Morfologia Portuguesa Derivação
Morfologia Portuguesa Derivação
Morfologia Portuguesa Derivação
Lemos
Mo teiro
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4C1 EDiÇÃO
Rvist. .AIIIpliada
Pontes
~
DERIVAÇAO NO'MINAL
Curnpr vemos:
A ex 'cçõ , são poucas e re nem geralm nre na upllcr ção de .ufixo POllC(
produtivo' e em orrnações eruditas:
137
P rsa + [ico] - IJérsko
J:lob l' + U]U] - glóbulo
ferro [60t férreo
um em um. O processo cl lico por seu turno, .. e refere 30 fato de que a afi a-
ç- procede d dentro para fo a, segundo urna ordem esiabelecida Bendo as-
.irn, se formo. analis: a formação do udvérbi 1 tran·forma J(malm,ente ire-
mo. chegar à seguinte r presema ã
form 1
r( rrnar
tran sf rn ar
1 a nsforma ao
ran sformac '( na I
rrnnsr mnaci malmem
ion] N ali 1\
mente] Adv
sentir
{monto]
[al J
r íSI10]
138
Urilizan o o c lchetes, teremos:
TIPO DE DERIVAÇÃO
A comp lex idade estrutural das palavras exige que o processo de derivação
e apresente em várias modalidades. Há ocâbulos que e formam de bases
. imple: e primitivas ÜU to ---7 ju tiça), outros que provêm de nomes já deriva-
dos ti LI 'tiç( ---7 j u tic ira). outros que e prendem a compo tos (Mato Gro:
--) n 'H gro isen e). out 'S nfrrn que têm como base uma locução (em pé ~
eu p zi nho), eja como for. dada uma forma primitiva, leremos a seguinte
po: ibilldudcs de produzi r deri vado :
c} mudando-se a ck s e gramatlcal - vi v r - IV r
As gramá! icas, qUi ndo di ti ngucm us di crsas moda 1id~der de deri vaçao,
'11Ircntam UIn . ério I roblern n. snber se a. p, ,]av a orrnad 'IS por prefi xação
'10 derivadas Ou cornp Jstas,
F n r'" e con front 1 emre as duas po, ~.ões constatamos urna tendência
ncentuad: para incluir a pre lxacão no mecanismo da derivação, Com ef j-
'I.::,
Lt)o, U(~sautores lX n . II t ad :;j cerca de 60% ão de. , 'I opi nião m ui to de autr d-
dadc in fl~cuH el s gundo e vê pela discriminação L ar o:
Kury & Oliveira L983) admitem a existência de prefixo auxiliares da. deriva-
ção e outros maio ligado à cornpo iÇ10. Raciocinamo. ambérn que certos prefi-
nao podem pr duzir ocábulo compo to, por eren em e. ência formas pre-
140
sas. on iderar íngrato ou adnomhsa] como palavras compostas dificulta bastan-
te fi demarcação dos, limites entre 05 processos de derivação e c mpo ição.
Por ou ro lado, costumam ser tncluídos no rol dos prefixos mortes que hoje
são verdadeiras raízes '. A nosso ver, na incronia atual do português. elemen-
to: como c. "Ira e contra usado freqüentemente como formas livres, foram
promovidos à condição de raiz p f L . o entram na produção de compostos.
Macambira (1978) vai mais além e considera nao só a. prer o e ( x.: con-íç ~
tra) ma também tl. coojunçõ es (ex.: 'mas e interjeições (ex. oh) como vocá-
bulas inflexiva constituídos de raiz e sufixo zero. De modo idêntico. Cabral
(1976) interpretr o morremo grarm ical que como raiz.
I·'ís. operacionalizaçâo
< do conceito de raiz tem esha rado numa série de
obsüiculos, segundo já vim, s. Ba ílio (1974b) adverte que, enquanto não for
J limitado nitidamente o conceito de ignificado gramatical, m opo ição ao
significado le i al, será inoperante uma definição de f~ iz que tome por base
tal critério.
" ornum af meo r Ique s cábulos . .onectivor são azi de conteúdo' -
mântico c, p re, se motivo. apresentam apenas um significado gramatical. Tal-
vez não ~e po: sa aceitar . 'general lzação, pois. enquanto as preposiçõe 11 e de
parecem de pro idas de significado lexical, outras COmo 'obre contra e p' ran-
l sào tl< erdad núcleos significari
os. Por que não considerá-la. raíze: ?
lém dlSSO, l troscritérios como a produtividade autonom ia morfológic:
deveriam . cr le ados ' rn conta P' ra se distinguir a raiz de um simples pr fi o.
morre tiver significado sozinho num c ntexto Ira, alou 'iuHtçã)1 . rmuni-
GIl i va. nãr consti mirá forma presa. Com maior razão ai nd 'I. s ele for capaz
de receber rnorfes deriva ionais, produzindo vocábulos derivados.
NJ realidade, de euníra há vários cognatos criados por derivação (contra-
rjur, -onh"ário eontrarl: dade etc.), além de uma série aberta de cornpo tos
(contrad lzer, contrapartida contracheque, cnntrahaixo, contra-a rgu mento
ct .), 'c .ontrn for interpretado como aiz, ninguém sentirá dificuldade em
classificar quanto ti f, rmação nenhum dos xernplos citad is. O me mo se diga
de sup r que. em supers r e. por .oerência, em inúmero' .ompo tos, forçosa-
mente tem que ser an li, "Ido 'orno raiz.
Ainda quo nt a esse problema, julgamos que algumas gramãticas falham
. m r uulur ti prefixos o. radicais grego ou latinos qu artinet (1985) deno-
mina de nmfl" os, om efcno, poucr s d sscs elcmcntos s fio prefixo. na sincronia
rk r 1rLU guês. Alguns se ugluti n rum de La] modo que não rnere em rn i. Scr
destucudos: Outro'. p irérn, pelo ritério da pr dutividade e do. conteúdo se-
J ântic • são de fato raízes.
Em nrmu, entendem s que u prefi a ·50 é l m tip . d deri ação. Pensamos,
rodavia. que rt s I mentes, em geral analisados como prefixos, são em ühi-
In a un 51í 'c erdnd ira. .aízes. j á que: potcnci ·,1rnent funcionamcorno for la
Ii !rc: RI d pendentes. esse ~ ntidu, os Ct nstitui ntcs que subsistem como pre-
posiçô \ no ionais lU ad érbios pr, uzern vocábulos cornp tos (menospr ~
141
zar obr voar. obre arr gar, maldizer etc.), Outros. que já não são advér-
bio nem preposições. servem ao mecanismo da derivação,
E ernplos:
granel J -) grandk .0
b undios [í simn] grundios [ssimo
vida I Ml] ---7 vi ta]
vi la] lh~,aJ vila] izar
vital iznr I. ,[to 1 vi ta Iizaçâu
142
Uma qu~ tão dlscutível diz Te.peito ao fato de que certos morfes aparecem
depois da base, por ~m não se com portam como os sufixo C011lU ns. Car alho
L974) o denomina de sufixôide \ d finindo- s como elementos sufixais que
guardam relativa autonomia fonética e mórfica
que sem dificuldades se per-
em [mente] e em [zinho] (Cf, clara/mente e pasteVzilllJbo). Ma arnbira
i978) hega a propor para, cas o. exi tência do pr .es ode composiçâo.
DERIVAÇÃO 1. FIXAL
Embora em geral se diga que não exi 'te infixa 'uo na língua portugue-
sa, cremos haver demonstradr em Monteiro 1999) a ocorrência d v cá-
bulos derivado mediante a adjunção de morres que presentarn todas ~s
caractcrfsticas d s infi os. Já .itamos. como um dos C::ISOS bem curioso, o
J':J. inser iao do mo fc [i nh] em ocábuloi ma: ilino: de tema em la/. An -
lisa, nus eruao formações do li po Je cln m-Inh- . ml -Inh-a e problem-
in h-: .
Mas hf outros C'lS()' que merecem refl xão. Assim, na f rrnaçãr do,
hipocorfsticos, ( mesma regra de infixação ocorre quando o pren me ou . obre-
nome, cmb ra reíerind - e ao exo rnasc ilino, termina por laJ~ o Batista ---? o
, 3U. Unha, o Rocha ---? o Roehlnhe, ,Vi,na -' o . ianínha. o Barbosa -) o
Burboslnha, o· ost ---) o o tinha. O me. mo ' plica ao apelidos de igual
xmtexto: o Boll o Bolie 11~1.o Cebola ~ o ebol in hu etc.
E -ordadt: que no fim e r milos hipoc rfsti ~O' ~'p'a['ect::a mesma vogal
.ndependente de om fi nda o preno me, .ouform se <:011. tara em ZCCil ou
Z 'quhdlil (de José), Ouinea (de JOln)uim). Pedroca (de Pcdrol ou undo li
(de Raimundo). Ma .• quando la jt< xi: te no nome '1pTl0. não há com:
I
ueg« a sua r tornada 'I!) SS ~t inserção do morre diminu ivr , Um argume nro
adi .ional p'1I"'I essa L:OI1c1usã ') fatn de que, a par d ~arminha, existe l)
estranho hipo 'oI"Í i '{) arminhn para [\Ih!ri~1do armo, C]U deve tamb êrn
ser analisado em 1 um ca: o de infixução: nrmo - arm-inh-u.
li ãs, em b ra o f -nõmenr se c,' tri nj ~ a emprego de rnorfes diminui 1vo,
cncontrnm-se forma ~àcs idênticas quundc tais m I.::S pu ssurn a ter outro, sig-
111 fi .ados. A 'sim, é falo qu alguns do. sufi s .u 'e P e' arn a id ~ja d pe-
quen z (p ),' exern] 10. [ to] em li r: lo R1 adern ti) S r em igualmente para
indicar d prcciaçã , pro edên 'ia ou origem. E , i também se tornam lnflxos,
se a P' la ra p irnitiva finda em 1'11. É q e {)C( IT I or ex mplo, m lisbo eta
143
(de ísbea) e perneta (de perna) cujas formas esperada do masculino seri-
am respectivamente *Ii boda e *p,erneto.
Além de S~lS si nações, os in 'ixos formam hipocorístícos quando til base
termina por Is/. is alguns dos muito exemplos que colhemos:
U .amos amplamente ) rnorfe zero no paradi gma flc ional dos nomes e
erbos. possí vel, contudo, estendê-I no mecanismo dcri vac ional, uma ez
que xi .tem 'O mas deri Vl das. rn e pre ença de rn irfes aditivo.
Repetiremos aqui. sem alteração iubst incial, noçõe di vulgada ~Hialgum
anos (Monteiro, 1978b" embora a contribuição da hipótese le icalista po sa
o: 'e 'ece no as propostas de interpretaçã , sobretudo para o caso do, charnu-
dos deverb'li .
Nos dcverbais, com sabemos, n forma d rivada apresenta um encurta-
mento em relação à prim itiva, este, o motivo por que e qualifica a derivação
de ree r;tssiva. O encurtamento da forma prirniti a não con. iste na ubtração
de, al 'UITl sufixo, mas na adapta 'ão d urna t rmina .ão verbal um tema no-
minal, Assim:
145
semelhante, levantam a hipótese do morte zero. Como interpretar, por exern ~
pio que uno , eja deri vado de um em a adro issão de um sufixo zero?
Há. por outro lado, certo: vocábulos derivados sem nenhuma alteração
mórfica, Não sofr m sequer a adaptação do teme, como acontece no derivo-
d s regressi o ,I- á apenas a transpo ição do ocdbu lo de sua da se originária
para outra. O C'1S0 mais geral 'I sub, vontivação, prin .Ipio pelo qual toda
é
pala vra pode ser enquadrada na clar e dos nomes ubstanri vo '. desde que pre-
cedida por um artigo ou qualquer utro determinar te .
. cmplo :
ubstantíve
A maiori 'i dos gramáticos _'hama est pro' $50 de de: ivação imprópria,
Outro. ? entre os quais Bechara (1999), preterem termo conversão. Há além
de, sas, dif rent s desigu ções pura ( cu o. como 'I de harles Ballyque utili-
za u ermo hipôstase, Coa de T niêre que, adequr damente, mprega Ir ms/ação,
Trata-se de. uma situação esoeclal que a rigor não deveria entrar num e -
q uema de descrição do mecanismo d d acionai, Ta.1 -ez • e ex pl ique m uito
melhor como um do a. pecros da es futura sintética, de 'de que a maio. parte
dos problemas de classi ficação do Y cúbulo portugucse não é d âmbito da
morfologia" não Jue da . inta: e. Com efeito repetirn .não se opera nenhu-
m, a] eração rnórfica no ocãbulo primiti o exceto a po. sibi Iidade de
pl urnliznção. ~sta possibi lidado fazquen og l át na final do vocábulo
substnntivado seja coru idcrada como índice tcmati '0. et numeral .on t itui
radical at rnático. orno p, I' vra substarulvada, é bipnrrlvel em R VT: [. et]e].
C mq uant ) na deri vação impróprin '1 marca .'.eja cstri tarncnte sintática. a
suposiçã l do rnorfe zero é sugeri u cela compr en 50 d [ue a palavra mnver-
lida a uma outra ela . .e ou fun .ão gramatical passa a ser analisada morficamente
de m d di ver. o da paluvra primiti va-or is 0, c smo vocábulo independente
sub tanti vedo, te tem como constituintes a raíz [set], o sufixo dcri vacionul
0, ti . ogal terrnitica [e1 e a desinência (0) de número,
A interpretação dada acima pode ser estendida a todo os co. de
substanti vução, desde que o processo , eja con ide ado dentro do mecani -
l6
mo deri vacional da lfngua o que, é necessário in istir, merece e tudo mais
esclarecedores, sobretudo porqt e a derivação imprópria não se restringe à
ubsrantl vação. Há, além dis 0, a adjetivação a adverbialização e a
gramoticaliração, processos que consistem na mobilidade de vocábulos
para funçê gramuti 'ai. diferente transformando- e em adjetivos (o re-
1
mudo que c rtas grumáticus rotulum de para .. int étic i. Nã mo. o '·:H
por css ângu lo. O c Iernentn Il de 'J é de luto um prefixo om valor sem ân lico,
o que deve ser o haM nte i. ara Ie, ara terizar 'I parassínrese. Segundo já
reiteramo. é possf el admitir '1 p fixação nos t.:H~·O ' em que, embora ti base
I
n 10 • msti l un forma li vrc, seja viá vel c sta bel e r com u taç -e. apoi adas no
t stemunho dos falantes da Iingua. Crem s qu uma interpretação análoga
vai . para tod a. ssas si t nações.
147
• As modal idades principais de deri vação nominal são a prefixação, a
sufixaçãoç a ínfixação, a derivação regressiva e a derivação imprópria.
148
DERIVA"ÇAO' VERBAL
-
Compreendemos já que nomes e verbo se a ocí am morfologicamente, de
tal m do que em geral todo nome corresponde a uma base verbal ou vice-
versa As im s ndo, o prece . o da deri vação erbal é em essência o me. mo da
deri vação nominal. É hora. pOI de refletir um pouco sobre os mecanismos de
produção de verbos na língua portuguesa,
PREFl AÇÃO
A icorrên ·i~,
de algun ' nome ' (cf. deságto e desamor) parece demonstre f
que não há prefixo aplicáv is sxelusivarnente a bases verbais, embora por
outro lud haja alguns que ocorrem pri aüvamente na de i ação nominal.
Toda ia costu ma-o c pensar que o morte I 1 é pr ~prío da formação de.
verbo -. E endo a im para um nome como rep .a em deve-se prop r 'I
.eguint análise d JS ·on. tituintes:
1 '9
É claro que em muitos casos. os prefixos são acrescentados 8. base, verbal
que só exi ten poten ialmente e não podem (.tualizar-se por motivos de ordem
. emântica, As. in sendo, com relação aos derivados (lese _ 1',. desbundar,
de cabelar e d matar. admitimos que [dcs J se prende a bases verbais que
não se realizam por dificuldades de cenceptualização. Em referência a que
ato . ou Ienômen se oderiam em pregar, por exemplo. o verbos *cacélr
*c behr'?" xplicand de uiro modo, é po. ível descas ar um legume ou ru-
(a (tin r as cascas) porém não o contrãrk ,pai a u. as já lhe são ineren es,
Do mesmo 'cito pode- e dcscab ,lar uma pe ·SU, mas, ' cabelos fazem pa te
de sua cabeça desde ames do na icim mo,eja como for não e '00 venienre
dizer que (ui verbos de ivarn das bases nominai zas 3, bunda .. abelo e mato.
Quantu ao pr Iix [re], cabe ainda urnn ob. er açã.o.' onforme ent nde
Ortcga (1990) de somente pude. rer acrescentad -) a ve rb JS que possan
implicar uma n udança d estado em seu obj to. As. i!TI: recunstruír (uma
casa) ou rCRlo[lelllr (um escritório). A erbos estativ s ou perfecti os pa-
rece, poi " im POSS! vel acre scen tnr o prefi x ; li': r e tar e * remurr r seriam
f rm açõ . anômala .. ··rn virtud ele l rn, rest rição de ordem pura rnent se-
mântica.
a) Asp 'CIO iucoatis o - Truduz- 'c ) ini .io du aç'1( • ' stado ,(u fenômeno
mediarue (1 sufixo tece r)I-Ic.sc(cr)}.
50
c) A. pe 1{) dim inutivo - O. sufi xos que expressam e L ~ noção em gere J
sã } [í (arj], I is'( r)J, Unh(ar)J e [il(ur)].
V -)
ded 1 dedilhar
J rn fato int re. ante é que rnodernam nte .6, produzem verbo da pri-
mei ra ronjuga fio, endo raríssimos os exemplos de formação verbal recente
nas demais conjugações. Por outr lado, como s trata de uma da se aberta, é
lncontüvel o número de neologism. s vcrbui '.
Torne- 'e c mo exemplo o ufixo [iz(ar)l. At uvér del diariarneme e cri-
um erbo der] vado de adjetivos ou de: . ub, tanti os, cgundo um dt .
parad igm as abaixo:
ideal id alizar
es "cci al especi al izar
penal penalizar
to uni forma lí zar
nacional une ion al j zar
im rc ial
sua e !'U '1 V1Z'1l"
II -ub:tanti } + fizhr)]
canul ta n ul izu r
'apor -) vaporizar
horror ) hurroriznr
inf mo -) intcrniz: r
151
Façamos alguma associações:
Ilfil(o)ll o (ar)!]
Ud~m( )J [crat] iz (urj [].
I FI•..AÇÃO
152
d doe. De doce deri "Ia-se por parasstnrese dDçar e daí e forma. adocicar,
em qu o segmento [ie] é Cf scenta a noção diminuti VH. Se adod~lJr fosse um
derivado imediato de dOCiC. seria um parassintético. Como porém. se ligaa
adoçar tem todas a' caractertsticas de um derivado por lnfixação.
O caso de aUitar tal vez não seja tão evidente. Mas, se eoncluirm s que
deriva de altar, torna-se cabível nrp r que morfe [it] é. inserido entr a raiz
c a vogal que completa. o (ema: sidt. ..ar alt-lt-ar. lnterpr tar C mo um
casu de sufi ação é a hipótese generaliznda porém talvez seja mais coerente
p r eber que se trata d j nfi xação,
Re sta esclarecer que a ínfixação nã ,ocorve quando o verbo deriva de um nome.
Obser ando pares.dotipotlurar Zflorear ou 011: rI volte ar, háo riscode 'epen'ar
qu haja '1 in erçâo do morf [e] de modo semelhante ao que 'Vimo em saltar 4
salritar, Emendemos, porém. 'que .. pelo significad .que apr ntam, verbos do tipo
c nUl"CU~·e ohear são denominais. Com feito. Oorwtr ignifica. por exemplo,
"cob ir UJ adornar com tlorc' e vohear é •dar muitas v1oJtas. ,além disso, inú-
meros outros ve bos em [ear] (golp·'ar. cabecear, folhmr. sonIll ar, barbenr,
boml r, t:amp- r.eapear, contrabandear cornear nortear pentear,!. 'bo,
ar. sorri,ar, pratear etc.) se ligam a bases nominais, . endo í. improvável que
l10 ' ar c ,'oltea.r deri v m re pecti am nte de flora r c ohar,
Em suma. pa rece-n " in ~ nl :Hí vel a .xi ênc ia de pel ) menor três infixos
v' rbuis em português ([in], ri ,] c [HJ) ou, numa hipótese ihernauva, um
11 rrfema d infixnção com três alomorfes. 'á que to lo~ expre sarn a m ma
no 'ao de di m ínu livo ou o a ipccto treqü m at i (l.
153
Tal solução nos parece ti mai s coerente, sobr tudo se levarmos em conta a
eguínre citação de orbi n (1980: 190):
o . u 'ixo
z, ro se liga à ioncepção aus .uriana da dupla face dosigno:
rm a tod signi ficado deve 'OIT spc nder um significante a .ignifi-
cado <mudança de class gramaticnl ' corre ponde, seja um sufixo
fonicarucnte realizado. seja un sufi o sem realização iônica, ou eja,
um zero.
orm, s deri vada d nor devem trazer a marca da derivação. Em razão dis-
j
comutação:
n lI' C
'0 - 'f
0+ ir
spun a espum + 0 + ar
'upim ---) capi n + 0 + ar
xmfim ~ confin ,0, + ar
llm ~nn+0 ar
PARA
154
Vimos, porém, que pode er interpretada como a apllcação de um morfe
de continuo ou circunfíxo. Ou eja, um segmento que se inicia ante. da. base e
é interrompido para ser retomado depois dela. Assim:
155
b) Em zcral a primeira parte do morfe de contínuo que ocorre nos
parassintéticos embora pareça um prefixo, não apresenta qualquer significa-
do. O [a] inicial do verbo amortizar ou o [en] de enfraqu cer nada signifi-
cam. Diferentemente, o prefixo [irr] de infelicidade ou o [a] de amora] trazem
a idéia d negação ou priva ão,
c) Reli rando-se a parte iul d,e um paras intético, quase scmpr não
Ime
restarã uma palavra inteira, Isol mdc-se o La] dc amanhee r, sobra *manhecer,
o que não acontececom reflereselmento em que, eparando-se o [re], ainda e
[em flores im nto.
itemos para concl ui", mui exemplos d - erbos formado pela parassfetesc:
RCÍCIO VIII