Advogado Falta de Intimacao Nulidade

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EXCELENTISSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

UNA PAOLA TRINDADE GURSKY, brasileira, solteira, autônoma, inscrita no CPF


n°378.158.138-92, portadora do RG n°43.676.555-X , residente e domiciliada à Rua
Jair Pedro da Silva, n°283, na cidade de Mogi Guaçu, Estado de São Paulo, por seu
advogado in fine assinado, vem, respeitosamente, com fundamento no art. 5º, inciso
LXIX, da vigente Constituição Federal e na Lei nº 1.533, de 31/12/51, impetrar o
presente MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR, em face de ato
coator do DESEMBARGADOR , [qualificação], pelas razões de fato e de direito que
a seguir expõe:

DO MANDADO DE SEGURANÇA

A presente ação encontra-se revestida das formalidades legais que legitimam sua
procedência, sendo este o meio constitucional posto à disposição de pessoa jurídica,
órgão com capacidade processual para a proteção do direito liquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por
ato de autoridade conforme se perceberá pela narrativa adiante exposta.

Direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado


na sua extensão apto a ser exercitado no momento da impetração, em outras
palavras, é o direito comprovado de plano.

Em assim sendo, e estando a apresente ação destinada a afastar ofensa a direito


subjetivo individual, nada mais que o presente MANDADO DE SEGURANÇA, pois
através deste, se vislumbra precipuamente a suspensão do respectivo processo até
o julgamento do mérito e trânsito em julgado da sentença, uma vez que os vícios
considerados no processo sob o numero por responsabilidade do Ilustrissimo
Desembargador Relator da Camâra de Julgamento são evidentes, em desacordo
com os princípios da impessoalidade, legalidade entre outros, que ferem, de chofre o
direito do Impetrante.
I - FALTA DE INTIMAÇÃO DO ADVOGADO-
- NULIDADE ABSSOLUTA DO PROCESSO A PARTIR DAS FLS ...
-VIOLAÇÃO ARTS 272 §2º DO CPC E 2801 –

- CERCEAMENTO DEFESA (CF, art. 5º, LV) 2-

Os atos processuais obedecem a certa forma predeterminada na lei, de modo que,


se o ato processual for praticado em desobediência e essa forma haverá nulidade,
sem força capaz de produzir seus efeitos no mundo jurídico.

O mais grave dos vícios é o da inexistência jurídica. Aqui o ato é apenas


aparentemente praticado, não chega a ter vida no mundo jurídico, apenas existe no
mundo dos fatos, mas juridicamente não.

Pois, bem. A paciente Una, constituiu como seu único patrono, o advogado Dr.
FELIPE BERNARDES DE OLIVEIRA, inscrito na OAB/SP. sob o n. 431.856,
conforme instrumento de procuração juntado às fls. 747

O eminente relator NÃO ADMITIU o respectivo recurso especial, o que caberia ainda
agravo em recurso especial, que deveria ser analisado por esta Corte Superior.

O r. despacho desta decisão foi publicada no Diário Oficial do dia 02 de junho de


2021. Todavia, na publicação não constou o nome do advogado da paciente em
questão o advogado Dr. Felipe Bernardes de Oliveira, inscrito na OAB/SP, sob o n.

1
Art. 272. Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos
atos no órgão oficial. (...) § 2ºSob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das
partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se
assim requerido, da sociedade de advogados.
Art. 280. As citações e as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais.
2
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; (...)
431.856. (doc. n.01), mesmo que este fosse o unico signatário do respectivo recurso
especial.

Em síntese, A PARTIR (inclusive) DA R. DECISÃO DE FLS. 854/856 O ADVOGADO


CONSTITUÍDO PELA PACIENTE UNA, NUNCA FOI INTIMADO DE NENHUM ATO
PROCESSUAL SUBSEQUENTE, MESMO COM A PROCURAÇÃO JUNTADA.

Portanto, indubitavelmente, das fls. 854/856 em diante do processo está


contaminado faltando com o vício insanável da nulidade por falta de intimação do
advogado da agravada.

Prescreve o art. 280 do CPC que as intimações serão nulas, quando feitas sem
observância das prescrições legais.

Mas a demonstrada falta de intimação do advogado da paciente em questão, reflete


numa insanável nulidade granjeada para os presentes autos, ex vi art. 272 § 2º do
Código de Processo Civil.
“Art. 272 - Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se
feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.
(...) § 2º - Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação
constem os nomes das partes e de seus advogados, com o
respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil,
ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.
omissis...”

A propósito, cumpre trazer a lume lição de HUMBERTO THEODORO JÚNIOR,


verbis:

"O que é imprescindível para a validade da intimação é a menção dos


nomes das partes e de seus advogados, de maneira suficiente para
identificá-los. A preterição desses requisitos causa a nulidade (art. 236, § 1º
do CPC / art. 272, §2º do CPC)" (in Curso de Direito Processual Civil, 38ª
ed., Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 244).

12. Em situações idênticas à ora em tablado, o Superior Trubunal de Justiça, decidiu


das seguintes formas:
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP Nº 1.424.304 - SP
(2014/0276041-4) RELATOR : MINISTRO JORGE MUSSI EMBARGANTE :
COCA COLA INDUSTRIAS LTDA ADVOGADOS : RENATO JOSÉ CURY E
OUTRO (S) CRISTIANO ZECCHETO SAEZ RAMIREZ E OUTRO (S)
GABRIELA MARCONDES BORGES E OUTRO (S) EMBARGADO :
MARLENE MUNIZ PINTAN ADVOGADO : FABIO DE OLIVEIRA PROENCA
DECISÃO Cuida-se de embargos de divergência opostos por COCA-COLA
INDÚSTRIAS LTDA., em face de acórdãos prolatados pela Terceira Turma
do Superior Tribunal de Justiça, assim ementados: RECURSO ESPECIAL.
DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANO
MORAL. AQUISIÇÃO DE GARRAFA DE REFRIGERANTE CONTENDO
CORPO ESTRANHO EM SEU CONTEÚDO. NÃO INGESTÃO.EXPOSIÇÃO
DO CONSUMIDOR A RISCO CONCRETO DE LESÃO À SUA SAÚDE E
SEGURANÇA. FATO DO PRODUTO.EXISTÊNCIA DE DANO MORAL.
VIOLAÇÃO DO DEVER DE NÃO ACARRETAR RISCOS AO
CONSUMIDOR. OFENSA AO DIREITO FUNDAMENTAL À ALIMENTAÇÃO
ADEQUADA. ARTIGOS ANALISADOS: 4º, 8º, 12 e 18, CDC e 2º, LEI
11.346/2006 1. Ação de compensação por dano moral, ajuizada em
20/04/2007, da qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao
Gabinete em 10/06/2013. 2. Discute-se a existência de dano moral na
hipótese em que o consumidor adquire garrafa de refrigerante com corpo
estranho em seu conteúdo, sem, contudo, ingerí-lo. 3. A aquisição de
produto de gênero alimentício contendo em seu interior corpo estranho,
expondo o consumidor à risco concreto de lesão à sua saúde e segurança,
ainda que não ocorra a ingestão de seu conteúdo, dá direito à compensação
por dano moral, dada a ofensa ao direito fundamental à alimentação
adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana. 4.
Hipótese em que se caracteriza defeito do produto (art. 12, CDC), o qual
expõe o consumidor à risco concreto de dano à sua saúde e segurança, em
clara infringência ao dever legal dirigido ao fornecedor, previsto no art. 8º do
CDC. 5. Recurso especial não provido. (fl. 355) PROCESSO CIVIL.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO ESPECIAL. NULIDADE.
SUBSTABELECIMENTO SEM RESERVA DE PODERES.
REQUERIMENTO DE PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA. PUBLICAÇÃO EM
NOME DOS ANTIGOS ADVOGADOS. ACOMPANHAMENTO DO
PROCESSO PELOS NOVOS PATRONOS. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.
NULIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A jurisprudência do STJ é assente no
sentido de ser nula, por ofensa aos princípios da ampla defesa e
contraditório e ao art. 236, § 1º, do CPC, a publicação dirigida apenas a
advogado substabelecido, em especial quando constar pedido expresso de
publicação exclusiva em nome do advogado constituído. Precedentes. 2.
Contudo, é também pacífico que a declaração de nulidade de atos
processuais deve se dar com temperamento, sempre à luz da hipótese
concreta, pois o regime de nulidades no processo civil vincula-se à efetiva
ocorrência de prejuízo à parte, a despeito de eventual inobservância da
forma prevista em lei (art. 244, CPC princípio pas de nulitté sans grief). 3. A
jurisprudência do STJ, atenta à efetividade e à razoabilidade, tem repudiado
o uso do processo como instrumento difusor de estratégias, vedando,
assim, a utilização da chamada "nulidade de algibeira ou de bolso". 4.
Embargos de declaração rejeitados. (fl. 396) Alega a embargante que o
acórdão embargado contraria os seguintes julgados desta Corte, em relação
às respectivas teses: a) nulidade do acórdão proferido no recurso especial,
ante a ausência de intimação dos advogados da Coca-Cola para a sessão
de julgamento (1) Ag.Reg. no REsp n. 915.495/RJ, Quarta Turma, Ministro
Luiz Salomão; e (2) EREsp n.1.310.350/RJ, Corte Especial, Ministra Nancy
Andrighi. b) a simples aquisição de produto impróprio para consumo e a
mera potencialidade de dano ao consumidor que não chegou a ingerir o
produto não configuram a ocorrência de dano moral indenizável REsp n.
747.396/DF, Quarta Turma, Ministro Fernando Gonçalves. Admitidos os
embargos (fls.496/497), o embargado não apresentou impugnação,
conforme certidão de fl.501. O Ministério Público Federal opinou pelo
provimento dos presentes embargos (fls.507/511). É o relatório.
Inicialmente, destaca-se que eventual dissídio jurisprudencial do acórdão
embargado com os paradigmas da Quarta Turma deverá ser decidido pela
Segunda Seção. Limita-se, portanto, a presente análise ao alegado
dissenso pretoriano em relação apenas ao EREsp n. 1.310.350/RJ, da Corte
Especial. Ultrapassado este ponto, verifica-se que o recurso não merece
prosperar, em que pesem as razões da embargante. O conhecimento dos
embargos de divergência impõe a demonstração efetiva do dissídio entre o
aresto impugnado e o acórdão paradigma, no qual se deverá explicitar as
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados,
tendo eles, porém, tido pronunciamentos judiciais diametralmente opostos,
nos termos do artigo 266, § 1º, c/c o artigo 255, § 1º, do Regimento Interno
do Superior Tribunal de Justiça. Nesse sentido, colhem-se os seguintes
precedentes: AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RECURSO NÃO ADMITIDO POR
AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE ARESTOS RECORRIDO E
PARADIGMAS. NÃO CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA.
1. Nos termos da jurisprudência reiterada desta Corte Superior, a
admissibilidade dos embargos de divergência está atrelada à demonstração
de que os arestos confrontados partiram de similar contexto fático para
atribuir conclusões jurídicas dissonantes. (destaque nosso) 2. Na espécie, o
acórdão embargado, de forma fundamentada, analisando as questões
fáticas concretas, entendeu que "[...] quanto à violação do inciso II do art.
535 do Código de Processo Civil, resta patente a não ocorrência de
nulidade por omissão, tampouco de negativa de prestação jurisdicional, no
acórdão que decide de modo integral e com fundamentação suficiente a
controvérsia posta". Em momento algum, lançou-se a tese jurídica de não
configurar relevante omissão a recusa, pelo Tribunal, da análise de teses
jurídicas essenciais à defesa, como diz a embargante. 3. Os acórdãos
paradigmas, por outro lado, ao analisarem os casos concretos, os contextos
fáticos específicos, entenderam que os tribunais a quo não se manifestaram
sobre pontos capitais da controvérsia, mesmo após a provocação via
aclaratórios. 4. Não cabe, nos embargos de divergência, rediscutir a justiça
dos acórdão recorrido se não há prévia divergência entre teses jurídicas,
com base em contextos fáticos similares. A análise quanto à violação ou
não ao inciso II do art. 535 do Código de Processo Civil (atual art. 1.022) foi
decidida no âmbito desta Corte Superior por ocasião do acórdão recorrido,
não cabendo reanálise via embargos de divergência, salvo se houvesse
confronto de teses jurídicas entre acórdão recorrido e paradigmas, com
base em contextos fáticos similares. 5. Mostra-se evidente a impropriedade
dos presentes embargos de divergência, na medida em que não se
demonstrou a existência de situações idênticas sendo julgadas por esta
Corte de Justiça de modo dissonante. 6. Agravo interno a que se nega
provimento. (AgInt nos EAREsp 521.174/PA, Rel. Ministro OG
FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado em 20/04/2016, DJe
29/04/2016) AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS
INFRINGENTES. NULIDADE DO JULGAMENTO. ALEGADA DEFICIÊNCIA
DE FUNDAMENTAÇÃO. MERA REPRODUÇÃO DE ANTERIOR
JULGADO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADA.
AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS ACÓRDÃOS
CONFRONTADOS. DECISÃO AGRAVADA CONFIRMADA. AGRAVO
REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. O conhecimento dos embargos de
divergência pressupõe a existência de similitude das circunstâncias fáticas e
do direito aplicado nos acórdãos confrontados. No caso vertente, as
hipóteses confrontadas são díspares. (destaque nosso) 2. O acórdão
embargado salienta que o relatório feito pelo Tribunal estadual "trazia o
cerne das defesas articuladas pelas partes" e que, durante o julgamento
colegiado, no qual foram feitas três sustentações orais, foi dada a
oportunidade para que todos os fatos considerados relevantes (e acaso
omitidos no relatório) fossem devidamente ressaltados pelos interessados.
3. Ao revés, os acórdãos paradigmas reputam nulo o julgamento de
embargos infringentes baseado em acórdão que simplesmente reproduz o
aresto produzido na apelação, "sem nada acrescer". 4. Agravo regimental
desprovido. (AgRg nos EREsp 1193809/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/04/2016, DJe 27/04/2016) In casu,
verifica-se das razões recursais que não restou caracterizada a similitude
fática e jurídica entre os arestos cotejados, porquanto o acórdão embargado
concluiu que a declaração de nulidade de atos processuais deve se
analisada com certa cautela, sempre sob o enfoque do caso concreto, pois
o regime das nulidades no processo civil vincula-se à efetiva ocorrência de
prejuízo à parte, a despeito de eventual inobservância da forma prevista em
lei. Aduziu, ainda, o aresto embargado que este Superior Tribunal de Justiça
tem repudiado a atitude das partes e advogados em não alegar eventual
nulidade no momento oportuno, "utilizando o processo como meio difusor de
estratégias, vedando, assim, a utilização da chamada"nulidade de algibeira
ou de bolso"". O acórdão paradigma da Corte Especial, por sua vez, embora
inicialmente trate da matéria da nulidade do ato judicial pela inexistência de
intimação do advogado substabelecido em relação ao qual há pedido de
publicação exclusiva em seu nome não versa sobre as teses relativas (a) à
declaração de nulidade apenas quando houver prejuízo efetivo e (b) à falta
de sua alegação no momento oportuno. Neste sentido, destaca-se, do
paradigma colacionado, o seguinte trecho que confirma a falta de similitude
fática e jurídica: EREsp n. 1.310.350/RJ, Corte Especial, Relatora Ministra
Nancy Andrighi (fl.480): De fato, a jurisprudência da Corte Especial está
consolidada no sentido de que se há solicitação expressa para que as
intimações sejam expedidas "também" em nome do advogado
substabelecido, na publicação deve constar, pelo menos, o nome deste.
Conforme jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, a análise da
similitude fática e jurídica entre o acórdão embargado e o julgado
paradigma, nos embargos de divergência, deve ser restritiva e não
ampliativa. A propósito, transcreve-se julgado da Corte Especial: AGRAVO
REGIMENTAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. AUSÊNCIA DE
SIMILITUDE FÁTICO-JURÍDICA. [...] 3. A exigência da similitude fático-
probatória deve ser vista com rigor, em que pese o embargante sustentar
que "nem o Regimento do Superior Tribunal de Justiça nem a Lei
Processual exigem identidade fático-jurídica, mas similitude fático-jurídica".
O preciosismo linguístico, fundado na interpretação gramatical, no caso, não
é a melhor hermenêutica para a situação em exame. Isso porque a função
do recurso dos embargos de divergência é extinguir divergências intestinas
e pontuais que possam grassar nos tribunais, e não criar teses jurídicas
gerais. A interpretação deve ser restritiva, não ampliativa. (grifo nosso) 4.
Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AgRg nos EREsp
1297329/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado
em 19/11/2014, DJe 11/12/2014) Ante o exposto, com fundamento no art.
266 - C do Regimento Interno do STJ, alterado pela Emenda Regimental n.
22/2016, indefere-se liminarmente os embargos de divergência. Após o
trânsito em julgado desta decisão, remetam-se os autos para Segunda
Seção, em virtude da alegação de divergência entre julgados oriundos da
Terceira e Quarta Turmas. Publique-se. Intimem-se. Brasília-DF, 13 de maio
de 2016. MINISTRO JORGE MUSSI Relator (STJ - EREsp: 1424304 SP
2014/0276041-4, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Publicação: DJ
18/05/2016)

“APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DO DEVEDOR. NULIDADE DOS


ATOS. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA PARTE.
São nulos os atos praticados após intimação em que não constou o
nome DO ADVOGADO DE UMA DAS PARTES.” (Apel Cível n.
2.0000.00.506423-7/000, Rel. ALBERGARIA COSTA, DJ.
22/06/2005).

“APELAÇÃO CÍVEL. FALTA DE INTIMAÇÃO DO ADVOGADO DOS


ATOS PROCESSUAIS. NULIDADE DO PROCESSO.
Indispensável, sob pena de nulidade, que a parte seja intimada de
todos os atos do processo, devendo constar das publicações dos
atos no órgão oficial o seu nome e de seus advogados, suficientes
para sua identificação.” (Apel Cível n.2.0000.00.414664-1/000, Rel.
Des. ALBERGARIA COSTA, D.J:05/05/2004)

No mesmo sentido:

“AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DOS ADVOGADOS DO APELANTE -


CERCEAMENTO DE DEFESA - CASSAÇÃO DA SENTENÇA E
ANULAÇÃO PARCIAL DO FEITO.
- Se a parte possui advogado constituído nos autos, deve o mesmo
ser intimado de todos os atos processuais, o que se mostra
imprescindível para que o mesmo exerça devidamente a defesa dos
interesses do litigante.
- Impõe-se o reconhecimento da nulidade do feito a partir da decisão
que intimou apenas a parte autora para especificar provas,
cerceando a defesa do réu.”(Apel. Cível n. 1.0024.03.118569-7/00,
Des. Rel. DÍDIMO INOCÊNCIO DE PAULA D.25/05/2006).

“INTIMAÇÃO. ÓRGÃO OFICIAL. PUBLICAÇÃO. Na intimação feita


pelo órgão oficial, É INDISPENSÁVEL QUE DA PUBLICAÇÃO
CONSTEM OS NOMES DAS PARTES E DE SEUS ADVOGADOS,
SOB PENA DE NULIDADE (CPC, art. 236, § 1º).” (Apel. Cível n.
1.0024.04.323517-5/00, Rel. Des. IRMAR FERREIRA CAMPOS, DJ.
19/11/2005).

No mesmo diapasão, reiterados julgados do colendo SUPERIOR TRIBUNAL de


Justiça:

“NÃO CONSTANDO O NOME DO ADVOGADO DA PARTE,


TAL COMO EXIGE O ART. 236, PAR. 1., DO CPC, DA
PUBLICAÇÃO COM EFEITO DE INTIMAÇÃO, IMPENDE
RECONHECER A NULIDADE, que alcança os atos
subsequentes, na forma do art. 248 do mesmo código.
Cuidando-se de nulidade decretável de ofício, não há cogitar
de preclusão (art. 249, par. único, do CPC). Recurso conhecido
e provido" (STJ Resp. n. 100790 3ª Turma do STJ, Rel. Min.
Costa Leite, DJ 30.03.1998).

“PROCESSUAL CIVIL - NULIDADE DA INTIMAÇÃO - DE


ADVOGADOS
- REQUERIMENTO PARA QUE AS INTIMAÇÕES FOSSEM
EFETUADAS "TAMBÉM" EM NOME DO SUBSTABELECIDO -
INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO REALIZADA EM NOME DE UM
DOS OUTROS PATRONOS - NULIDADE RECONHECIDA.
1. Existindo pedido expresso de intimação dos atos
processuais para um determinado causídico, a sua falta
acarreta nulidade do julgado. 2. Precedentes: EREsp
900.818/RS, Rel. Ministra Laurita Vaz, Corte Especial, julgado
em 13.3.2008, DJe 12.6.2008; REsp 900.818/RS, Rel. Min.
Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 2.6.2009, DJe
20.8.2009. (STJ. AgRg no REsp 1177218 / MA. Rel. Min.
HUMBERTO MARTINS.DJ.27/04/2010).

Noutro norte, a falta de intimação do advogado da paciente Una, a toda evidência


trouxe-lhe grave prejuízo cerceando seu direito de defesa, pois não foi intimado da
decisão impediu o seguimento do recurso, sendo como consequência ocorrendo o
transito em julgado.

Não tendo atingido seus desideratos as intimações dos atos processuais publicados
nesse processo a partir do r. decisão de fls. ... , resultando em insanável nulidade
como apregoam os art. 236 § 1º e 247 do CPC, revigorado o cerceamento de defesa
aos direitos da agravada, art. 5ºLV da CF.

A intimação do advogado é matéria de “ordem pública”, ou seja, ultrapassa o mero


interesse das partes na solução da lide e se apresenta como projeção específica do
interesse público maior da segurança jurídica, pelo que sua preservação é
imprescindível para que se seja límpida a ordem processual resguardando a
projeção do principio constitucional do devido processo legal como exemplo mais
eloquente (CF, art.5º LIV).

Ex positis, considerando se tratar de nulidade absoluta, cerceamento de defesa e


matéria de ordem pública, requer:

a) na análise deste pleito, seja de ofício determinada a nulidade do processo a partir


das fls. ... em diante (CPC, art. 281)3;

3
Art. 281.Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a
nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes.
b) seja ordenado a republicação da r. decisão de fls. ..., com a intimação do
advogado da agravada Dr. ..., inscrito na OAB/... sob o n. ..., conforme instrumento
de procuração juntado às fls. ... (CPC 272 caput).

P. Deferimento.
(Local e Data)
(Assinatura e OAB do Advogado)

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