Seletividade
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gratuitamente. No entanto, a maioria dos livros são vendidos e a receita oriunda da venda
desses livros é o “ganha-pão” de milhares de famílias de escritores, designers grá cos,
diagramadores, revisores, ilustradores, diretores e de uma in nidade de pro ssionais
envolvidos na publicação de um livro. Sempre que você puder, compre um livro original!
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Sumário
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Resumo
A seletividade alimentar é um comportamento característico de pessoas diagnosticadas com
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e tornou-se objeto de estudo por vários autores,
pois caracteriza-se por uma dieta restritiva que pode trazer consequências para o
desenvolvimento. Inúmeros artigos cientí cos em língua inglesa trazem intervenções que
podem diminuir a frequência desse comportamento, porém a quantidade de estudos em
português é muito menor e a linguagem utilizada nas pesquisas, di culta a reprodução
destes estudos por pro ssionais com conhecimento básico da análise de comportamento.
Portanto, os objetivos do presente livro foram: a) identi car as principais estratégias
analítico-comportamentais para o tratamento da seletividade alimentar e da recusa de
alimentos. b) identi car e extrair dessas pesquisas elementos para elaboração de um
manual didático sobre intervenções para o tratamento da seletividade alimentar e da recusa
de alimentos. Para isso foi realizado o levantamento de revisões sistemáticas ou
metanálises para análise e seleção de pesquisas que apresentem intervenções
comportamentais. Após a leitura desses artigos foram elaboradas descrições breves,
selecionando os tipos de intervenções, os procedimentos para aplicação das mesmas e
apresentação dos resultados obtidos.
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Abstract
Food selectivity is a characteristic behavior of people diagnosed with Autism Spectrum
Disorder (ASD) and has become the object of study by several authors, as it is
characterized by a restrictive diet that can have consequences for development. Numerous
scienti c articles in English provide interventions that can reduce the frequency of this
behavior, but the number of studies in Portuguese is much smaller and the language used in
research makes it di icult for professionals with basic knowledge of behavior analysis to
reproduce these studies. Therefore, the objectives of this book were: a) to identify the main
behavioral-analytic strategies for the treatment of food selectivity and food refusal. b)
identify and extract from these research elements for the elaboration of a didactic manual on
interventions for the treatment of food selectivity and food refusal. For this, a survey of
systematic reviews or meta-analyses was carried out to analyze and select studies that
present behavioral interventions. After reading these articles, brief descriptions were
prepared, selecting the types of interventions, the procedures for applying them and
presenting the results obtained.
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Autismo e alimentação
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se caracteriza por alterações/atrasos no
desenvolvimento neurológico do indivíduo ao longo de sua vida, é identi cado na primeira
infância e está relacionada a prejuízos na comunicação e no relacionamento com outras
pessoas (Hahler & Elsabbagh, 2015). Segundo Hahler e Elsabbagh, na última década, o TEA
foi se tornando protagonista de muitas discussões e, portanto, mais reconhecido pela
população do mundo inteiro. Os pais e pro ssionais de todo o mundo apresentam
semelhanças ao relatarem suas experiências e incertezas após o diagnóstico de uma criança
autista.
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Segundo Hahler e Elsabbagh (2015), no ano de 2010 o levantamento realizado estimou que
aproximadamente 52 milhões de pessoas haviam sido diagnosticadas com autismo. Já em
2012 cerca de 1% a 2% tinham o diagnóstico de algum tipo de autismo, em perspectiva
global. Há um aumento considerável no diagnóstico do TEA, que pode ser justi cado pelo
aumento da conscientização a respeito do assunto, amplitude nos critérios diagnósticos e
aprimoramento das medidas que identi cam esse transtorno.
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Buie (2013) ressaltou que considerações a respeito da relação entre a alimentação, mais
especi camente o consumo do glúten, e a causa do autismo e outras condições
neuropsiquiátricas vêm se destacando desde o primeiro diagnóstico do TEA. O autor
informou que muitas pesquisas buscam avaliar relações comportamentais com hábitos
alimentares de crianças autistas. Porém, esses estudos não possuem métodos que
demonstram uma correlação positiva entre o consumo de glúten e uma piora nos
comportamentos estereotipados. Além disso, alertou que é preciso cuidado ao defender que
pessoas com diagnóstico de TEA geralmente possuem intolerância ao glúten ou a caseína.
Existem diferenças entre a intolerância, a alergia e a di culdade em digerir determinados
alimentos, fatores que, segundo o autor, não são tomados como base para estabelecer
resultados estatisticamente relevantes nas pesquisas já realizadas.
Kral, Eriksen, Souders e Pinto-Martin (2013) a rmaram que cuidadores de crianças com
diagnóstico de TEA enfrentam di culdades no quesito da alimentação, pois a maioria de
crianças que recebem esse diagnóstico também apresentam resistência em incluir
alimentos novos a sua dieta. Junto à di culdade na ingestão de novos alimentos, os pais e
cuidadores de crianças com diagnóstico de TEA trouxeram questões que envolvem queixas
relacionadas a problemas gastrointestinais. Dentre essas queixas estão dores estomacais,
diarréia, prisão de ventre, entre outras. Os autores defendem que esses sintomas podem
ser relacionados aos medicamentos ingeridos por algumas crianças autistas com
comportamentos desadaptativos graves, pois os medicamentos podem desencadear efeitos
colaterais semelhantes aos relatados anteriormente, como desconfortos abdominais, entre
outros problemas gastrointestinais.
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Kral et al. (2013) apontaram que as pessoas diagnosticadas com TEA são classi cadas como
“muito exigentes” no que se refere à alimentação; costumam preferir alimentos com textura
parecida a de um purê e apresentam uma dieta mais restrita, quando comparada a outras
pessoas com desenvolvimento típico. Esses fatores são de signi cativa relevância pois, ao
restringir a ingestão de variados alimentos, sejam por sua textura, odor ou cor, crianças
com autismo podem desenvolver de ciências nutricionais que desencadeiam dé cits no
desenvolvimento e no crescimento.
Além das condições citadas anteriormente, Kral et al. (2013) descreveram fatores como a
alteração da flora intestinal que podem estar diretamente relacionados ao aumento
exacerbado na ingestão de antibióticos. Kral et al. destacaram uma correlação positiva entre
o grau do autismo e os desconfortos abdominais relatados por crianças e seus cuidadores.
Ainda segundo os autores, alguns cuidadores têm adotado dietas mais restritivas com
relação a ingestão de glúten e a caseína com o objetivo de diminuir os problemas intestinais
e também por acreditarem que esse tipo de dieta pode diminuir comportamentos
característicos do autismo. Porém, segundo Kral et al., não existem pesquisas
experimentais que comprovem que essas restrições são e cientes na diminuição dos
desconfortos abdominais e também na alteração de comportamentos.
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O procedimento utilizado por Whiteley et al. (1999) foi explicar aos pais sobre uma dieta
sem glúten e apresentação de alimentos alternativos, ressaltando a importância de manter
uma dieta restritiva durante o período da pesquisa. Para recolher as informações, foram
utilizados questionários, testes psicométricos, pesquisa de satisfação dos pais e análises
urinárias, com o objetivo de veri car quais as alterações causadas após a intervenção na
dieta das crianças.
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Os principais resultados encontrado por Whiteley et al. (1999 ) foram que, de acordo com a
observação de pais e professores, após três meses de início da dieta, as crianças
apresentaram diminuição em comportamentos característicos do autismo, como melhora na
comunicação verbal, diminuição do comportamento de autoagressão, além da diminuição na
frequência de comportamentos hiperativos e impulsivos. Porém, os resultados não
apresentam relevância signi cativa ao serem avaliados estatisticamente. Dentre os
problemas metodológicos que não possibilitam a generalização dos dados obtidos,
encontram-se uma amostra pequena de participantes, a influência que os pais podem
exercer nos resultados, pois estão intimamente relacionados com o objeto de estudo. Além
disso, os relatos de melhorias no comportamento não foram identi cados de forma
heterogênea em todos os participantes, portanto os resultados podem ser influenciados por
gênero, idade, desenvolvimento e educação.
Elder et al., (2006) realizaram uma pesquisa similar à pesquisa de Whiteley et al. (1999). No
entanto, Elder et al. utilizaram outras ferramentas com o objetivo de diminuir os problemas
metodológicos comumente encontrados em pesquisas semelhantes. Participaram da
pesquisa 15 crianças com diagnóstico de TEA, sendo 12 meninos. Elder et al. utilizaram um
procedimento duplo-cego como estratégia para que os observadores e os pais dos
participantes não pudessem influenciar os resultados, tendo em vista que estabelecem
relações muito próximas com as crianças. Além disso, Elder et al. dividiram o grupo de
participantes de forma randomizada para a distribuição da dieta sem glúten e sem caseína,
com a função de que uma parte dos participantes cassem com um placebo e a outra
estivesse seguindo uma dieta mais restritiva.
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Os resultados relatados por Elder et al. (2006) indicaram alguma melhora em determinados
comportamentos característicos do autismo, porém de forma individual e em pequena
quantidade. Com relação aos resultados do grupo como um todo, não foram encontrados
dados estatisticamente signi cativos, fator justi cado pelos autores por se tratar de uma
amostra muito heterogênea. Portanto, Elder et al. ressaltaram que há necessidade de
realizar outras pesquisas com uma amostra maior e buscando soluções para os problemas
metodológicos encontrados em sua pesquisa.
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Os dados da pesquisa de Schreck et al. (2004) foram coletados por meio do preenchimento
de questionários que levantaram informações a respeito dos comportamentos e
preferências alimentares infantil. Além de uma escala de classi cação de autismo, com o
objetivo de distinguir as crianças consideradas típicas e das crianças com TEA. Um
questionário de história pessoal foi utilizado para levantar mais dados a respeito dos
diagnósticos recebidos até o momento de vida atual da criança.
Os resultados relatados por Schreck et al. (2004) indicaram que as crianças com TEA
possuem mais restrições alimentares que as crianças típicas. Entre os fatores identi cados,
as crianças com TEA tendem a recusar mais alimentos do que as do grupo controle, seja
pela textura, cor ou formato da apresentação. Além disso, os dados apontaram que as
famílias consomem uma variabilidade semelhante à de grupos de alimentos, portanto a
restrição alimentar dos autistas não teria relação com uma apresentação menor na
variabilidade de alimentos. Ou seja, a condição de seletividade alimentar não tem relação
direta com uma dieta restrita seguida pelos familiares das crianças, tendo em vista que os
familiares consomem uma alta variedade de alimentos e estes são oferecidos regularmente
às crianças. Schreck et al. sugeriram que novas pesquisas sejam realizadas buscando
solucionar problemas metodológicos de sua pesquisa como, por exemplo, o processo de
seleção das famílias e a quantidade de participantes com TEA, que pode indicar uma
tendência por selecionar mais crianças com esse transtorno, quando comparado ao número
de participantes com desenvolvimento típico.
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Hubbard, Anderson, Curtin, Must, e Bandini (2014) realizaram uma pesquisa cujos
resultados corroboram os resultados encontrados por Schreck et al. (2004). A pesquisa
realizada por Hubbard et al. (2014) contou com a participação de crianças 53 com TEA e 58
com desenvolvimento típico, na faixa etária de 3 a 11 anos. O procedimento para coleta de
dados foi a realização de entrevistas com os pais das crianças, após eles terem respondido
um questionário demográ co/médico. Nas entrevistas, eram feitas perguntas a respeito da
alimentação e também sobre a recusa de alimentos por parte das crianças.
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Os resultados encontrados por Hubbard et al. (2014) apontaram que crianças com
diagnóstico de TEA tendem a recusar mais alimentos que crianças com desenvolvimento
típico, tendo como base as especi cações textura, sabor, odor, marca e mistura de
alimentos. Já nas especi cações de temperatura, cor e alimentos tocando outros, os
resultados foram semelhantes entre os dois grupos.
Hubbard et al. (2014) apresentaram como limitação deste estudo o fato de os dados serem
baseados apenas em relatos dos pais das crianças. Por esse motivo, os relatos podem
sofrer influências da percepção individual dos pais, nos casos em que os lhos não são
capazes de comunicar-se. Além disso, a recusa de determinados alimentos pode ser
justi cada por inúmeras características, seja por sua cor, textura ou sabor, condição que
não pode ser completamente avaliada pelo método utilizado ao longo dessa pesquisa.
O número de pesquisas voltadas para a dieta de crianças com autismo e a influência das
restrições alimentares em comportamentos característicos da TEA tem aumentado
consideravelmente nos últimos anos. Além destes fatores, alguns autores têm abordado
também a seletividade alimentar, que surge como principal característica para a recusa de
alimentos. Esse assunto será em detalhes ao longo deste livro.
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Seletividade alimentar
Matson e Fodstad (2009) de niram seletividade alimentar como um comportamento atípico,
característico de pessoas com diagnóstico de TEA, para a seleção de alimentos com base
em sua textura ou tipo. Os autores a rmaram que esse comportamento estereotipado
mantido nos hábitos alimentares, pode sofrer influências de comorbidades, alterações
biológicas e fatores ambientais. Matson e Fodstad ressaltam a importância de de nir
melhor os problemas relacionados à alimentação de pessoas com TEA e defendem que as
pesquisas nessa área são de extrema relevância.
Os resultados relatados por Ahearn et al. (2001) indicaram que existem três padrões
distintos apresentados pelos participantes ao entrarem em contato com os alimentos. O
primeiro é a aceitação geral de alimentos, recusa total e seletividade por tipo ou textura do
alimento. Dezessete participantes apresentaram aceitação seletiva pelo tipo ou textura,
indicando que a forma como o alimento é oferecido para a criança interfere na sua aceitação
ou recusa.
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Ahearn et al. (2001) ressaltaram que os resultados precisam ser avaliados de forma
ponderada, pois algumas crianças recusaram alimentos que costumavam aceitar em casa
devido à apresentação diferente da habitual. Além disso, não possuíam um grupo de
crianças com desenvolvimento típico para que os dados fossem comparados entre outros
tipos de participantes. Portanto, para novas replicações, caberia desenvolver melhorias na
metodologia, para que os resultados pudessem representar mais crianças com o mesmo
diagnóstico.
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Estratégias de intervenção
Alguns artigos relatam intervenções com crianças que apresentavam seletividade alimentar.
Essas intervenções geralmente são realizadas por meio de treinamentos com os pais, para
que estes tenham capacidade de apresentar novos alimentos e diminuir a frequência de
rejeição na inserção de uma dieta mais variada. Nesta seção serão apresentados alguns
exemplos de estudos empíricos realizados neste sentido.
Participaram da pesquisa de Seiverling et al. (2012) três meninos com idades de quatro, oito
e cinco anos e suas respectivas mães. Antônio (Tommy, no artigo) tinha quatro anos e sua
mãe era dona de casa. Luiz (Lance, no artigo) tinha oito anos e sua mãe era professora da
educação especial. João (Noah, no artigo) tinha cinco anos e sua mãe também era dona de
casa. As sessões eram realizadas durante o jantar e todas foram lmadas visando melhorar
a coleta de dados. O procedimento, de maneira geral, constituiu-se em apresentar o
alimento e solicitar que a criança desse uma pequena mordida, engolindo-o sem cuspir ou
retirar-se da mesa. Após realizar essa etapa, a criança era autorizada a sair da mesa pelo
prazo de três minutos. Ao retornar, deveria cumprir a tarefa de consumir uma porção
maior do alimento. Essas sessões foram denominadas de paladar. Após cumprir 10 sessões
da etapa paladar a criança passava para a etapa denominada de sonda, durante 10 minutos,
na qual eram apresentados alimentos diferentes daqueles da etapa anterior, visando avaliar
se a criança aceitaria consumir aquele alimento. Nessa etapa não havia a obrigatoriedade do
alimento ser consumido.
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Os resultados de Seiverling et al. (2012) indicam que incluir os pais e cuidadores por meio
da modelagem das fases de paladar, sonda e o acompanhamento, têm influenciado os
resultados da pesquisa. A mãe do Antônio executou as etapas de forma adequada em 40%
das sessões de paladar, e 85% nas sessões de sonda. A mãe de Luiz obteve acerto de 44%
nas sessões de paladar, na linha de base, e 86% nas sessões de sonda. A mãe de João obteve
acertos em 29% nas sessões de paladar e 70% nas sessões de sonda. Os resultados
apresentados indicaram comparações entre as etapas de linha de base das sessões de
paladar e sonda. Portanto, indicam que o desempenho das mães foi evoluindo conforme a
pesquisa ia avançando.
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Participou da pesquisa, de Allison et al. (2012), um menino de três anos, diagnosticado com
autismo, que foi encaminhado por conta da seletividade alimentar. As sessões foram
realizadas por psicólogos treinados em uma centro de tratamento para autistas. Na sala das
sessões, o participante tinha acesso a alimentos e talheres, além de em algumas etapas
serem disponibilizados brinquedos de sua preferência.
Os procedimentos utilizados por Allison et al. (2012) foram análises funcionais dos
comportamentos do participante, realizadas em duas condições: a de controle e a de fuga,
visando avaliar qual das duas mantêm os comportamentos-problema. Na condição de fuga o
psicólogo apresentava uma pequena porção de comida, caso a criança apresentasse
comportamento de fuga, o alimento era retirado e apresentado novamente após o término
do comportamento problema. Durante a condição de controle, nenhuma consequência foi
apresentada caso a criança respondesse com comportamento problema, além de ter acesso
aos brinquedos preferidos, selecionados anteriormente, e recebeu a atenção do terapeuta.
Foram realizadas de cinco a 10 sessões por dia, variando em duas ou três vezes na semana.
A comida era apresentada em uma colher pequena com uma porção do alimento de 30 em
30 segundos em um prazo de cinco minutos. Durante essa etapa, os observadores
anotavam a latência até o consumo, comportamentos-problema, verbalizações negativas e
aceitação. Após 30 segundos que o participante colocou a comida na boca, o psicólogo
veri cava se a mesma havia sido engolida. Em caso a rmativo respondia com “bom” e em
caso negativo emitia o aviso “engolir”.
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Segundo Allison et al. (2012), as duas formas de intervir na seletividade alimentar funcionam
e atingem o objetivo, portanto cabe aos cuidadores escolherem qual a intervenção a ser
utilizada. No caso da pesquisa, a mãe do participante optou por usar o reforço não
contingente com a extinção de fuga, pois segundo os pesquisadores, esse modelo é mais
fácil de ser replicado pelos cuidadores em casa. Segundo relato dos pais da criança, a opção
de reforço não contingente, apresentando os brinquedos preferidos da criança, parece ser
mais “agradável” para a situação. Um fator limitante indicado pelos pesquisadores é não
testar a extinção de fuga separada do reforço não contingente, portanto não foram capazes
de diferenciar qual dos dois fatores exercem maior influência sobre a seletividade
alimentar.
Turner et al. (2020) também realizaram uma pesquisa com o objetivo de encontrar uma
forma de intervenção que fosse menos restritiva e intrusiva. Participaram da pesquisa dois
meninos. Bruno (Brian, no artigo) 6 anos, diagnosticado com TEA, apresentava seletividade
alimentar, tinha preferência por alimentos crocantes e doces. Carlos (Carl, no artigo)
também com 6 anos, diagnosticado com TEA, preferia alimentos crocantes e
constantemente consumia alimentos ricos em amido. As sessões foram realizadas na
clínica, na qual as crianças já faziam atividades regulares. Todas as sessões foram gravadas
e alguns dados foram levantados por meio de questionários aplicados aos cuidadores.
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Antes de iniciar a pesquisa de Turner et al. (2020), os participantes passaram por uma
etapa, denominada triagem, na qual apresentavam 18 alimentos para as crianças. Todas as
etapas da pesquisa iniciaram informando à criança que lhe apresentariam alguns alimentos
novos e solicitando que as mesmas respondessem se gostariam de participar dessa
atividade. A criança deveria indicar qual dos alimentos mais lhe interessava. Ao apresentar
o alimento, pequenas porções eram colocadas em frente aos participantes e o pesquisador
dizia “experimente”, caso a criança realizasse o que foi pedido, seu comportamento era
reforçado verbalmente, com “bom trabalho”. Caso a criança não emitisse o comportamento
esperado, o pesquisador esperava 10 segundos, prosseguindo para outra apresentação com
um alimento novo. Além de ser reforçado ao atender o pedido do pesquisador, o
comportamento de permanecer sentado e outros comportamentos alvo desejados por
Turner et al., também foram reforçados. Alimentos não preferidos pelas crianças, foram
incluídos nas etapas de intervenções, visando aumentar a aceitação de novos alimentos,
além dos já consumidos. A linha de base seguiu o procedimento idêntico aos da etapa de
triagem, o único fator diferente se deu na apresentação dos alimentos, que nesta etapa
foram apresentados em grupos de três, tanto do conjunto maior quanto do conjunto menor.
Turner et al. (2020) realizaram duas sessões por dia, cada uma delas com uma condição. As
condições foram divididas em duas, um conjunto menor composto por 3 alimentos e outro
conjunto maior composto por 15 alimentos. Essa divisão em duas condições tem como
objetivo avaliar qual das intervenções tem efeito sobre o comportamento da seletividade
alimentar. Nas sessões que eram utilizadas o conjunto menor, foram apresentadas três
porções dos mesmos alimentos ao longo de toda a pesquisa. Já nas sessões em que a
condição era o conjunto maior, os 15 alimentos foram divididos em cinco grupos de três,
sendo apresentados de forma randomizada.
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Turner et al. (2020) estabeleceram alguns critérios para garantir que os participantes
estivessem diminuindo a seletividade alimentar, conforme iam prosseguindo nas atividades.
O primeiro critério relaciona-se com uma gradual apresentação ao alimento, à exemplo, os
pesquisadores solicitaram o toque, o paladar e a lambida, durante 3 a 4 sessões
consecutivas. Quando o participante respondesse de forma correta a 100% das instruções
durante o prazo estabelecido na pesquisa, prosseguia para etapas na qual deveria morder e
consumir o alimento. Ao responder de forma correta em três sessões consecutivas, para a
instrução “comer”, o pesquisador passou a apresentar no lugar de uma porção do mesmo
alimento, duas a três porções. O critério para a conclusão da etapa “comer” foi o consumo
total de 10 porções do alimento apresentadas durante três sessões consecutivas.
Os resultados de Turner et al. (2020) indicaram que na linha de base os dois participantes
recusaram todas as solicitações de tocar no alimento, colocar na boca, lamber e tocar o
alimento na boca. Conforme as sessões de intervenção eram realizadas, os meninos
passaram a oscilar entre 10% a 100% de atendimento às solicitações. Durante essa primeira
etapa, os participantes não consumiram os alimentos, pois ainda estavam realizando
aproximações sucessivas. Na etapa dois, retornaram a linha de base, porém agora recebiam
instruções verbais indicando que consumissem o alimento apresentado. Durante a linha de
base, as crianças consumiram entre 1 a 2 pedaços ao longo de dez sessões. Ao iniciarem a
intervenção, Bruno e Carlos passaram a consumir mais pedaços durante as sessões
variando 1 a 10, conforme a intervenção acontecia.
Esses resultados apresentados por Turner et al. (2020) indicam que a modelagem utilizando
dois grupos de alimentos, de tamanhos variados, pode contribuir para a diminuição do
comportamento de seletividade alimentar. Os autores destacaram que algumas condições
devem ser observadas em seus resultados. A pesquisa não avaliou se a aceitação de outros
alimentos foi generalizada para contextos diferentes do estudado. Algumas condições
tiveram que ser alteradas para que um dos participantes não considerasse aquela interação
com o alimento tão aversiva - episódio de vômito. Apenas um dos participantes consumiu
uma variedade signi cativa de alimentos, tendo em vista que o outro apresentava certa
demora para atender a instruções e cou restrito aos alimentos do conjunto menor.
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Manuais didáticos
Conforme ilustrado pelas pesquisas aqui apresentadas, a seletividade alimentar de pessoas
com TEA tem ganhado destaque e vários autores apresentam procedimentos efetivos
descritos em artigos cientí cos. Porém, cabe ressaltar que a linguagem utilizada nesses
artigos não é acessível aos pro ssionais, que possuem conhecimento básico sobre a análise
do comportamento. Além disso, a maioria das publicações estão em inglês, condição que
di culta a aplicação das técnicas por pro ssionais que não dominam essa língua. A seguir,
serão apresentados alguns exemplos de materiais didáticos e suas características
principais.
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Os pesquisadores indicaram alguns passos que podem contribuir para a aceitação de novos
alimentos. Como ponto de partida, os pais devem fazer uma lista com a dieta seguida pela
criança para, em seguida, selecionar quais comidas são recusadas, de nindo quais
comportamentos aversivos serão alvo das intervenções. Cabe destacar que uma das
estratégias descritas na cartilha, indica apresentar alimentos que possuem cor, textura ou
sabor, semelhante aos de preferência da criança. Além disso, falam sobre a importância da
cautela ao apresentar “alimentos surpresa”, tendo em vista que uma das características
principais do TEA é a di culdade em lidar com mudanças bruscas na rotina.
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Silva & Moreira (2021)
Outra estratégia indicada na cartilha relaciona-se com os horários em que devem ser
realizadas as atividades. Os autores da cartilha publicada pelo Centro de Autismo e
De ciências Relacionadas à Faculdade de Ciências Comportamentais e Comunitárias da
USF (Center for Autism & Related Disabilities at USF College of Behavioral & Community
Sciences University of South Florida) a rmam que no início deve se manter uma rotina e
que as atividades envolvendo os novos alimentos não devem ser realizadas junto às
refeições. Portanto, essas estratégias incentivam brincadeiras e atividades de lazer que
envolvam a comida, visando a diminuição do estresse e de comportamentos aversivos
durante as refeições. Os pesquisadores nalizam a cartilha reiterando a importância do
consumo de uma dieta balanceada e indicando a busca por pro ssionais especializados na
área, para contribuir com a seleção dos alimentos a serem inseridos nos cardápios das
crianças.
Cabe ressaltar que a cartilha trata de assuntos relacionados à alimentação de maneira muito
breve, portanto não poderia ser utilizada como manual por pro ssionais que não possuem
conhecimento aprofundado na área. Além disso, não indicam outras opções de
intervenções, tendo em vista que o processo pode variar com cada participante e podem
exigir o uso de novas estratégias para alcançar o resultado esperado.
Com relação às produções de manuais didáticos brasileiros voltados para os pro ssionais,
destaca-se o livro “Passo a passo, seu caminho: guia curricular para o ensino de habilidades
básicas.” escrito por Windholz em 1988. Este livro apresenta estratégias para o ensino de
habilidades necessárias para o desenvolvimento da criança, englobando também a
alimentação. Porém diferente da cartilha citada nos parágrafos anteriores, é destinada a
crianças típicas e também atípicas.
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Silva & Moreira (2021)
Ao longo do trabalho, Windholz (1988) traz vários relatos de famílias que buscaram ajuda
para o desenvolvimento de habilidades básicas em suas crianças, algumas com problemas
na alimentação, seja por di culdades motoras ou comportamentais. A autora ressalta que é
preciso avaliar quais intervenções serão e cazes em cada caso, por isso a importância da
análise do repertório comportamental. Com linguagem de fácil compreensão a autora traz
esquemas de estratégias e como elas podem ser aplicadas.
Windholz (1988) demonstra intervenções lúdicas, por exemplo: solicitar que a criança
alimente uma boneca, imitar os comportamentos dos outros ao seu redor e organizar a
mesa para o momento da refeição (colocando toalha/guardanapo, separando talheres
conforme a necessidade da criança). Esses passos podem servir como um treinamento para
que a criança consiga se alimentar com o mínimo de ajuda possível. A autora relata como o
aprendizado dessas atividades desencadeia o desenvolvimento de outras habilidades e
contribui para a diminuição de comportamentos indesejados.
Apesar de ensinar estratégias que melhoram a alimentação, Windholz (1988) não trata
especi camente da seletividade alimentar. Portanto ressalta-se a importância do
aprofundamento nessa área, contribuindo para o desenvolvimento das pessoas com TEA e
também para os pro ssionais que buscam intervenções para esses casos.
Neste sentido, o presente livro foi elaborado com dois objetivos: 1) identi car as principais
estratégias analítico-comportamentais para o tratamento da seletividade alimentar e da
recusa de alimentos; e 2) identi car e extrair dessas pesquisas elementos para elaboração
de um manual didático sobre intervenções para o tratamento da seletividade alimentar e da
recusa de alimentos de crianças com diagnóstico de TEA.
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Silva & Moreira (2021)
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Silva & Moreira (2021)
1. Psicoeducação;
2. Treinamento dos pais;
3. Planos de refeições;
4. Suporte Comportamental Positivo (PBS);
5. Intervenções ambientais;
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Silva & Moreira (2021)
1. Idade;
2. Diagnósticos;
3. Repertório comportamental (e.g., fala, não fala);
4. Dados dos pais/cuidadores (quando houvesse);
3. De nição dos comportamentos-alvo e forma de mensuração.
4. Objetivo da pesquisa.
5. Objetivo da intervenção.
1. DRA;
2. DRO;
3. Extinção de fuga;
4. Reforço não contingente;
5. Reforço diferencial;
6. Modelagem;
7. Resultados da análise funcional (quando houvesse).
9. Descrição da intervenção.
10. Resultados:
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Silva & Moreira (2021)
Quando havia mais de um participante, foi selecionado apenas o participante cujos dados
foram relatados primeiro (ou do participante que tivesse diagnóstico de TEA).
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Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Turner, V. R., Ledford, J. R., Lord, A. K., & Harbin, E. R. (2020). Response shaping to
improve food acceptance for children with autism: E ects of small and large food sets.
Research in Developmental Disabilities, 98, 103574.
Dados do participante
Nome ( ctício): Bruno (Brian, no artigo)
Idade: 6 anos
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Silva & Moreira (2021)
O participante passou por mais níveis nas fases iniciais, pois não obteve sucesso na
instrução “comer”. Portanto, a criança colocar o alimento na boca e permanecer por um
prazo determinado foi considerado um processo gradual de aproximação dos alimentos,
visando atingir o objetivo que era comer o alimento.
Objetivo da pesquisa
O objetivo da pesquisa foi veri car se uma intervenção, utilizando dois conjuntos de
alimentos, através da modelagem de comportamento, poderiam ser menos restritivas e
invasivas para a diminuição na frequência do comportamento da seletividade alimentar.
Cada conjunto denominado como menor (composto por três alimentos diferentes) e maior
(composto por 15 alimentos variados), tiveram os alimentos selecionados por meio de uma
lista respondida aos responsáveis dos participantes.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi aumentar o consumo de alimentos.
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Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
Antes de iniciar a pesquisa, o participante passou por uma triagem, na qual 18 alimentos
eram apresentados para a criança. A criança deveria indicar qual dos alimentos mais lhe
interessava. Ao apresentar o alimento, pequenas porções eram colocadas em frente ao
participante e o pesquisador dizia “experimente”. Caso a criança realizasse o que foi pedido,
seu comportamento era reforçado verbalmente com expressões como “bom trabalho”. Caso
a criança não emitisse o comportamento esperado, o pesquisador esperava 10 segundos,
prosseguindo para outra apresentação com um alimento novo. Alimentos não preferidos
pelas crianças foram incluídos nas etapas de intervenções visando aumentar a aceitação de
novos alimentos. A linha de base seguiu o procedimento idêntico aos da etapa de triagem,
porém a apresentação dos alimentos era em grupos menores, o que diferencia da etapa de
triagem.
Foram realizadas duas sessões por dia, cada uma delas com um conjunto de alimentos de
cada grupo. Nas sessões que eram utilizadas o conjunto menor, foram apresentadas três
porções dos mesmos alimentos ao longo de toda a pesquisa. Já nas sessões em que a
condição era o conjunto maior, os 15 alimentos foram divididos em cinco grupos de três,
sendo apresentados de forma randomizada.
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Resultados
a. Número de sessões;
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Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Ahearn,W. H. (2003). Using simultaneous presentation to increase vegetable
consumption in a mildly selective child with autism. Journal of Applied Behavior Analysis,
36, 361–365. doi:10.1901/jaba.2003.36-361.
Dados do participante
Nome ( ctício): Fernando (Fred, no artigo)
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Silva & Moreira (2021)
Idade: 14 anos
Objetivo da pesquisa
O objetivo da pesquisa foi veri car o efeito da apresentação simultânea de alimentos não
preferidos e especiarias sem reforçadores. O autor utilizou uma avaliação de preferência,
visando demonstrar os condimentos preferidos para a aplicação do método de apresentação
simultânea. Posteriormente, foi avaliado o efeito do condicionamento sabor-sabor, o qual
indica que a cor, a textura e o sabor de um alimento preferido podem resultar em
preferência condicional de um alimento não preferido, ou seja, o emparelhamento entre os
alimentos podem contribuir para um consumo menos restritivo utilizando-se um projeto de
retirada.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi aumentar o consumo de vegetais.
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Silva & Moreira (2021)
Foi adotado o delineamento de linha de base múltipla nas apresentações dos alimentos com
e sem condimentos, buscando avaliar a aceitação do participante nas condições de linha de
base e de apresentação simultânea. Os condimentos foram apresentados em três condições
distintas.
Descrição da intervenção
Em situação anterior à pesquisa relatada, Fernando passou por uma avaliação alimentar que
buscava veri car hábitos alimentares de crianças com autismo. Ao longo desta avaliação o
participante consumiu frutas, proteínas e amido, recusando todos os vegetais. Os
pro ssionais que o acompanharam ao longo dessa pesquisa indicaram que Fernando
sempre solicitava outros alimentos após terminar suas refeições e também pedia
condimentos, sendo observado que consumia alguns desses condimentos puros, sem
misturá-los a outros alimentos.
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Silva & Moreira (2021)
Na etapa de linha de base, o participante foi posicionado em uma cadeira próximo a uma
mesa e, à sua frente, o pesquisador apresentava uma colher com pequenas porções
(aproximadamente 0,25 polegadas) dos vegetais, cenoura, brócolis e milho, separadamente.
Fernando tinha até 5 s para iniciar a manipulação do alimento. Caso isso não ocorresse, a
colher era retirada da mesa e apresentada novamente após 30 s. Já nas tentativas em que ele
manipulou o alimento antes dos 5 s, eram fornecidos mais 5 s para que o mesmo
consumisse o vegetal. Os vegetais foram apresentados em cinco tentativas consecutivas
cada, seguindo a ordem de cenoura, brócolis e milho, completando 15 testes ao longo da
sessão.
Os dados analisados foram compostos pela quantidade de mordidas, ou seja, quantas vezes
o participante consumiu o vegetal entre os 5 s a 10 s disponíveis para responder a instrução
“dê uma mordida” que foi apresentada simultaneamente com os alimentos. Nas situações em
que o participante solicitava outros alimentos, era redirecionado de forma neutra com a
expressão “Talvez possamos fazer isso mais tarde”.
Resultados
a. Número de sessões;
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Silva & Moreira (2021)
Após a pesquisa, o participante foi ensinado a combinar as imagens dos condimentos com
os condimentos, visando ampliar sua comunicação. Antes das refeições Fernando recebia
um quadro com imagens de três condimentos, para que escolhesse qual era o preferido.
Assim, após a sua escolha, o molho era adicionado aos seus vegetais. Após um ano da
pesquisa, dados sobre a dieta de Fernando foram coletados e percebeu-se que ele ainda
consumia vegetais com condimentos.
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Silva & Moreira (2021)
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Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Allison, J.,Wilder, D. A., Chong, I., Lugo, A., Pike, J., & Rudy, N. (2012). A
Dados do participante
Nome ( ctício): Carlos (Cam, no artigo)
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Silva & Moreira (2021)
Idade: 3 anos
Objetivo da pesquisa
O objetivo da pesquisa foi comparar e veri car a e cácia de intervenções que utilizam o
reforço diferencial com extinção de fuga ou esquiva e o reforço não contingente com
extinção de fuga, buscando avaliar qual dos dois métodos é mais e caz.
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Silva & Moreira (2021)
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi aumentar a aceitação de novos alimentos e diminuir a
frequência de comportamentos-problema em crianças com TEA que apresentam
seletividade alimentar.
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Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
Ao longo do estudo, os pesquisadores utilizaram camisetas de cores distintas e tapetes com
as mesmas cores da blusa, visando contribuir para que o participante identi casse as
diferentes etapas da pesquisa. A primeira etapa foi composta por uma avaliação de
preferência por estímulo pareado, na qual vários brinquedos foram apresentados à criança
com o objetivo de selecionar 5 itens de maior preferência para serem usados ao longo das
análises funcionais e da avaliação da intervenção. Os alimentos usados na pesquisa foram
selecionados de forma aleatória, assim como sua apresentação. As comidas utilizadas foram
purê de batatas, cenoura, molho de maçã e macarrão com queijo, que já haviam sido
rejeitados anteriormente pelo participante.
A segunda etapa da pesquisa foi composta por uma análise funcional contendo duas
condições, a de fuga e a de controle. Na condição de fuga, o psicólogo disponibilizava uma
pequena porção de comida. Caso a criança apresentasse comportamento de fuga, o alimento
era retirado e apresentado novamente após o término do comportamento problema. Durante
a condição de controle, nenhuma consequência foi apresentada caso a criança respondesse
com comportamento problema, além de ter acesso aos brinquedos preferidos, selecionados
anteriormente, e receber a atenção do terapeuta.
Foram realizadas de cinco a dez sessões por dia, variando em duas ou três vezes na
semana. A comida era apresentada em uma colher pequena com uma porção do alimento de
30 em 30 segundos em um prazo de cinco minutos. Após 30 segundos que o participante
havia colocado a comida na boca, o psicólogo veri cava se a comida havia sido engolida.
Em caso a rmativo, ele dizia “bom”, e em caso negativo, dizia “engolir”. Nos casos em que
o participante permanecia com o alimento na boca após cinco minutos do início da sessão,
o pesquisador não oferecia outra porção até que a criança engolisse a comida ou até o
tempo máximo de vinte minutos. Não houve consequências para o vômito.
Resultados
a. Número de sessões;
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Silva & Moreira (2021)
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Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Anderson, C. M., & McMillan, K. (2001). Parental use of fuga extinction and di erential
reinforcement to treat food selectivity. Journal of Applied Behavior Analysis, 34, 511–515.
doi:10.1901/jaba.2001.34-511.
Dados do participante
Nome ( ctício): Ricardo (Rick, no artigo)
Idade: 5 anos
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Silva & Moreira (2021)
Objetivo da pesquisa
O objetivo da pesquisa foi veri car se as intervenções comportamentais para seletividade
alimentar, utilizando a extinção de fuga combinada ao reforço diferencial de aceitação
podem ser aplicadas pelos pais de uma criança com autismo em sua casa. Tendo em vista
que várias pesquisas a rmam que após o treinamento oferecido por pro ssionais
quali cados, os pais podem implementar essa técnica, porém sem estudos empíricos que
comprovem essa e cácia.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi capacitar pais e cuidadores para aplicar a intervenção em
crianças autistas, com seletividade alimentar, aumentando o consumo de novos alimentos e
diminuindo comportamentos-problema.
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Silva & Moreira (2021)
Na linha de base, os pais de Ricardo foram orientados a alimentá-lo como sempre zeram,
não receberam nenhuma instrução especí ca. O pai do participante segurava uma porção
do alimento próximo à sua boca até que ele aceitasse a comida (mordesse). Porém, se ele
não aceitasse a porção, chorasse ou se virasse, o alimento era removido. Como os pais
ofereceram frutas em apenas uma das três sessões da linha de base, foram orientados a
oferecer mais frutas nas sessões seguintes, ainda na mesma condição.
Descrição da intervenção
Na fase seguinte à linha de base, os pais foram ensinados a usar o reforço diferencial de
comportamento alternativo (DRA) combinado a extinção de fuga (EF). Cada refeição era
composta por uma fruta e um alimento preferido (iogurte, purê de batata ou purê de maçã).
Os pais receberam o treinamento por meio de instruções escritas e verbais, modelagens,
vídeos e feedbacks fornecidos pelos pesquisadores durante visitas semanais. Antes de
aplicar as intervenções, os pais revisaram as instruções, participaram de discussões com
os autores e encenaram um com o outro.
Quando os pais deram início à intervenção, receberam feedback das três primeiras sessões.
Após isso, os pesquisadores forneceram feedback apenas uma vez na semana e revisaram
os vídeos de sessões anteriores. Como os pais tiveram di culdades na primeira sessão, foi
indicado que eles utilizassem o DRA e o EF durante cinco sessões consecutivas, apenas
com alimentos preferidos. Os pais foram treinados para segurar a colher com o alimento
próximo à boca de Ricardo até que ele aceitasse a porção, mesmo nas situações em que o
participante tentasse interromper o processo. Após a expulsão a porção não foi
reapresentada, ao invés disso, os pais ofereceram um alimento preferido.
Os pais passaram a intercalar uma porção de comida favorita e uma de fruta, nalizando a
sessão quando o participante consumisse a quantidade de fruta necessária. Os pais
a rmaram que sentiam-se desconfortáveis ao oferecer uma porção de fruta logo após uma
expulsão, por isso houve esse processo de intercalar os alimentos. O critério estabelecido
para aumentar a quantidade de fruta a ser consumida era a redução em 60% nas
interrupções por duas sessões consecutivas, porém os pais aumentaram a quantidade de
frutas sem alcançar o critério.
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Silva & Moreira (2021)
A última etapa, denominada de reversão para a linha de base, consistiu em replicar o que
foi feito na primeira etapa da pesquisa, portanto o pai posicionou a colher com o alimento a
aproximadamente 15 centímetros e caso o participante se recusasse a comer o alimento era
retirado.
Resultados
a. Número de sessões;
No início da pesquisa, Ricardo interrompeu 55% das porções de frutas oferecidas, assim
como seus pais permitiram que ele fugisse (recusasse) de 83% das apresentações das
mesmas. Durante a primeira sessão de DRA combinada à EE, o participante interrompeu
77% das mordidas de frutas e 60% das mordidas de comidas preferidas. Com relação à
autolesão, a criança apresentou esse comportamento em metade das ofertas de consumir
frutas e alimentos preferidos.
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Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Ewry, D. M., & Fryling, M. J. (2015). Evaluating the high-probability instructional sequence
to increase the acceptance of foods with an adolescent with autism. Behavior Analysis in
Practice, Advance online publication: doi:10.1007/s40617-015-0098-4.
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Silva & Moreira (2021)
Dados do participante
Nome ( ctício): Cleiton (Kenny, no artigo)
Idade: 15 anos
A porcentagem de aceitação das mordidas com alta probabilidade (p-alto) e com baixa
probabilidade (p-baixo) foram calculadas dividindo o número de aceitações pelo número
total de apresentações dos alimentos. Para a porcentagem das etapas implementadas,
dividiu-se o valor total de etapas pelas que haviam sido implementadas de forma correta.
Objetivo da pesquisa
O estudo teve os objetivos de analisar uma variação da sequência de alta probabilidade sem
a combinação com a extinção de fuga (EF), com um participante adolescente que apresenta
seletividade alimentar e não possui comportamentos-problema durante as refeições em seu
ambiente domiciliar e avaliar os resultados da intervenção implementada por pais e/ou
responsáveis.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi capacitar pais e responsáveis para aplicar uma intervenção
que aumente o consumo de novos alimentos. Além de veri car os resultados da aplicação
em um ambiente diferente dos laboratórios e clínicas.
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Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
A etapa seguinte foi denominada de p-alto, a qual seguia os mesmo processos da etapa de
linha de base, porém eram apresentadas três porções de um alimento com p-alto, um de
cada vez, e posteriormente uma porção de alimento p-baixo, portanto cada tentativa
consistia em 4 mordidas totalizando a apresentação de 40 porções por sessão. Outra
diferença foram nas condições em que Cleiton recusou a comida, o terapeuta nesta etapa
esperou 15 segundos para iniciar a próxima tentativa, com o objetivo de evitar reforçar
comportamentos indesejados.
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Silva & Moreira (2021)
Resultados
a. Número de sessões;
Na intervenção aplicada pela mãe de Cleiton, os critérios foram atingidos após quatro
sessões. O adolescente aceitou de 50% a 100% das porções oferecidas pela mãe. Durante as
sessões de sonda, nos próximos sete meses após a intervenção, Cleiton aceitou 50% das
porções oferecidas tanto pelo terapeuta quanto pela mãe.
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Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Buckley, S. D., & Newchok, D. K. (2005). An evaluation of simultaneous presentation and
di erential reinforcement with response cost to reduce packing. Journal of Applied Behavior
Analysis, 38, 405–409. doi:10.1901/jaba.2005.71-04.
Dados do participante
Nome: Maria (nome do artigo)
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Silva & Moreira (2021)
Idade: 9 anos
Objetivo da pesquisa
O objetivo da pesquisa foi investigar e comparar a e ciência de uma intervenção com
reforço diferencial e consequências, outra com apresentação simultânea de comidas
preferidas e não preferidas e também uma intervenção composta pela associação das duas
técnicas.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi aumentar a aceitação de novos alimentos e diminuir o
comportamento de empacotamento.
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Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
A etapa seguinte a linha de base, denominada de “reforço diferencial mais custo de
respostas”, seguiu os mesmo procedimentos da etapa anterior, exceto que antes de cada
mordida a participante tinha acesso a um vídeo preferido, indicado por seus pais e
professores. Porém, nas situações em que Maria fazia o empacotamento da porção
oferecida, o vídeo era removido até que ela engolisse. Ao veri car que a boca da criança
estava limpa, a terapeuta devolvia o vídeo e fazia elogios verbalmente.
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72
Silva & Moreira (2021)
Resultados
a. Número de sessões;
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73
Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Fu, S. B., Penrod, B., Fernand, J. K., Whelan, C. M., Gri ith, K., & Medved, S. (2015). The
e ects of modeling contingencies in the treatment of food selectivity in children with
autism. Behavior Modi cation, 39, 771–784. doi:10.1177/0145445515592639.
Dados do participante
Nome ( ctício): Lucas (Larry, no artigo)
Idade: 10 anos
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Silva & Moreira (2021)
Objetivo da pesquisa
A pesquisa teve como objetivo avaliar os efeitos do tratamento utilizando contingências de
modelação para aumentar o consumo de novos alimentos e diminuir a frequência de
comportamentos inadequados, nos momentos das refeições.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi aumentar o consumo de alimentos variados e diminuir os
comportamentos-problema.
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Silva & Moreira (2021)
Nessa primeira etapa, uma pessoa cujo comportamento funcionaria como modelo para a
participante, sentava de frente para a criança, enquanto o terapeuta estava ao lado da mesa.
O pesquisador apresentava um prato para o modelo e outro para o participante, os dois
continham quatro porções de um alimento, com aproximadamente 1,5 centímetros X 1,5
centímetros. Em seguida, o terapeuta dizia: “Vamos experimentar um pouco de [comida]” ou
“Que tal um [outro alimento]”. Caso o participante apresentasse aceitação independente no
prazo de 5 s após a apresentação, o modelo consumia uma porção idêntica a da criança, de
modo que os dois tivessem a mesma quantidade de porções no prato. Já nas situações
contrárias a essa citada anteriormente, o modelo consumia a primeira porção e aguardava 5
s para que Lucas consumisse também. Nas situações de recusa do participante, o prato era
retirado e porções de outro alimento eram apresentadas.
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Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
A segunda etapa denominada de modelagem com reforço diferencial (DR) foi semelhante à
linha de base. Porém, apenas os alimentos do grupo A foram utilizados nessa condição. O
terapeuta apresentava cada prato de comida e dizia que ao terminar de consumir todas as
porções daquele prato, o modelo e o participante poderiam consumir uma porção de
guloseima favorita e brincar com um brinquedo preferido. Conforme Lucas consumia as
porções, o terapeuta elogiava e informava quantos pedaços ainda faltavam para receber os
reforçadores (alimentos preferidos). A porção da guloseima tinha proporção de
aproximadamente 3 centímetros e o tempo em que o participante teve acesso ao brinquedo
foi estimado em 3 minutos.
Após o modelo consumir as quatro porções, foi liberado o contato com os alimentos
preferidos. Se o participante não apresentasse aceitação independente e terminasse de
consumir todas as porções restantes, o procedimento de levar o alimento até a boca do
participante era repetido. Os autores destacam que não precisaram aplicar o método de
NRS com o participante. A última etapa foi idêntica à anterior, porém os alimentos do
grupo B também foram adicionados nesta condição da intervenção.
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Silva & Moreira (2021)
Resultados
a. Número de sessões;
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78
Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Kern, L., & Marder, T. J. (1996). A comparison of simultaneous and delayed reinforcement as
treatments for food selectivity. Journal of Applied Behavior Analysis, 29, 243–46.
doi:10.1901/jaba.1996.29-243.
Dados do participante
Nome: Carlos (no artigo)
Idade: 7 anos
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Silva & Moreira (2021)
Objetivo da pesquisa
O objetivo da pesquisa foi avaliar e comparar o efeito de reforço simultâneo e tardio, para
tratamento de seletividade alimentar crônica.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi diminuir a frequência de comportamentos-problema durante
as refeições, aumentando a aceitação de novos alimentos.
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Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
A intervenção seguiu o mesmo procedimento da linha de base. As frutas foram utilizadas
para extinção de fuga com reforço simultâneo, ou seja, na colher era apresentado um
pedaço de fruta em cima de um salgadinho de milho (o salgadinho foi identi cado como
alimento preferido). Já os vegetais foram utilizados para a extinção de fuga com reforço
atrasado, ou seja, após a aceitação do pedaço de vegetal foi oferecido um pedaço de
salgadinho de milho. A extinção de fuga foi aplicada quando o pesquisador permaneceu com
a colher em frente ao participante, independente da presença de comportamentos-problema
ou ausência desses.
Resultados
a. Número de sessões;
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Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Knox,M., Rue, H. C.,Wildenger, L., Lamb, K.,& Luiselli, J. K. (2012). Intervention for food
selectivity in a specialized school setting: teacher implemented prompting, reinforcement,
and demand fading for an adolescent student with autism. Education & Treatment of
Children, 35, 407–417. doi:10.1353/etc.2012.0016.
Dados do participante
Nome ( ctício): Ana (Anna, no artigo)
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Silva & Moreira (2021)
Idade: 16 anos
Objetivo da pesquisa
O objetivo da pesquisa foi veri car se a intervenção aplicada por professores, em ambiente
escolar, utilizando reforço positivo, dica compassada e esvanecimento da demanda para
tratar a seletividade alimentar.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi avaliar o efeito de uma intervenção aplicada no ambiente
escolar e por um professor, para aumentar o consumo de uma variedade maior de
alimentos.
Dica compassada (o comando verbal “Ana, coma seu almoço”, era emitido com o objetivo de
que a participante não parasse por um longo período entre as mordidas);
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Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
O comportamento de Ana foi observado ao longo de seu almoço algumas vezes na sala de
aula e, em outras ocasiões, no próprio refeitório. Sua refeição era composta por um
alimento principal (nuggets de frango, macarrão com queijo ou sanduíche de peru e queijo)
e dois acompanhamentos (cubos de queijo, chips de vegetais, cenoura, tangerina e maçã).
Esses últimos acrescentados nas refeições a pedido da mãe, por seu valor nutricional. A
cenoura foi removida após 4 refeições e consulta com terapeuta ocupacional, pois a
participante encolhia a porções sem mastigá-las.
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Silva & Moreira (2021)
A pesquisa utilizou o reforço positivo ao longo das refeições quando a participante tocou os
alimentos da tigela, colocou na boca, mastigou e engoliu. O reforço positivo foi
representado por um adesivo dado à participante a cada alimento consumido, que foram
colados em um grá co. Ana também teve acesso aos objetos que gostava (pulseira, colar,
bicho de pelúcia). Os reforçadores foram identi cados ao solicitar ao professor e às
assistentes "as coisas que você acha que Ana mais gosta". Caso Ana não manipulasse os
alimentos no prazo de 30 segundos após engolir a mordida anterior, a solicitação “Ana,
coma o seu almoço” era emitida apenas uma vez, com o objetivo de que a participante não
casse um período longo sem consumir os alimentos.
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85
Silva & Moreira (2021)
Resultados
a. Número de sessões
Nas seções de linha de base, a participante consumiu de 10% a zero das porções oferecidas.
Após a implementação da intervenção, Ana variou seu consumo de 20% a 100% das porções
oferecidas, mantendo o consumo de 100% dos alimentos oferecidos durante as refeições no
período em que foi realizado o acompanhamento após a intervenção.
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86
Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Koegel, R. L., Bharoocha, A. A., Ribnick, C. B., Ribnick, R. C., Bucio, M. O., Fredeen, R. M.,
& Koegel, L. K. (2012). Using individualized reinforcers and hierarchical exposure to
increase food flexibility in children with autism spectrum disorders. Journal of Autism and
Developmental Disorders, 42, 1574–1581. doi:10.1007/s10803-011-1392-9.
Dados do participante
Nome: Daniel (no artigo)
Idade: 6 anos
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87
Silva & Moreira (2021)
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88
Silva & Moreira (2021)
Nível Descrição
hierárquico
de
aceitação
3 Mordidas na comida
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Silva & Moreira (2021)
Objetivo da pesquisa
O objetivo da pesquisa foi ampliar a linha de pesquisa envolvendo uma combinação de
procedimentos e de reforço com o objetivo de veri car se a intervenção em seletividade
alimentar com vários participantes, utilizando um programa individual de reforço e
esvanecimento de estímulos pode contribuir para diminuir a restrição alimentar em
crianças com autismo.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi aumentar o consumo de alimentos de crianças com autismo,
visando uma dieta balanceada.
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90
Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
Durante a intervenção, os alimentos foram oferecidos de maneira semelhante aos da linha
de base, porém seguiram uma sequência sistemática e foram usados reforçadores se a
criança consumisse novos alimentos. Ao início de cada sonda de flexibilidade alimentar, ou
seja, antes de oferecer novos alimentos, o adulto perguntava qual reforçador ela gostaria de
receber ( atividade, item e objeto). Ao fazer a escolha do reforçador, era informado à
criança qual o comportamento ela deveria ter para ter acesso ao reforçador. Logo após o
consumo do alimento, ela recebia o reforçador.
Resultados
a. Número de sessões;
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91
Silva & Moreira (2021)
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92
Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Levin, L., & Carr, E. G. (2001). Food selectivity and problem behavior in children with
developmental disabilities: analysis and intervention. Behavior Modi cation, 25, 443–470.
doi:10.1177/0145445501253004.
Dados do participante
Nome ( ctício): João (Jack, no artigo)
Idade: 6 anos
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93
Silva & Moreira (2021)
Objetivo da pesquisa
A pesquisa teve dois objetivos. Realizar uma análise funcional, buscando determinar as
variáveis que controlam o comportamento problema, tendo em vista que o mesmo
frequentemente está ligado a seletividade alimentar. Examinar a influência do contexto na
melhora dos problemas relacionados à seletividade alimentar. De maneira mais especí ca,
observar os efeitos e a e cácia da intervenção quando o indivíduo tem ou não acesso aos
alimentos favoritos, antes da implementação de um estudo envolvendo presença ou
ausência do reforço positivo direcionado ao consumo de alimentos alvo.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi aumentar o consumo de alimentos, anteriormente recusados,
por meio da presença ou ausência do reforço positivo (ter contato com alimentos
preferidos).
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94
Silva & Moreira (2021)
Durante a sessão dessa etapa, a criança sentou-se em uma mesa e brincou com alguns
brinquedos (carros, blocos, livros, entre outros.). O experimentador sentava-se ao seu lado
e apresentava os alimentos em quatro tigelas separadas, mas mantendo-as fora do alcance
do participante. A tentativa consistia em oferecer uma garfada do alimento, enquanto falava:
"Experimente um pouco de ____.". Se a porção fosse consumida no prazo de 5 segundos, a
sessão era encerrada, caso contrário o experimentador servia de modelo para o participante
e consumia a porção, dizendo: "Mmmmm. Isso é bom". Em seguida, o mesmo alimento era
fornecido com o mesmo prazo para consumo. Após 20 segundos, o pesquisador deu início
à próxima tentativa.
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Silva & Moreira (2021)
A próxima etapa, denominada de “Avaliação de preferência II”, teve o objetivo de identi car
“reforçadores especiais” (aspas utilizadas pelos autores) para a fase de intervenção. Foram
selecionados três lanches de maior preferência do participante. Para essa seleção foram
realizadas três sessões de avaliação.
Descrição da intervenção
Os autores aplicaram mais de uma intervenção e, portanto, separaram cada etapa para
melhor identi cação. A “Intervenção I” foi executada da seguinte maneira: o participante
teria acesso às comidas preferido e na condição oposta não teria esse acesso, assim como
teria acesso acesso às contingências de reforço versus a ausência destas. Essas
características desdobraram a intervenção em quatro condições distintas. As sessões foram
conduzidas na sala de aula do participante durante o período do almoço, conduzidas pelos
pesquisadores, assistentes da pesquisa e professores do participante.
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Silva & Moreira (2021)
Na condição B, o participante não teve acesso aos alimentos preferidos antes da refeição e
também não foi reforçado posteriormente ao consumo do alimento não preferido. Já na
condição C, a etapa antes da refeição foi idêntica a da condição A. Durante a refeição o
comportamento da criança foi reforçado se consumisse o alimento alvo (não preferido). No
início da refeição, o pesquisador dizia: “Se você comer o (alimento não preferido), você
pode comer um (alimento preferido).” Caso a criança consumisse o alimento alvo, tinha
acesso aos alimentos de alta preferência, já na situação contrária, a refeição era encerrada 5
minutos após a apresentação do alimento, sem que a criança tivesse contato com os
reforçadores. As tentativas posteriores seguiram a mesma ideia da condição anterior. Na
condição D, o participante não teve acesso aos alimentos preferidos antes da refeição e foi
reforçado o comportamento de consumir o alimento alvo.
Em todas as condições, caso a criança consumisse os alimentos alvo, durante três dias
seguidos, o tamanho das porções eram aumentadas de forma gradual, aproximadamente 3
gramas por vez, durante as primeiras 12 a 15 sessões. Já nas sessões posteriores, o aumento
foi de 6 a 12 gramas. Caso a criança se recusasse a comer a porção maior nos próximos 2
dias, uma porção menor seria reintroduzida.
A intervenção II foi composta apenas pelas condições A e D, com o objetivo de veri car se
as condições que foram removidas poderiam ter alguma influência nos resultados
encontrados. Além disso, os comportamentos-problema também foram avaliados nessa
segunda intervenção, tendo em vista que surgiram ao longo da primeira etapa da pesquisa e
não foram avaliados, nas condições anteriores.
Resultados
a. Número de sessões;
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Silva & Moreira (2021)
Durante a intervenção I, o participante obteve uma variação de respostas entre zero e 10%
do consumo, nas condições A, B e C. Já na condição D, consumiu de 10% a 40% das
porções oferecidas. Já na intervenção II, não consumiu nenhum alimento alvo durante a
etapa de linha de base e apresentou alta frequência de comportamentos-problema (10 a 20
durante as sessões), na etapa de intervenção variou de 5 a 30% de aceitação das porções e
os comportamentos-problema diminuíram de frequência (20 a zero durante as sessões).
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Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Luiselli, J. K., Ricciardi, J. N., & Gilligan, K. (2005). Liquid fading to establish milk
consumption by a child with autism. Behavioral Interventions, 20, 155–163.
doi:10.1002/bin.187.
Dados do participante
Nome ( ctício): Angela (Angie, no artigo)
Idade: 4 anos
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Silva & Moreira (2021)
As sessões foram realizadas com Angela durante o almoço em sala de aula. O professor ou
assistente sentava-se ao lado da participante. O instrutor utilizava um instrumento para
medir a quantidade de líquido colocado em uma xícara que era entregue ao participante.
Objetivo da pesquisa
O objetivo do estudo foi, por meio de uma intervenção com progressão gradual, diminuir a
seletividade por alimentos líquidos, visando o aumento na frequência do consumo de leite.
A pesquisa demonstrou uma estratégia pouco abordada em outras intervenções, além de ter
sido aplicada por professores no ambiente escolar de referência para a participante.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi diminuir a recusa por líquidos e veri car a e cácia da
aplicação por professores, em um ambiente escolar.
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Silva & Moreira (2021)
Reforço positivo.
Descrição da intervenção
Os procedimentos da etapa anterior continuaram sendo aplicados nas fases seguintes.
Porém, o instrutor passou a aumentar a proporção de leite misturado ao suplemento
nutricional, aproximadamente uma colher de sopa, em sessões consecutivas. O aumento da
proporção foi seguindo o critério de que a participante deveria consumir 90% ou mais da
mistura total, apresentada no copo, durante três sessões seguidas.
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Silva & Moreira (2021)
Resultados
a. Número de sessões;
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102
Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
McDowell, C., Du y, K., & Kerr, K. P. (2007). Increasing food acceptance and reducing
challenging behavior in a four-year-old girl with autism. European Journal of Behavior
Analysis, 8, 267–276. doi:10.1080/15021149.2007.11434288.
Dados do participante
Nome ( ctício): Rosa (Rachel, no artigo)
Idade: 4 anos
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Silva & Moreira (2021)
Objetivo da pesquisa
O objetivo da pesquisa foi veri car o comportamento alimentar atípico da criança, tendo em
vista que a mesma passou por uma intervenção que utilizou exposição repetida a alimentos
não preferidos e extinção de fuga, porém não obteve resultado satisfatório. Através de uma
análise funcional dos comportamentos que poderiam reforçar a seletividade alimentar,
buscou-se criar uma intervenção que obtivesse resultados satisfatórios. Com base na
análise funcional, utilizando suportes visuais e comunicativos (incluindo uma placa, escrito
“Primeiro / Então”, um menu de escolha de alimentos e símbolos Sim / Não), foi
implementado buscando diminuir os comportamentos desa adores e aumentar o consumo
de novos alimentos.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi aumentar o consumo de novos alimentos e diminuir a
frequência de comportamentos-problema, durante as refeições.
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Silva & Moreira (2021)
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105
Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
A intervenção inicial consistiu em acrescentar novos horários de refeição ao longo da
programação diária da participante. Uma placa escrito “Primeiro/Então” na parte superior
com um espaço logo abaixo para acrescentar ilustrações nas etapas seguintes, foi incluída
para demonstrar que as refeições seguiram uma sequência. Essas sessões de refeições
repetiam-se de 6 a 10 vezes durante o tempo em que Rosa estava na escola e eram
compostas apenas por alimentos não preferidos, com o objetivo de garantir que os
alimentos fossem apresentados de maneira repetida. Ressalta-se que essas sessões
ocorriam em horários diferentes das refeições habituais, levando em consideração que as
mesmas eram compostas pelos alimentos preferidos.
A participante recebeu a instrução para veri car seu quadro de atividades diárias, no qual
deveria remover o ícone que indicava a refeição e colocá-lo no quadro “Primeiro/Então”.
Em seguida selecionou um item preferido (poderia ser uma atividade, brinquedo ou outros).
Esse item foi acrescentado à seção “Então” da placa citada anteriormente, um exemplo da
frase formada na placa, que indicava a instrução que deveria ser seguida durante a refeição,
foi “primeiro a comida e depois a cama elástica”. Em seguida, um prato com porções do
tamanho de uma mordida, foi colocado a aproximadamente 45 centímetros de Rosa e o
menu de alimentos foi apresentado. Foi solicitado que ela escolhesse um ícone do menu,
caso a participante zesse a opção de maneira independente e entregasse-o para seu tutor,
uma porção desse alimento era disponibilizado, sem nenhuma instrução. Caso ela não
escolhesse, era solicitada sicamente a selecionar um item e fazer a troca com o tutor. Se
Rosa consumisse o alimento, recebia elogios, como “muito bem, boa comida”.
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Silva & Moreira (2021)
Resultados
a. Número de sessões;
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107
Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Meier, A. E., Fryling, M. J., & Wallace, M. D. (2012). Using high probability foods to increase
the acceptance of low-probability foods. Journal of Applied Behavior Analysis, 45, 149–153.
doi:10.1901/jaba.2012.45-149.
Dados do participante
Nome ( ctício): Rosana (Ronee, no artigo)
Idade: 3 anos
Diagnóstico: TEA
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Silva & Moreira (2021)
Objetivo da pesquisa
Os objetivos da pesquisa foram: (a) analisar o efeito da sequência de p-alto na ausência de
extinção de fuga, (b) usar uma tarefa com p-alto semelhante a apresentação envolvendo um
alimento preferido, (c) visando atenuar os efeitos negativos que a intervenção poderia
causar, (d) analisar a intervenção em um ambiente domiciliar e (e) aplicar o procedimento a
uma criança que recusava-se a comer alimentos especí cos.
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi aumentar o consumo de alimentos variados, em um ambiente
domiciliar, por meio de uma intervenção com alimentos de p-alto e p-baixo.
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Silva & Moreira (2021)
O estudo contou com múltiplas etapas de linha de base. Nela, os pais da participante
identi caram ameixas, framboesas e berinjelas, como alimentos que a família consumia,
porém Rosana recusava-se. Portanto, esses alimentos foram selecionados como de baixa
probabilidade de consumo ou p-baixo. Os alimentos mais consumidos pela participante,
bananas e feijões cozidos, foram utilizados em uma avaliação com o objetivo de veri car se
esses alimentos poderiam ser utilizados nas sequências de p-alto.
A avaliação foi composta por duas sessões de 10 mordidas para cada alimento, um alimento
para cada sessão, tendo em vista que apenas dois alimentos foram identi cados pelos
responsáveis como de alta probabilidade. As porções eram apresentadas em um prato à
frente da participante e o aviso verbal “dar uma mordida” era fornecido pela terapeuta. Um
elogio verbal também foi fornecido quando a participante aceitou as porções oferecidas,
após 3 a 5 segundos outra mordida era oferecida. A participante aceitou 100% das porções
oferecidas e aceitou as bananas e feijão em 100% das apresentações; portanto, usamos esses
alimentos no tratamento.
Descrição da intervenção
A intervenção teve início com sessões de 10 mordidas ou experimentações, com
apresentação apenas de alimentos com p-baixo, todas as porções foram apresentadas em
sua textura regular (aproximadamente 1 a 1,5 cm ao cubo). A sessão seguiu o mesmo
procedimento da citada na linha de base, porém após a aceitação da porção de alimento p-
baixo a terapeuta esperou 15 s para apresentar um nova porção. Caso Rosana não
consumisse o alimento no período de 6 s, a terapeuta removia a comida e aguardava 15 s
para iniciar uma nova tentativa. Após a aceitação a terapeuta fazia um elogio (por exemplo,
“boa comida”) e mordidas expelidas eram ignoradas.
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110
Silva & Moreira (2021)
Resultados
a. Número de sessões;
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111
Silva & Moreira (2021)
Com as framboesas, a média de aceitação na linha de base foi de 51%, na etapa seguinte
alcançou uma média de 97% e ao nalizar a intervenção a participante aceitava todas as
porções de framboesas oferecidas, resultados que foram mantidos durante o
acompanhamento.
Com a berinjela, a aceitação na linha de base variou de 10% a 20% e aumentou na etapa
seguinte, com a introdução da sequência de p-alto, (variação de 10% a 100%). Porém, com
esse alimento, não foi possível realizar a diminuição na apresentação de alimentos com p-
alto, pois a aceitação das berinjelas diminuíram conforme os alimentos de p-alto iam sendo
retirados.
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Silva & Moreira (2021)
Referência bibliográfica
Najdowski, A. C., Tarbox, J., & Wilke, A. E. (2012). Utilizing antecedent manipulations and
reinforcement in the treatment food selectivity by texture. Education & Treatment of
Children, 35, 101–110. doi:10.1353/etc.2012.0004.
Dados do participante
Nome ( ctício): Caio (Kaleb, no artigo)
Idade: 3 anos
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Silva & Moreira (2021)
O comportamento inadequado na hora das refeições incluía protestos vocais (dizer não,
choramingar, chorar ou qualquer outra vocalização negativa relacionada à comida),
expulsões (comida do tamanho de uma ervilha ou maior visível além da borda dos lábios
após a aceitação e antes da próxima mordida apresentação), engasgo (sons de náusea ou
engasgo, ou na ausência de som, hiperestender o pescoço ou tensionando os músculos do
pescoço) e empurrando/jogando utensílios ou comida para longe (incluindo empurrar a mão
do comedouro quando o alimento estava em um utensílio pelo alimentador).
Objetivo da pesquisa
O objetivo do estudo foi aplicar uma intervenção que visasse tratar a seletividade alimentar
por textura, através da manipulação de antecedentes e reforço na ausência de extinção de
fuga. O estudo utilizou o procedimento de esvanecimento de textura, ou seja, iniciou com
texturas mais líquidas até alcançar as texturas mais próximas de sólido, além disso a
apresentação simultânea também foi usada, visando avaliar quais as combinações de
texturas seriam mais adequadas para aplicar na intervenção.
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Silva & Moreira (2021)
Objetivo da intervenção
O objetivo da intervenção foi diminuir a seletividade alimentar direcionada para a textura
dos alimentos, de uma criança de três anos.
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Silva & Moreira (2021)
Descrição da intervenção
A primeira etapa da pesquisa, denominada de “Esvanecimento da textura 1”, utilizou a
textura de maior preferência da criança, selecionada durante a linha de base, misturada a
outra textura, que foi a segunda preferida na etapa anterior. Ou seja, a porção oferecida era
composta 75% pela primeira textura e 25% pela segunda textura. Essa mistura foi
apresentada até alcançar o consumo de 80% a 100% das apresentações e diminuir a
frequência de comportamentos inadequados para 20%, em três sessões consecutivas.
Resultados
a. Número de sessões;
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Uma nova combinação de textura composta 75% por alimento moído e 25% picado no foi
introduzida, porém o critério de sucesso não foi atendido, pois o frango não foi consumido
nenhuma vez durante as 5 sessões de apresentação. Os dados indicam que a apresentação
simultânea associada ao esvanecimento de textura, atingiu uma aceitação maior quando
comparada ao esvanecimento de textura sozinho. Os pesquisadores veri caram que o
frango estava causando uma diminuição no consumo de outros alimentos, portanto,
optaram por retirá-lo. Após os critérios atendidos, os pais da criança passaram a aplicar o
método em casa, obtendo resultados satisfatórios, segundo os pesquisadores.
Na etapa com o segundo conjunto de alimentos, na linha de base e nas etapas seguintes, o
participante consumiu todas as porções apresentadas com a combinação da textura ´moído
úmido com o moído. Já na combinação de texturas picado no e moído, iniciou com
aceitação de 75% das mordidas e atingiu os 100% ao nal das sessões. Nessa condição os
pais tentaram replicar a intervenção em casa, porém não obtiveram sucesso na primeira
tentativa, portanto retornaram à clínica e após algumas sessões, replicaram com sucesso a
intervenção domiciliar.
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Silva & Moreira (2021)
Discussão
No presente livro foram relatados artigos que apresentam intervenções para a seletividade
alimentar em ambientes variados e com metodologias diferenciadas. As descrições das
pesquisas citadas buscaram detalhar de maneira didática os procedimentos utilizados, para
intervenções com crianças com TEA.
Com relação às pesquisas descritas nesse estudo, destaca-se o período de duração das
intervenções, no mínimo 20 sessões e no máximo 150 (e.g. Ewry et al., 2015 & McDowell et
al., 2007), contabilizando desde as etapas de linha de base até o acompanhamento posterior,
variando conforme a estrutura de cada intervenção. Este fator que pode indicar uma
necessidade de envolvimento maior por parte dos pro ssionais, do participante e sua
família, tendo em vista que a intervenção pode ter uma duração maior até alcançar seus
objetivos. Detalhes de quantas sessões realizadas por dia, tempo de duração em cada
sessão e a presença de reforçadores, indicam evidências das particularidades que envolvem
a intervenção com o público-alvo. A maioria dos autores ressalta a importância de
compreender a individualidade dos participantes e quando necessário fazer alterações nos
procedimentos, com o objetivo de tornar a intervenção menos aversiva.
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Silva & Moreira (2021)
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Silva & Moreira (2021)
Referências
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