Revisão - Soldagem

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01/06/2020

Trinca de solidificação: a soldagem, em geral, e realizada entre um


metal base e um metal de solda de composição química similar, por
questões de afinidade química.

No entanto, alguns aços são soldados com eletrodos ou com metal


de adição de diferente composição química do metal base, por
possuírem temperatura de solidificação maiores que das
demais ligas.

Esse fator torna esses aços (altamente ligados) e as ligas não ferrosas
sujeitas a sofrerem fissuração de solidificação (ou a quente).

O mecanismo de formação de trincas de solidificação tem influencia


direta da ação de tensões que são geradas durante o resfriamento,
o que pode provocar a separação em duas superfícies .

Para evitar a ocorrência desse tipo de defeito, e recomendada


a escolha de consumíveis especiais que reduzem a faixa de
temperatura de solidificação a partir da adição de elementos e o
pré aquecimento do metal base.

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Porosidade: defeito interno a solda. É considerado de baixa


periculosidade para a solda, a não ser que tais porosidades avancem
para a superfície da solda, formando entalhes que conduzem a falha
por fadiga. Ha três tipos de porosidades:

• Resultantes da reação química na poça de fusão;

• Resultantes da expulsão de gás de solução, enquanto a solda


resfria (solidifica) e;

• Pelo aprisionamento de gases na base de poças de fusão


turbulentas na soldagem com gás de proteção.

Inclusão de escória

• Este termo é usado ara descrever partículas de óxido e outros


sólidos não metálicos aprisionados entre passes de solda ou entre
a solda e o metal de base.

• Vários processos de soldagem utilizam fluxos que formam escória


que tende a se separar do metal líquido na poça de fusão.

• Além disso, várias reações acontecem na poça, podendo gerar


produtos insolúveis no metal líquido. Por vários motivos, parte
dessa escória pode ficar presa entre os passes de solda ou entre a
solda e o metal de base.

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Falta de penetração

• Essa descontinuidade, refere-se a falha em se fundir e


encher completamente a raiz da solda, devido a uma
manipulação incorreta do
• eletrodo,
• ou da junta mal projetada (ângulo de chanfro ou abertura
de raiz pequenos),
• ou da corrente de soldagem inadequada,
• ou ainda da velocidade de soldagem muito alta e do
diâmetro do eletrodo muito grande.

Falta de penetração

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Soldagem de ligas ferrosas : carbono equivalente (CE )


O calculo do carbono equivalente (CE ) e empregado para relacionar a temperabilidade do
aço e a sua soldabilidade.

Quanto maior o seu valor, mais temperável será o acho e pior a sua solvabilidade.

Vale destacar a importância da realização de um pré-aquecimento no material a ser


soldado ou até um tratamento térmico prévio.

. As recomendações são:
- Para CE < 0, 40, o aço e considerado facilmente soldável.

- Quando CE > 0,60, deve-se usar pré-aquecimento para juntas acima de 20 mm.

- Quando CE > 0,90 , um pré-aquecimento a uma temperatura elevada e necessário


em todos os casos, exceto no das juntas de espessura muito pequena.

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Características da zona fundida e ZTA

A zona fundida, que e a região que sofreu fusão e formou cordão de


solda, e a ZTA possuem características distintas.

Ao se formar, o cordão de solda adquire propriedades que dependem:

• velocidade de resfriamento ao solidificar-se,

• tipo de proteção que foi utilizado durante a soldagem (gás ou escoria)


que evita a contaminação da solda,

• tipo de eletrodo utilizado e da compatibilidade entre o metal de


preenchimento e o metal base.

Características da zona fundida e ZTA


A ZTA é a região próxima ao cordão de solda que não sofreu fusão,
porém o calor induzido pela soldagem pode afetar significativamente
a sua microestrutura, podendo ocorrer transformação de fase no
estado solido nessa zona.

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TENSÕES RESIDUAIS NA SOLDAGEM E FORMAS DE ALÍVIO DE


TENSÕES

Na soldagem por fusão a arco, a região fundida (localizada) se


eleva de forma brusca.

Como em todo processo de transformação de solido para


liquido, ha uma dilatação do material (aumento de volume) na
zona de fusão.

TENSÕES RESIDUAIS NA SOLDAGEM E FORMAS DE ALÍVIO DE


TENSÕES

Nas adjacências dessa região, porém, o metal afetado pelo calor


também dilata (além de estar sujeito a ocorrência de distorções), mas
o aumento de volume é restringido e, dessa forma, cria-se,
internamente no material, uma tensão de compressão devido ao
aquecimento.

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TENSÕES RESIDUAIS NA SOLDAGEM E FORMAS DE ALÍVIO


DE TENSÕES

Ao encerrar a solda, ocorre o resfriamento e o material tende a


se contrair. A principio ocorre um alivio de tensões, mas a estreita
região aquecida que estava sob tensão de compressão tem uma
limitação nessa contração e passa a ficar sob tensão de tração.

Essa tensão de tração do resfriamento e a tensão residual da


soldagem.

Vale dizer que a tensão residual da soldagem tem uma magnitude


tal que e igual ao próprio limite de escoamento do material na
temperatura ambiente, ou seja, são tensões elevadíssimas (ZEEMAN,
2003, p. 1).

INFLUÊNCIA DO CARBONO NA SOLDABILIDADE DE METAIS -


Diagrama Fe-C

O elemento químico de ligas metálicas que exerce maior influencia


na soldagem e o carbono. Nas ligas Fe-C, que incluem os aços e
ferros fundidos, e justamente o carbono que determina a maior ou
menor solvabilidade dessas ligas.

Essa influencia e tal que para teores de carbono igual ou menor que
0,4% (em peso) a solda pode ser realizada com facilidade.

Porém, ao aumentarmos esse teor de carbono para valores mais


elevados a facilidade em soldar diminui significativamente.

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TIPOS E FUNÇÕES DE CONSUMÍVEIS

a) Arames: é o elemento de soldagem (bobinado), que formará a liga da


solda. Sendo assim, e necessário que o material do fio do arame seja o
mesmo do metal base a ser soldado.

Assim, para soldar aço inoxidável usa-se arame (fio) de aço inoxidável; e
para soldar alumínio e suas ligas, utiliza-se arame (fio) de alumínio.

Os arames de soldagem são muito utilizados no processo de soldagem MIG-MAG


e arame tubular (FCAW).

TIPOS E FUNÇÕES DE CONSUMÍVEIS

Alguns elementos extras são adicionados na composição do


arame para proteger a solda. Por exemplo, manganês, silício e
titânio no arame auxiliam no processo de desoxidação da solda.

Alguns arames são revestidos com materiais de determinados


elementos com a finalidade, sempre, de proteger a solda. É o
caso de arames revestidos de cobre (fios de aço revestidos de
cobre) que protegem a solda de eventuais oxidações.

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TIPOS E FUNÇÕES DE CONSUMÍVEIS

A arame utilizado na soldagem arames tubulares (FCAW)


possui o interior preenchido por um fluxo, o que garante a este
processo características especiais.

A combinação do fluxo contido no interior do arame aliada à


proteção gasosa externa produz soldas de alta qualidade, arco
estável e baixo nível de respingos. A composição química do
fluxo também influencia nas propriedades mecânicas do metal
depositado.

TIPOS E FUNÇÕES DE CONSUMÍVEIS


b) Varetas: cilindros metálicos no formato de varetas (imagine um grafite de
lapiseira em tamanho ampliado) que também podem ser nus ou revestidos.

As varetas são muito utilizadas na soldagem oxiacetilênica, brasagem e


soldagem TIG como metal de adição, propiciando uma ótima qualidade de
acabamento.

VARETA TIG AÇO INOX


VARETA COBRE

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TIPOS E FUNÇÕES DE CONSUMÍVEIS

c) Eletrodos: podem ser nus ou revestidos (mais comum), podendo


ser sólidos ou tubulares. A alma do eletrodo (núcleo) e metálica e
condutora de eletricidade, esta revestida por uma resina que, ao ser
aquecida, queima e expulsa o oxigênio no momento da fusão.

Durante a soldagem, a alma do eletrodo se funde, o revestimento se


desprende e libera gases que protegem a poça de solda do contato
com a atmosfera.

A resina liberada pelo eletrodo e a responsável pela formação da


camada de escória, que tem a função de proteger o cordão de solda
de contaminantes e controlar o processo de resfriamento.

O Quadro a seguir nos mostra que eletrodos e varetas (consumíveis) possuem


elementos de liga que lhes conferem propriedades próprias.

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Qual é a diferença entre os processos MIG e MAG?

MAG é uma abreviação de Metal Active Gas e utiliza um gás ativo como
proteção, ou seja, um gás que participa ativamente de alterações
metalúrgicas da poça de fusão ou na solda.

O gás CO2, por exemplo, é um gás ativo e pode ser usado na forma pura ou
misturado com Argônio e outros gases combinados. O processo MAG pode
contemplar misturas de dois gases (Exemplos: Argônio + CO2 ou Argônio +
Oxigênio) .

A soldagem MAG é normalmente utilizada em materiais ferrosos e,


dependendo da combinação dos gases, na soldagem de aços inoxidáveis.

Qual é a diferença entre os processos MIG e MAG?

MIG é uma abreviação de Metal Inert Gas e utiliza um gás de


proteção inerte, ou seja, um gás que não participa de alterações
metalúrgicas da poça de fusão ou na solda.

Argônio e Hélio, por exemplo, são gases inertes, podendo ser


usados isoladamente ou misturados. A soldagem MIG é
normalmente utilizada em materiais não ferrosos, como alumínio,
cobre, entre outros.

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As microestruturas dos materiais metálicos definem suas


propriedades mecânicas, visto que são resultados de um arranjo
atômico (cristalino) decorrente do processo de solidificação do
metal.

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A microestrutura é formada por um conjunto orientado de grãos, que se


formam a medida que a poça de fusão vai se solidificando.

O inicio da formação desses grãos (que, vale lembrar, são cristais que se
desenvolvem segundo determinadas orientações) ocorre a partir do
ponto de menor temperatura na solda, como mostra a Figura a seguir.

Assim, temos que o tamanho final dos grãos tem enorme influencia na
resistência mecânica da solda.

Regiões da ZTA e suas temperaturas de ocorrência

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TENSÕES RESIDUAIS NA SOLDAGEM E FORMAS DE ALÍVIO DE TENSÕES

Essas tensões residuais de caráter de tração são as fontes


principais geradoras de trincas. Assim, e sempre importante reduzir
ao máximo o nível de tensões residuais no material soldado.

Uma das formas de reduzir a ocorrência desse defeito, além do pré-


aquecimento é a partir da realização do tratamento de alivio de tensões.

TENSÕES RESIDUAIS NA SOLDAGEM E FORMAS DE ALÍVIO DE TENSÕES

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TÊMPERA

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REVENIDO OU REVENIMENTO

RESUMÃO

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Para a escolha do metal de adição os seguintes parâmetros devem ser considerados:


• Capilaridade.
• Molhabilidade.

O metal de adição fundido deve molhar a superfície dos metais brasados para
que ocorra o fenômeno de ascensão capilar possibilitando que a união seja
realizada. Se não, não brasa!!!

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DEFEITOS NA ZTA
FISSURAÇÃO POR HIDROGÊNIO, DECOESÃO LAMELAR, TRINCAS DE AQUECIMENTO

DEFEITOS NA ZTA
FISSURAÇÃO POR HIDROGÊNIO (TRINCA A FRIO)
Descontinuidades relacionadas a taxa de resfriamento. Quanto maior
a taxa de resfriamento mais facilmente a estrutura pode trincar. A
fissuração por hidrogênio e consequência da ação simultânea de 3
fatores:

(1) Presença de hidrogênio dissolvido no metal fundido;

(2) Tensões residuais associadas a soldagem;

(3) Microestrutura frágil (normalmente a martensita) ;

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DEFEITOS NA ZTA
FISSURAÇÃO POR HIDROGÊNIO (TRINCA A FRIO)

i) Fazer o controle atmosférico de hidrogênio usando um eletrodo


o mais seco possível;

ii) Realizar um pré-aquecimento no material a ser soldado,


diminuindo a possibilidade de ocorrência de microestrutura frágil;

iii) Realizar controle de tensões (deformações) que induzem


a formação de discordâncias que transportam hidrogênio pela
microestrutura do aço;

DEFEITOS NA ZTA
DECOESÃO LAMELAR
Defeito comum em chapas grossas laminadas, que resulta de
imperfeições no metal base acrescidas pelas deformações provocadas
pela soldagem.

Sua aparência e equivalente as lamelas, que são camadas sobrepostas


formando degraus; dai a denominação lamelar.

Decoesão vem do fato das partes não estarem ligadas uniformemente


entre si, ou seja, sem coesão.

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DEFEITOS NA ZTA
TRINCAS DE AQUECIMENTO ( TRINCAS DE REAQUECIMENTO)
Podem ocorrer em alguns aços de baixa liga nos contornos de grão, na
região de granulação grosseira da ZTA, apos a solda ter entrado em
serviço a altas temperaturas (trincas de aquecimento) ou ter sido
tratada termicamente (trincas de reaquecimento).

Causa: Endurecimento no interior dos grãos, que gera deformação


apenas nos contornos do grão que se somam a impurezas.

ELETRODOS – TIPOS E APLICAÇÕES


Responsável por realizar o preenchimento do canal de
solda no metal base.

Tanto a ABNT como a AWS possuem normas para designar um


determinado tipo de eletrodo.

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ESPECIFICAÇÃO DE ELETRODO REVESTIDO

Segundo a AWS 5.1, a forma de especificar esses dois tipos de


eletrodos segue as regras ilustradas nas Figuras conforme segue:

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ESPECIFICAÇÃO DE ELETRODO REVESTIDO

No caso de aços ligados, temos que a Figura indica a forma de


designar o eletrodo (AWS A5.5).

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APLICAÇÕES
Realize a especificação dos Eletrodos abaixo citados:

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MIG / MAG

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