Príncipios Do Tratamento Na Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)

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Príncipios do Tratamento na

Terapia Cognitivo
Comportamental (TCC)
Ma. Dayanna Gomes Santos
Princípio 1. Os planos de tratamento na TCC estão baseados em uma
conceitualização cognitiva em desenvolvimento contínuo.

A conceitualização dos clientes é baseada nos dados que eles fornecem na


avaliação, informada pela formulação cognitiva (cognições-chave, estratégias
comportamentais e fatores de manutenção que caracterizam seu[s] transtorno[s]).
Desde o início, também incorpora-se seus pontos fortes, qualidades positivas e
recursos à minha conceitualização. E continua-se aprimorando essa
conceitualização durante a terapia à medida que se coleta dados adicionais e
usa-se a conceitualização para planejar o tratamento.
Princípio 2. A TCC requer uma aliança terapêutica sólida.

Usar boas habilidades de abordagem rogeriana, investigar sua reação ao plano


de tratamento, tomar decisões colaborativas sobre o tratamento, dar justificativas
para as intervenções, usar autoexposição, pedir feedback durante e no final das
sessões e trabalhar duro para atingir (e fazê-lo reconhecer) o progresso contribuiu
para a aliança terapêutica.
Princípio 3. A TCC monitora continuamente o progresso do cliente.

Os resultados dos clientes são melhorados quando clientes e terapeutas recebem


feedback sobre como os clientes estão progredindo. Com ênfase crescente em
uma orientação para a recuperação, atualmente muitos terapeutas que exercem a
TCC também medem o funcionamento geral dos clientes, seu progresso em
direção aos seus objetivos e o sentimento de satisfação, conexão e bem-estar.
Princípio 4. A TCC é culturalmente adaptada e adapta o tratamento ao
indivíduo.

TCC tende a enfatizar a racionalidade, o método científico e o individualismo. Clientes


de outras culturas podem ter valores e preferências diferentes: por exemplo, raciocínio
emocional, graus variados de expressão emocional e coletivismo ou interdependência.
Certifique-se de informar-se sobre as características dos clientes e antecipe como essas
diferenças podem ser relevantes para o tratamento. Hays (2009) descreve estratégias
para tornar a TCC culturalmente responsiva, incluindo a avaliação das necessidades do
cliente e da família, enfatizando um comportamento culturalmente respeitoso,
identificando pontos fortes e suportes culturalmente relacionados e validando as
experiências de opressão dos clientes. É claro que você ainda precisará conceitualizar o
cliente específico e evitar presumir que precisará variar o tratamento para um
determinado indivíduo.
Princípio 5. A TCC enfatiza o positivo.

Pesquisas recentes demonstram a importância de enfatizar a


emoção e a cognição positivas no tratamento da depressão (ver, p.
ex., Chaves et al., 2019). Você ajuda os clientes ativamente a
trabalharem no cultivo de estados de humor e pensamento
positivos. Isso também é muito importante para inspirar esperança.
Princípio 6. A terapia cognitivo-comportamental é educativa, tem como
objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a
prevenção de recaída.

Educação sobre o processo da terapia cognitivo-comportamental e sobre o


modelo cognitivo (i. e., como seus pensamentos influenciam suas emoções e
comportamento).
Definição de objetivos e como identificar e avaliar pensamentos e crenças e a
planejar a mudança comportamental.
A cada sessão faço com que ela leve para casa algumas anotações sobre a
terapia – ideias importantes que aprendeu.
Princípio 7. A terapia cognitivo-comportamental visa ser limitada no tempo.

Muitos pacientes com depressão e transtornos de ansiedade são tratados em


um espaço de 6 a 14 sessões. Os objetivos do terapeuta são promover o alívio
dos sintomas, facilitar a remissão do transtorno, ajudar o paciente a resolver
seus problemas mais urgentes e ensinar habilidades para evitar a recaída.

Nem todos os pacientes têm sucesso suficiente em alguns poucos meses.


Alguns deles precisam de um ou dois anos de terapia (ou possivelmente mais)
para modificarem crenças disfuncionais muito rígidas e padrões de
comportamento que contribuem para seu sofrimento crônico.
Princípio 8. As sessões de terapia cognitivo-comportamental são
estruturadas.

Essa estrutura inclui uma parte introdutória:


Fazer uma verificação do humor, examinar rapidamente a semana, definir
colaborativamente uma pauta para a sessão)
Uma parte intermediária:
Examinar o exercício de casa, discutir os problemas da pauta, definir um novo
exercício de casa, fazer resumos.
Uma parte final:
Eliciar um feedback.
Princípio 9. A terapia cognitivo-comportamental ensina os pacientes a
identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças
disfuncionais.

O terapeuta ajuda o paciente a identificar as principais cognições e a adotar


perspectivas mais realistas e adaptativas.
Técnica: descoberta guiada - Questionamento socrático.
Investigar a validade e utilidade dos pensamentos disfuncionais e fazer os
registros para serem lidos durante a semana como exercício para casa.
Princípio 10. A terapia cognitivo-comportamental usa uma variedade de
técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento.

Os tipos de técnicas que você escolhe serão influenciados pela sua conceituação
do paciente, pelo problema que vocês estão discutindo e pelos seus objetivos
para a sessão. Ex: Gestalt, psicodinâmica.
Relação terapêutica
Demonstrar boas habilidades terapêuticas e compreensão acurada.

Compartilhar sua conceituação e plano de tratamento.

Tomar decisões colaborativamente.

Buscar o feedback.

Variar seu estilo.

Ajudar o paciente a resolver seus problemas e a aliviar sua angústia.


Relação terapêutica na TCC
Ma. Dayanna Gomes Santos
Demonstrar boas habilidades terapêuticas e compreensão
acurada.
Você demonstra continuamente o seu compromisso e a compreensão do paciente
por meio das suas afirmações empáticas, escolha das palavras, tom de voz,
expressões faciais e linguagem corporal.
“Eu me importo com você e o valorizo.”
“Eu quero entender o que você está passando e ajudá-lo.”
“Estou confiante de que juntos poderemos trabalhar bem e que a terapia cognitivo-comportamental irá
ajudá-lo.”
“Eu não estou sobrecarregado com os seus problemas, muito embora você possa estar.”
“Eu já ajudei outros pacientes bem parecidos com você.”
Demonstrar boas habilidades terapêuticas e compreensão
acurada.
Sentir-se digno de estima, quando você é cordial, amistoso e interessado.
Sentir-se menos sozinho, quando você descreve o processo de trabalharem
juntos como equipe para resolverem seus problemas e trabalharem em
direção aos objetivos dele.
Sentir-se mais otimista, quando você se apresenta com esperanças
realistas de que o tratamento irá ajudar.
Sentir maior senso de autoeficácia, quando você o ajuda a ver o crédito que
ele merece pela solução dos problemas, por fazer os exercícios de casa e
envolver-se em outras atividades produtivas.
Compartilhar sua conceituação e plano de tratamento.

Você vai compartilhar constantemente a sua conceituação com o paciente e


vai lhe perguntar se lhe “soa verdadeiro”.
Solicitar o feedback do paciente fortalece a aliança e permite que você o
conceitue com mais precisão e conduza um tratamento efetivo.
Tomando decisões colaborativamente

Ao mesmo tempo que guia o paciente durante as sessões, você também vai
estimular ativamente a participação dele. Vai ajudá-lo a priorizar os
problemas para os quais ele deseja ajuda na solução durante uma sessão.
Vocês agem constantemente como uma equipe.
Buscando Feedback

Você vai estar constantemente alerta às reações emocionais do seu


paciente durante a sessão, observando suas expressões faciais, linguagem
corporal, escolha das palavras e tom de voz.
Quando reconhecer que o paciente está vivenciando um aumento na
angústia, você fará referência a isso na hora: “Você parece angustiado. O
que estava passando pela sua cabeça?”.
Sempre solicitar feedback no final das sessões: “O que você achou da
sessão? Houve alguma coisa que o aborreceu ou que acha que eu entendi
errado? Existe alguma coisa que você quer fazer de forma diferente da
próxima vez?”. Fazer essas perguntas poderá fortalecer a aliança
significativamente.
Variando seu estilo

A maioria dos pacientes vai lhe responder de maneira positiva quando você
for atencioso, empático e interessado. Entretanto, ocasionalmente algum
poderá ter uma reação negativa.
A observação das reações emocionais do paciente na sessão é importante
para que possa mudar a forma como se coloca e ajudar o paciente a se
sentir mais confortável ao trabalhar com você.
Ajudando o paciente a aliviar a angústia

Uma das melhores maneiras de fortalecer a relação terapêutica é sendo um


terapeuta cognitivo-comportamental eficiente e competente. Pesquisas
demonstraram que a aliança se fortalece quando a sintomatologia do
paciente diminui (DeRubeis e Feeley, 1990; Feeley, DeRubeis e Gelfand,
1999).
EMPIRISMO COLABORATIVO

Uma das melhores maneiras de fortalecer a relação terapêutica é sendo um


terapeuta cognitivo-comportamental eficiente e competente. Pesquisas
demonstraram que a aliança se fortalece quando a sintomatologia do
paciente diminui (DeRubeis e Feeley, 1990; Feeley, DeRubeis e Gelfand,
1999).
O terapeuta envolve o paciente em um processo altamente colaborativo, no
qual existe uma responsabilidade compartilhada pelo estabelecimento de
metas e agendas, por dar e receber feedback e por colocar em prática os
métodos de TCC na vida cotidiana.

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