1 Parte Codigo Do Consumidor
1 Parte Codigo Do Consumidor
1 Parte Codigo Do Consumidor
do Consumidor
e normas correlatas
2a edição
Atualizada até setembro de 2017
Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2017 – 2018
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Eduardo Amorim
Senador Sérgio Petecão
Senador Davi Alcolumbre
Senador Cidinho Santos
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas
2a edição
Brasília – 2017
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho
ISBN: 978-85-7018-872-4
CDD 342.5
7 Apresentação
Normas principais
Lei no 8.078/1990
Título I – Dos Direitos do Consumidor
12 Capítulo I – Disposições Gerais
12 Capítulo II – Da Política Nacional de Relações de Consumo
13 Capítulo III – Dos Direitos Básicos do Consumidor
Capítulo IV – Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e
da Reparação dos Danos
13 Seção I – Da Proteção à Saúde e Segurança
14 Seção II – Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
15 Seção III – Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
16 Seção IV – Da Decadência e da Prescrição
17 Seção V – Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Capítulo V – Das Práticas Comerciais
17 Seção I – Das Disposições Gerais
17 Seção II – Da Oferta
18 Seção III – Da Publicidade
18 Seção IV – Das Práticas Abusivas
19 Seção V – Da Cobrança de Dívidas
19 Seção VI – Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
Capítulo VI – Da Proteção Contratual
20 Seção I – Disposições Gerais
20 Seção II – Das Cláusulas Abusivas
21 Seção III – Dos Contratos de Adesão
22 Capítulo VII – Das Sanções Administrativas
23 Título II – Das Infrações Penais
Título III – Da Defesa do Consumidor em Juízo
25 Capítulo I – Disposições Gerais
26 Capítulo II – Das Ações Coletivas para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos
27 Capítulo III – Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços
27 Capítulo IV – Da Coisa Julgada
28 Título IV – Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
28 Título V – Da Convenção Coletiva de Consumo
29 Título VI – Disposições Finais
31 Decreto no 7.962/2013
33 Decreto no 6.523/2008
36 Decreto no 5.903/2006
39 Decreto no 2.181/1997
Normas correlatas
54 Lei no 13.455/2017
55 Lei no 12.965/2014
63 Lei no 12.741/2012
65 Lei no 12.529/2011
90 Lei no 12.414/2011
94 Lei no 12.291/2010
95 Lei no 10.962/2004
97 Lei no 9.870/1999
99 Lei no 9.656/1998
114 Lei no 8.987/1995
115 Lei no 8.137/1990
119 Decreto-Lei no 2.848/1940
120 Decreto no 8.771/2016
124 Decreto no 7.963/2013
128 Decreto no 4.680/2003
130 Decreto no 1.306/1994
O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação
Apresentação
7
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
paisagístico; �������������������������������������������������������������������������������
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Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cen-
TÍTULO VI – Da Tributação e do to e vinte dias da promulgação da Constituição,
Orçamento elaborará código de defesa do consumidor.
CAPÍTULO I – Do Sistema Tributário
Nacional
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10
Normas principais
Lei no 8.078/1990
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
§ 1o Não sendo o vício sanado no prazo má- dariamente pelos vícios de quantidade do
ximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, produto sempre que, respeitadas as variações
alternativamente e à sua escolha: decorrentes de sua natureza, seu conteúdo
I – a substituição do produto por outro da líquido for inferior às indicações constantes
mesma espécie, em perfeitas condições de uso; do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
15
mensagem publicitária, podendo o consumidor sob qualquer outra forma de empreendimento,
exigir, alternativamente e à sua escolha: são obrigados a fornecer serviços adequados,
I – o abatimento proporcional do preço; eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
II – complementação do peso ou medida; contínuos.
III – a substituição do produto por outro Parágrafo único. Nos casos de descumpri-
da mesma espécie, marca ou modelo, sem os mento, total ou parcial, das obrigações referidas
aludidos vícios; neste artigo, serão as pessoas jurídicas compeli-
IV – a restituição imediata da quantia paga, das a cumpri-las e a reparar os danos causados,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de na forma prevista neste Código.
eventuais perdas e danos.
§ 1o Aplica-se a este artigo o disposto no Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os
§ 4o do artigo anterior. vícios de qualidade por inadequação dos produ-
§ 2o O fornecedor imediato será responsável tos e serviços não o exime de responsabilidade.
quando fizer a pesagem ou a medição e o ins-
trumento utilizado não estiver aferido segundo Art. 24. A garantia legal de adequação do pro-
os padrões oficiais. duto ou serviço independe de termo expresso,
vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde
pelos vícios de qualidade que os tornem im- Art. 25. É vedada a estipulação contratual de
próprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, cláusula que impossibilite, exonere ou atenue
assim como por aqueles decorrentes da dispari- a obrigação de indenizar prevista nesta e nas
dade com as indicações constantes da oferta ou Seções anteriores.
mensagem publicitária, podendo o consumidor § 1o Havendo mais de um responsável pela
exigir, alternativamente e à sua escolha: causação do dano, todos responderão solida-
I – a reexecução dos serviços, sem custo riamente pela reparação prevista nesta e nas
adicional e quando cabível; Seções anteriores.
II – a restituição imediata da quantia paga, § 2o Sendo o dano causado por componente
monetariamente atualizada, sem prejuízo de ou peça incorporada ao produto ou serviço,
eventuais perdas e danos; são responsáveis solidários seu fabricante,
III – o abatimento proporcional do preço. construtor ou importador e o que realizou a
§ 1o A reexecução dos serviços poderá ser incorporação.
confiada a terceiros devidamente capacitados,
por conta e risco do fornecedor.
§ 2 o São impróprios os serviços que se SEÇÃO IV – Da Decadência e da Prescrição
mostrem inadequados para os fins que razoa-
velmente deles se esperam, bem como aqueles Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios
que não atendam as normas regulamentares de aparentes ou de fácil constatação caduca em:
prestabilidade. I – trinta dias, tratando-se de fornecimento
de serviço e de produto não duráveis;
Código de Defesa do Consumidor
entidade que o represente requerer ao Ministé- SEÇÃO III – Dos Contratos de Adesão
rio Público que ajuíze a competente ação para
ser declarada a nulidade de cláusula contratual Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas
que contrarie o disposto neste Código ou de cláusulas tenham sido aprovadas pela autorida-
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio de competente ou estabelecidas unilateralmente
entre direitos e obrigações das partes. pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem 21
que o consumidor possa discutir ou modificar Art. 56. As infrações das normas de defesa do
substancialmente seu conteúdo. consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
§ 1o A inserção de cláusula no formulário seguintes sanções administrativas, sem prejuízo
não desfigura a natureza de adesão do contrato. das de natureza civil, penal e das definidas em
§ 2o Nos contratos de adesão admite-se normas específicas:
cláusula resolutória, desde que alternativa, ca- I – multa;
bendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se II – apreensão do produto;
o disposto no § 2o do artigo anterior. III – inutilização do produto;
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão IV – cassação do registro do produto junto
redigidos em termos claros e com caracteres ao órgão competente;
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não V – proibição de fabricação do produto;
será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar VI – suspensão de fornecimento de produtos
sua compreensão pelo consumidor. ou serviço;
§ 4o As cláusulas que implicarem limitação VII – suspensão temporária de atividade;
de direito do consumidor deverão ser redigidas VIII – revogação de concessão ou permissão
com destaque, permitindo sua imediata e fácil de uso;
compreensão. IX – cassação de licença do estabelecimento
§ 5o (Vetado) ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabele-
cimento, de obra ou de atividade;
CAPÍTULO VII – Das Sanções XI – intervenção administrativa;
Administrativas XII – imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Fe- artigo serão aplicadas pela autoridade adminis-
deral, em caráter concorrente e nas suas respec- trativa, no âmbito de sua atribuição, podendo
tivas áreas de atuação administrativa, baixarão ser aplicadas cumulativamente, inclusive por
normas relativas à produção, industrialização, medida cautelar antecedente ou incidente de
distribuição e consumo de produtos e serviços. procedimento administrativo.
§ 1o A União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios fiscalizarão e controlarão a Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo
produção, industrialização, distribuição, a pu- com a gravidade da infração, a vantagem au-
blicidade de produtos e serviços e o mercado ferida e a condição econômica do fornecedor,
de consumo, no interesse da preservação da será aplicada mediante procedimento adminis-
vida, da saúde, da segurança, da informação trativo, revertendo para o Fundo de que trata a
e do bem-estar do consumidor, baixando as Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores
normas que se fizerem necessárias. cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais
§ 2o (Vetado) ou municipais de proteção ao consumidor nos
§ 3o Os órgãos federais, estaduais, do Dis- demais casos.
trito Federal e municipais com atribuições para Parágrafo único. A multa será em montante
Código de Defesa do Consumidor
fiscalizar e controlar o mercado de consumo não inferior a duzentas e não superior a três
manterão comissões permanentes para elabora- milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de
ção, revisão e atualização das normas referidas Referência (Ufir), ou índice equivalente que
no § 1o, sendo obrigatória a participação dos venha a substituí-lo.
consumidores e fornecedores.
§ 4o Os órgãos oficiais poderão expedir Art. 58. As penas de apreensão, de inutiliza-
notificações aos fornecedores para que, sob ção de produtos, de proibição de fabricação de
pena de desobediência, prestem informações produtos, de suspensão do fornecimento de
sobre questões de interesse do consumidor, produto ou serviço, de cassação do registro do
resguardado o segredo industrial. produto e revogação da concessão ou permissão
22 de uso serão aplicadas pela administração, me-
diante procedimento administrativo, assegu- Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos
rada ampla defesa, quando forem constatados sobre a nocividade ou periculosidade de produ-
vícios de quantidade ou de qualidade por inade- tos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes
quação ou insegurança do produto ou serviço. ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos
Art. 59. As penas de cassação de alvará de e multa.
licença, de interdição e de suspensão tempo- § 1o Incorrerá nas mesmas penas quem
rária da atividade, bem como a de intervenção deixar de alertar, mediante recomendações
administrativa serão aplicadas mediante proce- escritas ostensivas, sobre a periculosidade do
dimento administrativo, assegurada ampla de- serviço a ser prestado.
fesa, quando o fornecedor reincidir na prática § 2o Se o crime é culposo:
das infrações de maior gravidade previstas neste Pena – Detenção de um a seis meses ou
Código e na legislação de consumo. multa.
§ 1o A pena de cassação da concessão será
aplicada à concessionária de serviço público, Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade
quando violar obrigação legal ou contratual. competente e aos consumidores a nocividade
§ 2o A pena de intervenção administrativa ou periculosidade de produtos cujo conhe-
será aplicada sempre que as circunstâncias de cimento seja posterior à sua colocação no
fato desaconselharem a cassação de licença, a mercado:
interdição ou suspensão da atividade. Pena – Detenção de seis meses a dois anos
§ 3o Pendendo ação judicial na qual se e multa.
discuta a imposição de penalidade administra- Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas pe-
tiva, não haverá reincidência até o trânsito em nas quem deixar de retirar do mercado, imedia-
julgado da sentença. tamente quando determinado pela autoridade
competente, os produtos nocivos ou perigosos,
Art. 60. A imposição de contrapropaganda na forma deste artigo.
será cominada quando o fornecedor incorrer
na prática de publicidade enganosa ou abusiva, Art. 65. Executar serviço de alto grau de pe-
nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre riculosidade, contrariando determinação de
às expensas do infrator. autoridade competente:
§ 1o A contrapropaganda será divulgada Pena – Detenção de seis meses a dois anos
pelo responsável da mesma forma, frequência e multa.
e dimensão e, preferencialmente no mesmo § 1o As penas deste artigo são aplicáveis sem
veículo, local, espaço e horário, de forma capaz prejuízo das correspondentes à lesão corporal
de desfazer o malefício da publicidade enganosa e à morte.
ou abusiva. § 2o A prática do disposto no inciso XIV do
§ 2o (Vetado) art. 39 desta Lei também caracteriza o crime
§ 3o (Vetado) previsto no caput deste artigo.
zo do disposto no Código Penal e leis especiais, Pena – Detenção de três meses a um ano
as condutas tipificadas nos artigos seguintes. e multa.
§ 1o Incorrerá nas mesmas penas quem
Art. 62. (Vetado) patrocinar a oferta.
§ 2o Se o crime é culposo:
23
Pena – Detenção de um a seis meses ou Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o
multa. termo de garantia adequadamente preenchido
e com especificação clara de seu conteúdo:
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que Pena – Detenção de um a seis meses ou
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: multa.
Pena – Detenção de três meses a um ano
e multa. Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer
Parágrafo único. (Vetado) para os crimes referidos neste Código, incide
nas penas a esses cominadas na medida de sua
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que culpabilidade, bem como o diretor, adminis-
sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o trador ou gerente da pessoa jurídica que pro-
consumidor a se comportar de forma preju- mover, permitir ou por qualquer modo aprovar
dicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
Pena – Detenção de seis meses a dois anos manutenção em depósito de produtos ou a
e multa. oferta e prestação de serviços nas condições
Parágrafo único. (Vetado) por ele proibidas.
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, téc- Art. 76. São circunstâncias agravantes dos
nicos e científicos que dão base à publicidade: crimes tipificados neste Código:
Pena – Detenção de um a seis meses ou I – serem cometidos em época de grave crise
multa. econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou
Art. 70. Empregar, na reparação de produtos, coletivo;
peça ou componentes de reposição usados, sem III – dissimular-se a natureza ilícita do
autorização do consumidor: procedimento;
Pena – Detenção de três meses a um ano IV – quando cometidos:
e multa. a) por servidor público, ou por pessoa cuja
condição econômico-social seja manifestamen-
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de te superior à da vítima;
ameaça, coação, constrangimento físico ou b) em detrimento de operário ou rurícola;
moral, afirmações falsas, incorretas ou enga- de menor de dezoito ou maior de sessenta anos
nosas ou de qualquer outro procedimento que ou de pessoas portadoras de deficiência mental,
exponha o consumidor, injustificadamente, a interditadas ou não;
ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso V – serem praticados em operações que en-
ou lazer: volvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
Pena – Detenção de três meses a um ano outros produtos ou serviços essenciais.
e multa.
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Se-
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do con- ção será fixada em dias-multa, correspondente
Código de Defesa do Consumidor
sumidor às informações que sobre ele constem ao mínimo e ao máximo de dias de duração da
em cadastros, banco de dados, fichas e registros: pena privativa da liberdade cominada ao crime.
Pena – Detenção de seis meses a um ano Na individualização desta multa, o juiz observa-
ou multa. rá o disposto no art. 60, § 1o do Código Penal.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente Art. 78. Além das penas privativas de liberda-
informação sobre consumidor constante de de e de multa, podem ser impostas, cumulativa
cadastro, banco de dados, fichas ou registros ou alternadamente, observado o disposto nos
que sabe ou deveria saber ser inexata: arts. 44 a 47, do Código Penal:
Pena – Detenção de um a seis meses ou I – a interdição temporária de direitos;
24 multa.
II – a publicação em órgãos de comunicação III – interesses ou direitos individuais ho-
de grande circulação ou audiência, às expensas mogêneos, assim entendidos os decorrentes de
do condenado, de notícia sobre os fatos e a origem comum.
condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade. Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo úni-
co, são legitimados concorrentemente:
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de I – o Ministério Público;
que trata este Código, será fixado pelo juiz, ou II – a União, os Estados, os Municípios e o
pela autoridade que presidir o inquérito, entre Distrito Federal;
cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do III – as entidades e órgãos da Administração
Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente Pública, direta ou indireta, ainda que sem per-
que venha a substituí-lo. sonalidade jurídica, especificamente destinados
Parágrafo único. Se assim recomendar a à defesa dos interesses e direitos protegidos por
situação econômica do indiciado ou réu, a este Código;
fiança poderá ser: IV – as associações legalmente constituídas
a) reduzida até a metade do seu valor há pelo menos um ano e que incluam entre
mínimo; seus fins institucionais a defesa dos interesses e
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. direitos protegidos por este Código, dispensada
a autorização assemblear.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes § 1o O requisito da pré-constituição pode
previstos neste Código, bem como a outros ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas
crimes e contravenções que envolvam relações nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto
de consumo, poderão intervir, como assistentes interesse social evidenciado pela dimensão ou
do Ministério Público, os legitimados indicados característica do dano, ou pela relevância do
no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é bem jurídico a ser protegido.
facultado propor ação penal subsidiária, se a § 2o (Vetado)
denúncia não for oferecida no prazo legal. § 3o (Vetado)
entendidos, para efeitos deste Código, os tran- § 2o A indenização por perdas e danos se
sindividuais de natureza indivisível de que seja fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código
titular grupo, categoria ou classe de pessoas de Processo Civil).
ligadas entre si ou com a parte contrária por § 3 o Sendo relevante o fundamento da
uma relação jurídica base; demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz 25
conceder a tutela liminarmente ou após justi- CAPÍTULO II – Das Ações Coletivas para a
ficação prévia, citado o réu. Defesa de Interesses Individuais Homogêneos
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do § 3o
ou na sentença, impor multa diária ao réu, Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82
independentemente de pedido do autor, se poderão propor, em nome próprio e no inte-
for suficiente ou compatível com a obrigação, resse das vítimas ou seus sucessores, ação civil
fixando prazo razoável para o cumprimento coletiva de responsabilidade pelos danos indi-
do preceito. vidualmente sofridos, de acordo com o disposto
§ 5o Para a tutela específica ou para a obten- nos artigos seguintes.
ção do resultado prático equivalente, poderá
o juiz determinar as medidas necessárias, tais Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a
como busca e apreensão, remoção de coisas e ação, atuará sempre como fiscal da lei.
pessoas, desfazimento de obra, impedimento Parágrafo único. (Vetado)
de atividade nociva, além de requisição de
força policial. Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça
Federal, é competente para a causa a justiça
Art. 85. (Vetado) local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva
Art. 86. (Vetado) ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este do Distrito Federal, para os danos de âmbito
Código não haverá adiantamento de custas, nacional ou regional, aplicando-se as regras do
emolumentos, honorários periciais e quais- Código de Processo Civil aos casos de compe-
quer outras despesas, nem condenação da tência concorrente.
associação autora, salvo comprovada má-fé,
em honorários de advogados, custas e despesas Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital
processuais. no órgão oficial, a fim de que os interessados
Parágrafo único. Em caso de litigância possam intervir no processo como litisconsor-
de má-fé, a associação autora e os diretores tes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos
responsáveis pela propositura da ação serão meios de comunicação social por parte dos
solidariamente condenados em honorários órgãos de defesa do consumidor.
advocatícios e ao décuplo das custas, sem pre-
juízo da responsabilidade por perdas e danos. Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a
condenação será genérica, fixando a responsa-
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo bilidade do réu pelos danos causados.
único deste Código, a ação de regresso poderá
ser ajuizada em processo autônomo, facultada Art. 96. (Vetado)
a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos
autos, vedada a denunciação da lide. Art. 97. A liquidação e a execução de senten-
Código de Defesa do Consumidor
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este
habilitação de interessados em número com- Código, a sentença fará coisa julgada:
patível com a gravidade do dano, poderão os I – erga omnes, exceto se o pedido for julga-
legitimados do art. 82 promover a liquidação do improcedente por insuficiência de provas,
e execução da indenização devida. hipótese em que qualquer legitimado poderá
Parágrafo único. O produto da indenização intentar outra ação, com idêntico fundamento,
devida reverterá para o fundo criado pela Lei valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso
no 7.347, de 24 de julho de 1985. I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao gru-
po, categoria ou classe, salvo improcedência por
CAPÍTULO III – Das Ações de insuficiência de provas, nos termos do inciso
Responsabilidade do Fornecedor de Produtos anterior, quando se tratar da hipótese prevista
e Serviços no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de pro-
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do cedência do pedido, para beneficiar todas as
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso
do disposto nos Capítulos I e II deste Título, III do parágrafo único do art. 81.
serão observadas as seguintes normas: § 1o Os efeitos da coisa julgada previstos nos
Normas principais
I – a ação pode ser proposta no domicílio incisos I e II não prejudicarão interesses e direi-
do autor; tos individuais dos integrantes da coletividade,
II – o réu que houver contratado seguro de do grupo, categoria ou classe.
responsabilidade poderá chamar ao processo o § 2o Na hipótese prevista no inciso III, em
segurador, vedada a integração do contraditório caso de improcedência do pedido, os interes-
pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta sados que não tiverem intervindo no processo 27
como litisconsortes poderão propor ação de IV – informar, conscientizar e motivar o
indenização a título individual. consumidor através dos diferentes meios de
§ 3 o Os efeitos da coisa julgada de que comunicação;
cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da V – solicitar à polícia judiciária a instaura-
Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, não pre- ção de inquérito policial para a apreciação de
judicarão as ações de indenização por danos delito contra os consumidores, nos termos da
pessoalmente sofridos, propostas individual- legislação vigente;
mente ou na forma prevista neste Código, mas, VI – representar ao Ministério Público
se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas competente para fins de adoção de medidas
e seus sucessores, que poderão proceder à liqui- processuais no âmbito de suas atribuições;
dação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. VII – levar ao conhecimento dos órgãos
§ 4o Aplica-se o disposto no parágrafo an- competentes as infrações de ordem admi-
terior à sentença penal condenatória. nistrativa que violarem os interesses difusos,
coletivos, ou individuais dos consumidores;
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos VIII – solicitar o concurso de órgãos e enti-
incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, dades da União, Estados, do Distrito Federal e
não induzem litispendência para as ações in- Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de
dividuais, mas os efeitos da coisa julgada erga preços, abastecimento, quantidade e segurança
omnes ou ultra partes a que aludem os incisos de bens e serviços;
II e III do artigo anterior não beneficiarão os IX – incentivar, inclusive com recursos
autores das ações individuais, se não for re- financeiros e outros programas especiais, a
querida sua suspensão no prazo de trinta dias, formação de entidades de defesa do consu-
a contar da ciência nos autos do ajuizamento midor pela população e pelos órgãos públicos
da ação coletiva. estaduais e municipais;
X – (Vetado);
XI – (Vetado);
TÍTULO IV – Do Sistema Nacional de XII – (Vetado);
Defesa do Consumidor XIII – desenvolver outras atividades compa-
tíveis com suas finalidades.
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de De- Parágrafo único. Para a consecução de seus
fesa do Consumidor (SNDC) os órgãos federais, objetivos, o Departamento Nacional de Defesa
estaduais, do Distrito Federal e municipais e as do Consumidor poderá solicitar o concurso de
entidades privadas de defesa do consumidor. órgãos e entidades de notória especialização
técnico-científica.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defe-
sa do Consumidor, da Secretaria Nacional de
Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que TÍTULO V – Da Convenção Coletiva de
venha substituí-lo, é organismo de coordenação Consumo
da política do Sistema Nacional de Defesa do
Código de Defesa do Consumidor
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