41TD7 - Psicologia e Pastoral - Unid.3
41TD7 - Psicologia e Pastoral - Unid.3
41TD7 - Psicologia e Pastoral - Unid.3
UNIDADE III:
É uma abordagem que se diferencia das outras, sobretudo por não haver técnica.
Para a abordagem a melhor maneira de se ajudar alguém é acreditar na pessoa e em
sua possibilidade de pensar, sentir, buscar e direcionar sua própria necessidade de
mudança. É a partir daí, dessa crença na pessoa, da sua capacidade em se auto dirigir,
que a A.C.P. busca tentar facilitar à pessoa condições ideais, para que esta tenha
maior oportunidade de entrar em contato consigo mesma.
deve acima de tudo crer em seus pressupostos, e ter um jeito de ser que combine com
ele, caso contrário, aplicando o princípio centrado na pessoa como técnica estará
apenas sendo um técnico e ferindo o que a Abordagem Centrada na Pessoa julga
imprescindível em uma relação de ajuda.
Para que esta ajuda seja possível, existe uma crença em alguns pressupostos
básicos para facilitar a relação. São eles:
Tendência de atualização
Apesar das diferenças, de cada pessoa ser única, todos no seu íntimo possuem
necessidades semelhantes, que em função de aspectos sociais e aprendidos, como
maneira de se proteger ou ser aceito, a pessoa sem perceber vai ao longo do tempo
abrindo mão dos seus valores, maneira de ser e sentimentos naturais passando a viver
em função de um padrão pré estabelecido. A partir daí tende a achar que aquilo que
vem de fora é verdade e que o que sente quando diferente do pré estabelecido é ruim,
é feio e que portanto deve ser eliminado ou camuflado dentro de si.
Nesse sentido a pessoa perde o seu “eu” como referencia distanciando-se de si,
muitas vezes fazendo coisas socialmente aceitas, mas no fundo ruins para si, ou
coisas socialmente ruins, que terminam sendo ruins também para si, mas que fazem
parte de sua fachada.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
3 PSICOLOGIA E PASTORAL
1 – Empatia
2 – Congruência
Tudo que o facilitador sente em relação a pessoa deve ser dito, com cuidado,
carinho, respeito, mais principalmente com autenticidade.
É direito da pessoa ajudada saber o que o facilitador sente a respeito do que ela
está dizendo.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
4 PSICOLOGIA E PASTORAL
que, muitas vezes o psicoterapeuta através de seu conhecimento cria uma barreira
entre si e o cliente, perde a disponibilidade verdadeira em ouvir o outro desprovido de
técnica, abrindo mão de sua intuição, percepção, do não julgamento, do acolhimento,
preceitos imprescindíveis para a A.C.P.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
6 PSICOLOGIA E PASTORAL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Fadiman, James & Frager, Robert (1986). Teorias da Personalidade. São Paulo:
Harbra.
Rogers, Carl R. (1992). Terapia Centrada no Cliente. São Paulo: Martins Fontes.
Rogers, Carl R. & Wood, John K. (1978). Teoria Centrada no Cliente: Carl
Rogers. Em A. Burton (Org.), Teorias Operacionais da Personalidade. Rio de Janeiro:
Imago.
Durante trinta anos apresentava conferências sobre suas terapias, e contribuiu em muito
para o desenvolvimento das terapias cognitivas e comportamentais.
Numa época em que os modelos psicanalíticos estavam muito em voga, Ellis ensinava
em Nova York que eles eram uma perda de tempo e era melhor que as pessoas
praticassem os comportamentos de sucesso que desejavam desenvolver, ao invés de se
questionarem por anos a fio do porquê manifestarem comportamentos inadequados.
(A) Antecedentes
(B) Beliefs (Crenças)
(C) Consequências.
Os textos mais atuais tratam esta técnica como “ABCD”, sendo o (D) Debater, isto é, o
confrontamento das crenças irracionais. Assim fica mais claro que apenas conhecer
cognitivamente as (C) Consequências dos próprios comportamentos disfuncionais e das
crenças irracionais não é suficiente; é necessário praticar comportamentalmente a
mudança, isto é, o (D) Debate, seja no plano da linguagem ou da ação.
Entre os seus livros disponíveis no Brasil, estão: “Como Conquistar sua Própria
Felicidade”; “Fique Frio: como Manter a Calma em meio a pressões”; “Sexo sem culpa
e sem medo” e “Caminho para a Libertação Feminina”.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
8 PSICOLOGIA E PASTORAL
Em 1970 Albert Ellis formulou uma lista de onze crenças irracionais, e asseverou
que a oposição a elas produziria um ser humano mais satisfeito, motivado e eficiente.
O texto das crenças do autor está muito empolado para os dias atuais, e em alguns textos
a lista das crenças difere ligeiramente. Já vi esta lista com doze itens.
Fazendo uma compilação de vários textos acabei encontrando treze itens importantes,
ao invés de doze. E por isso aproveito para acrescentar minha contribuição, listando
abaixo a minha interpretação, tanto da forma de listar as crenças irracionais quanto às
sugestões do que considero a melhor abordagem cognitiva para sua confrontação.
3 – É horrível e catastrófico quando as coisas não são do jeito que gostaríamos que
fossem.
R – Seria mais horrível se nunca houvesse nada inesperado. O mundo sem novidade é
horroroso.
5 – Devemos ficar preocupados com as coisas que podem ser perigosas ou assustadoras.
R – O sentido do perigo é como a sirene do bombeiro: incômoda, mais muito útil. Mas
quando já apagamos o fogo, não adianta deixar a sirene ligada. Prevenir-se de forma
calma e atenta é muito mais garantido do que se preocupar.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
9 PSICOLOGIA E PASTORAL
7 – Precisamos nos apoiar em alguém ou alguma coisa mais forte do que nós próprios.
R – Pense em uma tenda, onde todos os cordéis contrabalançam todos. Quando todos se
sustentam e apóiam uns aos outros; somos em conjunto mais fortes.
13 – Não fazer nada ou protelar uma solução pode ajudar na resposta a uma solução de
conflito.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
10 PSICOLOGIA E PASTORAL
Orientação
- distancie-se emocionalmente da questão;
Problema
- reconheça o problema e defina-o de forma sintética;
- especifique o que quer no lugar, isto é, a solução;
- transforme-a em uma pergunta, isto é, “como consigo sair daqui e chegar ali?”;
Alternativas
- colha informações;
- examine como e onde ocorre e como e onde não ocorre o problema e as soluções
satisfatórias;
- liste hipóteses alternativas possíveis para a solução;
Decisão
- analise o custo/benefício de cada alternativa;
- tome a decisão de aplicar uma das alternativas, mesmo que de forma provisória;
Implementação
- acompanhe os efeitos da aplicação desta alternativa;
- crie uma estratégia para manter de forma constante a nova solução;
Verificação
- avalie se a implantação da alternativa atingiu os critérios da solução desejada
previamente;
- se não atingiu, faça um novo ciclo de análise do problema, até ficar satisfeito com os
resultados;
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
11 PSICOLOGIA E PASTORAL
- faça checagens periódicas, seja para manter ou para aprimorar a solução, readequando
às mudanças ambientais.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
12 PSICOLOGIA E PASTORAL
Apenas para citar um exemplo, o indivíduo geralmente diz para si mesmo, quando está
chateado, primeiro sentenças sãs, depois sentenças insanas. As sentenças sãs são algo do
tipo: 'Eu não gosto daquilo que fiz, eu estou descontente com meu próprio
comportamento’. E isso seria bom, mas infelizmente o que se segue são as sentenças
insanas, nas quais ele diz para si mesmo: 'E porque eu não gosto do meu
comportamento, eu sou uma droga, sou um inútil, eu não sou bom para nada’.
E estas sentenças razoavelmente insanas, que são sentenças de fé infundada, em fatos
que não possuem evidências empíricas, que remetem a superstições ou a sistemas
religiosos dogmáticos, criam o que conhecemos como ansiedade e, através da
ansiedade, a depressão, a culpa e as outras formas de auto-derrotismo.
Ou então, o indivíduo diz para si mesmo as mesmas formas de sentenças sãs, quando ele
pensa: 'Eu não gosto do teu comportamento’. Quando alguém agiu de forma
inapropriada para com ele e, ao invés de seguir esta linha de pensamento com algo do
tipo: 'E, mesmo que eu não goste do teu comportamento, eu ainda posso suportá-lo, e
vou tentar modificá-lo’. Ele pensa: 'Eu não posso suportar o teu comportamento’. De
uma maneira absolutamente categórica, onipotente e determinística, ele procede com:
'Você não deveria ser da maneira que você é, porque eu não gosto da maneira que você
é’. Agora, é o segundo tipo de sentença, as sentenças 'Ser', que chateiam o indivíduo.
Outra maneira de se referir a elas é como Epitetus, o filósofo romano, disse muitos anos
atrás: 'Não é o que acontece conosco que nos chateia, é SER, ou VER o que acontece
conosco’. Na Terapia do Comportamento Emotivo Racional nós vamos atrás deste
indivíduo, da visão do paciente, e mostramos para ele que, o que quer que ele pense que
o está chateando, geralmente alguma situação externa, algo que uma outra pessoa fez, é,
na verdade, o que ele está dizendo a si mesmo sobre esta situação, este evento. É isso
que o chateia. E ainda que ele jamais seja capaz de fazer algo em relação a este evento
externo 'A', ele pode sim modificar o evento interno 'B', suas sentenças, suas crenças
para consigo mesmo.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
13 PSICOLOGIA E PASTORAL
Agora, nós damos ênfase ao fato de que ação também é necessário para mudar o
indivíduo. Apenas falar sobre as coisas, e pensar sobre as coisas, é bom, mas não é a
única condição necessária para que ocorra a mudança psicoterapêutica. O que o
indivíduo tem de fazer, geralmente, é agir; e desta forma nos damos tarefas concretas a
serem realizadas fora do ambiente terapêutico, e acompanhamos a execução destas
tarefas e seus resultados conseguintes para saber se ele as está realizando.
E nosso objetivo final é fazer com que o indivíduo aprenda, e aprenda para o resto de
sua vida, a desafiar e questionar seu próprio sistema de valores, seus próprios
pensamentos, de maneira que ele realmente pense por si mesmo. Ele deve fazer isso,
especialmente, quando ele se sentir miserável, quando ele se sentir ansioso, ou
deprimido, ou culpado, ou frustrado demais, ou qualquer outra coisa que seja negativa
quando ele se comportar muito ineficiente.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
14 PSICOLOGIA E PASTORAL
Finalmente, quando ele estiver capacitado em pensar e repensar suas assunções, ele irá
poder aplicar o que chamamos de o método científico às facetas da vida humana, e
poderá ser verdadeiramente científico em seus comportamentos, questionando e
desafiando suas próprias conclusões a maneira como fazemos na ciência, conseguindo
minimizar ou, eventualmente eliminar, as terríveis ansiedades e as hostilidades atrozes
que infelizmente afetam a maioria de nós nesta existência”.
Faço algumas observações, neste primeiro momento, após ter assistido ao vídeo e
traduzido esta introdução. A essência da Terapia do Comportamento Emotivo Racional
ou, pelo menos, do sucesso nesta terapia, é justamente desprogramar ou desconstruir
boa parte daquilo que a sociedade, em especial nos seus mecanismos de coerção e
doutrinação, fazem com o indivíduo. Desde cedo a escola, a religião, nossos pais e a
televisão nos ensinam como devemos pensar, o que devemos sentir, como devemos nos
sentir em relação a cada tipo de situação ou evento e o que devemos desejar. Como boa
parte destes ensinamentos, ou teses, ou hipóteses, seja lá como se queira chamar, são
direcionados à interesses de terceiros, e não, realmente, aos interesses dos indivíduos
envolvidos, não é de se surpreender que, a medida que estes mecanismos de doutrinação
fiquem mais sofisticados, o nível de funcionamento relacional e pessoal do indivíduo
fique mais e mais comprometido, sendo que a população que sofre de ansiedade,
estresse e frustração é cada vez maior.
Pensar numa abordagem terapêutica para contrabalançar isso, é muito bom, mas
também devemos questionar o que a própria sociedade, uma vez que esta não deixa de
ser produto direto ou indireto das ações e escolhas de cada um de nós, está fazendo com
os indivíduos e se esta é a sociedade que queremos.
Outra observação que faço é quanto ao nome da linha proposta por Ellis: Terapia do
Comportamento Emotivo Racional. Eis ai um grande oximoro por nome. As palavras
Racional e Emotivo, usadas no mesmo contexto, de maneira complementar, são quase
um contra-senso. Digo quase, pois, pessoalmente, não sei até que ponto é possível ser
verdadeiramente emocional, ser legítimo para com suas emoções, sendo racional. Mas
não faço disso uma crítica pessoal ao pensamento de Ellis, uma vez que entendo que
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.
15 PSICOLOGIA E PASTORAL
esta seria uma interpretação totalmente equivocada do proposto por ele: reprogramar a
racionalidade subjacente ao pensamento do indivíduo de maneira que esta faça com que
a sua racionalidade manifesta e os sentimentos que brotarem dele sejam mais positivos e
eficientes.
_____________________________________________________________________________
FAJOPA - Faculdade João Paulo II, 41TD7-TDFI 06 – PSICOLOGIA E PASTORAL,
direitos autorais: Me. Pe. Reginaldo Marcolino / SP, 2º semestre de 2017.