Granulometria Do Milho de Textura Dentada Ou Dura
Granulometria Do Milho de Textura Dentada Ou Dura
Granulometria Do Milho de Textura Dentada Ou Dura
BOTUCATU – SP
Abril – 2009
ii
BOTUCATU – SP
Abril - 2009
i
ii
(Dito popular)
“Os verdadeiros vencedores na vida são pessoas que olham para cada situação com a
esperança de poder resolvê-la ou melhorá-la".
(Bárbara Pletcher)
iii
Ofereço
Dedico
À minha irmã, JULIANA pelo amor, carinho e auxílio durante todo o tempo.
Ao MATHEUS pelo companheirismo e carinho de sempre.
iv
Homenagem Especial
Agradecimentos
À Fabyola Barros de Carvalho pela amizade, carinho e imensa colaboração, não só no mestrado,
mas em outros momentos importantes da minha vida.
Às colegas Luciene Aparecida Madeira, Priscila Cavalca Araújo, Ana Cristina Stradiotti, Erica
Sernagiotto, Kelen Cristiane Zaravize, Vanessa Cristina Pelícia e Mariela Akie Okino Mituo
pela amizade, apoio e ajuda na condução do experimento.
Ao “Seu” Arlindo Braga pelo auxílio na parte experimental e dedicação ao Laboratório de Nutrição
de Aves.
Ao Prof. Dr. Ciniro Costa por dispor de tempo para trocar idéias e ceder o milho para condução do
experimento.
À Equipe SAI/SEBRAE 2007/08, a SHEFA e a CATI por terem me ajudado a conciliar o trabalho
com o mestrado.
Aos estagiários do Laboratório de Nutrição de Aves, principalmente Gecelina Souza dos Santos,
João Guilherme Ferreira e Luciano Aparecido Pereira pela ajuda durante e após a realização do
experimento.
Ao amigo Vitor Barbosa Fascina que chegou mais tarde, mas que fez parte da equipe, contribuindo
muito com a tabulação dos dados.
A Professora Maria Márcia Pereira Sartori pela grande contribuição na análise dos dados
estatísticos.
vi
À empresa Vaccinar Nutrição e Saúde Animal pela contribuição com ingredientes das rações
utilizados durante o experimento.
À Seila Cristina Cassineli e Danilo Juarez Teodoro Dias funcionários da Seção de Pós-Graduação
FMVZ/UNESP/Botucatu, pela atenção e auxílio prestados.
Aos amigos e colegas, pela amizade, apoio, companheirismo e convivência em todos os momentos.
Muito Obrigado!
vii
SUMÁRIO
Página
CAPÍTULO 1............................................................................................................. 1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................... 2
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 2
REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................... 3
IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DO MILHO................................................. 3
IMPORTÂNCIA DO MILHO PARA A INDÚSTRIA................................................... 3
FATORES GENÉTICOS QUE AFETAM A QUALIDADE DO MILHO..................... 4
TIPOS DE HÍBRIDOS DE MILHO E COMPOSIÇÃO QUÍMICA............................. 4
GRANULOMETRIA..................................................................................................... 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 11
CAPÍTULO 2............................................................................................................. 17
GRANULOMETRIA DO MILHO DE TEXTURA DENTADA OU DURA EM
RAÇÕES PARA FRANGOS DE CORTE
RESUMO..................................................................................................................... 18
ABSTRACT................................................................................................................. 19
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 20
MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 21
EXPERIMENTO 1...................................................................................................... 21
EXPERIMENTO 2...................................................................................................... 25
RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................. 27
EXPERIMENTO 1...................................................................................................... 27
EXPERIMENTO 2...................................................................................................... 31
CONCLUSÕES........................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 37
CAPÍTULO 3............................................................................................................. 42
IMPLICAÇÕES........................................................................................................... 43
viii
ÍNDICE DE TABELAS
Página
(Capítulo 1)
Tabela 1 – Milho, segundo a sua qualidade, é classificado em três tipos, de acordo
3
com a Portaria nº 845 de 08 de novembro de 1976 do Ministério da Agricultura......
(Capítulo 2)
Tabela 1 – Composição centesimal e valores nutricionais calculados das rações
experimentais para as fases de criação de frangos de corte pré-inicial (1-7 dias de
idade), inicial (8-21 dias), crescimento (22-35 dias) e final (36-42
24
dias).............................................................................................................................
Tabela 2 – Peso inicial (PI), peso final (PF), ganho de peso (GP), consumo de
ração (CR), conversão alimentar (CA), mortalidade (MO) e fator de produção (FP)
de frangos de corte nos períodos acumulados de 1-7, 1-21 e 1-42 dias de idade,
27
submetidos a dietas com diferentes granulometrias e texturas.....................................
Tabela 3 – Desdobramento da interação entre granulometria e textura para o
28
consumo de ração e conversão alimentar aos 7 dias de idade......................................
Tabela 4 – Rendimento (%) de carcaça, cabeça+pescoço, pés, gordura abdominal e
moela de frangos de corte aos 43 dias de idade segundo a granulometria e textura
30
do milho da dieta..........................................................................................................
Tabela 5 – Desdobramento da interação entre granulometria e textura para
30
porcentagem de moela aos 43 dias de idade.................................................................
Tabela 6 – Rendimento (%) de peito, coxa+sobrecoxa (CO+SO), asas e dorso de
frangos de corte aos 43 dias de idade segundo a granulometria e textura do milho da
31
dieta...............................................................................................................................
Tabela 7 – Peso relativo (%) do proventrículo+moela (Pro+moela), pâncreas
(Pânc), fígado (Fíg), intestino delgado (Id), intestino grosso (Ig) e comprimento
(Comp) (cm) de frangos de corte aos 22 dias de idade alimentados com rações
32
contendo texturas de milho dentada e dura com granulometrias fina, média e grossa.
Tabela 8 – Peso relativo (%) do proventrículo+moela (Pro+moela), pâncreas
(Pânc), fígado (Fig), intestino delgado (Id), intestino grosso (Ig) e comprimento
(Comp) (cm) de frangos de corte aos 41 dias de idade alimentados com rações
33
contendo texturas de milho dentada e dura com granulometrias fina, média e grossa.
Tabela 9 – Coeficiente de digestibilidade de matéria-seca, balanço de nitrogênio,
nitrogênio ingerido e nitrogênio excretado de frangos de corte com 22 dias de idade
alimentados com rações contendo texturas de milho dentada e dura com
34
granulometrias fina, média e grossa.............................................................................
Tabela 10 – Coeficiente de digestibilidade de matéria-seca, balanço de nitrogênio,
nitrogênio ingerido e nitrogênio excretado de frangos de corte com 41 dias de idade
alimentados com rações contendo texturas de milho dentada e dura com
34
granulometrias fina, média e grossa.............................................................................
Tabela 11 – Desdobramento da interação entre granulometria e textura para
35
nitrogênio excretado aos 41 dias de idade....................................................................
ix
(Capítulo 1)
(Capítulo 2)
CAPÍTULO 1
2
Considerações Iniciais
1. INTRODUÇÃO
redução do custo de produção, pode vir através da otimização do grau de moagem dos
ingredientes, como por exemplo, do milho, que é o principal ingrediente energético.
A granulometria parece ter grande importância na regulação do consumo, existindo
por parte das aves, preferência por dietas compostas por partículas maiores, em detrimento às
finamente moídas (JENSEN et al., 1962; PORTELLA et al., 1988; NIR et al., 1990; YO et al.,
1997). Desta forma, o consumo diferenciado das dietas com diferentes características pode ter
reflexo direto na estrutura morfológica do aparelho digestivo das aves e nas respostas de
desempenho (NIR, 1998).
2. REVISÃO DE LITERATURA
volume, sendo a proporção farinácea muito reduzida. O milho pipoca apresenta as camadas
externas do endosperma extremamente duras. No centro do grão, encontram-se espaços cheios
de ar entre os grãos de amido. O milho do tipo doce apresenta endosperma com conversão
reduzida de açúcar em amido, conferindo ao milho propriedade desejável ao enlatamento e
consumo verde “in natura”. No milho ceroso, o amido está presente inteiramente na forma de
amilopectina. O caráter ceroso é monogênico controlado pelo genes wx. Ele é assim chamado
por colorir-se com iodo, não de azul-preto como o amido, mas sim de vermelho, apresentando
os grãos uma opacidade semelhante à cera (FORNASIERI FILHO, 1992).
VIERA NETO, (2006) encontrou diferenças significativas entre os valores de
vitreosidade, indicando que o milho de textura dura apresentou maior vitreosidade em relação
ao dentado. Estes resultados foram semelhantes aos citados por CANTARELLI (2003) e
CORRÊA (2001).
Com relação à textura do grão, verifica-se predominância de grãos semi-duros (48,10
%) e duros (32,91%) no mercado. Materiais dentados são minoria (5,4%) e não são bem
aceitos pela indústria. O grão dentado é uma característica desejada e freqüente em materiais
para produção de milho verde e silagem (CRUZ e PEREIRA, 2005).
2.5 Granulometria
O assunto granulometria na nutrição de aves vem merecendo atenção por parte de
produtores e nutricionistas. O tamanho, a forma e a estrutura das partículas de uma dieta irão
influenciar a digestibilidade dos nutrientes, a capacidade de dispersão dos nutrientes na massa
da dieta, a densidade da mesma, a qualidade dos peletes, a fluidez dos ingredientes no sistema
de mistura, o transporte, o fornecimento da dieta nos comedouros e a energia consumida na
moagem. A literatura mostra que moagens mais grosseiras de milho podem aumentar o
rendimento do moinho em até 143%, com redução no consumo de energia elétrica de 61%,
sem afetar a digestibilidade dos ingredientes da dieta e o desempenho dos frangos de corte
(ZANOTTO et al., 1994; BELLAVER et al., 1998).
A granulometria é o estudo da distribuição do tamanho das partículas de um alimento
apresentado na forma farinácea (MELCION, 2000). A partícula alimentar é importante no
segmento nutrição e alimentação animal. Seu tamanho, formato e estrutura influenciam a
digestibilidade dos nutrientes, a homogeneidade, a densidade e a fluidez das rações nos
sistemas automatizados de mistura e de abastecimento dos comedouros (COSTA, 1998).
Os grãos de cereais são moídos para assegurar que os nutrientes estejam disponíveis
para os animais, tendo em vista o aumento da superfície de contato. A moagem também é
8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DALE, N. Efeito da qualidade no valor nutritivo do milho. In: Conferência Apinco de Ciência
e Tecnologia Avícolas, 1994, Campinas. Anais... Campinas: FACTA, 1994. p.67-72.
DEATON, J. W.; LOTT, B. D.; BRANTON, S. L. Corn grind size and broilers reared under
two temperature conditions. Journal of Applied Poultry Research, v. 4, p. 402-406, 1995.
GOTTSCHALDT, K. M.; LAUSMANN, S. Feed intake by poultry: a review. Cell & Tissue
Research, v. 153, p. 477-496, 1974.
HAMILTON, R. M. G.; PROUDFOOT, F. G. Ingredient particle size and feed texture: effects
on the performance of broiler chickens. Animal Feed Science Technology, v. 51, p. 203-210,
1995.
JENSEN, L. S., MERRIL, L. H., REDDY, C. V. Observations on eating patterns and rate of
food passage of birds fed pelleted and umpeleted diets. Poultry Science, v. 41, p. 1414-1419,
1962.
13
JOBIM, C. C.; REIS, R. A. Produção e utilização de silagem de grãos úmidos de milho. In: A
PRODUÇÃO ANIMAL NA VISÃO DOS BRASILEIROS, 2001, Piracicaba, SP. Anais...
Piracicaba: SBZ, 2001. p. 912-927.
LOTT, B. D.; DAY, E. J.; DEATON, J. W.; MAY, D. The effect of temperature, dietary
energy level and corn particle size on broiler performance. Poultry Science, v. 71, p.618-624,
1992.
MORAN JR., E. T. Comparative nutrition of the fowl and swine. The Gastrointestinal
Systems. Guelph: University of Guelph, 1982.
14
NIR, I.; MELCION, J. P.; PICARD, M. Effect of particle size of sorghum grains on feed
intake and performance of young broilers. Poultry Science, v. 69, p. 2177-2184, 1990.
NIR, I.; SHEFET, Y.; AARONI, G. Effect of particle size on performance. I. corn. Poultry
Science, v. 73, p. 45-49, 1994.
NIR, I.; SHEFET, G.; AARONI, Y. Effect of particle size on performance. Poultry Science,
v. 74, p. 771-783, 1995.
NORTH, M. O.; BELL, D. D. Commercial Chicken Production Manual. 4.ed. New York:
International Thomson Publishing, 1990. 913p.
PORTELLA, F. J.; CASTON, L. J.; LEESON, S. Apparent feed particle size preference by
broilers. Canadian Journal of Animal Science, v. 68, n. 3, p.923-930, 1988.
REECE, F. N.; LOTT, B. D.; DEATON, J. W. Effects of enviromental temperature and corn
particle size on response of broilers to pelleted feed. Poultry Science, v. 65, p. 636-641,
1986.
SANGOI, L. Aptidão dos campos de Lages (SC) para produção de milho em diferentes
épocas de semeadura. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 28, n. 1, p. 51-63, 1993.
SILVA, M. M. A.; FURLAN, A. C.; MOREIRA, I.; PAIANO, D.; JOBIM, C. C.;
BARCELLOS, L. C. G. Avaliação nutricional do milho com maior teor de óleo, nas formas
de grãos secos e silagens, para suínos nas fases de crescimento e terminação. Revista
Brasileira de Zootecnia, v. 35, n. 3, p. 830-839, 2006.
STRINGHINI J. H.; MOGYCA N. S.; ANDRADE M. A.; ORSINE G. F.; CAFÉ M. B.;
BORGES, S. A. Efeito da Qualidade do Milho no Desempenho de Frangos de Corte. Revista
Brasileira de Zootecnia. Vol.29 no 1 Viçosa Jan./Feb. 2000.
VIEIRA NETO, J.; Milho duro e dentado na forma de grãos secos e silagem de grãos
úmidos para leitões dos 7 aos 15 kg. 2006 44 p. Dissertação (Mestrado em Nutrição de
Monogástrico) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
WATSON, S. A. Structure and composition. In: WATSON, S.A.; RAMSTAD, P.E. (Ed.).
Corn: chemistry and technology. St Paul: American Association Cereal Chemistry, 1987. p.
53-82.
YO, T.; SIEGEL, P. B.; GUERIN, H. Self-selection of dietary protein and energy by broilers
grown under a tropical climate: effects of feed particle size on the feed choice. Poultry
Science, v. 76, p. 1446-1473, 1997.
16
Capítulo 2
18
utilizados 720 pintos de corte, machos, da linhagem Cobb. As aves foram distribuídas em
dentada) e três granulometrias do milho da dieta avaliadas pelo DGM (fina – 0,46 mm; média
– 0,73 mm e grossa – 0,87 mm), com 4 repetições de 30 aves cada. No experimento 2 foram
utilizados 120 pintos de corte, com as mesmas características dos utilizados no experimento 1,
sendo o primeiro ensaio metabólico realizado no período do 19º ao 22º dias de idade e o
segundo no período do 38º ao 41º dias de idade, com coleta total de excretas. A análise
pelo método de análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey no nível de
parâmetros de desempenho aos 7 dias de idade. Aos 21 dias de idade apenas a granulometria
influenciou o peso final, ganho de peso médio, consumo de ração e a conversão alimentar.
Não houve efeito de textura e granulometria do milho para as variáveis de desempenho aos 43
dias de idade, exceto para o fator de produção. No experimento 2, não houve diferenças no
moela. Conclui-se que apesar do melhor desempenho dos frangos de corte até 21 dias de
idade ter sido observado com o uso de rações com milho de granulometria fina, aos 42 dias
Abstract – This study aimed to evaluate growth performance, carcass yield, nutrient
digestibility and organ morphology of broilers fed diets compounded by two corn texture
(dent and flint) and particle size (fine, medium and coarse). Two experiments were
undertaken in the Broiler Nutrition Laboratory experimental barn of the FMVZ/UNESP –
Botucatu/SP. In experiment 1, 720 all-male broiler chicks of Cobb line were randomly
assigned to 24 boxes in a 2 X 3 factorial scheme, two corn textures (flint and dent) and three
corn particle size evaluated by geometric mean diameter (fine – 0.46 mm; medium – 0.73 and
coarse – 0.87), with four replicates of 30 chicken each. In experiment 2, 120 broiler chicks
with the same characteristics from experiment 1 were used, although the first metabolic assay
was performed among the 19th to 22th day old with total excretion collection. The metabolic
assay was performed among 38th to 41th days old. All data was submitted to ANOVA and
means compared by Tukey’s test at 5% probability. In experiment 1, corn textures influenced
the final weight and weight gain, mean weight gain, feed intake and feed conversion ratio.
There was no effect of corn texture and particle size on growth performance parameters at 43-
day old, regardless the production factor. In experiment 2, there was no effect of corn texture
and particle size on carcass and parts yield, regardless for gizzard percentage. It was
concluded that the use of diets with fine particle size improves broilers growth performance
until 21 years day-old. Dent and flint textures did not influence broilers growth performance.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
cada boxe foi equipado com uma lâmpada infravermelha de 250 W, que foi retirada no
décimo dia de idade. Temperatura e ventilação foram controladas manualmente, manejando-
se as cortinas laterais do galpão, sendo as temperaturas máximas e mínimas anotadas
diariamente. O programa de luz foi natural, sem uso de iluminação durante a noite, a partir do
décimo dia de idade, quando foram retiradas as campânulas. Optou-se por esse sistema de
iluminação para evitar um crescimento muito acentuado, o qual poderia ocasionar um maior
índice de mortalidade por morte súbita devido às altas temperaturas durante a criação das
aves.
As aves foram distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado no esquema
fatorial 2x3, duas texturas do milho da dieta (dentada e dura) e três granulometrias do milho
da dieta avaliadas pelo Diâmetro Geométrico Médio – DGM (fina – 0,46 mm; média – 0,73
mm e grossa – 0,87 mm), com quatro repetições de 30 aves cada, totalizando 120 aves por
tratamento. Os híbridos utilizados foram o AG 4051 para a textura dentada e DAW 2B 710
para a textura dura.
Na moagem foram utilizadas cinco peneiras de crivos de 4, 6, 8, 10 e 12 mm, para a
obtenção das granulometrias fina, média e grossa, determinadas a partir do método de
determinação de granulometria de ingredientes (ZANOTTO e BELLAVER, 1996).
Para moagem, utilizou-se um triturador WEG Motores, com oito facas de oito
centímetros cada, com diâmetro total da hélice de 26 cm (circunferência), com motor elétrico
WEG de 25 cv, 3510 rpm, 220/380 V, trifásico.
Figura 1 – Peneiras utilizadas na moagem dos milhos de texturas dura e dentada. Da esquerda
para direita: primeira peneira de crivo de 2 mm – milho de textura dura DGM fino; a segunda
peneira de crivo 4 mm – milho de textura dentada DGM fino; a terceira peneira de crivo de 6
mm – milhos de texturas dura e dentada DGM médio; a quarta peneira de crivo de 8 mm –
milho de textura dura DGM grosso e a quinta peneira de crivo de 10 mm – milho de textura
dentada DGM grosso.
23
Figura 2 – Amostras dos milhos de texturas dura e dentada utilizadas para cálculo das
granulometrias segundo ZANOTTO e BELLAVER, 1996.
feito através de sangria, após as aves serem aturdidas por choque elétrico. Após a evisceração
e retirada da gordura aderida na cavidade abdominal e na moela, as carcaças foram pesadas e
cortadas. As carcaças sem pés, cabeça, pescoço e vísceras comestíveis foram pesadas e o
rendimento de carcaça foi calculado em relação ao peso vivo antes do abate. Posteriormente,
as carcaças foram cortadas por procedimentos do tipo industrial e foram obtidos os seguintes
rendimentos de partes em relação ao peso da carcaça: peito, pernas (comumente denominadas
coxa e sobrecoxa), dorso e asas (MENDES, 1990). O rendimento de pés, cabeça + pescoço e
gordura abdominal (retirada da cavidade abdominal e da moela) foram obtidos em relação ao
peso vivo antes do abate. A moela, após remoção do proventrículo e ainda com conteúdo foi
pesada para cálculo do peso em relação ao peso vivo (peso relativo da moela).
FASES
INGREDIENTES (%) Pré- inicial Inicial Crescimento Final
Milho 55,73 59,05 61,86 66,30
Farelo de soja 37,44 34,48 30,89 26,97
Óleo de soja 2,22 2,38 3,35 3,21
Sal comum 0,26 0,24 0,23 0,21
Calcário calcítico 0,92 0,88 0,83 0,80
Fosfato bicálcico 1,95 1,80 1,67 1,52
DL-metionina 0,24 0,17 0,17 0,16
L-lisina 0,37 0,21 0,23 0,27
Suplemento vitamínico e 0,501 0,402 0,402 0,203
mineral
Bicarbonato de sódio 0,36 0,38 0,36 0,35
Total 100 100 100 100
Valores calculados
Energia Metabolizável 2950 3000 3100 3150
(kcal/kg)
Proteína Bruta (%) 22,04 20,79 19,41 18,03
Cálcio (%) 0,94 0,88 0,82 0,76
Fósforo disponível (%) 0,47 0,44 0,41 0,38
Metionina (%) 0,58 0,49 0,48 0,45
Aminoácidos sulfurados 0,92 0,82 0,79 0,74
(%)
Lisina (%) 1,47 1,27 1,19 1,12
Potássio (%) 0,84 0,80 0,74 0,68
Sódio (%) 0,22 0,22 0,21 0,20
Cloro (%) 0,20 0,19 0,18 0,17
Ácido linoléico (%) 2,47 2,60 3,15 3,13
1
Suplemento vitamínico e mineral Vaccinar Nutrição e Saúde Animal (por kg de ração): ácido fólico 1,25 mg,
ácido pantotênico 12,5 mg, B.H.T. 2,5 mg, biotina 0,125 mg, cobre 12,5 mg, colina 750,0 mg, ferro 62,62 mg,
25
iodo 0,025 mg, manganês 67,5 mg, niacina 37,5 mg, selênio 0,225 mg, vitamina A 12.500 UI, vitamina B1 2,5
mg, vitamina B12 25 mg, vitamina B2 5,0 mg, vitamina B6 5,0 mg, vitamina D3 2.500 UI, vitamina E 25,0 mg,
vitamina K3 2,5 mg, zinco 68,75 mg, avilamicina 7,5 mg, monensina 125,0 mg.
2
Suplemento vitamínico e mineral Vaccinar Nutrição e Saúde Animal (por kg de ração): ácido fólico 1,0 mg,
ácido pantotênico 10,0 mg, B.H.T. 2,0 mg, biotina 0,1 mg, cobre 10,0 mg, colina 600,0 mg, ferro 50,1 mg, iodo
0,02 mg, manganês 54,0 mg, niacina 30,0 mg, selênio 0,18 mg, vitamina A 10.000 UI, vitamina B1 2,0 mg,
vitamina B12 20,0 mg, vitamina B2 4,0 mg, vitamina B6 4,0 mg, vitamina D3 2.000 UI, vitamina E 20,0 mg,
vitamina K3 2,0 mg, zinco 55,0 mg, avilamicina 6,0 mg, monensina 100,0 mg.
3
Suplemento vitamínico e mineral Vaccinar Nutrição e Saúde Animal (por kg de ração): ácido fólico 0,5 mg,
ácido pantotênico 5,0 mg, B.H.T. 1,0 mg, biotina 0,05 mg, cobre 5,0 mg, colina 300,0 mg, ferro 25,05 mg, iodo
0,01 mg, manganês 27,0 mg, niacina 15,0 mg, selênio 0,09 mg, vitamina A 5.000 UI, vitamina B1 1,0 mg,
vitamina B12 10,0 mg, vitamina B2 2,0 mg, vitamina B6 2,0 mg, vitamina D3 1.000 UI, vitamina E 10,0 mg,
vitamina K3 1,0 mg, zinco 27,5 mg, avilamicina 3,0 mg, monensina 50,0 mg.
programa de luz foi natural, sem uso de iluminação durante a noite, a partir do décimo dia de
idade.
As aves foram distribuídas em delineamento inteiramente casualizado em esquema
fatorial 2x3 (duas texturas do milho da dieta: dentada e dura e três granulometrias (DGM) do
milho da dieta: fina (0,46 mm), média (0,73 mm) e grossa (0,87 mm), com quatro repetições
de cinco (fase inicial) e duas aves (fase final) cada.
As rações experimentais foram as mesmas utilizadas no experimento 1.
Para o ensaio metabólico, foram realizadas colheitas das excretas produzidas pelas
cinco aves na fase inicial (19 a 22 dias de idade) e duas aves para a fase final (38 a 41 dias de
idade). A colheita de excretas obedeceu ao método da colheita total, sendo efetuado duas
vezes ao dia (manhã e tarde) durante os quatro dias de ensaio. Entende-se por coleta total de
excretas, ou “pool” de excretas, o aglomerado de todas as coletas, realizadas com bandejas
(ALBINO, 1991). A ração foi pesada antes de ser fornecida e ao final dos quatro dias para o
cálculo de consumo de ração.
As análises bromatológicas das rações e das excretas foram realizadas no Laboratório
de Bromatologia da UNESP/Botucatu. Com finalidade de preparar as amostras de excretas
para análises, foram coletadas alíquotas, as quais foram identificadas e submetidas à pré-
secagem em estufa retilínea de ventilação forçada a 65 ± 5ºC, e posteriormente moídas em
moinhos tipo Wiley, para a determinação do coeficiente de digestibilidade da matéria seca
(CDMS) e nitrogênio, de acordo com a metodologia proposta por SILVA e QUEIROZ
(2002). Os níveis de nitrogênio total (N) nas rações experimentais e nas excretas foram
determinados utilizando-se o método de micro-Kjeldahl. As fórmulas utilizadas para o cálculo
do balanço de nitrogênio (BN) foram:
BN (g) = N Ingerido – N excretado
BN (%) = (N ingerido – N excretado) / N ingerido x 100
Para determinação da morfologia dos órgãos, aos 22 e 41 dias de idade, uma ave de
cada repetição (total de 48 aves, 24 por período), foi pesada e sacrificada por deslocamento
cervical no Laboratório de Nutrição de Aves da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia. Foram determinados os índices biométricos relativos ao peso da ave: peso do
proventrículo + moela vazia, peso do intestino delgado, do intestino grosso, peso do pâncreas,
peso do fígado com vesícula biliar e comprimento do intestino grosso + delgado. Antes de
serem sacrificadas, as aves foram submetidas a um período de jejum de seis horas para
esvaziamento do trato gastrintestinal. Os valores obtidos foram tabulados e posteriormente
relacionados ao peso vivo das aves, apresentados em porcentagem.
27
EXPERIMENTO 1
Tabela 2 – Peso inicial (PI), peso final (PF), ganho de peso (GP), consumo de ração (CR),
conversão alimentar (CA), mortalidade (MT) e fator de produção (FP) de frangos
de corte nos períodos acumulados de 1-7, 1-21 e 1-42 dias de idade, submetidos a
dietas com três granulometrias e duas texturas.
Idade Granulometria (G) Textura (T) Int. CV
(dias) Variáveis Fina Média Grossa G T GxT (%)
Dentada Dura
(0,46mm) (0,73mm) (0,87mm)
PI, g 46 46 46 ns 46 46 ns ns 0,66
PF, g 166 166 165 ns 168 a 164 b 0,001 ns 1,25
GP, g 120 120 120 ns 122 a 118 b 0,001 ns 1,72
1-7
CR, g 137 140 141 0,03 141 138 0,02 0,02 1,94
CA 1,14 1,17 1,18 0,004 1,16 1,17 ns 0,004 1,55
1
MT, % 0,42 0,00 0,42 ns 0,56 0,00 ns ns 39,80
PF, g 929 a 914 ab 913 b 0,02 924 914 ns ns 1,32
GP, g 884 a 868 ab 867 b 0,03 878 868 ns ns 1,40
1-21 CR, g 1230 b 1279 a 1275 ab 0,03 1276 1247 ns ns 2,85
CA 1,39 a 1,48 b 1,47 b 0,001 1,46 1,44 ns ns 2,04
MT, %1 0,83 0,83 1,25 ns 0,83 1,11 ns ns 64,88
PF, g 2799 2771 2750 ns 2754 2793 ns ns 3,67
GP, g 2753 2725 2704 ns 2708 2747 ns ns 3,72
1-42 CR, g 5030 5059 5045 ns 5048 5041 ns ns 1,50
CA 1,84 1,87 1,88 ns 1,88 1,84 ns ns 2,77
1*
MT, % 2,92 4,58 4,17 ns 5,00 2,78 ns ns 62,94
FP2 346 331 328 ns 326 b 344 a 0,02 ns 5,31
1 1/2
Dados de mortalidade foram submetidos à transformação (x+0,5) , antes da Anova.
2
Fator de Produção = ((GPD x Viabilidade)/CA) x 100.
* Interação (P<0,05) entre as granulometria e textura.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na linha diferem entre si (P<0,05) pelo teste
de Tukey.
28
A textura do milho influenciou (P<0,05) o peso final e o ganho de peso das aves aos
sete dias de idade. As aves que receberam milho de textura dentada apresentaram maior peso
final e ganho de peso (Tabela 2).
Houve interação (P<0,05) entre granulometria e textura para consumo de ração e
conversão alimentar aos 7 dias de idade (Tabela 3). Quando se utilizou milho de textura
dentada as diferentes granulometrias não interferiram no consumo de ração. Já com a textura
dura, a granulometria fina foi a que proporcionou o menor consumo (P<0,05). Para
granulometria fina, o milho de textura dentada foi o que proporcionou maior consumo de
ração (P<0,05).
Quando se utilizou milho de textura dentada, a granulometria grossa foi a que
apresentou a pior conversão alimentar (P<0,05) (Tabela 3).
Já para o milho de textura dura a granulometria fina foi a que apresentou o melhor
resultado (P<0,05). Dentro da granulometria média a textura dura foi a que apresentou a pior
conversão alimentar (P<0,05). Para as granulometrias fina e grossa, a textura não influenciou
a conversão alimentar de pintos de corte aos 7 dias de idade. Apesar do milho de textura
dentada apresentar melhor peso final e ganho de peso de 1 a 7 dias, a Tabela 3 mostra que o
milho de textura dura com granulometria fina proporciona menor consumo de ração e melhor
conversão alimentar.
Aos 21 dias de idade não houve efeito da textura e granulometria para as variáveis de
desempenho. A granulometria influenciou (P<0,05) o peso final, ganho de peso médio,
consumo de ração e a conversão alimentar (Tabela 2). O peso e ganho de peso das aves que
receberam milho de granulometria fina foram superiores aos das aves com milho de
29
granulometria grossa na dieta diferentemente dos resultados de NIR et al. (1994), quando
observaram melhor desempenho em frangos de corte jovens que consumiram partículas com
DGM de 0,769 mm. O consumo de ração foi inferior nas aves alimentadas com milho de
granulometria fina quando comparadas às que receberam milho de granulometria média. Aves
alimentadas com milho de granulometria fina apresentaram melhor conversão alimentar.
Diferentemente de DEATON et al. (1995) que não encontraram diferenças no desempenho
dos frangos alimentados com rações cujas partículas mediam 0,679, 0,987 e 1,289 mm.
Resultados semelhantes foram encontrados por (ZANOTTO e BELLAVER, 1996), onde
verificaram que frangos entre 1 a 21 dias de idade, recebendo dietas com milho com DGM de
0,716 e 1,196 mm, tiveram pior desempenho consumindo a dieta de maior granulometria.
Eles consideraram que o motivo pode ter sido de que partículas grandes proporcionam uma
velocidade de passagem da moela para o intestino tão lenta que chegou a comprometer o
desempenho dos animais.
FACTORI et al. (2008), concluíram que quando da utilização de granulometria de
menor DGM (0,570 mm), deve-se dar preferência por grãos de milho de textura dentada
devido ao menor consumo de energia elétrica na moagem, uma vez preservado o desempenho
animal, enquanto que, em granulometria de DGM de 0,865 mm, o consumo de energia
elétrica para ambos os híbridos (textura dentada e dura) é o mesmo.
Não houve efeito de textura e granulometria do milho para as variáveis de desempenho
aos 42 dias de idade (Tabela 2), exceto fator de produção, onde as aves alimentadas com
milho de textura dura apresentaram o melhor (P<0,05) resultado quando comparadas às que
receberam milho de textura dentada na dieta. Este resultado pode ser explicado pela diferença
na viabilidade, pois o ganho de peso e conversão alimentar foram semelhantes para os
tratamentos.
REECE et al. (1985), NIR et al. (1990), e NIR et al. (1994b) verificaram maior ganho de
peso para as aves alimentadas com partículas grossas, com simultâneo incremento no
consumo de ração. LOTT et al. (1992), trabalhando com peneiras de 3,18 mm e 9,53 mm de
diâmetro de abertura de furos (DGM = 0,71 mm e 1,17 mm), sob temperaturas de 15,5 e 26,5
°C, observaram uma significativa redução de peso e piora na conversão alimentar das aves
alimentadas com o maior DGM, apesar de não haver diferença no consumo,
independentemente da temperatura ambiental. Segundo os autores, as partículas com DGM
1,173 mm eram aparentemente muito grandes para obter o máximo desempenho, a taxa de
passagem pela moela foi muito lenta para atender a um máximo crescimento.
30
NIR et al. (1994b), trabalhando com pintos de 7 dias de idade, obtiveram maior peso
de moela para as aves alimentadas com dietas cujos alimentos foram peneirados em malha
grossa e média em relação às alimentadas com dietas peneiradas em malha fina no valor de 25
a 41%, respectivamente. NIR et al. (1994) observaram que o peso da moela dos frangos
alimentados com grãos finamente moídos foi menor e o pH gástrico maior do que em frangos
alimentados com partículas maiores, e que estes fenômenos fisiológicos influenciaram no
desempenho das aves. SCHOLTYSSEK et al. (1983) e MUNT et al. (1995) afirmam que o
peso da moela aumenta em cerca de 1% em relação ao peso da carcaça, pelo consumo de
grãos inteiros de cereais.
Não houve efeito de textura e granulometria para rendimento das partes de frango de
corte aos 43 dias de idade (Tabela 6).
EXPERIMENTO 2
A ração contendo milho de granulometria fina não exigiu maior trabalho por parte do
proventrículo e da moela, o que resultou na diminuição do seu peso (P<0,05) quando
comparado às demais granulometrias e menor peso do fígado (P<0,05) com relação à
granulometria média. Dietas produzidas com partículas finas fluem mais rapidamente do
estômago para o duodeno e para as demais partes do intestino delgado. Essa passagem mais
rápida é acompanhada por acentuada atrofia da moela e por discreta hipertrofia do intestino
delgado (NIR et al., 1994).
As texturas de milho dentada e dura não interferiram na morfometria dos órgãos de
frangos de corte aos 41 dias de idade (Tabela 8).
33
A ração com milho de granulometria fina apresentou menor peso do fígado (P<0,05)
mantendo o resultado encontrado na idade anterior, sendo desta vez comparada a
granulometria grossa. Os autores LÓPEZ e BAIÃO (2004) encontraram menor peso do fígado
para as aves alimentadas com ração farelada comparada à ração granulada-expandida ambas
de granulometria média. Nas rações com granulometria grossa os pesos foram semelhantes.
No entanto, CHOI et al. (1986) verificaram maior peso do trato gastrintestinal em frangos
com oito semanas de idade alimentados com dietas fareladas em relação àqueles alimentados
com dietas granuladas. Discordando LÓPEZ e BAIÃO (2004) não observaram diferenças
entre as rações fareladas e expandida-granuladas quanto ao peso dos intestinos.
Os frangos de corte aos 22 e 41 dias de idade alimentados com rações contendo
texturas de milho dentada e dura com granulometrias fina, média e grossa não sofreram
influência no peso relativo do pâncreas. Resultados contrários foram encontrados por
ENGBERG et al. (2002), os quais observaram em rações fareladas maior peso do pâncreas
nas aves alimentadas com granulometria grossa em relação às que receberam ração com
granulometria média. Nas rações com granulometria grossa, o peso do pâncreas foi maior
na dieta oferecida na forma de farelo.
Não houve interação de textura e granulometria para as variáveis estudadas (Tabela 9).
A textura do milho influenciou a quantidade de nitrogênio excretado de frangos de corte no
período de 19 a 22 dias de idade (P>0,05). O milho com textura dentada apresentou maior
quantidade de nitrogênio excretado em relação à textura dura.
34
O milho pode ser classificado pela textura do grão como duro e dentado; quanto mais
duro o grão, maior a quantidade de endosperma vítreo; quanto mais dentado o grão, maior a
quantidade de endosperma farináceo (CORRÊA, 2001). Considerando que o endosperma
vítreo apresenta certa resistência à atuação das enzimas digestivas, a relação deste com o
endosperma farináceo podem afetar diretamente a digestibilidade do milho, citação contrária
ao encontrado no experimento. Os melhores resultados de CDMS e nitrogênio excretado para
35
CONCLUSÕES
Apesar do melhor desempenho dos frangos de corte até 21 dias de idade ter sido
observado com o uso de rações com milho de granulometria fina, aos 42 dias nenhum dos
fatores estudados (textura e granulometria) influenciaram negativamente o desempenho final
das aves;
Uma vez preservado o desempenho das aves, rendimento de carcaça, morfologia do
aparelho digestório e de órgãos deve-se dar preferência por milhos de granulometrias maiores,
devido ao menor consumo de energia elétrica na moagem;
Apesar das texturas testadas não terem influenciado o desempenho final dos frangos
de corte, rações utilizando milho de textura dura apresentaram maior coeficiente de
digestibilidade de matéria seca, menor excreção de nitrogênio e melhor fator de produção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
37
CHOI, J. H.; SO, B. S.; RYU, K. S. et al. Effects of pelleted or crumbled diets on the
performance and the development of the digestive organs of broilers. Poultry Science, v.65,
p.594-597, 1986.
DEATON, J. W.; LOTT, B. D.; BRANTON, S. L. Corn grind size and broilers reared under
two temperature conditions. J. Appl. Poultry Science, v.4, p.402-406, 1995.
38
HAMILTON, R. M. G.; PROUDFOOT, F. G. Ingredient particle size and feed texture: effects
on the performance of broiler chickens. Animal Feed Science Technology, v. 51, p. 203-210,
1995.
JENSEN L. S.; MERRIL L. H.; REDDY C. V. Observations on eating patterns and rate of
food passage of birds fed pelleted and umpeleted diets. Poultry Science 1962; 41: 1414-1419.
LOTT, B. D.; DAY, E. J.; DEATON, J. W. The effect of temperature, dietary energy level
and corn particle size on broiler performance. Poultry Science, Champaing, v. 71, p.618-624,
1992.
NIR, I. G.; HILLEL, R.; SHEFET, G.; NITSAN Z. Effect of grain particle size on
performance. 2. Grain texture interctions. Poultry Science, Champaing, v.73, p.781-791,
1994b.
NIR, I.; MELCION, J. P.; PICARD, M. Effect of particle size of sorghum grains on feed
intake and performance of young broilers. Poultry Science, v. 69, p. 2177-2184. 1990.
NIR, I.; SHEFET, G.; NITSAN, Z. Poultry Science, v.73, p.781-791, 1994.
40
PORTELA F. J.; CASTON L. J.; LESSON S. Apparent feed particle size preference by
broilers. Canadian Journal of Animal Science 1988; 68: 923-930.
REECE, F. N; LOTT, B. D.; DEATON, J. W. The effects of of feed form, grinding methodo,
energy level and gender on broiler performance in a moderate (21 C) environment. Poultry
Science, v. 64, p. 1834-1839. 1985.
ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J. L.; GOMES, P. C.; OLIVEIRA, R. F.;
LOPES, D. C.; FERREIRA, A. S.; BARRETO, S. L. T. Tabelas brasileiras para aves e
suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa: UFV, 2005. 186p.
SAS Institute Inc., SAS/STAT. User's guide. Version 6.11. 4. ed, v. 2. Cary: SAS Institute
Inc., 1996. 842 p.
YO, T., SIEGEL, P.B., GUERIN, H. Self-selection of dietary protein and energy by broilers
grown under a tropical climate: effects of feed particle size on the feed choice. Poultry
Science 1997; 76:1446-1473.
41
Capítulo 3
43
IMPLICAÇÕES
Dietas para frangos de corte com milhos de diferentes granulometrias têm mostrado
resultados efetivos na maioria das pesquisas publicadas, melhorando o desempenho e
diminuindo o custo de produção devido à redução com energia elétrica na moagem do milho.
Para suínos, pesquisas avaliando a textura do milho já foram desenvolvidas gerando
resultados que propiciam um direcionamento na produção, no entanto, para frangos de corte
são necessários mais trabalhos nessa linha.
Normalmente o grão de milho é tratado como um ingrediente de composição química
conhecida e padronizada, estabelecida pela média de valores e publicada em tabelas de
composição de alimentos. O processo de secagem de híbridos de milho pode resultar em uma
estrutura de endosperma diferente, ocorrendo variação significativa na composição química
do milho. Estas variações têm sido observadas em muitas pesquisas no Brasil, apresentando
incoerência nos resultados do processamento da ração e desempenho dos animais.
Diante de uma avicultura industrial tecnificada que cada vez mais busca mínimo custo
de produção, novas pesquisas com análise de custo do processo de fabricação das dietas em
consonância com avaliação do desempenho podem elucidar mais as tendências a serem
seguidas no campo. O menor gasto de energia elétrica na moagem de ingredientes com
granulometrias maiores, a semelhança de desempenho de frangos de corte alimentados com
milhos de diferentes texturas, e ainda, diferenças na excreção de nitrogênio indicam que
novos caminhos podem ser explorados, incluindo nisto, a questão ambiental.