Liberdade Religiosa
Liberdade Religiosa
Liberdade Religiosa
A liberdade religiosa está relacionada ao conceito de laicidade. É importante frisar que não é
necessário que um Estado seja laico para que liberdades religiosas existam nele. Um país
pode adotar, por exemplo, uma religião oficial, mas permitir que seus cidadãos pratiquem
outras religiões que não aquela. É o caso da Dinamarca e do Reino Unido, por exemplo.
Entretanto, um Estado laico, como o Brasil, ao se afirmar como tal, tem o compromisso de
separar Estado e religião e de proteger a liberdade religiosa, garantindo esse direito a todos os
seus cidadãos. Além disso, como Estado laico, o Brasil não deve influenciar as crenças
pessoais de seus cidadãos e não deve permitir que as crenças religiosas de seus governantes
tenham influência direta na formulação de suas políticas.
As liberdades religiosas são garantidas por leis específicas, que definem quais são os direitos
religiosos dos cidadãos de cada país. Assim, elas podem ser diferentes ou tratadas de modo
distinto por cada país, conforme sua legislação. Iremos expor quais direitos relacionados às
liberdades religiosas são garantidos no Brasil, em seguida.
Estado laico e liberdade religiosa: o que diz a legislação brasileira?
O Brasil é um país laico? As opiniões quanto a esse assunto divergem. A exposição de
símbolos religiosos em edifícios públicos, por exemplo, já foi amplamente debatida: alguns
defendem a retirada dos símbolos desses ambientes, argumentando que contradizem a
laicidade do país, enquanto outros acreditam que sua exibição não fere a laicidade ou liberdade
religiosa do Brasil. Outro argumento utilizado pelas pessoas que não acreditam que o Brasil
seja realmente laico é que a Constituição cita Deus logo em seu início.
Apesar dessas polêmicas, a legislação é clara em afirmar que o Brasil não pode manifestar
preferência religiosa ou privilegiar uma religião específica. Ou seja, poder público e religião
devem ser separados: o Estado, portanto, conforme a legislação brasileira, é laico.
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”
ninguém será privado de direitos por suas crenças – por exemplo, uma pessoa não
pode ser presa por expressar sua crença religiosa;
assistência religiosa será assegurada em entidades civis e militares de internação
coletiva – demonstrando que o fato do Estado ser laico não significa que ele deva
impedir manifestações religiosas em locais públicos, mas sim garantir a liberdade para
que cada um aja de acordo com suas crenças;
àqueles que, conforme sua crença, não possam realizar o serviço militar tradicional,
seja permitido que realizem serviço alternativo – confirmando seu respeito pela fé
individual de seus cidadãos;
o ensino religioso não-obrigatório será ofertado nas escolas públicas de Ensino
Fundamental – possibilitando assim o conhecimento religioso às crianças, mas sem
obrigá-lo, o que constituiria em violação à liberdade religiosa.
É importante frisar este ponto porque, muitas vezes, grupos se utilizam da religião
como desculpa para realizar certos atos violentos ou mesmo, terroristas. Esses grupos
são comumente chamados extremistas e, em geral, não refletem o comportamento
majoritário das pessoas que seguem aquela religião. Assim, não se pode criminalizar o
exercício de alguma religião específica, por exemplo, porque alguns de seus membros
foram responsáveis por atos que trouxeram danos à sociedade e aos demais cidadãos.
A religião católica ainda é majoritária no país, apesar de sua brusca queda nos últimos
anos. Em aproximadamente um século, de 1872 a 1970, a população católica no país
caiu 7,9 pontos percentuais, de 99,7% para 91,8%. Já no censo de 2010, último
realizado pelo IBGE, a população católica passou a representar somente 64,6% do
total brasileiro. Em contrapartida, a religião evangélica tem crescido de modo
expressivo: em dez anos, passou de 15,4% para 22,2% da população nacional.
A religião espírita também teve um crescimento nos último anos, porém de menor
impacto: 1,3% para 2% do total brasileiro. A umbanda e o candomblé contam com
0,3% dos brasileiros, sem variação significativa nos últimos anos. Outras religiosidades
contabilizam 2,7% da população total, e houve um pequeno aumento dos cidadãos que
não têm religião: de 7,4% em 2000 para 8% em 2010.