JRC19092017 PDF
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João Pessoa – PB
Outubro de 2012
Jaqueline Rodrigues Carvalho
João Pessoa – PB
Outubro de 2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
109f.: il.
Banca Examinadora
João Pessoa – PB
Outubro de 2012
Ao meu amado Fabiano, consagrado
colaborador, fundamental nessa jornada que,
além do apoio, incentivo e estímulos essenciais
dedicados na elaboração e conclusão desse
trabalho, foi paciente e compreensivo,
incondicionalmente respeitando e aceitando as
minhas ausências.
AGRADECIMENTOS
Aos meus irmãos por todo apoio e carinho durante esses quatro anos de jornada.
À professora Roberia Cesar Souto Maior, pela competência, interesse e apoio dedicados no
desenvolvimento dessa monografia.
RESUMO
Diante da complexidade do mercado de trabalho atual, as empresas, cada vez mais, têm
dificuldades para efetuar processos de admissão de novos colaboradores, isto desde as
primeiras etapas da seleção. Observa-se a busca por novas opções, e que são diferentes entre
organizações, inclusive do mesmo ramo de atuação, diante disso o presente trabalho teve por
objetivo analisar o processo de recrutamento e seleção dos colaboradores na empresa
Shopping Center Sul. Para tanto foi realizada uma pesquisa exploratória de natureza
bibliográfica, a partir de dois instrumentos de pesquisa aplicados a empregados e síndica. A
amostra foi classificada não probabilística, pois está fundamenta na acessibilidade e
tipicidade. Como resultado obteve-se que o Shopping Center Sul não segue o modelo de
descrição dos cargos, assim como não têm um recrutamento e seleção de pessoal adequado à
necessidade da empresa. Como forma de melhoria foram sugeridas que haja um responsável
pela área de Recursos Humanos, se crie uma descrição de cargos e salários afim de deixar o
processo organizado.
ABSTRACT
Given the complexity of the current job market, companies increasingly have difficulties to
make the admissions process for new employees, that from the earliest stages of selection.
Note the search for new options, which are different organizations, including the same line of
business, given that the present study was to analyze the process of recruitment and selection
of employees in the company to both South Shopping Center was held an exploratory nature
of literature, from two research instruments applied to employees and trade union. A non-
probability sample was classified because it is based on accessibility and typicality. The result
was that the South Mall does not follow the model description of the positions, as well as not
have a recruitment and selection of appropriate personnel to the need of the company. As a
way of improvement were suggested to have a person responsible for Human Resources, if
you create a job description and salary in order to make the process organized.
GRÁFICO 1: Gênero..............................................................................................................65
GRÁFICO 2:Profissionais Serviços Gerais...........................................................................65
GRÁFICO 3: Profissionais Seguranças.................................................................................66
GRÁFICO 4: Faixa Etária......................................................................................................67
GRÁFICO 5: Escolaridade.....................................................................................................68
GRÁFICO 6: Tempo de Cargo atual......................................................................................69
GRÁFICO 7: Tempo na empresa...........................................................................................70
GRÁFICO 8: Cargo que ocupa..............................................................................................71
GRÁFICO 9: Fontes de recrutamento utilizada pela empresa...............................................73
GRÁFICO 10: Forma de Recrutamento I ..............................................................................75
GRÁFICO 11: Forma de Recrutamento II..............................................................................76
GRÁFICO 12: Seleção de Pessoal..........................................................................................77
GRÁFICO 13: Recrutamento Interno.....................................................................................78
GRÁFICO 14: Qualificação....................................................................................................79
GRÁFICO 15: Vários Candidatos..........................................................................................80
GRÁFICO 16: Provas e Entrevistas........................................................................................81
GRÁFICO 17: Conversa com a pessoa responsável..............................................................82
GRÁFICO 18: Referências......................................................................................................83
GRÁFICO 19: Avaliação Médica...........................................................................................84
GRÁFICO 20: Testes de Aptidão...........................................................................................85
GRÁFICO 21: Experiência na Função....................................................................................86
GRÁFICO 22: Processo de Seleção........................................................................................87
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 15
1.1 Delimitação do Tema e Formulação do Problema de Pesquisa.................................... 16
1.2 Justificativa....................................................................................................................... 20
1.3 Objetivos............................................................................................................................ 23
1.3.1 Objetivo Geral.................................................................................................................... 23
1.3.2 Objetivos Específicos......................................................................................................... 23
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................. 24
2.1 Definição do Cargo.......................................................................................................... 24
2.2 Estruturação de Cargos Conceitos Básicos................................................................... 25
2.2.1 Descrição e Análise do Cargo......................................................................................... 26
2.3 Objetivos da Descrição e Análise de cargos.................................................................. 32
2.4 Diferenças entre Análise e Descrição dos Cargos......................................................... 33
2.5 Modelo de Desenhos de Cargos...................................................................................... 34
2.6 Técnicas de Coleta de Dados.......................................................................................... 36
2.7 Recrutamento de Pessoal................................................................................................ 37
2.7.1 Etapas do Recrutamento.................................................................................................... 39
2.7.2 Tipos de Recrutamento...................................................................................................... 40
2.7.2.1 Recrutamento Interno........................................................................................................ 40
2.7.2.2 Recrutamento Externo....................................................................................................... 43
2.7.2.2.1 Técnicas Auxiliares para o recrutamento Externo............................................................ 44
2.7.2.3 Recrutamento Misto.......................................................................................................... 48
2.7.3 Avaliação do processo de recrutamento de pessoal.......................................................... 49
2.8 Seleção de Pessoal........................................................................................................... 50
2.8.1 Etapas da Seleção dos Candidatos.................................................................................... 53
2.8.1.1 Recepção do Candidato.................................................................................................... 53
2.8.1.2 Triagem............................................................................................................................. 54
2.8.1.3 Entrevista em Seleção....................................................................................................... 54
2.8.1.4 Aplicação de Testes.......................................................................................................... 56
2.8.1.5 Verificação de Referências............................................................................................... 58
2.8.1.6 Avaliação Médica............................................................................................................. 58
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................................. 60
3.1 Tipo de pesquisa.............................................................................................................. 60
3.2 Ambiente da Pesquisa..................................................................................................... 61
3.3 Universo da Amostra...................................................................................................... 62
3.4 Instrumento de coleta de dados..................................................................................... 62
3.5 Tratamento de dados...................................................................................................... 63
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 94
6. RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES......................................................................... 97
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 99
1. INTRODUÇÃO
Não é de hoje que se vem percebendo a importância das pessoas nas organizações. Os
indivíduos e as organizações estão em um contínuo processo de atrair um aos outros.
“Percebe-se que o ser humano é o recurso mais importante da organização, e, estando ele no
local certo com as ferramentas certas, pode levar a organização a uma maior eficiência na
busca de seus objetivos” (TANKE, 2004).
Atualmente ocorrem investimentos no desenvolvimento e treinamento das pessoas nas
organizações, quando as empresas buscam cada vez mais profissionais, não apenas
qualificados tecnicamente, mas também com habilidades interpessoais, facilidades de
relacionamento, espírito de equipe, raciocínio lógico, entre outras.
A escolha de profissionais certos, que reúnam as habilidades necessárias para o
sucesso da organização é mais que uma necessidade, é uma questão de sobrevivência no
mercado altamente competitivo, onde as pessoas fazem a diferença. Segundo Toledo e
Millioni (2003), recrutamento é a etapa inicial do processo de busca e atração de mão-de-obra
para a organização, procurando prover o número adequado de candidatos para as posições em
aberto. Para Werther e Davis (2003) é o processo de atrair candidatos capazes para solicitação
de emprego e, conforme Chiavenato (2004) é um conjunto de procedimentos que visa atrair
candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização.
O responsável em gestão de recursos humanos desenvolve e gerencia planos de
carreira nas empresas, analisa estratégias institucionais, elabora planos táticos e operacionais
de recrutamento, seleção, avaliação e treinamento de pessoal. É sua função administrar as
potencialidades de processos organizacionais e gerenciar pessoas, de forma a integrar os
setores da companhia. Cabe ao profissional a avaliação da necessidade de novos
colaboradores que garantam a viabilidade do processo produtivo da empresa, assim como é
17
sua função realizar o manejo do quadro de funcionários. Para isso, o gestor em RH precisa
dominar as técnicas de gerenciamento de pessoas. Dentro desse assunto, a presente pesquisa
foi realizada no Shopping Center Sul, na cidade de João Pessoa. A referida empresa foi criada
pela Inter Incorporadora de Imóveis Ltda, sociedade por quotas de responsabilidade limitada,
representada na forma de contrato social por seus sócios e diretores. A proposta do shopping
foi desenvolvida para utilização multiempresarial, destinando-se ao exercício de um complexo
de atividades de natureza econômica, civil e comercial.
O Shopping Center Sul tem 14 anos de existência, todos esses anos, sempre teve como
objetivo proporcionar aos seus clientes uma diversidade de lojas, como também uma
adequada prestação serviços. Os principais clientes pertencem ao bairro dos Bancários, assim
como de Mangabeira, Valentina, Geisel e José Américo.
No início de sua existência o Shopping Center Sul basicamente foi composto por
colaboradores dos setores de Administração, Segurança, Limpeza e Manutenção num total de
32 colaboradores, de acordo com o organograma inicial na Figura 1 a seguir:
Assessoria Operacional
Síndico
Gerente
Setor
Manutenção
Administrativo Segurança contra incêndio
Manutenção
Limpeza Elevador Brigada de incêndio
Segurança Dedetização
Diante disto, foi elaborado o presente estudo com objetivo de analisar o processo de
recrutamento e seleção dos colaboradores de serviços gerais e seguranças na empresa
Shopping Center Sul. De um modo geral o recrutamento consiste na procura e atração de
candidatos para uma determinada função, enquanto que a seleção consiste na escolha e
tomada de decisão do candidato que ocupará o cargo disponível.
Na empresa estudada observou-se que o recrutamento realizado é basicamente misto,
mas que não segue um padrão específico, conforme os autores das teorias de Administração.
O recrutamento misto apresenta-se como alternativa para ultrapassar as desvantagens de optar
apenas por recrutamento interno ou externo (CAETANO E VALA, 2002). Este tipo de
recrutamento poderá ser feito mediante várias formas de entre as quais se destacam as
seguintes, de acordo com Caetano e Vala (2002, p. 37):
Pode ser observado que o recrutamento misto oferece oportunidade para candidatos à
vaga internamente e externamente. A seguir serão descritos sobre o quadro de funcionários da
empresa estudada.
Analisando os documentos internos da empresa, referentes ao quadro funcional de
pessoal desde a fundação da organização em 1998, percebe-se que o tempo de permanência
dos funcionários na empresa Shopping Center Sul geralmente é longo, durando mais de dois
anos, muito embora, ultimamente percebe-se que estão acontecendo várias demissões
ocasionadas por vários fatores, dentre eles: recrutamento e seleção com problemas, baixo
comprometimento organizacional, problemas com clima organizacional, suporte
organizacional com problemas e mercado de trabalho aquecido.
Com base nessas informações, a pesquisa propôs a analisar o processo de
recrutamento e seleção dos colaboradores na empresa Shopping Center Sul. Após o estudo,
caso sejam necessárias, serão oferecidas sugestões de melhoria.
Portanto, deparando-se com a necessidade de analisar o recrutamento e seleção da
empresa em questão, o trabalho tem como finalidade responder a seguinte pergunta: Como é
realizado o processo de recrutamento e seleção de pessoal no Shopping Center Sul?
1.2 Justificativa
primeiro lugar, há que fazer a comparação entre o conteúdo do cargo e os perfis dos
candidatos. O passo seguinte será a decisão de quem preencherá o cargo, sendo esta tomada
pela entidade requisitante.
A seleção consiste na escolha do candidato que ocupará o cargo disponível
procurando, de entre os candidatos que foram recrutados, os que mais se adequam ao cargo
disponível na organização com o objetivo de manter ou aumentar a eficiência e o desempenho
do pessoal, bem como a eficácia da organização (CHIAVENATO, 2000).
Como participante da empresa percebe-se a necessidade para estudar e sugerir
ferramentas necessárias, baseadas em conhecimentos fornecidos pelas teorias da
Administração, para a escolha de pessoas certas e adequadas a ocuparem diferentes e
importantes cargos na empresa, de forma que possam contribuir assim com maior efetividade
no crescimento da organização, uma vez que não possuem uma estrutura formal de gestão de
pessoas. Como forma de sintetizar a pesquisa este trabalho foi dividido nas seguintes etapas:
introdução, desenvolvimento e conclusão, o que foi possível graças à contribuição dos autores
como B.R. Pontes, Antônio Carlos Gil, Jean Pierre Marras, William B. Werther, Ana Alice
Vila Boas e Takeshy Tachizawa, entre outros. Por meio das teorias propostas por eles acerca
do estudo da administração de recursos humanos pode-se elaborar os questionamentos que
compuseram os instrumentos de pesquisa.
.
23
1.3 Objetivos
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo é destinado à revisão da literatura sobre a temática dos cargos, os quais
são baseados nas noções das tarefas realizadas, mapeando o trabalho realizado. Logo em
seguida serão apresentados conceitos, características, vantagens e desvantagens do
recrutamento que constitui uma sistemática que objetiva atrair candidatos diretamente nas
fontes de recrutamento e, por fim, a seleção de pessoal onde se aplica a técnica mais
compatível com o tipo de colaborador a ser recrutado.
O conceito de cargo está baseado nas noções de tarefa, atribuição e função. Conforme
referenciam Gil (2004), Knapik (2006) e Chiavenato (2009), o cargo é composto de todas as
atividades desempenhadas por uma pessoa, que podem ser englobadas em um todo unificado
e que ocupa uma posição formal no organograma da organização. A posição no organograma
pode ser definida através de seu nível hierárquico, subordinação, subordinados e o
departamento ou divisão onde está localizado. Segundo Bohlander et al (2005), um cargo é
composto por um grupo de atividades e deveres relacionados. A partir disso “um cargo
constitui uma unidade da organização e consiste em um conjunto de deveres e
responsabilidades que o tornam separado e distinto dos demais cargos”, (CHIAVENATO,
2009, p. 206).
Os cargos são conceituados de acordo com a tarefa que é toda atividade
individualizada e executada por um ocupante de cargos. Geralmente é a atividade atribuída a
cargos simples e repetitivos. De acordo também com a atribuição que geralmente é a atividade
atribuída a cargos mais diferenciados. Na realidade, a atribuição é uma tarefa um pouco mais
sofisticada, mais mental e menos braçal e por fim a função que é um conjunto de tarefas ou
atribuições de maneira sistemática e reiterada por um ocupante de cargo. Pode ser exercido
por uma pessoa que, sem ocupar um cargo, desempenha provisória ou definitivamente uma
função.
As pessoas trabalham nas organizações desempenhando um determinado cargo, mas a
visão da organização a respeito de cargo é que o mesmo constitui a base da aplicação das
pessoas nas tarefas organizacionais. Conforme Tanke (2004) na terminologia do trabalho
humano, um cargo é um grupo de posições que têm tarefas e responsabilidades comuns, pois
25
um cargo gira em torno de um tipo de trabalho que precisa ser realizado para cumprir os
objetivos operacionais.
Segundo Vilas Boas e Andrade (2009), os cargos são delineados, desenhados e
estabelecidos para se buscar a eficiência, a eficácia, a efetividade e a relevância
organizacional. Pode-se afirmar que quando há “um conjunto de funções similares forma-se o
cargo, que passa a ser entendido, ainda como um grupo de funções idênticas na maioria ou em
todos os aspectos mais importantes das tarefas que as compõem” (MARRAS, 2005, p. 97).
A descrição e a análise dos cargos precisam ser constantes, para que possam
acompanhar as mudanças na organização e no ambiente externo. Muitas vezes, outros órgãos
são os responsáveis pelo desenho de cargos, daí a necessidade de descrever e analisar os
cargos. Segundo as observações de Chiavenato (2009), nem sempre é o gerente de linha ou
profissional de recursos humanos quem desenha os cargos. Ainda de acordo com o autor, a
descrição e análise de cargos têm no seu bojo a noção de que os cargos já existem e que
precisam ser desvendados, conforme as mudanças que ocorrem no contexto das organizações.
Já na visão de Marras (2005) a descrição de cargos é o processo de sintetização das
informações recebidas e prospectadas no passo anterior de análise das funções, padronizando
27
o registro dos dados de maneira a permitir um rápido e fácil acesso aos contornos de cada um
dos cargos da empresa.
Segundo Gil (2004), para descrição de uma função deve-se elaborar uma lista com as
atribuições e responsabilidades do cargo e que sejam classificadas: como muito importante,
importante ou pouco importante e, para identificação dos atributos, recomenda procurar
responder às seguintes perguntas:
Que conhecimentos a pessoa deve ter?
Que experiência é necessária?
Que aptidões são necessárias (aptidão mecânica, destreza manual, facilidade no uso
das palavras, facilidade com os números etc.)?
A idade é um fator importante?
Que características pessoais são necessárias (disciplina, paciência, iniciativa,
sociabilidade etc.)?
Que circunstâncias pessoais devem ser consideradas (família, local de residência,
posse de automóvel etc.)?
título do cargo;
a quem se reporta;
a quem supervisiona;
descrição sumária do cargo;
principais responsabilidades;
formação desejada, cursos e idiomas;
requisitos físicos desejados;
equipamentos utilizados;
nível decisório;
habilidades desejadas;
conhecimentos ou experiências desejadas;
comportamentos ou atitudes desejadas.
É importante lembrar ainda que a descrição de cargos pode ser considerada como uma
grande simplificação de conteúdo e das atribuições do ocupante, como também não há um
formato padrão. A descrição não deve ser estática, podem ser feitas modificações sempre que
ocorrerem mudanças no perfil das atividades exercidas pelo cargo. Pode-se informar que a
descrição deve definir o que o ocupante faz, quando faz, onde faz, e por que faz, conforme
explicitado no Quadro 3 a seguir.
Como foi visto, a descrição de cargos consiste na exposição ordenada das tarefas ou
atribuições de um cargo, ou seja, é realizado um trabalho de redação onde se recomenda a
observância de princípios como clareza, precisão, concisão e impessoalidade.
A partir desta fase serão apresentados conceitos e informações pertinentes sobre a
análise de cargos.
A análise de cargo é o procedimento através do qual se descobre de que consiste o
cargo e que tipo de pessoa deve ser contratado para o cargo. Chiavenato (2010) relata que
analisar um cargo significa detalhar o que o cargo exige do seu ocupante em termos de
conhecimentos, habilidades e capacidades para que possa desempenhá-lo adequadamente.
O autor afirma ainda, que a análise de cargos se preocupa com as especificações do
cargo em relação ao ocupante que deverá preenchê-lo. Essa atividade funciona como uma
análise comparativa entre as exigências que o cargo impõe e as qualificações da pessoa que o
ocupará sob o ponto de vista mental, físico, responsabilidades e condições de trabalho. Em
geral, a análise de cargos concentra-se em quatro áreas de requisitos quase sempre aplicadas a
qualquer tipo ou nível de cargo, conforme o Quadro 4 a seguir.
31
A análise de cargos implica a investigação sistemática do cargo, por meio de uma série
de passos predeterminados, pois seu principal objetivo é aperfeiçoar o desempenho da
empresa e sua produtividade. A definição sistemática e quantitativa do conteúdo dos cargos
que a análise de cargos fornece, é a base para muitas práticas de RH. No intuito de obter
alguns dados a análise dos cargos pode ser vista popularmente em quatro métodos: análise
funcional de cargos, sistema de questionário de análise de posição, método de iniciante crítico
e análise informatizada de cargos (BOHLANDER ET AL, 2005).
O processo de analisar cargos segundo Chiavenato (2009) envolve seis etapas ou fases
que estão representadas no Quadro 5 a seguir. O processo deve considerar que a organização
não é uma unidade imóvel e parada no tempo, mas que está em constante e dinâmica
32
salários, avaliação do desempenho etc. Enfim, quase todas as atividades de RH estão baseadas
em informações proporcionadas pela descrição e análise de cargos.
Conforme (GIL, 2004, p. 103) os principais objetivos da descrição e análise de cargos
são alcançados a partir dos constructos enumerados conforme:
O desenho de cargo é tão antigo quanto o próprio trabalho humano. Desde que o ser
humano teve de dedicar-se à tarefa de caçar e pescar, ele aprendeu através de sua experiência
acumulada ao longo dos séculos a modificar seu desempenho para melhorá-lo continuamente
(CHIAVENATO, 2009). As duas escolas da Administração, Teoria Clássica e Teoria das
Relações Humanas, ajudaram significativamente no processo de desenho e modelagem de
cargos. Partindo deste pressuposto podem-se identificar quatro modelos de desenho de cargos:
o modelo clássico, o modelo das relações humanas, o modelo das características do trabalho e,
por fim, o sistema de alto desempenho.
O modelo clássico de desenho de cargos foi o primeiro estabelecido na ciência
administrativa, onde descrevia as habilidades requeridas para que o funcionário
desempenhasse suas tarefas. Para Taylor, quanto mais simples fossem as tarefas, maior seria a
eficiência no desempenho do trabalho.
Partindo desta teoria, o modelo clássico tornou possível a admissão de trabalhadores
com baixo nível de qualificação e, por consequência, a redução dos salários, gerando uma
redução nos custos com treinamento e a facilidade de supervisão das atividades, já que os
movimentos eram sempre repetitivos e de baixa ou nenhum complexidade. Porém, com o
passar o tempo, este modelo revelou algumas limitações. Como cada trabalhador, desenvolve
apenas uma tarefa específica e esta sendo repetitiva, ele apenas concentra-se em seu trabalho,
perde o contato com os colegas e também sua identidade como pessoa dentro da organização,
este tipo de trabalha traz também fadiga, monotonia, apatia e baixa moral no empregado. O
trabalhador apenas fica dependente do chefe e sua ordem sob supervisão sem interagir na
organização e sem controle de seu próprio comportamento relata Knapik (2006).
A teoria das Relações Humanas veio trazer uma maior ênfase nas pessoas em seu
ambiente de trabalho. Este modelo de desempenho de cargos vem considerar a interação dos
indivíduos dentro da organização, onde a importância do ser humano e de suas necessidades
psicológicas ganha a preocupação dos dirigentes, ou seja, o operário deixa de ser visto apenas
como uma máquina e ganha a identidade de um ser pensante e capaz de interagir entre as
pessoas ganhando certo crescimento individual.
35
Porém, o desenho de cargos no modelo das relações humanas não é de todo diferente
daquele visto no modelo clássico. A diferença existe nas implicações humanas: o modelo
humanista tende a focalizar mais o contexto do cargo e as condições sob as quais é
desempenhado do que o conteúdo do ou sua execução. O ocupante recebe atenção e
consideração quanto as suas necessidades e não é tratado como máquina, permitindo também
a interação e participação em algumas tarefas da unidade. Todavia, a consulta e a participação
não devem interferir no cumprimento da tarefa, nem afetar o fluxo e a sequência do trabalho
(GIL, 2001).
Outro modelo que se seguiu foi o das características do trabalho. Nele o desenho do
cargo não se baseia na presunção de estabilidade e permanência dos objetivos e dos processos
organizacionais, mas na contínua mudança e revisão do cargo como responsabilidade básica
colocada nas mãos do gerente ou de sua equipe de trabalho. Esse modelo supõe a utilização
das capacidades de autodireção e autocontrole das pessoas e a definição conjunta de objetivos
pelo ocupante do cargo e seu gerente. Sua viabilização prevê o enriquecimento do trabalho,
que consiste em proporcionar tarefas especializadas mediante as quais se pode se desenvolver
um produto ou serviço completo. O enriquecimento torna-se a maneira prática para a
adequação contínua do cargo ao crescimento profissional de seu ocupante. (Gil, 2001, p. 174).
Já o sistema de alto desempenho surgiu como consequência da abordagem
sociotécnica e reconhece tanto a importância da sociologia no ambiente de trabalho como dos
ganhos de produtividade com o uso da tecnologia correta. Nesse modelo, os empregados não
se encarregam de tarefas específicas, cada empregado desenvolve um grande número de
habilidades, e as diferentes tarefas confiadas à equipe são executadas pelo sistema de rodízio.
A equipe é quem decide quem irá executá-las. Ela tem autoridade para organizar as tarefas e
atribuir papéis entre seus membros, que por sua vez, são cobrados com responsabilidade pela
consecução de um produto e livres dentro de determinadas restrições tecnológicas e
orçamentárias para desempenhar suas atribuições conforme se sintam capazes. Assim, a
responsabilidade da equipe não é a de distribuir trabalhos que motivem, mas de formar
equipes cujos membros possuam qualificações necessárias para desenvolver as tarefas, onde
os objetivos coincidam com os da organização. (Gil, 2001, p. 175).
Adotar este modelo significa educar a organização para que a mesma atue com equipes
bem estruturadas que tenham alto grau de autonomia, ou seja, capazes de exercer com
liberdade suas tarefas sob sua própria responsabilidade para um interesse comum.
Atualmente, é possível encontrar em quase todas as organizações, cada indivíduo designado a
36
O recrutamento tem como ponto inicial a definição dos locais onde serão captados os
candidatos, que pode ocorrer dentro do contexto do mercado de trabalho e do mercado de
recursos humanos. Sorio enfocando este assunto considera que
Gomes e Stefano (2008) afirmam que em função das novas demandas das
organizações sobre os indivíduos, como iniciativa, autonomia, criatividade e trabalho em
equipe, vários autores têm considerado o recrutamento e a seleção como a função mais
estratégica diretamente relacionada à administração de RH. É através de um processo de
seleção que as organizações podem identificar talentos com potencial para fazer a diferença
neste mercado tão competitivo. Dizem ainda, que o grande desafio atual, é a condução do
processo de contratação, que na maioria das vezes, é falho.
A falta de critérios e de instrumentos adequados é um dos principais motivos deste
fracasso, podendo gerar grandes perdas financeiras. Isso sem falar nos custos que processos
de recrutamento e seleção mal elaborados podem causar com relação à perda de tempo ou de
clientes. Assim sendo, recrutar (identificar, captar, encontrar talentos) e selecionar
(diferenciar os melhores dentre os identificados) são, definitivamente, atividades muito
complexas e que deveriam estar incluídas entre as muitas atividades de cunho estratégico de
toda e qualquer organização.
Para se encontrar o candidato ideal, as organizações se deparam basicamente com três
questões: quais são as vagas oferecidas pelo mercado de trabalho, quantos e quais são os
candidatos disponíveis, para então decidir qual a forma de recrutamento utilizar e onde
divulgar.
O recrutamento é influenciado diretamente pelo mercado de trabalho. Em períodos de
crises, o mercado de trabalho recebe maior oferta de mão-de-obra do que vagas. Em períodos
de crescimento e desenvolvimento econômico, a disputa pelos candidatos torna-se acirrada.
O setor de recrutamento e seleção existe em todas as empresas, seja ela micro ou
empresa de grande porte. Porém, cada uma com suas características, na hora do recrutamento
e da seleção buscam obter êxito nos processos de encontrar o candidato ideal.
39
preenchê-la através de seus empregados” (CHIAVENATO, 2009, p. 122). Estes podem ser
transferidos ou promovidos devendo passar por treinamento e programas de desenvolvimento
de pessoal além de participarem de planos de carreira.
O provimento interno tem o potencial de afetar significativamente quase todas as
metas organizacionais. Isso é, a divulgação das necessidades (vagas em aberto) é informada
por meio de comunicação, memorandos ou cartazes em todos os quadros de avisos da
empresa, com características exigidas pelo cargo, solicitando àqueles interessados comparecer
ao setor de recrutamento para candidatar-se à posição oferecida ou enviem sues dados para
análise. Tanke (2004) informa que atualmente as empresas mais modernas utilizam sistemas
informatizados, como a intranet, possibilitando aos funcionários receberem as informações
das vagas disponíveis e realizarem a sua inscrição, preenchendo diretamente um formulário na
própria tela do computador.
A prática do recrutamento interno deve estar sustentada em procedimentos e políticas
elaboradas de forma transparente e ter sua divulgação garantida em todos os níveis da
estrutura organizacional, assim descreve Marras (2005) em sua teoria.
Segundo Milkovich et al (2000), é interessante notar que é tão importante monitorar os
efeitos dos movimentos nas posições que servem de fonte de candidatos, como na
investigação sobre o desempenho desses candidatos nas posições de destino. Obviamente, as
organizações se beneficiam ao se assegurarem de que as política de recrutamento interno
sejam cuidadosamente implantadas e eficazes.
Assim como Lodi (1996) e Gil (2004) acreditam, o recrutamento dentro da empresa,
além de ser um processo mais econômico tem a vantagem dos indivíduos já serem
conhecidos. Lodi (1996) ainda acrescenta que a direção tem maior oportunidade de observar o
comportamento dos indivíduos na organização através de um sistema de avaliação de
desempenho, identificando assim pontos fortes e fraquezas desse pessoal nos atuais empregos.
Para Kanapik (2006), o recrutamento interno é realizado com funcionários que
pretendem conseguir uma transferência para setores com maiores desafios. Já Tachizawa et al
(2006) afirma que o uso do recrutamento interno contribui para baixar a taxa de flutuação de
pessoal na organização – a rotação de pessoal, ou seja, funciona como expectativas de
ascensão na empresa.
Bateman e Snell (1998), também acreditam nas vantagens do recrutamento interno no
fato de que os empregadores conhecem seus empregados, empregados estes, que, por sua vez,
conhecem sua organização. Uma outra vantagem da promoção interna para Pfeffer (1994), é,
42
a garantia que as pessoas saibam realmente algo sobre a empresa, a tecnologia e as operações
que estão administrando. O recrutamento interno é um processamento (ou transformação) de
recursos humanos. As principais vantagens e desvantagens do recrutamento interno estão
expostas no Quadro 9 a seguir.
o melhor caminho a ser seguido na escolha das fontes utilizadas na prospecção de candidatos.
São eles:
Variável tempo – é aquela que determina a exigência temporal que está contida na
solicitação feita pela área solicitante da vaga, ao mesmo tempo em que indica,
também, pelo mesmo parâmetro temporal, a fonte de recrutamento mais adequada.
Variável custo – é a que representa a possibilidade financeira que se dispõe para
iniciar um processo de recrutamento e seleção, ao mesmo tempo em que possibilita
identificar as fontes de recrutamento pela diferenciação de custo que cada uma
representa.
O recrutamento externo incide sobre os candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou
trabalhando em outras organizações e pode envolver uma ou mais técnicas de recrutamento,
técnicas essas que servem para divulgar uma oportunidade de trabalho junto às fontes de
recursos humanos mais adequados, segundo Chiavenato (2002).
Na visão de Knapik (2006) o recrutamento externo é realizado por intermédio de
diferentes fontes, dependendo da exigência de qualificação, do nível hierárquico e das
especificações do cargo. A seguir serão apresentadas algumas técnicas de recrutamento,
porém tais técnicas dependem diretamente do tipo de cargo a ser preenchido.
São inúmeras as técnicas que podem ser usadas no processo de recrutamento externo.
Para melhor identificar e mapear as fontes de recrutamento, dentro dos requisitos que a
organização exigirá dos candidatos, são necessários dois tipos de pesquisa: a pesquisa externa
e interna. A pesquisa externa corresponde a uma pesquisa do mercado de recursos humanos
no sentido de segmentá-lo para facilitar sua análise. Já pesquisa interna corresponde a uma
pesquisa sobre as necessidades da organização em relação a recursos humanos e quais as
políticas que a organização pretende adotar em relação ao seu pessoal. (TANKE, 2004).
As fontes de recrutamento devem ser utilizadas de forma adequada para que
candidatos com bom potencial e capacidade não fiquem fora do processo de seleção (VILAS
BOAS E ANDRADE, 2009). Geralmente as empresas podem usar uma ou mais técnicas,
dependendo de sua necessidade. Em seguida serão explanadas algumas das variadas técnicas.
a) Espontâneos
45
Para se conseguir os candidatos esperados, que não sejam de perfis e formação muito
parecidos, é possível usar de uma técnica, assim não se limita a um determinado grupo de
pessoas além de permitir abranger um maior número de candidatos com maior diversidade de
habilidades, culturas e comportamentos dando mais opções na hora da seleção desse pessoal.
j) Programas de Trainees
Muitas empresas desenvolvem programas de trainees para recrutar, selecionar e
preparar jovens saídos de universidades para ocupar posições gerenciais ou altamente técnicas
em seus quadros após o período de estágio programado devidamente supervisionado. A época
de procura se situa no final ou no início de cada ano. O número de trainees varia de acordo
com as necessidades futuras de cada organização. Esses programas são disponibilizados em
Escolas e Universidades;
Sindicatos e Associação de classe.
k) Headhunter
O headhunter informa Marras (2005) destaca-se do consultor em recrutamento e
seleção pelos contatos pessoas que possui e pelo seu perfil cultural e carreira profissional. É
alguém com presença constante em eventos culturais, esportivos ou em encontros
internacionais utilizados como ponto de encontro pelos altos executivos.
l) Consultorias de outplacement
São consultorias que se dedicam especificamente a recolocar profissionais que serão
desligados ou que estão em processo de desligamento nas respectivas empresas. É uma fonte
de recrutamento de custo zero. Uma empresa contrata uma consultoria de outplacement
quando pretende desligar um profissional e deseja ajudá-lo no processo de recolocação no
mercado, informa Marras (2005).
m) Consultoria de replacement
São consultorias que atendem especificamente pessoas físicas. São contratadas para
tentar recolocar os profissionais no mercado de trabalho. A recolocação atende somente aos
interesses dos profissionais que contratam diretamente essas consultorias, informa Marras
(2005).
Como há diferentes fontes de recrutamento as empresas utilizam diversos canais de
comunicação, pois cada uma requer um tipo de comunicação e de apelo para atrair um
número maior de candidatos para as vagas disponíveis. Após conhecer algumas técnicas
usadas para se fazer o recrutamento externo, é importante, observar que este traz algumas
vantagens e desvantagens principais como demonstrado no Quadro 10.
48
Após demonstrado o recrutamento interno e o externo observa-se que nenhum dos dois
exclusivamente ou separadamente satisfazem totalmente às necessidades da empresa. Sendo
assim, se torna importante abordar um terceiro tipo de recrutamento que seria uma
combinação desses dois como se poderá observar no próximo tópico.
O recrutamento misto é nada mais que uma mescla entre os dois modelos
demonstrados anteriormente: o recrutamento interno e o externo. Segundo Chiavenato (2002)
as empresas na prática nunca fazem apenas o recrutamento interno ou o recrutamento externo,
ambos se complementam e se completam, pois ao se fazer uma substituição dentro da
empresa, sempre haverá uma posição que deverá ser preenchida por uma pessoa externa à
organização. Ainda o autor afirma que comas desvantagens e vantagens de cada recrutamento,
essa seria a solução preferida pelas empresas.
Chiavenato (2009) ressalta que o recrutamento misto pode ser adotado em três
alternativas de sistema:
a) Inicialmente, recrutamento externo, seguido de recrutamento interno, caso aquele
não apresente resultados desejáveis. A empresa está mais interessada na entrada de
recursos humanos do que em sua transformação, ou seja, a empresa necessita de
pessoal já qualificado no curto prazo e precisa importá-lo do ambiente externo.
49
Santos (2003) define seleção como um processo pelo qual são escolhidas pessoas
adaptadas a determinada ocupação ou esquema operacional. Seleção é definir o candidato que
mais atende ao perfil da vaga, comentam Vilas Boas e Andrade (2009).
Segundo Marras, “seleção de pessoal é uma atividade do sistema de ARH, que tem por
finalidade escolher, sob metodologia específica, candidatos a emprego recebidos pelo setor de
recrutamento, para o atendimento das necessidades internas da empresa” (2005, p.79). Nesse
sentido, as empresas consideram que o processo de seleção é muito mais do que uma simples
contratação, mas a peça-chave para o sucesso do negócio.
Conforme Bohlander et al (2005), na maioria das organizações a seleção é um
processo contínuo, a rotatividade ocorre inevitavelmente, deixando vagas a serem preenchidas
por candidatos de dentro e de fora da organização ou pelos indivíduos cujas qualificações
foram avaliadas anteriormente. Ainda segundo o autor, o número de etapas no processo de
seleção e sua sequência irão variar, não somente com a organização, mas também com o tipo
e o nível de cargos a serem preenchidos.
Os processos seletivos nas empresas têm ocupado um papel importante, pois se bem
conduzidos otimizam recursos, tempo e reduzem custos, conforme afirma Soares, (2006). O
autor diz ainda que, com os de funcionários cada vez mais enxutos, o fator humano passou a
ser considerado elemento de transformação e gerador de resultados. Marras (2005) informa
que fundamentalmente o processo de seleção de pessoal baseia-se fundamentalmente na
análise comparativa de dois campos, conforme pode-se observar no Quadro11 a seguir:
especificações, de outra forma esse candidato seria rejeitado por não fornecer condições; e
nem muito acima, de forma que seria esse considerado superdotado para o cargo. Quanto ao
processo de decisão Chiavenato (2002) afirma que, depois de realizada a comparação entre as
características exigidas pelo cargo e as oferecidas pelo candidato, a decisão final de aceitação
ou rejeição dos candidatos é sempre do requisitante, e acrescenta que, como um processo de
decisão, a seleção de pessoal comporta três modelos de comportamento que são eles:
Modelo de colocação, quando não inclui a categoria de rejeição. O candidato deve ser
admitido sem rejeição, pois é o único candidato à única vaga a ser preenchida.
Modelo de seleção, quando existem vários candidatos a uma única vaga a ser
preenchida, dessa forma só um candidato poderá ocupá-la implicando em duas
alternativas que são a aprovação ou rejeição.
Modelo de classificação, trata-se de uma abordagem mais ampla, onde existem vários
candidatos para vaga e várias vagas para um candidato. Assim, ao ser comparado os
atributos e requisitos e o candidato for rejeitado, será submetido a comparações em
outros cargos a fim de encontrar aquele que tiver maior compatibilidade.
2.8.1.2 Triagem
Por que você está aqui? Presume-se que a respostas seja óbvia, como a pretensão de
um emprego na empresa, porém a resposta pode ser surpreendente. Geralmente, o que
se espera é que o candidato tenha buscado informações sobre a empresa antes de se
candidatar a trabalhar nela. Nelson e Economy (1998) citam um exemplo de um
candidato que não sabia nem o nome da empresa onde estava sendo entrevistado,
referindo-se a ela pelo nome de um de seus concorrentes.
O que você pode fazer pela empresa? È esperado que os candidatos surpreendam o
entrevistador com suas incríveis personalidades, vasta experiência, ética de trabalho e
espírito de equipe.
Que tipo de pessoa você é? È importante lembrar que a pessoa a ser contratada
passará muito tempo na empresa, onde além de passar longas horas, semanas, anos em
convivência participará de eventos da empresa, devendo agir com tolerância.
Podemos pagar o que você quer? Ao levantar essa questão é importante que estejam
o contratante e o candidato com propostas próximas entre elas.
Achando o candidato perfeito, deve-se ter em mente que o salário é apenas uma parte
de um pacote de compensação total, e que mesmo que não haja condições de um aumento do
salário direto, pode-se oferecer melhores benefícios.
A literatura mostra que para uma avaliação dos conhecimentos, capacidades e técnicas
além de habilidades e condições intelectuais, podem ser aplicados testes diversificados, onde
a sua utilização pode ser de um único teste, ou vários testes integrados:
Testes escritos – é recomendado para o preenchimento de cargos que requerem
conhecimentos mais específicos, como por exemplo, a habilidade em redigir (GIL,
2004, p. 301). Spina (1991) afirma que o selecionador já deve ter de antemão, qual o
nível de acertos que o candidato deve ter para ser considerado capaz tecnicamente de
prosseguir no processo seletivo.
Testes práticos - são adequados para avaliação das habilidades dos candidatos e
importantes para os cargos de natureza operacional ou relacionados à produção,
conforme afirma Gil (2004). Dado a natureza, Spina (1991) diz que esses testes devem
ser preparados e acompanhados pelo requisitante tendo, então, essa qualificação
57
suficiente para tal, e afirma ainda ser praticamente impossível ser aplicado pelo
profissional de recrutamento e seleção.
Testes situacionais – tem a propriedade de avaliar candidatos em determinadas
situações prática do dia a dia no trabalho. Atualmente são utilizados diversos
programas em computador para colocar o candidato frente a situações problemáticas
para avaliar a sua rapidez e eficácia na tomada de decisão, afirma Marras (2005).
Testes psicológicos – são instrumentos muito úteis na avaliação de aptidões dos
candidatos, acredita Marras (2005), tanto na avaliação intelectual, como habilidades
específicas, além de traços de personalidade.
Testes grafológicos – segundo Marras (2005) é a análise da escrita individual, através
da qual se pode concluir sobre dezenas de traço da personalidade.
Dinâmica de grupo – conforme Spina (1991), esse processo consiste na interação dos
candidatos sob orientação do selecionador, para dar condições deste avaliar
características individuais constantes.
Fonte: Adaptado de Lodi (1996); Nelson; Economy (1998); de Bateman e Snell (1998) e Chiavenato (2002)
58
Como pode ser percebido, o profissional da área de RH deve possuir em seu leque de
habilidades e conhecimentos de aspectos básicos do ser humano, a fim de estar melhor
preparado para lidar com as diversidades e peculiaridades que são inerentes a todos.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa aplicada uma vez que se
buscou a finalidade prática de resolver problemas concretos de recrutamento e seleção na
empresa pesquisada, como também, em investigar a deficiência nas descrições e análise dos
cargos. Conforme Vergara (2008) a pesquisa aplicada tem finalidade prática ao contrário da
pesquisa pura, motivada pela curiosidade intelectual do pesquisador.
O presente estudo também é do tipo exploratório porque os shoppings sejam um
universo que cada vez mais cresce no mundo organizacional e alvo de diversas áreas de
investigação. Prestes (2003) afirma que a pesquisa exploratória configura-se como a que
acontece na fase preliminar, antes do planejamento formal do trabalho.
É também descritiva, uma vez que pretende descrever como são recrutadas e
selecionadas as pessoas nos shoppings. De acordo com Prestes (2003) na pesquisa descritiva é
feita a descrição de características de uma determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre as características de um grupo: sua distribuição por idade,
sexo, procedência, nível de escolaridade, nível de renda, entre outros.
E quanto aos meios a pesquisa foi considerada um estudo de caso e bibliográfica, pois
analisou com profundidade um ou poucos fatos, com vistas à obtenção de um grande
conhecimento com riqueza de detalhes do objeto estudado e, ainda, qualifica o fenômeno de
estudo pela circunscrição.
É bibliográfica porque, para a fundamentação teórico-metodológica do trabalho,
realizou uma investigação sobre os seguintes conceitos: análise dos cargos, processo de
recrutamento e seleção em um estudo sistemático e desenvolvido com base nos materiais
61
publicados em livros, jornais, revistas e artigos científicos para ampliar o universo das
informações acerca do assunto. Além disso, as redes eletrônicas em que os conteúdos foram
pesquisados, através de sites, vieram propiciar o enriquecimento do trabalho, bem, como das
informações que se fizeram necessárias para sua complementação.
Como instrumentos de pesquisa foram delineados a utilização de um questionário
estruturado e uma entrevista aplicada à gestora da Empresa. Foi aplicado um questionário
construído pela pesquisadora com perguntas fechadas de múltipla escolha, elaborado a partir
da escala de Likert, o qual pode ser visualizado no Apêndice A. Antes de solicitar que
respondessem ao questionário os colaboradores de serviços gerais e seguranças foram
informados do sigilo da pesquisa. Outro aspecto importante é que os colaboradores
responderam o questionário no intervalo de suas refeições. O período de aplicação foi de 26
de março de 2012 a 15 de abril de 2012.
Quanto à entrevista, não foi possível a aplicação devido à recusa da entrevistada que,
porém, concordou em responder a um questionário, com questões abertas, construído pela
pesquisadora, com dez questões relacionadas aos assuntos de cargo, recrutamento e seleção,
conforme (Apêndice B). Além desses dois instrumentos, a pesquisadora utilizou a observação
participante, uma vez que trabalha na referida Empresa.
.
A pesquisa foi realizada no Shopping Center Sul, uma empresa de médio porte criada
pela Inter Incorporadora de Imóveis Ltda, sociedade por quotas de responsabilidade limitada
com sede e foro nesta cidade de João Pessoa. Possui atualmente cerca de 120 lojas e 22
quiosques. O Shopping Center Sul localiza-se na Av. Sérgio Guerra, 900 – Bairro dos
Bancários em João Pessoa-PB, o que contribui como uma opção de prestação de serviço e
entretenimento para com os moradores da região sul, devido o bairro dos Bancários ser um
local de passagem para os bairros seguintes da zona sul, como Mangabeira, Valentina, Geisel
entre outros.
O Shopping Center Sul possui em seu quadro funcional uma síndica, um gerente de
marketing, uma gerente administrativa, duas assistentes administrativas, treze agentes de
limpeza, dezessete colaboradores no setor de segurança, uma enfermeira, duas técnicas de
enfermagem e três no setor de manutenção.
62
O levantamento dos dados foi feito em duas partes: uma com alternativas de múltiplas
escolhas, contendo um total de 07 questões e a outra utilizando a escala de Likert de 1-5 com
13 afirmativas (Apêndice A), tendo como finalidade fundamental analisar o processo de
recrutamento e seleção através da descrição dos cargos.
Numa busca por complementar o trabalho, foi proposto a priori realizar uma entrevista
com a síndica (gestora) da Organização. Em virtude da não autorização para aplicação da
63
entrevista, foi aplicado um questionário aberto com 10 questões (Apêndice B) cujo roteiro
procurou conhecer e identificar as estratégias e técnicas utilizadas pela gerência com respeito
a vários processos da Gestão de Pessoas, como: o processo recrutamento e seleção; a
descrição e análise de cargos. Outro instrumento também utilizado foi observação participante
em vista da pesquisadora fazer parte da empresa. Por observação participante foi adotado o
conceito de Lakatos e Marconi (2000) que afirmam ser participante aqueles que se desenvolve
a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas.
Neste capítulo do trabalho, desenvolve-se a análise dos dados os quais foram coletados
através de pesquisa aplicada aos colaboradores da área operacional na empresa Shopping
Center Sul, em João Pessoa – PB, no período de 26 de março de 2012 a 15 de abril de 2012.
Foram aplicados 30 questionários divididos em três partes: na primeira parte o objetivo foi
identificar o perfil dos funcionários; na segunda entender se empresa utiliza a descrição dos
cargos para realizar o recrutamento e seleção; e por fim foram abordadas afirmativas com
relação à função ocupada.
Dos 30 questionários aplicados, foram devolvidos 28, destes, apenas 23 puderam ser
analisados, pois estavam devidamente respondidos totalizando uma amostra de 80% dos
pesquisados. Todos os 23 questionários foram tabulados no programa do Microsoft Excel
2010, fornecendo dados que serão explicados a partir do item 4.1.
Dos 24 questionários respondidos, 10 são dos colaboradores de serviços gerais e 14
dos seguranças, conforme apêndice A.
O outro instrumento de pesquisa adotado constou de um questionário com perguntas
abertas, respondido pela síndica da Empresa, no período de 01/04/2012 a 05/04/2012
(Apêndice B), e que foram analisados pelo método da Análise de Conteúdo.
4.1 Parte I - Análise dos Resultados do Perfil Profissiográfico dos colaboradores da área
operacional
GRÁFICO 1: Gênero
Nesta questão verificou-se que a grande maioria dos colaboradores pesquisados (46%)
se enquadra na faixa de 21 e 30 anos indicando que o grupo de colaboradores é jovem. Foi
possível observar que a pretensão dos shoppings em recrutar e selecionar colaboradores mais
jovens é uma realidade, e com opção, muitas vezes, por pessoas que estão em busca do
primeiro emprego e dispostas a enfrentar horários e dias de trabalhos muitas vezes diferentes
do comércio em geral. 29% se encontram entre 31 e 40 anos, totalizando 75% de pessoas em
faixa etária considerada produtiva. Os 25% dos outros respondentes estão na faixa etária entre
41 e 50 anos, indicando uma parcela de profissionais que se mantêm atuantes no mercado.
Logo a seguir serão descritos sobre a escolaridade dos colaboradores.
68
GRÁFICO 5: Escolaridade
Ao analisar esta questão constata-se que a maioria dos colaboradores, 54%, têm menos
de um ano no cargo ocupado, o que pode ser confirmado pelas recentes contratações
realizadas, conforme observação nos documentos internos da empresa. Esse percentual
elevado pode ser devido à constante entrada e saída de funcionários, uma vez que, trabalhar
em shopping exige bastante das pessoas.
De acordo com o resultado demonstrado pelo gráfico acima, apenas 13% permanecem
na empresa num período superior a sete anos. Esses percentuais podem indicar que, apesar da
rotatividade que possa se caracterizar pelo percentual de pessoas com menos de um ano de
empresa, há aqueles que permanecem em atividade há bastante tempo.
Quanto a esses 13% permanecerem no mesmo cargo por esse período indicado, isto
indica uma ausência de plano de cargos ou falta de oportunidades de promoção e/ou
transferência de função na empresa. Somados os outros percentuais, tem-se 20% de
profissionais que estão no mesmo cargo entre 2 e 7 anos, o que pode ser caracterizado como
um tempo considerável e reforça a suspeita de que na empresa não há política de carreira e
nem orientação sobre planejamento de carreira ao colaborador.
Vilas Boas e Andrade (2009) afirmam a importância da estruturação do cargo e o
desenvolvimento de planos de carreiras constituem em regra básica para a motivação do
colaborador e a consequente prestação de melhores serviços à organização, além de minimizar
a rotatividade do pessoal.
70
Já autor Knapik (2006) afirma que uma pessoa muito tempo em um mesmo cargo,
fazendo sempre as mesmas coisas, acaba se tornando um “tarefeiro”; sem estímulo, acaba
entrando em uma “zona de conforto” e de estagnação da criatividade, e a consequência é um
desempenho apenas mediano. No próximo gráfico abaixo serão explanados sobre tempo de
empresa de cada colaborador.
p.172). O trabalhador apenas fica dependente do chefe e suas ordens sob supervisão, sem
interagir na organização e sem controle de seu próprio comportamento. Partindo desta teoria,
o modelo clássico tornou possível à admissão de trabalhadores com baixo nível de
qualificação, e por consequência, a redução dos salários, gerando uma redução nos custos
com treinamento e a facilidade de supervisão das atividades, já que os movimentos são
sempre repetitivos e de baixa ou nenhum complexidade.
Abaixo serão explanados os resultados sobre o processo de recrutamento, seleção e
função ocupada.
.
4.3 Parte III – Recrutamento, Seleção e Função ocupada
Quanto a este item verifica-se que 88% dos funcionários respondentes informaram que
chegaram à empresa por indicação. Este é um sistema bastante adotado por várias empresas
porque reduzem os custos dos processos de recrutamento. Nos documentos internos da
empresa é possível confirmar que a opção é pela fonte indicação utilizada no recrutamento
externo, o que não deixa de ser uma realidade porque mesmo indicado o candidato vem de
fora da empresa.
De acordo com a teoria de Chiavenato (2009) o recrutamento é denominado externo
quando as empresas vão buscar colaboradores fora da empresa para suprir suas necessidades.
O recrutamento externo aborda candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou trabalhando em
outras organizações e pode envolver uma ou mais técnicas de recrutamento, que servem para
divulgar uma oportunidade de trabalho junto às fontes de recursos humanos mais adequados.
Levando-se em conta a variável tempo, essa fonte de recrutamento constitui um
procedimento econômico e, usualmente, refere-se a pessoas com predisposição para aceitar o
ambiente de trabalho. Porém há ressalvas a serem feitas, pois a fonte de recrutamento
indicação pode criar constrangimento com a pessoa que indicou se, por acaso, houver rejeição
74
após contratação. Em seguida, a outra fonte de recrutamento mais usada com 8% foi agências
de empregos, as quais também são consideradas um tipo de recrutamento externo.
Pode-se afirmar com base nos dados do gráfico 9 que, 96% do recrutamento realizado
é externo, assim indicando que na empresa em questão são poucas as oportunidades de
promoção e transferência conforme se verifica com relação aos 4% apresentados no gráfico
acima. A fonte de recrutamento, promoção ou transferência faz parte do recrutamento interno,
para Vilas Boas e Andrade (2009) o recrutamento interno é quando a vaga é divulgada para os
funcionários da organização e estes disputam uma vaga entre si, para os autores o
recrutamento interno estão relacionados ao planejamento de carreira ou sucessão nas
organizações.
A partir deste momento as análises foram feitas de acordo com a Escala Likert
(MARTINS E LINTZ, 2000, p. 46) muito usada em investigações sociais. As afirmações
qualificam o objeto de atitude que está sendo medido e devem expressar somente uma relação
lógica entre um sujeito e um complemento.
Este momento do questionário constou de afirmativas na busca por atender a um dos
objetivos específicos do Trabalho, qual seja o de verificar as características básicas do
processo de recrutamento e seleção percebido pelos colaboradores.
Em seguida o gráfico 10 responderá a afirmativa sobre forma de recrutamento.
75
acontecer é que os currículos sejam arquivados até que surja uma vaga adequada, ou até que
eles sejam considerados muito antigos para serem válidos.
Abaixo serão descritos sobre seleção de pessoal.
Analisando os dados acima verifica-se que existe uma parcela bem pequena de
funcionários que afirmam ter oportunidades de promoção e/ou transferência. É possível
verificar que são poucos os funcionários que conseguiram mudar de cargo e/ou até mesmo
tiveram oportunidade de carreira. Em pesquisa ao livro contábil da empresa, pode-se
confirmar raros os casos de transferência de função ou promoção. As abordagens de Knapik
(2006), Chiavenato (2009) e Gil (2004) dizem que nas organizações os cargos devem ser bem
desenhados e estruturados, apoiando-se sempre no organograma, oportunizando as funções
dentro da empresa. Um programa dessa natureza produz subsídios para recrutamento e
seleção de pessoas, identificação das necessidades de treinamento, elaboração de programas
da força de trabalho, avaliação de cargos, critérios de salários, avaliação do desempenho,
mapeamento de competências, entre outras atividades. Analisando a teoria de recrutamento
79
interno proposta por Lodi (1996) e Thanke (2000) pode-se afirmar que essa prática se
constitui num processo de motivação e estímulo aos colaboradores, pois proporciona
crescimento profissional, além de ser mais rápido e menos custoso. O recrutamento interno
envolve a promoção, a transferência ou a promoção e transferência de funcionários.
Abaixo serão descriminados resultados referentes a qualificação de pessoal.
Ao mesmo tempo em que 21% concordam que a empresa disponibiliza meios para
aperfeiçoamento, 17 % deles se mostraram indiferentes a essa afirmativa. Como no grupo
analisado têm colaboradores com tempos diversos de trabalho na empresa, pode ter sido que,
em algum momento houve oportunidade de aperfeiçoamento, mas, como a maioria dos
colaboradores responderam negativamente à questão, provavelmente nos últimos anos não
houve investimentos em treinamento e desenvolvimento.
A teoria de Thanke (2005) e Chiavenato (2009) diz que o investimento em
treinamento e desenvolvimento de colaboradores facilita o recrutamento interno porque a
empresa sabe que há funcionários internamente habilitados para desempenhar a atividade.
O resultado desta questão pode exprimir que não existe esse investimento em
treinamento e desenvolvimento de colaboradores.
A seguir poderá ser observado resultados a respeito da forma de seleção utilizada
80
Os resultados acima podem indicar que a empresa precisa utilizar melhor os meios de
comunicação para divulgar as vagas existentes e assim atrair números de candidatos com
potencial para atender à demanda de serviços da empresa.
Pode-se conjecturar sobre a utilização da Indicação como meio de recrutamento. A
teoria Knapik (2006) informa que para proceder à seleção dos candidatos, a empresa deve
realizar uma triagem dos inscritos, que pode se feita através dos formulários de inscrição e/ou
via site da empresa, análise de curriculum vitae, investigação de antecedentes e checagem de
referências. Mas, em vista do número reduzido de candidatos à vaga, provavelmente não foi
utilizada as formas de seleção indicadas pelos autores.
No gráfico a seguir serão explanados resultados com relação ao processo de seleção.
81
A referência a uma conversa difere do que se entende por entrevista. Knapik (2006)
diz que a entrevista distingue-se de uma simples conversação à medida que serve a um objeto
definido, é planejada e submetida a controles e avaliação. Comparando o resultado da
afirmativa com o proposto pelos autores Knapik (2006), Nelson e Economy (1998),
nitidamente se percebe que a entrevista não se constitui num instrumento de seleção, pelo
menos para os cargos pesquisados. Ou ainda, é possível considerar que não está sendo
realizada com deveria, pois para quem está sendo entrevistado aquele momento não se
configura como uma entrevista, mas sim como uma esclarecimento de dúvidas sobre o
candidato.
Em seguida o gráfico disponibilizará resultados sobre a importâncias dos
colaboradores terem referências pessoais.
83
O exame médico é uma exigência para ser contratado na empresa, e esta etapa faz
parte das recomendações de autores para o processo de seleção, tais como Pfetter (1994) e
Marras (2005). Conforme esses autores, os resultados positivos da seleção eficaz podem ser
observados na organização e nas pessoas. Através da observação participante percebeu-se que
o exame médico se faz apenas na contratação e demissão, ou seja, não são realizados exames
periódicos. Os principais resultados envolvem uma melhor adequação das pessoas ao cargo e
à empresa, melhoria no nível de satisfação no trabalho e melhoria do potencial humano.
Logo a seguir o gráfico trará resultados referentes aos testes de aptidões antes da
contratação.
85
Este resultado aponta que a empresa não fez testes antes da contratação para os cargos
pesquisados. Não é possível afirmar que para outros cargos não sejam feitos, mas a
abordagem específica nos cargos pesquisados se fez necessária devido a alta rotatividade
existente. É possível imaginar alguns empecilhos para a não realização de testes, por exemplo
a ausência de um especialisata em RH na empresa, ou porque a maioria dos candidatos são
contratados através de indicação. Segundo Tanke (2004) existe uma forte evidência de que o
uso de testes padronizados avaliam habilidades, personalidade e integridade, ou seja, constitui
uma ferramenta valiosa de triagem. O teste pré admissinal não têm por finalidade substituir
outras ferramentas de triagem, mas ser uma fonte adicional de informações coerentes de cada
candidato. Os autores Spina (1991), Gil (2004), Marras (2005) ressaltam na teoria que os
testes servem de apoio ou até mesmo acessórios à entrevista de seleção. Como a empresa
pesquisada geralmente não realiza testes pré-admissionais deixa de ter um adicional de
informação para a escolha da melhor decisão.
Com relação ao gráfico abaixo será descrito se é necessário para empresa os
colaboradores terem experiência na função.
86
Esta questão traz à tona um indicativo de que algo precisa ser feito para melhorar o
processo de atração de pessoal para a empresa. Como a maioria dos respondentes se
mostraram indiferentes é possível afirmar que, ou não participaram do processo como ele
deveria ser ou por terem sido indicados não foram submetidos às técnicas de seleção como
indicado pelos Bateman e Snell (1998), Nelson e Economy (1998), Chiavenato (2004),
Bohlander et al e Marras (2005) e Vilas Boas e Andrade (2009).
4.4 Parte IV – Análise do questionário aberto, aplicado à síndica do Shopping Center Sul
Nesta parte da monografia será apresentada uma análise do questionário aplicado com a
síndica do Shopping Sul.
88
pesquisada com a definição de Knapik (2006) observa-se que no Shopping Sul os cargos são
definidos de forma adequada.
No tocante a segunda pergunta Como os cargos na empresa são descritos e analisados,
a síndica informou que existem as Normas Gerais previstas na Convenção e Regimento
Interno as quais descrevem sobre os cargos que devem ter num shopping e algumas
características sobre suas funções a desenvolver. Segundo a percepção da mesma, não existe
descrição de função, apenas normas gerais que são moldadas de acordo com o gestor.
Após pesquisa documental pode-se confirmar que não há registro descrevendo cada
função a ser desempenhada na organização, nem plano de cargos e salários. As funções
desempenhadas são repassadas aos colaboradores de forma verbal, assim como o título do
cargo, a quem se deve reportar, as responsabilidades e quais equipamentos serão utilizados na
empresa para executar suas atividades diárias.
Chiavenato (2004), Marras (2005) e Tachizawa et al (2006) dizem que a descrição de
cargo é a exposição ordenada das tarefas as quais serão enfatizadas enquanto a análise de
cargo serve para obter informações sobre as tarefas ou atribuições. Comparando a descrição
dos autores acima com a resposta obtida verifica-se a informalidade do Setor de Pessoal da
empresa, o que provoca divergências na descrição dos cargos, a falta de planejamento de
pessoal e uma carência da caracterização adequada aos cargos na empresa.
Na terceira pergunta Quais as fontes de recrutamento utilizadas pela empresa, a síndica
respondeu: indicação, currículos e agências de emprego. Como na empresa não existem
especificações do cargo a ser preenchido, provavelmente os responsáveis pelo recrutamento
se utilizam destas fontes por ser econômica e rápida, assim, ocasionando num recrutamento
em que nem sempre possibilita encontrar candidatos mais adequados ao cargo.
Na quarta questão Quando a empresa decide realizar um recrutamento, ela opta mais
pelo interno ou externo, a resposta foi que depende da função, se for possível interno. O fator
confiança aparece claramente nessa questão, os indivíduos já são conhecidos e a empresa lhes
é familiar. Vilas Boas e Andrade (2009) ressaltam que neste tipo de recrutamento se obtém
informações mais precisas, melhoria do moral e das relações internas.
Nas questões seguintes: Em quais casos a empresa opta pelo recrutamento interno?
Quais vantagens e desvantagens de escolher esse modelo de recrutamento?, a respondente
informou que esse tipo de recrutamento é utilizado Nos casos em que existe pessoa
qualificada em outro setor e que o procedimento signifique melhoria ou ascensão funcional.
Pode-se inferir que quando o Shopping Sul utiliza o recrutamento interno ele privilegia os
91
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve por objetivo analisar o processo de recrutamento e seleção dos
colaboradores na empresa Shopping Center Sul, com a perspectiva de oferecer contribuições
de melhoria caso seja necessário.
A fim de atender aos objetivos propostos, buscou-se aprofundamento no referencial
teórico por meio de livros, artigos de periódicos na área de RH, além de pesquisas em artigos
científicos na internet. A pesquisa descritivo-exploratória foi aplicada por meio de duas
ferramentas: questionário com perguntas de múltiplas escolhas aos colaboradores; e
questionário aberto entregue à síndica da empresa, uma vez que a mesma não aceitou ser
entrevistada.
Sobre a avaliação da descrição e análise dos cargos da organização em estudo, os
resultados da pesquisa quantitativa mostraram que os colaboradores não estão permanecendo
por muito tempo nos cargos. Complementando esses resultados com a observação
participante, o que se observa é que na empresa investigada não está organizado um setor de
Recursos Humanos, como se encontra exposto nas teorias estudadas. Neste sentido, não há
descrição sumária dos cargos com título do cargo, a quem se reportar, quem supervisiona,
muito menos um mapeamento dos cargos. Não há listas informando atribuições e
responsabilidades a respeito dos cargos, nem identificação das necessidades de treinamento,
nem elaboração de programas da força de trabalho. Também não existem processos de
avaliação de cargos, critérios de salários, avaliação do desempenho e mapeamento de
competências. Pelos estudos teóricos realizados, é possível concluir que estes fatos podem
acarretar diminuição da produtividade, absenteísmo, insatisfação por parte dos funcionários,
rotatividade, que é passível de vivenciar no cotidiano da organização. Um outro fator
observado é que os cargos na empresa são definidos e as tarefas determinadas conforme a
percepção de cada síndico. A divisão dos cargos é baseada no organograma da instituição,
levando em consideração as tarefas desempenhadas, responsabilidades e posição na empresa.
Percebe-se que a descrição e análise dos cargos são tratadas com informalidade no Setor de
Pessoal, acarretando, então, em um processo de recrutamento e seleção de pessoal com
grandes divergências.
Outro aspecto verificado na observação participante é que as tarefas e
responsabilidades as quais englobam cada cargo dentro da empresa são explicadas no
primeiro dia de trabalho pelo supervisor ou líder que transmitem as informações verbalmente.
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saber a partir do seu início na empresa, as possibilidades que tem de crescer e progredir
profissionalmente.
97
6. RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES
REFERÊNCIAS
BOAS, Ana Alice Vilas; ANDRADE Rui Otávio Bernardes de. Gestão estratégica de Pessoas.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 4.ed. São Paulo:
Makron Books, 1996.
______. Recursos Humanos - O capital humano das organizações. 9ªed. São Paulo:
Elsevier, 2009.
GIL, Antonio C. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas,
2001.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. São Paulo:
Atlas, 2000.
MILIONI, Benedito. Dicionário dos Termos de Recursos Humanos. São Paulo: Central de
Negócios em RH Editora e Marketing, 2003.
MORAES, Roque. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-
32, 1999.
NELSON, B.; ECONOMY, P. Gestão Empresarial. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
PFEFFER, J. Vantagem Competitiva Através de Pessoas. São Paulo: Makro Books, 1994.
_______. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Ed. Pioneira Thomson, 2005.
Solicitação
_______________________________ _______________________________
Jaqueline Rodrigues Carvalho Robéria Cezar Souto Maior
_______________________________
Helen Silva Gonçalve
105
Prezado(a) colaborador/colaboradora,
QUESTIONÁRIO
I – PERFIL
1. Gênero
( ) Masculino ( ) Feminino
2. Idade
3. Grau de escolaridade
8. Marque a questão que melhor lhe convier, de acordo com a tabela abaixo:
AFIRMATIVAS 5 4 3 2 1
Para trabalhar na função, soube da existência de uma vaga e me
inscrevi
Apenas deixei meu currículo na empresa e depois fui chamado para
trabalhar
Não participei de seleção, fui convidado por um amigo que trabalha na
empresa
Na empresa, há oportunidade de promoção e/ou transferência de
função
A empresa oferece treinamento e aperfeiçoamento na função
Haviam vários candidatos a essa vaga
O processo de seleção constou de provas e entrevistas
Para ser selecionado, apenas tive uma conversa com a pessoa
responsável
Apenas precisei informar referências para ser contratado
Fiz avaliação médica antes de ser contratado
Passei por testes antes da contratação
Para o exercício da minha função é necessário ter experiência de mais
de um ano
Considero que o processo para escolha de candidatos foi muito
organizado
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1. Quantos e quais são os cargos que compõem o organograma da empresa? Como esses
cargos são definidos?
2. Como os cargos na empresa são descritos? (o que faz, quando faz, como faz, quem faz
e por que faz)
4. Quando a empresa decide fazer um recrutamento, ela opta mais pelo recrutamento
interno ou externo?
8. Existe algum modelo de entrevista que pode ser considerado padrão na organização?
10. De acordo com a teoria, a seleção de pessoas deve seguir critérios normalmente
definidos a partir das especificações de cargos da organização. Como isso é realizado
na empresa?
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