Eliana de Castro
Eliana de Castro
Eliana de Castro
Eliana de Castro
RELIGIÃO E ROMANTISMO:
O ADULTÉRIO DE ANNA KARIÊNINA
À LUZ DA TEORIA ROMÂNTICA DA PAIXÃO
São Paulo - SP
2018
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Eliana de Castro
RELIGIÃO E ROMANTISMO:
O ADULTÉRIO DE ANNA KARIÊNINA
À LUZ DA TEORIA ROMÂNTICA DA PAIXÃO
São Paulo - SP
2018
Banca Examinadora
_________________________________
_________________________________
_________________________________
Agradeço imensamente à CAPES
pela bolsa concedida e pelo financiamento
do Mestrado em Ciência da Religião.
AGRADECIMENTOS
Para todos que não deixaram que nada me faltasse nesse período. Para
todos que compreenderam minha ausência. Para todos que celebrarão
comigo mais essa etapa.
INTRODUÇÃO:.......................................................................................11
CAPÍTULO UM
Literatura, sua importância e relações...............................................14
Literatura e religião.................................................................................14
Modelos de conduta ficcionais................................................................18
Literatura e cosmovisão..........................................................................23
Literatura no cotidiano.............................................................................24
Literatura para além de tudo...................................................................25
CAPÍTULO DOIS
Romantismo: o movimento e suas relações......................................33
Romantismo: o movimento.....................................................................33
Isaiah Berlin............................................................................................34
Romantismo e religião............................................................................44
Romantismo e literatura..........................................................................54
CAPÍTULO TRÊS
Tolstói e os contextos..........................................................................58
CAPÍTULO QUATRO
O amor romântico em Anna Kariênina................................................90
CONCLUSÃO.......................................................................................129
BIBLIOGRAFIA....................................................................................132
11
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO UM
Literatura, sua importância e relações
Literatura e religião
1
1740-1814.
2
SADE, Marquês de. Os crimes do amor e a arte de escrever ao gosto do público.
Porto. Alegre, LPM, 2000. Edição Kindle.
3
Idem.
4
Ibidem.
5
A definição de religião que adotamos é a de Clifford Geertz (1926-2006), religião
como sistema de símbolos.
6
Esta é uma compreensão mais alargada do amor. Não estamos tratando de amor
romântico. Sempre nos referiremos ao amor como amor romântico, quando assim não
for, explicaremos o outro sentido.
15
não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”, diz a Bíblia dos
cristãos.7
A primeira pergunta que então levantamos para tentar
compreender religião e amor por meio da literatura é: os caminhos da
religião e da literatura convergem em algum momento? Se sim, por que
deveríamos partir para uma investigação a fim de descobrir e apontar
em que momento as duas categorias torna-se uma só? Se é que se
tornam. Ou será que apenas coexistem? Seria melhor dizer que religião
e literatura dialogam? Se dialogam, dialogam mais do que há
pressupostos, principalmente para a Ciência da Religião?
A literatura faz parte do que podemos chamar de patrimônio
cultural, que por sua vez é compreendido como herança ativa na
construção da sociedade.8 O que parece despontar como premissa,
assim sendo, e usamos de maneira intuitiva para nos guiar nesta
pesquisa, é que literatura e religião não apenas dialogam, mas o fazem
com tanta fluidez que às vezes dão a impressão de que são uma só.
Se ainda o escritor em ação, autor da obra analisada, for um
agente religioso, mesmo que não intencionalmente, com a finalidade de
evangelizar propriamente dita, religião e literatura seguirão numa relação
de pura fruição.
Estariam então o amor e a religião juntos, ainda que nas brumas,
nos grandes enredos de cavalaria, de reinos e tudo o mais que a
imaginação pode alcançar? Ou mesmo quando não estão, estão como
ausência, uma vez que “mesmo quando se afasta da religião, o homem
permanece submetido a ela; esgotando-se em forjar simulacros de
deuses”?9
Supomos que esses motivos prévios pelos quais os romances
foram empregados “para o amor ou para a superstição”10 estejam
7
1 epístola de João, capítulo 4, verso 8.
8
PINTO, Paulo Mendes. Ciência da Religião aplicada ao patrimônio cultural. In:
PASSOS, João Décio; USARSKI, Frank (Orgs.). Compêndio de Ciência da Religião.
São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013, pg. 641.
9
CIORAN, Emil. Breviário da Decomposição. São Paulo: Rocco, 2014.
10
SADE, Marquês de. Os crimes do amor e a arte de escrever ao gosto do público.
Porto. Alegre, LPM, 2000. Edição Kindle.
16
11
CIORAN, Emil. Breviário da Decomposição. São Paulo: Rocco, 2014.
12
Idem.
13
Ibidem.
14
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras,
1997. Edição Kindle.
15
Idem.
16
Idem.
17
1818-1883
18
TURGUENIEV, Ivan. Primeiro amor. São Paulo: Penguin Companhia das Letras,
2015. Edição Kindle.
19
PAMUK, Omar. O romancista ingênuo e o sentimental. São Paulo: Companhia das
Letras, 2010. Edição Kindle.
20
Idem.
17
21
BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da
religião. São Paulo: Paulinas, 1985, pg. 15.
22
Idem.
23
HOCK, Klaus. Introdução à Ciência da Religião. São Paulo: Loyola, 2010, pg. 86.
24
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras,
1997. Edição Kindle.
25
BLOOM, Harold. Como e por que ler? São Paulo: Objetiva, 2001. Edição Kindle.
26
Idem.
27
Ibidem.
28
Ibidem.
18
29
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992. Edição
Kindle.
30
Idem.
31
Ibidem.
32
2 Samuel 13.
33
OZ, Amós. Os judeus e as palavras. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. Edição
Kindle.
19
34
Idem.
35
Ibidem.
36
Ibidem.
37
Ibidem.
38
1898-1979.
39
SCRUTON, Roger. Beleza. São Paulo: É Realizações, 2013, pg. 34.
40
Idem.
20
41
CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
Edição Kindle.
42
NABOKOV, Vladimir. Lições de literatura russa. São Paulo: Três Estrelas, 2014, pg.
194.
43
Idem.
44
1803-1870.
45
MÉRIMÉE, Prosper. Carmen. São Paulo: Círculo do Livro, 1989. Edição Kindle.
46
1925-1964.
47
BLOOM, Harold. Como e por que ler? São Paulo: Objetiva, 2001. Edição Kindle.
21
48
Idem.
49
Ibidem.
50
COUTINHO, João Pereira. Ensaio sobre o fanatismo. Folha de S.Paulo: Ilustrada.
2009, 27 de outubro.
51
CIORAN, Emil. Nos cumes do desespero. São Paulo: Hedra, 2012.
52
NOGUEIRA, C. R. F. O diabo no imaginário cristão. Bauru: Edusc, 2000, pg. 104.
22
53
COUTINHO, João Pereira. Gelo no coração. Folha de S.Paulo: Ilustrada. 2018, 10 de
abril.
54
Idem.
55
1818-1848.
56
BATAILLE, George. A literatura e o mal. São Paulo: LP&M, 1989, pg. 13.
57
1798-1874.
58
BATAILLE, George. A literatura e o mal. São Paulo: LP&M, 1989, pg. 63.
59
1757-1827.
60
BATAILLE, George. A literatura e o mal. São Paulo: LP&M, 1989, pg. 77.
61
1821-1867.
62
1871-1922.
63
1883-1924.
64
1910-1986.
23
Literatura e cosmovisão
65
PONDÉ, Luiz Felipe. Literatura e religião. Palestra na Universidade Metodista. Vídeo
publicado em 13 de outubro de 2012. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=gz8WsCuQD3o&t=327s> Acessado em 14 de
agosto de 2017.
66
Idem.
67
Ibidem.
68
Ibidem.
69
Ibidem.
70
1821-1881.
71
STEINER, George. Tolstói ou Dostoiévski. São Paulo: Perspectiva, 2006, pg. 15.
24
Literatura no cotidiano
72
1812-1891.
73
Romance da escritora americana Eleanor H. Porter (1868-1920), publicado em 1913,
considerado um clássico da literatura infantojuvenil.
25
74
SCRUTON, Roger. Beleza. São Paulo: É Realizações, 2013, pg. 120.
75
1749-1832.
76
1564-1616.
77
70ac-19ac.
78
SCRUTON, Roger. Beleza. São Paulo: É Realizações, 2013, pg. 120. Segundo
Roger Scruton, esses são os livros que mudaram a forma como vemos o mundo, mas
não só. Para Scruton, quem não os leu, o mundo é um lugar diferente.
79
1547-1616.
80
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras,
1997. Edição Kindle.
81
HOUELLEBECQ, Michel. Submissão. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015. Edição Kindle.
82
Idem.
26
83
Ibidem.
84
NABOKOV, Vladimir. Lições de literatura russa. São Paulo: Três Estrelas, 2014, pg.
12.
85
Idem, pg. 15.
86
Ibidem.
87
Ibidem.
88
Ibidem.
89
Ibidem.
90
BLOOM, Harold. Como e por que ler? São Paulo: Objetiva, 2001. Edição Kindle.
91
BARTHES, Roland. Aula. São Paulo: Cultrix, 1988. Edição Kindle.
27
92
PONDÉ, Luiz Felipe. Literatura e religião. Palestra na Universidade Metodista. Vídeo
publicado em 13 de outubro de 2012.
93
Idem.
94
Ibidem.
95
1768-1834.
96
TROMBLEY, Stephen. 50 pensadores que formaram o mundo moderno. São Paulo:
Texto Editores, 2014. Edição Kindle.
28
97
SOARES, Afonso Maria Ligorio. Introdução à Ciência da Religião Aplicada. In:
PASSOS, João Décio; USARSKI, Frank (Orgs.). Compêndio de Ciência da Religião.
São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013, pg. 573.
98
MÉRIMÉE, Prosper. Carmen. São Paulo: Círculo do Livro, 1989. Edição Kindle.
99
SCRUTON, Roger. Beleza. São Paulo: É Realizações, 2013, pg. 143.
100
Idem.
101
Ibidem.
29
102
PONDÉ, Luiz Felipe. Literatura e Religião. Palestra na Universidade Metodista.
Vídeo publicado em 13 de outubro de 2012.
103
HOCK, Klaus. Introdução à Ciência da Religião. São Paulo: Loyola, 2010, pg. 27.
104
Idem.
105
Ibidem.
106
Ibidem.
107
PONDÉ, Luiz Felipe. Literatura e Religião. Palestra na Universidade Metodista.
Vídeo publicado em 13 de outubro de 2012.
108
Idem.
30
109
SADE, Marquês de. Os crimes do amor e a arte de escrever ao gosto do público.
Porto. Alegre, LPM, 2000. Edição Kindle.
110
Idem.
111
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras,
1997. Edição Kindle.
112
O que acaba por não acontecer porque Narciso se vê no reflexo da água, o que o
leva à morte.
113
CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
Edição Kindle.
114
Idem.
115
Ibidem.
116
PONDÉ, Luiz Felipe. Literatura e Religião. Palestra na Universidade Metodista.
Vídeo publicado em 13 de outubro de 2012.
117
CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
Edição Kindle.
31
118
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras,
1997. Edição Kindle.
119
Idem.
120
Ibidem.
121
Ibidem.
122
Ibidem.
123
Ibidem.
32
124
1768-1848.
125
TWORUSCHKA, Udo. Ciência Prática da Religião. In: PASSOS, João Décio;
USARSKI, Frank (Orgs.). Compêndio de Ciência da Religião. São Paulo: Paulinas:
Paulus, 2013, pg. 579.
126
Idem.
127
SOARES, Afonso Maria Ligório. Introdução à Ciência da Religião Aplicada. In:
PASSOS, João Décio; USARSKI, Frank (Orgs.). Compêndio de Ciência da Religião.
São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013, pg. 573.
128
Idem.
129
Ibidem.
33
CAPÍTULO DOIS
Romantismo: o movimento e suas relações
Romantismo: o movimento
130
BERLIN, Isaiah. As Raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015, pg. 28.
131
Idem, pg. 28.
34
Isaiah Berlin
132
LÖWY, Michael. SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015, 19.
133
1872-1970.
134
RUSSELL, Bertrand. A filosofia entre a religião e a ciência. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1957. Edição Kindle.
135
1898-1963.
136
LEWIS, C.S. Cristianismo puro e simples. São Paulo: ABU, 1997. Versão Kindle.
137
1711-1776.
35
138
Que aconteceram em março e abril de 1965, na National Gallery of Art, em
Washington, Estados Unidos.
139
BERLIN, Isaiah. As Raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015, pg. 23.
36
140
Idem.
141
SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo: Estação
Liberdade, 2010, pg. 16.
142
Idem.
37
143
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015, pg. 22.
144
BERLIN, Isaiah. As Raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015, pg. 24.
145
Idem, pg. 217.
146
Ibidem.
147
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1987, pg. 64.
148
1744-1803.
149
SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo: Estação
Liberdade, 2010, pg. 22.
150
Idem, pg. 23.
151
1795-1821
152
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1987, pg. 66.
38
153
Idem.
154
Ibidem.
155
Ibidem.
156
Ibidem.
157
Ibidem, pg. 64.
158
Ibidem.
159
Fazendo uso da expressão de Max Weber (1864-1920).
39
160
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015, pg. 18.
161
Idem.
162
Ibidem.
163
Ibidem.
164
1712-1778.
165
BERLIN, Isaiah. As Raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015, pg. 31.
166
1757-1827.
167
BATAILLE, George. A literatura e o mal. São Paulo: LP&M, 1989, pg. 85.
40
168
1770-1850.
169
1722-1834.
170
1788-1824.
171
1771-1832.
172
1802-1885.
173
1802-1870.
174
1746-1828.
175
1798-1863.
176
1774-1840.
177
1773-1842.
178
1729-1797.
179
1809-1865.
180
1898-1979.
181
1858-1918.
182
1855-1936.
41
183
SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo: Estação
Liberdade, 2010, pg. 52.
184
Idem.
185
BERLIN, Isaiah. As Raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015, pg.
216.
186
DOSTOIÉVSKI. Notas do subsolo. Porto Alegre: LP&M, 2011. Edição Kindle.
187
Idem.
188
Ibidem.
189
Ibidem.
42
190
Ibidem.
191
Ibidem.
192
Ibidem.
193
Ibidem.
194
Ibidem.
195
Ibidem.
196
Ibidem.
197
Ibidem.
198
Ibidem.
199
Ibidem.
200
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1987, pg. 64.
43
201
1770-1827.
202
1810-1849.
203
1840-1893.
204
1809-1847.
205
1811-1886.
206
1843-1907.
207
1833-1897.
208
1564-1616.
209
1759-1805.
210
BERLIN, Isaiah. As raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015.
211
Idem.
212
Ibidem.
213
Ibidem.
214
Ibidem, pg. 216.
215
Ibidem.
44
Romantismo e religião
216
Ibidem.
217
Ibidem.
218
1772-1801.
219
SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo: Estação
Liberdade, 2010, pg. 126.
220
Idem.
221
Ibidem.
222
Ibidem.
223
Ibidem.
224
Ibidem.
45
225
Ibidem.
226
Importante ressaltar que Dostoiévski não foi um dos românticos, mas sua frase é de
pura inspiração romântica.
227
SCRUTON, Roger. Beleza. São Paulo: É Realizações, 2013, pg. 19.
228
Idem.
229
Ibidem, pg. 13.
230
1770-1831.
46
231
1772-1829.
232
1775-1854.
233
1762-1814.
234
1730-1788.
235
SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo: Estação
Liberdade, 2010, pg. 17.
236
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015.
237
Termo do crítico belga Thomas Ernest Hulme (1883-1917) citado por Hoxie Neale
Fairchild (1894-1973), reproduzido por LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e
melancolia – o romantismo na contracorrente da modernidade.
238
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015.
239
Idem.
240
1776-1822.
241
1844-1900.
242
HULME, Thomas Ernest apud LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e
melancolia – o romantismo na contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo,
2015, pg. 53.
47
243
SCRUTON, Roger. Beleza. São Paulo: É Realizações, 2013, pg. 185.
244
SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo: Estação
Liberdade, 2010, pg. 136.
245
Idem.
246
Ibidem.
247
Ibidem.
248
Ibidem.
249
Ibidem.
250
Ibidem, 127.
251
Ibidem.
252
Ibidem.
253
Ibidem, pg. 132.
48
254
Ibidem, pg. 127.
255
Ibidem.
256
Ibidem.
257
Ibidem, pg. 128.
258
Ibidem.
259
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015, pg. 161.
260
Aprofundar sua participação no movimento, e como influencia a vida de Tolstói,
necessitaria abordar um traço do Romantismo que abdicamos, principalmente pela
necessidade de outra luz sobre o objeto de nosso estudo. Seria esse traço o político, do
qual já falamos. Então, trataremos de Coleridge apenas em sua visão religiosa e literária.
261
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015, pg. 161.
49
262
Idem.
263
Ibidem.
264
TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição Kindle.
265
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015, pg. 161.
266
Idem.
267
BASSÍNSKI, Pavel. Tolstói: a fuga do paraíso. São Paulo: LeYa, 2013. Edição
Kindle.
268
Idem.
50
269
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 37.
270
BASSÍNSKI, Pavel. Tolstói: a fuga do paraíso. São Paulo: LeYa, 2013. Edição
Kindle.
271
Idem.
51
272
TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição
Kindle.
273
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015, pg. 161.
274
Idem.
275
BERLIN, Isaiah. As raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015, pg. 74.
276
1724-1804.
277
BERLIN, Isaiah. As raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015, pg. 78.
52
278
Idem.
279
Ibidem.
280
Ibidem.
281
Ibidem.
282
Ibidem, pg. 84.
283
Ibidem.
284
1711-1776.
53
285
PAINE, Scott Randall. Filosofia da Religião. In: PASSOS, João Décio; USARSKI,
Frank (Orgs.). Compêndio de Ciência da Religião. São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013,
pg. 106.
286
1798-1857.
287
Idem.
288
SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo: Estação
Liberdade, 2010, pg. 132.
289
Idem.
290
Ibidem.
291
Ibidem.
292
Ibidem.
54
Romantismo e literatura
293
HUME, David. A história natural da religião. Unesp: São Paulo, 2005. Edição Kindle.
294
SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo: Estação
Liberdade, 2010, pg. 133.
295
Idem.
296
Ibidem, pg. 134.
297
Ibidem.
298
BERLIN, Isaiah. As Raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015, pg. 75.
299
SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São Paulo: Estação
Liberdade, 2010, pg. 135.
300
BERLIN, Isaiah. As Raízes do Romantismo. São Paulo: Três Estrelas, 2015, pg. 28.
55
301
CARPEAUX, Otto Maria. A história da literatura ocidental. São Paulo: LeYa, 2012.
Edição Kindle.
302
Idem.
303
Ibidem.
304
Ibidem.
305
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. São Paulo: Editora 34, 2007, pg. 118.
306
Idem.
307
Ibidem.
308
Ibidem.
309
Ibidem.
310
Ibidem.
311
Ibidem, pg. 122.
312
Ibidem.
56
E voltamos a Cioran:
313
Ibidem.
314
1911-1995.
315
CIORAN, Emil. Nos cumes do desespero. São Paulo: Hedra, 2012, pg. 16.
316
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. São Paulo: Editora 34, 2007, pg. 124.
317
CIORAN, Emil. Nos cumes do desespero. São Paulo: Hedra, 2012, pg. 16.
57
318
BERLIN, Isaiah. Pensadores russos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, pg.
146.
58
CAPÍTULO TRÊS
Tolstói e os contextos
319
BERLIN, Isaiah. Pensadores russos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, pg.
244.
320
Essa ideia será explicada ao longo do capítulo.
59
321
Uma vez que seus principais biógrafos não tenham conseguido catalogar seus
escritos, esta pesquisa não se compromete com a tarefa de mencioná-los todos. Nem
mesmo o secretário particular de Tolstói, Nikolai Gusev, conseguiu. Morreu aos 85
anos sem ter finalizado a obra para a qual se dispôs: Materials for a Biography.
322
Todos eles, de alguma forma, inspiraram seus personagens nos grandes romances,
por isso a menção.
60
papel que viria a desempenhar não apenas como educador do seu povo,
mas também como crítico da própria educação formal.
A decisão de ser educado em casa foi tomada por Mária, a mãe,
que antes de morrer implorou ao marido, Nikolai Ilitch, que não
permitisse que Tolstói fosse educado fora de casa. A preocupação de
Mária era que seu filho, nos anos de formação, sofresse “más
influências.” 323
Em 1844, quando entrou para a universidade, não concluiu a
graduação porque rejeitava tudo aquilo que não satisfazia o seu senso
crítico. Uma das razões do abandono, por exemplo, foi porque
considerava os professores “incompetentes” e que apenas “tratavam de
questões banais”. 324
Já em 1859, quando abriria escolas para os filhos dos
camponeses em Iásnaia Poliana, o tema educação se tornaria uma das
principais motivações de sua trajetória, levando-o até a estudar
pedagogia, em 1860, na Europa Ocidental. Tolstói abriu muitas escolas
e escreveu diversas cartilhas.
Nikolai Ilitch, o pai, morreu em 1837. Liev e seus irmãos
passaram então a morar com as tias: primeiro Aline; depois Toinette; e,
por fim, Elisaveta, que residia em Kazan, localizada entre Moscou e os
Montes Urais, atualmente a terceira maior cidade do país, conhecida
como a tradicional capital muçulmana da Rússia.
Em sua trajetória, porém, Kazan viria a significar o fim de sua
325
“inocência”. Esses anos de juventude foram profundamente
marcados pela “grosseira vida dissoluta a serviço da ambição, da
vaidade e, acima de tudo, da luxúria”. 326
Do ano em que começou a escrever, primeiramente em diários,
passando depois para os romances, quando conquistou reconhecimento
internacional, Tolstói viveu muitos conflitos pessoais, morais e religiosos.
323
SOARES, Maria Aparecida B. P. Prefácio. In: TOLSTÓI, Liev. Infância, adolescência
e juventude. São Paulo: LP&M, 2009. Edição Kindle.
324
BERLIN, Isaiah. Pensadores russos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, pg.
244.
325
BARTLETT, Rosamund. Tolstói: a biografia. São Paulo: Globo, 2013, pg. 99.
326
Idem, pg. 105.
61
Os primeiros conflitos
327
Ibidem, pg. 21.
328
TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição
Kindle.
329
BARTLETT, Rosamund. Tolstói: a biografia. São Paulo: Globo, 2013, pg. 105.
62
330
TOLSTÓI, Liev. A Sonata a Kreutzer. Editora 34: São Paulo, 2007, pg. 25.
331
Idem.
332
Ibidem.
333
TOLSTÓI, Liev. O Diabo. LP&M: Porto Alegre, 2012, pg. 8.
63
334
BLOOM, Harold. Como e por que ler? São Paulo: Objetiva, 2001, pg. 55. Edição
Kindle.
64
335
BERLIN, Isaiah. Pensadores russos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, pg.
245.
336
Idem, pg. 242.
337
Ibidem, pg. 255.
338
Ibidem, pg. 255.
65
339
SCHNAIDERMAN, Boris. Posfácio.IN: TOLSTÓI, Liev. Felicidade Conjugal. Editora
34: São Paulo, 2009, pg. 116.
340
Ibidem, pg. 255.
341
Ibidem.
342
Ibidem.
66
343
BERLIN, Isaiah. Pensadores russos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, pg.
242.
344
Segundo David Hume (1711-1776) no elementar História natural da religião (1757),
considerado a primeira obra científica sobre religião, sem o caráter confessional. Nesta
obra, escreve que “as primeiras ideias de religião não nasceram de uma contemplação
67
As obras-primas
349
demonstra ser”. Ela deve, também, e principalmente, apontar o que o
homem “pode ser, ou no que pode ser transformado pelo vício e
350
agitações das paixões.” Uma obra-prima então se torna parte da
própria consciência.
Conhecida como sua primeira obra-prima, Guerra e Paz usa
como pano de fundo a invasão de Napoleão Bonaparte351 e seus
352
soldados na Rússia. O romance tornou-se ao longo dos anos, além
de renomada ficção, importante obra de realismo:
349
Idem.
350
Ibidem.
351
1769 – 1821.
352
1789 a 1799.
353
MENAND, Louis. What do we love about "War and Peace"? The New Yorker: 2016.
354
PINTO, Manuel da Costa. Talento ficcional supera a pregação religiosa de Tolstói.
Folha de S.Paulo: Ilustrada, 2010, 26 de junho.
355
Idem.
69
356
1839-1897.
70
357
TOLSTÓI, Liev. Padre Sérgio. São Paulo: Cosac Naify, 2001, pg. 9 e 10.
72
358
FIGUEIREDO, Rubens. Introdução. In: TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo:
Cosac Naify, 2013, pg. 08.
359
ROTHMAN, Joshua. Is “Anna Karenina” a love story? The New Yorker, 2012.
360
PARINI, Jay. Introdução. In: TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia
das Letras, 2010. Edição Kindle.
73
361
NABOKOV, Vladimir. Lições de literatura russa. São Paulo: Três Estrelas, 2014, pg.
190.
362
Idem.
363
BEARD, Mary. Facing death with Tolstoy. The New Yorker: 2013.
74
As críticas de Tolstói
366
BEARD, Mary. Facing death with Tolstoy. The New Yorker: 2013.
367
A ideia da resistência não violenta aparece em várias cartas, mas tomamos de
exemplo a carta destinada a Ernest Howard Crosby, em 1896. Nesta carta, Tolstói fala
sobre o assunto com o amigo e diz, inclusive, que a mensagem de Cristo sobre a
resistência não violenta não é para o povo, mas para “os chamados mestres ortodoxos
da Igreja, os principais e mais perigosos inimigos do cristianismo”. Consta no livro
Últimos dias.
368
Nomeado pelo escritor belga Daniel Gillès.
369
1483-1546
76
370
TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição
Kindle.
371
Idem.
372
De acordo com Marco Vannini, em Introdução à mística, diz sobre a vida do espírito,
isso que não pode ser compreendido por meio sistema, apenas pela fenomenologia.
VANNINI, Marco. Introdução à mística. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
373
STEINER, George. Tolstói ou Dostoiévski. São Paulo: Perspectiva, 2006, pg. 15.
77
374
Todas as razões da excomunhão:
378
TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição
Kindle.
379
Idem.
380
TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição
Kindle.
79
381
Idem.
382
Evangelho de João, capítulo 2, versos 13 a 22.
383
Evangelho de Mateus, capítulo 5.
80
384
TOLSTÓI, Leon. Ressurreição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017, pg. 356.
81
385
TOLSTÓI, Liev. Padre Sérgio. São Paulo: Cosac Naify, 2001, pg. 66.
386
Um problema a ser analisado mais profundamente pela Teologia e não pela Ciência
da Religião.
82
387
TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição
Kindle.
388
Idem.
389
Idem.
390
Ibidem.
83
391
Ibidem.
392
Ibidem.
393
Devido à complexidade dos três termos: humanismo, mística e ciência, decidimos
não explicá-los em pormenores. Sem dúvida, rendem outras dissertações.
394
TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição
Kindle.
84
A questão do desejo
395
TOLSTÓI, Liev. Padre Sérgio. São Paulo: Cosac Naify, 2001, pg. 81.
396
TOLSTÓI, Liev. Últimos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição
Kindle.
397
Idem.
85
398
SCHNAIDERMAN, Boris. Posfácio. IN: TOLSTÓI, Liev. A Sonata a Kreutzer. Editora
34: São Paulo, 2007, pg. 110.
399
TOLSTÓI, Liev. A Sonata a Kreutzer. Editora 34: São Paulo, 2007, pg. 18.
400
Idem.
86
401
Ibidem, pg. 92.
87
402
TOLSTÓI, Liev. Padre Sérgio. São Paulo: Cosac Naify, 2001, pg. 39.
403
TOLSTÓI, Liev. O Diabo. LP&M: Porto Alegre, 2012, pg. 37.
404
Idem.
88
conversa com Stiva sobre mulheres, diz: “Você tem medo de aranhas, e
eu desses répteis.”405
A fim de vencer as tentações que sentia por seu apetite sexual,
Tolstói levava seus personagens homens ora a algum tipo de redenção
espiritual, como Padre Sérgio, ora ao extremo como o suicídio, caso de
Evguêni, de O Diabo. Nunca, porém, conviviam de maneira natural com
o desejo sexual. Suas personagens mulheres, as atraentes, eram quase
sempre condenadas, se não à morte a algum tipo de castigo, como a
própria repulsão ao sexo, caso de Maslova e Anna Pavlovna, outra
personagem de Ressurreição; ou mesmo ao estigma de algo do mal:
O diabo foi a camponesa tentadora de O Diabo; assim como
frívola e diabólica foi considerada Mákovkina, aquela que bateu à porta
de Padre Sérgio, a fim de seduzi-lo: “Meu Deus! Será verdade o que li
na Vida dos Santos? Que o demônio toma a forma feminina?”406 Aos
trilhos para a morte aquela que traiu, Anna, de Anna Kariênina;
condenada a serviços desumanos a sedutora Catarina Maslova, que
ainda possuía algumas virtudes, embora não fizesse nenhum esforço
para se salvar, de Ressurreição. Até a doce Natacha Rostov é chamada
de “pólvora”.407 E mesmo Mária Aleksândrovna, de Felicidade Conjugal,
teve o seu quinhão de infelicidade pela “futilidade” de algumas vontades
que a levaram, com suas próprias mãos, a destruir o “amor verdadeiro”.
Cremos que está na história de Mária Aleksândrovna a veia
nevrálgica do que Tolstói compreendia ser o amor a dois. O “amor” que
Anna Kariênina desprezou quando decidiu abandonar o marido e o filho
por amor a Aleksiei Vrónski. Felicidade Conjugal dará passagem à Anna
Kariênina e religião ao amor romântico.
405
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 55.
406
TOLSTÓI, Liev. Padre Sérgio. São Paulo: Cosac Naify, 2001, pg. 39.
407
TOLSTÓI, Liev. Guerra e Paz. São Paulo: Cosac Naify, 2015, pg 103.
89
Morte
408
BEARD, Mary. Facing death with Tolstoy. The New Yorker: 2013.
409
Fundada em 1909, por Charles Pathé (1883 - 1937), precursor do cinejornalismo.
90
CAPÍTULO QUATRO
O amor romântico em Anna Kariênina
“Por toda a parte cumpre que ele reze, por toda parte cumpre que
ele ame.”410 Foi dessa forma que abrimos a pesquisa e é dessa mesma
forma pretendemos encerrá-la. Amar é o ato fundador da humanidade411
da mesma maneira que é da natureza do amor ser refém do destino.412
Entretanto, é possível que o amor seja dádiva ao mesmo tempo
em que é pecado? E pode ser graça mesmo quando é proibido? É o
amor metafísico? É místico? Foi criado pela religião? Transforma-se nas
diversas culturas? Ou será que há algo no amor que “transcende as
suas metamorfoses históricas”413 e por isso mesmo “o amor será sempre
o amor”?414
Hipólito é a primeira tragédia de amor da literatura.415 Escrita por
Eurípedes, é marcada por sentimentos extremos, exagerados. Desde
Hipólito, passando por Romeu e Julieta, chegando às edições populares
de novelas como Bianca, Julia e Sabrina, expostas em bancas de jornal
410
SADE, Marquês de. Os Crimes do Amor e a Arte de Escrever ao Gosto do Público.
Porto. Alegre, LPM, 2000. Edição Kindle.
411
BAUMAN, Zigmunt. Amor Líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. Edição Kindle.
412
Idem.
413
LIPOVETSKY, Gilles. Terceira mulher: Permanência e revolução do feminino. São
Paulo: Companhia das Letras, 1997. Edição Kindle.
414
Idem.
415
CARPEAUX, Otto Maria. A história da literatura ocidental. São Paulo: LeYa, 2012.
Edição Kindle.
91
416
GREENBLATT, Stephen. A virada. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. Edição
Kindle.
417
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 38.
418
BATAILLE, Georges. O erotismo. São Paulo: Autêntica, 2013, pg. 43.
419
Idem.
92
vida. Num piscar de olhos, você se dá conta de que não pode mais amar
sua esposa com amor, por mais que a estime. E então, de repente,
aparece o amor, e você está perdido, perdido!”420
Então, é mesmo do caráter do amor ser refém do destino como o
é ser refém da desordem: “Só existe amor eterno contrariado.”421 Não
pode haver paixão sem luta: “É preciso ser Werther ou nada.”422
Por isso também é tão raro. E por isso, inclusive, é exagerado:
“Por que seria preciso amar raramente para amar muito?”423
A obra: 1873-1877
420
Idem, pg. 55.
421
CAMUS, Albert. O Mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Best Bolso, 2017.
422
Idem.
423
Ibidem.
93
424
Como já apresentamos, Liévin é considerado também um alter ego de Tolstói.
94
425
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
426
Idem.
427
Na versão que analisamos, editada e publicada pela Cosac Naify, em 2013, com
tradução de Rubens Figueiredo.
428
Nabokov, Vladimir. Lições de literatura russa. Três Estrelas: São Paulo, 2014, pg.
197.
429
STEINER, George. Tolstói ou Dostoiévski. São Paulo: Perspectiva, 2006, pg. 35.
95
430
Nabokov, Vladimir. Lições de Literatura Russa. Três Estrelas: São Paulo, 2014, pg.
197.
431
Idem.
432
Ibidem.
433
1799-1837.
96
434
BARTLETT, Rosamund. Tolstói – A biografia. São Paulo: Globo, 2013, pg. 240.
435
Idem, pg. 279.
436
Ibidem.
437
STEINER, George. Tolstói ou Dostoiévski. São Paulo: Perspectiva, 2006, pg. 36.
Steiner cita o estudo de Matthew Arnold (1822-1888) sobre Tolstói, um estudo que,
aliás, foi aprovado pelo próprio. Neste estudo, Arnold cita que o que o romance perde
em arte, mas ganha em realidade.
438
FIGUEIREDO, Rubens. Introdução. In: TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo:
Cosac Naify, 2013, pg. 12.
439
Idem.
97
adultério, é algo que, sem dúvida, Tolstói não faz, principalmente porque
Tolstói também não deixa de tornar Anna Kariênina uma espécie de
heroína, pela coragem de romper com tudo em nome do que sente, o
seu amor real por Vrónski.
Anna Kariênina pode ser ainda um romance sobre como os
problemas ditos morais pesam mais sobre os ombros de uma mulher
adúltera do que sobre os ombros de um homem adúltero. Se a análise
fosse sobre essa ótica, por exemplo, não apenas o próprio conde
Vrónski seria um exemplo, mas o próprio irmão de Anna, Stiva, como já
apontamos.
Tolstói não esconde o distinto tratamento, como podemos ver em
suas próprias palavras: “Apesar de Stiepan Arcáditch ser totalmente
culpado em relação à esposa e de ele mesmo pensar assim, quase
todos na casa, e até a babá, principal aliada de Dária Aleksándrovna,
estavam do lado dele”442.
O que pesaria em uma análise por essa ótica? A mulher vive o
amor de maneira tão distinta do homem que trair é mais ou menos
grave? Diferentemente de uma análise feminista, sobre os direitos
propriamente ditos, o foco seria a anulação das diferenças entre os
sexos no sentido biológico e psicológico. Ao longo da obra, há diversas
maneiras de interpretar o adultério, inclusive. Os adultérios são
motivados por paixão, por diversão, por autoafirmação ou – até – o não
praticado por covardia, como podemos ver em Dolly, mas que havia o
desejo de ter sido praticado, como uma forma de coragem, de liberdade
e, inclusive, de autoestima.
Na sexta parte do romance, quando Anna já mora com Vrónski,
Dolly resolve visitá-la em sua nova casa, e seus próprios pensamentos a
consomem ao ver camponesas “saudáveis, contentes”443 e pensa sobre
si mesma:
442
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg 21.
443
Idem, pg 598.
99
444
Ibidem.
445
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 57.
446
Idem, pg. 71.
447
Ibidem.
448
Ibidem, pg. 84.
100
Anna e Vrónski
449
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 73.
101
A conexão irremediável
450
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 83.
102
Sentia haver aí algo que lhe dizia respeito, algo que não deveria
existir”451.
451
Ibidem, pg. 85.
452
ROTHMAN, Joshua. Is “Anna Karenina” a love story? The New Yorker, 2012.
453
CLEMENT, Olivier. Apresentação. IN: EVDOKIMOV, Paul. O sacramento do amor.
São Paulo: Edições Paulinas, 1989, pg. 5.
454
Idem.
455
Ibidem.
456
Ibidem, pg. 6.
103
Felicidade Conjugal
457
ROTHMAN, Joshua. Is “Anna Karenina” a love story? The New Yorker, 2012.
458
Ibidem.
104
459
EVDOKIMOV, Paul. O sacramento do amor. São Paulo: Edições Paulinas, 1989, pg.
54.
460
Idem, pg. 72.
461
Ibidem.
462
Ibidem, pg. 73.
105
463
Ibidem, pg. 75.
464
Ibidem.
465
Ibidem.
466
Ibidem.
467
Ibidem.
468
Ibidem.
106
469
EVDOKIMOV, Paul. O sacramento do amor. São Paulo: Edições Paulinas, 1989, pg.
135.
470
Idem.
471
Ibidem.
107
472
TOLSTÓI, Liev. Felicidade Conjugal. Editora 34: São Paulo, 2009, pg. 26.
108
473
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015, pg. 65.
474
Idem.
475
PONDÉ, Luiz Felipe. Amor para corajosos. São Paulo: Planeta, 2017, pg. 15.
476
NABOKOV, Vladimir. Lições de literatura russa. São Paulo: Três Estrelas, 2014, pg.
197.
477
STEINER, George. Tolstói ou Dostoiévski. São Paulo: Perspectiva, 2006.
478
NABOKOV, Vladimir. Lições de literatura russa. São Paulo: Três Estrelas, 2014, pg.
197.
109
479
TOLSTÓI, Liev. Felicidade Conjugal. Editora 34: São Paulo, 2009, pg. 71.
480
Idem, pg. 69.
481
Ibidem, pg. 70.
482
1814-1841.
483
TOLSTÓI, Liev. Felicidade Conjugal. Editora 34: São Paulo, 2009, pg. 76.
110
Traços do romântico
484
Idem, pg.114.
485
SCHNAIDERMAN, Boris. Posfácio. IN: TOLSTÓI, Liev. Felicidade Conjugal. Editora
34: São Paulo, 2009, pg. 116.
111
O amor no romântico
486
Idem.
487
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1987, pg. 65.
112
488
PONDÉ, Luiz Felipe. Amor para corajosos. São Paulo: Planeta, 2017, pg. 13.
489
LÖWY, Michael; SAYRE, Robert. Revolta e melancolia – o romantismo na
contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015, pg. 65.
113
490
PONDÉ, Luiz Felipe. Amor para corajosos. São Paulo: Planeta, 2017, pg. 35.
114
491
No original, push-pull relationships.
492
Ibidem, pg. 140.
493
Ibidem, pg. 143.
115
devasta”494.
O amor em Anna
494
GOETHE, Johann Wolfgang. Os sofrimentos do jovem Werther. Porto Alegre:
L&PM, 2010. Edição Kindle.
495
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 290.
496
MANGUEL, Alberto. Uma História da Leitura. São Paulo: Companhia das Letras,
1997. Edição Kindle.
497
ROUGEMONT, Denis de. O amor e o Ocidente. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988,
pg. 59.
498
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 605.
116
499
Idem, pg. 112.
500
Ibidem, pg. 153.
501
Ibidem, pg. 154.
502
Ibidem, pg. 155.
117
503
Ibidem, pg. 360.
504
Ibidem, pg. 155.
505
Ibidem, pg. 155.
506
Ibidem, pg. 155.
507
Ibidem, pg. 156.
508
Ibidem, pg. 156.
118
O filho, o elo
509
Ibidem, pg. 156.
510
Ibidem, pg. 181.
511
Ibidem, pg. 181.
512
Ibidem, pg. 181.
513
Ibidem, pg. 181.
514
Ibidem, pg. 189.
515
Ibidem, pg. 191.
516
EVDOKIMOV, Paul. O sacramento do amor. São Paulo: Edições Paulinas, 1989, pg.
130.
517
Idem.
119
Divórcio
“Ele quer provar-me que seu amor por mim não deve tolher a sua
liberdade. Mas eu não preciso de provas, preciso de amor.”524
Anna e Vrónski começam a se desentender diante de sua
518
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 284.
519
EVDOKIMOV, Paul. O sacramento do amor. São Paulo: Edições Paulinas, 1989, pg.
192.
520
Idem.
521
Ibidem, pg. 195.
522
Ibidem, pg. 197.
523
Ibidem, pg. 198.
524
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 690.
120
situação não resolvida perante a Lei. Sem o divórcio, não podem viver
em sociedade. E viver confinados não é bem o que os deixam felizes.
Vrónski está disposto a tomar Anna por esposa e, enfim, dar seu
nome à filha – e aos filhos futuros. Anna, porém, não consegue tomar a
decisão de procurar Kariênin para pedir o divórcio, porque entende que
tal ação a levará ainda mais para o fundo do poço da angústia que vive.
Vrónski passa a ficar incomodado com o cerceamento de sua liberdade,
ainda que aparentemente tudo estivesse bem, porque Anna se
esforçava para ser tudo para ele. Na parte do romance em que estão
morando no campo e Vrónski está construindo um hospital, eis como
Tolstói descreve a situação:
527
Ibidem, pg. 137.
123
A queda, o suicídio
528
Ibidem, pg. 312.
529
TOLSTÓI, Liev. Anna Kariênina. São Paulo: Cosac Naify, 2013, pg. 734.
124
530
Idem, pg. 735.
125
531
Ibidem, pg. 746.
532
Ibidem, pg. 747.
533
Ibidem, pg. 747.
534
EVDOKIMOV, Paul. O sacramento do amor. São Paulo: Edições Paulinas, 1989, pg.
114.
126
Para que o amor exista e atue sobre o casal, é preciso que ambos
sejam livres, sem amarras mundanas. Como não existe “nenhuma
possibilidade humana formal de verificar e experimentar a qualidade do
amor, sua duração, sua profundidade”539, não é possível à Igreja medir –
ou controlar – as uniões que sacramenta. Mas a visão ortodoxa crê que
uma “união contratada por interesse ou imposta por vontade exterior,
numa união entre pessoas que não são livres interiormente, os elos
nada têm de comum com um matrimônio no sentido místico e
sagrado”540.
Ainda que tenha essa visão, a religião ortodoxa tem consciência
de que esse tipo de amor entre um homem e uma mulher é difícil de
existir na prática, ou o tempo todo no casamento, e por isso mesmo
535
Idem, pg. 115.
536
Ibidem, pg. 115.
537
Ibidem, pg. 129.
538
Ibidem, pg. 195.
539
Ibidem, pg. 196.
540
Ibidem.
127
reconhece que uma união que não está baseada no amor real, provoca
um “desfalecimento espiritual, uma recusa a seguir a vida heroica, uma
rejeição do arrependimento, da metanóia evangélica” 541. Ou seja, a
rejeição de uma transformação espiritual verdadeira, que deve ser a
função da união de dois seres. Esse amor, contudo, e nisso se
assemelha ao amor romântico, ele nunca deve ser imposto. Da mesma
forma que nunca deve ser imposta a norma da fidelidade. O desejo de
ser fiel “diz respeito às realidades mais profundas da vida humana e a
seus elementos irracionais. Não se impõe de fora, mas vem de dentro,
do conteúdo do coração e dirige-se à liberdade do espírito”542.
Para que a fidelidade permaneça como um ideal é necessário fé.
“Se a fé sofre alterações, a fidelidade altera-se também: deixa de ser
graça, passa a ser coação”543.
Ainda que Tolstói tenha rompido com a religião ortodoxa, a
concepção de amor implícita em sua literatura concorda com a visão
ortodoxa. O amor, para Tolstói, é para o bem comum. Jamais para si
mesmo, para o próprio prazer.
Explícito em Ressurreição, especificamente em Nekludov, para
quem o amor por Maslova foi redenção, quando alguém “dá sua alma
para o outro, jamais o faz utilitariamente por sua salvação, mas porque
ama esse outro, e é o amor que manifesta o supremo poder de mudar a
substância de um destino. Nunca: “Amo-te para te salvar”, mas sempre:
“Salvo-te, porque te amo”544.
Como um sacramento, o amor, na concepção ortodoxa, se for
profanado, levará o indivíduo ao “castigo imanente”545, que é o “vazio
infernal546.
541
Ibidem.
542
Ibidem, pg. 197.
543
Ibidem.
544
Ibidem, pg. 197.
545
Ibidem, pg. 198.
546
Ibidem.
128
CONCLUSÃO
549
EVDOKIMOV, Paul. O sacramento do amor. São Paulo: Edições Paulinas, 1989, pg.
118.
132
550
EVDOKIMOV, Paul. O sacramento do amor. São Paulo: Edições Paulinas, 1989, pg.
119.
133
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