reconvencional
SE HÁ PEDIDO RECONVENCIONAL, HÁ RÉPLICA, CASO
CONTRÁRIO, NÃO HÁ.
DESPACHO SANEADOR
1. Conhecer as exceções dilatórias
2. Conhecer as nulidades processuais
3. Conhecer imediatamente do mérito
a. Apreciação total dos pedidos ou exceções
b. Apreciação parcial de algum dos pedidos ou de alguma das
exceções
Não esquecer que antes do despacho saneador, há o despacho pré-saneador:
O juiz convida as partes a corrigir os problemas dos articulados (p.ex:
quando o autor não está acompanhado de advogado).
Entre o pré-saneador e o saneador também há a audiência prévia (591º CPC).
FORMA DE PROCESSO
A forma de processo são os modelos de sequencias ordenadas de atos
dirigidos a um determinado fim, em função de providencia judiciaria requerida
pelo autor, do valor atribuído aos interesses em conflito ou da natureza da
relação subjetiva subjacente à pretensão.
1º INSTÂNCIA 3000€
RELAÇÃO 23000€
STJ 33000€
Causa de pedir factos (coisa que aconteceu na vida). NÃO É UMA
QUALIFICAÇÃO JURÍDICA
TIPOS DE AÇÃO
a) Ação declarativa
a. Ação de simples apreciação: quando o autor pede ao tribunal que
declare a existência ou inexistência de um direito ou facto jurídico
b. Ação de condenação: quando pede que condene o réu na
prestação de uma coisa ou de um facto a que tem direito
c. Ação constitutiva: quando pede que se alterem situações jurídicas
das partes em conformidade com um direito potestativo do autor
b) Ação executiva
a. É executiva quando visa a reparação material de um direito
violado, no pressuposto da sua existência
b. É necessária a posse de titulo executivo através do tribunal
judicial
COMPETÊNCIA
1º -
Aqui o artigo 24º é aplicável, por via do artigo 25º/4, já que o artigo 25º não
pode afetar o artigo 24º.
O pacto só vai contra o artigo 24º se escolher outro país que não o deduzível
pelo mesmo.
Competência internacional:
1. Só interessa no caso determinar a competência internacional se os
factos da historia que está a ser contada no caso pratico tiver conexão
com mais de uma ordem jurídica.
a. VERIFICAR se o conflito é plurilocalizado, e se sim determinar a
competência internacional – ‘’o conflito é plurilocalizado logo
tenho de determinar a competência internacional’’
b. Caso contrario não se tem de verificar a competência
internacional, verificando apenas a competência nacional.
c. MUNDO PERFEITO: onde todos os países se entendem
d. Todos os países são unidos e dizem: sempre que houver
problemas com conexão com vários países, quando uma das
partes quiser propor uma ação essa parte propõe sempre a ação
no país do seu domicilio. Nunca iriam haver conflitos positivos de
jurisdição (quando mais de um tribunal se acha competente, é
bom para o autor porque tem muitos para escolher e qualquer um
deles serve); nem conflitos negativos de jurisdição (quando
nenhum tribunal se considera competente e o autor não tem onde
defender o seu direito). Também podia dizer que faziam critérios
por matérias, ou seja, se for relacionado com contratos, o país
relevante é onde foi celebrado o contrato; caso fosse RC, então
era no país onde aconteceu o dolo, etc...
e. MUNDO HORRIVEL: cada um decide unilateralmente o que vai
fazer
f. Portugal a dizer ‘’os meus tribunais são competentes para isto’’;
Espanha fazia o mesmo; Brasil, também... Se cada país fizesse a
sua lista unilateralmente, tínhamos muitos conflitos positivos, no
entanto, também podiam existir conflitos negativos... imagine-se
casos do 18º/1, 21º/2, 24º e 25º mesmo que ele não tenha
residência num dos estados membros.
COMPETENCIA TERRITORIAL
(já vimos)
ARTIGO 80º/3 – regra especial que serve para quando nós já sabemos q os tribunais
portugueses são competentes, mas todas as regras de competência territorial apontam
para um país estrangeiro, se mais nada der o tribunal de lisboa é competente. NUNCA
UTILIZAR O 62º/A COM O 80º/3, porque o 62º/A é utilizado para definir a competência
internacional dos tribunais portugueses. O 80º/3 é uma regra para nos salvar quando
sabemos que os tribunais portugueses são competentes, mas a competência territorial
nos aponta para outro sitio.
T1ªINSTANCIA
2º falar dos juízos de competência especializada que não são nem o juízo cível central
nem o juízo cível local – artigo 81º/3 LOSJ, dizendo que não é da competência dos
tribunais: família, comercio, crime, trabalho, execução. Depois, vejo o juízo central –
artigo 117º LOSJ - processo comum, superior o valor da causa a 50mil€ (somando se
houver mais de um pedido).
Fora isto, se for processo especial e/ou valor inferior a 50mil€ vou para o juízo cível
local. O local tem competência residual ficando com tudo o que não é dos outros.
O CPC foi feito e só depois alteraram a LOSJ. Quando o problema tem que ver com a
forma de processo é sempre incompetência relativa – 102º
Havendo uma incompetência é preciso ver onde é que a ação foi proposta! (nem
sempre diz nos casos práticos)
1. Ver competência em razão de que? Qual a norma violada e a partir daí dizer se
é competência absoluta ou relativa. (regulamento pode ter violação das regras
de comp internacional e territorial nos artigos em que há dupla funcionalidade)
pode haver mais de uma incompetência num caso pratico e se uma levar a
absolvição e outra a remessa, o fim será sempre a absolvição.
2. É ou não de conhecimento oficioso? Se é de conhecimento oficioso passa-se
para o terceiro ponto
3. Dentro de que o juiz pode fazer + dizer até quando o juiz pode conhecer
oficiosamente
a. Continuar com a ação e conhecer do mérito da causa, se o
conhecimento não for oficioso e as partes não alegarem
b. Pode absolver o reu da instancia
c. Pode haver remessa para o tribunal competente - A NORMA NÃO DÁ
REMESSA PARA OUTROS TRIBUNAIS INTERNACIONAIS. APENAS ENTRE
TRIBUNAIS PORTUGUESES.
Geralmente, o juiz só tem contacto com o processo a partir do saneador. Antes disso
não costuma ter em 99% dos casos. No entanto, há 1% de casos em que a secretaria
pergunta ao juiz se deve citar o réu.
Providencias cautelares – o juiz tem de decretar a sentença antes de citar o réu – HÁ
SEMPRE ABSOLVIÇÃO DO RÉU DA INSTÂNCIA PORQUE NUNCA HÁ PROVIDENCIAS
CAUTELARES NO CASO, LOGO NUNCA HÁ INDEFERIMENTO LIMINAR DA PETIÇÃO
INICIAL.
LEGITIMIDADE
Há litisconsórcio necessário:
ii) Legal (34.º CPC): quando a própria lei diz que todos têm de estar
presentes (419ºCC por exemplo).
Representação toda a parte age em nome próprio, pelo que não é parte
aquele que age em nome alheio. Assim, o representante, legal ou voluntário,
não é parte, sendo apenas parte o representado.
Intervenção acessória
Oposição a oposição tem por finalidade trazer à ação um terceiro que vem
fazer valer um direito próprio, incompatível com a pretensão deduzida pelo
autor ou pelo reconvinte. Pode ser espontânea, ou provocada pelo réu.
PERSONALIDADE JUDICIÁRIA
Nº 1: noção
Nº 2: quem tem personalidade jurídica, também tem personalidade
judiciária (remeter para o artigo 66º em caso de pessoa coletiva e 5º da
lei das sociedades comerciais).
DO LADO ATIVO, o autor, desde que tenha feito a petição inicial, pode
continuar a ação. Pode até nem haver réplica ou contestação, desde que haja
petição inicial, há ação.
Artigo 15º/2 –
Agora é o juiz que diz na sentença, qual destes é adequado a cada incapaz.
Exceto os incapazes que estejam sujeitos a representação geral, todos os
outros, há algumas coisas que têm capacidade de exercício para fazer
(comparável ao regime da menoridade do artigo 127º).
A resposta depende, nos termos do 15º/2, de ver quais os efeitos possíveis
naquela ação + regime material do código civil, vendo se estes efeitos são algo
que o incapaz pode fazer sozinho.
O artigo 16º diz que se se concluir que os efeitos possíveis da ação, são algo
que o incapaz não tem capacidade para fazer, dentro da ação temos de suprir
a ação.
Acrescentar maiores sujeitos a administração ao artigo 16º; aqui é citado o
representante.
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Caso prático
1. REPRESENTAÇÃO GERAL! Não tem capacidade de exercício de fazer
nada e não tem capacidade judiciaria para estar em qualquer ação.
15º/2 + 16º/1 +223º/1 este maior acompanhado sujeito a
representação tem de estar representado em ação.
2. O juiz deveria ter citado o legitimo representante no despacho pré-
saneador. Na legitimidade, o juiz não pode provocar a intervenção. No
entanto, na capacidade judiciaria, segundo o artigo 28º, o juiz pode
mandar citar o representante legitimo, sem autorizações, nem pedidos...
É oficioso. Ver o artigo 27º.
PATROCÍNIO JUDICIÁRIO
Quando é que é obrigatório? Art 40º/1 (apenas do lado ativo, nunca do passivo)
a) Para se preencher esta alínea, tem de ser analisado se é admissível recurso
ordinário. Nos termos do artigo 629º/1 + 44º LOSJ + 297º ou 301º ou 300º
b) Ações que admitem sempre recurso, 629º/3 a)
c) Recursos, ações que estão a correr em tribunais superiores (NÃO INTERESSA)
Vícios possíveis:
1. Patrocínio obrigatório e eu apresento-me sem ninguém, assinando peças por
mim mesma. Estas não valem nada art 41º
2. Eu olho para o processo, e vejo as peças todas assinadas por um advogado, mas
não há procuração forense da constituição de advogado 48º juiz manda
juntar a procuração forense à P.I insuficiência do mandato
3. Mandato mal feito 48º
Notifica-se a parte e o mandatário para regularizarem a situação e depois a parte tem
de notificar o advogado da falta de procuração
O advogado pode agir sem procuração forense no caso da gestão de negócios 49º
Poderes gerais –> 45º
Poderes especiais –> 46º