MESTRES DO AGROEXTRATIVISMO NO MEARIM Mearim Volume 4
MESTRES DO AGROEXTRATIVISMO NO MEARIM Mearim Volume 4
MESTRES DO AGROEXTRATIVISMO NO MEARIM Mearim Volume 4
Volume 4
Roberto Porro
Aline Souza Nascimento
Anny da Silva Linhares
Ronaldo Carneiro de Sousa
Diana Nathaly Monroy Piratoba
Promovendo o Agroextrativismo
Sustentável e Solidário
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Embrapa Amazônia Oriental
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão
Roberto Porro
Aline Souza Nascimento
Anny da Silva Linhares
Ronaldo Carneiro de Sousa
Diana Nathaly Monroy Piratoba
Embrapa
Brasília, DF
2020
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Embrapa
Parque Estação Biológica (PqEB) Parque Estação Biológica (PqEB)
Av. W5 Norte (final) Av. W3 Norte (final)
70770-917 Brasília, DF 70770-901 Brasília, DF
Fone: (61) 3448-4700 Fone: (61) 3448-4236
Fax: (61) 3340-3624 Fax: (61) 3448-2494
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/ www.embrapa.br
As vivências da família Sousa Lopes na construção da diversidade : Pau Ferrado dos Procópio,
Lago do Junco, MA / Roberto Porro … [et al.]. – Brasília, DF : Embrapa, 2020.
50 p. : il. ; 16 cm × 22 cm. – (Mestres do agroextrativismo no Mearim, 4)
ISBN 978-65-87380-01-8 (obra compl.). – ISBN 978-65-86056-97-6 (v. 4)
1. Médio Mearim. 2. Extrativismo sustentável. 3. Manejo. 4. Boas práticas. 5. Agricultura
familiar. I. Porro, Roberto. II. Nascimento, Aline Souza. III. Linhares, Anny da Silva. IV. Sousa,
Ronaldo Carneiro de. V. Piratoba, Diana Nathaly Monroy. VI. Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia. VII. Coleção.
CDD (21 ed.) 630.5
Roberto Porro
Engenheiro-agrônomo, doutor em Antropologia
Cultural, pesquisador da Embrapa Amazônia
Oriental, Belém, PA
Breve trajetória 15
Estabelecimento familiar 19
A motivação é ser
um construtor da diversidade 23
Meios de vida 31
Principais desafios 35
Lições aprendidas 37
Referências 39
Foto: Aline Nascimento
15
era Pau Ferrado dos Mafras, que passou então a se chamar Pau
Ferrado dos Procópio. No decorrer dos anos, Procópio dividiu a terra
em lotes e vendeu para outras famílias.
Centro e Beira – De acordo com Otávio Velho (2009, p. 192), enquanto centro
referia-se à noção de centro da floresta, próximo à natureza incontrolada, beira
era compreendida como sendo o lugar onde se situavam os povoados maiores e
mais antigos, o que se poderia referir como civilização. A oposição centro-beira
sintetizava outras oposições por meio das quais a fronteira camponesa definia
sua identidade ligada a uma expansão por terra em contraste com uma expansão
anterior predominantemente pelos rios.
16
Foto: Ronaldo Carneiro
O casal e três dos filhos, na residência em Pau Ferrado dos Procópio.
17
Estabelecimento familiar
19
Maranhão
Lago do Junco
20
Foto: Diana Monroe
Açude na propriedade da família Sousa Lopes.
21
quiabo. No ano de 2017, a família colheu 600 kg de arroz, 900 kg de
milho, 300 kg de feijão e 32 kg de fava. Outra produção importante é
a farinha de mandioca, cuja produção rendeu quatro sacos (200 kg)
no aviamento (casa de farinha) de Pau Santo. Seu Antônio também
plantou melancia, e a produção, em 2017, chegou a 500 kg.
22
A motivação é ser
um construtor da diversidade
Embora ainda não tenha feito um inventário florestal,
seu Antônio estima que existam mais de 20 espécies
madeireiras plantadas no estabelecimento. Essas espécies
encontram-se em dois espaços distintos da área: um
local mais distante da residência, onde predominam as
23
nativas, que foram sendo conservadas, e um espaço mais próximo
à residência, onde foram implantadas as mudas obtidas por seu
Antônio.
24
A preocupação quanto aos altos níveis de desmatamento e a
possível extinção das espécies silvestres no País impulsionaram o
trabalho de seu Antônio com o reflorestamento e a conservação da
vegetação nativa.
25
Foto: Ronaldo Carneiro
26
De acordo com ele, há consórcios que não é possível fazer
porque algumas plantas não podem crescer próximas à palmeira, já
que precisam de espaço e luminosidade para se desenvolverem, a
exemplo do cumaru, o pequi e a muiracatiara.
27
A relação de seu Antônio com suas árvores é perpassada por
cuidados e sentimentalidades:
28
Continuação.
Árvores plantadas por seu Antônio Raimundo em seu estabelecimento
Nome comum Nome científico
Cedro Cedrela fissilis Vell.
Copaíba Copaifera reticulata Ducke
Cumaru Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.
Imbaúba Cecropia obtusa Trec.; Cecropia palmata Willd.
Freijó Cordia scabrifolia A. DC.
Ingá-xixica Inga heterophylla Willd
Ipê-branco Handroanthus roseoalbus (Ridl.) Mattos
Ipê-roxo Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.)
Jacarandá Platymiscium utei Harms.
Jatobá-da-água Hymenaea spp.
Jenipapo Genipa americana L.
Juruparana Quiina glaziovii Engl.
Maçaranduba Manilkara amazonica (Hub.) Standl.
Mogno-africano Khaya ivorensis A. Chev.
Mogno-brasileiro Swietenia macrophylla King.
Muiracatiara Astronium gracile Engl.
Mutamba-preta Rollinia exsucca (DC. ex Dunal)
Pau-santo Zollernia paraensis Huber
Pitomba Talisia esculenta (A. St. - Hil.) Radlk
Priquitera Acacia polyphylla DC.
Sabiá Mimosa caesalpiniaefolia Benth.
Sapucaia Lecythis usitata Miers.
Toari Couratari spp.
Umburana-de-cheiro Amburana cearensis (Fr. All.) A.C. Smith
29
Meios de vida
31
1% 1%
24% 19%
Agricultura
Criações
Extrativismo
Salários
Programas sociais
29% Outras fontes
26%
32
2%
9%
Alimentação
31%
15% Saúde
Vestuário
Transporte
Eletricidade
8% Lazer
27% Higiene
8%
Gastos familiares.
Fonte: Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (2018).
33
Principais desafios
35
O crescimento das espécies plantadas na beira da estrada é
prejudicado pela rede elétrica. Já foram necessárias duas podas
que atrasam o desenvolvimento das árvores. Seu Antônio já pediu
o reposicionamento da rede elétrica e, em razão da relutância
da empresa, tomou as medidas legalmente cabíveis. Ele diz que,
“minhas árvores não posso tirar mais, e eu não aceito que eles
exterminem. Eu plantei com o sentido de preservar e eu cheguei
primeiro”.
36
Lições aprendidas
37
Referências
ASSOCIAÇÃO EM ÁREAS DE ASSENTAMENTO NO ESTADO DO
MARANHÃO. Diagnóstico socioeconômico da agricultura
familiar no Médio Mearim: agosto-novembro 2017.
[Pedreiras, MA: Assema], 2018. Relatório não publicado.
39
Coleção Mestres do
Agroextrativismo no Mearim
41
Cultivos anuais intensificados sustentáveis que demandam
menos mão de obra e/ou menos área
42
Volume 13 O exemplo da família de Josilene e Mizael no cultivo
da horta
Povoado de Três Poços, Lago dos Rodrigues, MA
43
Volume 21 A vivência dos Freitas no manejo da roça e na criação
de aves
Povoado de Alto Alegre, Lago da Pedra, MA
44
Volume 28 A tradição do coco-babaçu na família de Francilene e
Antônio Adão
Povoado São João da Mata, Lago dos Rodrigues, MA
45
O projeto Bem Diverso visa contribuir para a conservação da
biodiversidade brasileira em paisagens de múltiplos usos, por meio
do manejo sustentável de espécies e de sistemas agroflorestais
(SAFs), de forma a assegurar os modos de vida das comunidades
tradicionais e dos agricultores familiares, gerando renda e
melhorando a qualidade de vida.
47
TC Sobral (CE) e TC Sertão de São Francisco (BA) no bioma Caatinga;
e TC Alto Acre e Capixaba (AC) e TC Marajó (PA) no bioma Amazônia.
Contato
Parque Estação Biológica (PqEB), s/nº
70770-901 Brasília, DF
Fone: (61) 3448-4912
E-mail: [email protected]
www.bemdiverso.org.br
48
Promovendo o Agroextrativismo
Sustentável e Solidário
49
forma de gestão participativa em que a orientação de suas ações
parte das organizações de base. Para atender a essa dinâmica,
conta-se com uma estrutura organizacional composta por áreas de
Governança e Gestão Programática, Mobilização e Visibilidade.
Contato
Rua da Prainha 551
Bairro São Benedito
65725-000 Pedreiras, MA
Fones: (99) 3642-2061 / (99) 3624-2152 / (99) 3634-1463
www.assema.org.br
50
Impressão e acabamento
Apoio
ISBN 978-65-86056-97-6
CGPE 15707