Conceitos Fundamentais Da Econômia

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Conceitos Fundamentais

MERCADO
De acordo com o jurista Eros Grau, mercado é um ambiente de relacionamento
econômico fruto de uma estrutura social criada pela política e pelo Direito. A ideia
que o pensador traz é a do mercado como essencialmente um fato jurídico, uma
criação do direito.
O mercado é a estruturação de uma forma de organização social que possui regras
e normas que o regem, que legitimam sua estrutura e garantem seu regular
funcionamento.
Economicamente, o mercado é entendido como esfera na qual interagem agentes
econômicos por meio da troca de bens por unidades monetárias específicas ou
outros bens.

ECONOMIA POLÍTICA
A economia política pode ser compreendida como o enquadramento teórico da
relação entre Estado e Economia. Essa visão, entretanto, distancia-se do conceito
fundamental de economia política, que versa ser economia política a ciência cujo
objeto de estudo são as relações sociais de produção, circulação e distribuição de
bens materiais que tenham como objetivo atender às necessidades humanas,
identificando as normas que regem essas relações.

POLÍTICA ECONÔMICA
A política econômica consiste numa técnica ativa de atuação finalística do Estado
sobre a atividade econômica. Essa política é construída por meio do planejamento
de ações governamentais com finalidades econômicas e políticas relacionadas à
sua esfera de atuação. Atualmente, essas políticas são exercidas por agentes
políticos econômicos nacionais e internacionais, citando como exemplos: o Governo
Federal, o Congresso Nacional, e órgãos internacionais como o Banco Mundial e o
Fundo Monetário Internacional (FMI)

PODER ECONÔMICO
Poder econômico é a força política de fato. É o poder exercido por um ente sobre
outros nas esferas econômicas, por meio de seus excedentes ou influência, para
manipular a vontade dos entes menores. O poder econômico situa-se no mercado
beneficiando-o ou o prejudicando, a depender das diretrizes de operação que são
utilizadas.

DIREITO ECONÔMICO
Direito Econômico compreende basicamente a regulação jurídica com papel
econômico. Tudo aquilo que regula a economia ou o funcionamento dos mercados,
através de dispositivos jurídicos de controle, é o exercício do direito econômico.
Pode-se ainda conceituar o direito econômico como o ramo do direito público que
disciplina a condução da vida econômica da Nação, objetivando estudar, disciplinar
e harmonizar as relações jurídicas entre os entes públicos e os agentes privados,
detentores dos fatores de produção, nos limites estabelecidos para a intervenção do
Estado na ordem econômica.
Celso Ribeiro Bastos descreve o direito econômico como “ramo do direito que se
destina a normatizar as medidas adotadas pela política econômica através de uma
ordenação jurídica, é dizer, a normatizar as regras econômicas, bem como a
intervenção do estado na economia”.
O jurista Eros Roberto Grau, por sua vez, define-o como “o sistema normativo
voltado à ordenação do processo econômico, mediante a regulação, sob o ponto de
vista macro jurídico, da atividade econômica, de sorte a definir uma disciplina
destinada à efetivação da política econômica estatal”.
Objetivamente, o direito econômico pode ser definido como o conjunto normativo
que rege as medidas de política econômica regulamentadas pelo Estado, visando ao
disciplinamento do uso racional dos fatores de produção, com o intuito de regular a
ordem econômica.

ATUAÇÃO DA POLÍTICA ECONÔMICA NO ESTADO


A Constituição Federal elenca uma série de normas, dentre elas, o Título VII - Da
Ordem Econômica e Financeira trata justamente desse tema. Essas normas
estabelecem como é o regramento no âmbito estatal e quais serão as diretrizes
governamentais específicas para a atuação na esfera econômica. A partir disso o
Estado estabelece uma política econômica, que efetivamente vai direcionar toda a
atuação do ente Estatal e de seus órgãos para operacionalizar uma série de
atividades que elenquem suas diretrizes. O desenvolvimento legislativo é realizado
com base na política econômica, em que são elencadas as diretrizes
governamentais da administração.

Surgimento do Direito Econômico

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


A origem do Direito Econômico ocorre com a Primeira Guerra Mundial,
consolidando-se ao final da Segunda Guerra Mundial. Poucas obras de Direito
Econômico tratam de períodos anteriores à Primeira Grande Guerra.
● 1ª Guerra Mundial: nascimento do Direito Econômico.
● Processo de aproximação do Estado à economia.
● Novo formato de conflito, demandava maiores aparatos.
● A guerra como fim principal – nova finalidade social.
● A guerra como ciência, como economia e como política. O conflito é travado
em todos os âmbitos, dado o fluxo de informação, as tecnologias
desenvolvidas e, com a organização recente dos Estados nacionais, a
crescente capacidade de articulação política.
● Economia como um instrumento de guerra.
O regime do liberalismo econômico limitava-se ao policiamento, à proteção
econômica e à regulamentação de alguns ofícios. A Primeira Guerra mostrou que os
aparatos tecnológicos necessários aos Estados nacionais a partir daquele momento
movimentariam grandes recursos e esforços para serem desenvolvidos, e que estes
seriam fundamentais para conquistas no confronto. O conflito se consolida como
um fenômeno totalitário que demanda toda a capacidade de produção e
desenvolvimento da sociedade. Foi durante o período da Primeira Grande Guerra
que também se nota, em relação a todo o anterior desenvolvimento das sociedades
humanas, um grande avanço tecnológico como nunca visto igual ou semelhante. Os
esforços despendidos para a disputa dos conflitos da Primeira Guerra
desencadearam a maior revolução científica tecnológica já vista pela espécie
humana.
Os Estados nacionais necessitavam, então, de que as atividades econômicas de
seus particulares se voltassem às demandas da guerra. No entanto, não tinham
todos os particulares interesse nisso. Os Estados, a partir desse momento, iniciam
um processo de regulamentação das atividades econômicas, promovendo diretrizes
e direcionamentos à esfera econômica por meio de dispositivos jurídicos
normativos. A Primeira Guerra implantou, nos mais diversos Estados nacionais do
mundo, projetos políticos, econômicos e sociais, sendo tida como diretriz principal
de gestão pelo mundo durante a sua ocorrência. Influenciou tanto aspectos sociais
quanto econômicos, políticos e culturais de toda sorte, direta ou indiretamente, no
mundo todo.
Por meio das normas instituídas para o regramento das atividades econômicas,
iniciou-se a criação de um ramo do direito para estudar e normatizar a atividade do
estado de regulamentação na esfera econômica: o Direito Econômico.

Consequências do Surgimento do Direito Econômico


O Direito Econômico traz uma nova perspectiva de compreensão do direito, num
momento de efetiva crise jurídica ocasionada pela falta de dispositivos do Estado
para exercer influência econômica no mercado. Esse novo ramo do direito
apresenta-se sob uma perspectiva prática, com dispositivos aplicáveis à realidade,
distanciando-se do “direito dos acadêmicos”, este homogêneo à época.
a) AUMENTO DA REGULAMENTAÇÃO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS
Tendo em vista que o Estado passa a apropriar-se um pouco mais da economia e de
seus instrumentos de controle, visando sobretudo a exercer o direcionamento para
atingir seus objetivos políticos, ele passa a regular as interações econômicas entre
os agentes, de forma que modifica as relações entre eles estabelecidas.
b) ABOLIÇÃO DE PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PATRIMONIAL
Até o momento histórico caracterizado pela Primeira Guerra Mundial, tinha-se uma
noção clara de que o mercado deveria autoregulamentar-se. Essa perspectiva liberal
foi deixada de lado pela necessidade de o Estado intervir no ambiente econômico.
c) DELIMITAÇÃO DO PÚBLICO E DO PRIVADO
A reformulação de institutos jurídicos criou uma confusão no ordenamento acerca
da divisão do público e do privado. Até o momento da instituição das normas
econômicas, não havia interferência do poder público dentro da esfera de mercado,
totalmente privada. O Estado, a partir do momento em que passa atuar em ambiente
que até então era visto como privado, passa a atuar com novas competências. Seu
objetivo é claramente delimitado a exercer suas atividades em prol da manutenção
do interesse público em suas diversas modalidades.
d) DESAFIOS DA POLÍTICA ECONÔMICA
Após seu estabelecimento, a política econômica encontra a sua frente o desafio de
conciliar diretrizes para lidar com o desemprego, com o comércio internacional, o
nível de solvência, a moeda, o crédito, a inflação, o nível de produção, etc. É
necessário, por parte dos governos, estabelecerem-se diretrizes governamentais
que alcancem crescimento, diminuam a inflação, aumentem a credibilidade interna e
externa, atinjam metas de desemprego e, enfim, elevem o poder de compra da
população. Esse processo todo acontece por meio da progressiva regulamentação
da economia.

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