Documentario Tarja Branca - Texto
Documentario Tarja Branca - Texto
Documentario Tarja Branca - Texto
UMIRIM, CE
2020
O documentário “tarja branca” apresenta a importância da brincadeira para a construção do
ser humano, mostra experiencias de indivíduos diferentes e como o ato de brincar interferiu na
vida adulta deles. Nesse experimento vemos como a criação muda com o passar do tempo e
que cada criança cresce diferente, uns brincam com brinquedos e pulam corda, outros não
brincam porque tem problemas de saúde ou a criança tem que trabalhar desde cedo para
ajudar nas despesas, e já tem outros que brincam ate mesmo com latinhas e tampas de
garrafas.
No documentário foi mostrado realidades diferentes. A primeira mostra aquelas crianças que
tiveram a oportunidade de ter uma infância normal, cheia de alegria e brincadeiras. A segunda
mostra as crianças que tiveram que amadurecer cedo e assumir responsabilidades que não a
pertenciam, deixando de lado um momento único na vida a infância. A terceira mostra
crianças que tem problemas de saúde e não podem brincar de pega-pega ou de brincadeiras
que requerem agilidade, e se prendem a livros e em sua imaginação se veem brincando ao ar
livre. E por último, temos as crianças que brincam com latinhas e tampas de garrafa,
geralmente eles moram nas periferias e não tem condição de comprar brinquedos e eles
próprios fazem seus os seus usando a sua criatividade.
Seria essencial se as crianças passassem sua infância da forma como é para ser, brincando. E
não assumindo papel de adulto, porque de certa forma isso vai interferir nas suas escolhas
futuras, na sua forma de ser, na criação de seus futuros filhos. Brincar é importante porque
através dela, a criança vai estabelecer contatos sociais, vai por sua criatividade em ação, vai
ser posta para resolver problemas como lidar com o que é diferente e diversas outras situações
que vai colocar a criança para pensar. Atualmente tem crianças que preferem ir ao shopping
do que brincar, isso acontece por causa das influencias externas, a sociedade faz isso dizendo
que “brinquedo bom é brinquedo caro”, “diversão só tem no shopping”, “esse brinquedo já
está ultrapassado”, a indústria do entretenimento faz isso embeleza os olhos das crianças, a
felicidade de uma criança não esta nisso, porque uma criança é feliz ate com um carro feito de
latinhas com rodas de tampa de garrafa, porque o que importa é o sentimento de felicidade,
mas o que importa para a sociedade é o lucro.
Quando a idade adulta é atingida, vemos o resultado da infância vir à tona, se o individuo for
satisfeito com as escolhas que fez no decorrer da vida, ele ainda tem dentro de si o “espirito
de criança”, que faz com que o mesmo sinta prazer naquilo que faz. Tem indivíduos que
trabalham oito horas por dia para que o mundo funcione, mas ele só vai conseguir fazer isso
se largar o espirito de liberdade e se “encaixar” nos padrões estabelecidos pela sociedade onde
tudo gira em torno do trabalho. Hoje em dia é muito comum vermos pessoas tristes, cansadas,
frustradas e com medo de viver em uma sociedade que não aceita mudanças.
A cultura popular do Brasil é muito rica, pois nela está presente muitas artes como: a dança, a
música, o lazer, dentre outros. Por causa dessa cultura, somos mais felizes, pois através desta
mostramos nosso interior e por meio desta cultura mostramos nossa criança interior. Foi
mencionado no documentário que a cultura popular deveria ser chamada de “cultura do
povo”, afinal quem compõe essa cultura não somos nós?! Por isso é muito importante para o
ser humano trazer esse “espirito de criança” para a vida adulta, porque dessa forma ele vai
fazer as coisas com mais satisfação e desejo, vai ver a vida de uma forma mais colorida não
que se trate de brincar em serviço mas de fazer as coisas com gosto.
Este milagre do ser humano ainda novo acontece e continua acontecendo, ele
está inteiro, ele vem outra vez, com todas as promessas. Então eu acho que a
fórmula é: olhar menino, aprender menino, reaprender menino, e pronto, é só isso.
E é muito simples, só senta em seu corpo, todo mundo tem o seu corpo e tem uma
criança dentro. Deixe ela brincar, não vai acontecer talvez no primeiro dia, mas
o reconhecimento já é o fato de habitar o território sagrado da infância.
(TARJA BRANCA: a revolução que faltava, 2014, trecho 1:14:24 min.).
REFERÊNCIAS
TARJA BRANCA: a revolução que faltava. Direção de Cacau Rhoden. Produção Executiva
de Estela Renner, Luana Lobo e Marcos Nisti. Roteiro de Cacau Rhoden; Estela Renner;
Marcos Nisti. Intérpretes: Domingos Montagner; Wandi Doratiotto; Antônio Nóbrega; José
Simão. Música: André Caccia Bava. São Paulo: Maria Farinha Filmes, 2014. 1 DVD (80
min.), son., color. Documentário.