8º Ano Vespertino Maria Joana

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Escola: _____________________________

Prof. _______________________________
Nome: _____________________________
Série/ano: 8º Vespertino
3ª) O texto conta a história de um homem que
Atividade de Língua Portuguesa “entrou pelo cano”.
O Homem que entrou pelo cano
Leia o texto.
Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio
incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se
POR QUE TODO MUNDO FAZ XIXI?
acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou
quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares.
Fazer xixi é essencial: é assim que eliminamos
Vez ou outra um desvio, era uma seção que
substâncias que estão no organismo e que não terminava em torneira.
servem para nada. O xixi é formado por água, Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou
minerais e por substância que estão em monótono. O cano por dentro não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher.
alimentos e bebidas que ingerimos, além de
Uma criança brincava. Então percebeu que as
outras fabricadas pelo corpo, como ácido úrico. engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta
era um branco imenso, uma água límpida. E a cara
1ª) - O texto tem a finalidade de da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo
(A) advertir sobre o que bebemos. interessada. Ela gritou: “Mamãe, tem um homem
dentro da pia”.
(B) explicar porque fazemos xixi.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A
(C) relatar como como o xixi é ácido. menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu
(D) relacionar quais bebidas ingerimos. pelo esgoto.

BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras


2ª) Leia o texto abaixo: Proibidas. São Paulo: Global, 1988, p. 89.
Como opera a máfia que transformou o Brasil
num dos campeões da fraude de
O conto cria uma expectativa no leitor pela situação
medicamentos incomum criada pelo enredo. O resultado não foi o
esperado porque:
É um dos piores crimes que se podem
cometer. As vítimas são homens, mulheres e (A) a menina agiu como se fosse um fato
crianças doentes — presas fáceis, capturadas na normal.
esperança de recuperar a saúde perdida. A máfia (B) o homem demonstrou pouco interesse em
dos medicamentos falsos é mais cruel do que as sair do cano.
quadrilhas de narcotraficantes. Quando alguém (C) as engrenagens da tubulação não
decide cheirar cocaína, tem absoluta consciência do funcionaram.
que coloca no corpo adentro. Às vítimas dos que (D) a mãe não manifestou nenhum interesse
falsificam remédios não é dada oportunidade de pelo fato.
escolha. Para o doente, o remédio é compulsório.
Ou ele toma o que o médico lhe receitou ou passará 4ª) Leia o texto abaixo:
a correr risco de piorar ou até morrer. Nunca como O ouro da biotecnologia
hoje os brasileiros entraram numa farmácia com
tanta reserva. Até os bebês sabem que o patrimônio natural
do Brasil é imenso. Regiões como a Amazônia, o
PASTORE, Karina. O Paraíso dos Remédios Pantanal e a Mata Atlântica - ou o que restou dela -
Falsificados. Veja, nº 27. São Paulo: Abril, 8 jul. 1998, são invejadas no mundo todo por sua
p. 40-41. biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como o
do cerrado e o da caatinga têm mais riqueza de
Segundo a autora, “um dos piores crimes que se fauna e flora do que se costuma pensar. A quan-
podem cometer” é: tidade de água doce, madeira, minérios e outros
(A) a venda de narcóticos. bens naturais é amplamente citada nas escolas,
(B) a falsificação dos remédios. nos jornais e nas conversas. O problema é que tal
(C) a receita de remédios falsos. exaltação ufanista (“Abençoado por Deus e bonito
(D) a venda abusiva de remédios.
por natureza”) é diretamente proporcional à altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras,
desatenção e ao desconhecimento que ainda vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais
vigoram sobre essas riquezas. de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu
Estamos entrando numa era em que, muito tanto que a família defronte teve medo.
mais do que nos tempos coloniais (quando pau- Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso
brasil, ouro, borracha etc. eram levados em estado para nós era uma festa, aquela faina de arrumar
bruto para a Europa), a exploração comercial da camas nas salas, aquela intimidade improvisada e
natureza deu um salto de intensidade e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas
refinamento. Essa revolução tem um nome: contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava
café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a
biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo,
rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós,
deixará em breve de ser uma enorme fonte
os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais.
“potencial” de alimentos, cosméticos, remédios e
Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de
outros subprodutos: ela o será de fato - e de forma manhãzinha quando, mal saltando da cama, íamos
sustentável. Outro exemplo: os créditos de correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo
carbono, que terão de ser comprados do Brasil por era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às
países que poluem mais do que podem, poderão vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para
significar forte entrada de divisas. cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava
Com sua pesquisa científica carente, águas nas cabeceiras, então dormíamos sonhando
idefinição quanto à legislação e dificuldades nas que a enchente ia outra vez crescer, queríamos
questões de patenteamento, o Brasil não consegue sempre que aquela fosse a maior de todas as
transformar essa riqueza natural em riqueza enchentes.
financeira. Diversos produtos autóctones, como o BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed.Rio de
cupuaçu, já foram registrados por estrangeiros - Janeiro: Editora do Autor, 1962. p. 157.
que nos obrigarão a pagar pelo uso de um bem
original daqui, caso queiramos (e saibamos) A expressão que revela uma opinião sobre o fato
produzir algo em escala com ele. Além disso, a “... vinham todos dormir em nossa casa” (ℓ. 10), é
biopirataria segue crescente. Até mesmo os índios (A) “Às vezes chegava alguém a cavalo...”
deixam que plantas e animais sejam levados (B) “E às vezes o rio atravessava a rua...”
ilegalmente para o exterior, onde provavelmente (C) “e se tomava café tarde da noite!”
serão vendidos a peso de ouro. Resumo da (D) “Isso para nós era uma festa...”
questão: ou o Brasil acorda para a nova realidade
econômica global, ou continuará perdendo dinheiro 6ª) Leia o texto abaixo:
como fruta no chão.
Uma frase que resume a idéia principal do
texto é:

(A) A amazônia deixará de ser fonte potencial de


alimentos.
(B) O Brasil não transforma riqueza natural em
financeira.
(C) Os Índios deixam animais e plantas serem
levados.
(D) Os estrangeiros registraram diversos
produtos.

5ª) Leia o texto abaixo:


As enchentes de minha infância

Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com


uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os
que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão
fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a A atitude de Romeu em relação a Dalila revela:
casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois (A) compaixão.
de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando (B) companheirismo.
para o rio. (C) insensibilidade.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda (D) revolta.
manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a
enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a
7ª) Leia o texto abaixo: É um contentamento descontente;
A antiga Roma ressurge em cada detalhe É dor que desatina sem doer.

Dos 20.000 habitantes de Pompéia, só dois Ainda que eu falasse a língua dos homens
escaparam da fulminante erupção do vulcão E falasse a língua dos anjos,
Vesúvio em 24 de agosto de 79 d.C. Varrida do Sem amor eu nada seria.
mapa em horas, a cidade só foi encontrada em
1748, debaixo de 6 metros de cinzas. Por ironia, a É um não querer mais que bem querer;
catástrofe salvou Pompéia dos conquistadores e É solitário andar por entre a gente;
preservou-a para o futuro, como uma jóia ar- É um não contentar-se de contente;
queológica. Para quem já esteve lá, a visita é É cuidar que se ganha em se perder.
inesquecível. É um estar-se preso por vontade;
A profusão de dados sobre a cidade permitiu É servir a quem vence o vencedor;
ao Laboratório de Realidade Virtual Avançada da É um ter com quem nos mata lealdade,
Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, Tão contrário a si é o mesmo amor.
criar imagens minuciosas, com apoio do instituto
Americano de Arqueologia. Milhares de detalhes Estou acordado, e todos dormem, todos dormem,
arquitetônicos tornaram-se visíveis. As imagens todos dormem.
mostram até que nas casas dos ricos se comia pão Agora vejo em parte,
branco, de farinha de trigo, enquanto na dos pobres Mas então veremos face a face.
comia-se pão preto, de centeio. É só o amor, é só o amor
Outro megaprojeto, para ser concluído em Que conhece o que é verdade.
2020, da Universidade da Califórnia, trata da Ainda que eu falasse a língua dos homens
restauração virtual da história de Roma, desde os E falasse a língua dos anjos,
primeiros habitantes, no século XV a.C., até a Sem amor eu nada seria.
decadência, no século V. Guias turísticos virtuais Legião Urbana. As quatro estações. EMI, 1989 – Adaptação de
conduzirão o visitante por paisagens animadas por Renato Russo: I Coríntios 13 e So- neto 11, de Luís de Camões.
figurantes. Edifícios, monumentos, ruas, aquedutos,
termas e sepulturas desfilarão, interativamente. Texto II
Será possível percorrer vinte séculos da história Soneto 11
num dia. E ver com os próprios olhos tudo aquilo
que a literatura esforçou-se para contar com Amor é fogo que arde sem se ver;
palavras. É ferida que dói e não se sente;
Revista Superinteressante, dezembro de 1998, p. 63. É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
A finalidade principal do texto é
(A) convencer. É um não querer mais que bem querer;
(B) relatar. É solitário andar por entre a gente;
(C) descrever. É nunca contentar-se de contente;
(D) informar. É cuidar que se ganha em se perder;

Leia os textos abaixo: É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence o vencedor;
Texto I
É ter com quem nos mata lealdade.
Monte Castelo
Mas como causar pode seu favor
Ainda que eu falasse a língua dos homens Nos corações humanos amizade,
E falasse a língua dos anjos, Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Sem amor, eu nada seria.
Luís Vaz de Camões. Obras completas. Lisboa:
É só o amor, é só o amor Sá da Costa, 1971.
Que conhece o que é verdade;
O amor é bom, não quer o mal, 8ª) O texto I difere do texto II
Não sente inveja ou se envaidece.
(A) na constatação de que o amor pode levar até
Amor é fogo que arde sem se ver; à morte.
É ferida que dói e não se sente;
(B) na exaltação da dor causada pelo sofrimento Mas nesta floresta aconteceu o contrário.
amoroso. O que havia antes era uma cidade dos homens,
(C) na expressão da beleza do sentimento dos dessas bem poluídas, feia, suja, meio neurótica.
que amam. Então as árvores foram chegando, ocupando
(D) na rejeição da aceitação passiva do novamente o espaço, conseguiram expulsar toda
sofrimento amoroso. aquela sujeira e se instalaram no lugar.
É o que se poderia chamar de vingança da
Leia os textos abaixo: natureza – foi assim que terminou seu relato o
Texto I amigo beija-flor.
Telenovelas empobrecem o país Por isso ele estava tão feliz, beijocando todas
as flores – aliás, um colibri bem assanhado,
Parece que não há vida inteligente na passava flor por ali, ele já sapecava um beijão.
telenovela brasileira. O que se assiste todos os Agora o Nan havia entendido por que uma ou
dias às 6, 7 ou 8 horas da noite é algo muito pior do outra árvore tinha parede por dentro, e ele achou
que os mais baratos filmes “B” americanos. Os bem melhor assim.
diálogos são péssimos. As atuações, sofríveis. Três Algumas árvores chegaram a engolir casas
minutos em frente a qualquer novela são capazes inteiras.
de me deixar absolutamente entediado – nada Era um lugar muito bonito, gostoso de se ficar.
pode ser mais previsível. Só que o Nan não podia, precisava partir sem
demora. Foi se despedir do colibri, mas ele já
Antunes Filho. Veja, 11/mar/96. estava namorando apertado a uma outra florzinha,
era melhor não atrapalhar.
9ª) Texto II LIMA, Ricardo da Cunha. Em busca do tesouro de
Novela é cultura Magritte. São Paulo: FTD, 1988.

Veja – Novela de televisão aliena? No trecho “Elas estão lá e então o homem


chega,...” (ℓ. 2), a palavra destacada re-fere-se a:
Maria Aparecida – Claro que não. Considerar a
telenovela um produto cultural alienante é um (A) flores.
tremendo preconceito da universidade. Quem acha (B) casas.
que novela aliena está na verdade chamando o (C) florestas.
povo de débil mental. Bobagem imaginar que (D) árvores.
alguém é induzido a pensar que a vida é um mar de
rosas só por causa de um enredo açucarado. A
telenovela brasileira é um produto cultural de alta
qualidade técnica, e algumas delas são verdadeira
obras de arte.
Veja, 24/jan/96.

Com relação ao tema “telenovela”


(A) nos textos I e II, encontra-se a mesma
opinião sobre a telenovela.
(B) no texto I, compara-se a qualidade das
novelas aos melhores filmes americanos.
(C) no texto II, algumas telenovelas brasileiras
são consideradas obras de arte.
(D) no texto II, a telenovela é considerada uma
bobagem.

10ª) Leia o texto abaixo:


A floresta do contrário

Todas as florestas existem antes dos homens.


Elas estão lá e então o homem chega, vai
destruindo, derruba as árvores, começa a
construir prédios, casas, tudo com muito tijolo e
concreto. E poluição também.

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