Slides - Aula 03 - Prof. Francisco Souza
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- UNIDADE 01/AULA 03
- DIREITO PROCESSUAL CIVIL:
PRINCÍPIOS APLICADOS AO PROCESSO
DE EXECUÇÃO
SETEMBRO, 2022
2 PRINCÍPIOS
APLICADOS AO
PROCESSO DE
EXECUÇÃO
Não há execução sem título que a
embase!
Permissão para invasão do
patrimônio do executado por meio
de atos de constrição judicial;
Situação processual desvantajosa;
Por que o título?
Probabilidade de que o crédito
representado efetivamente exista
para justificar os atos perpetrados!
Decisões interlocutórias?
Art. 515, I, do NOVO CPC prevê
a possibilidade da
executabilidade das “decisões”
proferidas no processo civil;
inclusive as interlocutórias;
PERGUNTA-CHAVE:
Sem título executivo não há
execução e com título executivo
pode não haver execução,
preferindo o pretenso credor o
processo de conhecimento?
Art. 785 do CPC – permite à parte
optar mesmo quando já exista um
título executivo extrajudicial em
seu favor;
Daniel Neves critica; fundamento
no STJ: inexistência de prejuízo ao
réu e a possibilidade de este fazer
uma defesa mais ampla e plena de
seus direitos;
Para ele nos embargos à execução
é possível alegar todas as matérias
de defesa em processo de
conhecimento; mesma
abrangência da contestação;
A desvantagem do executado
perante o exequente não existe na
relação autor e réu, e essa premissa
não pode ser ignorada, já que
poderia ser feita a penhora a
qualquer tempo;
Interesse de agir – condições da
ação – matéria de ordem pública –
não podem as partes ceder diante
do interesse privado do autor e/ ou
réu – CRÍTICA DE DANIEL NEVES;
Trabalho jurisdicional inútil!
Título executivo judicial quando já
há um extrajudicial;
Atentado a economia processual
(aspecto macroscópico – podia ter
mais resultados com menor
atividade jurisdicional);
Execução como forma de vingança
privada?
E a atual admissibilidade da prisão
civil?
Execução sempre real, nunca
pessoal; satisfação do direito do
exequente pelos bens;
Lei das XII Tábuas → divisão do
corpo do devedor em tantos
pedaços quanto sejam os credores
Bens impenhoráveis
Como todos os processos, o
executivo pode ter um final normal
ou anômalo;
Extinto por sentença
Normal: prevista no art. 924 do CPC
Meramente declaratória quanto ao
final do procedimento executivo;
Anômalo: Extinção sem resolução do
mérito – um dos motivos
do art. 485 do CPC
Acolhimento dos embargos à
execução – inexistência do direito
material exequendo.
Executado poderá ter uma decisão
de mérito favorável a ele?
Se discute o mérito na execução?
Corrente tradicional doutrinária;
A única forma de prestação que
pode ser obtida em tal processo é a
satisfação do direito do exequente,
nunca do executado;
Melhor das hipóteses: impedimento da
satisfação com a extinção do processo;
Única forma de conseguir uma tutela
jurisdicional pelo executado é uma
nova ação, qual seja – embargos à
execução – corrente tradicional;
Exceção de pré-executividade: sistema
admitir que o mérito da execução seja
discutido incidentalmente na própria
execução – colapso do princípio!
A partir do momento em que se
permite a solução do processo de
execução pelo acolhimento de uma
matéria de mérito alegada
incidentalmente...
Sentença que rejeita a pretensão
executiva do credor, com resolução
do mérito!!
STJ – admite reconhecimento de
prescrição – processo executivo –
gera decisão que resolve o mérito
do processo...
Crise do presente princípio!
Daniel Neves: questionar se ainda
é princípio...
Mas é...
Sempre que o executado não puder
apresentar defesa de mérito
incidentalmente!!!
STJ: Resp 1.030.066/RS
PROCESSUAL CIVIL –
EXECUÇÃO FISCAL –EXTINÇÃO
COM JULGAMENTO DO
MÉRITO –DECRETAÇÃO DA
PRESCRIÇÃO –PAGAMENTO DE
CUSTAS PROCESSUAIS –ARTS.
26 E 39 DA LEI 6.830/80 –
FUNDAMENTAÇÃO
DEFICIENTE - ACÓRDÃO
DECIDIDO SOB FUNDAMENTO
EXCLUSIVAMENTE
CONSTITUCIONAL –NÃO
CONHECIMENTO. 1. Hipótese
em que a execução fiscal foi
extinta porque reconhecida, de
ofício, a prescrição, antes da
citação do executado.
2. Tese (no sentido de que a Fazenda
Pública não deve arcar com o pagamento
de custas processuais em processo extinto
pela prescrição em ação de execução onde
o executado sequer foi citado e, por isso,
não realizou qualquer despesa de ordem
processual) que não encontra respaldo
nos arts. 26 e 39 da Lei 6.830/80.
Fundamentação deficiente. Súmula
284/STF. 3. Decidida a controvérsia em
torno da inaplicabilidade do art. 39 da
LEF sob enfoque exclusivamente
constitucional, inviável o recurso especial,
a teor do art. 105, III, da Constituição. 4.
Recurso especial não conhecido.
(STJ - REsp: XXXXX RS 2008/XXXXX-
2, Relator: Ministra ELIANA CALMON,
Data de Julgamento: 15/05/2008, T2 -
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação:
--> DJe 30/05/2008)
Em razão do desfecho único do
processo de execução...
De que não há como tutelar o direito
material do executado...
Pode o exequente, a qualquer
momento, desistir do processo, sendo
dispensada concordância do
executado – art. 775 do CPC;
MÁXIMO POSSÍVEL QUE O
PROCESSO PODERIA ENTREGAR AO
EXECUTADO! (Teori Zavascki e Min.
Castro Meira – Resp 715.692/SC);
Renúncia do exequente?
Ele desistindo pode ingressar
posteriormente com ação idêntica?
Sim, desde que comprove o
pagamento das custas processuais
da primeira ação – art. 486, § 2º do
CPC;
Admite-se a desistência de apenas
alguma medida executiva
específica em execuções?
Sim, pois há uma pluralidade de
meios à disposição...
Ex. Execução de alimentos:
expropriação ou pela prisão civil –
VEDADA PRISÃO CIVIL DE OFÍCIO
PELO JUIZ!
Ex. 2: entrega de coisa – exequente
pode desistir de aplicação de
astreintes; limitando-se à busca e
apreensão e vice-versa;
Todos legitimados podem desistir?
Exceção do MP, pelo princípio da
indisponibilidade, pois defende
interesse alheio na execução;
Parte da doutrina diz que o MP tem
disponibilidade (Araken de Assis e
Teori Zavascki);
Leiloado bem na justiça é possível
desistir da execução?
E na execução de obrigação de
fazer que já tiver sido satisfeita por
terceiro? Art. 817 do CPC;
Embargos de execução pendentes
de julgamento: impede a
desistência na execução?
A depender da matéria alegada o
que mudará são os efeitos gerados
pela desistência;
Matéria processual: perda
superveniente do interesse de agir;
embargos inúteis – SEM
CONCORDÂNCIA DO
EMBARGANTE;
Versar sobre matéria de mérito –
direito material alegado pelo
exequente – ex. novação;
compensação;
Condicionada à concordância do
embargante – trata-se de matérias
de mérito e é possível vislumbrar
interesse na continuação dos
embargos... A sentença de mérito
em seu favor formaria coisa julgada
material, impedindo a propositura
do processo de execução;
Então, Daniel Neves, exclusão do
princípio da disponibilidade
quando houver em trâmite defesa
incidente de mérito na execução...
Extinta somente se o executado
concordar expressamente!
Deve servir, efetivamente, para
entregar ao vitorioso aquilo que
tem direito a receber;
Exemplo: a penhora não será
realizada quando restar
evidente que o produto da
execução dos bens encontrados
será totalmente absorvido pelo
pagamento das custas da
execução – vide art. 836 do CPC;
Ex. 2: Impedimento da
aplicação das astreintes quando
o juiz se convence que a
obrigação se tornou
materialmente impossível de ser
cumprida!
Vide Resp 743.185/SP
Executado deve sofrer mais do
que o estritamente necessário
na busca da satisfação do
direito do exequente?
Gravames desnecessários
devem ser evitados;
Art. 805 do CPC – modo menos
gravoso;
Interpretado à luz do princípio
da efetividade da tutela
executiva;
Do contrário?
Processo = Enganação!
Leilão judicial por preço vil?
Vide art. 891 do CPC;
Menor Onerosidade x
Efetividade
Proporcionalidade e
razoabilidade → “meio-termo”;
E se o executado alegar tal
princípio?
Indicar meios mais eficazes e
menos onerosos, “sob pena” de
manutenção dos atos
executivos já determinados;
Arts. 77, 80 e 81 do CPC;
Art. 774 – atos atentatórios à
dignidade da justiça –
praticados pelo executado;
Cinco espécies de tais atos;
I – fraude à execução; maioria
da doutrina é a do 792 do CPC;
outra corrente abrange outros
atos que não aqueles referentes
à alienação ou oneração de
bens;
II – oposição maliciosa à
execução – emprego de ardis e
meios artificiosos; respeita-se a
ampla defesa, mas pune o
abuso;
III – conduta comissiva ou
omissiva que dificulta ou
embaraça a realização da
penhora;
IV – resistência injustificada às
ordens judiciais; cumulação
possível com a sanção do p. u.
do 774 com o 77, § 2º do CPC –
tipicidade no art. 77, IV;
Bis in idem?
Diferentes credores!
Não indicação ao juiz onde
encontram os bens sujeitos à
penhora se constitui ato
atentatório; juiz pode
determinar de ofício ou
provocação – 5 dias;
Ausência de julgamento do
mérito ou atividade cognitiva?
Atualmente – posicionamento
tranquilo de que há natureza
jurisdicional;
Juiz é chamado a resolver uma
série de incidentes, sendo
absurdo não admitir o
contraditório;
Ex. decisão sobre o bem
penhorado; modificação ou
reforço da penhora; alienação
antecipada de bens; preço vil
em arrematação; avaliação do
bem;
Em lei: penhora, expropriação,
busca e apreensão, astreintes,
arresto executivo, remoção de
pessoas ou coisas, fechamento
de estabelecimentos
comerciais;
Rol exemplificativo? R: Sim!!
“tais como” no 536, § 1º;
Bloqueio ou sequestro de verbas
públicas para medicamentos
pelo Estado?
Sim! STJ! Resp 1.069.810/RS
Fazer, não fazer e entregar
coisa, apenas? Não!
Daniel Neves entende
elastecida ao de pagar quantia
certa;
suspensão do direito do devedor de
conduzir veículo automotor,
inclusive com a apreensão física da
CNH, em caso de não pagamento
de dívida oriunda de multas de
trânsito (incluo as indenizações por
acidentes ocorridos no trânsito);
vedação de contratação de novos
funcionários por empresa devedora
de verbas salariais;
proibição de empréstimo ou de
participação em licitações a
devedor que não paga o débito
relativo a financiamento bancário.
pode, por exemplo, determinar a
suspensão da habilitação de
devedor que tem na condução de
automóveis sua fonte de
subsistência (taxista, motorista do
Uber, motorista de ônibus)??
Tampouco parece correto proibir a
contratação de novos funcionários
de empresa que deve verbas
salariais quando a contratação for
indispensável ao próprio
funcionamento da empresa.
Por outro lado, tais medidas
atípicas devem ser aplicadas
somente quando as medidas
típicas tiverem se mostrado
incapazes de satisfazer o
direito do exequente