Luiz Roberto Cardoso
Luiz Roberto Cardoso
Luiz Roberto Cardoso
SÃO PAULO
2002
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
SÃO PAULO
2002
Reitor da Universidade de São Paulo
Prof. Dr. Adolpho José Melfi
Dissertação – Mestrado
Bibliografia
CDD – 658.32
Agradecimentos
A conclusão deste trabalho define o final de uma importante etapa entre as tantas que
formam nossas trajetórias na vida e, como nas demais, foram muitas as pessoas que
contribuíram para que o objetivo fosse alcançado. Contribuíram sob as mais diversas formas,
proximidade, calor humano, simpatia, estímulo e, não raras vezes, uma imensa dose de
Especialmente, registro aqui minha gratidão aos meus pais, de quem herdei a paixão
À minha esposa Maria Cristina e aos meus filhos, a quem tantas vezes faltou minha
na atividade acadêmica;
Aos Professores Gilberto de Andrade Martins e Joel Souza Dutra, sempre disponíveis
i
Ao Engenheiro Edgard Rodrigues, amigo, profissional destacado de Recursos
Aos profissionais da área de Recursos Humanos das empresas pesquisadas, que nos
dedicaram seu tempo e nos forneceram preciosas informações, em especial a Antonio Cláudio
da Rocha Salgado, Cláudio Sérgio Rigo, João Paulo Pombeiro Gomes, Alberto Galvão Moura
Jardim, Donisete Nogueira da Silva, Maria Cristina Funck, João Emídio da Silva Filho, Luiz
Alberto de Almeida Evangelista, José Ademar Vasconcelos Filho, José Geraldo Diniz, Paulo
Aos meus familiares e amigos, a cujo convívio furtei-me tantas vezes, embora sempre
vital.
ii
Resumo
iii
Abstract
The objective of this work is the study of skill and competency-based pay systems and
the verification of the results of their applications by Brazilian companies, thus expanding
knowledge of the subject and obtaining subsidies for its systematization. The work was
carried out through a multiple case study methodology, with a descriptive and explanatory
character. In the first part of the work the fundamentals of salary administration, the
traditional techniques and the skill and competency-based techniques are discussed. In the
second part, the presentation and analysis of the collected data, through seven case studies, is
developed. The practical results of the adoption of skill and competency-based pay systems
were researched seeking coincidental aspects in the studied cases and establishing
comparisons with the recommendations and forecasts from the literature related to the subject.
The general characteristics of the systems, the difficulties found in their implementation and
their continuity perspectives were investigated as well. In the presentation of the results the
aim was to typify the adopted models, concerning their structures and foundations. The study
concluded that the advantages forecasted in the literature, such as the alignment of pay
systems with the strategic goals of the companies, the incentive for the development of
individual skills and competencies, the increase of flexibility in the performance of
professionals, in general, are confirmed by the companies researched. This indicates that such
systems present significant advantages over job based systems, for which they are an
alternative. It was also concluded that the trend is of continuity and development of the
adopted models. There were other findings, like the adoption of skills and competency-based
systems to support important organizational changing processes, the lack of a single standard
for such systems, and the prevalence of those that focus on base salary. On the other hand,
persistent problems were found, despite having been forecasted by the literature and
representing threats to the systems. Such problems can be attributed to cultural aspects of the
companies, like the habit of considering the job as a main reference or even to failures in the
conception of pay systems, like isolated implementation of competency-based management in
Human Resources subsystems, the lack of resources for competencies training and
development, failures in communication of the system to the employees and vague
descriptions of the competencies or unavailability of instruments for their evaluation. Finally,
suggestions are presented for new research and studies which increase knowledge not only
about the quantity of companies which use skills and competency-based pay systems in
Brazil, but also the reasons why it is not applied by a larger number of companies. Other
suggestions are also presented, like new studies about methodologies for the elaboration of
salary surveys and the development of indicators to measure the performance of skills and
competency-based pay systems.
iv
SUMÁRIO
v
Capítulo 4 – METODOLOGIA
4.1 – O Método de Pesquisa 113
4.2 – O Processo de Escolha das Empresas Estudadas 115
4.3 – O Processo de Coleta de Dados 116
4.4 – O Processo de Análise dos Dados 118
vi
Capítulo 7 – CONCLUSÕES
7.1 – Conclusões 217
7.2 – Sugestões para Estudos Posteriores 231
BIBLIOGRAFIA 233
GLOSSÁRIO 238
ANEXOS 246
vii
Lista de Figuras
Figura 2-2 Níveis de complexidade – Billis & Rowbotton / Stamp & Stamp 36
Figura 5-5 Empresa A – Faixas salariais por nível de complexidade e eixo de carreira 132
viii
Figura 5-10 Empresa D: Planilha para quantificação das avaliações 163
ix
Lista de Quadros
Quadro 5-1 Graus para avaliação de competências e requisitos de acesso – Empresa A 128
dos sistemas
Quadro 7-5 Melhorias a realizar nos sistemas estudados, segundo os seus gestores 222
x
Lista de Tabelas
xi
Lista de Anexos
xii
CAPÍTULO 1 – EM BUSCA DA EFICÁCIA NA GESTÃO DA REMUNERAÇÃO
1.1 – Introdução
“Na primavera de 1494, quarenta dos novos canhões de Carlos VIII foram enviados da
França para o porto de La Spezia, no norte da Itália, de onde, tendo atravessado os Alpes
pelo passo de Mont-Genèvre com seu exército, o rei francês partiu para atravessar toda a
Itália e fazer valer sua reivindicação ao reino de Nápoles. As cidades–estados e os domínios
do papa que estavam em seu caminho desistiram de resistir assim que tiveram notícias da
rapidez com que seus canhões haviam derrubado as muralhas do castelo de Firizzano. Em
novembro, entrou em Florença como conquistador. Em fevereiro do ano seguinte, após
tomar em oito horas a fortaleza napolitana de San Giovanni, que outrora suportara um
assédio por meios militares tradicionais durante sete anos, entrou em Nápoles. A Itália
inteira tremeu diante de sua passagem. Seus canhões tinham provocado uma verdadeira
revolução na arte de guerrear. Os velhos castelos de muralhas altas, contra os quais as
máquinas de assédio e destacamentos de escalada tinham fracassado com tanta freqüência,
revelavam-se irremediavelmente vulneráveis diante da nova arma (Keegan, 1995).”
tecnológica na fabricação dos canhões, tornando obsoletas as defesas até então empregadas, e
inúteis as altas muralhas dos castelos. Esta inovação tecnológica obrigou à reformulação das
altas e esbeltas, de tão antiga utilização e comprovada eficácia que são objeto de relatos
bíblicos, foram substituídas por outras, mais baixas, largas e “recheadas” de areia, que
As cidades projetaram-se além dos limites de seus antigos muros, agora inúteis. O
profissionais passaram a ter relevância, em cidades abertas, com um comércio cada vez mais
ativo.
2
em grande medida por descontinuidade tecnológica, pela passagem da era industrial para a era
do conhecimento.
Do ponto de vista da vida organizacional são múltiplas as mudanças, tanto nas estruturas
quanto nas tecnologias empregadas e nos comportamentos dos seus integrantes. A busca pela
mudanças ocorrem.
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vez mais para o virtual, para o volátil. As atribuições dos cargos3, quando ainda possíveis de
o valor das contribuições individuais, dado que o trabalho requer maior qualificação dos
trabalhadores. Este ambiente, até há pouco estável, geograficamente determinado, está sendo
utilizando os recursos de redes de computadores. Por vezes seu contato se dá apenas por via
materializado e disponível em tantos outros pontos. Assim se dá, por exemplo, com a criação
Além da volatilidade das atribuições dos cargos é preciso considerar que o trabalho,
com que são criadas e desenvolvidas tecnologias alternativas, requer criatividade, iniciativa,
contribuição do indivíduo se torna cada vez mais decisiva e afeta os resultados mais
diretamente.
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Flannery (1997) aponta que há pelo menos seis mudanças principais que são comuns a
5
In the virtual workplace, what people do is centered around an ongoing process. The dynamics of the process
are driven by an organization that is far beyond the control of an individual worker and his or her own work.
Things don’t start and stop when we want them to. When I leave the office at 6:00 P.M. on Tuesday, work that I
was doing may be “pulled up” on someone’s else computer, and by the time I get back on Wednesday morning it
may have changed dramatically. It is no longer my work and work isn’t centered around me.
Many different types of skills and capabilities are required in this workplace. It is clear that a worker must be
flexible in this environment. One must be willing and capable of doing the variety of tasks demanded by a
complete process when it is required. One also must become disciplined to work independently or with small
teams with a minimum of supervision. Face-to-face meetings may take place infrequently, and a substantial
amount of communication may take place by e-mail, fax, and teleconference. In addition, there is a much
broader set of knowledge required. While this will differ by the type of work done, the key is the need for
breadth and depth across traditional occupations. For example, on the manufacturing floor, narrow job
descriptions give way to broad “roles” on teams that encompass many steps in the production process.
Traditional occupational barriers are broken, placing assembly work alongside maintenance work. Similarly,
professional occupations such as engineering expand to include customer-related functions in sales and
servicing.
5
Afirma ainda, que a adaptação e a resposta das empresas a estas mudanças trazem
século XX. Constatou que o principal objetivo das inovações na gestão de salários tem sido
e sua adoção tem o sentido de uma migração de sistemas baseados no cargo para sistemas
tradicionais, baseadas nas funções e não em seus ocupantes, não acompanharam as dramáticas
mudanças ocorridas no mundo dos negócios, atribuindo esta postura conservadora das
empresas ao fato de que seus sistemas de remuneração não estavam vinculados às suas
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sentido, uma vez que são as pessoas que mudam de cargo para cargo ou de empresa para
empresa. São as pessoas que desenvolvem habilidades e são as pessoas o mais valioso ativo
das organizações”.
“de alguma forma, é ligado a uma questão que polariza, ou afeta, um segmento substancial
da sociedade. Ou ainda, está direcionado a uma questão teórica que merece atenção: isto é,
melhores definições, maior precisão...”.
substanciais da sociedade.
No presente estudo, a importância do tema é flagrante ainda por outras razões, seja
tradicionais, o que foi apontado por Brisolla (1994) em seu trabalho quando refere-se à
inovação na forma de remuneração, seja simplesmente pela sua adoção (ou manifesta intenção
de realizar a adoção) por parte de grandes empresas, o que reforça a afirmação de que afeta
Ledford , apud Picarelli Filho e Wood (1997) e Jenkins Jr, Ledford, Gupta e Doty (1990),
como também estudos recentes, como o de Fischer (1998), além pesquisas de empresas de
O estudo realizado por Lawler III, Mohrman e Ledford mostrou que 40% das 1000
reduzido o número de profissionais cuja remuneração era objeto destes sistemas. Estes dados
são também referidos por Jenkins Jr, Ledford, Gupta e Doty, op. cit. em seu trabalho.
Coda (1999) relata que no biênio 1997-1998, 98 de cerca de 200 empresas brasileiras
realizada entre 150 empresas de grande porte, multinacionais, na Inglaterra, que constatou que
para ao menos parte de seus efetivos. O mesmo autor relata que em 1996, outra pesquisa,
promovida pelo Industrial Relations Service, constatou que 17% das empresas pesquisadas
No Brasil, Fischer (1998) aponta como tendência em seu estudo sobre as empresas
demonstra que 26% das empresas pesquisadas informaram utilizar sistemas de remuneração
por competências ou habilidades para seus executivos e 19% para os demais funcionários.
sugere Martins (1994). No caso presente, esta origem foi a constatação, no exercício
profissional, da menção, cada vez mais freqüente, por parte de profissionais da área de
decorrer do tempo. A perspectiva oferecida por tais sistemas é a ruptura com o modelo de
voltou-se então para a investigação das reais características e vantagens destes novos sistemas
de remuneração, na forma como implantados em nosso ambiente empresarial. Tendo por base
9
referencial específico dos sistemas de remuneração baseados em tais conceitos e a partir deste
pertinente?
sistemas adotados?
efetiva que se espera da pesquisa, a razão pela qual o trabalho é realizado. De um modo
sintético, Martins (1994), afirma que nesta fase o pesquisador procurará tornar claro para que
adotados por empresas brasileiras e a avaliação qualitativa dos resultados declarados pelas
matéria, quanto para a geração de questões para pesquisas mais específicas. Contribui ainda,
A elaboração do trabalho exige ainda que o problema seja delimitado, de tal modo que
competências, tendo se intensificado na década de 1990, nos Estados Unidos. No Brasil, esta
estudo para a descrição e explicação destas práticas. Da mesma forma, o estudo voltou-se para
resultados, da forma como percebidos pelas empresas. Não houve, portanto, a extensão da
visão das empresas, mais precisamente, dos responsáveis pela implantação e gerenciamento
empresas adotando tais sistemas ainda não fornece massa de dados para a elaboração de
estudos quantitativos.
O Capítulo 2 trata dos aspectos relevantes para o estudo dos sistemas de remuneração.
são posteriormente confrontados com os dados advindos da realidade factual, cuja análise
empresas.
análises dos casos, da sua consolidação e confronto com a literatura, bem como da reflexão
sua aplicação prática. São também apresentadas sugestões para estudos futuros e
DE REMUNERAÇÃO
aposentadoria, etc. É a forma adotada por Chiavenato (1997), que refere-se a compensação
financeira direta ou indireta, denominando remuneração à soma destas duas parcelas. Para os
propósitos deste trabalho será adotada a definição de Ceriello e Frieeman, apud Hipólito
(2001), que define remuneração ou compensação como “toda forma de pagamento monetário
para o qual o empregado é elegível ou o qual o empregado recebe”. Tais autores definem
pelo seu impacto no comportamento dos profissionais, um fator da maior relevância para o
insucesso.
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O valor estratégico da remuneração é apontado por Lawler (1990), que entende que os
então, ser construídos após a definição pela organização de sua estratégia para obter vantagem
Para este autor os sistemas de remuneração não devem apenas buscar a minimização
dos fatores determinantes de insatisfação dos profissionais, mas devem ser motivadores de
melhor desempenho. Sob sua ótica, os sistemas de remuneração podem criar uma cultura de
envolvimento dos empregados com a organização, podem ajudar a atrair e reter o tipo de
necessárias à organização e podem criar uma estrutura de custos compatível com a realidade
têm produzido os resultados possíveis de obter-se e que tais resultados poderão ser obtidos
através de uma ruptura com estes sistemas, seguindo-se a adoção de novos métodos, então
(1990) em desenvolvimento em empresas como Herman Miller, Procter & Gamble e Linconl
Eletric.
organizacionais.
um conjunto de fatores que afeta a sua contribuição para o sucesso do negócio. Tais fatores
organização.
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..the design process needs to start with the organization’s business strategy, as translated into pay systems
objectives. Without establishing strategic objectives in areas such as the kids of behaviors to motived, the kind of
people to be attracted and retained, and the type of structure that an organization wants to operate with, it is
impossible to design a reward system that adds value to the organization. The most that can be hoped for without
strategic objectives is a neutral reward system – one that does not get in the way of the organization’s
effectiveness.
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remuneração através de seus efeitos sobre o comportamento das pessoas por eles afetadas. Em
sua visão, as pessoas são a variável principal para o sucesso organizacional e isto se torna
muito visível nas organizações de mão de obra intensiva, nas quais além das pessoas
intensivo, isto também é verdadeiro, não pelo aspecto do custo operacional, mas porque seus
vantagens competitivas pela sua ação, superando competidores pela atuação de seu efetivo
transmitir a sua estratégia para as pessoas e, através do exercício desta estratégia, transformá-
Ainda segundo Lawler (1990) há centenas de formas diferentes pelas quais o composto
de remuneração de uma organização pode ser estruturado. Não há uma forma mais indicada,
principalmente o tipo de negócio em que a empresa está inserida e o estilo de gestão que
adota.
organização;
especiais de reconhecimento.
relação entre remuneração e motivação para o trabalho, porém grande parte dos autores
interessados no tema remuneração faz referência a esta relação, o que torna fundamental a
abordagem do tema.
alguns pontos devem ficar, de início, esclarecidos, uma vez que são básicos para a
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• Teoria do reforço;
• Teoria da equidade;
• Teoria da expectativa.
As três primeiras teorias compõe o grupo das chamadas teorias clássicas da motivação.
Maslow faz a hipótese de que o ser humano possui uma hierarquia de necessidades,
que procura satisfazer e que pode ser descrita por cinco grandes grupos: necessidades
se cada uma em grau superior às demais, ou seja, sua satisfação permite remeter à busca da
ordem maior (as demais). Segundo Maslow, as necessidades de ordem menor são satisfeitas
com fatores extrínsecos, assim entendidos fatores como remuneração, acordos sindicais,
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McGregor trabalhou com duas visões distintas, uma essencialmente positiva e a outra,
essencialmente negativa da natureza humana. Estas duas visões fundamentam duas formas
para que desempenhem corretamente suas funções. Nesta visão as pessoas evitam assumir
ambição.
A teoria Y tem outra inspiração. Nela, as pessoas são vistas como naturalmente
controle e direção, e aceitando responsabilidade. As pessoas são também vistas como capazes
de criar soluções e tomar decisões, não ficando esta capacidade restrita ao grupo gerencial.
necessidades de ordem menor, definidas por Maslow, e a teoria Y assume o predomínio das
responsabilidade, bem como a busca por relações interpessoais de melhor qualidade. Como no
que aplicando-se a teoria Y será possível contar com trabalhadores mais motivados.
insatisfeitas com seus trabalhos. Verificou que as respostas dadas com relação às situações de
insatisfação. Herzberg constatou que os fatores que provocaram maior satisfação quando
tais fatores quando satisfeitos causem a maior intensidade de satisfação, não são
20
insatisfação.
Em sua pesquisa constatou também que as maiores insatisfações foram provocadas por
provocaram satisfação o fizeram com intensidade extremamente inferior aos outros. Assim,
sua conclusão foi de que o oposto de satisfação não é a insatisfação, mas a não satisfação, e o
estudados em dois grupos. O grupo dos fatores que quando ausentes ou inadequadamente
tratados causam forte insatisfação foi denominado grupo dos fatores higiênicos e o grupo dos
fatores que quando presentes determinam extrema satisfação foi denominado grupo de fatores
entretanto é muito vulnerável às críticas, seja por sua estrutura metodológica, seja pela não
validação de suas conclusões por pesquisas posteriores. É também criticada por prover
informações sobre satisfação no trabalho mas não propriamente sobre a motivação para o
trabalho.
certa forma procurou robustecer sua classificação através de resultados de pesquisa. Sua
conclusão reduziu as cinco categorias propostas por Maslow para três, as necessidades ligadas
proposto por Maslow. Concluiu ainda que uma necessidade de maior nível que regride em sua
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satisfação acentua uma outra de menor nível como compensação. Na opinião de Robbins, op.
cit, a teoria ERG representa a versão mais válida da hierarquia de necessidades, apesar de
haver controvérsia sobre sua aplicação ampla, visto haver evidências de que não se aplica sob
determinadas condições.
exceder os padrões, para realizar o trabalho de modo excelente, para buscar o maior sucesso
sobre o comportamento dos outros, à forma como o comportamento das outras pessoas pode
identificou em seu trabalho, como destaques, os indivíduos que classificou como “high-
achievers”, aqueles que buscam exceder os padrões em sua forma usual de desempenhar suas
atividades, que buscam desafios, que desejam ver o sucesso da atividade atribuído ao seu
razoáveis.
extrínsecas, como, por exemplo, remuneração, para esforços que previamente hajam sido
tenderia a diminuir o nível de satisfação com esta atividade. Esta proposta de certa forma
motivadores extrínsecos dos intrínsecos, ou seja, não reconhecem vinculação entre ambos.
21
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Da mesma forma, esta teoria apresenta profundas implicações no que se refere à remuneração
e às recompensas em geral. Robbins, op. cit, ressalva a necessidade de mais estudos para
constituem uma das formas mais eficientes de trabalhar a motivação para o trabalho, segundo
fixar objetivos o indivíduo age no sentido ativo, dirigindo sua ação. A teoria do reforço parte
aspecto cognitivo22, atribuindo aos agentes externos, através dos reforços, a intensificação da
que esta não é uma teoria sobre a motivação porque não procura as razões que iniciam os
processos motivacionais, mas deve ser considerada quando se estuda o tema, uma vez que o
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entre as recompensas e os esforços requeridos pode ser tratada como uma taxa. Se esta taxa é
percebida como diferente das taxas dos outros com os quais o indivíduo toma como
qualidade do produto produzido. Também a percepção da justiça com que os assuntos são
tratados determina maior ou menor satisfação do trabalhador. Trata-se por justiça distributiva
processo pelo qual as recompensas são distribuídas. As evidências indicam que a justiça
A teoria da expectativa, desenvolvida por Victor Vroom, é apontada como a mais bem
aceita das teorias sobre a motivação para o trabalho e apesar de também ser objeto de críticas
tem sido bastante apoiada pelos resultados das pesquisas desenvolvidas. Esta teoria sustenta
que o ato será seguido por uma conseqüência, e da atração que aquela conseqüência
do indivíduo, além das três relações principais. Esta teoria admite por princípio que não há
regra geral explicando motivação e admite também que a motivação tem um componente
ainda controversa, recebendo forte crítica com relação à sua aplicabilidade em situações em
competências com as teorias motivacionais e comenta que tais planos são consistentes do
vista segundo a teoria das necessidades de McClelland. Aqui, os profissionais realizadores (os
A teoria do Reforço também é vista por Robbins como coerente com os modelos de
profissional, o esforço que dedicaria a esta expansão. O autor faz ressalvas a esta teoria
(inclusive não a considera rigorosamente uma teoria sobre motivação), que através de uma
interferem no comportamento.
Uma quarta relação é estabelecida com a teoria da Eqüidade. Segundo esta abordagem,
Uma discussão relevante foi estabelecida a partir do ponto de vista expresso por Kohn
autor afirma que recompensas oferecidas para melhorar o desempenho das pessoas
(remuneração por desempenho) não são eficientes, agindo temporariamente como fonte de
satisfação e, a seguir, atuando em sentido contrário. Cita casos de diversas pesquisas em que
recompensas não somente não surtiram o efeito desejado, como também resultaram em
situações piores.
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Cita também as conclusões de Herzberg, para sustentar que não há evidências de que
seus argumentos é que tais recompensas punem, visto que recompensas e punições podem ser
controle sobre o comportamento do indivíduo, o que o autor entende ter uma condição
procurar entender o ponto de vista do trabalhador, quais são as suas necessidades que
atendidas determinarão uma maior satisfação no trabalho. Esta postura requer dos
desencorajamento à tomada de decisões de risco, uma vez que o trabalhador optará pela
decisão que mais se aproximar da conformidade, que mais o coloque como destinatário da
recompensa, e não necessariamente por aquela que poderá provocar a mudança, a criação de
novas soluções.
qualificação do trabalhador. Para ele, o principal papel da remuneração é não gerar condições
de insatisfação. A remuneração deve ser justa e do maior valor possível, para que o indivíduo
trabalham por dinheiro, mas trabalham ainda mais por significado em suas vidas. Segundo
ele, as pessoas, de fato, trabalham por prazer e as empresas que ignoram este fato estão,
Lawler (1994) entende que a única estratégia geral válida é adequar os instrumentos de
cabíveis para cada caso. O problema está em avaliar tais necessidades, e criar condições de
extrínsecas e intrínsecas. Para Lawler, op.cit, o uso de recompensas extrínsecas como fator
motivador deve ser tentado se a organização puder contar com as seguintes práticas:
rejeição aos seus argumentos. Entretanto, os seus críticos que se fundamentam em bases
superior qualidade dos motivadores intrínsecos. Em geral, entretanto, não aceitam a simples
individual.
expectativas com relação aos seus resultados e às suas características operacionais. Hipólito
(2001) entende que “o maior desafio está, portanto, em conceber um sistema simples em sua
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competência organizacional;
empregados;
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utilização de dados de pesquisas salariais. Por outro lado, a forma pela qual os sistemas de
naturezas: centrados no trabalho ou centrados nas pessoas. Dutra (1996) entende que os
denominou sistemas de primeira, segunda e terceira gerações. Tais sistemas seriam vinculados
desempenho do cargo;
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considerações pelos seus ocupantes. Este autor recorre ao conceito de espaço ocupacional,
decisória do ocupante;
O autor entende que tais sistemas apresentam a vantagem de que a empresa faça
alterações em sua estrutura sem que se altere o espaço ocupacional das pessoas, evitando o
empresa.
32
diferenciadores:
formação;
Dutra, op. cit., entende ainda que nos sistemas de terceira geração a valorização está
vinculada ao desenvolvimento das pessoas e que tal desenvolvimento deve ser compatível
com os objetivos da empresa para que seja coerente a sua valorização. Da mesma forma,
efetivas das pessoas à empresa, não sendo admissível a valorização automática, decorrente do
sistemas de terceira geração focam-se na complexidade das tarefas que a pessoa deve
desempenhar e na forma como a pessoa atua face à complexidade, porém não vinculam-se a
cargos específicos.
34
Jaques (1998): “Complexidade pode ser definida em termos do número de variáveis com as
quais deve-se lidar em um dado momento, em uma situação, a clareza e precisão com que
problema não reside na meta, mas no que deve ser feito para atingir-se a meta, o que demanda
seja, maior remuneração para as pessoas que apresentem níveis mais elevados em sua
a forma pela qual as pessoas utilizam seus recursos intelectuais para obter as soluções para os
problemas com que se deparam. Constatou que a complexidade dos problemas aumenta de
A forma proposta por Jaques, op. cit, para medir-se os níveis de complexidade é a
28
Complexity may be defined in terms of the number of variables that have to be dealt with in a given time in a
situation, the clarity and precision with which they can be identified, and their rate of change.
35
Jaques (1961) concluiu que existe um sistema não explícito de normas relativas ao que
seja um salário justo para cada nível de complexidade do trabalho, normas estas socialmente
compartilhadas e aceitas.
Dutra (2002) cita ainda duas proposições de níveis de complexidade, com critérios
associados aos níveis propostos por Jaques, porém tomando como referencias não o time-
span, mas o trabalho requerido ou o processo de tomada de decisão. Estas propostas, de Billis
(2000).
Este autor aponta ainda que tem observado a associação do conceito de níveis de
que será abordado no item 3.3.2 deste trabalho. No caso desta associação, recomenda Dutra
vinculados aos níveis de complexidade determinados por Jaques, mas devem retratar as
características da empresa, bem como dos elementos relevantes do mercado no qual esta
opera.
36
Figura 2-2 - Níveis de complexidade - Billis & Rowbotton / Stamp & Stamp
37
seção, é ainda objeto de controvérsia e exige reflexão para sua aplicação aos sistemas de
remuneração. Deste modo, com o propósito de embasar a discussão dos conceitos específicos
2.4.1 – Habilidades
(1996) define habilidade como “a qualidade de hábil, de quem tem aptidão para alguma
humano (desenvolvido) que favorece realizações pessoais, saber fazer”. Green (1999)
organização”.
29
Ability or dexterity that comes from training or practice.
38
coordenação motora.
Attewell (1990) define habilidade como “a capacidade de fazer bem alguma coisa”,
procedimentos que foram aprendidos através da prática até o ponto em que passam a ser
Nesse trabalho, escrito no início da década de 1990, os autores focaram sua atenção
um potencial criativo e inovador sem precedentes, uma vez que sua ação não se baseava em
produtos apenas, mas nos conceitos que fundamentavam a sua criação, e se multiplicava
competências individuais.
organização, uma vez que a sua perda para o mercado resultaria em perda de substância destas
competências.
McClelland em 1973, no artigo que escreveu para American Psycologist em 1973, sob o título
Testing for competence rather than for intelligence. A preocupação de McClelland (1993), ao
por métodos novos, que permitissem prever o desempenho no trabalho e fossem isentos de
trabalho desenvolvido pela McBer and Company, para o Departamento de Estado dos E.U.A,
que objetivou reformular os mecanismos de seleção de diplomatas até então utilizados, que se
médio ou insuficiente; a seguir foi desenvolvida a técnica das Behavioral Event Interview
(BEI), através da qual os entrevistados são solicitados a descrever três situações em que
tenham obtido sucesso excepcional e três situações em que tenham fracassado. As respostas
terceiro passo, a análise temática e classificação das respostas, ficando então claras as
características marcantemente diferentes entre os dois grupos. Uma fase final, de validação
dos resultados obtidos foi desenvolvida, checando-se com dois novos grupos de profissionais,
para medi-las, o que permitiu avaliar o grau em que cada uma das características era
separado das tarefas e das pessoas e que a abordagem do movimento de competências começa
a partir da análise da pessoa no trabalho. Segundo ele, uma característica fundamental é que
derivadas do contexto em que são analisadas (descrevem, por exemplo, o que profissionais
indianos bem sucedidos efetivamente fazem em sua realidade e não o que psicólogos
subjacentes de uma pessoa, que podem ser Motivos30, Traços31, Habilidades, aspectos de seu
concluiu ainda que estas características são genéricas, ou seja, que são independentes do
contexto em que são observadas e podem ser verificadas em diferentes situações de trabalho.
situação.
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de pensar e agir, generalizados e que duram por um razoável período de tempo. Como
Os autores apresentam a figura, abaixo reproduzida, que procura elucidar o papel do que
34
Esta definição encontra-se no Glossário
43
O modelo do Iceberg
Habilidades
Visíveis
Auto-conceito
Habilidades
Conhecimentos Traços
Motivos
Ocultas Atitudes
Auto-conceito Valores
Traços Conhecimentos
Motivos
Fonte: SPENCER, L. & SPENCER, S., Competence at work. New York, John Wiley and
Sons, Inc 1993
Figura 2-3 – Competências centrais e superficiais
autoconceito, ficando no nível mais profundo, mais difícil de observar, os traços e motivos.
sem intenção não caracteriza uma competência. Assim também, a existência de padrões para
comparação é crítica nesta definição, uma vez que características que não impliquem em
podem ser consideradas competências. Há aqui uma associação entre intenção, resultados e a
35
A competency is a trait or a characteristic that’s required by a job holder to perform that job well.
45
Fleury e Fleury (2000) entendem que o conceito de competência “só revela seu poder
seja nas organizações, quer seja nas sociedades.” Os autores abordam o conceito de
competência segundo uma visão que considera limitadas as definições cuja base implícita é a
definição de cargo ou as tarefas descritas para um cargo. Em sua visão a definição do conceito
deve ir além do conceito de qualificação, preparo para a tarefa, que consideram vinculado a
Zarifian (2001), que defende que o conceito de competência deve ir além do de qualificação,
apóiam nos conhecimentos adquiridos e os transforma com tanto mais força quanto maior a
diversidade das situações”. Sua proposta de definição para competência baseia-se em três
formulações que se complementam. Assim, define também competência como “.o tomar
de atores em torno das mesmas situações, é a faculdade de fazer com que esses atores
36
Esta definição encontra-se no Glossário
46
responsabilidade”.
Le Boterf, apud Fleury e Fleury (2000), define competência como “..um saber agir
responsável e que é reconhecido pelos outros. Implica saber como mobilizar, integrar e
Nessa definição, Fleury e Fleury , op. cit, ressaltam que as competências são sempre
exigência.
“..um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir
Sandberg (2000). Considerando como ponto de partida que o trabalho e o trabalhador não são
entidades distintas, mas que são inextricavelmente relacionados através das experiências de
vida dos indivíduos, o autor conclui que a competência não é primariamente um conjunto de
37
Esta definição encontra-se no Glossário
47
do tema que denomina racionalistas e que sob sua óptica tratam trabalho e trabalhador como
entidades distintas, desprezando desta forma o ponto que entende essencial, e é foco da
duas entidades sob a forma da experiência vivida. Em sua visão os métodos racionalistas
utiliza para obter um desempenho diferenciado em seu trabalho, mas o resultado da aplicação
• a forma pela qual o trabalhador concebe o significado de seu trabalho cria e modela o
desenvolvidos.
48
Jaques (1998) conceitua competência como “uma concepção dos fatores básicos que,
de obstáculos.
definem como a capacidade de realizar um determinado papel, que apresenta um certo nível
aplicáveis ao trabalho;
• Sabedoria: referindo-se aqui ao modo como a pessoa entende o mundo, a natureza das
negativamente.
Note-se que os autores entendem que a competência é afetada por aspectos ligados à
a força potencial dos processos cognitivos de uma pessoa e é assim o máximo nível de
condições para que os seus executivos mais eficientes se envolvam com o trabalho que
permitem organizar o nosso campo de trabalho de tal modo que nossos processos cognitivos
Jaques e Clement, op. cit, tratam a competência como produto das características
mencionadas, de acordo com suas múltiplas combinações, o que lhe configura um caráter
contextual.
definição de competência que reconhece dois aspectos e que encontra relevância quando
competence; quando o ponto de partida são os atributos essenciais para o bom desempenho
competências tendem a ser genéricas e universais. Parry afirma ainda que o caráter genérico
das competências lhes confere um maior número de oportunidades para aplicação do que as
A busca de uma definição para competência sugere que estamos ainda tratando de um
resultados superiores.
38
A cluster of related knowledge, skills and attitudes (K, S, A) that affects a major part of one’s job (a role or
responsibility), that correlates with performance on the job, that can be measured against well-accepted
standards, and that can be improved via training and development.
51
Alguns pontos de importância devem ser ressaltados. Alguns destes temas estão
aspectos da personalidade.
recursos conforme tratada por Hipólito (2001) vincula-se à forma de conceituá-las e à própria
evolução histórica do conceito. Autores como McClelland, Boyatzis, Spencer & Spencer
comporiam o primeiro grupo, cuja conceituação corresponderia à primeira fase do estudo das
para obter resultados superiores. A vinculação implícita à função ou cargo é entendida como
mais uma forma evolutiva do conceito de cargo e não como uma ruptura, que permitiria a
gestão baseada nas características do indivíduo. O segundo grupo de autores, no qual estariam
incluídos Le Boterf, Zarifian, Elliott Jaques, procura focar-se nos resultados da ação do
indivíduo, o qual através da mobilização dos recursos individuais contribuiria para a obtenção
valendo-se da conseqüente agregação de valor social. Esta seria a segunda fase do estudo das
contextual é a importância que autores como Jaques (1998) e Sandberg (2000) atribuem à
divergência entre diversos autores, e a discussão foca-se nos aspectos ligados à sua utilização
como base para gestão de pessoas, seja sob o enfoque do seu desenvolvimento (Parry, 1996),
seja sob o enfoque da seleção (Woodruffe, 1991), seja sob o ponto de vista da remuneração
proposta por Schippmann et al. (2000), que remete aos diversos campos em que o conceito de
competência vem sendo utilizado ao longo do tempo. Assim, poderá ser o termo encontrado
na legislação, tanto para definir responsabilidades e poderes, quanto para definir a capacidade
de um indivíduo responder por seus atos. Poderá ainda ser encontrado na psicologia clínica,
estes autores, o termo define desempenho bem sucedido de uma tarefa ou atividade ou ainda,
Segundo este autor, quatro grandes fases podem ser demarcadas nesta evolução. A primeira
seleção de pessoas, o que seria uma conseqüência do trabalho de McClelland e Boyatzis, nas
décadas de 1970 e 1980. A segunda fase, na década de 1980 viu surgir as escalas de
avaliação e gestão de carreiras. A terceira fase mostra os esforços de alinhamento dos esforços
A quarta fase, ainda em início, é marcada pela apropriação, pelas pessoas, do conceito
eficiência, ao considerar-se realizar corretamente uma tarefa, com a mobilização dos recursos
superior.
54
bem alguma coisa, saber fazer derivado do aprendizado (ainda que capacidades inatas
Fonte: PARRY, S., The quest for competencies. Training. Minneapolis, 1996
Figura 2-4 – Competências: comportamento voltado para resultados
habilidade e competências é provida por Zarifian (2001), quando ressalta que a lógica da
profundas mutações pelas quais passou o trabalho. As necessidades de resolver problemas não
superior.
pelo próprio indivíduo ou algo que ainda não foi feito por ninguém;
cooperativamente com os outros, fazer parte do time. Aplica-se também aos gerentes
REMUNERAÇÃO FUNCIONAL
À prática de tomar o cargo como base para a fixação do salário do trabalhador, bem
Funcional.
contribuição pessoal não é reconhecida para efeito de determinação do salário. Desta forma,
como regra geral, paga-se o mesmo salário para diferentes profissionais que desempenham o
valor de um cargo pode ser determinado, tomando-se como base os valores pagos pelo
mercado para cargos com descrições semelhantes e que o valor da pessoa executando o
trabalho é o valor do próprio cargo. As raízes desta prática podem ser encontradas nos
XX, trazendo consigo a aplicação dos conceitos das escolas Científica e Clássica da
avaliação de cargos pelo método dos pontos, introduzida por Merril Lott em 1926
(Chiavenatto, 1997). Útil para ilustrar o vínculo entre a Remuneração Funcional e o trabalho
“O fato de que muitos salários são fixados para cargos (e não, separadamente, para cada
trabalhador) corresponde a uma importante regra. Suas vantagens administrativas são
óbvias, mas a regra também reflete a mais importante característica do moderno trabalho
industrial. Em razão da divisão do trabalho e especialização qualquer grande empresa pode
ter centenas de cargos, cada um dos quais pode ser desempenhado por um substancial
número de trabalhadores. Muitas pessoas trabalham juntas nos mesmos cargos, em cargos
semelhantes ou tecnicamente interdependentes. Os seus trabalhos devem ser
cuidadosamente planejados e coordenados. Um resultado disto é que os cargos individuais
tendem a ser precisamente definidos. Secundariamente, trabalhadores cujos cargos são
interdependentes devem trabalhar de acordo com programações uniformes de horas
trabalháveis e observar outras regras comuns. Pessoas trabalhando sob estas condições e
desempenhando tarefas idênticas dificilmente poderiam ser solicitadas a trabalharem por
salários diferentes.”39
Belcher (1974) encontra explicação para a valorização do cargo e não das qualidades
econômica. Por esta razão, reconhece as contribuições como insumos adquiridos pela
organização, que paga, na forma de salário, somente pelos insumos cuja necessidade de
39
The fact that many rates are fixed for jobs (and not for separately for each individual worker) in itself
corresponds to an important rule. Its administrative advantages are obvious, but the rule also reflects also reflects
a more important feature of modern industrial work. Because of division of labour and specialization, any large
enterprise may have hundreds of different jobs, each of which may be performed by a substantial number of
workers. Many people work together on the same, similar or technically interdependent jobs. Their work must be
carefully planned and closely co-ordinated. One result of this is that individual jobs tend to be precisely defined.
Secondly, workers whose jobs are interdependent must work according to uniform schedules of working hours
and observe other common rules. Persons working under these conditions and performing identical tasks could
hardly be required to work for different rates of pay.
59
Remuneração Funcional no artigo 461 da Consolidação das Leis do Trabalho, que estabelece
que “sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador
na mesma localidade, corresponderá igual salário” e ao definir, no §2° do mesmo artigo, que
“trabalho de igual valor será o que for feito com igual produtividade e com a mesma
perfeição técnica entre pessoas cuja diferença de tempo no serviço não for superior a dois
que não perca talentos para seus competidores (Pontes, 2000) e não haja o estreitamento de
suas margens em razão da prática de salários mais elevados do que o mercado em que
concorre. Da mesma forma, buscam preservar o equilíbrio salarial interno (Pontes, op. cit.),
sobre pessoas, orçamento que gerencia, recursos materiais que utiliza ou gerencia,
no Anexo 1.
60
Descrições
Escalonamento
de cargos
Classificação
Pontos
Avaliações Fatores
de cargos
Determinação de
Faixas salariais
Pesquisas Elaboração da
salariais Política Salarial
Operação
do Sistema
modelo de remuneração funcional, uma vez que é a partir das características levantadas nesta
• Avaliação de cargos: normalmente são formados comitês que avaliam os cargos, isto
qualitativos, que não apresentam ferramental matemático para garantir-lhes abordagem mais
cargos, mas também fortemente influenciados por fatores subjetivos. Os dois métodos são
aplicados para um subconjunto dos cargos avaliados, envolvendo cargos representativos dos
Schuster & Zinghein (1996) entendem que a despeito de serem inúmeros os fatores em uso
para a avaliação de cargos pelos métodos quantitativos, pode-se agrupá-los como habilidades,
esforço, responsabilidade e disposição para trabalhar sob determinadas condições. Otis &
Leukart, apud Schuster & Zinghein, op. cit., apresentaram em 1954, uma lista de fatores de
Segurança Material
Produto Equipamento
Processo Maquinas de processo
Trabalho de outras pessoas Supervisão
Custo de erros Efeito em outras operações
Necessidade de precisão Perdas na produção
Proteção Serviços
Unidade operacional Pessoal
Cooperação Adaptabilidade
Confiabilidade Detalhes
Coordenação Dinheiro
Qualidade Métodos
Registros Disponibilidade
Contatos
Fonte: SCHUSTER, J., & ZINGHEIM, P., The New Pay: Linking Employee and
Organization Performance. San Francisco, Jossey-Bass Publishers, 1996
Quadro 3-3 – Responsabilidade assumida no cargo
63
Schuster & Zinghein, idem, argumentam que a permanência da maior parte destes
fatores em meio à grande mutabilidade que se observa no meio empresarial, sugere que os
planos que os utilizam podem ter sido concebidos segundo parâmetros que já não mais
Lawler (1990) refere-se à avaliação de cargos afirmando que “..através de uma série
de decisões subjetivas, uma organização pode traduzir as tarefas que seus profissionais
apontada por Lawler, utilizando-se de ferramental estatístico para o tratamento das avaliações
dos cargos. O Método de Pontos consiste em analisar os cargos segundo fatores pré-
• Escolha dos fatores de avaliação: os fatores de avaliação dos cargos serão escolhidos
entre aqueles que foram usados para descrevê-los. Do quadro acima, poderiam ser
• Ponderação dos fatores de avaliação: nesta fase de grande importância para a correta
aplicação do método, os fatores deverão ser ponderados, uma vez que sua contribuição
uma escala de pontos para cada fator permitirão a atribuição de pontos a cada fator,
por cargo avaliado, segundo a gradação. Esta ponderação de fatores exige, para sua
regressão múltipla. Assim, uma escala de pontuação poderia tomar a forma do quadro
a seguir:
Fatores GRAUS
A B C D E
Instrução 17 33 50 67 83
Experiência anterior 8 17 25 33 42
Iniciativa 17 33 50 67 83
Concentração mental 13 25 38 50 63
Supervisão de pessoal 15 29 44 58 73
Responsabilidade por material 4 8 13 17 21
Responsabilidade por métodos 15 29 44 58 73
Responsabilidade por informações 8 17 25 33 42
Riscos 4 8 13 17 21
Fonte: CHIAVENATO, I., Recursos Humanos. São Paulo, Atlas 1997
Quadro 3-5 – Pontuação de fatores
chega-se à determinação da pontuação para cada cargo. A tabela a seguir demonstra, a título
de exemplo, as avaliações dos cargos e os salários praticados por uma determinada empresa.
precedente:
Salários x Pontos
8.000
6.000 y = 15,36x - 1508,9
4.000 R2 = 0,8171
2.000
0
0 100 200 300 400 500
Note-se que há razoável correlação entre os pontos obtidos pelas funções e os salários
praticados. Possivelmente um melhor ajuste poderia ser obtido caso um tratamento dos fatores
através de regressão múltipla fosse adotado, o que é sugerido pelo coeficiente de correlação
calculado.
serem pagos para cada grau ou intervalos de pontos. Normalmente são construídas através de
amplitude entre 30 e 50%. As faixas são construídas para os graus de escalonamento salarial,
totais de pontos muito próximos (na avaliação por pontos). A utilização de dados provenientes
relação ao mercado externo. A figura abaixo demonstra como as faixas salariais são
Salário
17
16
15
14
13
12
11
10
2 Pontos
Fonte: PONTES, B., Administração de cargos e salários. São Paulo, LTR Ltda., 2000
Figura 3-3 – Faixas salariais e graus de escalonamento ou pontos
• Pesquisa salarial: as pesquisas são realizadas com dados obtidos no mercado, que após
pesquisar, escolha esta que deve ser vinculada a características do mercado de atuação
da empresa;
um certo grau de diferenciação dos salários dos profissionais, dentro das faixas
políticas salariais.
69
Salário
•
Promoção horizontal •
• •
• Reclassificação
•
• •
• Promoção vertical
•
•
Salário de admissão
Graus
Fonte: PONTES, B., Administração de cargos e salários. São Paulo, LTR Ltda., 2000
Figura 3-4 – Possibilidades de evolução salarial e promoção
70
Picarelli e Wood (1996) entendem que a remuneração do cargo é ainda a forma mais
utilizada pelas empresas e que são três as principais razões que justificam tal fato:
salariais, que refletem com bastante consistência a realidade praticada pelo mercado,
uma vez que a maior parte das empresas remunera pelo cargo e a “linguagem” da
pesquisa salarial seria mais conhecida (descrições mais usuais, cargos padronizados).
Esta é considerada por Lawler (1990) a principal razão para a utilização de sistemas
também utilizam sistemas de base funcional, como exemplificado pelo método Hay,
predominância de uso de tais sistemas permite a criação de bases de dados com grande
com salários e práticas de atração e retenção, o que certamente reforça a sua intensiva
utilização;
71
empresa. Lawler, op. cit, reforça esta posição ao mencionar que empresas que adotam
sistema para manter a equidade interna, com bases homogêneas e objetivas, o que leva
vantagem.
Lawler, idem, aponta ainda algumas outras vantagens, como a facilitação dos
uma unidade ou empresa para outra será facilitada pela existência de um sistema de avaliação
de cargos comum, com correspondência salarial. Tal situação viabiliza a movimentação dos
dos empregados. Da mesma forma, o controle centralizado dos custos com salários pode ser
realizado com muita facilidade e os critérios homogêneos de avaliação de cargos podem ser
base para as auditorias que indicarão os eventuais desvios em relação aos salários pagos.
Segundo Picarelli e Wood (1996) uma razão adicional seria a simples tradição, o
mimetismo40. Como a maior parte das empresas adota tal modelo, outras, por
40
Esta definição encontra-se no Glossário
72
mantém a tradição, o que de certa forma reforça o modelo. Aqui também Lawler (1990)
ressalta que os sistemas funcionais são vistos como uma “tecnologia testada”, cuja eficiência
especializadas, sua adoção não envolve o risco de incorrer-se em custos não previstos ou de
sistemas de avaliação de cargos são apoiados por métodos quantitativos, o que lhes dá,
segundo Lawler, op. cit, “aparência de objetividade”, o que é útil no convencimento das
Funcional:
gestão moderna demanda que o profissional faça o que se faz necessário e adequado,
necessariamente o que está prescrito. Neste particular, Lawler (1990) ressalta que o
descrições de cargo, Lawler (1990) aponta que as descrições de cargo precisas contém
inerentes, mensagens sobre o que não está incluído nas responsabilidades do cargo. No
73
limite deste raciocínio está a recusa do profissional em fazer algo que não se encontre
descrições de cargos;
• Não considera o foco nos clientes externos e internos. Lawler, op.cit, também aponta
esta tendência nos sistemas de base funcional, em razão das comparações de valor
elemento básico destes sistemas de remuneração. Esta visão voltada para o interior da
• Reforça a hierarquia: Lawler, op. cit, entende que a consideração, pelas descrições de
• Não tem orientação estratégica. Lawler, idem, também reforça este ponto, apontando
contingências do mercado;
ibid, o sistema funcional valoriza o que as pessoas fazem e não o que elas são e podem
na hierarquia;
pessoa faz, tomando como base o seu cargo, a consideração das habilidades e
41
Esta definição encontra-se no Glossário
75
• Incentiva a busca pelo acúmulo de pontos: os sistemas que avaliam os cargos por
pontos geram a busca por pontos, seja pela tentativa de revisar os cargos, descrevendo-
os com ênfase em atividades que valem mais pontos, seja pela busca de agregar ao
cargo responsabilidades valorizadas com mais pontos, o que em muitos casos resulta
administração;
revisões cada vez mais freqüentes das descrições de cargos, o que é custoso, não só
manutenção do sistema;
76
princípios básicos que são a divisão rígida de funções e tarefas, linhas bem definidas de
autoridade e responsabilidade, e foco no controle. Estas condições, como visto, já não são
descrição de cargo passa ser feita com foco nos processos que o envolvem, no
cargo para a organização. Esta abordagem procura vincular a descrição de cargo aos
categorias mais genéricas, fazendo com que as descrições sejam mais flexíveis, mais
• Análise do valor agregado: a avaliação dos cargos passa a ser feita com mais ênfase no
trabalho;
77
de salários e carreiras. Dessler (1997) descreve esta técnica como a junção de graus e
faixas salariais em um menor número de faixas amplas, cada qual contendo uma gama
relativamente ampla de cargos e níveis salariais. A tendência seria a redução dos graus
e faixas salariais de um número usual de dez ou mais para três a cinco. O alargamento
tradicionais). Uma abordagem, proposta por Hofrichter (1993), cria as faixas amplas e
compatíveis com os valores de mercado dos cargos componentes das regiões, situação
seu sentido mais restrito, eliminando os limites mais estreitos das múltiplas faixas
42
Esta definição encontra-se no Glossário
78
Cargo A Prof Jr
Cargo B Prof Pl
Cargo C Prof Pl
Cargo D Prof Sr
Cargo E Prof Sr $
Cargo F Especialista
Consultor C1
Supervisor X
Supervisor Y
Supervisor Z
Gerente AC
Gerente DF
Superintendente S1
Diretor D1
Diretor D2
Profissionais A B, C e D D - C1
Coordenação
X, Y e Z AC e DF
Direção
S1 D1 e D2
9° decil
CURVA DE MATURIDADE
Salário 3° quartil
Mediana
1° quartil
1° decil
engenharia consultiva. Nesta curva, os salários são crescentes em função do tempo decorrido
O cargo, embora em segundo plano, é também referência neste método, uma vez que
as curvas são traçadas para cargos (engenheiro civil, engenheiro naval, engenheiro eletrônico,
físico, químico, pesquisador, e semelhantes). As pesquisas salariais que fornecem dados para
avaliação de cargos já mencionado. Uma segunda alternativa adota pontos para a substituição
do tempo de experiência. Na determinação dos pontos são considerados fatores, como por
de idiomas. Da mesma forma que o tradicional método de pontos para avaliação de cargos,
anteriormente abordado, os fatores também podem ser objeto de validação através de estudos
de regressão múltipla.
Uma crítica usualmente feita a este método é que o desempenho do profissional tem
pouca influência na atribuição dos salários. Neste caso, o que é valorizado é um “estoque” de
lembrar que esse enfoque encontra reforço, embora não validação, na abordagem de Jaques
(1998), quando sustenta que o poder cognitivo do ser humano desenvolve-se ao longo de sua
vida.
81
como alternativa aos sistemas baseados no cargo, superando suas principais desvantagens,
especialmente quando aplicados em empresas mais modernas, tanto do ponto de vista de suas
Comentando as práticas de remuneração adotadas pelas empresas constituídas para operar via
Internet, especialmente no final dos anos 1990, Lawler (2002) reconhece que entre estas
foco:
43
The dot-comp era highlighted the importance of individual skills and knowledge in determining pay packages.
It accelerated an inevitable move from focusing on paying individuals for the the job they do to paying
individuals for the skills, knowledge and competencies they have. The war for talent that broke out in the dot-
comp era highlighted just how important those with critical, scarce skills can be to an organization’s bottom line,
thus providing strong justification for focusing more and more on what individuals are worth.
82
competitividade das empresas, o que se faz em parte pela otimização dos custos de produção,
são fatores que determinam a crescente adoção desta forma de remuneração. É preciso
diferenciação dos trabalhadores através destes critérios, o que pode levar a um desgaste do
sistema de remuneração.
necessidades da organização;
funcionários adquirem mais habilidades tornam-se mais flexíveis, não apenas capazes de
desempenhar múltiplos papéis mas também de desenvolver uma compreensão mais ampla dos
processos de trabalho e, desta forma, obter uma compreensão melhor da importância de sua
contribuição para a organização. Entende que esta compreensão e flexibilidade são cruciais
secundário;
Flannery, op. cit, afirma que a mudança radical – “se é que existe” - não é
propriamente causada pela utilização da nova forma de remuneração, mas do redesenho dos
Note-se que esta afirmação admite que a adoção da Remuneração por Habilidades
Definição de
processos de trabalho
Definição de habilidades
a remunerar
Definição de critérios
de seleção
Definição de blocos
de habilidades para os
processos de trabalho
Definição de planos
de habilidades
vinculando remuneração à carreira, porém acentuam que para cada organização deve ser
de mão de obra.
das habilidades adquiridas. Ghorpade & Edge (1997) relacionam os três elementos
apoiar a certificação. São também utilizados testes, embora se ressalte que são mais
caros para ser desenvolvidos e exigem cuidados específicos para sua aplicação. Os
certificar.
contemporização por parte dos colegas, que deve ser evitada pois pode comprometer o
modelo.
fará não mais apenas pela progressão vertical na hierarquia, mas pela contínua aquisição de
habilidades e suas certificações. Esta evolução é condicionada pela organização por um lado,
habilidades h5, h6, h7 e h8. No Bloco 3 poderiam estar as habilidades h9, h10 e h11.
Remuneração
(N+b3) R$
Bloco 3
(N+b2) R$
Bloco 2
(N+b1) R$
Bloco 1
N R$
Ganho de habilidades
Segundo verificaram Schuster & Zinghein (1996), na maior parte das empresas as
habilidades pagas são aquelas cujo domínio é comprovado, mas nem sempre há exigência de
específicas, em uma única vez, pela aquisição de novas habilidades. Uma forma adicional é o
a maior parte dos autores, que o sistema de remuneração por habilidade deve ser apoiado por
plano de treinamento:
44
Esta definição encontra-se no Glossário
89
complementam o quadro.
habilidades dos profissionais. Assim, segundo Picarelli e Wood (1996), é necessário agrupar
habilidades para que se possa realizar uma comparação com cargos que constem da pesquisa
de mercado. Lawler (1990) recomenda que na elaboração das pesquisas salariais procure-se
pesquisar em bases diferentes das usuais, pesquisando não o que os outros pagam pelo cargo,
O problema da valorização das habilidades é um ponto crítico, uma vez que não
Schuster & Zinghein (1996) relacionam quatro diferentes formas para valorização das
habilidades:
• Valorização arbitrária;
90
econômico”;
usualmente resulta impraticável no decorrer do tempo, uma vez que a ausência de referencial
A segunda forma permite uma abordagem do mercado, ainda que indireta, já que o que
se mede no mercado são os valores dos salários dos cargos tomados como referências e não as
uma comparação nos moldes tradicionais, ainda porque não foram desenvolvidos métodos
descrição dos cargos, que deixa de ser feita segundo responsabilidades e atividades
desenvolvidas e passa a ser feita com base em habilidades que configurariam o desenho do
cargo.
combinações de habilidades podem representar valor econômico maior para a empresa do que
determinadas outras, ainda que individualmente algumas destas habilidades pudessem ser
funcionamento uma linha de produção paralisada poderá ser mais valioso para uma
valores mais altos mas não permitissem a solução do problema emergencial da paralisação da
produção. Esta consideração lança luz sobre um fato importante, que é o valor relativo das
empresa, o valor de uma determinada habilidade pode ser maior ou menor, diferentemente do
avaliação de cargos. Esta forma, embora respeite o equilíbrio interno, desconsidera o mercado
Cabe aqui lembrar que a comparação com o mercado é uma das atitudes usuais dos
profissionais, quando procuram avaliar os seus próprios salários. Diante desta perspectiva os
utilização generalizada para a valorização das habilidades e enfatizam que nesta tarefa há dois
pontos de singular importância, que são determinar o valor relativo das habilidades e
das habilidades individuais não somente tem uma função de estímulo ao profissional
importantes diante de avanços tecnológicos rápidos e que em grande parte dos casos
• Segundo Picarelli e Wood (1997) a gestão de RH passa a trabalhar mais integrada com
negócios. Lawler (1990) aponta como o benefício mais óbvio da remuneração por
habilidades a flexibilidade.
45
Esta definição encontra-se no Glossário
93
qualificação;
Schuster & Zinghein (1996) também reconhecem esta vantagem e enfatizam que
processos, visão mais completa do todo, o que lhes permite participar da solução de
mais abrangentes do que seria possível a profissionais com visão restrita ao seu
46
Esta definição encontra-se no Glossário
47
Esta definição encontra-se no Glossário
94
Schuster & Zinghein, op. cit, apontam ainda uma vantagem, que é a melhoria do
serviços e da visão do todo, mais desenvolvidas pela maior qualificação dos profissionais.
Remuneração por Habilidades, pode ser obtida através de algumas medidas na implantação.
Entre os fatores que parecem contribuir para uma implantação bem sucedida estão: a
“job rotation”.
Schuster & Zinghein (1996), argumentam que o envolvimento retira dos funcionários a
sensação de que o sistema está sendo implantado unicamente em razão da busca de ganhos de
Picarelli e Wood (1996) entendem ainda que tal aumento deve ser encarado como
que o aumento dos gastos com a folha de pagamento tenderá a aumentar, bem como
dos custos com o pagamento dos profissionais deve ser compensado, o que é
vez que a demanda por treinamento por parte dos funcionários tende a aumentar e por
decorrência, seus custos. Entenda-se aqui que a elevação dos custos se dá tanto na
demandado. Os autores recomendam cuidado para que não haja demanda excessiva
Esta posição é também apoiada por Flannery (1997), para quem os programas devem
96
indicada para todas as empresas, mas para empresas que trabalham com poucos níveis
Zinghein (1996) consideram que a utilização de remuneração por habilidades assume especial
relevância para empresas de serviços e áreas que requerem habilidades de elevado valor,
como por exemplo hospitais e empresas de tecnologia. Entendem ainda que a adoção do
sistema será assegurada sempre que for possível demonstrar o retorno dos investimentos
Schuster & Zinghein, op. cit, lembram ainda que a maior qualificação dos profissionais
programa, traz à cena, por outro lado, a perspectiva de resistência à implantação do programa.
resistência deve ser esperada por parte de profissionais que devem ter papel importante na
empresa e seus funcionários. Da mesma forma, o papel das gerências e supervisões deve ser
Ghorpade & Edge (1997) indicam os tipos de empresas mais indicadas para adoção de
integra;
um clima psicológico e uma estrutura de trabalho específica. O clima mais adequado para
estes sistemas é uma organização em que haja o propósito comum de colaboração entre
profissionais que desenvolvem atividades pouco padronizadas e com maior grau de abstração,
tais atividades.
Jenkins, Ledford, Gupta et. al. (1992) relatam que, interessando-se pelas razões que
• deficiências nos projetos dos sistemas, com impacto no aumento dos custos salariais e
utilização do sistema.
domínio do indivíduo e de como ele as aplica na realização de suas tarefas são denominados
limitações, como as atividades pouco padronizadas e com maior grau de abstração, como as
estratégico.
de serviços;
tecnologia de ponta;
Habilidades;
Construção das
estruturas de carreiras
Programas de
Operação do sistema desenvolvimento
São diversas as formas pelas quais os sistemas de remuneração por Competências são
estruturados. A figura acima apresenta, com o propósito de formar uma referência para os
processos gerais aqui discutidos, uma estrutura aplicável a sistemas de remuneração por
que uma mesma competência apresente para um processo um valor diferente do que
apresenta para outro. Assim, identificar processos e áreas de atuação permite definir
com maior objetividade o rol de competências que será utilizado pela empresa e de
• Identificação das competências que comporão o sistema, básicas para a avaliação dos
liderança.
flexibilidade e adaptabilidade.
gestão da produção.
competências:
o Básicas: necessárias para o desempenho das atividades, mas que não permitem
externa e interna;
alguns pontos importantes, para que a gestão das competências seja eficaz:
Dutra (2001) define entrega como “saber agir de maneira responsável e ser
ferramentas que serão utilizadas. Neste passo devem ser equacionadas questões como
serão medidas, que aspectos serão avaliados, os níveis de atendimento (por exemplo,
utilizam dados obtidos junto a clientes, em processos variados. Wilson (1994) ressalta
objetividade para que suas avaliações resultem boas e sejam aceitas como boas.
eventualmente discriminatórios;
dados e atribuindo valores aos níveis de proficiência definidos. Aqui deverá ser feita a
complexidade das entregas. Assim, a cada nível de carreira corresponderá uma faixa
de carreira;.
IX G5
VIII G4 T6
VII G3 A6 T5
VI G2 A5 T4
V G1 A4 T3
IV A3 T2 O4
III A2 T1 O3
II O2
I A1 O1
Fonte: Adaptado de Dutra, 2002
Figura 3-10 – Estrutura de carreira segundo Dutra (2002)
efeitos da mobilidade interna, quais os critérios para a fixação dos salários dos novos
profissionais e outras medidas necessárias para que o sistema possa ser operado.
107
um sistema de gestão de recursos humanos, com suas funções básicas estruturadas segundo o
critério de competências.
pelos sistemas de remuneração por competências. A primeira vantagem buscada nos sistemas
estratégico organizacional.
Além destas vantagens principais, procura-se a extensão das vantagens obtidas com os
Competências.
Hipólito (2001) aponta ainda as seguintes vantagens dos sistemas de Remuneração por
Durabilidade, uma vez que as diretrizes salariais são sustentadas por diretrizes de
As desvantagens que podem ser previstas são também da mesma natureza que as
desvantagens verificadas são derivadas da forma pela qual o sistema é projetado. Uma das
salários, que passa a ocorrer quase que imediatamente à implantação do novo sistema.
Uma segunda desvantagem é que estes sistemas requerem aumento dos investimentos
Wilson, op. cit, entende que se a natureza do trabalho não exige com freqüência a utilização
das competências adquiridas, é possível que o sistema não seja adequado, ainda porque a
for adotada os custos de administrar o sistema podem ser bastante aumentados, se comparados
remuneração foi feita por Lawler (1999). Segundo ele, muitos dos sistemas de remuneração
110
critica a adoção de competências genéricas, como as apresentadas por Spencer & Spencer
desempenho de tarefas, não há razão para tentar medir e recompensar competências que em
las para remuneração apresenta um grande número de potenciais vantagens, entretanto não
Fundamenta-se em estudos que realizou nas décadas de 1960 e 1970, quando observou que as
confiabilidade tendiam a gerar dados inválidos que pela sua natureza subjetiva têm grande
avaliador. Também observou que os sistemas baseados em habilidades são melhor sucedidos
desempenho de tarefas negligenciam este ponto que reputa crítico. Lawler, op. cit, defende a
tanto para a remuneração fixa quanto para a variável, e a seu ver, o que deve determinar a
competitivo.
Competências:
tornando sua aplicação mais restrita às atividades e processos para os quais foram
flexíveis e ágeis.
O cuidado a tomar é quanto ao ambiente em constante mutação, que pode tornar estas
futuro.
futuras.
descrições precisas. Para cargos não caracterizados pela estabilidade, mas pela
definição.
durabilidade das definições das competências deve ser condicionada pela velocidade
complexa quando se remunera por competências, não só porque são ainda poucas as
empresas que adotam o modelo como também porque cada empresa desenvolve um
de cada empresa. Uma outra opção seria a valorização por meio da consistência entre
Competências individuais, como referem Dutra (2001), Hipólito (2001), Brisolla (1994) e
Resende (1999) e também pesquisas das empresas de consultoria Mercer (2000), Arthur
Andersen (2001).
definições proporcionadas por Martins (1994), que define a pesquisa descritiva como a que
tem como objetivo a descrição das características de determinado fenômeno, bem como o
descritivo, de vez que segundo Ferreira (1986), explicar é “tornar inteligível ou claro o que é
ambíguo ou obscuro”, “expressar, manifestar, significar”. Martins (2001) afirma também que
ao comunicar os resultados e conclusões “será preciso atingir um nível explicativo para além
pertinente?
114
de tal forma que seja possível a percepção de evidências sobre similaridades, padrões ou
divergências.
“faz-se uma questão do tipo “como” ou “por que” sobre um conjunto contemporâneo de
Um aspecto relevante é que a pesquisa não pretende ter seus resultados estendidos ao
universo das empresas brasileiras, portanto, não podem os seus resultados ser tomados como
um retrato completo das práticas das empresas brasileiras que utilizam sistemas de
empresas, sem dúvida significativas por serem empresas de grande porte, fortemente baseadas
em tecnologia e que ocupam posição de destaque em seus segmentos. Assim, não cabe falar-
estudo de caso.
A opção por casos múltiplos deu-se em razão de haver na literatura pertinente menções
sistemas em utilização. Note-se que a opção por casos múltiplos, seguindo a lógica da
replicação proposta por Yin op. cit. proporciona a tipificação de diferentes práticas, a partir da
habilidades ou competências para efeito de remuneração, o que foi sinalizado pelas pesquisas
citadas, das empresas Mercer e Arthur Andersen, quanto na conveniência do acesso, uma vez
que em alguns casos as empresas indicadas apresentam grande dispersão geográfica, o que
dificulta a coleta de dados in-loco. Tais empresas não compuseram o grupo pesquisado e
quando, eventualmente, foi necessário solicitar-lhes algum tipo de informação, o fizemos por
de tecnologia de ponta;
energia elétrica;
avançada e em processo de forte expansão, com estabelecimentos nas regiões mais populosas
do território nacional;
profissionais altamente especializados, tanto em seus níveis técnicos quanto nos quadros de
representantes foram sempre os gestores destas unidades ou profissionais por eles indicados
semi-estruturada, tendo sido elaborado um Roteiro de Entrevista, que foi utilizado para
manter uma linha de investigação homogênea (Anexo 2). Cada empresa foi visitada ou
contatada ao menos duas vezes, através de visita pessoal, por telefone ou e-mail, objetivando-
razão das dificuldades de agenda dos entrevistados, foram realizadas até cinco entrevistas, em
datas diferentes, o que permitiu, em razão da freqüência reiterada, maior contato com
117
profissionais diversos e com artefatos de utilização destas empresas, como seus jornais,
quadros de avisos, propiciando também mais informações sobre a sua cultura organizacional.
O roteiro foi objeto de um pré-teste para sua utilização nas empresas A e G. Este pré-
substituído por uma nova versão, em que as categorias ficaram implícitas, para utilização do
entrevistador. Este novo roteiro foi então utilizado nas demais empresas e na complementação
Internet, contatos telefônicos e, em alguns casos, com questões dirigidas a outros gestores
A análise dos dados foi realizada utilizando-se um modelo, baseado no proposto por
Yin, op. cit., que enfatiza o emprego de casos múltiplos dentro de uma lógica de replicação e
não de amostragem.
Primeiro Relatório
Estudo de caso do 1o Caso
Seleção Conclusões
de casos de casos
Roteiro de Sugestões
entrevistas para
aprofundamento
Relatórios
Outros
dos
Estudos de caso
outros Casos
O modelo de análise de dados utilizado não recorre aos múltiplos casos como uma
fonte de representatividade dos dados colhidos, mas como um critério para classificar as
servindo então como referencial para a tipificação dos sistemas de remuneração estudados e
divergência das aplicações práticas estudadas com este referencial é o objetivo a que se
propõe o trabalho.
estratégico da empresa;
qualificação do trabalhador;
• Favorecem o ganho de visão sistêmica por parte dos profissionais, como fruto do
• Transferem o foco da gestão do cargo para o seu ocupante, tornando pouco relevantes
tempo no cargo;
CAPÍTULO 5 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Inicialmente cabe definir, por simplicidade de expressão, que nos relatórios dos casos
5.2 – A Empresa A
desenvolvimento em telecomunicações.
instituição. Neste novo contexto, algumas funções organizacionais passaram por uma
122
verdadeira reconstrução, como foi o caso de sua área de Marketing, até então praticamente
inexistente, já que o mercado para seus produtos e serviços era cativo e restrito.
Desde seu início a instituição contou com grande percentual de profissionais de nível
superior em seus quadros, em geral com forte especialização em tecnologia. Assim, grande
parte de seus profissionais mais graduados e com maior tempo de vinculação à empresa, são
originários das áreas de engenharia e sistemas de informação. Atualmente 74% dos cerca de
1100 profissionais têm formação de nível superior, grande parte dos quais pós-graduados. No
A fase atual, apesar de marcada por uma forte retração da demanda de produtos por
competir em novos mercados. Para isto, em parceria com tradicional empresa de consultoria
se pela realização de parcerias dentro e fora do país. Procura também garantir sua atratividade
como empregadora de profissionais de alta qualificação para sustentar seu esforço de criar e
desenvolver tecnologia de ponta, o que é apontado por seus gestores como um dos motivos
que a levaram a abandonar o sistema de remuneração que utilizava até 1999, criado pela
especialmente competitivo, é o quadro em que se insere nossa análise de seu novo sistema de
remuneração.
Empresa A
como sendo um sistema de Remuneração por Competências, teve como objetivo principal a
profissionais;
124
de competências que tornassem o efetivo mais capacitado, inclusive em áreas até então
capacitação, o sistema de remuneração anterior, criado pela antiga holding para utilização em
todo o território nacional e voltado especialmente para empresas operadoras, não atendia às
primordialmente cargos das operadoras de telefonia, para as quais foi concebido, o que levava
mesma forma, dava pouco destaque às funções de marketing e vendas, já que o mercado era
cativo e sem concorrência, dado o monopólio estatal. Fatores de avaliação e sua ponderação
dinheiro era exagerado, em razão das limitações de despesas com salário impostas às
A opção por um sistema baseado em competências foi sugerida pela área de Recursos
por parte dos profissionais. Sua concepção e implementação ficaram a cargo de consultoria
fins de remuneração, os cargos existentes. A estrutura de cargos não foi alterada, não tendo
registro.
feita através de ampla participação dos profissionais. Foram realizadas reuniões para
apresentação do sistema, para as quais foram convocados, por sorteio, 300 funcionários,
participantes destas reuniões foram ouvidos no tocante às expectativas que tinham quanto ao
novo sistema de remuneração. Estas informações foram então apresentadas em reuniões com
competências a remunerar. Este conjunto foi submetido à direção da empresa, que, com 21
quatro eixos de carreira segundo os quais o sistema classifica o efetivo da empresa. Tais eixos
Eixos de Carreira
Gerencial
G4 G4 G4
G3 T6 G3 C4 G3 S6
G2 T5 G2 C3 G2 S5
T4 G1 C2 G1 S4
T3 Comercial S3
T2 S2
T1 S1
Tecnológico Suporte
Fonte: Empresa A
Figura 5-1 - Eixos de carreira da Empresa A
• Resolução de problemas;
VI
IV Competências Experiência
III Formação
II Conhecimentos
I
Fonte: Empresa A
Figura 5-2 - Estrutura de carreira da Empresa A
128
100%
Atribuições e responsabilidades
Pronto para
Supera Oferecer capacitação técnica para
atribuições mais
promoção
complexas
66%
Analisar
Oferecer possibilidade de
Atende
capacitação para Adequado oferecer
enquadramento atribuições
mais complexas
33%
Requisitos de Acesso
Fonte: Empresa A
Figura 5-3 - Matriz de classificação dos profissionais na Empresa A
Todos os profissionais foram avaliados pelos seus chefes imediatos e classificados nas
carreiras e níveis. Esta avaliação, que contou com a participação dos profissionais e de seus
chefes, buscou o consenso entre as partes, antes de seu fechamento. Não foram informados
casos em que não se chegou a consenso, porém na eventualidade desta situação, a decisão
agora disponível na rede de computadores da empresa e que proporciona o registro dos dados
steps da sua atual faixa salarial. A progressão horizontal, dentro do nível, dependerá da
pela Empresa A.
VI
V
Níveis de Agregação de Valor
Evolução vertical IV
(Promoção)
Evolução horizontal (Mérito)
Critérios: III
Critérios:
II Condições efetivas
• Disponibilidade de verba/orçamento
Condições necessárias I • Tempo mínimo de 1 ano após última
• Atender requisitos de acesso movimentação na estrutura salarial (Desejável)
• Assumir maiores níveis de
complexidade Condições seletiva
• Estar preferencialmente acima • Desenvolvimento (aproximação das atribuições
do ponto médio da faixa do nível e requisitos do nível subsequente)
atual • Desempenho
Condições suficiente
• Existência de vaga
Fonte: Empresa A
Figura 5-4 - Empresa A - Critérios de evolução salarial
132
A seguir foi realizada uma pesquisa salarial, com metodologia específica, objetivando
correlacionar os dados de mercado com os valores salariais das faixas equivalentes a cada
na massa salarial.
A pesquisa salarial permitiu delimitar os limites das faixas salariais construídas para
Faixas Salariais
Eixo Dados do
mercado
Nível VI
Nível V
Nível IV
Nível III
$
Nível II
Nível I
no uso do sistema.
Ressalte-se que para a realização da implantação houve treinamento dos gerentes e foi
feita divulgação prévia das atividades que seriam desenvolvidas e seus objetivos. Na
atualização esta providência ficou restrita aos dezenove profissionais escolhidos como
representantes do efetivo.
procedimentos específicos para revisão das avaliações das competências, nem a fixação de um
cronograma para a sua realização. As avaliações são efetuadas pelos próprios chefes e podem
ser realizadas a qualquer tempo. Da mesma forma, as promoções também podem ocorrer a
anual.
134
funcionários;
• Não foi adotada nenhuma medida específica junto à Delegacia Regional do Trabalho
sistema pelo Sindicato ou ainda em ações trabalhistas após a implantação. Não houve
avaliações;
• O sistema não prevê medidas específicas para os casos em que os profissionais atinjam
o topo da carreira.
alguns resultados obtidos com a implantação do sistema. Pretende continuar a sua utilização,
devidamente avaliadas;
136
modelo anterior;
desempenho;
anteriormente.
Do ponto de vista dos funcionários, a empresa entende que são percebidas as seguintes
48
Esta definição encontra-se no Glossário
137
A empresa entende que os objetivos traçados para o sistema foram quase totalmente
alcançados. Note-se que os objetivos declarados pela empresa para a implantação do novo
sistema foram:
diferenciações salariais;
Para tanto, o sistema implantado teria que ser de simples entendimento, garantir o
acesso às informações e oportunidades para todos os profissionais, ser fiel aos princípios que
nortearam sua concepção, proporcionar benefícios para a empresa e para os profissionais, ser
aos profissionais.
sistema;
• Liberação do acesso automático dos funcionários aos registros das avaliações de suas
oportunidades profissionais;
da área de RH e levou à maior integração com as demais unidades. Esta realidade estaria
retratada nos resultados da área de RH na pesquisa de clima, que demonstram satisfação dos
5.3 – A Empresa B
uma grande cidade do estado do Paraná, atendendo a uma população da ordem de 400.000
Fundada em 1964 pela prefeitura da cidade que atende, teve 45% de seu patrimônio
que permitiu a adoção do regime de contratação de seu efetivo através de contratos por prazo
1999 que 98,4% dos clientes aprovam seus serviços de telefonia fixa.
como uma ameaça em seu território de origem, mas também, como oportunidade de expansão
de seus processos de negócio, da certificação ISO-9002, da cisão para segmentar sua atuação
tecnologias são apoiadas nas competências de seus profissionais. São enfatizados aspectos
A empresa declara que sua visão operacional do processo de gestão de pessoas deve
processo como uma “parceria estratégica” entre empresa e profissional, sendo objetivos
equilibrar tais objetivos organizacionais com os objetivos das pessoas, assim entendidos a
objetivo preliminar que o sistema escolhido deveria ser flexível, permitindo atualizações,
Humanos, e gozar de credibilidade junto aos profissionais. Estas características já não mais
adotado, baseado no cargo, por pontos. Assim, constituíam problema as descrições de cargos,
que apesar da rápida alteração dos perfis reais de atuação dos profissionais, envolvidos em
uma vez que era numerosa a quantidade de cargos e o custo cresce à medida que novas
pelas pesquisas eram freqüentemente considerados de pouca representatividade, uma vez que
mercado.
142
O sistema de remuneração também não era visto como voltado para o suporte aos
A escolha recaiu sobre o sistema adotado, por competências, que conjuga o foco nas
nos sistemas baseados no cargo. Foram objetivos colocados para o novo sistema:
definido por esta via foi então submetido ao grupo consultivo, formado por 20 profissionais,
determinado nível devem ser atendidos pelos profissionais em níveis superiores. Estes
profissionais.
Principais Conceitos
• Pilares da Metodologia de Gestão por Competências
ATRIBUIÇÕES RESPONSABILIDADES
Conjunto de funções e/ou Conjunto de decisões e
atividades que caracterizam o ações exigidas do ocupante
nível dentro da organização do nível de desenvolvimento
Conjunto de Competências
Combinação de conhecimentos, habilidades e comportamentos que é
necessária para o sucesso tanto da organização quanto do colaborador
Fonte: Empresa B
Figura 5-6 - Empresa B - Dimensões das competências
145
Faixas
Salariais Gerencial
Administrativo
VIII IV Financeiro Informática Mercadológico
Tecnológico
VII III VI VI VI VI
VI II V V V V
V I IV IV IV IV Suporte Suporte
Técnico Administrativo
II I I I I II II
I I I
Fonte: Empresa B
Figura 5-7 - Empresa B: Eixos de carreira
As competências foram também alocadas nos eixos de carreiras. Para o eixo gerencial,
A competência Articulação interna e externa é a única comum aos dois grupos. Não há
relativos à sua interpretação, o que torna o seu uso mais sujeito à subjetividade.
profissionais. O avaliador, para a realização de sua tarefa, recebe um kit específico, com
informações da pesquisa salarial de mercado, reajustes salariais nos dois últimos anos e os
acesso, realizada nos mesmos moldes relatados para a Empresa A. A evolução vertical,
caracterizada pela mudança do nível na carreira, equivale a uma promoção e pode ocorrer se
houver vaga. É ainda requisito, que o profissional esteja enquadrado nos dois últimos steps do
nível salarial corrente. A evolução horizontal caracteriza o aumento salarial no próprio nível
salarial não houver ocorrido a menos de um ano e se for constatada a evolução nas
âmbito do qual foi adotado o SRHC analisado, foi embasada em programa de treinamento de
divulgada para todo o efetivo. Após a implantação do sistema, a divulgação continua sendo
feita para os novos contratados. A empresa entende, entretanto, que há necessidade de uma
com os do mercado é apoiada por pesquisa salarial. Esta pesquisa segue os mesmos
com os cargos.
O SRHC desde o seu início vem sendo ajustado, através de medidas operacionais, sem
alterações estruturais. Uma revisão focada em aspectos mais específicos será objeto de
148
como:
mediado pelo sindicato, que participou das discussões para a elaboração do SRHC. Esta
posição é objeto de revisão e deverá gerar como providência preventiva o registro do plano na
DRT.
comunicação.
Cabe também registrar que uma das preocupações atuais relatadas pela empresa é com
entende a empresa que uma das maiores vantagens obtidas é a fixação de critérios claros e
ou senioridade.
alcançados, e demonstra plena satisfação com o sistema, que qualifica como tendo excedido
as expectativas.
com a substituição dos cargos como referência, pela carreira. Reconhece ainda a empresa que
competências para o recebimento de aumentos salariais, o que não ocorria com o modelo
anterior, bem como em parte dos casos os profissionais passaram a arcar com maior
5.4 – A Empresa C
transmissão de energia elétrica, com atuação de cunho político normativa em todo o território
151
nacional. O seu escritório central localiza-se na capital do estado do Rio de Janeiro, onde se
concentra a maior parte do seu efetivo. A empresa, criada em 1961, tem como principal
empresas geradoras de 60% da energia elétrica do país para sua nova forma de atuar, inserida
sua estrutura administrativa e de seus processos de gestão, em paralelo com alto investimento
empresa 291 profissionais. Ao final de 2000, o efetivo da empresa atingiu 720 empregados,
(SCR).
O SRHC da Empresa C foi adotado em maio de 2001, estando, quando de nossa visita,
formulações em 1998, com um primeiro estudo e geração de um plano inicial, que foi
algum tipo de equilíbrio com as práticas do mercado, mas um sistema destinado a contemplar
uma situação de equilíbrio interno, tomando como base as práticas salariais das empresas
competitividade.
O SRHC foi adotado, tendo como principal objetivo proporcionar a estruturação das
carreiras e salários da empresa, provendo os funcionários com claros critérios para a ascensão
primeira fase dos trabalhos, em 1998, em função de características da empresa que sugeriam a
atuação.
empresa, sem sofrer a ruptura de seus princípios, foi um requisito colocado pela empresa.
Foram ainda definidos como requisitos para o SRHC a prevenção de conflitos trabalhistas, a
clareza nas decisões e comunicações amplas com os empregados, bem como a integração com
existentes em carreiras, que receberam a denominação de cargos amplos. Foram criados três
originais os cargos cuja regulamentação é objeto de legislação específica, como por exemplo,
médicos e operadores de computador. Os cargos amplos admitem ainda uma sub qualificação,
a Área Profissional. Assim, um profissional cujo cargo anterior fosse Engenheiro, no SRHC
passou a ocupar o cargo de ANS, na área profissional de Engenheiro. Este recurso pretende
correspondentes aos cargos amplos e aos seus estágios, tendo ocorrido o enquadramento
consultoria especialmente contratada. Após a escolha das competências, por cargo amplo,
foram ouvidos gerentes funcionais das áreas envolvidas para refinamento das competências
definidas. Foram ainda determinados pesos para as competências em cada estágio. A escolha
individuais, utilizando-se para tanto os mapas para avaliação de competências (Anexo 11).
O SRHC trabalha com a avaliação também dos resultados obtidos pelos profissionais e
estabelecidas entre chefes e subordinados e derivam das metas das unidades, podendo ser
resultados obtidos, traduzidos em pontos, remetem à classificação nas categorias R1, R2, R3 e
(Anexo 13).
Comitê de Avaliação de cada diretoria e pelo Comitê Empresarial, a quem cabe assegurar o
pelo seu chefe, após as diversas instâncias concluírem suas análises e, nesta ocasião, traçam
aumento salarial de dois steps na tabela salarial e os classificados nas áreas de suficiência são
elegíveis a um step. Os classificados na área crítica não recebem aumentos reais. Note-se que
tais aumentos salariais são aumentos reais, sendo que os aumentos decorrentes de dissídios
Os resultados das avaliações são também utilizados para a geração de ações destinadas
ponto de vista dos critérios utilizados para definição das participações individuais. Uma
porém não relata práticas de gestão participativa. Os fluxos de informação seguem padrões
adotada foi a adoção das carreiras com a denominação formal de cargos amplos e com a
definição de áreas profissionais. Esta medida foi adotada com o propósito de manter o
simultaneamente, romper com o paradigma do cargo como base para a gestão de Recursos
Humanos.
157
gerentes e funcionários.
sistema e de sua implantação. Nos estudos preliminares, relatados por Coda (1999), também
apontados como pontos importantes para a implantação do SRHC, uma vez que forneceram a
base conceitual para o desenvolvimento do sistema finalmente implantado, ficou patente para
sistema, ligados à estrutura de cargos e que não mais mantinha compatibilidade com a nova
empresa, foi a participação de poucos profissionais em sua elaboração, o que teria levado a
uma convergência mais rápida quanto às competências a adotar e uma menor influência da
resultados foi apontada como o maior obstáculo encontrado para a implantação do sistema,
adotada pela empresa, como reforço à aceitação do SRHC, que claramente contraria tal
cultura.
158
5.5 – A Empresa D
aeronaves comerciais de médio porte. Fundada em 1969, foi privatizada em 1996. Sua sede
localiza-se no interior do estado de São Paulo, onde se situam outras de suas unidades. A
aeronaves, e pela abertura de mercados no exterior. Nesta fase, em que a empresa tinha como
principal acionista o governo federal, a empresa traça o seguinte cenário: forte co-gestão
governamental nas decisões da empresa; lideranças com pouca autonomia para a tomada de
dentro do panorama relatado pela empresa, a seguinte feição: ausência de uma gestão
recursos humanos sem enfoque estratégico; deficiências nos processos de comunicação entre
o corpo gerencial e os demais profissionais; baixa renovação dos quadros funcionais; ausência
159
desvios de cargo (criação de funções para justificar salários mais elevados), inexistência de
processos de gestão de RH, como por exemplo o de avaliação de desempenho, não procedidas
desde 1987.
dirigidos esforços para temas como: foco empresarial na satisfação do cliente; reconstrução
do diálogo entre administração e empregados em bases mais abertas; criação de nova política
prestados aos clientes. O resultado deste esforço de modernização levou à mudança do foco
com objetivos e metas claros, e com produtos de sucesso nos mercados nacional e
internacional.
reafirmam a importância que assumiu. Recebeu aporte de US$ 520 milhões de novos
capital da empresa por seus funcionários, através da constituição de uma cooperativa para esta
finalidade. A empresa entende-se muito mais produtiva e expande suas instalações para
atender à demanda por seus produtos. Recentemente a empresa lançou uma aeronave de maior
porte, abrindo perspectivas de ampliação de seu espectro de atuação. Este novo cenário exigiu
160
de sua área de Recursos Humanos uma atuação no sentido de suportar este esforço e
estratégicos da empresa.
Cabe ressaltar que o efetivo da empresa é em sua maior parte constituído por
superior quanto para os demais. No caso específico dos profissionais de nível superior há
grande número de profissionais egressos das escolas de engenharia de maior renome no país,
Este foi o contexto em que a Empresa D optou por adotar um novo sistema de
O SRHC foi adotado em 1996, no bojo das inovações de gestão adotadas pós-
empresa entende que este sistema não tinha uma concepção estratégica, não estava vinculado
não tinha uma clara vinculação com a estrutura de carreiras da empresa. Havia excesso de
cargos e distorções salariais, tanto no sentido de salários acima quanto de salários abaixo dos
161
níveis praticados pelo mercado. O foco era o salário básico e não havia um processo de
duradouros nos salários e por conseqüência, distorções. A ausência de uma opção para
recompensar o desempenho produziu também a criação de cargos cuja finalidade foi permitir
cargos de 1298 para 277), porém busca associar as habilidades e competências que servem de
base para a remuneração, aos perfis dos cargos. Os conjuntos de habilidades e competências
foram determinados pelos gestores funcionais e técnicos das áreas funcionais, realizando
análises de cada cargo de sua área. O processo foi coordenado por consultoria especializada,
Competências e Habilidades, utilizado para a execução das avaliações dos funcionários e seus
Levantamento dos
1a FASE Postos de Trabalho
Perfil dos
Cargos
Avaliação dos
Cargos
Enquadramentos
Funcional, Salarial
(Mínimo da Faixa)
Fonte: Empresa D
Figura 5-8 - Empresa D: Fase 1 da implantação
Elaboração dos
Atualização da
Indicadores
Pesquisa Salarial
(Q. C. e H )
Definição do Instrumento
de Avaliação e Avaliação dos
Feed-back Treinamento dos Cargos
Líder/Liderado Avaliadores
Indicadores
• Desenvolvimento
• Carreira Avaliação dos Revisão da Estrutura
Funcionários do Plano de Cargos,
Remuneração e Carreiras
Fonte: Empresa D
Figura 5-9 - Empresa D: Fase 2 da implantação
163
mostrada na figura abaixo e o total de pontos obtidos é utilizado para determinar a posição do
uma correspondência, cargo a cargo, entre as faixas salariais e a pontuação obtida pelos
profissionais no Indicador.
100 1,50
100 1,50
100 1,00
100 1,00
Resultados
Fonte: Empresa D
Figura 5-10 - Empresa D: Planilha para quantificação das avaliações
seleção dos novos profissionais baseia-se nos requisitos determinados para cada cargo.
164
A implantação, realizada nas duas etapas relatadas, exigiu treinamento em cada uma
delas, tanto para o processo de levantamento das habilidades e competências de cada cargo
como também para a realização das avaliações dos profissionais. Os treinamentos foram
permanentemente atualizado, além de prover o treinamento dos novos gestores, assim que
contratados.
competência e habilidade. Por esse motivo, salário e carreira devem ser tratados em nível
A empresa não adotou nenhuma medida específica junto à DRT, como registro de
plano de cargos e salários ou junto ao Sindicato dos funcionários, de vez que todas as
objeto de consenso entre chefe e profissional avaliado e são validadas por ambos, que as
assinam. A empresa entende que esta avaliação caracteriza acordo entre as partes e o
Trabalho.
O SRHC não conta com mecanismos especiais de divulgação, ainda porque, informa a
comunicação voltada para o SRHC foi intensa, são feitas abordagens específicas nos processo
A empresa não dispõe de indicadores específicos com relação aos resultados obtidos
através do SRHC. A empresa afirmou que do ponto de vista de satisfação com as práticas de
remuneração sua pesquisa de clima indica alto nível de satisfação por parte dos profissionais.
As principais vantagens que a empresa reconhece pela adoção do SRHC são o estímulo ao
justiça com relação aos salários recebidos e controle dos custos com a folha de pagamento, de
Com relação aos objetivos estabelecidos para o SRHC quando de sua concepção a
empresa os considera plenamente atingidos, relatando satisfação com relação o sistema. Como
• A empresa considera que os principais fatores que colaboraram para o sucesso de seu
dos gerentes.
RH com o quadro gerencial, uma vez que a determinação das competências necessárias aos
5.6 – A Empresa E
maior empresa do ramo na América Latina. Sediada em São Paulo, atua em 11 cidades nos
mais de mil opções de exames e empregando tecnologia de ponta na área. A empresa tem um
atendimento de clientes, o que ocorre em grande parte das vezes sob condições de intensa
tensão emocional.
168
O mercado em que a empresa atua passa no momento por uma forte competição,
Para sustentar este esforço, decidiu adotar um sistema de gestão de recursos humanos
por competências, em cujo contexto inseriu seu programa de remuneração, objeto desta
análise.
estabelecidos de tal modo que o SRHC não se constitua em instrumento isolado, mas que
NOVO EMPREGADO
Gerenciamento de Carreira
• Job Rotation
• Coaching
Recrutamento e Seleção
• Perfis, Métodos e Testes
COMPETÊNCIAS
Fonte: Empresa E
Figura 5-11 - Gestão por competências na Empresa E
em pontos. Como a empresa não percebia no sistema condições de incentivar a aquisição das
julgava alinhado com os objetivos estratégicos da empresa, além de não estabelecer claras
Processos
Gestão de Materiais
Gestão de Pessoas
Gestão Financeira
Gestão da Qualidade
Gestão Integrada
Gestão Estratégica
Fonte: Empresa E
Figura 5-12 - Empresa E - Processos de Trabalho
pessoas/apoio, financeira e gestão integrada. Em cada uma das carreiras há dois cargos:
Apoiador e Especialista. Estes cargos englobam a quase totalidade dos cargos existentes
cargo Gestor. Para um pequeno número de cargos, cujo exercício é regulamentado por
radical dos processos de garantia da qualidade nos serviços prestados, uma vez que a empresa
O Conceito de Competências
Fonte: Empresa E
Figura 5-13 - Empresa E: Tipos de competências
172
competências Estratégicas, constantes do Anexo 16, foram definidas pela direção da empresa,
consideradas básicas para que seja cumprida a missão e realizada a visão da empresa.
Entende-se que devem ser desenvolvidas por todos os profissionais, independente dos
processos com os quais lidem e não são consideradas para efeito de remuneração. Já as
grupos de gestores dos processos e fazem base para o sistema de remuneração, com exceção
Os profissionais são avaliados, anualmente, por seus chefes, que tomam como
Proficiência
Competências Evolutivas
1 2 3 4 5
Micro informática X
Média 2,5
Fonte: Empresa E
Figura 5-14 - Empresa E - Planilha de avaliação
No caso do exemplo, o profissional foi avaliado e recebeu a média 2,5, o que o coloca
Entretanto, as avaliações fornecem subsídios para outras ações, como exemplifica a figura
abaixo.
174
Ações Decorrentes
• Plano de Desenvolvimento
• Análise do budget
Fonte: Empresa E
Figura 5-15 - Empresa E - Ações decorrentes da avaliação
embasam as avaliações.
Grau 5 – máximo
Competência com grau de proficiência que permite tomar decisões que impactam em uma
diversidade de eventos. Tem que atuar em ambiente de constante mudança, lidando com
um número excessivo de variáveis para serem mapeadas. Percebe as interconexões entre
as variáveis dentro do processo e no ambiente interno e externo e precisa ajustá-las
continuamente, considerando os efeitos internos e ambientais de segunda e terceira ordem.
Fonte: Empresa E
Figura 5-16 - Empresa E: Orientação para avaliação de competência
175
Aos pontos obtidos na avaliação corresponde uma posição na escala salarial, que deve
empresa trabalha com faixas amplas, de sorte a contemplar as variações necessárias ao longo
da carreira.
utilização da competência adquirida, o que pode ser imediato ou não. O critério para a
de cargos-chave, cujos valores são empregados para determinar parâmetros de construção das
faixas salariais.
O sistema não foi ainda objeto de revisão, dada a sua recente implantação. Quanto ao
crescimento da ansiedade dos profissionais com relação aos efeitos que a adoção do novo
sistema teria sobre as carreiras e salários. Assim, a empresa procurou transmitir aos
profissionais, da forma mais clara possível as regras do novo sistema e seus fundamentos.
Foram realizados workshops com os chefes, a quem foi dirigida comunicação específica. Da
que do ponto de vista da empresa não foi suficiente. Agora, a empresa iniciou a divulgação da
disponíveis, como cartazes, jornal, mensagens via e-mail, será detalhado o conceito de uma
competência estratégica.
Após o primeiro ciclo de avaliações ainda não ocorreu o segundo, que deverá ocorrer
empresa. O desempenho será medido contra metas das equipes de que façam parte os
participações nos lucros e resultados. Ressalte-se que a empresa ainda não dispõe de um
consenso entre avaliados e avaliadores e contam com a validação dos profissionais, que as
177
momento em que se procura consolidar uma nova forma de gestão de RH. Assim, promove a
divulgação contínua, através dos meios institucionais disponíveis, dos temas prioritários do
sistema de gestão por competências implantado. Tal fato torna-se relevante por haver a
não foram suficientes, havendo ainda necessidade de enfatizar a divulgação dos fundamentos.
faz dos resultados do SRHC são qualitativas. Entretanto, apesar de implantado recentemente,
produzido, a integração dos sistemas de RH por via da adoção da gestão por competências, a
com o mercado. A empresa entende ainda que seus profissionais foram beneficiados porque
da empresa. Notou ainda um sentimento de que o SRHC parece aos funcionários mais justo
Como desvantagem, mais da forma que foi empregada para divulgar o sistema do que
resultaria em aumentos salariais generalizados, o que levou a um certo grau de frustração com
planejamento na divulgação.
5.7 – A Empresa F
regiões em que se estabeleceu e provocando grande impacto no modo de vida dos habitantes
cultura. A busca de mecanismos que incentivem o ganho de qualificação por parte de seus
pela empresa, antes complementando-a ou por ela complementando-se, porém sem o aspecto
concorrencial. A motivação para o bom andamento dos serviços e para a sua melhoria não é
operacional, objeto de nosso estudo, foi uma alternativa desenvolvida pela empresa para
deve-se ao fato de que a remuneração dos demais cargos da empresa ocorre segundo um
A adoção da remuneração por habilidades para os três cargos deu-se há cerca de doze
anos, com o propósito de atender a três objetivos, não atendidos pelo sistema de remuneração
focado no cargo:
equipamentos, que, entretanto, não tinham capacitação para atuar com outros
empresa, baseado no cargo e sem um sistema de avaliação formal de cargos. Quanto a este
sistema, a empresa entende que deve ser substituído, uma vez que o modelo de gestão de RH
passará por total reestruturação, devendo ser adotada a gestão baseada em competências,
remuneração para seus profissionais em cargos de interesse crítico para a manutenção de suas
aos cargos.
O sistema foi apresentado aos profissionais envolvidos e seus chefes, tendo sido
sistema, inclusive não tendo ocorrido contestações ao longo dos anos. Contrariamente, o
sistema é visto como claramente definido e com regras de acesso perfeitamente definidas, o
profissionais com segundo grau completo, e envolvem atividades críticas para o andamento
Para cada cargo foram definidos estágios, aos quais corresponde o domínio de um
bloco de habilidades. O profissional fica afastado das operações, por um período de quatro a
seis meses para que adquira, por via de treinamento, o domínio dos blocos de competências.
O domínio de cada bloco permite acesso ao patamar superior da função, com acréscimo de
182
de CCO.
estágio anterior.
A certificação pode ser feita na empresa, por técnicos designados para esta atividade e
de equipamentos ou tecnologia, porém devem ser reconhecidas pela empresa, através do aval
Os salários são atualizados tendo como principal objetivo o equilíbrio interno, uma vez
que não há no mercado outros profissionais com funções semelhantes. As pesquisas salariais
fornecem dados de outros cargos, que por similaridade quanto aos requisitos, são também
utilizados como definidores das atualizações dos valores das faixas salariais.
resultados e tem natureza grupal, cabendo aos profissionais o recebimento de valores iguais
para todos.
A empresa concede um grande número de benefícios aos seus funcionários, porém não
se caracteriza por práticas avançadas de RH. Deve-se entretanto registrar que implantou uma
técnicos e engenheiros tem sido uma das preocupações desde a fundação da companhia.
supervisão;
profissional;
184
qualificados.
A empresa informa ainda que há a percepção por parte dos profissionais de que o
sistema é justo e de que têm participação na gestão de seus salários, cabendo-lhes também a
iniciativa pela busca de melhores salários e crescimento profissional. Também aponta como
Apesar de suas constatações, para a maioria de suas conclusões quanto aos resultados
comporiam cada bloco. Observou-se, na fase de enquadramento dos profissionais nos níveis
da função, que profissionais com salários mais elevados e maior senioridade apresentavam
empresa;
5.8 – A Empresa G
atividades e caracterizada, em sua matriz, pela adoção de soluções inovadoras, tanto do ponto
1960.
aplica-se a 90% do efetivo, havendo para os demais, os dirigentes, um sistema com base
funcional.
parte considerável de sua produção à exportação. Em 2001, o faturamento do grupo de que faz
reduzir drasticamente seus custos de produção e incrementar a qualidade, bem como o valor
sua competitividade.
normativo do sistema.
187
por parte dos profissionais da empresa, levando à maior flexibilidade do emprego do efetivo.
Com a automação crescente e a menor demanda pela ação direta dos operadores das máquinas
dos operadores, entre operações sucessivas. Assim, a qualificação dos profissionais para a
encomenda, de equipamentos de alto valor, tanto pelo reflexo no custo de produção quanto
pela geração de atrasos na entrega do produto final. O novo sistema objetivou também a
clarificação das regras para ascensão profissional na empresa e dos critérios para a fixação
dos salários dos funcionários. Cabe ainda lembrar que a manutenção da competitividade da
empresa foi um balizador da criação do novo sistema, de tal sorte que fossem evitados
O sistema anterior avaliava os cargos por pontos. Entre as deficiências apontadas pela
ausência de qualquer correlação entre o salário e o desempenho dos profissionais, bem como a
vista salarial. A empresa sentiu também que a estrutura dos cargos, com suas descrições
contrário, a especialização.
188
habilidades por parte do efetivo, contribuindo assim para a melhoria contínua buscada pela
empresa.
cargos relativos aos processos de usinagem, aglutinada em uma família denominada Oficial
de Usinagem.
fato de que concentra em habilidades e conhecimentos, bem como faz com que de 60 a 75%
dos determinantes dos salários sejam habilidades e conhecimentos técnicos. A escolha destas
habilidades foi feita por gerentes da empresa, sem participação dos funcionários e encontra-se
no Anexo 20. Ressalte-se que estas habilidades relacionadas no Anexo mencionado são
combinadas em blocos, de acordo com a família de cargos, não sendo utilizadas todas
simultaneamente.
A cada família de cargos corresponde uma descrição de cargo, que busca descrever de
comportamentais são bastante sucintas e a forma utilizada para sua aferição é também pouco
detalhada, não sendo notável um padrão de construção mais elaborado. A este conjunto
189
família de cargos. O Anexo 22 mostra as posições salariais possíveis para esta família de
cargos, com os pontos correspondentes.. Note-se que 75% dos pontos possíveis são obtidos
como denominado pela empresa, competências comportamentais. Cabe ainda observar que
Para a realização das avaliações são empregados formulários como o do Anexo 23. O
As promoções horizontais podem ocorrer a cada ano e meio, desde que haja posição
promoções, para outras famílias de cargos podem ocorrer quando as habilidades de uma
família são perfeitamente dominadas pelos profissionais. Valem aqui as restrições de vagas e
orçamento.
190
mercado, que busca valores salariais para os chamados cargos de origem. Os valores de
tratamento estatístico trabalhoso, de vez que são diversos os cargos componentes das famílias
de cargos.
O documento normativo prevê a revisão das habilidades a cada dezoito meses. Até o
momento ocorreram apenas ajustes nas especificações e alterações das famílias, de modo a
sistema.
de Participação nos Resultados, em valores iguais para todos os profissionais, porém tal tipo
Sindicato, ainda porque a empresa considera que não há conflito entre o sistema que adota e a
legislação trabalhista.
indicadores para aferir a sua produtividade, não consegue isolar o efeito da adoção do sistema,
já que apesar de constatar produtividade crescente ao longo do tempo, também adotou outras
operacionais da empresa;
Do ponto de vista dos profissionais a empresa entende que a principal vantagem foi a
clareza quanto às regras do sistema, quanto às condições para ascensão profissional e salarial,
192
bem como quanto aos resultados das avaliações de habilidades. Há ainda a convicção de que
A empresa entende que seus objetivos foram parcialmente atingidos, uma vez que
orçamentárias;
planos de treinamento.
no sistema anterior.
A solução encontrada e aplicada foi a ação direta da área de Recursos Humanos, que
As razões apontadas pela empresa para abandonar seu sistema de remuneração anterior
são decorrentes da concepção do sistema para uma realidade empresarial já não mais presente
baseado no cargo.
com os objetivos estratégicos, foi identificada pela direção da empresa. A proposta da adoção
do SRHC foi originária da área de RH, que buscava reforçar o rompimento com o modelo
organizacionais.
195
posição, embora defendida por diversos autores, que entendem que o desenvolvimento das
Seleção. Esta decisão permitiu a adoção rápida do método, porém não garante o suporte do
autodesenvolvimento individual. Cabe ainda acrescentar que ausência de tal plano pode ainda
dos profissionais foi uma decisão da empresa, que reconhece risco de contestação do sistema
mas não entende que o SRHC fira o princípio da isonomia salarial, porquanto os salários não
profissional. Esta decisão conflita com as recomendações de alguns autores, que sugerem o
do SRHC com relação a conflitos de natureza trabalhista. Não há relato de conflito trabalhista
envolvendo o SRHC.
profissionais na implantação são apontados como fatores de sucesso do SRHC pela empresa e
196
reforça a posição de diferentes autores com relação à necessidade de intenso treinamento para
o sucesso do sistema. Por seu turno, a empresa não tem continuado, em razão de não haver
dirigido a atenção de seu treinamento para o SRHC, o treinamento de seus profissionais, o que
aprofundar-se os estudos com relação aos riscos da adoção da gestão por competências em
apostilas, o que também segue na direção apontada pela literatura, mas não teve continuidade,
proceder minimiza contestações com relação às escolhas e prioridades. Há entre elas duas que
que pode levar a avaliações segundo critérios não homogêneos e constitui uma crítica
conceito ainda um tanto difuso e portanto não apropriado para constituir base para
remuneração. Na empresa A, não há como confirmar a consistência desta crítica, uma vez que
a ausência de treinamento para os avaliadores, de modo contínuo pode ser também a causa
avaliações são feitas em reuniões entre chefes e subordinados e devem buscar o consenso, o
para a progressão salarial, afetando assim não apenas a remuneração variável, mas também a
preocupação da empresa com a “entrega” e com a objetividade dos critérios de avaliação das
de técnica de pesquisa salarial que efetua a comparação com os salários do mercado segundo
um método que procura identificar os salários das empresas informantes não pelos cargos e
suas descrições, mas pela tentativa de captar os salários de profissionais que apresentem
compatível com o nível de competência. A literatura consultada não trata com detalhes das
ainda mais por ser um método diferenciado em relação aos tradicionais e que desvincula-se do
conceito funcional.
níveis e carreiras. Note-se que ocorreram casos em que se verificou que o profissional recebia
salário acima do recomendado , mas nestes casos a medida que a empresa adota é um
faltantes. É evidente que tais casos tem sua ineficiência agravada pela ausência de um plano
literatura.
previstas na literatura pertinente, sendo consistente com o referencial teórico. Cabe também a
ambiente competitivo.
remuneração como também de provocar uma ruptura com o modelo anterior, baseado em
ligadas à concepção dos sistemas baseados no cargo, optou pela concepção de um novo plano
199
competências individuais foi resultado da revisão geral das políticas e processos da empresa,
por parte de sua direção, que apoiada por consultoria especializada buscava o
Humanos foi a de prover a implantação da solução, não tendo sido a origem do diagnóstico
desta necessidade.
alcançados, são claramente alinhados com os objetivos estratégicos formulados pela empresa,
desempenho para a remuneração variável. Esta posição é também coerente com as propostas
de autores que entendem que o desempenho pode variar ao longo do tempo, por
circunstâncias as mais diversas e por vezes fora do controle do profissional, não constituindo
mostrou-se extremamente importante, uma vez que mobilizou toda a estrutura de Recursos
empresa declarou entretanto, que pretende formalizar seu plano, o que tende à busca da
conformidade com a legislação trabalhista, dado que reconhece os riscos presentes no modelo,
equipes, para a implantação do sistema, apontando este treinamento como um fator de sucesso
do SRHC.
grupos pequenos de profissionais, embora tenha ocorrido na formação dos grupos um esforço
ser criativo) ou por estarem parcialmente fora do controle dos profissionais. Neste particular o
poderia reduzir a sensação de subjetividade, seja pelo aprimoramento das descrições das
Não há certificação. As avaliações são também de certa forma sujeitas a um certo grau
modo mais objetivo de avaliar competências e requisitos de acesso, o que foi informado como
As condições estabelecidas para a progressão salarial são idênticas às que o foram para
a empresa A. Note-se que em ambos os casos há formal referência ao desempenho. Cabe aqui
A empresa entende ainda necessários alguns ajustes no SRHC. Note-se que tais ajustes
reajustes ou promoções, o que não ocorre puramente pela avaliação das competências.
Como forma geral o SRHC adotado pela empresa é consistente com a literatura
profissionais.
O papel da área de Recursos Humanos nesta alteração foi o de valorizar uma idéia
que gerou efetivamente as bases para, dentro de uma cultura conservadora, reformular-se o
desenvolvimento do efetivo. Cabe aqui uma reflexão sobre o fato de que uma cultura apoiada
por competências.
objetivos estratégicos da empresa, dos quais derivou a necessidade de sua adoção. O aumento
avaliação dos profissionais para a distribuição de participações nos lucros e resultados. Esta
203
esta modalidade de remuneração mais apropriada ao salário base, cuja evolução retrataria sua
variável.
A adoção do modelo integrado aos demais subsistemas de RH, que encontra respaldo
apoiadores do SRHC, ficando apenas ressalvado o fato de que a forma legal de contratar-se
conhecimentos.
permitindo a manutenção, para efeitos legais, do conceito de cargos (ainda que com pouca
ênfase). Em relação aos demais casos analisados foi , a nosso ver, a medida mais objetiva e
e Wood (1997).
literatura. Por outro lado, esta comunicação deu-se de modo extremamente restrito no início
do processo, uma vez que ocorreu a decisão de não realizar-se um processo amplo e
desenvolvimento das competências como conseqüência das avaliações não foi ainda
suficientemente praticado e não pode ser avaliado. O que se pode considerar é que encontra-se
objetividade do SRHC. Esta decisão, embora justificada como tomada para minimizar as
resistências de uma cultura conservadora, pode ser também vista como uma de suas
paradigmas objetivada.
unidirecional, uma vez que não há participação do empregado nas discussões das avaliações,
resultados. Note-se que aqui não se está fazendo referência ao conceito de entrega, de
contra metas, o que não tem necessariamente caráter permanente e pode ser influenciado por
SRHC por parte dos profissionais, por perderem o sentido de clareza de perspectivas, buscado
pelo sistema e, ainda, o risco de agir como produtor de insatisfação por frustrar expectativas
sua forma de administrar salários, compatível com a nova forma de atuação da empresa e
entretanto, em alguns pontos de grande importância. O caso confirma ainda a percepção dos
existência de falhas estruturais dos sistemas baseados no cargo, manifestas especialmente nas
também para sua não convergência com a busca de resultados da empresa, seu distanciamento
dos conceitos de remuneração estratégica. No caso da Empresa D, uma radical alteração foi
viabilizar o dinamismo necessário à empresa. Seu papel foi realçado quando da implantação
responsabilidade dos gestores funcionais, porém não foi esta área que, tendo acompanhado as
206
o indivíduo.
É também fundamental , desde já, enfatizar que a transformação que o SRHC pode
introduzir, a partir da forma como foi concebido, é parcial, uma vez que preserva o conceito
de cargo e mantém parte de seus procedimentos a ele atrelados, como por exemplo a busca de
porém o enquadramento salarial é decorrente inicialmente, dos salários pagos para o cargo,
que teve seu conceito ampliado, tendo-se eliminado as categorias tradicionais de senioridade e
adotado faixas amplas. Desta forma, o SRHC não rompeu em definitivo com os paradigmas
do modelo funcional.
demais subsistemas de RH apoiam o SRHC, mas também ainda estão baseados no modelo
funcional.
decisão de adotar o sistema. A escolha das habilidades e competências e seu atrelamento aos
empresa, o que também encontra respaldo na literatura e agrega validação ao sistema por
observada nos demais casos, de enfatizar o acordo entre as partes e utiliza-se do argumento de
que mesmo entre cargos iguais o desempenho individual pode ser atribuído a características
diferentes de cada profissional, que podem ser desenvolvidas, de tal sorte que no limite
necessário registrar-se que grande parte destas competências apresenta um caráter bastante
decorrente da forma utilizada para sua escolha, que as atrelou às necessidades dos cargos.
Nota-se ainda que a redação das competências enfatiza a “entrega”, o saber fazer, como
sistema não tem cumprido seu papel com eficiência, o que pode ser em parte explicado pelo
seu caráter formal e burocrático, sem recursos mais modernos e eficientes e sem a ênfase na
comunicação freqüente.
SRHC, ainda preso ao conceito de cargo, não haveria grande possibilidade de utilizar-se um
O aumento real dos salários médios, decorrente do enquadramento dos salários foi
pouco superior a 8%, o que a empresa encara como um investimento que o aumento da
apresentado estudo da empresa comprovando este retorno. Também a empresa argumenta que
o custo administrativo do sistema foi reduzido, principalmente por via da redução do número
associadas.
como já relatado e entende que de um modo geral o sistema tende a gerar satisfação crescente
parte das vantagens previstas na literatura, embora mantenha um vínculo muito forte com o
agravadas pela gestão pré-privatização, que buscando eliminar problemas causados por
Desta forma, sua substituição seria inevitável no momento de ganhar-se competitividade e não
pode ser simplesmente creditada às deficiências do modelo funcional, já que ainda dentro
baseados no cargo. Cabe ainda ressaltar que a adoção do novo sistema sinalizou para a
empresa uma forte mudança em relação às práticas de RH, agora integradas em torno da
Como nos demais casos, a percepção de que o sistema de remuneração deveria ser
substituído e que esta substituição deveria se fazer em face a um desafio estratégico, não se
originou na área de RH. A ação de RH foi a de implantar uma solução, de resto originada de
um trabalho de consultoria. Cabe aqui registrar que na busca de uma postura mais inovadora
de RH, a empresa contratou para gerenciar sua área de RH a profissional responsável pelo
trabalho de consultoria.
210
Quanto aos objetivos traçados para o SRHC, claramente estão ligados aos objetivos
incentiva.
desempenho excelente e não criar a “memória” deste desempenho nos salários da empresa. A
empresa, entretanto, ainda não conta com um sistema de remuneração variável funcionando
no efetivo.
integrar os esforços da área, proporcionando equilíbrio ao sistema, fazendo com que não haja
certo nível de risco pela empresa, também repete características encontradas nas demais
empresas. Os benefícios do SRHC são entendidos como muito mais importantes para a
renovação das práticas e da cultura da empresa, o que faz com que que os riscos sejam
enfatiza a comunicação clara e abundante. Deve-se ainda ressaltar que o processo de seleção
das competências utilizado pela empresa foi realizado em pequenos grupos, contrariando as
recomendações da literatura. Esta decisão, aliada a uma comunicação realizada com pouco
planejamento ou precipitada, criou um obstáculo inicial, que consome ainda agora, para a sua
Algumas competências, tidas como de caráter geral, não são utilizadas para
remuneração, pois a empresa entende que não deve remunerar o que deve ser o patamar
num claro alinhamento com as críticas de Lawler (1999) a esta prática. A empresa remunera
apenas competências individuais e de processo, o que por sua vez adiciona um peso maior à
competências individuais e não guarda nenhuma relação com o desempenho. Esta separação
reconhece a “entrega” e coincide com a recomendação da maior parte dos autores, que
previsões contidas na literatura pertinente e as razões para a sua adoção reforçam as críticas
Não havendo certificação, as avaliações são realizadas pelos chefes, o que exige um
habilidades. Sua decisão foi pela adoção de um subsistema de remuneração por habilidades,
específico para a área de operações, em especial para três funções. A operacionalização desta
decisão foi possível, fundamentalmente, porque o sistema de remuneração por habilidades não
tem como característica quebrar o paradigma do cargo como base para a remuneração, em
sistema sem provocar a sua desarticulação. Note-se que pelo contrário, sendo o sistema
A atuação da área de RH foi no sentido de dar corpo à idéia proposta pela área
este desenvolvimento, incluindo-se as suas regras. Entretanto, não é possível associar aos
objetivos declarados o apoio aos grandes rumos traçados pela empresa, a ampliação de sua
O sistema aplica-se ao salário base e visa essencialmente fixar seus níveis de modo
disposição da empresa.
O sistema adotado tem abrangência limitada a três cargos da área de operações, não se
estendendo a outras funções. O treinamento das habilidades para estas funções é voltado para
o desenvolvimento das habilidades definidas e foi estruturado de tal modo que não somente
seja realizado o preparo básico em cada habilidade mas também as reciclagens. Do ponto de
em especial porque as formas de acesso aos níveis superiores da função são claras e iguais
cursos e passar pelos testes necessários os profissionais recebem as certificações, o que lhes
determinadas.
desempenhadas. A sua escolha foi realizada pelos dirigentes da área e então comunicada aos
profissionais. Não foi comunicada insatisfação quanto às definições e estrutura dos blocos de
214
habilidades e não há dúvidas quanto à clareza de seus significados. Quanto às avaliações não
há notícia de contestações.
empresa pretende continuar com o sistema até que eventualmente o atual sistema de gestão de
RH seja objeto de reformulação em grande escala, o que se pretende fazer através de um novo
modelo de gestão baseado em competências. Entende a empresa que a experiência com as três
competências.
funcional, que volta-se para uma situação estável, de especialização e crescimento vertical.
de remuneração não nasceu na área de RH, que entretanto procurou a solução e a sustentou
profissional, que ocorre de modo permanente. Por outro lado, a remuneração variável busca
A empresa informou que não foi estendida a metodologia à seleção. Assim, a seleção é
feita ainda para os cargos de origem. Quanto ao treinamento, mostra-se um ponto vulnerável
quantidade e qualidade requeridos para o suporte ao sistema podem levar à desmotivação dos
recursos para treinamento são escassos, a comunicação clara sobre as oportunidades pode
contribuir para o maior envolvimento dos profissionais com própria gestão do sistema,
A escolha das habilidades foi feita pelos dirigentes, observando-se uma concentração
tais habilidades relacionadas de modo claro aos cargos, a escolha por parte de um grupo
reduzido de dirigentes não representa dificuldade de aceitação por parte dos profissionais.
216
nos permitir interpretações divergentes, o que também é reconhecido pela empresa. A solução
encontrada foi criar uma escala de avaliação, não existente no modelo implantado, o que de
qualquer modo, embora reduza, não elimina a subjetividade presente em tais avaliações.
da literatura, que inclusive ressalta o fato de que um dos riscos dos sistemas de habilidades
poderia ser a demanda excessiva por treinamento, caso não fossem colocados limites. A
progressão no presente caso é condicionada não apenas pelo ganho de habilidades, mas pela
A pesquisa salarial é a forma encontrada para manter o equilíbrio externo, o que segue
as recomendações da literatura. Cabe ressaltar que de certa forma esta prática ainda mantém
anterior, de base funcional e que este reconhecimento é também dos seus profissionais. As
7.1 – Conclusões
quanto às vantagens obtidas com a implantação dos sistemas estudados. No quadro abaixo
onde não constam dados da Empresa C, que ainda não reconhece resultados, demonstramos as
as já relacionadas e formuladas por Schuster & Zinghein (1996), Lawler (1990), Ledford Jr.
(1995), Picarelli e Wood (1997) e Hipólito (2001). Ressaltamos que as constatações aqui
219
realizadas não têm caráter de universalidade, não podendo ser generalizadas. Ainda com
relação às vantagens verificadas, pode-se constatar que aquelas mais claramente reconhecidas
Em síntese, nos casos estudados, como visão geral, pode-se concluir que as vantagens
confirmou observações de Jenkins Jr, Ledford, Gupta e Doty (1990) e proporcionou, no grupo
a seguir:
Fatores Culturais
Falta de comprometimento de gestores, alheamento em relação ao sistema, alegação de falta de tempo
para dedicar-se à implantação do sistema ou não utilização do mesmo.
Apego ao referencial de cargos e à titulação e não à apresentação de resultados.
Ceticismo em relação às inovações de propostas pela área de RH, em razão de experiências anteriores
mal sucedidas.
Rejeição à participação na elaboração do sistema, declarando-o a uma responsabilidade da área de RH.
Tentativa de valorizar desproporcionalmente algumas habilidades, como forma de fazer prevalecer o
interesse de um grupo específico.
Fonte: O próprio autor
Quadro 7-2 - Dificuldades para a implantação - fatores culturais
220
A maioria das empresas declara que os objetivos que traçaram quando da implantação
dos seus sistemas foram totalmente atingidos. Um grupo menor reconhece que os objetivos
foram parcialmente atingidos, restando ainda implementar ações ou redefinir alguns pontos
importantes para que os sistemas possam atingir os seus objetivos. De um modo geral, pode-
se afirmar que os objetivos traçados foram alcançados ou estão próximos de ser alcançados,
Objetivo Declarado
Alinhamento do sistema de remuneração aos objetivos estratégicos da empresa.
Incentivo ao desenvolvimento das competências individuais alinhadas à estratégia da empresa.
Definir perspectivas de carreira e critérios de recompensa para os profissionais da empresa.
Criação de uma estrutura salarial eficiente, com critérios claros e conhecidos pelos profissionais.
Acrescentar flexibilidade à atuação dos profissionais.
Desvincular o progresso na carreira da senioridade e do tempo de empresa.
Remuneração adequada e retenção de profissionais importantes para a empresa
Melhorar a capacidade de adaptação às mudanças organizacionais.
Melhorar o ambiente interno da empresa.
Obter melhores referenciais de comparação com o mercado (volatilidade dos cargos).
Fonte: O próprio autor
Quadro 7-4 - Objetivos dos sistemas de remuneração estudados
e os aperfeiçoamentos julgados necessários para que esta continuidade seja realizada com
sucesso. Em geral as empresas declararam total satisfação com o desempenho dos sistemas e
informaram a pretensão de continuar com a sua utilização, não apenas nas unidades em que
vem sendo utilizados como também relataram o propósito de ampliar a sua utilização,
Necessidade de Melhoria
Melhorar o sistema de treinamento e desenvolvimento através de cursos de auto-desenvolvimento
Retreinamento dos gestores funcionais na operação do sistema e reforçar o entendimento dos seus
papéis
Proporcionar aos profissionais o acesso informatizado ao sistema
Regularizar a periodicidade das avaliações
Intensificar a comunicação e divulgação do sistema para os profissionais
Fonte: O próprio autor
Quadro 7-5 – Melhorias a realizar nos sistemas estudados, segundo seus gestores
Cabe ainda lembrar que uma das empresas que embasa o seu sistema de remuneração
vantagens esperadas dos SRHC e suas características operacionais, porém também revelam
que nos sistemas examinados alguns pontos de vital importância para o sucesso na utilização
O exame dos dados obtidos nos casos analisados propicia ainda as seguintes
constatações:
consolidação de uma cultura participativa, o que foi ressaltado nos trabalhos de Lawler
(1990), Ghorpade & Edge (1997), Picarelli e Wood (1997) e Hipólito (2001). A
Uma evidência deste papel é o reconhecimento por todas as empresas de que o papel
e implantação do SRHC.
devidamente reformados, foi na maior parte dos casos analisada e descartada, tendo as
Em geral, estas empresas entendem que os sistemas baseados no cargo não incentivam
se também pouco eficazes como elementos básicos para a obtenção de dados nas
pesquisas salariais.
224
• Cabe ainda observar que os sistemas que utilizam ambos os critérios ainda reservam
estruturas geridas pelo critério funcional, são compatíveis com níveis de complexidade
em competências. Esta forma de pesquisar, ainda que influenciada pela realidade das
competências.
• Ficaram caracterizadas três formas pelas quais o grupo analisado organizou os seus
sistemas de remuneração:
fatores de pontuação.
o que é a posição de Ledford Jr. (1995), Dutra (2001) e Schuster & Zinghein (1996). O
que foi verificado na prática poucas vezes seguiu esta recomendação, já que foram
divergentes, bem como facilitar sua aceitação. Uma reflexão que aqui se impõe é
recorreram aos SRHC como reforçadores de mudanças que pretendiam ver induzidas
em sua cultura e entendem que esta medida tem sido eficaz, o que requer seguidos
sinais de reforço da alta direção. Entretanto, uma das razões de resistência também
aos sistemas, a recusa passiva em implantá-los, pode estar relacionada com o propósito
227
(1996).
• Com relação à objetividade do uso das competências, verificamos que a maior parte
que propiciam a utilização nas avaliações, foram construídas muito mais voltadas para
de tais descrições por parte dos usuários, profissionais não especialistas em conceitos
Tais mecanismos não interferem com a evolução dos salários e permitem recompensar
medido contra metas e realizações, que podem ser atingidas ou não, configurando
• Um ponto importante que pode ser ainda mencionado é o fato de que as empresas que
situação, uma grave ameaça aos SRHC é visível, uma vez que sistemas
modo independente e sem maior preocupação com este apoio ao desenvolvimento dos
apontou Robbins (1998). Dado que uma das maiores expectativas fixadas para o
dos profissionais. Assim, a implantação dos SRHC deve considerar aspectos culturais
das empresas, que devem ser previamente avaliados e determinados, evitando-se, por
estimular a mudança.
• Uma preocupação das empresas tem sido a disponibilização dos dados das avaliações
informática específicos para esta finalidade. Nos casos em que o uso ainda não ocorre,
os aplicativos estão em elaboração. Esta ação é importante para dar garantir ao sistema
a clareza que favorece a percepção pelos profissionais de que o sistema é justo e que
salariais pode-se verificar ser uma constante nos SRHC estudados. Assim, apesar de
não ser o progresso nas competências medido e utilizado como forma corriqueira de
recompensar a “entrega”.
• Um aspecto para reflexão é o fato de que a opção pela adoção dos SRHC não surgiu,
por consultorias externas. Tal fato sugere uma passividade por parte das áreas de RH
230
com relação ao aspecto estratégico de sua atuação, que a nosso ver recomenda uma
profissionais.
231
os seus objetivos estratégicos. Os modelos poderão ainda evoluir à medida que novas
empresas os adotem. Entretanto, apesar das limitações inerentes ao método de pesquisa que
permitem a reflexão sobre alguns temas cuja investigação poderia ser aprofundada em futuras
visitadas admitem alguma forma de conflito potencial entre o método que adotaram e
adoção. Hipólito (2001) sugere hipóteses para o que entende como lento crescimento
desta taxa. Nossa sugestão para pesquisa é a checagem das hipóteses formuladas por
que se refere à administração do salário base, bem como as empresas têm dirigido sua
salário-base.
233
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238
Glossário:
conceitos citados neste trabalho, em especial quando os termos são adotados no texto sem
que não foram adquiridos formal e conscientemente, mas de um modo incidental, do nosso
profissionais.
episódio para outro, porém, dentro de um “papel” todos os esforços são, usualmente, dirigidos
outras, em menor número, mais amplas e com maior sobreposição, de tal sorte que diversos
níveis salariais podem ser substituídos por uma única faixa (Flannery, Hofrichter e Platen,
1997).
uma pessoa. A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que
compensação e movimento de pessoas. Estas perspectivas são conciliadas pela carreira dentro
Dutra, 1996).
Carreirismo: caráter, qualidade ou modo de agir de quem, para vencer, para fazer carreira
pessoa, evento, ou idéia. As informações podem ser adquiridas por educação, experiência ou
pela tradição oral (Hunsaker e Cook, 1986). A estrutura cognitiva é o modo como o indivíduo
vê os mundos físico e social, incluindo todos os seus fatos, conceitos, crenças e expectativas,
assim como o padrão de suas relações mútuas (Kurt Lewin, apud Cabral e Nick, 2001).
salário indireto, representado por plano de benefícios e serviços sociais oferecidos pela
empresa , incluindo-se horas extras, participações nos resultados, férias, adicionais diversos
termo aplica-se à condição buscada pelas empresas, de estarem aptas a obter resultados no
o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das
estímulo A tem ligação previamente adquirida com uma determinada resposta, reflexo do
entre fenômenos (Sanchez, Heene e Thomas, apud Oliveira Jr, Moacir de Miranda, in Fleury,
Maria Tereza Leme e Oliveira Jr, Moacir de Miranda, 2001). O resultado do saber ou
conhecer, sendo que ao conhecimento simples chama-se apreensão (que inclui a percepção); o
integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados válidos e
ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir, em relação a
Desempenho individual: é o que uma pessoa faz quando está entregue a uma tarefa, uma
atividade pessoal considerada como motivo da obtenção de certo resultado (Cabral e Nick,
2001).
Eficácia: é uma medida da realização ou não das metas, “fazer a coisa certa” (Robbins, 2000).
A eficácia é o alcance dos objetivos por meio dos recursos disponíveis (Chiavenatto, 1993).
Eficiência: é a relação entre insumos e produtos, “fazer a coisa direito”. Ao obter-se maior
estilos básicos de liderança são a liderança orientada para as pessoas, em geral associada ao
modelo de gestão democrática, em que as decisões são tomadas em conjunto com o grupo e a
liderança orientada para a tarefa, em geral associada ao modelo autocrático. Não constituindo
em uma intuição. O objeto de estudo é o fenômeno (lema: “ir às coisas mesmas”). O enfoque
242
fenomenológico furta-se à validação do conceituado sem prévia reflexão e volta-se para o não
pensado. Propõe uma reflexão exaustiva, sempre e contínua sobre a importância, validade e
Mimetismo: fenômeno que consiste em tomarem diversos animais a cor e configuração dos
objetos em cujo meio vivem, ou de outros animais de grupos diferentes. Ocorre no camaleão,
em borboletas, etc. Mudança consoante o meio; adaptação (Ferreira, 1986). Utilizado no texto
do seu comportamento. Para McClelland, motivo é uma forte associação afetiva, caracterizada
por uma reação antecipatória da meta em vista e baseada na associação passada com prazer ou
dor. Para Merton, o motivo é a disposição ou valência que energiza o organismo, tornando-o
ativo, dirige a sua atividade variável e persistente, e enfatiza ou seleciona as atividades que
estratégico de uma organização, que declara quais resultados deseja alcançar e quando deseja
atribuídos a alguém que ocupa uma dada posição numa unidade social. Percepção de papel é a
percepção de alguém, de como deve comportar-se numa dada situação (Robbins, 1998).
243
sua adaptação típica ao meio social. Apesar das diferenças de abordagem, pode-se afirmar que
cujo significado é:
3. Ciência auxiliar da História, que estuda a pesquisa das fontes (Ferreira, 1986).
Política: são guias genéricos para a ação. Uma política delimita a ação, mas não especifica o
orientação e limites para a ação dos indivíduos responsáveis pela implementação dos planos.
As políticas constituem planos que lidam com problemas recorrentes e para os quais não
em conjunto para seu alcance dentro de uma maneira amplamente definida (Chiavenatto,
1987).
244
Polivalência: qualidade de ser eficaz em vários casos diferentes; versátil. Que oferece
Remuneração: neste trabalho é definida como toda forma de pagamento monetário para o
Hipólito, 2001).
Rotatividade: o termo rotatividade é utilizado para definir a flutuação de pessoal entre uma
e o ambiente é definido pelo volume de pessoas que ingressam e que saem da organização
(Chiavenatto, 1997).
2001).
refere à uma ação de duas ou mais substâncias que resulta num efeito que é diferente da
adição individual das substâncias (Robbins, 1998). Sintetiza-se pelo adágio “A soma das
manifestam numa vasta gama de circunstancias. A inter-relação entre vários traços compõe a
supremo de existência oposto ou contrário (Robbins, 1998). Pode ser tomado como um
conceito abstrato, por vezes meramente implícito, que define, em relação a um indivíduo ou a
circunstância que confere a uma organização uma vantagem relativa sobre as suas rivais, em
termos competitivos.
ANEXOS
247
2. CONHECIMENTOS
Codificação de materiais.
Microinformática
3. EXPERIÊNCIA
Quatro anos, adquirida em cargos da carreira e no próprio cargo.
4. COMPLEXIDADE / INICIATIVA
Tarefas um tanto rotineiras, com algumas variações que seguem normas
definidas. Os problemas que ocorrem são resolvidos com base em fatos
precedentes. Recebe supervisão geral, sendo exigida iniciativa para que
o ocupante do cargo possa tomar decisões rotineiras.
5. RESPONSABILIDADE POR MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
É responsável por todas as máquinas e equipamentos sob custódia do
almoxarifado.
6. RESPONSABILIDADE POR ERROS
Os erros podem advir de falta de controle na entrada e saída de materiais
e equipamentos. Esses erros podem ser detectados através dos
balancetes, mas, mesmo assim, é impossível atribuir responsabilidade ao
ocupante do cargo, o que poderá causar prejuízos para a companhia.
7. ESFORÇO FÍSICO
O ocupante permanece em pé e em movimento a maior parte do dia,
podendo eventualmente carregar pesos. Isso produz fadiga ao final do
expediente.
8. ESFORÇO VISUAL
O ocupante exerce esforço visual na realização do controle de entrada e
saída de bens do almoxarifado, atentando para detalhes de cada
operação – preenchimento de impressos, conferência de notas fiscais e
requisições, etc.
Fonte: PONTES, B., Administração de cargos e salários. São Paulo, LTR Ltda., 2000
249
2) Quais foram as razões que levaram a empresa a decidir pelo abandono do sistema de
remuneração anterior ?
3) Quais são as razões pelas quais o SRHC foi escolhido pela empresa ?
10) Qual a abrangência do SRHC no efetivo (quantos e quais profissionais são remunerados
segundo o sistema) ?
16) Quais fatores foram apontados como tendo contribuído positivamente para a implantação
do SRHC ?
17) Quais as dificuldades encontradas para efetuar-se a implantação do SRHC e como foram
superadas ?
18) Dentre as Habilidades e Competências definidas pela empresa para utilização em seu
SRHC há um subconjunto considerado essencial ?
19) Dentre as Habilidades e Competências definidas pela empresa há alguma (ou algumas)
não utilizada(s) para efeito do SRHC ?
20) As Habilidades e Competências definidas são entendidas como claras para utilização ? Há
relato de dificuldade de entendimento do seu significado por parte dos gestores de efetivo
ou de profissionais ?
23) Como, com que periodicidade e por quem é realizada a avaliação das Habilidades e
Competências dos profissionais da empresa ?
251
26) Quais foram as vantagens que a empresa obteve com a implantação do SRHC e quais as
vantagens que os funcionários reconhecem no sistema ?
T4
REQUISITOS DE ACESSO
FORMAÇÃO
¾ Curso superior completo relacionado à sua área de atuação
Desejável:
¾ Pós-graduação na área de atividade
EXPERIÊNCIA
¾ 4 anos de experiência
CONHECIMENTOS
¾ Conhecimentos técnicos avançados na área de atuação
¾ Conhecimento avançado de técnicas de gerenciamento de projetos
¾ Conhecimento avançado de inglês
RECONHECIMENTO
¾ É referência técnica na área, tendo representado a empresa e/ou o país em conferências, fóruns e
negociações nacionais
ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADE
UTILIZAÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÕES
¾ Analisa tendências e potencialidades no contexto técnico, visando identificar ameaças e
oportunidades, dentro do escopo de sua área de atuação, avaliando os impactos que podem gerar em
outras áreas dentro da unidade de negócio.
TRABALHO EM EQUIPE
¾ Fornece feedback constante sobre o desempenho da equipe
¾ Mobiliza a equipe da qual faz parte em torno da busca pela clarificação dos objetivos e foco dos
trabalhos e na sua interação com os trabalhos que vem sendo realizados pelas demais equipes
existentes na área em que atua.
TRANSFERÊNCIA E ABSORÇÃO DE CONHECIMENTOS
¾ Estimula a troca de experiências, informações e conhecimentos nas equipes com as quais interage.
¾ Responde pela manutenção e reciclagem de conhecimentos em sua área de atuação.
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
¾ Identifica problemas e propõe soluções, em sua área de atuação, acompanhando a sua implantação.
¾ Responde pela implementação de soluções em processos que envolvam outras áreas, dentro de sua
área de atuação
GESTÃO DE PRAZOS E RECURSOS
¾ Demanda recursos e condições operacionais necessárias à realização de projetos / processos sob sua
responsabilidade.
¾ Acompanha / responde pela utilização dos recursos e o cumprimento de prazos e cronogramas de
projetos sob sua responsabilidade.
255
T4
APRIMOR. PROCESSOS / PRODUTOS E PARTICIP. EM PROJETOS
¾ Coordena testes de sistemas e/ou equipamentos
¾ Acompanha e propõe correções de rumo, soluções e plano de ação para processos / projetos em sua
área de atuação.
¾ Acompanha e absorve tendências tecnológicas, customizando-as de acordo com as prioridades e
necessidades da Organização.
¾ Participa como especialista em equipes de trabalho multidisciplinares, podendo coordenar projetos /
processos que envolvam outras áreas de sua unidade de negócio, sob supervisão.
¾ Avalia as alternativas técnicas (interna e externamente) e define planos de ação, identificando
oportunidades e necessidades, priorizando atividades, analisando viabilidade e avaliando custo
benefício.
IMPACTO NAS DECISÕES DA ORGANIZAÇÃO
¾ Toma decisões sobre problemas ou situações novas, avaliando pareceres técnicos, que impactam os
resultados de sua unidade de negócio.
ARTICULAÇÃO INTERNA E EXTERNA
¾ Participa da negociação de projetos junto a instituições, fornecedores, clientes externos e parceiros,
em assuntos essencialmente relacionados à sua área de atuação.
256
Orientação estratégica 20
Resolução de problemas 15
Áreas de suporte
Trabalho em equipe 10 15 15 5
Transferência e absorção de 5 10 10 10
conhecimentos
Resolução de problemas 20 15 10 10
Tecnológico Comercial
Trabalho em equipe 20 15
Resolução de problemas 15 5
ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA:
Motivar colegas em torno de valores e missão da Companhia. Criar energia em torno de uma
visão, aproveitar e direcionar oportunidades para torná-las uma realidade, através da
mobilização de pares. Inspira confiança e respeito nos colegas e procura desenvolver
trabalhos em conjunto com os seus pares, em assuntos abrangentes e desafiadores.
Acompanhamento e estímulo à equipe no que se refere a estabelecimento e atingimento de
metas, busca de soluções criativas, análise crítica de situações e sinergia entre trabalhos.
259
Diz respeito ao impacto de suas decisões sobre os resultados da Empresa / Unidade e seus
mercados, considerando a intensidade do impacto e sua duração, em determinado horizonte de
tempo.
Desenvolver idéias e caminhos criativos para tratar uma situação ou problema. Responder
pelo encaminhamento de decisões e/ou ações que equacionem problemas rotineiros ou
inusitados.
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS:
Está atrelado à dimensão dos recursos materiais e financeiros que mobiliza para viabilizar o
atingimento de resultados e ao grau de influência que possui na negociação, gestão e
estabelecimento de prazos.
TOMADA DE DECISÕES:
ADMINISTRATIVO FINANCEIRO
y Contabilidade;
y Recursos Humanos;
y Contas a pagar;
y Arrecadação;
y Planejamento Econômico Financeiro;
y Tesouraria;
y Cobrança;
y Mercado de Capitais;
y Faturamento;
y Compras;
y Qualidade;
y Administração da Frota e Segurança Patrimonial;
y Serviços de Secretaria.
TECNOLÓGICO
INFORMÁTICA
MERCADOLÓGICO
SUPORTE TÉCNICO
SUPORTE ADMINISTRATIVO
Atribuições
e Respons.
Oferecer capacitação
Supera técnica para Promoção
promoção
Analisar
Oferecer possibilidade
capacitação Previsão de oferecer
Atende
para > 80% atribuições
Enquadramto. mais complexas
Não
Atende Supera
Atende
Req. de Acesso
265
Perfil de Competências
APA – ESTÁGIO SALARIAL (A1 A A12) Observância das Normas de Segurança (peso 1)
Capacidade de cumprir e zelar pelo cumprimento de
Aperfeiçoamento Funcional (peso 2) normas e procedimentos de segurança.
Capacidade de melhorar os conhecimentos e as
habilidades funcionais da área de apoio Presteza de Atendimento (peso 2)
administrativo em que atua. Capacidade de atendimento e de execução de
atribuições com presteza e boa vontade.
Conhecimentos das Normas Internas (peso 1)
Capacidade de aplicação de normas e
regulamentos relacionados com as atividades de APA – ESTÁGIO SALARIAL (A13 A A30)
apoio administrativo.
Exemplo para o ANS 1o Estágio Salarial (S1 ao S6) - Mapa para Avaliação de Competências
1 2 3 4 5 6 7
GRAU ATRIBUÍDO GRAU ATRIBUÍDO GRAU ATRIBUÍDO GRAU ATRIBUÍDO GRAU ATRIBUÍDO GRAU ATRIBUÍDO GRAU ATRIBUÍDO
APERFEIÇOAMENTO
PROFISSIONAL - PESO 5
• Interesse e esforço para
aperfeiçoamento X 30
• Grau e impacto da aplicação
da competência/habilidade
na área de atuação
COMPETÊNCIA DE
EXPRESSÃO - PESO 3 12
X
• Correção, clareza e adequabilidade
da linguagem escrita e falada
RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS - PESO 2
• Identificação de problemas e
causa(s) provável(eis) X 10
• Apresentação de alternativas para
solução
• Ação para solução
ADMINISTRAÇÃO DO
TEMPO - PESO 3
• Adequação de programação do tempo
• Grau de otimização do uso do tempo X 15
• Adequação da programação do
tempo em relação a prioridades,
objetivos, natureza das atividades e
interdependência da área de ação
ORIENTAÇÃO PARA
QUALIDADE - PESO 2
• Interesse e esforço para melhorar X 08
continuamente o trabalho
• Melhora nos processos
• Redução de incidência
de erros e desperdícios
COMPETÊNCIA
INTERPESSOAL PESO - 2
• Adequação do estilo de convivência
ao ambiente funcional e social do
trabalho, manifestado através de um X 12
relacionamento que facilite a
comunicação, a confiança o respeito
mútuo, a troca de feedback, enfim,
que gere uma interação positiva
PLANEJAMENTO DE ORGAN.
DO TRABALHO - PESO 3
• Auto-suficiência no
planejamento e na organização
do próprio trabalho X 09
• Grau do alinhamento do planejamento
do trabalho com o planejamento da
unidade organizacional
HABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE
SOFTWARE - PESO 2
• Grau de conhecimento dos
X
softwares 08
• Grau de eficiência e eficácia
na utilização
TOTAL DE PONTOS
274
ESTÁGIOS CONCEITOS
SALARIAIS
C1 C2 C3 C4
S1 a S6 Abaixo de 44 44 a 87 88 a 131 132 a 154
S7 a S 20 Abaixo de 52 52 a 103 104 a 155 156 a 182
S21 a S44 Abaixo de 60 60 a 119 120 a 179 180 a 210
S45 a S50 Abaixo de 70 70 a 139 140 a 209 210 a 245
ESTÁGIOS CONCEITOS
SALARIAIS
C1 C2 C3 C4
T1 a T12 Abaixo de 30 30 a 59 60 a 89 90 a 105
T13 a T32 Abaixo de 42 42 a 83 84 a 125 126 a 147
T33 a T42 Abaixo de 50 50 a 95 96 a 149 150 a 175
ESTÁGIOS CONCEITOS
SALARIAIS
C1 C2 C3 C4
A1 a A12 Abaixo de 22 22 a 43 44 a 65 66 a 77
A13 a A30 Abaixo de 28 28 a 55 56 a 83 84 a 78
275
C1 C2 C3 C4
COMPETÊNCIAS
ÁREAS DE RECONHECIMENTO E RETRIBUIÇÃO
R C1 R4 C2 R4 C3 R4 C4 R4
E R4 ÁREA DE EXCELÊNCIA
ÁREA DE (1 nível salarial) (2 níveis salariais)
S
C1 R3 ATENÇÃO C2 R3 C3 R3 C4 R3
U
R3 ÁREA DE SUFICIÊNCIA
L (1 nível salarial) (1 nível salarial)
T C1 R2 C2 R2 C3 R2 C4 R2
A R2 ÁREA CRÍTICA ÁREA DE ATENÇÃO
D
C1 R1 C2 R1 C3 R1 C4 R1
O R1
S
C1 C2 C3 C4
COMPETÊNCIAS
277
INDICADOR ESCOPO
Atividades e Atribuições São as tarefas, o trabalho referente ao cargo
Qualificações e Conhecimentos Conjunto de conhecimentos adquiridos
através da experiência profissional, somado
aos treinamentos específicos
Ferramentas, Equipamentos e Cursos Descrição das ferramentas, equipamentos e
instrumentos cujo uso o cargo requer
Competências Específicas Capacidade potencial do empregado de
realizar determinado trabalho, agregando
valor, de forma a atingir os resultados
esperados
Habilidade e Conduta Saber fazer, utilizar corretamente as
ferramentas, instrumentos para a realização
de um trabalho
Treinamento Necessário Treinamento necessário para o exercício do
cargo no respectivo módulo
Indicadores de Carreira
Horizontal ....................... Evolução no cargo
Vertical ............................ Evolução para outro cargo com requisitos
(qualificações, competências e habilidades)
e faixas salariais superiores
Certificação São as certificações específicas exigidas
para ocupar o cargo (formação, treinamento,
etc.).
Indicadores Recrutamento / Seleção Técnicos e comportamentais
278
COMPETÊNCIAS ESTRATÉGICAS
FOCO NO CLIENTE:
Compromisso com Propósito Superior: capacidade de encarar o seu trabalho não apenas
como um meio de subsistência, alinhando o crescimento pessoal aos valores de nossa
empresa.
VISÃO DE FUTURO:
Capacidade de auto-administrar a natureza dos seus atos, de modo a seguir uma conduta
moral, humana e profissional voltada para o bem estar dos pacientes, da empresa e da
sociedade.
EFETIVIDADE:
Missão:
Responsabilidades:
Console Elétrica – 3
Console Trens – 3
Console Passageiros – 3
Computadores – 3
MODELO PROPOSTO
Local: Campinas
Balanceamento:
Competências Técnicas = entre 50 a 70% / Competências Comportamentais = entre 30 a 50%
Técnica
Escolaridade
Auto explicativo
Variáveis: Indefinid
Experiência
Auto explicativo
Variáveis: Indefinid
Idiomas Estrangeiros
Auto explicativo
Variáveis: Indefinid
Informática
Auto explicativo
Variáveis: Indefinid
Know-How Técnico
Domínio de conhecimentos técnicos relacionados à área de atuação
Variáveis: 4
Multifuncionalidade
Auto explicativo
Variáveis: Indefinid
Supervisão
Responde técnica e administrativamente pelas atividades do setor.
X.1. Não se aplica X.2. Aplica-se
Variáveis: 2
Tolerância
Graus de diferença máxima admitida entre as especificações técnicas e o obtido
X.1. Alta tolerância X.2. Média tolerância X.3. Baixa tolerância
Variáveis: 3
Comportamental
Autoridade Técnica
Reconhecimento técnico evidente capaz de subsidiar e influenciar decisões e ações,
independente do nível hierárquico
Variáveis: 4
Capacidade de Liderança
Habilidade e efetividade em transmitir, informar, formar e acompanhar técnica e
comportamentalmente os membros da equipe, conduzindo o grupo ao atingimento
de metas e objetivos comuns.
Variáveis: 4
Habilidade e assertividade em transmitir, informar, formar e acompanhar técnica e
comportamentalmente os membros da equipe
Variáveis: 4
283
Balanceamento:
Competências Técnicas = entre 50 a 70% / Competências Comportamentais = entre 30 a 50%
Capacidade de Negociação
Capacidade de otimizar conclusões de acordos, considerando os aspectos
comerciais e éticos envolvidos
Variáveis: 4
Capacidade de Orientação e Formação
Habilidade em transmitir, informar, formar e acompanhar tecnicamente outros
Variáveis: 4
Capacidade de Propor Soluções e Melhorias
Iniciativa, criatividade e técnica na busca de soluções e melhorias constantes
Variáveis: 4
Iniciativa, criatividade técnica e comprometimento na busca de soluções e
melhorias constantes
Variáveis: 4
Comprometimento
Flexibilidade para entendimento e atuação em atividades prioritárias e
disponibilidade em situações emergenciais
Variáveis: 4
Comunicação
Capacidade de ministrar, trocar ou discutir idéias e conceitos, motivar e convencer
pessoas, grupos homogêneos e heterogêneos
Variáveis: 4
Concentração
Aplicar, empregar e dirigir o pensamento e atenção de modo intenso
Variáveis: 4
Confiabilidade
Discernimento, responsabilidade e discrição na utilização ou manuseio de dados e
informações confidenciais e estratégicas autorizadas
Variáveis: 4
Conhecimento do Produto / Processo / Cliente
Grau de conhecimento em relação ao processo de fabricação, características do
produto e especificações do cliente
Variáveis: 4
Conhecimento do Produto / Processo / Cliente ou Conceito
Grau de conhecimento em relação ao processo de fabricação, características do
produto e especificação do cliente ou conceitos técnicos aplicáveis
Variáveis: 4
Conhecimento do Produto / Processo / Cliente / Fornecedor
Grau de conhecimento em relação ao processo de fabricação, características do
produto e especificação do cliente / fornecedor
Variáveis: 4
284
Balanceamento:
Competências Técnicas = entre 50 a 70% / Competências Comportamentais = entre 30 a 50%
Balanceamento:
Competências Técnicas = entre 50 a 70% / Competências Comportamentais = entre 30 a 50%
Qualidade no Atendimento
Cortesia, eficácia, objetividade e empatia em contatos externos
Variáveis: 4
Relações do Trabalho
Conduta do funcionário dentro de normas e aspectos disciplinares no trabalho
como cumprimento às normas de segurança e utilização de EPI’s, faltas e atrasos,
organização asseio pessoal e do local de trabalho
Variáveis: 4
Conduta do funcionário dentro de normas, política de integridade e aspectos
disciplinares no trabalho como cumprimento às normas de segurança e utilização
de EPI’s, faltas e atrasos, organização asseio pessoal e do local de trabalho
Variáveis: 4
Responsabilidade por Decisões
Grau de implicação ou conseqüências técnicas, comerciais ou financeiras
decorrentes da tomada de decisões
X.1. Não possui X.2. Pequena X.3. Alta
Variáveis: 3
Sensibilidade para Identificação de Problemas
Percepção apurada para identificar desvios do planejado
Variáveis: 4
Velocidade de Resposta
Rapidez e flexibilidade, com qualidade, na execução das tarefas descritas
Variáveis: 4
Rapidez e flexibilidade, com qualidade, cumprimento de prazos e compromissos
assumidos na execução das tarefas descritas
Variáveis: 4
Rapidez e flexibilidade, com qualidade, cumprimento de prazos, compromissos
assumidos e disponibilidade em situações emergenciais na execução das tarefas
descritas
Variáveis: 4
Rapidez com qualidade, cumprimento de prazos e compromissos assumidos na
execução das tarefas descritas
Variáveis: 4
286
Local: Campinas
Responsabilidades:
Furadeiras
1. Prepara e opera furadeira radial, para furar, rosquear, alargar, rebaixar e mandrilar peças
componentes de motores, geradores e locomotivas, obedecendo medidas e especificações
constantes em desenhos.
2. Prepara e opera furadeira coordenada, para furar, rosquear, alargar e mandrilar escudo e tampa de
rolamento para motores, anéis, segmentos para rotor, anel de comutador, placas para aperto de
pólos, etc., obedecendo instruções de processo, especificações de materiais e medidas constantes
em desenhos.
Fresadoras
3. Prepara e opera máquinas fresadoras verticais, horizontais e universais para usinar engrenagens,
encaixes, rasgos de chavetas, furações mandriladas, coordenadas e alargadas, entalhes para
acoplamentos, alavancadas, contatos e segmentos de peças, componentes de motores, geradores,
hidrogeradores e de locomotivas.
Mandriladora
4. Prepara e opera mandriladoras, para executar serviços coordenados, visando mandrilar, rebaixar,
facear, rosquear e fresar peças componentes de motores, hidrogeradores, turbinas hidráulicas e de
locomotivas, de acordo com especificações constantes em desenhos e folhas de processo.
Tornos Mecânicos
5. Prepara e opera tornos mecânicos horizontais (convencionais ou CNC) para usinar, interna e
externamente, partes de peças cilíndricas e cônicas, furar e alargar encaixes, executar qualquer
tipo de rosca, chanfrar, facear, desbastar, rebaixar e retificar, de acordo com especificações
contidas em desenhos.
Torno Horizontal
6. Prepara e opera tornos mecânicos horizontais para desbastar, facear, retificar, abrir rasgos para
encaixes, tornear diâmetros paralelos e cônicos de grande e médio porte, chanfrar e cortar peças e
componentes para motores, geradores, turbinas hidráulicas e locomotivas, de acordo com
especificações constantes em desenhos e folhas de processos.
Torno Vertical
7. Prepara e opera tornos verticais, para desbastar, facear, retificar, abrir rasgos para encaixes,
chanfrar e cortar peças de alta precisão, componentes de motores, geradores e locomotivas, de
acordo com especificações constantes em desenhos e folhas de processo.
Retifica
8. Prepara, regula e opera máquinas retificadoras para retificar, interna e externamente, canais,
roscas, perfis, faces bem como superfícies cilíndricas, cônicas, planas e perfis, seguindo
especificações contidas em desenhos e instruções recebidas do superior imediato.
Traçagem
9. Risca e punciona em peças, traçados de medidas e formas, de acordo com especificações contidas
em desenhos e folhas de processo, para dar base às operações de usinagem, futura montagem e
servir como ponto de referência ao alinhamento da peça na máquina.
288
Local: Campinas
Competências Técnicas:
A. Multifuncionalidade
A.1. Executa as atividades descritas nos itens 1 e 2
A.2. Executa as atividades descritas nos itens 1 a 3 ou
Executa as atividades descritas no item 5 ou
Executa as atividades descritas no item 8
A.3. Executa as atividades descritas nos itens 1 a 4 ou
Executa as atividades descritas nos itens 5 a 7 ou
Executa as atividades descritas no item 9
B. Escolaridade
B.1. 1o grau em andamento
B.2. 1o grau completo
B.3. SENAI (cursos relacionados à área de atuação)
C. Experiência
C.1. Até 2 anos (interna ou externa)
C.2. De 2 a 5 anos de experiência, sendo pelo menos 2 anos de experiência interna
C.3. Mais de 5 anos de experiência, sendo pelo menos 4 anos de experiência interna
D. Tolerância
Grau de diferença máxima admitida entre as especificações técnicas e o obtido
D.1. Alta
D.2. Média
D.3. Pequena
E. Multifuncionalidade Adicional
E.1. Executa até 2 (duas) atividades alheias às descritas acima
E.2. Executa 3 (três) ou mais atividades alheias às descritas acima
F. Know-How Técnico
Conhecimento de técnicas relacionados à sua área de atuação (metrologia, leitura e interpretação de
desenhos, elétrica básica, mecânica básica, testes e ensaios diversos, ferramentas de corte, dobra e
repuxo, desenho mecânico, trigonometria e equipamentos de medição, projetor de perfil, ângulos de
corte, ajuste de bancada, montagem de rolamentos, esquemas elétricos, corrente contínua, matemática
aplicada, conversão de medidas e valores elétricos, análise de circuitos elétricos).
F.1. Abaixo das expectativas
F.2. Dentro das expectativas
F.3. Acima das expectativas
F.4. Supera as expectativas
G. Porte de usinagem
Tonelagem individual de peças usinadas
G.1. Usinagem leve ou média (Peças de até 15 toneladas)
G.2. Usinagem pesada (Peças com mais de 15 toneladas)
289
Local: Campinas
Competências Comportamentais:
D. Relações do Trabalho
Conduta do funcionário dentro de normas e aspectos disciplinares no trabalho, como cumprimento às normas de
segurança e utilização de EPI’s, faltas e atrasos, organização, asseio pessoal e do local do trabalho
D.1. Abaixo das expectativas (Regular)
D.2. Dentro das expectativas (Bom)
D.3. Acima das expectativas (Muito Bom)
E. Velocidade de Respostas
Rapidez com qualidade, cumprimento de prazos e compromissos assumidos na execução das tarefas descritas
E.1. Abaixo das expectativas (Regular)
E.2. Dentro das expectativas (Bom)
E.3. Acima das expectativas (Muito Bom)
E.4. Muito acima das expectativas (Ótimo)
F. Comprometimento
Flexibilidade para entendimento e atuação em atividades prioritárias e disponibilidade em situações
emergenciais
F1. Abaixo das expectativas (Regula)
F.2. Dentro das expectativas (Bom)
F.3. Acima das expectativas (Muito Bom)
F.4. Muito acima das expectativas (Ótimo)
290
Local: Campinas
Soma 69 75%
Soma 23 25%
291
Local: Campinas
2
E 52 a 55 783,64 3,56
D 56 a 60 852,93 3,88
C 61 a 63 928,35 4,22
B 64 a 68 1.010,45 4,59
A 69 a 72 1.099,80 5,00
3
E 73 a 75 1.197,05 5,44
D 76 a 80 1.302,90 5,92
C 81 a 84 1.418,11 6,45
B 85 a 88 1.543,51 7,02
A 89 a 92 1.680,00 7,64
292
Local: Campinas
TÉCNICA
Mínimo: 31 Máximo: 92 Código Peso Nível Pontos
Multifuncionalidade A 8
1 8
2 16
3 24
Escolaridade B 2
1 2
2 4
3 6
Experiência C 1
1 1
2 2
3 3
Tolerância D 4
1 4
2 8
3 12
Multifuncionalidade Adicional E 4
1 4
2 8
Know-How Técnico F 2
1 2
2 4
3 6
4 8
Porte de Usinagem G 4
1 4
2 8
066 – Multifuncionalidade TC 2 8 16
110 – Capacidade de propor soluções e mel. CP 3 1 3
114 – Comprometimento CP 3 1 3
124 – Comprometimento do Proc/Prod/Cli CP 3 1 3
135 – Escolaridade TC 2 2 4
141 – Experiência TC 2 1 2
158 – Know-How Técnico TC 3 2 6
170 – Multifuncionalidade Adicional TC 2 4 8
176 – Relações do Trabalho CP 2 1 2
186 – Tolerância TC 3 4 12
190 – Velocidade de Resposta CP 3 1 3
197 – Visão Cliente/Fornecedor CP 3 1 3
201 – Porte de Usinagem TC 2 4 8