Gêneros Textuais & Ensino
Gêneros Textuais & Ensino
Gêneros Textuais & Ensino
Conselho Editoial:
M277c GêneÍos textuais e ensino / organizadoies Angela Paiva Dionisio, Anna Rachel Pa
5.ed Machado, Maria Auxiliadorâ BezeÍa. - 5.ed. - Rio de Jâneiro: LuceÍna, 2007. sul
232p. | 23cm
Inclui bibliografia 1.
ISBN 978-85-86930-18-8
4.
6.
. Bastos
Apresentação
Angela B. Kleiman
0s Autores 13
Rachel Parte I
oo7.
Suportes Teóricos e Práticas de Ensino
fessores
2rlnsino de língua portuguesa e contextos teórico-metodológicos 37
lchado,
Maria Auxiliadoru Bezera
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Um gener0 q uad ro aq uad ro:
a história em quad rinh OS
vação paÍa a êpoca: o texto não ünha mais no rodapé do desenho, mas
sim, junto aos personagens (por exemplo, escdto na única amarela do
gaÍoto), o que lhes conferiu mais vitalidade. Logo depois, foram incorpora_
dos os balÕes, até hoie, o locas da linguagem verbal nas Hes.
No século XX, consolidaram-se os jornais, o veículo ideal para a expansão
do alcance das HQs e da sua diveÍsificação. Desde então, os quadrinhos têm-
se desenvolüdo bastante, passando a circular em publicaÇões exclusivamente
a eles dedicadas, os gibis, e também no meio ürtual, com temáticas e estilos
os mais diversos-
para nanaÍ' os
Quanto aôs mecanismos e recursos tecnológicos usados
quaüinhos têÍn relação com o cinema e com os desenhos animados: en-
quanto, nos dois últimos, todos os quadÍos são apresentados em movimento
que
na tela, nas HQs, há uma s$Ção dos quadros a serem seqüenciados, o
modo pÍeen-
demanda um trabalho cogru--üvo maioÍ poÍ parte do leitor, de a
Ioote: CLÉruSToN, IÁILSON, MtcUEL, RONALDo e SAMUCA. Hü mot do frm do séctlo: o dno
2000 no tÍaça de 5 caftunistds pemafibucenos. Recife, ACAPE: 2000, p. 53.
Márcia Rodrigues de Souza Mendonça
1e8 f
Exemplo 03. CARTUM
Fonte oúginal QUINO. Déienme inventar. 7. ed. Buenos Aires, Ediciones de lâ Flor, 1988'
Rettado ãe: FAúCo EVróuxA, tingrogorNovd: 5! série, São Paulot 7999, p' 244'
^nca'
As llras um subtipo de HQ; mais ortas (até 4 quadrinho$ e, portanto,
são
de caráter sintético, podem ser seqüenciais ("capítulos" de narativas maiores)
ou feúadas (um epiúdio por dia). Quanto às temáücas, algumas üras também
sathizam aspectos econômicos e poÍücos do país, embora não seiam tão "data-
das" como a charge. Diüdimos as tiÍas fechadas em dois subüpos: a) ttas-piada,
em que o humor é obtido por meio das estratégias disctusivas utilizadas nas
piadas de um modo geral, como a possibilidade de dupla interpretação, sendo
selecionada pelo autor a menos provável; b) tiÍas.episódio, nas quais o humor é
baseado especificamente no desenvolvimento da temática nÚna determinada
situação, de modo a rcalçaÍ as caÍacteísticas das peÍsonagens (Mendonça, 2001),
como podemos ver no exemplo L e 5.
Um gênero quadro a quadro: a hislória em Or.Or,nno. -----_______l .,nn
ÍuRtvtA
OA
E90urra
Fonte orlginal NANNI. /oÍ,ral do Meninínho, Rio de Janeiro, Record, 1991, p. 46.
Retirado de: FARACO EMOURA, Lingurrgern Nova: 5a *de, São Paulo: Ática, 1999, p. 196.
didáticos de português (LDPs), por exemplo, até os anos 70, raramente haüa
HQs; na década de 90, por outro lado, praticamente todos os LDPS apresen-
tam esse gênero entÍe os textos selecionados. Ainda assim, as seções destina-
das às HQs permanecem sendo as menos "importantes", do tipo "Diürta-
se", "Só para ler" ou "Texto suplementaÍ", sendo raÍíssimos os casos de uma
HQfigurar como texto central de unidade didática em um LDP. As temáticas
humorísticas e aventurescas e o uso para entretenimento, mencionados por
Eisner (op. cit.), parecem ser, novamente, as razões para tal situação. Neves
(2000) também demonstra que a exploração dos quadrinhos em LDPS é po-
bre, limitando-se, na maiofla das vezes, à utilização desse gênero como pre-
texto para exercícios de metalinguagem , do npo Classífique o pronome usado
no ? quadinho.
Os PCN (Brasil, 1998) incorporaram o consenso sobre a necessidade de
exposiçãô à diversidade de gêneros de circulação social como um dos pdnci
pios básicos do ensino de língua matema. O documento salienta, baseando-
se em teorias sociointeracionistas, que a representatividade dos gêneros nas
práticas comunicativas diáflas é um dos cdtéÍios essenciais para a escolha
dos mateÍiais de leituÍa. A despeito das orientaçÕes dos PCN e da estima dos
leitores pelas HQs, estas ainda são preteridas pela escola.
Na tentaüva de demonstrar como é possível realizar um trabalho mais consis-
tente com as HQs, que ultmpasse o mero momento da moüvação lúdica, faremos
algumas sugestões metodológicas de uso desse gênero na aula de lingua matema.
Pode-se explorar as HQs como se faz com qualquer gênero, atentando-se
para leculsos diversos do seu funcionamento. Nas atividades de leitura, a
exploração de aspectos vários da produção de sentido é a base das atividades.
Por exemplo, a quebra de expectativas nas tiÍas-episódio e nas tiÍas-piada é
usada para produzir humor. Segundo Possenti (1998: 46):
"QudlqueÍ que seja o tópico (...), o que fttz cofi que uma pidí1o seia ufia lridda não é
seu tefid, sua collclusaio sobÍe o tema, fi.ts uma certa mdneire de apÍesentar tal tefia ou
uma tese sobre tal tena".
' No início da década de 80, uma campanha pelo aumento na âÍecadação de ICMS (Imposto
sobrc Circulação de Mercadorias e de Serviços) teve o álbulrl de figurinhas dos pe6onagens
Pemo e Buco coÍÍro se,u carro-chefe. lánçada pelo Govemo do Êstado, essa publicação contava
a históda pernambucana através de uma HQ. A campanha foi um sucesso, pois allou a
paixão inÍântil pelos áIbuns e pelas HQs à cooveniência dos pais, que só precisavam iuntar as
notas Íiscais de qualquer compia ou seÍviço pata adquidÍ os álbuns e as figudnhas.
Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos _
l zol