Viagens Na Minha Terra
Viagens Na Minha Terra
Viagens Na Minha Terra
Garrett recebeu um convite para fazer uma viagem e para a relatar num folhetim de jornal, o que faz
com que este texto tenha marcas de um texto jornalístico (nomeadamente uma crónica):
Crónica da viagem;
Ficção (novela).
O relato de uma viagem real (de Lisboa a Santarém);
Uma novela (narração da história de Joaninha, uma narrativa encaixada).
Viagens “interiores”: reflexões, digressões e divagações.
A viagem real desenvolve-se de Lisboa a Santarém, o espaço físico percorrido vai sendo descrito
criticamente, tendo em conta os sentimentos e pensamentos que desperta no narrador-autor.
Personagens da história:
O texto assemelha-se ao barco do início da viagem: não está «ansioso de correr»; é um barco «sério
e sisudo». (Capítulo I).
CAPÍTULO I
O livro começa com o narrador a contar sobre a sua vontade de partir em viagem de Lisboa a
Santarém. Chegando ao destino, o narrador começa a ter comentários através da observação de uma
janela.
“De como o autor deste erudito livro se resolveu a viajar na sua terra, depois de ter viajados no seu
quarto”
Tom satírico
PERSONAGENS
Narrador: Considera serem os agentes da mudança do país: o povo e a aristocracia esclarecida.
Carlos:
Carlos é o herói romântico: trata-se uma figura de exceção, marcada pela intensidade e
instabilidade afetiva;
O seu trajeto existencial que foi definido pelo destino, mas também pelo seu caráter
inconstante que faz alternar entre solicitações e apelos opostos - verdade/mentira,
pureza/sensualidade, natureza/sociedade;
Tornando-se narrador da sua própria existência, a carta que escreve a Joaninha ilustra a
vertente confessionalista do romantismo e analisa a psicologia de uma personagem que é
produto do seu contexto.
A relação com o Vale de Santarém, lugar equivalente ao Éden, define o estatuto e a existência dos
dois primos: Carlos abandona o paraíso e o seu caráter é corrompido, transformando-se no homem
social caracterizado pela inconstância; Joaninha mantém-se no Vale, dominado no seu caráter a
estabilidade - dos afetos e dos valores. Se Carlos se torna o homem social, Joaninha simboliza a
própria natureza, na sua essência primordial e com os seus valores originais positivos; os seus olhos
verdes representam metonimicamente essa ligação. Carlos exemplifica o progresso social português,
dado que evolui do idealismo (espiritualismo) para o materialismo; por outro lado, é a vivência
social, deformadora e corruptora, que o desvia do seu ser e destino naturais.
Joaninha: