Morfologia Portuguesa Derivação

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ose"

Lemos
Mo teiro

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I

4C1 EDiÇÃO
Rvist. .AIIIpliada

Pontes
~
DERIVAÇAO NO'MINAL

A formas primitivas se constituem apemls de núcleo ou semantemas.


seguidos ou não de mortes flexionais. As. ecundéri, além do núcleo, P )<JSU
en mor c derivaelonais. Em jardim encontran os som nte a raiz e, p r e 'U
razao, trata- e de uma forrru , primitiva, Em jardlneíre acrescentou-e outro
elemento, o , ufixo [eir J.endo assim uma forma secundária.
Os sufixos derivucionais funcionam como elemento. que empre: tarn , ig-
nifl udos aces órios ao cmanterna VI..: .abular ou servem para mudar a pala-
vra de uma ela' e cu fun ~10gramari ial para outr •.1. Em matador, o sufixt
I dor] n.• n rnite ( idéia de agente ligada no . ignificado existente no verb
matar. ma também transl rrna o verbo -']TI um fi me, Em pedreiro. há
.-pena 't introdução dH no ão a remi a •. em nenhuma mudança d lasse
gramatical. Já em cheiro. o a função principal do su ti xo é a de transformar
o substantivo cheiro em adjetivo, natu almente c m UITlU noçã qualitati ~
subsidiãri .
Quant à a .cntua 'fio. notamo que a . rmas deri adas são preferen-
.iulmernc arriz )lÔnlc'l .•, Ou seja: o acento se deslo a d ba 'e para o sufi-
o. o quee ('5 bem de acordo com a tendência I . roxuonizame do portu-
guês,

Curnpr vemos:

num Iam I ~ ourama


cem l + j '.lVO] =:: centa ()

lindo [eza] : lindeza


justo Iiça] := iusti .a

alegre + I ia] = ulegrla


.'0 'i~d + [ismo] - .ociallsmc

A ex 'cçõ , são poucas e re nem geralm nre na upllcr ção de .ufixo POllC(
produtivo' e em orrnações eruditas:

137
P rsa + [ico] - IJérsko
J:lob l' + U]U] - glóbulo
ferro [60t férreo

Por outro lado. conforme já insistimos. a adjunção de qualquer ufixo ini-


c iach por ogal acarreta : cl isão ou rase da vogal ternática da base:

Crio [uru] friotlru ~ rrh'ira


via + fário] - viaário venno
dO, + [urna] diaurno ~ j urna

Quanto a ordem de di tribui 10 dois traço" bã ice definem aderi vação


em português: o caráter concat enuntc Co a observância a um pr ces o de Ii o.
De: cardo com o primeiro requi. ito, em ge alos afixos se ligam a uma base de
lJ

um em um. O processo cl lico por seu turno, .. e refere 30 fato de que a afi a-
ç- procede d dentro para fo a, segundo urna ordem esiabelecida Bendo as-
.irn, se formo. analis: a formação do udvérbi 1 tran·forma J(malm,ente ire-
mo. chegar à seguinte r presema ã

form 1
r( rrnar
tran sf rn ar
1 a nsforma ao
ran sformac '( na I
rrnnsr mnaci malmem

Uti lizand os colchct s, leremos:

ion] N ali 1\
mente] Adv

A presença de doi: ou mais morres aditivo num'. pa13YJ"L ocorre, pois em


fun~'j do: constituintes imediatos, rrarnos em dizer por exemplo que en-
tim ntali mu seja d 'ri vado de nUr. Em rigor, a dcri v' 'tão. e proce 'H· iorn
sô um rnorf sufixal acre. ccnrado a um radical, que p de ou n-o l oter outro.
, LI ixo . Eiso raciocínio: mlmentallsmo é formado de eatimental, vo ábu-
Il leri V~! o J ntlrn IItO. que por S I"' vez deri de sentir. v,
[H. P irtan . a seguim .adeia:

sentir
{monto]
[al J

r íSI10]

138
Urilizan o o c lchetes, teremos:

TIPO DE DERIVAÇÃO

A comp lex idade estrutural das palavras exige que o processo de derivação
e apresente em várias modalidades. Há ocâbulos que e formam de bases
. imple: e primitivas ÜU to ---7 ju tiça), outros que provêm de nomes já deriva-
dos ti LI 'tiç( ---7 j u tic ira). outros que e prendem a compo tos (Mato Gro:
--) n 'H gro isen e). out 'S nfrrn que têm como base uma locução (em pé ~
eu p zi nho), eja como for. dada uma forma primitiva, leremos a seguinte
po: ibilldudcs de produzi r deri vado :

a) acr . c mando-s p efi 0(.) - justo - inju to


11) acres enmndo- lo! sufixots) - porta port iro
c I intr duzindo-se um inf o picar ~ pinic: r
d) mudando- c ) 1_ ma - QJf VÔO

c} mudando-se a ck s e gramatlcal - vi v r - IV r

Exu minemo cnda cr se separudamenre sem perder de vista a noção de


sincronia. Recordemos: as puluvrus outrora d crivadas em q]u se torna impos-
.Jvel de "ta "lr os nortes d ~ri a ioriai Si devem ser atualmente interprct dCí
C()[10 sin plc e prirniti vas,

DERIVA( ÃO PRE 'lXAl

As gramá! icas, qUi ndo di ti ngucm us di crsas moda 1id~der de deri vaçao,
'11Ircntam UIn . ério I roblern n. snber se a. p, ,]av a orrnad 'IS por prefi xação
'10 derivadas Ou cornp Jstas,
F n r'" e con front 1 emre as duas po, ~.ões constatamos urna tendência
ncentuad: para incluir a pre lxacão no mecanismo da derivação, Com ef j-
'I.::,

Lt)o, U(~sautores lX n . II t ad :;j cerca de 60% ão de. , 'I opi nião m ui to de autr d-
dadc in fl~cuH el s gundo e vê pela discriminação L ar o:

• E anildo Becharn (! 999)


• L o p, drn I uü ( 197 I)
• Domingc s P Cezalla (1976)
• Leo egürio de Azevedo Filho 975) n
• Pilar .uesru e M, Albertina da Luz (1970
• Celso 'unha (1972)
• J Iildebrundt ndré (1974)
• An ur de lmcid fi FI irres (1973)
• Ceci I ia de Souza e SiJ va e Ingedore Koch (1983)
• Francisco Savioli (1'983)
.•Gilberto Francesconí (1983)
.•J. Domi ngue Maia 1982)
.•Luiz A. Sacconí (1982)
.•Roch r. imr (1972)
.•Antenor Nascentes (apud Rocha Lima 1'972)
.•Brunot ' apud Rocha Lima, 1972)
.' Dauza (apild Rocha Lima, 1972)
,. Meyer-Lübke (apud Rocha Lima! 1972)
,. yrop tapud Rocha Lima, 1972)
• Grundgean tapud ha imu, 1972)
1

•. '\ eet apud Rocha Lima, (972)


.•1. N. fi igueiredo e A. ome Pereira (1979)
• GL d tone Cha V~' de Melo 1970)
• n: UI' Guérios (s/d)
• . Said AJi (I 9(6)

l'á, porém, grumáti os' lingüistas de renome entre os que incluem o.


prefixos no processo da . imposição, Eis os consultadoi :

• 1. Rebouças Ma ambin ~978)


• Manos 1 Cãrnar .Jr, 1968)
• Gil. par de Frena: 195ó}
Ca rlos Gocs c Herbert Pa1 h ano (1960)
Real Academia Espaüola (1959 )
'11'

• Napoleão Mendes de Almeida (1973)


• Marques da Cruz (1957)
• Bourcicz (aptul Ro .hu Lima, 1972)
'"Ga 'i' de Diego (apu" Rocha Lima, ]972)
• J. J. Nunes (apml Ro 'ha Lima, 1972)
• R' beiro dt: Va c ncel s (.apml Rocha Lima 1972)
• João Ribeiro (1900
• "duardo Curlos I er ira 1932)
• Clóvis Monteiro (ajJlld Bessa, 1978)
• Rodri go i·. Forulnha ( Id '
• J ires de Castro (1943)
.• I unacl de I ima Coutinho (1976)
• l-ran 'lSCO da Si] eira B uenu (1968)

Kury & Oliveira L983) admitem a existência de prefixo auxiliares da. deriva-
ção e outros maio ligado à cornpo iÇ10. Raciocinamo. ambérn que certos prefi-
nao podem pr duzir ocábulo compo to, por eren em e. ência formas pre-

140
sas. on iderar íngrato ou adnomhsa] como palavras compostas dificulta bastan-
te fi demarcação dos, limites entre 05 processos de derivação e c mpo ição.
Por ou ro lado, costumam ser tncluídos no rol dos prefixos mortes que hoje
são verdadeiras raízes '. A nosso ver, na incronia atual do português. elemen-
to: como c. "Ira e contra usado freqüentemente como formas livres, foram
promovidos à condição de raiz p f L . o entram na produção de compostos.
Macambira (1978) vai mais além e considera nao só a. prer o e ( x.: con-íç ~

tra) ma também tl. coojunçõ es (ex.: 'mas e interjeições (ex. oh) como vocá-
bulas inflexiva constituídos de raiz e sufixo zero. De modo idêntico. Cabral
(1976) interpretr o morremo grarm ical que como raiz.
I·'ís. operacionalizaçâo
< do conceito de raiz tem esha rado numa série de
obsüiculos, segundo já vim, s. Ba ílio (1974b) adverte que, enquanto não for
J limitado nitidamente o conceito de ignificado gramatical, m opo ição ao
significado le i al, será inoperante uma definição de f~ iz que tome por base
tal critério.
" ornum af meo r Ique s cábulos . .onectivor são azi de conteúdo' -
mântico c, p re, se motivo. apresentam apenas um significado gramatical. Tal-
vez não ~e po: sa aceitar . 'general lzação, pois. enquanto as preposiçõe 11 e de
parecem de pro idas de significado lexical, outras COmo 'obre contra e p' ran-
l sào tl< erdad núcleos significari
os. Por que não considerá-la. raíze: ?
lém dlSSO, l troscritérios como a produtividade autonom ia morfológic:
deveriam . cr le ados ' rn conta P' ra se distinguir a raiz de um simples pr fi o.
morre tiver significado sozinho num c ntexto Ira, alou 'iuHtçã)1 . rmuni-
GIl i va. nãr consti mirá forma presa. Com maior razão ai nd 'I. s ele for capaz
de receber rnorfes deriva ionais, produzindo vocábulos derivados.
NJ realidade, de euníra há vários cognatos criados por derivação (contra-
rjur, -onh"ário eontrarl: dade etc.), além de uma série aberta de cornpo tos
(contrad lzer, contrapartida contracheque, cnntrahaixo, contra-a rgu mento
ct .), 'c .ontrn for interpretado como aiz, ninguém sentirá dificuldade em
classificar quanto ti f, rmação nenhum dos xernplos citad is. O me mo se diga
de sup r que. em supers r e. por .oerência, em inúmero' .ompo tos, forçosa-
mente tem que ser an li, "Ido 'orno raiz.
Ainda quo nt a esse problema, julgamos que algumas gramãticas falham
. m r uulur ti prefixos o. radicais grego ou latinos qu artinet (1985) deno-
mina de nmfl" os, om efcno, poucr s d sscs elcmcntos s fio prefixo. na sincronia
rk r 1rLU guês. Alguns se ugluti n rum de La] modo que não rnere em rn i. Scr
destucudos: Outro'. p irérn, pelo ritério da pr dutividade e do. conteúdo se-
J ântic • são de fato raízes.
Em nrmu, entendem s que u prefi a ·50 é l m tip . d deri ação. Pensamos,
rodavia. que rt s I mentes, em geral analisados como prefixos, são em ühi-
In a un 51í 'c erdnd ira. .aízes. j á que: potcnci ·,1rnent funcionamcorno for la
Ii !rc: RI d pendentes. esse ~ ntidu, os Ct nstitui ntcs que subsistem como pre-
posiçô \ no ionais lU ad érbios pr, uzern vocábulos cornp tos (menospr ~

141
zar obr voar. obre arr gar, maldizer etc.), Outros. que já não são advér-
bio nem preposições. servem ao mecanismo da derivação,

, ~onvém, poi listar alguns dos principal


1 verdadeiro prefixo vigentes
no português atual:

Prefb o igniflcado Exemplo

['1] - [nd] ao lado de iposi ão adnominal


la] ~ lan] falta amora] anarq uh,
[ub] - [abs] afastamento ab 1 'O, abster
lei. J aquém de cisandino
[de] - [des para baixo dec rescer, desc a if
Id'sl oposição des fazer, de. ga "tar
[di 'J - [di] dualidad di 'junção dígrafo
f ex I - r cs] - [e] para fora e cêntri o es orçar.
emigrar
I nn] - [eu] para dentro engarrafar. embarcar
[in] - rim] - [11 negação pri vação ]rnp n it nt infeliz,
ilegal
[ob1-foj em frente de opor, bter
I r] re] etição refi zer
Itruns] - [rras] ~
'tr(;c I - Um] alé 11 de ntrn vés 1 spassar traspa .. ar,
t ra ns cu rre r

lJERI VAÇAO PROGR ~ • IVA

Quandr há acréscimo de sufixofs), as nramáticas costumam usar a expres-


são derivação progressiva. O vocábul primitivo aumenta eu volume fonéti-
co, particularizand -se por iutro lud o significad da base, A e pres ão tam-
bérn sugere a existência da (l;lthaçüo regressiva. em qu,e. em vez do acréscimo
de ufi: a( s), icorre perda de elemeruc: terminais.
}-B uma di isão dos deri vades ] rogres iv sem primários (se contêm apenas
um sufi o) e secundários (se apresentam rnai de um elemento sufix O.

E ernplos:

granel J -) grandk .0
b undios [í simn] grundios [ssimo
vida I Ml] ---7 vi ta]
vi la] lh~,aJ vila] izar
vital iznr I. ,[to 1 vi ta Iizaçâu

142
Uma qu~ tão dlscutível diz Te.peito ao fato de que certos morfes aparecem
depois da base, por ~m não se com portam como os sufixo C011lU ns. Car alho
L974) o denomina de sufixôide \ d finindo- s como elementos sufixais que
guardam relativa autonomia fonética e mórfica
que sem dificuldades se per-
em [mente] e em [zinho] (Cf, clara/mente e pasteVzilllJbo). Ma arnbira
i978) hega a propor para, cas o. exi tência do pr .es ode composiçâo.

o tem o 'lyLróide é empregado com significado diferente em ou-


lros utores, A . im. Debaty- uca (19&6:90) apresen a o segui me con-
cei lo: "uma term inação qut'!, sem ter o status de rnonema é fonetlca-
monte i íêntica : um sufixo exisrcnte 11'1 Hngua, ria. p r exempl ,u
Iernento [agem] m visagem ou jal] em 'i: nnl, Este mesmo onceito s
enc ntra em M alk iel (1993),

DERIVAÇÃO 1. FIXAL

Embora em geral se diga que não exi 'te infixa 'uo na língua portugue-
sa, cremos haver demonstradr em Monteiro 1999) a ocorrência d v cá-
bulos derivado mediante a adjunção de morres que presentarn todas ~s
caractcrfsticas d s infi os. Já .itamos. como um dos C::ISOS bem curioso, o
J':J. inser iao do mo fc [i nh] em ocábuloi ma: ilino: de tema em la/. An -
lisa, nus eruao formações do li po Je cln m-Inh- . ml -Inh-a e problem-
in h-: .
Mas hf outros C'lS()' que merecem refl xão. Assim, na f rrnaçãr do,
hipocorfsticos, ( mesma regra de infixação ocorre quando o pren me ou . obre-
nome, cmb ra reíerind - e ao exo rnasc ilino, termina por laJ~ o Batista ---? o
, 3U. Unha, o Rocha ---? o Roehlnhe, ,Vi,na -' o . ianínha. o Barbosa -) o
Burboslnha, o· ost ---) o o tinha. O me. mo ' plica ao apelidos de igual
xmtexto: o Boll o Bolie 11~1.o Cebola ~ o ebol in hu etc.
E -ordadt: que no fim e r milos hipoc rfsti ~O' ~'p'a['ect::a mesma vogal
.ndependente de om fi nda o preno me, .ouform se <:011. tara em ZCCil ou
Z 'quhdlil (de José), Ouinea (de JOln)uim). Pedroca (de Pcdrol ou undo li
(de Raimundo). Ma .• quando la jt< xi: te no nome '1pTl0. não há com:
I

ueg« a sua r tornada 'I!) SS ~t inserção do morre diminu ivr , Um argume nro
adi .ional p'1I"'I essa L:OI1c1usã ') fatn de que, a par d ~arminha, existe l)
estranho hipo 'oI"Í i '{) arminhn para [\Ih!ri~1do armo, C]U deve tamb êrn
ser analisado em 1 um ca: o de infixução: nrmo - arm-inh-u.
li ãs, em b ra o f -nõmenr se c,' tri nj ~ a emprego de rnorfes diminui 1vo,
cncontrnm-se forma ~àcs idênticas quundc tais m I.::S pu ssurn a ter outro, sig-
111 fi .ados. A 'sim, é falo qu alguns do. sufi s .u 'e P e' arn a id ~ja d pe-
quen z (p ),' exern] 10. [ to] em li r: lo R1 adern ti) S r em igualmente para
indicar d prcciaçã , pro edên 'ia ou origem. E , i também se tornam lnflxos,
se a P' la ra p irnitiva finda em 1'11. É q e {)C( IT I or ex mplo, m lisbo eta

143
(de ísbea) e perneta (de perna) cujas formas esperada do masculino seri-
am respectivamente *Ii boda e *p,erneto.
Além de S~lS si nações, os in 'ixos formam hipocorístícos quando til base
termina por Is/. is alguns dos muito exemplos que colhemos:

arl os arl-inh-os Carl-it-o


Marc os Marqu- inh-os
Dorning, ..o ---7 Domingu-inh-o
Jon ... as --7 Jon-inh-as
Luc ..a -). Luqu-inh-as

ão se pode negar que o prenome aqui é realmente bipartido para a in er-


çao do morfe: ti terminação d hipoc nistko é a mesma do prenome. Todavia.
cumpre re altar ue c ssa retome da não vale para os nome comuns termi na-
dos em 1.1. As im, um sub tanrivo como adeus faz o diminutivo mediante o
ac éscimo do sufixo [inho]: adeusinho. Isso talvez até para manter a di tinçã.
de número: adem:il1ho I adeur inho .

DERIVAÇAO POR SU IXO ZERO

U .amos amplamente ) rnorfe zero no paradi gma flc ional dos nomes e
erbos. possí vel, contudo, estendê-I no mecanismo dcri vac ional, uma ez
que xi .tem 'O mas deri Vl das. rn e pre ença de rn irfes aditivo.
Repetiremos aqui. sem alteração iubst incial, noçõe di vulgada ~Hialgum
anos (Monteiro, 1978b" embora a contribuição da hipótese le icalista po sa
o: 'e 'ece no as propostas de interpretaçã , sobretudo para o caso do, charnu-
dos deverb'li .
Nos dcverbais, com sabemos, n forma d rivada apresenta um encurta-
mento em relação à prim itiva, este, o motivo por que e qualifica a derivação
de ree r;tssiva. O encurtamento da forma prirniti a não con. iste na ubtração
de, al 'UITl sufixo, mas na adapta 'ão d urna t rmina .ão verbal um tema no-
minal, Assim:

aburer ---7 ' bate


p scar -f peS'(l
toe •.r -) toque
rt dear rodeio
mandar -> mando
.orta .ort

Como a mar é ernpre um sufi 0, [ ão h' razão ] ara deixar


deriva '101 li
de se postu Lu entre o rad ical c o índi e temático d ' deverbal a ex istência k
um . ufixo z 1'0:
abater abat 0+ e
pe~car pese + '0+a
tocar .~ toqu +0 +c
dear --7 rodei +0+0
mandar mand + 0 +- o
co' ar cort + 0 +e

Diante do exemplos citados conclui-se que a forma primitiva é o verbo,


embr ra fonclcgicameute não o pareça, Mas qual o critério para e conhecer
quando um nome é d everba 1? Por que norir é derivado de flor e cuctar é
f rma primitiva em relação a carte?
A 'oI ução encontrada pelos gramãüces é a de considerar deverbais os no-
me ab nrato: d ação. Flor. jard im, 11m. espuma, capim não são suhstanri-
v . que indicam ação e. portanto. c' nstjtuem vocábulo pri rniti vos. bate,
orle c pesca são nome: indicadores de ação e, por j, so, dcri udos de verb ..
Aliás, f i Márit Burreto (apud outinho 1976: ~74) quem estube! ceu es
critério di imi : 'se o substantivo denota ação será palavra d ri vada, e o
verbo palavra primitiva; mas, Se o nome denou algum objeto ou sub tância, se
verificará O contrário.' o me 'mo sentido,· ârnara Ir. 1968; 11.5) define:
'Deverb tis ::;:'"0 n rnes de ação. isto é. substantiv s verbais abstratos que
corrcspo ndem n erbos dele' .ogn 'I1OS,1'
Toda V ia. e. sa disti nção parece inócua p ) qu o. su bs I anti o. abstrato fa-
ilrncnt . e transformam em concretos, como o ahnoço, O salto do sapato),
alimento etc.
es: e ponto é con veniente discutir a hipót se da istência d entrada.
tcxicnis qu possibilitam l atualização de nomes e/ou de verbos usílio (198.0)
explica que o enôrncno da norninalização consis t numt rcls ção pa adigmâti a
gCfJ.1 en tre verl os e n mes no léxico. O te mo nominali .... ação se refere não
apenas a nomes deverbnis ma t. mbém a nome: morfol gicr mente básico.
as ociados a erbos, Ou eja, a nominalizi ç50 é um pro o de socíação
t.

I ical sistemática entre nomes c verbos.


- a língua p rtuguesa exi: te um padrão lexical geral segundo o qual. para
(IU'l .quc verbo deverá existir urna xratrapart nc minai. Isto explica a o or-
rência de uma prop Jrçnlt muito melo)" de nomes deverbai: do que d nomes
mor ologícamente básicos associados a verbos. Por l SO, segundo Bu: í1io ( 1980)
sempn qu um verb não ~denominal, devemo esperar que um nome d erbal
seja 1'0 mudo.
A prop "ta modlfi '2:1 o tratamento usualmente dado ao mecanismo da dcri-
\'·H~~ÜO,Par'] 'te ira-lu integralmente, tal ez seja neces ário les uezar l. con
.ciu» tradicionais, j1 que iabordagem gerati aiem uas própria formula-
'1 'h. Vo] r mus, pai. , à dcri ação p .r sufixo zero.
~> tal so prcs. up rr que 'om nte nomes formados te verbo entrariam nes: e
pro 'C," o. Encornrnrn-se também no léxico forma ~ 'lS - cciudas que, ' rn do

145
semelhante, levantam a hipótese do morte zero. Como interpretar, por exern ~
pio que uno , eja deri vado de um em a adro issão de um sufixo zero?
Há. por outro lado, certo: vocábulos derivados sem nenhuma alteração
mórfica, Não sofr m sequer a adaptação do teme, como acontece no derivo-
d s regressi o ,I- á apenas a transpo ição do ocdbu lo de sua da se originária
para outra. O C'1S0 mais geral 'I sub, vontivação, prin .Ipio pelo qual toda
é

pala vra pode ser enquadrada na clar e dos nomes ubstanri vo '. desde que pre-
cedida por um artigo ou qualquer utro determinar te .

. cmplo :
ubstantíve

contra (prepo ição) ( contra


ai! (interjeição) um ai de urprer a
sim (ad vérbio) o sim
bel (adjetivo) O belo é cmpre úti l.
(conjunção) Nã ') houves: e o se. ,.
tudo (pr nome) Tu é. meu tudo,
sete (numeral Dei-lhe um 'ele,
comer ver ., ( .omer
~i(artigo ' O a é um artigo.

A maiori 'i dos gramáticos _'hama est pro' $50 de de: ivação imprópria,
Outro. ? entre os quais Bechara (1999), preterem termo conversão. Há além
de, sas, dif rent s desigu ções pura ( cu o. como 'I de harles Ballyque utili-
za u ermo hipôstase, Coa de T niêre que, adequr damente, mprega Ir ms/ação,
Trata-se de. uma situação esoeclal que a rigor não deveria entrar num e -
q uema de descrição do mecanismo d d acionai, Ta.1 -ez • e ex pl ique m uito
melhor como um do a. pecros da es futura sintética, de 'de que a maio. parte
dos problemas de classi ficação do Y cúbulo portugucse não é d âmbito da
morfologia" não Jue da . inta: e. Com efeito repetirn .não se opera nenhu-
m, a] eração rnórfica no ocãbulo primiti o exceto a po. sibi Iidade de
pl urnliznção. ~sta possibi lidado fazquen og l át na final do vocábulo
substnntivado seja coru idcrada como índice tcmati '0. et numeral .on t itui
radical at rnático. orno p, I' vra substarulvada, é bipnrrlvel em R VT: [. et]e].
C mq uant ) na deri vação impróprin '1 marca .'.eja cstri tarncnte sintática. a
suposiçã l do rnorfe zero é sugeri u cela compr en 50 d [ue a palavra mnver-
lida a uma outra ela . .e ou fun .ão gramatical passa a ser analisada morficamente
de m d di ver. o da paluvra primiti va-or is 0, c smo vocábulo independente
sub tanti vedo, te tem como constituintes a raíz [set], o sufixo dcri vacionul
0, ti . ogal terrnitica [e1 e a desinência (0) de número,
A interpretação dada acima pode ser estendida a todo os co. de
substanti vução, desde que o processo , eja con ide ado dentro do mecani -

l6
mo deri vacional da lfngua o que, é necessário in istir, merece e tudo mais
esclarecedores, sobretudo porqt e a derivação imprópria não se restringe à
ubsrantl vação. Há, além dis 0, a adjetivação a adverbialização e a
gramoticaliração, processos que consistem na mobilidade de vocábulos
para funçê gramuti 'ai. diferente transformando- e em adjetivos (o re-
1

lârnpego ---4 .ornício r lâmpago), advérbi (tlvroearo ~ o livro cu nou


aro') ou simples instrumentos gramaticais (ele f li • alvo -40 todos pa 'sa-
ra m, salvo Pedro).
uns idera-: e também o . imple emprego de sub tnnti v s cornun como
próprios ou vice-ver a rnai um cas iespecífico de deri ação imprópria. As-
sim nomes como coelho leite, leitão, carneiro e pereira passaram a sobre-
nomes de muita. famíli: s. Inúmera: marcas de prodi (Os industriahzados ori-
ginanamerue sã sub {anti v . préprios (conhaqu ~'hampanJc, tord) que se
on vcrr rarn em comuns. Até me .rnu a pnssagem d .ion retos a abstratos ou
d 'c- ver. a é comumente i nterpretada como um prece .so de dcri vação,

::' arninumos assim ( s processos básicoe de derivação nominal: a adjunçã


de prcf ·0' d su fi xos de infl os c a supos ição de um morfe z 'r . Além di SS01
t

há que refletir sobre raros cas s em qu se acrescentam . imultaneam me


pre 'í n c 'uno. o. o que talvez p ssu ser compreendido de m lhor maneira como
udj un 'U de um morfe de scontfnu l ou ir unfixo,
Veremos no pr c 'j mo -,lpft ulo que es: e pr 'e '. o denon j nado de parassinte s
. c apl i ';] .ssen 'ia lm nte '1 verbo', Qu ando em n mes há. prefi x e ufi ~0, em
gera] o" ucrés .imos mio são simultâneo. De S 1 arma ern de eobrtrn nto
p la análise dos ionstituintcs imediatos. diremo que do ver o obrír se r -
mau descnh rlr e li este, por su ixaçã ). produzi u- e de cobrlm DtO.
Apesar li. h'l nomes que geram algum: dúvida. "Ia] o ca o d desal-
o )

mudo que c rtas grumáticus rotulum de para .. int étic i. Nã mo. o '·:H
por css ângu lo. O c Iernentn Il de 'J é de luto um prefixo om valor sem ân lico,
o que deve ser o haM nte i. ara Ie, ara terizar 'I parassínrese. Segundo já
reiteramo. é possf el admitir '1 p fixação nos t.:H~·O ' em que, embora ti base
I

n 10 • msti l un forma li vrc, seja viá vel c sta bel e r com u taç -e. apoi adas no
t stemunho dos falantes da Iingua. Crem s qu uma interpretação análoga
vai . para tod a. ssas si t nações.

Rc .apirulcmos ' s no àcs csscn .iais "ut re d rivaçã nominal:

• As formas primiti 'Ias se O[ U rn à. deri ndas, ~sl~.. além do nú .leo, apre-


sentam m ir 'es iupuze de produzir nova.' pala raso
• Os mor, cs dcri ae iOHa i ' acrescentam ao núcleo um signi fi .udo n iessório
ou l 'II1S r rem '1 pa la vra de um' .lasse ou função gram 't i .a I para outra.
• P 'lo princípio dos 'on. tituinte imediatos, um vocábul com maí: d um
ruf ( ou prefi: o [110 deriva dir tament lo núcleo, mno de forma. secundárias.

147
• As modal idades principais de deri vação nominal são a prefixação, a
sufixaçãoç a ínfixação, a derivação regressiva e a derivação imprópria.

• A infixação nominal ocorre sobretudo na formação de diminutivos d


ma m tal e na de nomes hípoeorísucos,

I. A derivação regressi e H derivação imprópria devem ser estruturalrnen-


te interpretada como um processo de derivação por ufixo zero .

.• O cu os rnai comuns de derivação imprépria são a substantivação, a


adjetivação, ;l advcrbiallzação eu gramaticalização.

• EI iste uma contr ~f'~i.aquo no à prefixação. Embora algun gramático


a enquadrem no prece so da composição. evidencia- e uma tendência em
con iderã-ls um tipo de derivação.

148
DERIVA"ÇAO' VERBAL
-
Compreendemos já que nomes e verbo se a ocí am morfologicamente, de
tal m do que em geral todo nome corresponde a uma base verbal ou vice-
versa As im s ndo, o prece . o da deri vação erbal é em essência o me. mo da
deri vação nominal. É hora. pOI de refletir um pouco sobre os mecanismos de
produção de verbos na língua portuguesa,

PREFl AÇÃO

l lá prefixos que preferencíalmente costumam anexar-se a bases verbais e


formam novos erbos. Tal o 'a o de [re] e [des], c mo nc exemplos abaixo:

f zer ---7 desf zer [deslf z'(er)]v lv


----)o
montar d . mon ar [de [mon« ar}] ]v
liua
o 4 religar frelJig(ar)lIv]v
diz r fcdiz.cr f n~ldiz(cr)J jv

A icorrên ·i~,
de algun ' nome ' (cf. deságto e desamor) parece demonstre f
que não há prefixo aplicáv is sxelusivarnente a bases verbais, embora por
outro lud haja alguns que ocorrem pri aüvamente na de i ação nominal.
Toda ia costu ma-o c pensar que o morte I 1 é pr ~prío da formação de.
verbo -. E endo a im para um nome como rep .a em deve-se prop r 'I
.eguint análise d JS ·on. tituintes:

Ou seja, do verbo pe ar se formou repescar por prefi xução e dar. por


,'U n~l\àD, o sub. tanti o repeseagem.
Ora, para caso do prefixo [re], encontram- e também exemplos como
r.,copa r cheque. Será for ar bastante admiti que tai ocãbulos são dcverhais
das forma teórica *I."eopar c *rc 11 car, esta I or sua vez tiradas de *copar
c *dl,ecllr (na acepção de 'pas "ar um .heque '},

1 '9
É claro que em muitos casos. os prefixos são acrescentados 8. base, verbal
que só exi ten poten ialmente e não podem (.tualizar-se por motivos de ordem
. emântica, As. in sendo, com relação aos derivados (lese _ 1',. desbundar,
de cabelar e d matar. admitimos que [dcs J se prende a bases verbais que
não se realizam por dificuldades de cenceptualização. Em referência a que
ato . ou Ienômen se oderiam em pregar, por exemplo. o verbos *cacélr
*c behr'?" xplicand de uiro modo, é po. ível descas ar um legume ou ru-
(a (tin r as cascas) porém não o contrãrk ,pai a u. as já lhe são ineren es,
Do mesmo 'cito pode- e dcscab ,lar uma pe ·SU, mas, ' cabelos fazem pa te
de sua cabeça desde ames do na icim mo,eja como for não e '00 venienre
dizer que (ui verbos de ivarn das bases nominai zas 3, bunda .. abelo e mato.
Quantu ao pr Iix [re], cabe ainda urnn ob. er açã.o.' onforme ent nde
Ortcga (1990) de somente pude. rer acrescentad -) a ve rb JS que possan
implicar uma n udança d estado em seu obj to. As. i!TI: recunstruír (uma
casa) ou rCRlo[lelllr (um escritório). A erbos estativ s ou perfecti os pa-
rece, poi " im POSS! vel acre scen tnr o prefi x ; li': r e tar e * remurr r seriam
f rm açõ . anômala .. ··rn virtud ele l rn, rest rição de ordem pura rnent se-
mântica.

Os s J 'ixos erbai ~ são pooquís: imos, e ~ol11l arado: u. n minais, ma.


ulguns 'C destacam pela ] vada produti idade, Qu: nto ao a ipcctu semântico,
traduzem ~I no :ão de aspecto, paral "la à de temp e mod .. Enrretam . nàu
convém interpretá-los como de. inên h '. pois sua lunçã. precípue é n de pro-
d UZI r verbos caracter ística dos morf s deri vacionai: ,
flOÇUt=S a pe .tua i ma is '( m uns presentes no: su 11 o erbai: são:
in xiação, iausaçâo, diminui ·~o e reiteração, As .im, a deri ação v rbal pro-
g ssiVH "e re. ume praticurnenre ao, seguintes casos:

a) Asp 'CIO iucoatis o - Truduz- 'c ) ini .io du aç'1( • ' stado ,(u fenômeno
mediarue (1 sufixo tece r)I-Ic.sc(cr)}.

Fx. : scuro s'ure r


fi r lore ccr

b) Aspecto causativo - ) sentido d produzir urna ~t ão { u de tran fo -


I lar uma situação é bem percebido a Ta é. dos m ) fes [iz(' r) I. I it( ar)] e f em (ar)].

E .., l gal -) I galiza


mci -+ facilitar
uga afugentar

50
c) A. pe 1{) dim inutivo - O. sufi xos que expressam e L ~ noção em gere J
sã } [í (arj], I is'( r)J, Unh(ar)J e [il(ur)].

Ex.: beber -) bebericar


lamber -} lambiscar
cuspir cuspinhar
dormir dormitar

ti) Aspe tofreqüenuuivo - idéia de a~ão repetida está presente obretu-


do em Lej(ar)] [uc(ar}] [e(ar)] e [iJh(ar)]'.

X.: claro clarear


bater -1 batucar
oejar
A

V -)

ded 1 dedilhar

J rn fato int re. ante é que rnodernam nte .6, produzem verbo da pri-
mei ra ronjuga fio, endo raríssimos os exemplos de formação verbal recente
nas demais conjugações. Por outr lado, como s trata de uma da se aberta, é
lncontüvel o número de neologism. s vcrbui '.
Torne- 'e c mo exemplo o ufixo [iz(ar)l. At uvér del diariarneme e cri-
um erbo der] vado de adjetivos ou de: . ub, tanti os, cgundo um dt .
parad igm as abaixo:

I - Adj tlv r izüir) 1

ideal id alizar
es "cci al especi al izar
penal penalizar
to uni forma lí zar
nacional une ion al j zar
im rc ial
sua e !'U '1 V1Z'1l"

II -ub:tanti } + fizhr)]

canul ta n ul izu r
'apor -) vaporizar
horror ) hurroriznr
inf mo -) intcrniz: r

151
Façamos alguma associações:

) Se de ágil se criou o neologismo agilizar. de frágil se poderá ter


frag,ilia r.
b) Sede at ai e formou' tualiz, .oqu se e pera de ea 1 I ou u ual?
c) Se temo raeionellzar pot ncialmente dev e istir sensaclonaltear ou
tmodonaUzar.

Ma não é J te ito prod uzir neologismo sem conhecer bem as regras de


derivação, Há um sem-número de vocábulo mal formado exatamente por
<:4 usa de dcsajustes em relação r es to regras. O adj ti '10 ridí 'ulo mais o sufi-
xo I iz(ar)J daria normalmente ridiculizar. Todavia o verb . que e usa hoje é
ridiculariz:tr" Ás vezes o problema resulta de imitação trangcira, Em vez
de se [ornar como ba.... e um . cãbulo da lfngua portuguesa, cria- e o verbo 3,
partir de LIma forma adi el iva I inglesa, eologi srnos do tipo de inlernilliz'lr c
terrralizar não são bem formados, uma vez que se asso iam a internel e
c t r.n. J. O. verbo deverir m • er internizar e extemlzar, ' eguí ndo o mod ]
de ternfzar. Ma hoje já se dlz até míntmallzar, em v z de mi imizar.
Pura fi nal izar e ta pa te r .1L,t '11u ir aos cu os em que o" erbos se formam
d nomes cum postos. Ou seja. dois su mais radicais .ornbi nudr s r dem rece-
bel" um su h) verbal. passando-se do procest O da .ompo: ição para O' da deri-
u~ã( .Exemphfiquern . con Illosofar e democratizar. cujas anális s môrficas
d vem ser:

Ilfil(o)ll o (ar)!]
Ud~m( )J [crat] iz (urj [].

I FI•..AÇÃO

Os infixos que operam nu pn 'esso de derivação verbal são de carãter dimi-


nuti o ou freqüentar i vo e as j m corno os sufi xos que expressam c. sa rnesrna
no 'O'S têm a pccu liuridade de nao mudar li classe gramatical do vocábulo.
R .gistramos três morfes infixado na ormação d verbo . m portu .uês: [in]
ti ] e (iLj.
xemplos:

pica ---7 plnicar


adoçur -, adocícar
saltar ~ saltl r

e pinicur deri a de picar. cr mo de fato deri "i, segmento Un1 só pode


ser li 111 infixo. Igur 1mente. se en tend rrno. que adocicar vem de ulocar não

152
d doe. De doce deri "Ia-se por parasstnrese dDçar e daí e forma. adocicar,
em qu o segmento [ie] é Cf scenta a noção diminuti VH. Se adod~lJr fosse um
derivado imediato de dOCiC. seria um parassintético. Como porém. se ligaa
adoçar tem todas a' caractertsticas de um derivado por lnfixação.
O caso de aUitar tal vez não seja tão evidente. Mas, se eoncluirm s que
deriva de altar, torna-se cabível nrp r que morfe [it] é. inserido entr a raiz
c a vogal que completa. o (ema: sidt. ..ar alt-lt-ar. lnterpr tar C mo um
casu de sufi ação é a hipótese generaliznda porém talvez seja mais coerente
p r eber que se trata d j nfi xação,
Re sta esclarecer que a ínfixação nã ,ocorve quando o verbo deriva de um nome.
Obser ando pares.dotipotlurar Zflorear ou 011: rI volte ar, háo riscode 'epen'ar
qu haja '1 in erçâo do morf [e] de modo semelhante ao que 'Vimo em saltar 4
salritar, Emendemos, porém. 'que .. pelo significad .que apr ntam, verbos do tipo
c nUl"CU~·e ohear são denominais. Com feito. Oorwtr ignifica. por exemplo,
"cob ir UJ adornar com tlorc' e vohear é •dar muitas v1oJtas. ,além disso, inú-
meros outros ve bos em [ear] (golp·'ar. cabecear, folhmr. sonIll ar, barbenr,
boml r, t:amp- r.eapear, contrabandear cornear nortear pentear,!. 'bo,
ar. sorri,ar, pratear etc.) se ligam a bases nominais, . endo í. improvável que
l10 ' ar c ,'oltea.r deri v m re pecti am nte de flora r c ohar,
Em suma. pa rece-n " in ~ nl :Hí vel a .xi ênc ia de pel ) menor três infixos
v' rbuis em português ([in], ri ,] c [HJ) ou, numa hipótese ihernauva, um
11 rrfema d infixnção com três alomorfes. 'á que to lo~ expre sarn a m ma
no 'ao de di m ínu livo ou o a ipccto treqü m at i (l.

Duna modalidade ahamerne pro utiva dentro do mecanismo da derivação


erbal . a suposição do iufixo zer . A terminação [ar 1. ccnstituída de vogal
ternática e desinência, se aplica a bases nominal' ou a rad leais presos. m
rel nç 1 ,a cOlmar ex.' st ~ li form n primitiva eorea. Todavia louvar e amar não
der i arn de louvor e amor d endo-s entender que nes e caso .8S bases não e
real izarn como formas Ii r s.
Há quem entenda que, em exemplos corno esses nem o verbo deriva do
nome nem . nome deriva do verbo. Hn veria no léxico uma has potencial que
se realiza ia como nome ou verbo, Entr amo, há pares do ti, o tard I tardar
que n s indiciam que um er 'O P de ser de ~ ado de uma base nominal medi-
'lIÜ a sUl sição de um sufixo z ro,

Refletindos br esse exemplo, ~ inevitável ufirmar que se trata de um


deri v do d ubstanti vo t rd ,C mudo. u mar l I ivt cional d verbo não é
I

, terminação -ar. pois esta é on tituída da vogal temática e da desinên 'ia de


infinitivo. De -se, porconseguinte, admitir que ntre o scmr ntema [tard] o
índice emático [a]. xiste um ufixo zero (0) que caracteriza realmente o
pr essr deri vat: vo,

153
Tal solução nos parece ti mai s coerente, sobr tudo se levarmos em conta a
eguínre citação de orbi n (1980: 190):

o . u 'ixo
z, ro se liga à ioncepção aus .uriana da dupla face dosigno:
rm a tod signi ficado deve 'OIT spc nder um significante a .ignifi-
cado <mudança de class gramaticnl ' corre ponde, seja um sufixo
fonicarucnte realizado. seja un sufi o sem realização iônica, ou eja,
um zero.

É verdadeque nlguns autores.entre o quais Onega (990), . opõem que (I


vogal temât ica d verbo como esf rhn aguar, mclhonu, salgar etc. seja na
realidade um afixo derivativo. Mas essa interprete ção induz que o [aJ s ja um
morre cumulath o que, como irnos complica um pouco a descrição das for-
ma. li ngüísricas.
iremos mais alguns e· mplos jâanteriormente analisado .. ulguérn
quis r prcduzir .ognato d nOl', USe rã li rixa. deri vacionai corno:

le] flor 'c + jjr


[ej] flor eJ +ar
[ seI no + esc er
[isc 1 ih + l: ' + ~lr

Entretuntu p'tnl os zrbos notar florir não encontrará qu ilquer seg-


mento [ônico que po ser considerado ufixo, OH, G moe las ão de fato
'L',

orm, s deri vada d nor devem trazer a marca da derivação. Em razão dis-
j

so- a melhor técnica pres supor a existênci de um morre zero e aplic If a


é

comutação:

n lI' C
'0 - 'f
0+ ir

o me mo. e v riflca em:

spun a espum + 0 + ar
'upim ---) capi n + 0 + ar
xmfim ~ confin ,0, + ar
llm ~nn+0 ar

PARA

A parassfrncse ornumerne et tendida como a adjunção simultâoea de um


é

prefixo e um sufixo' uma ha e. produzindo-se com i so um derivado verbal.

154
Vimos, porém, que pode er interpretada como a apllcação de um morfe
de continuo ou circunfíxo. Ou eja, um segmento que se inicia ante. da. base e
é interrompido para ser retomado depois dela. Assim:

(X) ~ [y ... [XN]. .. Y]v


noite ['1 [noit] ec(er)]
I t
o segmento após a base pode não realizar-se fonicamenre, como nos exem-
plos abaixo:

claro -) (a [dar( )] 0 (ar)]


flo ----}
[a (fl r] 0 (ar)]
largo ---7 la [iarg(o)] 0 (ar)]
braço ~ [a [braç(o)J0 (arj]
terra ~ [a [terr(a)] (2) (ar)]
jardim [a [jardin] 0 (ar)]
pronto ~ [a [prnt(o)] 0 (arl]
grupo ~ [a [grup(o)J 0 (arH
terra -> [cn [terr(a}.10 (ar)]
bainha [em [bainh(a)10' (arj]

É ineere ante verificar que' reqüentemente O zero aparece depois de um


iufixo, devendo-se levar em crua os icnstituintes irnediatot para a correta
anãlis rnórfica. Tem-se então um vocábulo paTas intético tirado de um deri-
vado progressivo. É O que e constata em aeaselar, derivado de casal que. por
sua vez. é tirado de casa. A análi e deve ser da seguinte forma: [a[[cas(a)]al]
o (ur 1. Veja-e ainda:

morte ~ mortalha ---7 [a [lmorue)] alh] 0 (ar)]


lua luar [en Hlu(aH ar] 0 (ar)]

D vem 1$, p }lj s ter em mente as-seguintes características dos parassíntéticos,


com o fi m de evitar anál i e incorretas ~
~
a) Não ba: ta que o vocébuk tenha prefi O c ~ufixc, E necessário que am-
bos os lemento con tituam um morte único, como partes de um segmento
que 'fio apl icadas concom itantemente ant s e depois do radical. Na pala vra
recapeamen re, o pr fixo [reJ e s : ufi os [ear ] e [rnento] não foram CO]OC3-
d .s ao me. /TI terr po. De apa formou- 'e o verbo eap ar : dar recapear e, em
n
-eguida, recapcemento, As. j m: [I[ re]! capta) le.a( r) mento]. Logo 010 e trai
de um parassimético.

155
b) Em zcral a primeira parte do morfe de contínuo que ocorre nos
parassintéticos embora pareça um prefixo, não apresenta qualquer significa-
do. O [a] inicial do verbo amortizar ou o [en] de enfraqu cer nada signifi-
cam. Diferentemente, o prefixo [irr] de infelicidade ou o [a] de amora] trazem
a idéia d negação ou priva ão,

c) Reli rando-se a parte iul d,e um paras intético, quase scmpr não
Ime

restarã uma palavra inteira, Isol mdc-se o La] dc amanhee r, sobra *manhecer,
o que não acontececom reflereselmento em que, eparando-se o [re], ainda e
[em flores im nto.

itemos para concl ui", mui exemplos d - erbos formado pela parassfetesc:

morte -)o [a [moruej] lz (ar]


velho --; [en [vclh o)] ec '(er)]
pedra la [pedría) I ej (ar))
fuga ~ [a [fug(a)] ent (arj]
form oso ----} [a [jform u)Jo. ( )] c (ar)]
pore [,.m [porctoj] ' Ih (arj]

RCÍCIO VIII

1. A ssinale o que for correto:


a) A palavra Igalizaçao- contém três sufixos deri vacionais,
b É' mp ssível eXJ tência de *le ,aUzamento ,
c O vocábulo BC saíam Dto é formado por paras Intese
d) O verbo r nuneiar deri vudo de n~n,ún.da.
é

e A bas de aca alamento é a am nto.

2. om relação à m rfologia portugue: a. é vcrdad iro afirmar:


a A afi: açã o corre de forma aleatória. em obediênc ia. ti uma ordem
estabcl -ida.
b) Os prefixos ucrcscentados a ba 'es verbai ~ mudam a classe gramatical
do ocãbulo.
No' dcrivudo é mais freqüente que 0'1 .cnto c desloque da base Pi ra
() su IXO.

d) s sufixo empre mudam 1 classe gramatical do vocábulo primitivo.


~) A derivação por ufixo zero nada mais v do que um espécie de deriva-
'fio imprópri a.

3. Osadietivos t rmiru dos m [al] produzem


I
vcrb mediante o acré cimo
do uf o fiz r)], Como você interpreta p rsonallzar .. e não existe em portu-
guês l adjetivo IJ r onuf

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