Riec,+pinheiro+et+al
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RESUMO
Desde a antiguidade se busca por procedimentos que interfiram no processo de cicatrização das feridas e a fisioterapia
dermatofuncional possui atuação nesse processo de reparo tecidual. Vale ressaltar que a cicatrização trata-se de um
fenômeno que envolve reações fisiológicas e bioquímicas que almejam a restauração da pele, que podem ser estimulado
por intermédio de recursos utilizados pela fisioterapia. Assim, a fisioterapia atualmente tem demonstrado na prática clínica
e evidenciado por intermédio de pesquisas, como uma profissão primordial no reparo tecidual.
PALAVRAS-CHAVE
Fisioterapia Dermatofuncional; Feridas crônicas; Reparo Tecidual.
ABSTRACT
Since antiquity, procedures have been sought that interfere in the wound healing process and dermatofunctional
physiotherapy has been involved in this tissue repair process. It is worth mentioning that healing is a phenomenon that
involves physiological and biochemical reactions that aim to restore the skin, which can be stimulated through the
resources used by physiotherapy. Thus, physiotherapy currently has been demonstrated in clinical practice and evidenced
through research, as a primary profession in tissue repair.
KEYWORDS
Dermatofunctional physiotherapy; Chronic wounds; Tissue Repair.
INTRODUÇÃO
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Já as úlceras arteriais são produzidas pela desnutrição cutânea devido a insuficiência arterial
que tem como resultado a isquemia, caracterizando-se clinicamente por extremidade fria e escura,
palidez, pele atrófica, perda de pelo, diminuição ou ausência das pulsações das artérias do pé e dor
grave aumentada com a elevação das pernas (GAMBA; PETRI; COSTA, 2016).
As lesões por pressão acometem principalmente pessoas hospitalizadas e/ou acamadas, e com
idades mais avançadas. Seu aparecimento se dá, pelo fato dos pacientes permanecerem em uma
mesma posição, ocasionando aumento da pressão da área do corpo que está em contato com a
superfície. Isto, consequentemente aumentará a pressão nos vasos sanguíneos, levando a uma
isquemia nesta área do corpo, que resultará em disfunção metabólica. As lesões geralmente, são
desenvolvidas em proeminências ósseas, como por exemplo nas áreas de trocânter maior do fêmur e
regiões sacrais por serem áreas que são submetidas a grande carga de peso corporal (FURIERI et al.,
2015).
As úlceras provocadas por diabetes mellitus são caracterizadas por distúrbios que afetam o
metabolismo de causas diversas, ocorre aumento no nível de glicose no sangue de forma crônica,
devido o comprometimento na produção e/ou utilização do hormônio insulina. A doença é
classificada por dois grupos: tipo 1, de causa autoimune e tipo 2, caracterizada por deficiência na
produção e no mecanismo de ação da insulina (CISNEROS, 2010).
As lesões teciduais no paciente portador de Diabetes Mellitus (DM) sofrem diversas
alterações, dificultando a cicatrização de feridas e os estágios progressivos do reparo tecidual, isto
acontece especialmente, pelo comprometimento na perfusão sanguínea e inadequado fornecimento
de oxigênio, nutrientes e células de defesas, gerando um atraso no processo de regeneração tecidual
e aumento do processo infeccioso e alterações metabólicas relacionadas ao DM (MACEDO et al.,
2017).
As queimaduras tratam-se de lesões térmicas que estão entre os principais problemas do
mundo e ocorrem na pele destruindo parcial ou totalmente o tecido cutâneo e anexos, podendo
estender-se a camadas mais profundas da pele (BORGES; SCORZA, 2016).
Atualmente existem inúmeros recursos dentro da fisioterapia para auxiliar no reparo tecidual,
podemos citar a fototerapia, alta frequência, microcorrente e a terapia fotodinâmica.
A eletroterapia é um recurso terapêutico extremamente importante quando corretamente
utilizado para o tratamento de diversas afecções que acometem a pele. Com a intenção de reduzir os
custos dos curativos, os agentes físicos começaram a ser introduzidos na cicatrização das feridas.
Com a intenção de reduzir os custos dos curativos, os agentes físicos começaram a ser empregados
na cicatrização das feridas. A estimulação elétrica tem sido uma excelente opção no processo de
cicatrização, além de proporcionar alívio no quadro álgico. A eletroterapia é um recurso terapêutico
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extremamente importante quando corretamente utilizado para o tratamento de diversas afecções que
acometem a pele (COSTA; GUIMARÃES, 2019).
Fisiologicamente as microcorrentes aumentam a síntese de ATP, além de estimular o
crescimento dos fibroblastos e o alinhamento das fibras colágenas (AGNE, 2013).
A microcorrente atua sobre os tecidos em nível celular restaurando a bioeletricidade. Sua
aplicação é subsensorial e indolor, além de não apresentar efeitos colaterais, ser de baixo custo e de
fácil aplicação, além de, representar um excelente instrumento para promover vascularização durante
o processo de cicatrização (MARTELLI et al., 2016).
Outro recurso que pode ser utilizado no reparo tecidual é o Alta frequência, que vem sendo
utilizado para auxiliar no tratamento das lesões, uma vez que, trata-se de um aparelho que trabalha
correntes alternadas com frequência entre 100.000 e 200.000 Hz, com eletrodos de vidro que contém
um gás denominado ozônio (O³) que só será liberado quando usado na superfície da lesão. Apresenta
um efeito térmico causando vasodilatação local, aumento do fluxo sanguíneo, oxigenação e do
metabolismo celular, promovendo também efeito analgésico, anti-inflamatório, antisséptico e
cicatrizante (COSTA, GUIMARÃES, 2019).
Estudos recentes demonstraram que a estimulação elétrica de alta frequência (HF – high
frequency) é uma boa opção na aceleração do processo cicatricial, uma vez que, proporciona alívio
do quadro álgico. O HF tem capacidade de produzir efeitos fisiológicos, decorrentes de: 1) efeitos
térmicos produzidos pela corrente ao atravessar o organismo, gerando a produção de calor local. O
efeito térmico provoca a vasodilatação periférica local, aumentando o fluxo sanguíneo e o aporte de
oxigênio, incrementando, portanto, a oxigenação o trofismo e o metabolismo celular; 2) efeito do
ozônio devido ao faiscamento produzido pela corrente ao atravessar o eletrodo. O uso criterioso do
ozônio (O3) é providencial, porque elimina os agentes patogênicos e, em seguida, libera oxigênio
(O2), ativando a fibroplasia para a elaboração de matriz intercelular, proliferação de queratinócitos e,
consequentemente, a recuperação do tecido lesionado (KORELO et al., 2013).
O LED também conhecido por ser um aparelho que emite cores que varia no interior de um
prolongamento de onda entre 390 nm e 780 nm. A luz que o LED emite é discordante, incoerente
onde a separação dos prolongamentos de onda, sendo simultâneo em uma determinada área
considerável de um tecido (ARAÙJO, 2014).
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A foto estimulação do LED vai acontecer devido a atuação da luz na permeabilidade da pele
estimulando as mitocôndrias na síntese de ATP como também incentivar proteínas colágenas e
elastinas a serem estimuladas, a luz vai ter ação anti-inflamatório ou antimicrobiano variando de
acordo com o prolongamento de extensão da onda, sendo explicado a sua aplicação nas mais variadas
afecções (MEYER et al., 2010).
Os lasers são classificados em baixa e alta potência, tendo diferença no que diz respeito ao
manuseio e a finalidade terapêutica, uma vez que os de alta potência é utilizado para condutas como
coagulação de tecidos, cortes e remoção, contrapondo isso, o de baixa potência é geralmente utilizado
para o reparo tecidual. Ainda acerca dos lasers, é notável uma gama de lasers, tais como: Hélio-
Cádmio, Argon, Hélio-Neônio, Krypton, Arseneto de Gálio e Alumínio e CO (ANDRADE, CLARK, 2
FERREIRA, 2014).
A manifestação do tratamento com segmentos supracitados se dá pela interação biológica
entre os tecidos e a luz que é emitida, em virtude da absorção da luz pelas células fotossensíveis à
luz, que por sua vez são denominados de cromóforos, de modo que cada laser apresenta uma
propriedade específica, bem como cada luz em consequência do tamanho da sua onda (cor)
(BORGES, SCORZA, 2016).
A terapia fotodinâmica (TFD) é uma modalidade terapêutica que vem sendo utilizada em
diversos tipos de enfermidades, inclusive para tratamentos de fungos, bactérias e neoplasias. Trata-
se de uma terapia não cirúrgica, minimamente invasiva e de fácil execução, além de apresentar
excelentes resultados. O método de intervenção consiste na condução de uma substância
fotossensibilizante nas células e tecidos seguida da aplicação de irradiação a laser (laser de baixa
potência) aumentando sua especificidade (MOURA; BRANDÃO; BARCESSAT, 2018).
O Acórdão Nº 611 (COFFITO, 2017), de 1º de abril de 2017 que versa sobre a normatização
da utilização e/ou indicação de substâncias de livre prescrição pelo Fisioterapeuta, como
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METODOLOGIA
DISCUSSÃO
O profissional fisioterapeuta tem grande importância desde a prevenção até a reabilitação dos
pacientes acometidos por lesão de pressão, uma vez que oferece recursos capazes de melhorar e/ou
curar tal problema (SILVA et al., 2019).
Na lesão por pressão, o fisioterapeuta atua na atenção primária, realizando mudanças posturais
do paciente acamado. É realizado também, exercícios de forma ativa quando os pacientes conseguem
executar o movimento, quando não conseguem realizar, dependendo do estado geral do paciente,
podem ser realizados exercícios passivos também, para aqueles que não tem força de contração
suficiente para realizar o exercício só, para que o paciente possa com a evolução voltar a sua vida
diária. O profissional pode utilizar de vários recursos para este tipo de lesão, como massagens
circundando a borda da lesão por pressão e exercícios para o tratamento, sejam eles de forma ativa
ou passiva, para que possa aumentar o fluxo de sangue no local e aumentar o reparo tecidual, por
meio do fornecimento de nutrientes. Pode ser utilizado também o tratamento com
eletrotermofototerapia, com o uso do infravermelho, o uso do ultrassom e a eletroestimulação
também conseguem atingir efeitos benéficos, assim como vários outros recursos que estão disponíveis
para o tratamento da lesão, mas é importante avaliar cada caso, para que tenha uma boa resposta no
reparo tecidual (FURIERI et al., 2015).
Segundo Silva et al. (2019), o profissional fisioterapeuta pode atuar na lesão por pressão com
os recursos eletrotermofototerapêuticos, como a terapia por ultrassom, o laser de baixa intensidade, a
eletroestimulação de alta voltagem, o gerador de alta frequência, microcorrentes, a corrente galvânica,
entre outros.
A intervenção fisioterapêutica na queimadura é de extrema importância, no que se refere à
diminuição das sequelas deixadas pela lesão, na melhoria da qualidade de vida e da integração, tanto
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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