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APRESENTAÇÃO

Olá, tudo bem?

Aqui é Sheila Bezerra, professora de Fonoaudiologia do curso voltado para Residências Multiprofissionais
em Saúde (RMS).

Você que se prepara para concursos públicos nessa área, preparei um material muito interessante com 25
Questões Comentadas de Fonoaudiologia de concursos anteriores recentes de Residências
Multiprofissionais.

As questões abrangem quatro grandes áreas da Fonoaudiologia: Linguagem, Audição, Voz e Motricidade
Oral.

A ideia é que você possa com este conteúdo de questões resolvidas e comentadas, se situar diante das
possibilidades de cobrança. Todas as questões comentadas são de RMS. Treinar as habilidades de
responder as questões de forma consciente, permitirão organizar o estudo de modo focado, voltado para
acertar as questões.

Aproveite este material feito com muito carinho para você.

Abraço,

Profª Sheila Bezerra

@sheilabezerra15

25 QUESTÕES RECENTES DE FONOAUDIOLOGIA PARA RESIDÊNCIAS


MULTIPROFISSIONAIS

1. (RMS-COREMU/SES/GO-2021) A linguagem é o resultado de uma atividade nervosa complexa


que permite a comunicação interpessoal, transmissão de informação, de estados psíquicos por meio da

1
materialização de signos multimodais que simbolizam estes estados de acordo com uma convenção
própria da comunidade linguística. O nível da linguagem que compõe a estrutura do significado das
palavras e orações é a
(a) fonética.
(b) semântica.
(c) pragmática.
(d) sintaxe.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O nível fonético/fonológico está relacionado aos sons da língua, aos
fonemas, os menores sons da língua, que a partir deles, as palavras podem ser formadas.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Nível relacionado ao significado das palavras e
sentenças. Todos os níveis da linguagem são importantes, então, mesmo que o indivíduo tenha integro o
nível fonético/fonológico, o lexical e o sintático; sem acesso ao nível semântico, não há comunicação.

A alternativa C está incorreta. O nível pragmático refere-se ao uso social da língua. Leva em conta o
contexto da situação linguística e é influenciado culturalmente. Acredita-se que este nível esteja associado
ao hemisfério direito, como a prosódia, diferentemente dos outros níveis da linguagem.

A alternativa D está incorreta. Relaciona-se à disposição das palavras em uma frase. Estrutura gramatical
da língua.

2. (RMS-UNIRIO/HUGG-2020) Foi solicitada avaliação fonoaudiológica para A.F., paciente do sexo


feminino, com 79 anos, diabética e hipertensa, internada para investigação diagnóstica, após ter
acordado com hemiparesia à direita e dificuldade para se comunicar. A equipe médica da enfermaria de
neurologia, na ressonância magnética de crânio, diagnosticou um acidente vascular encefálico
isquêmico (AVEi), com acometimento dos lobos temporal, parietal e occipital à esquerda. Após ter
realizado avaliação da linguagem oral, o fonoaudiólogo residente concluiu que a paciente apresentava
Afasia Transcortical Sensorial.

O fonoaudiólogo residente observou que, na emissão oral, a paciente não conseguia discorrer
especificamente sobre o tópico principal da conversa, apenas tangenciava o tema em questão. Essa
manifestação linguística é denominada:
a) Jargonofasia
b) Neologismo
c) Paráfrase
d) Circunlóquio
e) Agramatismo
2
Comentários

A alternativa A está incorreta. Jargonofasia ou jargão é caracterizado pela fala sem alteração na articulação
e prosódia; ritmo acelerado, substituição de palavras, presença de palavras ininteligíveis que leva a um
discurso com conteúdo sem significado. Este tipo de manifestação é muito comum na afasia de Wernicke,
mas pode aparecer também em outros distúrbios sensoriais.

A alternativa B está incorreta. O neologismo consiste na produção de uma sequência fonêmica e/ou
grafêmica que obedece às regras da língua, mas que não existe na língua. O neologismo está muito ligado
à fala jargonada.

A alternativa C está incorreta. A paráfrase é a substituição de uma palavra por uma frase. O indivíduo
descreve uma ação para dar significado à palavra que tenta emitir. Nesse caso, uma comunicação é possível,
pois o paciente p
Está mais ligada às afasias de expressão.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. No circunlóquio é evidente a dificuldade de acessar


o tema principal da enunciação

A alternativa E está incorreta. Agramatismo é a desorganização da estrutura sintática. Discurso telegráfico.


O paciente omite elementos da sentença, podendo variar quanto a gravidade. É comum a omissão de
elementos de classe fechada, sem significado isolado, como conectivos, artigos e preposições.

3. (RMS-COREMU/SES/GO-2021) Qual é o distúrbio da articulação que resulta na perda, causada


por uma lesão cerebral, da capacidade de organizar o posicionamento da musculatura da fala e
sequencializar os movimentos na produção espontânea de fonemas ou de uma sequência de fonemas?
a) Disartria.
b) Apraxia.
c) Afasia.
d) Anartria.
Comentários

A alternativa A está incorreta. A Disartria é caracterizada por fraqueza, incoordenação e paralisia do


aparelho fonoarticulatório e não pela incapacidade de planejamento dos movimentos. Na disartria, tanto a
fala espontânea como a automática apresentam o mesmo tipo de dificuldade.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Para a pergunta do enunciado foi utilizada a definição
clássica da apraxia de Johns & Darley, 1970.1

1Johns & Darley, 1970. In: Ortiz, K.Z. Avaliação e terapia dos distúrbios neurológicos da linguagem e fala. In: Lopes Filho O. Tratado de
Fonoaudiologia. 2ª ed. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2005. p.955.
3
A alternativa C está incorreta. A Afasia é um distúrbio da linguagem que pode incluir as dificuldades de
planejar os movimentos motores da fala e ir muito além, como apresentar agramatismos, parafasias,
anomia, estereotipias verbais, ecolalia, entre outros.

A alternativa D está incorreta. Na Anartria, a linguagem voluntária do paciente apresenta problemas


graves, ele não consegue repetir ou ler em voz alta, porém há quase uma normalidade na linguagem
automática. Pode ser considerada um tipo de afasia.

4. (RMS-FUVEST/USP-2019) Considere as seguintes afirmações sobre o diagnóstico diferencial dos


transtornos de linguagem em adultos:

I. A Afasia Progressiva Primária (APP) constitui um quadro demencial frontotemporal de variante


linguística, com surgimento insidioso e progressão gradual, com início dos transtornos, na maioria dos
casos, antes dos 65 anos.

II. A Afasia Progressiva Primária (APP) caracteriza se como um transtorno progressivo de linguagem,
associado à atrofia predominante do hemisfério direito.

III. As demências caracterizam se pelo declínio progressivo e global nas funções cognitivas, com perda
da memória, impactos importantes na linguagem, gnosia, praxia, funções executivas, que interferem
nas atividades sociais e ocupacionais.

IV. A Afasia de Broca é a mais conhecida das afasias fluentes. Entre os sintomas na área da linguagem,
observa se supressão total ou parcial do discurso, mutismo inicial, produção de estereotipias e/ou fala
agramatical. Pode também ocorrer prejuízo motor do membro superior esquerdo e hemiparesia
esquerda.

V. A Afasia de Wernicke tem como principal característica dificuldade de compreensão da linguagem


oral e escrita. Classificada como afasia não fluente, uma vez que são observados no discurso elementos
deformantes como parafasias, neologismos e jargão.

Está correto apenas o que se afirma em


(a) I e III.
(b) I, IV e V.
(c) III e IV.
(d) II, IV e V.
(e) I, II e III.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

4
A alternativa B está incorreta. As afirmativas IV e V não são verdadeiras. IV - A afasia de Broca é a mais
conhecida das afasias motoras, de expressão e não-fluentes. Além disso, o prejuízo motor físico é mais
observado no caso de afasia de Broca é hemiplegia à direita. V - A afasia de Wernicke é classificada como
afasia fluente.

A alternativa C está incorreta. A afirmativa IV não é verdadeira. A afasia de Broca é a mais conhecida das
afasias motoras, de expressão e não-fluentes.

A alternativa D está incorreta. As afirmativas II, IV e V não são verdadeiras. II - A afasia progressiva primária
é causada pela atrofia temporofrontal esquerda. IV - Afasia de Broca é não-fluente. V - A afasia de Wernicke
é classificada como fluente.

A alternativa E está incorreta. A afirmativa II é falsa. II - A afasia progressiva primária é causada pela atrofia
temporofrontal esquerda. Mesmo que o hemisfério direito também esteja comprometido, o hemisfério
preferencial para a linguagem é o esquerdo.

5. (RMS-UNIRIO-2019) No decorrer da avaliação fonoaudiológica, você identifica, ainda, afasia


transcortical motora. São achados compatíveis com este diagnóstico:
a) Fala não fluente, expressão oral comprometida, compreensão preservada, repetição alterada.
b) Linguagem espontânea reduzida, fala não fluente, repetição e compreensão preservadas.
c) Repetição preservada, emissão oral caracterizada por estereotipia e ecolalia, compreensão
comprometida.
d) Erros de repetição, fala fluente com presença de anomias e parafasias semânticas, compreensão
preservada.
e) Repetição preservada, emissão oral fluente, presença de parafasias semânticas e anomias, compreensão
alterada.

Comentários

Preste atenção no enunciado da questão: afasia transcortical motora. As afasias transcorticais tem como
característica a boa repetição ou repetição preservada. Então, já elimine todas as alternativas que
apresentam repetição alterada ou comprometida.

O enunciado diz que é uma afasia transcortical MOTORA. Uma das característica das afasias motoras ou de
expressão é que a compreensão está preservada. Então elimine as alternativas em que aparece
comprometimento nesta habilidade de linguagem.

A alternativa A está incorreta - repetição alterada.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão: repetição e compreensão preservadas.

A alternativa C está incorreta - compreensão comprometida.

5
A alternativa D está incorreta - erros de repetição.

A alternativa E está incorreta - compreensão alterada.

6. (RMS-COMPERVE/UFRN-2021) Desde a vida intrauterina, o feto está exposto às sonorizações


da língua falada em sua comunidade linguística. Ao nascer, o bebê já é capaz de reconhecer a voz de
sua mãe e tende a se acalmar ao ouvi-la, o que demonstra como a audição está integrada ao
desenvolvimento da comunicação. No desenvolvimento típico da linguagem, por volta dos 10 meses
de vida, essa integração se expressa quando a criança
a) deixa de ser capaz de perceber fonemas que não fazem parte do idioma ao qual está exposta.
b) começa a reconhecer os fonemas presentes em sua língua materna, mesmo que haja discretas variações
na forma como os falantes os produzem.
c) inicia a imitação de fonemas frequentes no idioma ao qual está exposta, ainda que o faça sem intenção
comunicativa.
d) deixa de ser sensível ao contraste entre os fonemas que fazem parte de sua língua nativa.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A percepção da fala do que é relevante no ambiente
linguístico resulta de um processo de aprendizagem em que os bebês categorizam os sons que ocorrem com
mais frequência em seu idioma. Nesse processo de integração entre sons e ambiente, acredita-se que por
volta dos 10 meses de vida, a criança deixa de ser capaz de perceber fonemas que não fazem parte do
inventário fonético da língua materna.

A alternativa B está incorreta. A percepção não começa aos 10 meses. No decorrer de todo o primeiro ano
de vida, com as experiências auditivas que vão adquirindo, as crianças vão se tornando cada vez mais
competentes para perceber os contrastes acústicos utilizados em seu idioma.

A alternativa C está incorreta. Acredita-se que entre 06 e 09 meses as vocalizações deem lugar aos
balbucios como e estes sons que as crianças produzem já são realizados com
intenção comunicativa.

A alternativa D está incorreta. Deixa de ser sensível ao contraste da língua não materna.

7. (RMS-FUVEST/USP-2020) Segundo Wertzner e col. (2014), entre as principais características


presentes em crianças com distúrbio fonológico (DF), é observado que
(a) os processos fonológicos apresentados diferem dos processos de crianças com desenvolvimento típico.
(b) a substituição tende a ser o tipo de erro mais recorrente.
(c) o número médio de diferentes processos fonológicos utilizados é cinco.
(d) o diagnóstico ocorre predominantemente entre 5 e 7 anos de idade.
6
(e) sujeitos do gênero masculino apresentam DF com maior gravidade.

Comentários

Em Wertzner e col., encontramos as seguintes respostas:2

A alternativa A está incorreta. Segundo a literatura, as crianças com distúrbio fonológico têm
características de fala semelhantes aos das crianças normais/com desenvolvimento típico, porém se
mantêm além do esperado para a idade; nos casos mais graves, podem ocorrer processos idiossincráticos

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O tipo de erro mais recorrente costuma ser a
substituição; também pode haver distorções de alguns sons específicos, que se mantêm após os 7 anos de
idade.

A alternativa C está incorreta. A combinação de processos manifestados pelas crianças com desvio
fonológico é variável, mas o número médio de diferentes processos fonológicos utilizados é três.

A alternativa D está incorreta. O diagnóstico ocorre predominantemente entre 4 e 8 anos de idade.

A alternativa E está incorreta. O Desvio fonológico é mais observado em sujeitos do gênero masculino,
porém parece apresentar maior gravidade no gênero feminino.

8. (RMS-COREMU/SES/GO-2021) A articulação da fala é definida pelo posicionamento combinado


de lábios, língua, bochechas, faringe, dentes, palatos duro e mole que molda os sons da fala e são
amplificados pelos ressonadores. Os sons produzidos por um estreitamento em cada uma das
diferentes regiões articulatórias e pelo envio de um forte fluxo de ar através da constrição, produzindo,
assim, turbulência no local são os
(a) fricativos.
(b) plosivos.
(c) nasais.
(d) orais.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As consoantes são classificadas quanto ao ponto de
articulação, ao modo de articulação e quanto ao estado da glote (surdo/sonoro ou vozeado/desvozeado.
Nesta questão, o enunciado refere-se ao modo de articulação, e definição é de um som fricativo.

2 Wertzner, H.F e Pagan-Neves, L.O. Avaliação e Diagnóstico do Distúrbio Fonológico. In: Tratado de Especialidades em Fonoaudiologia. 1. ed.
- São Paulo: Guanabara Koogan, 2014. pag. 1026.
7
A alternativa B está incorreta. Os sons plosivos ou oclusivos são produzidos com uma obstrução total e
momentânea do fluxo de ar realizada pelos articuladores; em seguida ocorre a explosão acústica gerada na
liberação da oclusão. O véu palatino encontra-se levantado, sendo o fluxo de ar encaminhado apenas para
a cavidade oral.

A alternativa C está incorreta. Nos sons nasais, há um abaixamento do véu palatino, permitindo a liberação
do ar pelas cavidades nasais.

A alternativa D está incorreta. Sons orais são todos os sons que não são nasais e não é considerado modo
de articulação.

9. (RMS-CONUPE/IAUPE/UPE-2021) Sobre o desenvolvimento da escrita, analise as afirmativas


abaixo:

I. A habilidade de leitura é verificada mediante a capacidade de decodificação, fluência e compreensão


da escrita.

II. O processo normal de leitura depende, exclusivamente, da análise visual, razão por que é necessária
a avaliação oftalmológica na idade escolar.

III. A correspondência grafofonêmica é observada, quando a leitura alfabética associa a um


componente visual gráfico.

IV. A leitura e a escrita estão vinculadas a um conjunto de fatores que adota como princípios o domínio
da linguagem e a capacidade de simbolização.

Está(ão) INCORRETA(S) apenas


a) I.
b) II.
c) I e III.
d) IV.
e) III e IV.

Comentários

As afirmações I, III e IV são verdadeiras.

A afirmação II é falsa. O processamento da leitura precisa da ativação, ao mesmo tempo, das unidades de
reconhecimento visual, das unidades de reconhecimento fonológico e semântico, que trabalharão em
conjunto para a decodificação da palavra. O processamento sintático também está envolvido para que se
compreenda a relação entre as palavras em sequência. É necessário também o processador contextual para
descrever o conhecimento do contexto em que as palavras estão inseridas e a partir daí construir uma
interpretação coerente durante o processo de leitura do texto.

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Portanto, a alternativa B é o gabarito da questão.

10. (RMS-COREMU/UFG-2019) Leia a descrição a seguir. Órgão ímpar, superficial, formado por um
arcabouço de músculo-cartilagíneo, constitui um importante segmento do sistema respiratório,
altamente diferenciado, pois desempenha uma função respiratória, esfincteriana e fonatória. A
descrição apresentada corresponde à
(a) cartilagem cricóidea.
(b) cartilagem tireóidea.
(c) epiglote.
(d) laringe.

Comentários

As alternativas A, B e C estão incorretas. As cartilagens cricoide, tireoide (ou cricóidea e tireóidea) e


epiglote fazem parte da laringe. Porém, a descrição do enunciado se refere à laringe.

Vamos relembrar:

A laringe é uma estrutura localizada na região anterior do pescoço. Sua função principal se refere à
respiração, pois permite a passagem do ar para os pulmões e protege contra a aspiração de líquidos ou
alimentos para as vias áreas inferiores. Teoricamente, a fonação é uma função secundária da laringe.

Ela é estruturada por um esqueleto cartilaginoso que se conecta através de membranas, ligamentos e
músculos. Essa estrutura é móvel no pescoço e produz um som básico pela vibração das pregas vocais,
chamada de região glótica da laringe. Esse som inicial percorre a região superior da laringe, passa pela
faringe, é amplificado através dessas cavidades de ressonância até sair pela boca e/ou pelo nariz.

As cartilagens da laringe são a tireoide, a cricoide e a epiglote (ímpares); e a aritenoide, a corniculada e a


cuneiforme (pares). As cartilagens tireoide, cricoide e aritenoides são consideradas as mais importantes e
são cartilagens hialinas. As restantes são cartilagens elásticas.

11. (RMS-UFRJ-2021) Com relação à histologia da Prega Vocal, na infância e adolescência espera-se
encontrar:
a) camadas definidas na infância e indefinidas na adolescência.
b) camadas rudimentares e pouco definidas na infância e epitélio, lâmina própria e músculo vocal na
adolescência.
c) camadas rudimentares na adolescência e na infância.
d) epitélio, lâmina própria e músculo vocal na infância e adolescência.

Comentários

9
De acordo com a literatura, as pregas vocais das crianças são espessas em relação ao seu comprimento
curto, com camadas da lâmina própria não completamente diferenciadas e com comprimento igual entre
os sexos. A porção membranosa das pregas vocais se apresenta com uma estrutura frouxa e uniforme da
lâmina própria, deixando-a mais suscetível a edemas.3

Na adolescência há uma mudança entre as laringes feminina e masculina. Quanto a histologia, é possível
observar epitélio, lâmina própria e músculo vocal tanto em moças quanto rapazes. 4

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

12. (RMS-FUVEST/COREMU/USP-2019) Para o caso de um menino de 8 anos de idade com


diagnóstico médico de nódulos vocais, o tempo máximo de fonação, com emissão prolongada de
vogais, é de
a) 14 segundos.
b) 11 segundos.
c) 10 segundos.
d) 9 segundos.
e) 8 segundos.

Comentários

Aqui nessa pergunta, na verdade, não importa se a criança tem ou não nódulos vocais. Pois o parâmetro
para o tempo máximo de fonação é sempre a normalidade. Tanto se tratando de crianças como de adultos.

É importante observar a idade da criança.

Para emissão de vogais, é esperado em criança 1 segundo por ano de vida até a puberdade. Por exemplo,
se a criança tem 6 anos, espera-se que ela consiga emitir 6 segundos de tempo de fonação de vogal, se tem
10 anos, espera-se 10 segundos. A criança do enunciado da questão tem 8 anos, então espera-se o tempo
máximo de 8 segundos.

Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

13. (RMS-COREMU/SES/GO-2021) Qual a qualidade vocal caracterizada por esforço vocal excessivo,
voz estridente ou metálica com retração da língua e ação dos constritores faríngeos?
a) Rouquidão.

3 Maia, A.A.; Simões-Zenari, M; Azevedo, Renata. Distúrbio vocal infantil. In: Tratado de Especialidades em Fonoaudiologia. 1ª ed. São Paulo:
Guanabara Koogan, 2014.
4 Almeida, A.A.F.; Balata, P.M.M. Voz na adolescência. In: Tratado de Especialidades em Fonoaudiologia. 1ª ed. São Paulo: Guanabara Koogan,

2014.
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b) Aspereza.
c) Soprosidade.
d) Hipernasalidade.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A rouquidão é percebida uma qualidade vocal ruidosa. Habitualmente a
frequência e a intensidade estão diminuídas. A estridência não é uma característica desse tipo de voz.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Aspereza: nesse tipo de emissão, a qualidade vocal
soa rude e desagradável para o ouvinte. O esforço ao falar é evidente, com ataques vocais
predominantemente bruscos.

A alternativa C está incorreta. Soprosidade: neste tipo de qualidade vocal, como as pregas vocais não
fecham integralmente, é possível perceber auditivamente o escape de ar na voz. A voz soprosa típica é de
intensidade baixa, pois não há resistência glótica.

A alternativa D está incorreta. Hipernasalidade: uso excessivo da ressonância nasal, contaminando os sons
orais.

14. (RMS-COREMU/SES-GO-2021) Na audiometria tonal por via aérea, o exame audiométrico é


iniciado na frequência de 1.000 Hz, em uma intensidade presumivelmente audível. Estabelecido o
limiar na frequência de 1.000 Hz, repete-se o procedimento para as frequências de
(a) 500, 750, 2.000, 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz.
(b) 750, 1500, 2.000, 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz.
(c) 2.000, 3.000, 4.000, 6.000, 8.000, 500 e 250 Hz.
(d) 8.000, 6.000, 4.000, 3.000, 2.000, 500 e 250Hz.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Após o início em 1000Hz, a próxima frequência investigada é 2000Hz, e a
frequência de 750Hz não é investigada no exame audiométrico convencional.

A alternativa B está incorreta. As frequência de 750 e 1500 só são investigadas em alguns casos especiais.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A sequência do exame é 1.000, 2.000, 3.000, 4.000,
6.000, 8.000, 500 e 250 Hz.

A alternativa D está incorreta. Após o início em 1000Hz, a próxima frequência investigada é 2000Hz.

15. (RMS-FUVEST/USP-2020) Segundo Alvarenga e Corteletti (2006), na prática clínica, o som


utilizado para o mascaramento é o ruído. Neste contexto, é correto afirmar:
11
(a) Os três tipos de ruído mais utilizados (ruído branco, ruído de faixa estreita e ruído de fala) diferenciam
se pela eficiência, faixa de frequência, nível efetivo e nível de sensação.
(b) As frequências do ruído mais próximas da frequência do estímulo teste apresentam menor eficiência
para provocar o mascaramento.
(c) O ruído de fala possui, em seu espectro, frequências responsáveis pela inteligibilidade de fala, de 250 a
4000Hz.
(d) O nível efetivo de ruído é determinado na intensidade em que o sinal teste é mascarado pelo ruído.
(e) A mais forte intensidade de ruído que altera a resposta da orelha testada é denominada mascaramento
máximo.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Basicamente, existem dois tipos de ruídos mascarantes, os de banda larga
(que engloba o ruído brando e o ruído de fala) e o de banda estreita. A escolha de um deles irá depender do
exame que se está sendo realizado, de eficiência do ruído e da disponibilidade do audiômetro. 5

A alternativa B está incorreta. Ocorre o contrário. Em um ruído mascarante, apenas as frequências contidas
dentro de uma certa faixa, centrada ao redor do tom puro testado, contribuem de fato para seu
mascaramento.

A alternativa C está incorreta. O ruído de fala abrange as frequências de 250 a 4000 que engloba as
frequências da fala que são 500, 1000 e 2000 Hz.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. E isto pode ser verificado com a introdução do ruído
mascarante em intensidade suficiente para que o tom puro testado seja mascarado em uma mesma orelha.

A alternativa E está incorreta. Quando a quantidade de ruído introduzida na orelha não testada é tão
intenso que altera a resposta da orelha testada, ocorre o fenômeno chamado de supermascaramento.

16. (RMS-COREMU/SES-GO-2020) A logoaudiometria apresenta amostras padronizadas de


linguagem oral para avaliar a habilidade auditiva do indivíduo em detectar e reconhecer a fala. Entre os
limiares logoaudiométricos empregados na rotina audiológica básica estão o limiar de detectabilidade
de fala (LDF), o limiar de reconhecimento de fala (LRF) e o índice de reconhecimento de fala (IRF). O IRF
(a) envolve essencialmente a marcação da porcentagem de palavras identificadas pelo ouvinte em função
da intensidade da voz do falante.
(b) deve ser iniciado após a determinação dos limiares tonais, iniciando pela orelha pior e no mesmo limiar
tonal por via aérea.

5Redondo, M.C.; Lopes Filho, O.C. Testes Básicos de Avaliação Auditiva. In: LOPES FILHO, O. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca,
1997.
12
(c) é definido como sendo o nível de intensidade no qual o ouvinte pode identificar 50% do sinal de fala.
(d) é recomendado nos casos em que o indivíduo não adquiriu a linguagem oral ou nos casos de deficiências
auditivas severas ou profundas.

Comentários

Portanto, alternativa A está correta e é o gabarito da questão. No índice de reconhecimento de fala (IRF),
são apresentados ao paciente 25 palavras em intensidade confortável (inicialmente monossílabos para
crianças maiores e adultos) e a cada acerto é pontuado 4%.

A alternativa B está incorreta. Não deve ser iniciado pela orelha pior e deve ser em intensidade de
aproximadamente 30 a 40 dB acima da média de 500, 1000 e 2000 Hz, ou ainda a intensidade máxima de
conforto para o paciente.

A alternativa C está incorreta. O nível de intensidade no qual o ouvinte pode identificar 50% do sinal de fala
é o limiar de reconhecimento de fala (LRF).

A alternativa D está incorreta. Neste caso, o indicado seria o limiar de detectabilidade de fala (LDF).

17. (RMS-FEPESA/UNICISAL-2021) Sobre a triagem auditiva, marque a alternativa CORRETA.


(a) A atenção básica não tem papel fundamental na Triagem Auditiva Universal, uma vez que a triagem
auditiva acontece dentro de unidades de média e alta complexidade.
(b) O Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva (COMUSA) endossaram recomendações internacionais
para a triagem auditiva, adequando-as ao contexto sociopolítico e sanitário do Brasil.
(c) No Brasil, a Triagem Auditiva Universal tem objetivo de identificar perdas auditivas cocleares maiores
que 45 dB para os neonatos com Indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA).
(d) Na triagem Auditiva Neonatal Universal, todas as crianças devem ser testadas através dos exames de
Emissões Otoacústicas Evocadas e Potencial Evocado Auditivo Automático, além de serem monitoradas
semestralmente até completarem 2 anos de idade.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Também é de extrema importância a articulação, capacitação e integração


com a atenção básica para garantir o monitoramento e acompanhamento do desenvolvimento da audição e da
linguagem, e para a adesão aos encaminhamentos para serviços especializados." 6

6 Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. Brasília : Ministério da Saúde, 2012. 32 p.: il. Pag 9.
13
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A COMUSA endossa as recomendações
internacionais e apresentas indicadores de qualidade para a implantação e avaliação das ações para a
atenção integral à saúde auditiva na infância.

A alternativa C está incorreta. A TANU é direcionada a todos os recém-nascidos e não apenas aqueles com
indicador de risco para deficiência auditiva, pois a deficiência auditiva pode ser encontrada em crianças com
e sem indicadores de risco; além do que, perdas a partir de 35dB também devem ser identificadas através
das EOAT.

A alternativa D está incorreta. Os bebês sem indicadores de risco que passarem na triagem devem realizar
o acompanhamento mensal do desenvolvimento da audição e da linguagem na atenção básica. Os marcos
para acompanhamento do desenvolvimento de audição e linguagem (OMS, 2006) podem ser utilizados
como referência e registrados na Caderneta de Saúde da Criança. Esse acompanhamento deve ocorrer
mensalmente durante o primeiro ano de vida da criança.

18. (RMS-COREMU/UNIFESP-2019) Neonato com idade gestacional de 32 semanas. Permaneceu


em UTI por mais de 5 dias e 25 dias em ventilação mecânica. Apresentou meningite viral.

EOAT (Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes)

1000 2000 3000 4000 Reprodutibilidade Estabilidade

OD 11 12 13 24 92 99

OE 12 21 25 23 97 98

Reflexo Cócleo-Palpebral (RCP) ausente

Timpanometria com curva tipo A e reflexos estapedianos ausentes. Tais resultados sugerem:
(a) Suspeita de perda condutiva. Complementar com PEATE VA e VO.
(b) Suspeita de perda auditiva coclear. Complementar com PEATE protocolo limiar.
(c) Emissões presentes. Função coclear normal. Conduta: Alta.
(d) Suspeita de perda auditiva de grau profundo bilateral. Encaminhar para implante coclear.
(e) Emissões presentes. Suspeita de alteração retrococlear. Complementar com PEATE protocolo
neurológico.

Comentários

Ao observar as respostas apresentadas, vemos que as emissões otoacústicas estão presentes. Perceba que
o bebê apresentado no enunciado é um bebê de risco: nasceu prematuro, ficou em UTI mais de 5 dias e teve
meningite viral. Ou seja, é um bebê que necessita de toda a atenção em relação a audição, principalmente
em relação às perdas auditivas retrococleares.

Perceba que você pode eliminar as alternativas incorretas ficando atento a pontos bem básicos.

14
A alternativa A está incorreta. As emissões otoacústicas estão presentes, então provavelmente não há
problemas em orelha média.

A alternativa B está incorreta. Com emissões otoacústicas presentes não há suspeita de perda coclear.

A alternativa C está incorreta. Todos os neonatos com algum risco auditivo neonatal devem realizar o
PEATE devido à grande incidência de casos de perda auditiva retrococlear.

A alternativa C está incorreta. Com as emissões otoacústicas presentes não há exatamente uma suspeita
de perda auditiva, porém, faz parte do protocolo neurológico passar pelo PEATE. Além disso, não se
encaminha um bebê para o implante coclear por suspeitas de perda auditiva.

Portanto, alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Com todos os riscos auditivos presentes,
deve-se sempre suspeitar de perda auditiva retrococlear (caso as emissões estejam presentes) e seguir o
protocolo neurológico. O PEATE sempre deve ser realizado em bebês com IRDA (indicadores de risco para
perda auditiva).

19. (RMS-FUVEST/USP-2022) Há uma variação evidente quanto ao desempenho e ao sucesso com


o uso do implante coclear. A indicação correta, obedecendo a critérios bem definidos e técnicas
adequadas de inserção e reabilitação, pode favorecer melhores resultados. Diante disso, quais dos
critérios relacionados podem ser considerados como contraindicação para o implante coclear?
(a) Deficiência auditiva neurossensorial de grau severo e/ou profundo bilateral em crianças e
comprometimentos neurológicos graves associados à deficiência auditiva.
(b) Infecção ativa da orelha média e deficiência auditiva sensorioneural progressiva em adultos.
(c) Baixo índice de reconhecimento auditivo em testes de percepção da fala com amplificação.
(d) Expectativas familiares adequadas quanto ao resultado do implante coclear e condições clínicas que
contraindiquem a cirurgia.
(e) Comprometimentos neurológicos graves associados à deficiência auditiva e deficiência auditiva causada
por agenesia da cóclea ou de nervo auditivo.

Comentários

Esta questão necessita de muita atenção, considerando que em quase todas as alternativas há
contraindicações (apenas a alternativa C não apresenta contraindicação) para o implante coclear (IC).

Os critérios considerados como contraindicação para o implante coclear: 7

7 Santos, M.J.D.; Bevilacqua, M.C. Moret, A.L.M.; Lamônica, D.A.C.; Costa, O.A.; Yamaguti. E.H. Processo de indicação do implante coclear em
uma criança com paralisia cerebral: estudo de caso. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(4):474-8

15
Condições médicas que contraindiquem a cirurgia;

Deficiência auditiva causada por agenesia de cóclea, de nervo auditivo ou por lesões centrais;

Infecção ativa do ouvido médio,

Comprometimentos graves neurológicos associados à deficiência auditiva.

O enunciado pede para marcar a alternativa que apresenta contraindicações. Vamos, então eliminar todas
as questões que apresentem alguma indicação para o IC.

A alternativa A está incorreta. Deficiência auditiva neurossensorial de grau severo e/ou profundo bilateral
em crianças é critério de indicação do IC.

A alternativa B está incorreta. Deficiência auditiva sensorioneural progressiva para perda pós-lingual não
há limite de idade para indicação do IC.

A alternativa C está incorreta. Resultado igual ou menor que 50% de reconhecimento de sentenças em
conjunto aberto com uso de AASI em ambas as orelhas é critério de indicação.

A alternativa D está incorreta. Expectativas familiares adequadas quanto ao resultado do implante coclear
é critério de indicação para IC.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Esta é a alternativa mais completa em termos de
contraindicação. Nas outras alternativas encontramos indicação e contraindicação juntas.

20. (RMS-COREMU/UNIFESP-2018) Recém-nascido do sexo masculino, idade gestacional de 40


semanas, internado em Unidade de Terapia Intensiva, aguardando cirurgia para retirada de tumor em
região lombo-sacral.

Realizada a triagem auditiva neonatal aos 5 dias de vida por meio de emissões otoacústicas evocadas
por estímulos transientes que resultaram presentes, com ausência de reflexo cócleo-palpebral.

Foi realizado o exame potencial evocado auditivo de tronco encefálico em equipamento diagnóstico,
que resultou ALTERADO pela ausência de respostas, apesar da presença de microfonismo coclear.

Tais resultados são sugestivos de:


a) Perda auditiva condutiva
b) Perda auditiva sensorioneural

16
c) Desordem do espectro da neuropatia auditiva
d) Perda auditiva mista
e) Perda auditiva coclear

Comentários

A alternativa A está incorreta. As emissões otoacústicas estão presentes, então provavelmente não há
problemas em orelha média, ou seja, não há perda auditiva condutiva.

A alternativa B está incorreta. Como as emissões otoacústicas evocadas estão presentes, há suspeita de
distúrbio auditivo retrococlear.

Portanto, alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Emissões otoacústicas presentes e PEATE
alterado, há suspeita de alteração auditiva retrococlear, que pode ser Desordem do Espectro da
Neuropatia Auditiva. Na neuropatia auditiva, o indivíduo apresenta funcionamento normal da cóclea,
apesar de apresentar alteração da função do nervo coclear.

A alternativa D está incorreta. Na perda auditiva mista as emissões otoacústicas estariam ausentes.

A alternativa E está incorreta. Emissões otoacústicas evocadas presentes mostram bom funcionamento
coclear.

21. (RMS-UNIFIP-2021) Em relação aos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico,


identifique se os itens a seguir são VERDADEIROS (V) ou FALSOS (F).

I- Os Potenciais Evocados Auditivos consistem no registro da atividade elétrica que ocorre no sistema
auditivo, da orelha interna até o córtex cerebral, em resposta a um estímulo acústico.
II- Os potenciais Evocados Auditivos podem ser registrados por técnicas não invasivas e sem gerar
desconforto ao paciente.

III- Obrigatoriamente precisa ser realizado com sedação ou anestesia.

IV- A aplicabilidade dos Potenciais Evocados Auditivos vai desde a avaliação da sensitividade auditiva
nos indivíduos que não podem ou não tem interesse de responder aos testes audiológicos
convencionais, como também é útil para o diagnóstico e monitoramento de vários comprometimentos
otológicos e neurológicos.

V- Sua aplicabilidade tem contribuído para as áreas de otorrinolaringologia e fonoaudiologia,


exclusivamente.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) V, V, V, V e F
b) V, F, F, V e V
17
c) V, V, V, V e V
d) V, V, F, V e F
e) V, V, F, V e V

Comentários

Vamos analisar cada uma das afirmativas.

I- Os Potenciais Evocados Auditivos consistem no registro da atividade elétrica que ocorre no sistema
auditivo, da orelha interna até o córtex cerebral, em resposta a um estímulo acústico. Afirmativa
verdadeira.

II- Os potenciais Evocados Auditivos podem ser registrados por técnicas não invasivas e sem gerar
desconforto ao paciente. Afirmativa verdadeira. "Potenciais evocados auditivos de tronco cerebral consistem
em uma avaliação moderna não evasiva, objetiva da evolução neurológica do comportamento auditivo." 8

III- Obrigatoriamente precisa ser realizado com sedação ou anestesia. Afirmativa falsa. Na maior parte
das vezes, o PEATE pode ser realizado sem sedação. O paciente precisa ficar relaxado e não fazer
movimentos exagerados que interfiram no exame.

IV- A aplicabilidade dos Potenciais Evocados Auditivos vai desde a avaliação da sensitividade auditiva
nos indivíduos que não podem ou não tem interesse de responder aos testes audiológicos
convencionais, como também é útil para o diagnóstico e monitoramento de vários comprometimentos
otológicos e neurológicos. Afirmativa verdadeira.

V- Sua aplicabilidade tem contribuído para as áreas de otorrinolaringologia e fonoaudiologia,


exclusivamente. Afirmativa falsa As aplicações clínicas dos PEATE são várias: vertigem, acúfenos, perdas
auditivas assimétricas, perdas auditivas progressivas, avaliação da sensibilidade auditiva e na avaliação de
doenças neurológicas, incluindo lesões tumorais, lesões difusas, doenças desmielinizantes e avaliação de
anormalidades das vias auditivas neurais do nervo acústico e do tronco encefálico." 9

Portanto, alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

22. (RMS-COREMU/UNIFESP-2018)
nível superior completo. Audiometria tonal liminar com limiares audiométricos piores do que 30 dB NA
nas frequências de 250 a 8000 hertz. IPRF 84% em ambas as orelhas. Imitânciometria curva tipo A e
reflexos acústicos contralaterais ausentes. Assinale o teste para avaliar o processamento auditivo
direcionado ao processo de interação binaural.

8 Pfeiffer, M.; Frota, S. Processamento auditivo e potenciais evocados auditivos de tronco cerebral (BERA). Rev CEFAC, v.11, Supl1, 31-37, 2009
9 Santos, M.A.R.; Peixoto, M.A.L.; Munhoz, M.S.L.; Almeida, A.V. Avaliação dos potenciais evocados auditivos do tronco encefálico na esclerose
múltipla. Arq Neuropsiquiatr 2003;61(2-B):392-397
.
18
a) SSW (Teste Dicótico de Dissílabos Alternados (SSW Staggered Spondaic Words)
b) MLD (MASKING LEVEL DIFFERENCE)
c) TPF (TESTE DE PADRAO DE FREQUENCIA)
d) TPD (TESTE DE PADRAO DE DURAÇÃO)
e) SSI - Teste de Identificações de Sentenças com Mensagem Competitiva
(SSI - Synthetic Sentence Identification) em Português)

Comentários

A alternativa A está incorreta. O SSW está relacionado à Integração Binaural.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Os testes direcionados ao processo de interação


binaural são: Localização Sonora, Fusão Binaural e MLD.

A interação binaural pode ser avaliada pelos testes de fusão binaural (TFB) e Limiar
Diferencial de Mascaramento (Masking Level Difference - MLD). O MLD é considerado, na
literatura internacional, como um dos testes comportamentais mais confiáveis para a
avaliação da função do tronco encefálico baixo. 10

As alternativas C e D estão incorretas. Os testes TPF e TPD estão relacionados à Ordenação Temporal.

A alternativa E está incorreta. O teste SSI está relacionado à habilidade de figura-fundo.

23. (RMS-FEPESA/UNICISAL-2021) Considerando o processo terapêutico voltado para o


Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), também conhecido como Desordem do
Processamento Auditivo Central (DPAC), assinale a resposta CORRETA:
(a) Os princípios básicos da terapia nas alterações do processamento auditivo incluem modificações
sensoriais, processo terapêutico propriamente dito e a utilização de estratégias compensatórias na escola.
(b) Corresponde apenas ao treinamento auditivo acusticamente controlado realizado com tecnologia
específica que permite conhecer o nível sonoro e a distorção de cada estímulo utilizado.
(c) Recomenda-se que o nível de complexidade das tarefas seja decrescente, isto é, as tarefas devem ficar
mais difíceis à medida que o desempenho do paciente naquela tarefa em questão melhora.
(d) O monitoramento do desempenho do paciente que deve ser realizado por meio de medidas psicofísicas,
eletrofisiológicas e com a aplicação de escalas e/ou questionários pré e pós-treino auditivo
(e) Recomenda-se sempre seguir um número de sessões e tempo padronizado para todas as idades e tipo
de DPAC.

10Mendes, S.C.; Branco-Barreiro, F.C.A.; Frota, S. Limiar diferencial de mascaramento: valores de referência em adultos. Audiol Commun Res.
2017;22:e1746
19
Comentários

As alternativas apresentadas não estão completamente equivocadas, por isso, é necessário ficar atento aos
detalhes. As respostas para as alternativas A, B, C e D são encontradas em Dias (2008).11

A alternativa A está incorreta. Os princípios básicos da terapia nas desordens do processamento auditivo
incluem modificações ambientais - não sensoriais - processo terapêutico propriamente dito e a utilização
de estratégias compensatórias.

A alternativa B está incorreta. O processo terapêutico comporta a terapia fonoaudiológica e o treino


auditivo formal que deverá ser realizado em cabina acústica. O treinamento auditivo corresponde a um
conjunto de tarefas realizadas em condições acústicas, que são realizadas para ativar o sistema auditivo e
sistemas relacionados de forma a modificar de maneira positiva a base neural e o comportamento auditivo
associado.

A alternativa C está incorreta. Recomenda-se que o nível de complexidade das tarefas seja progressivo - e
não decrescente - sendo que no início do trabalho o desempenho do paciente em cada tarefa não poderá
ser menor que 30%, e para passar ao nível seguinte 80% é considerado um bom desempenho. Estratégias
muito fáceis ou muito difíceis podem não desafiar o sistema auditivo central.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De forma geral, é recomendado que o treino auditivo
seja realizado em sessões de 45 minutos cada num período de oito a doze sessões, aproximadamente, e o
monitoramento deve ser realizado.

A alternativa E está incorreta. De forma geral, existe uma padronização do número de sessões e do período,
porém, a idade da criança e a gravidade do caso devem ser levados em conta. Algumas crianças não
conseguem realizar sessões com mais de 20 minutos de duração, por exemplo. Portanto, tanto a idade
como o tipo de DPAC são importantes para determinar o período das sessões.

24. (RMS-UFRJ-2021) A manobra terapêutica que promove aumento da duração da elevação


laríngea, maior tempo de abertura da transição faringoesofágica e melhora a coordenação da
deglutição denomina-se:
a) Mendelsohn
b) Supraglótica
c) Shaker
d) Masako

Comentários

11 Dias, K.Z. E depois do diagnóstico? Processamento auditivo. 16° Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. Simpósios interdisciplinares.
http://www.sbfa.org.br/portal/anais2008/anais_select.php?op=SI&cid=288.
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A manobra de Mendelsohn tem o objetivo de
prolongar a elevação laríngea no momento da deglutição, aumentando a abertura do esfíncter esofágico
superior. Para que isto ocorra, é solicitado ao paciente que engula e, quando a laringe estiver na posição
máxima, ele deve segurar por alguns segundos.
A alternativa B está incorreta. A manobra Supraglótica tem o objetivo de proteger a via aérea,
maximizando o fechamento das pregas vocais e pregas vestibulares.
A alternativa C está incorreta. A manobra de Shaker tem como objetivo promover o aumento da força da
musculatura laríngea.
A alternativa D está incorreta. A manobra de Masako tem como objetivo aumentar a movimentação da
parede posterior da faringe durante a deglutição.

25. (RMS-COREMU/SES/GO-2021) Ao avaliar clinicamente o palato de um paciente com voz


hipernasal, o fonoaudiólogo observa úvula bífida, diástase da musculatura velar com zona translúcida
mediana. Ao palpar o palato sente uma chanfradura na sua borda posterior.
Segundo essas observações, qual é a hipótese diagnóstica?
a) Fissura submucosa.
b) Fissura pré-forame.
c) Fissura cicatricial de Keith.
d) Fissura transforame.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De acordo com et al, na Fissura


submucosa ocorre a clássica tríade, associada à voz de qualidade predominantemente nasal: úvula bífida,
diástase da musculatura velar, observando-se uma zona translúcida mediana e chanfradura na borda
posterior do palato (palpável com o dedo). 12

As alternativas B, C e D estão incorretas. Nesta questão, o enunciado é claro quanto a descrição das
características da fissura, que no caso da fissura submucosa, o que mais chama a atenção é a voz
hipernasal.

A fissura submucosa costuma ter um diagnóstico tardio exatamente por não ter a aparência da
malformação explícita na face e no palato, como é o caso dos outros tipos de fissura.

12 In: Lopes Filho, O.C. Tratado de


Fonoaudiologia. São Paulo: TECMED, 2005.

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Abraços e bons estudos!

Professora Sheila Bezerra

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