TCC DeyvisonMunizConrado
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1. Sistemas fotovoltaicos. 2. Manutenção. 3. Dimensionamento. 4. Instalação. I. Araujo, Marcel Ayres de, orient. II.
Título
CDD 621.3
DEYVISON MUNIZ CONRADO
Banca examinadora
___________________________________________________
Prof. Dr. Marcel Ayres de Araújo
Orientador/Examinador Interno
___________________________________________________
Prof. Dr. Emerson Tôrres Aguiar Gomes
Examinador Externo
___________________________________________________
Prof. Me. Vinícius de Cillo Moro
Examinador Externo
Dedico este trabalho a Jesus Cristo, autor e
consumador da minha fé, doador e preservador
da minha vida; ao meu pai, Wellington Queiroz
Conrado, que viveu para a glória de Deus e
verdadeiramente amou e se doou à família que
construiu; à minha mãe, Diana Maria Muniz
Conrado, que tem cuidado de mim com amor;
ao meu irmão, Diego Muniz Conrado, que está
sempre ao meu lado; à minha noiva, Gizele
Eishila Silva de Andrade, que tanto me
incentivou e aguardou por este momento.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, salvador da minha alma, pelo seu amor e misericórdia derramados
dia após dia.
Agradeço à minha mãe, Diana Maria Muniz Conrado, que me ama com verdadeiro
amor de mãe, que cuidou de mim por anos, que se esforçou pela minha educação e hoje vê os
frutos de seu trabalho.
Agradeço ao meu pai, Wellington Queiroz Conrado, que para mim foi um referencial
de ótima pessoa, amigo, esposo, pai, trabalhador e servo de Deus. Acredito que eu devo a ele o
que tenho e sou mais do que sou capaz de perceber.
Agradeço ao meu irmão amado, Diego Muniz Conrado, a quem sou grato pela
companhia, pelo incentivo e pelo simples fato de ser meu irmão. Foi ele quem Deus me deu
para cuidar e amar, a quem desejo que alcance todos os seus objetivos.
Agradeço à minha noiva, Gizele Eishila Silva de Andrade, que, nos últimos quatro
anos, tem me mostrado quão doce é o amor. Sua presença torna minha vida mais feliz. Te quero
até o fim da minha vida. Agradeço também à sua família, que é tão querida e amada, pelo
carinho e apoio que sempre me oferecem.
Meus sinceros agradecimentos ao professor Marcel Ayres de Araújo, meu orientador,
professor dedicado e pessoa amável, que me incentivou, me motivou e também se esforçou para
que este trabalho fosse concluído, ao avaliar e orientar a minha produção.
Também sou grato aos demais professores com os quais aprendi durante a graduação,
em especial a Renata Barbosa Vicente, que acreditou em mim e me deu a oportunidade de
participar, pela primeira vez, da pesquisa científica; sua orientação e amizade foram, e são,
especiais para mim. Da mesma forma, ao professor Rafael Alves de Oliveira, com o qual pude
colher frutos da sua paixão pelo ensino e pesquisa durante três anos de iniciação científica sob
sua orientação.
Agradeço aos colegas que estudaram comigo na graduação em Engenharia Elétrica na
UACSA pela companhia e aprendizados que compartilhamos. Em especial, ao meu amigo e
irmão Edivaldo Ferreira dos Santos Júnior, pela companhia, pelas orações, conselhos e palavras
de exortação.
Agradeço ao meu pastor, Altair Paulo da Silva Leite, que tem alimentado a mim e
minha família com a Palavra de Deus. Ao Presbítero Paulo Victor Xavier da Silva, pela sua
amizade tão querida. Ao diácono José Kledinis Lopes de França, meu amigo e irmão amado. A
Jeferson Rodrigues da Silva, que marcou minha vida pela sua amizade e pelo seu amor ao
conhecimento e à ciência. A Eberton Maurício da Silva, meu coordenador na empresa Sonar,
que, há 1 ano, tem me auxiliado a crescer como profissional, compartilhando comigo seu
conhecimento e experiência. Muito do que aqui foi escrito é fruto do meu aprendizado ao seu
lado. Agradeço a toda equipe Sonar, que tem me dado forte apoio e incentivo para continuar
em busca dos meus objetivos.
“Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do
conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os
seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos!
Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi
o seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para
que ele o recompense?
Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A
ele seja a glória para sempre! Amém.”
(Romanos 11.33-36)
RESUMO
The diversification of the Brazilian electric matrix represents a gain in reliability and
availability of electricity. In this context, renewable energies have played an increasingly
important role in the Brazilian energy sector. Photovoltaic solar energy, in particular, has grown
considerably in recent years. One of the factors that contribute to the growth in the use of solar
energy is the energy compensation system, which allows grid-connected photovoltaic plants to
generate energy credits used for decreasing the bills of plant owners. Along with the increase
of installations, there is also a growing demand for preventive and corrective maintenance for
these systems. However, few professionals and integrating companies provide consistent
maintenance plans for photovoltaic systems, or even know best practices for performing the
proper procedures, which represents a problem of reliability, safety and profitability of these
systems. In this sense, this work aims to discuss the maintenance of small grid-connected
photovoltaic systems, commenting from the project up to the installation of the system,
highlighting the relationship of these steps with some aspects of maintenance. Good preventive
maintenance practices are described, as well as the relationship between plant maintenance and
productivity. Finally, case studies are carried out, in which the importance of implementing
appropriate procedures in the installation, operation and maintenance of photovoltaic systems
can be assessed.
1 INTRODUÇÃO 15
1.1 OBJETIVOS 17
2.2.4 Inversor 29
5 CONCLUSÃO 78
REFERÊNCIAS 80
1 INTRODUÇÃO
O Brasil possui ótimo potencial de geração por energia solar fotovoltaica, podendo
gerar, em média, cerca de 1.607 kWh para cada kWp de potência instalada, segundo dados do
Global Solar Atlas (ESMAP, 2020). Apesar disso, o Brasil ocupa o 16º lugar no ranking dos
países com maior capacidade instalada em energia solar fotovoltaica (ABSOLAR, 2020). Além
disso, o potencial brasileiro de geração por energia solar é maior até mesmo que o da China,
que está em 1º lugar do ranking, embora seu potencial de geração seja cerca de 1417 kWh/kWp.
As estatísticas apontam em uma direção favorável ao crescimento da contribuição da
energia fotovoltaica à matriz elétrica brasileira, especialmente na modalidade de geração
distribuída. Segundo dados de 2019 do Ministério de Minas e Energia (MME) (MME, 2019),
disponibilizados no Plano Decenal de Expansão de Energia 2029, até o ano de 2029 a energia
fotovoltaica representará 63% de toda a energia gerada no Brasil. No ano de 2020, o Brasil
alcançou a marca de 4,5 GW de potência fotovoltaica instalada conectada à rede (GREENER,
2020). Segundo a projeção do MME, até o ano de 2029, o Brasil contará com 11 GW de
potência instalada na modalidade de geração distribuída, dentre os quais 86% são referentes a
sistemas fotovoltaicos.
Paralelamente ao crescimento da potência instalada no país, há o crescimento das
empresas integradoras. Estima-se que existam atualmente 14.200 integradores no Brasil
atuando no setor de energia fotovoltaica (GREENER, 2020). Os integradores são as empresas
que desenvolvem soluções para o consumidor final, utilizando os equipamentos vendidos pelas
fornecedoras, realizando o projeto, a instalação e intermediando os trâmites junto à
concessionária de energia. Com o crescimento da quantidade de sistemas fotovoltaicos, faz-se
necessário atentar à operação e manutenção desses sistemas, com vista a preservar a eficiência
e produtividade de energia durante sua vida útil, que dura cerca de 25 anos (PINHO E
GALDINO, 2014).
Conforme apresentado no Estudo Estratégico de Geração Distribuída realizado pela
Greener (2020), 14% dos integradores não fornecem qualquer serviço de manutenção aos seus
clientes, 62% oferecem serviços básicos, como limpeza e monitoramento, 57% oferecem
manutenção preventiva, enquanto 44% oferecem manutenção corretiva. Estes dados são
preocupantes e revelam a maior atenção que deve ser dada ao tema de operação e manutenção
de sistemas fotovoltaicos.
A ausência de operação e devida manutenção de um sistema fotovoltaico pode
ocasionar diminuição na geração de energia, sobreaquecimento das conexões, danos na
estrutura de suporte das placas, dentre outros problemas. Nesta conjuntura, este trabalho visa
contribuir com este tema ao analisar as melhores práticas de operação e manutenção e propor
17
1.1 OBJETIVOS
Objetivos Específicos:
Apresentar os elementos de projeto e instalação de sistemas fotovoltaicos on-grid de
pequeno porte;
Discutir procedimentos de manutenção preventiva em sistemas fotovoltaicos on-grid
de pequeno porte;
Discutir os efeitos da manutenção sobre a funcionalidade e desempenho de sistemas
fotovoltaicos on-grid;
Realizar estudos de casos de manutenção de sistemas fotovoltaicos on-grid.
Os sistemas autônomos são assim denominados por não precisarem estar conectados
à rede elétrica de distribuição para suprir a energia demandada pelas cargas, uma vez que geram
toda esta energia e a disponibilizam sempre que for requerido. Para isso, necessitam não apenas
de uma quantidade adequada de módulos fotovoltaicos, mas também de acumuladores de
energia (baterias), que permitem que as cargas sejam ligadas mesmo no período da noite, em
que não há irradiação solar. As baterias também garantem a disponibilidade da energia durante
o dia nos períodos de baixa irradiação e/ou de intermitência na geração, suprindo às cargas a
19
energia que o gerador fotovoltaico não consegue gerar no momento. Nos períodos de melhor
irradiação, o gerador fotovoltaico tanto supre as cargas como também carrega as baterias.
Sistemas autônomos podem ser configurados de modo a fornecerem tanto energia
contínua como energia alternada, neste último caso sendo necessário a utilização de inversor.
Para regular o fluxo de energia entre o gerador, as baterias e as cargas, é necessário uso de
controladores de carga. A Figura 2 exibe um esquema geral partindo do quadro de distribuição
de energia com as conexões entre os principais elementos dos sistemas fotovoltaicos autônomos
supracitados.
O uso de baterias por parte dos sistemas autônomos representa um custo fixo de
manutenção e substituição das baterias pelo seu curto tempo de vida útil. Além disso, o descarte
das baterias utilizadas representa um problema ecológico pela agressão que os elementos
químicos da bateria podem causar ao meio ambiente.
Nos sistemas conectados à rede o sistema de distribuição faz o papel dos acumuladores
de energia, suprindo a energia demandada sempre que a geração estiver abaixo do necessário,
o que também acontece no período da noite. O proprietário do sistema fotovoltaico continua
sendo cliente da concessionária e se torna participante do sistema de compensação de energia,
que será discutido em mais detalhes na próxima seção. Desta forma, o sistema fotovoltaico é
dimensionado para gerar, durante o dia, a energia equivalente ao consumo total, diário e
noturno, das cargas. Desta forma, a energia excedente (não consumida pelas cargas durante o
20
dia) é injetada na rede e contabilizada pelo medidor de energia, de tal forma que, ao fim do
faturamento, o cliente pagará a subtração entre a energia consumida e a energia injetada, sendo
cobrado, no mínimo, o custo de disponibilidade.
Em comparação aos sistemas autônomos, os sistemas conectados à rede possuem a
vantagem de poder aplicar os benefícios da energia solar a outras unidades consumidoras que
não possuem qualquer conexão elétrica com o sistema fotovoltaico, pois podem incluí-las no
sistema de compensação, contanto que também estejam conectadas ao sistema de distribuição
da mesma concessionária. Além disso, quando a diferença entre energia injetada e consumida
é positiva, é gerado um crédito de energia que pode ser utilizado em até 60 meses, abatendo o
consumo em outros faturamentos, o que é bastante conveniente, uma vez que a geração do
sistema solar não é a mesma em diferentes períodos do ano.
De fato, não há autonomia nos sistemas conectados à rede, pois, quando há falha na
rede ou uma manutenção programada pela concessionária nas proximidades, a usina é
desconectada automaticamente do sistema de distribuição com o fim de garantir a
desenergização da rede. Esta operação é chamada de proteção anti-ilhamento e é importante
para a segurança dos operadores e das unidades consumidoras adjacentes.
A Figura 3 apresenta um esquema de conexão dos diversos elementos de um sistema
fotovoltaico conectado à rede, na qual pode-se observar, além do gerador e do inversor, o
quadro de distribuição no qual o sistema de geração é conectado a carga e o ponto de conexão
com a rede elétrica, além da medição bidirecional de energia que permite determinar a energia
que o sistema injeta na rede e a energia consumida pela carga.
associados em série possuem o mesmo valor de corrente e a tensão da string é a soma das
tensões individuais de cada módulo. Por sua vez, módulos associados em paralelo possuem a
mesma tensão e contribuem cada um com uma parcela de corrente, resultando na corrente
total da string.
Para que os sistemas fotovoltaicos possam ser instalados, quer nos telhados das
unidades consumidoras quer em solo, faz-se necessário o uso de estrutura de suporte que garanta
a sustentação e o posicionamento adequado dos módulos. Essa estrutura deve levar o
aterramento do sistema às partes metálicas do módulo e também ser capaz de suportar sobre si
o peso de cada módulo, fixando-o na direção e inclinação desejada. A seguir são descritos os
principais elementos das estruturas de sustentação:
Trilhos: estrutura metálica disposta sobre o telhado onde os módulos são diretamente
posicionados. São produzidos em diversos comprimentos e devem ser combinados de maneira
conveniente a acomodar todos os módulos do sistema. Emendas de perfil são utilizadas para
unir trilhos menores e formar um trilho maior, e são utilizadas duas fileiras de trilhos para cada
fileira de módulos.
26
Hooks: são parafusos que prendem os trilhos à estrutura do telhado, podem ser de
vários modelos, um para cada tipo de telhado. Existem hooks para telhas de fibrocimento, telhas
cerâmicas, telhas metálicas, entre outros. A quantidade de hooks deve ser calculada
adequadamente para que nenhuma seção do trilho sofra um esforço acima do devido e venha a
ser danificada.
Grampos de aterramento: são os grampos que unem diretamente o cabo de
aterramento a cada linha de trilho da instalação. Quando uma linha de trilho é composta por
vários trilhos unidos por emendas, também são utilizados jumpers de aterramento que fazem a
conexão elétrica entre os trilhos, conectando-os ao aterramento.
Grampos intermediários: os grampos intermediários, também conhecidos como
interclamps, são peças que unem módulos adjacentes, fixando-os pela moldura, e fazem
conexão elétrica entre as estruturas metálicas dos módulos, conectando-os ao aterramento por
meio dos trilhos.
Grampos terminadores: semelhante aos grampos intermediários, os grampos
terminadores, também conhecidos como end clamps, fazem conexão entre a moldura do módulo
e o trilho que está conectado ao aterramento. Os grampos terminadores, porém, são os grampos
utilizados apenas no primeiro e no último módulo de cada fileira do sistema fotovoltaico.
Clips de Aterramento: são peças metálicas que causam uma pequena ranhura nos
trilhos e nas molduras dos módulos para assegurar a conexão elétrica entre essas duas partes,
garantindo o aterramento da estrutura, e são utilizados em conjunto com os grampos
intermediários.
Eletrodutos e Cabeação: os cabos utilizados no sistema fotovoltaico contém proteção
dupla, contendo isolação elétrica e também proteção contra os raios solares, evitando o
ressecamento.
A fim de exemplificar o emprego de alguns dos principais elementos das estruturas de
sustentação dos sistemas fotovoltaicos, a Figura 7 ilustra a estrutura de sustentação dos módulos
no caso de um telhado cerâmico.
27
A energia elétrica que é gerada nos módulos é conduzida pelos cabos a este elemento
para que os módulos que estão associados (strings) recebam a devida proteção elétrica e sejam
conectados adequadamente às entradas dos MPPTs (maximum power point tracker, seguidor
do ponto de potência máxima - SPPM em português) do inversor, conduzindo a energia ao
restante do sistema, conforme ilustrado pelo modelo de String Box exibido na Figura 8.
Além das conexões de entradas e saídas para cada string, na Figura 9 podemos
observar que a String Box também possui: um dispositivo de seccionamento (chave CC) que é
capaz de isolar os módulos fotovoltaicos do restante do sistema, possibilitando a manutenção
ou outras operações; um dispositivo de proteção de sobrecorrente (fusível), que protege o
sistema fotovoltaico, principalmente o inversor, de correntes muito elevadas, o que danificaria
seu funcionamento; e também um dispositivo de proteção contra surtos (DPS), garantindo que
caso o sistema seja atingido por uma corrente decorrente de uma descarga atmosférica, os danos
sejam minimizados. Além disso, destaca-se que alguns inversores já vêm com String Box
integrada, o que representa uma redução no custo do sistema, na área e no tempo de instalação.
29
2.2.4 Inversor
desejado. Também podem ser utilizados aplicativos de análise solarimétrica como o Solarius
ou PVSyst, que além de fornecerem dados de irradiação, também levam em consideração o
sombreamento na instalação. Por meio dessas ferramentas podem ser obtidos os valores de
irradiância (potência por unidade de área), que é um valor instantâneo, podendo ser utilizado o
valor médio, assim como o de irradiação (energia por unidade de área por unidade de tempo),
que considera um período de tempo para ser obtido.
Um outro parâmetro que pode ser utilizado para análise da fonte solar é a quantidade
horas de sol pleno (HSP), a qual expressa a quantidade média de horas do dia em que a
irradiância pode ser considerada no valor de 1000 kW/m2. Conhecendo as horas de sol pleno
de uma localidade, é possível obter a irradiação diária (medida em kWh/m2) e obter a geração
de energia de cada módulo durante o dia, assim calcular a quantidade de módulos necessários
para atender a necessidade de consumo.
Um importante parâmetro que indica a capacidade de geração de um sistema
fotovoltaico em determinada região é o aproveitamento (potential), também chamado de
produtividade, que expressa a quantidade de energia gerada por unidade de potência instalada
ao longo de um período de tempo. O aproveitamento geralmente é expresso em kWh/kWp/ano
ou em kWh/kWp/dia e segundo dados de 2021 do Global Solar Atlas (GLOBAL, 2021), o
aproveitamento médio no Brasil é de 4,404 kWh/kWp/dia. Utilizando este dado juntamente
com a análise de consumo, pode-se obter a potência instalada necessária para atender a
necessidade de consumo da unidade consumidora. É importante destacar que este valor é médio
e aplicável a módulos de silício em inclinação ótima e sob nenhum efeito de sombreamento, e
consequentemente em situações diversas deve ser considerado um valor de aproveitamento
inferior ou mesmo superior.
𝐸 = 𝐴. 𝜂. 𝑖. 𝑐𝑜𝑠(𝜃) (1)
34
𝐴 (3)
𝑃𝑖 =
12. 𝐶
em que Nsérie e Sparalelo são os números de módulos em série e o número de strings em paralelo,
respectivamente; Vinv,mín, Vinv,máx, Voc,painel, Iinv, Isc,módulo são a tensão mínima e máxima
suportadas pela entrada do inversor inversor, a tensão de circuito aberto dos módulos, a corrente
de operação do inversor e a corrente de curto circuito dos módulos, respectivamente.
Para obter a quantidade de strings em paralelo (Sparalelo) é considerado apenas o valor
de corrente de curto circuito de um único módulo (Isc,módulo) porque, quando associados em série,
os módulos fornecem o mesmo valor de corrente. São considerados os valores de tensão de
circuito aberto (Voc) e corrente de curto circuito (Isc) pois são os maiores valores de tensão e
corrente com os quais as placas podem operar, garantindo um dimensionamento seguro. Os
valores de Voc e Isc sofrem alteração em função da temperatura relacionados a uma taxa de
variação fornecida nos datasheets dos módulos, o que deve ser levado em consideração nos
cálculos.
Um outro fator limitador na escolha do arranjo é a tensão de funcionamento do MPPT,
que geralmente possui uma faixa mais restrita que a faixa de tensão suportada pela entrada do
inversor. Desta forma, esta faixa de tensão deve ser considerada para garantir que o inversor
consiga maximizar a potência de geração com o funcionamento adequado dos MPPTs. A
quantidade máxima de módulos em série por string do inversor, considerando a faixa de tensão
de operação do MPPT, é dada pela equação (7).
36
em que Vmppt, min e Vmppt,máx são os valores inferior e superior da faixa de tensão de operação do
MPPT do inversor, respectivamente; Vmp é a tensão de máxima potência do módulo; e Nsérie é
a quantidade de módulos conectados em série na string.
𝑇 = 2. 𝑁𝑟 + 4. 𝑁𝑝 (8)
𝑛
(9)
𝑁𝑒 = ∑ 𝑆𝑖 − 1
𝑖=1
sempre que houver uma união de trilhos, logo a quantidade jumpers de aterramento é a mesma
quantidade de emendas (Ne).
A quantidade de hooks depende do comprimento total do trilho e da distância máxima
que será adotada entre hooks. A fabricante PHB recomenda que a distância máxima entre os
hooks da instalação seja de 1,5 m e que o balanço (distância entre último hook e a borda do
trilho) não seja maior que 0,75 m. Desta forma, a quantidade mínima de hooks é obtida pela
equação:
𝑛
(10)
ℎ = ∑ 2 𝑥 𝑇𝑖/1,5
𝑖=1
em que h é o número de hooks e Ti é o comprimento dos trilhos que estão sobre os módulos da
fileira i. No caso de os módulos possuírem largura aproximadamente de 1 m, Ti será igual ao
próprio número de módulos em cada fileira. Como h é um número inteiro, caso o resultado da
divisão de Ti por 1,5 não seja exato, o valor deve ser arredondado para o número inteiro
imediatamente posterior. O fator 2 está presente pelo fato de serem utilizadas duas linhas de
trilho para comportar cada módulo.
Em cada linha de trilho deve haver um grampo de aterramento, uma vez que cada
fileira de instalação possui duas linhas de trilhos, a quantidade total de grampo de aterramento
é dada por:
𝐺𝑎 = 2 𝑥 𝑓 (11)
𝐺𝑡 = 4 𝑥 𝑓 (12)
intermediários, um em cada trilho. Desta forma, para saber a quantidade total de grampos
intermediários, realiza-se o somatório da equação (13), considerando cada fileira:
𝑛
(13)
𝐺𝑖 = ∑ 2 𝑥 (𝑁𝑓 − 1)
𝑓=1
𝑛
(14)
𝐺𝑖 = ∑ 2 𝑥 (𝑁𝑓 − 1) =
𝑓=1
Percebe-se que o primeiro termo entre parênteses refere-se à soma dos números de
módulo em cada fileira, resultando no número total de módulos. O segundo termo entre
parênteses é um somatório de números “1” para cada fileira do sistema, resultando no número
total de fileiras. Desta forma, a equação simplificada para se obter o número de grampos
intermediários é:
𝐺𝑖 = 2 𝑥 (𝑁 − 𝑓 ) (18)
da disposição, mas a quantidade total é fixa. Por fim, a quantidade de clips de aterramento é a
mesma de grampos intermediários, uma vez que são utilizados em conjunto.
As equações apresentadas nesta seção foram obtidas empiricamente pelo autor deste
trabalho, em parte auxiliado por suas atividades e discussão do tópico em empresa do setor
fotovoltaico na qual atua. A Tabela 1 resume as equações para projeto da estrutura de
sustentação de um sistema fotovoltaico.
Item Fórmula
𝑇 = 2. 𝑄𝑟 + 4. 𝑄𝑝
𝑁𝑒 = ∑ 𝑆𝑖 − 1
𝑖=1
Número de emendas (Ne)
em que Si é o número de trilhos
utilizados em cada linha de trilho i.
J = Ne
Jumper de aterramento (J)
em que Ne é o número de emendas.
ℎ = 𝑇/1,5
Número de hooks
em que T é o comprimento total de
trilhos.
𝐺𝑎 = 2 𝑥 𝑓
Grampo de aterramento (Ga)
em que f é o número total de fileiras.
𝐺𝑡 = 4 𝑥 𝑓
Grampos Terminadores - EndClamps (Gt)
em que f é o número total de fileiras.
𝐶𝑙 = 𝐺𝑖
Clip de aterramento (Cl) em que Gi é o número de grampos
intermediários
Fonte: o autor.
A literatura indica que o FDI recomendado está entre 0,75 e 0,85 (PINHO E
GALDINO, 2014), e quando FDI não é levado em consideração, o sistema corre o risco de ser
desnecessariamente custoso ou de estar desperdiçando energia.
Na figura 13, é exibida a simulação de geração de energia de um sistema fotovoltaico
com FDI < 0,75, desta forma, a potência instalada dos módulos é consideravelmente maior que
a potência do inversor, de tal forma que, mesmo com os módulos operando abaixo da potência
nominal, a potência total instantânea foi maior que a potência de saída do inversor, que ceifou
o excedente. Esta é uma situação a ser evitada, na qual a energia gerada pelos módulos está
sendo desperdiçada.
equipamentos e espera-se que sejam mais recentes a partir da segunda metade do tempo de vida
médio do sistema.
Etiquetagem e identificação:
a) Todos os circuitos, dispositivos de proteção, chaves e terminais estão devidamente
identificados e etiquetados.
b) Todas as caixas de junção c.c. dos arranjos fotovoltaicos possuem uma etiqueta de
aviso indicando que as partes vivas no interior das caixas são alimentadas a partir de um arranjo
fotovoltaico e permanecem vivas mesmo depois do seccionamento do inversor da rede elétrica.
c) Etiquetas de advertência estão fixadas no ponto de interconexão com a rede.
d) Um diagrama unifilar é exibido no local.
e) As configurações de proteção do inversor e informações do instalador são exibidas
no local.
f) Os procedimentos de desligamento de emergência são exibidos no local.
g) Todos os sinais e etiquetas estão devidamente afixados e são duráveis.
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Instalação Mecânica:
a) Há ventilação possível por trás do arranjo fotovoltaico para evitar o risco de
superaquecimento/incêndio.
b) A armação e os materiais do arranjo são à prova de corrosão.
c) A armação do arranjo fotovoltaico está corretamente fixada e é estável, e as fixações
no telhado são à prova de intempéries.
d) As entradas de cabos são à prova de intempéries.
Como visto na Figura 16, sistemas com monitoramento constante possuem menos
perdas na produtividade ao longo do tempo, considerando que cada demanda de manutenção
será devidamente atendida. Sendo assim, o monitoramento remoto é um importante aspecto a
ser observado com o fim de garantir a confiabilidade, durabilidade e segurança das instalações.
A maioria dos inversores atuais vêm com módulos wi-fi de fábrica, de tal maneira que
podem enviar os dados de geração a um banco de dados online, por meio do qual são
apresentados ao proprietário do sistema por um aplicativo de monitoramento. Nestes
aplicativos, em geral, podem ser monitorados os seguintes aspectos da instalação:
a. Histórico de geração de energia diário, mensal ou anual;
b. Potência instantânea do arranjo fotovoltaico;
c. Tensão e corrente de cada string;
d. Tensão, corrente e potência instantâneas de saída do inversor;
e. Frequência de saída;
f. Temperatura do inversor;
g. Períodos em houve conexão ou desconexão à rede de distribuição.
Por meio desses dados, é possível realizar uma avaliação geral do estado em que o
sistema se encontra, sendo fundamental que diariamente esses dados sejam avaliados a fim de
53
se tirar conclusões a respeito da operação da usina, e a partir dessa análise, pode-se identificar
problemas na instalação que necessitem manutenção.
Caso haja muitos momentos ao longo do dia em que o inversor está se desconectando
da rede, isso é um indicativo de que há sobre ou subtensão na rede da concessionária. Como
um inversor opera apenas dentro de uma faixa segura de tensão, nesses períodos ele irá
desconectar-se da rede e toda a energia excedente gerada pelos módulos não será injetada na
rede, o que representa um prejuízo financeiro para o titular da usina. Nestes casos, em
consonância com as normas da concessionária local, deve ser solicitado um ajuste de tensão no
ramal da concessionária.
Por meio da análise da temperatura do inversor, pode-se observar se ele está aquecendo
além da sua temperatura média de operação, o que indica que o local de instalação não foi
adequado e está gerando superaquecimento do equipamento, o que eventualmente é causado
por falta de ventilação, geralmente quando o inversor não é instalado com espaço suficiente
entre a sua carcaça e a parede, permitindo o fluxo de ar e a troca de calor. Da mesma forma, o
superaquecimento do inversor pode indicar um defeito de fabricação ou que o fim de sua vida
útil se aproxima. O aquecimento de elementos do circuito pode causar incêndio e danificar,
neste caso, não apenas o próprio inversor, mas também os demais elementos da instalação.
Neste sentido, é importantíssimo garantir que o inversor esteja em boa condição, instalado em
local adequado, com boa ventilação, o que pode ser garantido diariamente por meio do
monitoramento de sua temperatura.
Caso se perceba uma redução fora do comum na potência total do arranjo ou na
quantidade de energia gerada de algum dia, isto é um indicativo de que pode ter acontecido
algum problema em uma das strings ou módulos. Neste caso, devem ser avaliados a tensão e
corrente específicas de cada string com o fim de identificar em qual delas ocorreu o problema,
que pode ter sido desconexão do arranjo, quebra, superaquecimento, entre outros. Assim,
mesmo antes de uma análise in loco ser realizada, é possível ter noção sobre em qual região do
sistema está a falha, o que representa uma melhora na eficiência da manutenção, diminuindo o
tempo e esforço humano para encontrar o problema.
Além disso, analisando a corrente instantânea das strings, pode-se notar se, em algum
período do dia, há uma redução da corrente em nível fora do esperado, o que pode indicar uma
redução da irradiância causada por sombreamento, devido ao posicionamento do sol naquele
período. Isto pode ser causado pelo crescimento de alguma árvore ou por novas instalações de
residências no entorno da instalação. Desta forma, deve ser recomendada a poda da árvore ou,
54
se for o caso em que o sombreamento não pode ser evitado, pode-se avaliar o reposicionamento
dos módulos no telhado.
Para que o sistema possa ser avaliado destas maneiras, é indispensável que o sistema
de monitoramento remoto esteja constantemente conectado à internet, para que processe os
dados da usina. Alguns inversores possuem memória interna de tal forma que, quando há perda
de conexão da internet, alguns dados são armazenados na memória e posteriormente fornecidos
ao banco de dados online, quando houver conexão à rede, mas alguns dados podem não ser
armazenados e, desta forma, o monitoramento fica comprometido.
Sendo assim, destaca-se que o monitoramento remoto do sistema fotovoltaico não deve
ser negligenciado, pois representa um verdadeiro diagnóstico da condição de geração,
instalação e operação do sistema.
A manutenção preventiva dos módulos fotovoltaicos deve constar de, pelos menos,
inspeção visual para avaliar a instalação física e ensaios elétricos para avaliar os parâmetros
elétricos e a condição de operação dos módulos. Os ensaios elétricos, no entanto, também
podem servir para revelar alguns problemas na condição de instalação. Após a avaliação visual
e elétrica, devem ser feitas as intervenções necessárias para corrigir os problemas identificados.
partículas que podem arranhar a superfície do módulo. Neste sentido, o trabalhador que realiza
a manutenção não deve usar joias ou outros adereços que possam danificar o módulo durante a
limpeza. Da mesma forma, não deve subir na superfície do módulo para executar a limpeza,
para não causar lesões à superfície.
Não é recomendado o uso de bombas de água a jato com alta pressão, pois podem
causar microlesões nas células do módulo devido à pressão da água. Caso sejam utilizados jatos
de água, é recomendável utilizá-los com baixa pressão e relativamente afastados dos módulos.
A limpeza com água deve ser realizada preferencialmente nos períodos de baixa irradiância, no
início da manhã ou fim da tarde, para que o vidro de proteção do módulo não sofra um choque
térmico entre a temperatura ambiente e de operação do sistema.
datasheet dos módulos. A partir da análise destes dados, pode-se avaliar a condição de operação
das strings ou dos módulos.
Um equipamento útil que facilita a obtenção dos dados de corrente e tensão dos
módulos é o traçador de curva I-V, o qual é conectado ao módulo, ou à string, e fornece a curva
I-V já corrigida para as condições padrão de teste, desta forma, podendo ser diretamente
avaliada. Uma vez traçada a curva I-V da string ou, após se constatar algum problema na string
dos módulos que a compõem, pode ser avaliado os aspectos desta curva. Na Figura 17 os pontos
destacados de 1 a 5 representam um exemplo de possíveis variações que podem ser encontradas
na curva I-V de uma string ou módulo, cujas alterações podem ser interpretadas da seguinte
maneira considerando Pinho e Galdino (2014) e Papa (2017):
1. Corrente reduzida: como a irradiância influencia o valor da corrente, logo, a corrente
de curto circuito reduzida indica que o módulo ou string está recebendo pouca irradiação, o que
pode ser devido ao sombreamento, a sujeira uniforme depositada sobre a superfície da placa ou
mesmo a degradação do módulo. Para confirmar a causa da redução, deve ser avaliada a
presença destes itens. Caso não haja sombreamento, a superfície do módulo deve ser limpa.
Após a limpeza, a curva I-V deve ser traçada novamente e verificar se a alteração foi ajustada,
e caso a redução permaneça, é possível que o módulo esteja degradado.
2. Maior inclinação: quando a inclinação é alta, geralmente indica degradação do
módulo. Esta alteração é devido à redução da resistência em paralelo (shunt) do modelo elétrico
do módulo fotovoltaico. A resistência em paralelo deve ter valor muito alto, mas quando este
valor é reduzido, há o surgimento da corrente shunt, que circula internamente ao módulo e pode
causar os chamados “pontos quentes” no painel. Estes pontos quentes prejudicam a geração de
energia e se a inclinação for leve e ocorrer ao traçar a curva de uma string, pode indicar apenas
o descasamento dos valores de Isc dos módulos que, na prática, apesar de serem do mesmo
módulo, não são idênticos. Nesse caso, a inclinação não indica problema algum.
3. Menor inclinação: um dos motivos desta menor inclinação é um acréscimo da
resistência em série interna do módulo que, neste caso, pode estar degradado. Outro fator que
também pode causar perdas em série é a corrosão dos terminais de conexão e da caixa de junção,
que aumentam a resistência de conexão. Estes elementos devem ser avaliados, pois, com o
aumento da resistência, eles podem superaquecer e serem danificados.
4. Entalhes ou degraus: estes degraus na curva podem acontecer por motivos como
sujeira ou sombreamento não-uniforme, células ou módulos degradados ou por descasamento
entre módulos com especificações divergentes.
57
5. Tensão reduzida: quando a tensão de curto circuito é reduzida, isso indica uma
elevação na temperatura do módulo, que pode ser causada pelas condições de instalação, como
baixa circulação de ar ou mesmo a degradação do módulo.
O traçador de curva I-V fornece, portanto, informações detalhadas sobre a situação dos
módulos e das strings, possibilitando a avaliação das condições de instalação (circulação de ar,
sujeira, sombreamento, descasamento) e operação do módulo (aquecimento, degradação) e é
um aliado bastante útil na realização de manutenção preventiva e corretiva das usinas
fotovoltaicas.
Além dos ensaios e do traçado da curva I-V, uma prática útil para analisar as condições
dos módulos, é o uso de uma câmera termográfica infravermelho, que é usada para detectar os
pontos quentes nos módulos, os quais podem ser causados por sujeira, sombreamento, ou
degradação dos módulos. Os módulos degradados por diversos pontos quentes devem ser
substituídos, pois eles têm a eficiência reduzida e, por estarem associados com outros em série,
irão resultar em uma redução de geração da string como um todo, resultando em um prejuízo
financeiro para o titular do sistema. A título de exemplificação, a Figura 18 ilustra o uso de uma
câmera termográfica infravermelho para detecção de pontos quentes.
58
A maioria dos inversores vem com garantia contra defeito de fabricação por 5 anos,
que pode ser estendida, o que é recomendável, tendo em vista que o tempo de vida dos módulos
é, em média, 25 anos. As falhas mais frequentes no sistema fotovoltaico ocorrem no inversor,
geralmente causado por mal dimensionamento, por defeitos ou por consequência de descargas
atmosféricas (PINHO E GALDINO, 2014). Neste sentido, o inversor é um elemento que merece
considerável atenção durante a manutenção e tomando como base Papa (2017) e Souza (2018),
a manutenção preventiva dos inversores deve considerar os seguintes pontos:
a. O inversor deve estar limpo, logo se houver alguma sujeira, deve ser limpo
utilizando um pano seco. Caso esteja molhado, deve ser avaliado a origem do líquido e, se for
o caso, o inversor deve ser realocado, para evitar que água ou outros líquidos possam danificar
seu funcionamento;
b. O inversor deve estar seco e ventilado, portanto, deve-se considerar com atenção
o seu local de instalação, que não deve ser a céu aberto nem em local com pouca ou nenhuma
ventilação;
c. As distâncias relativas entre o inversor e a parede, assim como entre o inversor
e os outros quadros (string box e quadro CA) devem ser adequadas, para garantir que a
ventilação seja suficiente para a realização da troca de calor;
d. O local de instalação do inversor também não deve receber radiação solar direta,
para não aquecer o equipamento;
e. Alguns inversores possuem ventoinha (cooler) para auxiliar na ventilação. Deve
ser verificado se a ventoinha está funcionando corretamente (caso não, deve ser substituída) e
59
se está limpa. O filtro de ar da ventoinha também deve ser limpo ou substituído caso esteja
danificado;
f. O display do inversor e os botões de controle devem estar funcionando
corretamente, exibindo os parâmetros elétricos que o inversor é capaz de medir. Além disso, os
leds que indicam operação ou falha também devem estar atuando adequadamente. Caso algum
desses elementos não esteja funcionando, a garantia deve ser acionada;
g. A carcaça do inversor deve estar em bom estado, sem oxidação ou fendas, sendo
confirmado o grau de proteção IP (do inglês, Ingress Protection) do inversor. Caso haja danos
na carcaça, a garantia deve ser acionada;
h. Deve ser observado se o ruído do inversor está mais alto que o comum, o que
pode indicar algum defeito no equipamento.
A vida útil dos elementos que compõem a String Box e o Quadro CA deve ser levada
em consideração na manutenção. Ao realizar a inspeção no sistema, deve ser verificado se
algum dos dispositivos de proteção, como fusíveis e disjuntores, foram acionados. Os fusíveis
devem ser retirados da String Box e substituídos e o disjuntor acionado novamente. A causa da
falha deve ser investigada, sendo motivos comuns descargas atmosféricas ou curto-circuitos
causados por danos na cabeação. Da mesma forma, deve ser avaliado se os DPS (Dispositivo
de Proteção contra Surtos) atuaram corretamente e se estão em perfeito estado. Caso a falha
tenha causado alguma avaria nesses elementos, devem ser substituídos.
Os parafusos e cabos conectados à String Box e Quadro CA devem ser apertados. A
carcaça desses elementos devem estar intactas, sem dano algum, garantindo o isolamento dos
dispositivos internos. A continuidade do aterramento nesses quadros deve ser verificada, tanto
na carcaça como no DPS, assegurando a proteção dos demais elementos do sistema.
Para garantir o bom estado da estrutura de sustentação, alguns pontos devem ser
considerados durante a manutenção preventiva:
a. É importante que o material de que o trilho é constituído seja resistente à
corrosão. Alguns fabricantes utilizam alumínio anodizado, que cumpre este papel. Deve ser
verificado se os trilhos estão em perfeito estado, sem quebras ou sinal de que o peso dos
módulos está causando algum dano. Essa avaliação pode ser dificultada pois os trilhos estão
sob os módulos;
b. Os grampos intermediários (interclamps) e terminadores (endclamps) devem ser
apertados, garantindo a estabilidade das fileiras dos módulos;
c. Ninhos de animais, vegetação crescendo no telhado e outros elementos estranhos
ao sistema devem ser retirados, evitando que haja algum curto circuito ou desconexão de
elementos.
Como exemplo das falhas iniciais discutidas no capítulo 3, que são as falhas no sistema
que geralmente acontecem até os primeiros meses a partir da instalação, há este caso ocorrido
no dia 08 de Fevereiro de 2020, no qual os módulos de uma usina de 3,40 kW chegaram ao
endereço de instalação avariados, conforme Figura 19. Esta situação foi identificada antes que
os módulos fossem instalados, o que preveniu maiores problemas.
Esta usina é composta por 10 módulos de 340 Wp e um inversor de 3 kW, sendo que
antes de chegar ao destino final, a transportadora errou o local de entrega, o que causou o atraso
da instalação em cerca de 3 dias. Durante a avaliação dos itens da entrega, percebeu-se que os
módulos estavam com a moldura suja e danificada, assim como o vidro de um dos módulos
estava avariado. Os trilhos também não chegaram conforme solicitado. Assim, o fornecedor foi
acionado, sendo solicitada a substituição dos itens comprados.
63
Fonte: o autor.
No estudo de Caso 2 a manutenção foi solicitada pelo cliente, que identificou uma
avaria na instalação, e foi realizada uma visita de inspeção no dia 03 de Outubro de 2020, cujas
informações de avaliação e dados de inspeção são exibidos na Tabela 3.
IDENTIFICAÇÃO DA USINA
Potência 112,56 kWp Módulos 336 x 335 Wp
Inversor(es) 4 x 25 kW Localidade Zona Rural de Igarassu
ITENS
Seção Nº Operação Execução Problema Solução Observações
Verificar funcionamento do
monitoramento remoto
3 Inspeção visual do inversor (x) () ()
Verificar integridade da
4 (x) () ()
carcaça
Verificar fixação e distâncias
5 (x) () ()
mínimas
6 Verificar ruído (x) () ()
Verificar funcionamento
7 (x) () ()
adequado dos leds
Inversor
Verificar funcionamento do
8 display e dos botões de (x) () ()
controle
Verificar temperatura e
9 (x) () ()
ventilação
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
67
Uma manutenção preventiva foi realizada nesta usina no dia 28 de Setembro de 2020,
cujos dados de inspeção estão expostos na Tabela 4.
IDENTIFICAÇÃO DA USINA
Potência 3,96 kWp Módulos 12 x 330 Wp
Inversor(es) 5 kW Localidade Cabo de Santo Agostinho
ITENS
Seção Nº Operação Execução Problema Solução Observações
Durante esta manutenção foram encontrados alguns problemas. Não havia conexão do
inversor com a internet (item 1), embora o procedimento para conexão já tinha sido realizado
anteriormente. Isto aconteceu porque o cliente modificou a senha da rede, o que estava
impedindo o inversor de se reconectar, e consequentemente o monitoramento não estava
69
funcionando (item 2). Os dados para conexão à internet foram solicitados e o procedimento
padrão para conexão do inversor foi realizado, restabelecendo o monitoramento remoto.
Durante as inspeções visuais (itens 3, 11 e 19) foi notado que o inversor, a string box
e o quadro CA estavam empoeirados, o que pode dificultar a troca de calor dos equipamentos,
além de não ser esteticamente agradável. Utilizando uma flanela seca, toda a poeira foi retirada.
Ao realizar a inspeção na estrutura e nos cabos, foi encontrado um grampo de
aterramento oxidado (item 34), o que prejudica a conexão elétrica com o cabo de aterramento.
Para solução do problema, o grampo de aterramento foi substituído e foi aplicada graxa em
todos os grampos para melhorar a condutividade, conforme pode ser visto na Figura 22. Além
disso, havia alguns brinquedos no entorno da instalação, o que, dependendo da situação, caso
alguém tente buscá-los e entre em contato com os módulos, pode comprometer a segurança da
instalação (item 35).
Na inspeção dos módulos, foi verificada a presença de um módulo com a proteção
externa danificada (item 26), conforme exposto na Figura 23. A situação foi comunicada ao
cliente, que identificou o momento em que o incidente pode ter ocorrido, tendo sido causado,
provavelmente, por uma pedra que foi lançada ao teto da casa. Foi solicitado um orçamento
para substituição do módulo, a limpeza dos módulos foi realizada, com a atenção de não molhar
o módulo que estava danificado. Os módulos depois da limpeza podem ser visualizados na
Figura 24.
Fonte: o autor.
70
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Doze módulos estão conectados ao inversor em duas strings de 6 módulos cada. Foram
realizados ensaios de curto-circuito e de circuito aberto utilizando multímetro para obter a
corrente de curto-circuito (Isc) e a tensão de circuito aberto (Voc) em cada string. Utilizando o
71
próprio inversor, por meio do seu display, foram obtidas a tensão (Vfv) e corrente (Ifv)
instantâneas das strings durante a operação, cujos dados obtidos estão na Tabela 5. Durante os
ensaios, não havia termômetro e solarímetro à disposição, portanto os valores não estão
corrigidos para as condições padrão de teste. No entanto, considerando que os coeficientes de
variação da corrente e tensão são pequenos (0,06%/Cº e -0,31%/Cº, respectivamente) e
desprezando-os para fins de análise não rebuscada, verifica-se que os valores obtidos de Voc
nas duas strings são próximos dos valores de Voc de cada módulo (37,8 V) multiplicados pela
quantidade de módulo em cada string, que resulta no valor de 226,8 V. Além disso,
considerando que as duas strings estão sob a mesma condição de irradiação e temperatura, é
interessante notar que elas obtêm valores semelhantes de Isc e Voc, apesar da presença do módulo
avariado em uma delas, o que indica que, de fato, a proteção externa foi eficiente em proteger
as células fotovoltaicas internas ao módulo. Os valores de Vfv e Ifv das duas strings modificam
instantaneamente e, como são obtidos em momentos diferentes, isso explica a maior
divergência entre os valores de cada string.
String 1 String 2
Voc 235 V 245.5 V
Isc 7A 6.9 A
Vfv 196.8 V 207.0 V
Ifv 5.6 A 4.4 A
Vac 217.6
Iac 8.9
Fonte: o autor.
72
IDENTIFICAÇÃO DA USINA
Potência 6,7 kWp Módulos 20 x 335 Wp
Inversor(es) 5 kW Localidade Recife - PE
ITENS
Seção Nº Operação Execução Problema Solução Observações
Verificar temperatura e
9 (x) () ()
ventilação
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
75
IDENTIFICAÇÃO DA USINA
Potência 4,76 kWp Módulos 14 x 340 Wp
Inversor(es) 5 kW Localidade Recife - PE
ITENS
Seção Nº Operação Execução Problema Solução Observações
Verificar temperatura e
9 (x) () ()
ventilação
Verificar temperatura e
14 (x) () ()
ventilação
Verificar fixação dos cabos e
15 (x) () ()
conectores
16 Verificar estado dos fusíveis (x) () ()
17 Verificar estado das chaves CC (x) () ()
18 Verificar estado dos DPSs (x) () ()
19 Inspeção visual do QDCA (x) () ()
20 Verificar integridade da carcaça (x) () ()
Verificar fixação e distâncias
21 (x) () ()
mínimas
Verificar temperatura e
QDCA 22 (x) () ()
ventilação
Verificar fixação dos cabos e
23 (x) () ()
conectores
24 Verificar estado do disjuntor (x) () ()
25 Verificar estado do DPS (x) () ()
Inspeção visual da superfície dos
26 (x) () ()
módulos
27 Inspeção das caixas de junção (x) () ()
Módulos
Verificar fixação e estado dos
28 (x) () ()
cabos e conectores
29 Verificar sombreamento (x) () ()
Verificar boa condição do
30 (x) () ()
telhado
31 Verificar estado dos trilhos (x) () ()
Verificar fixação dos
32 (x) () ()
Estrutura de interclamps
sustentação 33 Verificar fixação dos endclamps (x) () ()
Verificar fixação dos grampos Grampo oxidado
34 (x) (x) ()
de aterramento e quebrado
Verificar se há vegetação,
35 (x) () ()
animais etc no entorno
Inspeção visual dos cabos e
36 (x) () ()
conectores
Verificar fixação e tração dos
37 (x) () ()
cabos
Cabeação
38 Verificar fixação dos conectores (x) () ()
Verificar continuidade do
39 aterramento nos diversos pontos (x) () ()
do sistema
Fonte: o autor.
a manutenção, enquanto o técnico aplicava a graxa em seus terminais, como exibe a Figura 27.
No momento não havia grampo de aterramento disponível para realizar a substituição, então a
solução paliativa encontrada foi conectar o cabo de aterramento na própria base do grampo,
como mostra a Figura 28.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
78
5 CONCLUSÃO
assegurar o bom funcionamento das usinas fotovoltaicas conectadas à rede, permitindo uma
rápida intervenção dos operadores assim que algum defeito for identificado.
Por fim, destaca-se que os procedimentos aqui descritos podem servir de base para a
execução da manutenção pelos integradores, inclusive com a finalidade de analisar
estatisticamente a frequência das falhas e em que equipamentos elas ocorrem, o que pode servir
como um método de avaliação dos equipamentos de acordos com diferentes fabricantes, bem
como das práticas de instalação e projeto.
80
REFERÊNCIAS
CAMARGO, L.. Projeto de Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica. 2017. 103
f. TCC (Graduação em Engenharia Elétrica) - Universidade Estadual de Londrina. Londrina,
2017. Disponível em:
http://www.uel.br/ctu/deel/TCC/TCC2017_LucasTamaniniCamargo.pdf. Acesso em: 19 fev.
2021.
PHB Solar. Conheça os Produtos PHB. São Paulo: PHB, 2021. Disponível em:
https://www.energiasolarphb.com.br/produtos.php. Acesso em: 19 fev. 2021.
PINHO, J.; GALDINO, M. (orgs). Manual de Engenharia Para Sistemas Fotovoltaicos. Rio de
Janeiro: CEPEL - CRESESB, 2014. Disponível em:
http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV_2014.pdf.
Acesso em: 19 fev. 2021.
PORTAL SOLAR. Porque dimensionar o seu inversor é uma boa ideia. São Paulo: Portal
Solar, 2017. Disponível em: https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/curiosidades-sobre-
energia-solar/porque-dimensionar-o-seu-inversor-e-uma-boa-ideia.html. Acesso em: 19 fev.
2021.
IDENTIFICAÇÃO DA USINA
Potência Módulos
Inversor(es) Localidade
ITENS
Seção Nº Operação Execução Problema Solução Observações