Principais Temas para Provas: Clínica Médica
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Principais Temas para Provas: Clínica Médica
para provas
Endocrinologia vol. 1
SIC CLÍNICA
MÉDICA
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O conteúdo deste livro é específico para provas, visando, principalmente, informar o leitor sobre as
tendências das avaliações e prepará-lo para elas. Além disso, não é recomendado para a prática médica
ou para a formação acadêmica. Acrescente-se que há a probabilidade de discordâncias entre conceitos das
diferentes instituições, e que as informações contidas neste material estão de acordo com o regime vigente
no momento da publicação, a serem complementadas conforme surgirem novos conhecimentos.
Abril, 2018
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(11) 3511 6161
Autoria e colaboração
Camila Giro
Graduada em Medicina pela Universidade Federal Flumi-
nense (UFF). Especialista em Clínica Médica pelo Hospital
do Servidor Público Estadual (HSPE).
1. Introdução .................................................................. 38
Capítulo 6 - Síndrome metabólica ............... 137
2. Justificativas para o tratamento intensivo .... 38
1. Introdução ................................................................ 138
3. Metas ........................................................................... 39
2. Definições ................................................................. 138
4. Tratamento do diabetes mellitus tipo 2 .............41
3. Fisiopatologia .......................................................... 142
5. Drogas antidiabéticas............................................. 45
4. Síndrome metabólica, risco cardiovascular e
6. Diretrizes para o tratamento farmacológico
diabetes mellitus.....................................................143
do diabetes mellitus tipo 2 ................................... 62
5. Síndrome metabólica e síndrome dos ovários
7. Insulina......................................................................... 66
micropolicísticos ....................................................145
8. Situações especiais ..................................................73
6. Síndrome metabólica e doença hepática
9. Controle das comorbidades...................................74 gordurosa não alcoólica .......................................147
1. Introdução..................................................................152
2. Diagnóstico................................................................152
3. Epidemiologia.......................................................... 154
4. Regulação do peso corpóreo...............................156
5. Por que há tantos obesos?....................................159
6. Complicações ........................................................... 161
7. Tratamento não farmacológico............................165
8. Farmacoterapia....................................................... 166
9. Cirurgia bariátrica.................................................... 171
Resumo ...........................................................................174
Leandro Arthur Diehl
Rodrigo Antônio Brandão Neto
Juliana Nesi Cardoso Migliano Porto
4
Neste capítulo, serão apresentadas as principais com-
plicações agudas associadas à síndrome diabética,
que correspondem a um grande número de questões
em provas de concursos médicos. Complicação impor-
tante que veremos é a hipoglicemia, em que a principal
causa é o próprio tratamento do Diabetes Mellitus (DM).
O risco de hipoglicemia é 3 vezes maior em diabéti-
cos em tratamento intensivo do que em diabéticos em
tratamento convencional. O diagnóstico é obtido pela
Complicações
presença da tríade de Whipple: glicemia <70mg/dL, sin-
tomas compatíveis com hipoglicemia (autonômicos e/
ou neuroglicopênicos) e melhora dos sintomas após a
agudas do
administração de carboidratos. Hipoglicemia é o princi-
pal diagnóstico a ser cogitado para aqueles que chegam
ao pronto-socorro com alteração neurológica. Deve-se
diabetes mellitus
realizar, imediatamente, uma glicemia capilar ou usar
glicose hipertônica (associar tiamina em etilistas e des-
nutridos). O tratamento de hipoglicemia leve é feito com
a oferta de 15g de carboidratos de absorção rápida por
via oral. Na forma grave (com alteração da consciência),
deve ser feito com glicose hipertônica (20 a 30g IV, em
bolus), ou glucagon 1mg SC ou IM. A cetoacidose diabé-
tica (CAD) é uma complicação aguda grave do DM, que
requer internação, monitorização e tratamento com
insulinoterapia, reposição de potássio e hidratação. No
paciente com CAD, deve-se pesquisar algum fator pre-
cipitante, como infecção respiratória ou urinária, ou
falta de insulina. Constituem critérios diagnósticos para
cetoacidose: glicemia ≥250mg/dL, pH ≤7,3 ou bicarbonato
≤15mEq/L, cetonúria ou cetonemia. O Estado Hiperosmo-
lar Hiperglicêmico (EHH) é uma complicação exclusiva
do DM tipo 2 e tem os mesmos fatores precipitantes
da CAD. Seus critérios diagnósticos incluem glicemia
>600mg/dL, hiperosmolaridade (efetiva >320mOsm/L),
ausência de acidose (pH >7,3 e bicarbonato ≥15mEq/L) e
cetose ausente ou discreta. A hidratação inicial, na CAD
e no EHH, deve ser feita com soro fisiológico a 0,9% até
melhora hemodinâmica; depois, podem-se usar soluções
salinas iso ou hipotônicas. Nos pacientes com EHH ou
CAD moderada ou grave, a insulinoterapia deve ser admi-
nistrada por via intravenosa, e o paciente, internado em
UTI. A reposição de potássio é fundamental na CAD e no
EHH, pois ambos cursam com redução do potássio cor-
póreo total devido às perdas urinárias. A insulinoterapia
só deverá ser iniciada se a potassemia estiver >3,3mEq/L.
O edema cerebral é a complicação mais temida do trata-
mento da CAD.
complicações agudas do diabetes mellitus 103
F - Diagnóstico diferencial
Tabela 12 - Diagnóstico diferencial da cetoacidose diabética e do estado hiperglicêmico hiperosmolar com outras causas de acidose
metabólica e coma
dieta cetogênica
Acidose urêmica
Cetose alcoólica
Intoxicação por
por metanol ou
Inanição, jejum
Acidose láctica
prolongado ou
hipoglicêmico
Rabdomiólise
etilenoglicol
Intoxicação
salicilatos
Coma
CAD
EHH
pH ↓ N N N ↓ ↘ ↓ ou ↑ ↓ ↓ ↓ a ↓↓
Glicemia ↑ ↑↑ ↓↓ N N N N ou ↓ N ou ↓ N N
Cetone-
↑↑ N ou ↗ N ou ↗ N ou ↗ N N ↗ a ↗↗ N N N
mia
Ânion-gap ↑ N N N ou ↗ ↑ ↗ ↑ ↑ ↑ ↑↑
Osmolali-
↑ >320 N N N ↓ ou ↑ N N ↑↑ N ou ↗
dade
Ácido
↑ N N ↗ N N N N N --
úrico
Níveis
Níveis Níveis séri- Mioglo-
Ureia
Lactato séricos séricos cos de binúria,
Miscelâ- >200
-- -- -- -- >7 de de salici- metanol hemo-
nea mg/
mmol/L etanol lato ou etile- globinú-
dL
(+) (+) noglicol ria
(+)
N: normal ou negativo; ↑: aumento; ↓: diminuição; ↑↑: aumento significativo; ↓↓: diminuição significativa; →: discreta
diminuição; ↗: discreto aumento; ↗↗: aumento moderado.
6
Neste capítulo, será apresentada a Síndrome Metabólica
(SM), um problema de saúde pública cada vez mais impor-
tante no Brasil: sua fisiopatologia, seu envolvimento com
outras síndromes (diabética, ovários policísticos) e os
princípios de seu manejo. A SM associa-se à obesidade
visceral e à resistência a insulina, sendo extremamente
comum na população adulta, sobretudo nos homens. Os
critérios adotados pela I Diretriz Brasileira de Diagnós-
tico e Tratamento da Síndrome Metabólica (2005) são
os do National Cholesterol Education Program – Adult
Síndrome
Treatment Panel III e definem “síndrome metabólica” na
presença de quaisquer 3 (ou mais) dos seguintes critérios:
circunferência abdominal >88cm em mulheres ou >102cm
metabólica
em homens; glicemia ≥100mg/dL ou diabetes prévio; tri-
glicérides ≥150mg/dL ou uso de tratamento específico;
colesterol HDL <50mg/dL em mulheres ou <40mg/dL em
homens; pressão arterial ≥130x85mmHg ou uso de trata-
mento específico. Os critérios da International Diabetes
Federation (IDF – 2006) definem “síndrome metabólica”
na presença de circunferência abdominal aumentada (os
valores variam de acordo com a etnia) mais quaisquer 2
dos seguintes critérios: glicemia ≥100mg/dL ou diabetes
prévio; triglicérides ≥150mg/dL ou uso de tratamento
específico; colesterol HDL <50mg/dL em mulheres ou
<40mg/dL em homens ou uso de tratamento específico;
pressão arterial ≥130x85mmHg ou uso de tratamento
específico. Pessoas com SM têm risco aumentado de
doença cardiovascular (DCV) ou morte e de Diabetes
Mellitus (DM) tipo 2. São comuns doenças associadas,
como síndrome dos ovários policísticos, doença hepática
gordurosa não alcoólica, apneia do sono e algumas neo-
plasias. O tratamento da SM inclui perda de peso, hábitos
de vida saudáveis, cessação do fumo e do abuso de
álcool e manejo rigoroso das comorbidades, com vistas
à prevenção de DM tipo 2 e de eventos cardiovasculares.
Existem várias controvérsias sobre a definição, a impor-
tância clínica e a etiologia da SM. Alguns autores sugerem
que o termo seja abandonado, em favor da denominação
“risco cardiometabólico”, mais abrangente e sem a neces-
sidade de critérios diagnósticos rígidos.
síndrome metabólica 141
Necessários para o
Quaisquer 3 dos critérios anteriores
diagnóstico de SM
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