Apostila Curso Fran
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Apostila Curso Fran
cuidador de
idosos
Suszek e Delevati
2023
Introdução
O cuidador e a família
Cada pessoa, cada família tem a sua história que é particular e intransferível e deve
ser respeitada.
A doença ou determinada limitação física em uma pessoa provoca mudanças
significativas na vida dos outros membros da família. É muito difícil, por exemplo, um
filho, irmão, esposa ou marido mudar de posição e ter que se tornar cuidador
daquela pessoa e é neste momento que a presença de um cuidador se faz
necessário.
Mas a presença de um cuidador também exige certos cuidados. Com a finalidade de
evitar o estresse, cansaço e permitir que o cuidador tenha tempo de se autocuidar, é
muito importante que tenha participação de outras pessoas para realização do
cuidado.
As pessoas com limitações físicas associadas as limitações financeiras são as que
mais sofrem, pois dependem dos familiares para se manter e isso poderá reduzir a
tomada de decisão da pessoa cuidada, dificultando vínculos com o meio social.
Cuidadores e familiares devem estar em constante diálogo e sintonia para que a
pessoa cuidada seja muito bem assistida, lembrando que a família sempre deve ser
questionada quando surgir qualquer dúvida referente aos cuidados daquela pessoa.
• Ser um elo entre a pessoa cuidada, seus familiares e a equipe de saúde que
o acompanha;
• Ouvir, estar sempre atento e ser solidário com a pessoa que está sob seus
cuidados;
• Auxiliar ou executar os cuidados de higiene;
• Ajudar e estimular na alimentação;
• Ajudar na locomoção, auxiliando nas atividades como: andar, tomar sol,
prática de atividades físicas;
• Estimular atividades que auxiliem no desenvolvimento, como lazer e práticas
manuais;
• Realizar troca de posição na cadeira, cama ou poltronas;
• Realizar massagens de conforto, evitando assim abertura de lesões;
• Realizar curativos, conforme treinamento;
• Administrar medicamentos por via oral conforme prescrição médica e
orientação da equipe de saúde;
• Administração de insulina conforme treinamento e prescrição médica;
• Estar atento à mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada e sempre
comunicar aos familiares e a equipe de saúde que o acompanha;
• Manter o ambiente da pessoa cuidada limpo e aconchegante;
• Verificação de sinais vitais;
• Outras atividades que forem necessárias para melhorar a qualidade de vida e
recuperação da saúde da pessoa.
OBS: Alguns idosos, por diferentes causas podem se recusar a tomar banho. É
necessário que o cuidador identifique as causas e defina a frequência do banho.
Sempre combinar com os familiares.
BANHO DE CHUVEIRO
O banho de chuveiro é o mais recomendado, por promover sensação de bem-estar
ao idoso e por proporcionar higiene completa. Pode ser ofertado a todos que
conseguem sair da cama, com andadores, muletas ou que consigam ser levados ao
chuveiro em segurança.
➢ Faça somente aquilo que a pessoa cuidada não é capaz de fazer. Oriente,
supervisione e auxilie.
➢ Fazer uso de esponja macia ou pano macio para realizar a higiene da pele
durante o banho.
Quando o idoso não consegue ir até o chuveiro, por diversos fatores, o banho pode
ser realizado na cama. Este procedimento pode causar grande constrangimento a
pessoa cuidada, pois poderá ser um momento de questionamento sobre suas
capacidades. O diálogo com a pessoa cuidada se faz necessário e muito eficaz para
diminuir este sentimento. Lembre-se que o momento do banho de leito deve ser de
extrema privacidade.
Caso a pessoa cuidada seja muito pesada ou sinta dores ao trocar de posição é
bom que o cuidador tenha ajuda de outra pessoa para proporcionar segurança à
pessoa cuidada e evitar danos à saúde do cuidador.
Antes de iniciar o banho de leito prepare todos os utensílios necessários, tais como:
➢ Sabonete, shampoo
➢ Toalha de banho
➢ Escova de dentes
➢ Lençóis
➢ Roupas
➢ Hidratante
➢ Pente
OBS: Cuidar para não colocar sabonete nos olhos da pessoa e em hipótese alguma
deve-se fazer a higiene dos ouvidos com cotonete. Isso fará com que a cera do
ouvido seja inserida no canal auditivo prejudicando a audição da pessoa.
2) Faça da mesma maneira a higiene das pernas e após secar deve-se cobrir a
pessoa.
3) Coloque os pés da pessoa dentro de uma bacia com água morna. Lave bem com
sabonete, principalmente entre os dedos. Após secar bem os pés, especialmente
entre os dedos, passe um creme hidratante. Observe também as unhas, que devem
estar curtas para evitar arranhões e machucados.
4) Para realizar a higiene das costas, coloque a pessoa de lado e lave bem com
água e sabonete. Após secar use um hidratante para massagear as costas, ativando
assim, a circulação.
5) Após lavar as costas, coloque novamente a pessoa deitada de barriga para cima
para realizar a higiene das partes íntimas. Lembre-se de sempre avisar a pessoa
que você iniciará a higiene íntima, afinal, você estará em contato com a parte mais
íntima do corpo de uma pessoa.
6) Na mulher é muito importante lavar a vagina da frente para trás, evitando assim
que a água escorra do ânus para a vagina.
8) Importante: A higiene das partes íntimas deve ser realizada no banho diário e
também após a pessoa urinar ou evacuar. Realizando a higiene de forma correta
evita-se assaduras, umidade e abertura de lesões(escaras).
9) A cada higiene o cuidador deve estar atento á qualquer alteração que a pessoa
possa apresentar na pele. Pode haver vermelhidão, manchas, feridas e alteração de
cor, por exemplo. Ao identificar as alterações o familiar responsável deve ser
comunicado imediatamente, assim como a equipe de saúde que assiste a pessoa.
Em caso de optar pelo uso de fraldas deve-se realizar trocas a cada evacuação ou
micção (urina). Jamais se deve deixar as fraldas molhadas. Sempre realizar higiene
(seja com água corrente ou pano umedecido) na região íntima antes de colocar a
fralda seca. Assim, evita-se assaduras e lesões.
O ideal é manter as unhas bem aparadas e limpas, isso evitará que a pessoa se
arranhe ou se machuque, evitando assim lesões mais sérias. Mas sempre antes de
cortar as unhas deve-se questionar a pessoa cuidada se essa é sua vontade ou em
casos onde a pessoa não consiga se comunicar, questione o familiar responsável.
Sempre que for necessário aparar as unhas deve-se realizar, de preferência, após o
banho por estarem mais amolecidas. Caso a unha seja muito grossa se pode
colocar de molho em água morna por 30 minutos.
As assaduras também fazem parte das lesões que podem surgir na pele da pessoa
cuidada. Pode ser provocada por vários fatores e até mesmo pelo contato da pele
com fezes e urina. A pele se torna avermelhada e se rompe como se fosse um
esfolado. As assaduras abertas podem provocar outras infecções, podendo causar
outros problemas na pessoa.
Para evitar as assaduras pode-se ter alguns cuidados, como por exemplo: Aparar os
pelos pubianos para facilitar a higiene e manter a região mais seca; toda vez que a
pessoa evacuar ou urinar realizar a troca de fraldas e higienizar bem e secar a
região, deixando bem seco.
➢ Caso a pessoa não consiga realizar sua higiene bucal deve-se ajudar da
seguinte maneira:
1) Coloque a pessoa sentada na cama, em frente a pia ou com uma bacia na sua
frente
2) Sempre optar por escovas de cerdas macias e quando for possível, usar fio dental
3) Escovar os dentes
4) Caso a pessoa cuidada não consiga enxaguar a boca, pode-se tirar o excesso da
pasta de dente com gaze umedecida ( enrolada no dedo indicador ). Trocar a gaze
quando estiver com excesso até que remova toda pasta de dente.
➢ Higiene bucal com prótese dentária
Quando a pessoa cuidada faz uso de prótese dentária (dentadura), ponte fixa ou
ponte móvel a higiene deve ocorrer diariamente.
Deve-se retirar a prótese da boca e escovar com escova de cerdas duras, podendo
usar sabão neutro ou creme dental. Para higienizar a língua, bochechas e gengivas
o cuidador pode utilizar escova de cerdas macias, pano ou gaze umedecidas em
água. O movimento de limpeza da língua deve ser de dentro para fora, cuidando
para não encostar no final da língua, pois pode machucar e provocar náuseas no
paciente (ânsia de vômito).
Importante: Ao retirar a prótese da pessoa para dormir (nem todos tiram, alguns
dormem com ela por opção, mesmo não sendo recomendado) deve-se mantê-la em
uma vasilha com água, para que a prótese não perca seu formato original ou fique
empenada.
➢ Alimentação
1) Alimentação por via oral: O paciente recebe o alimento pela boca. Este tipo de
alimentação é característico de pessoas que não tenham dificuldade em deglutir
(engolir a comida).
2) Alimentação por sondas: Existem alguns métodos de alimentação para pessoas
que não podem receber o alimento pela boca por diversos motivos. Os métodos
utilizados são as sondas. As sondas para alimentação são:
Alimentar outra pessoa nem sempre é uma tarefa fácil, inclusive, pode ser uma
tarefa bastante exaustiva. Por isso o cuidador deve ter muita paciência e calma.
Estabelecer horários, preparar ambientes pode ser uma alternativa para facilitar.
3) Quando a pessoa cuidada não aceita a dieta ofertada o cuidador deve oferecer
alimentos saudáveis e de preferência da pessoa, incentivando-a a comer. A pessoa
que apresenta dificuldades para comer aceita melhor alimentos líquidos e pastosos,
como por exemplo: mingau, fruta, purês…
1) Prevenir quedas: Sempre avaliar se, ao movimentar a pessoa, o local está seguro
e se você conseguirá fazer este movimento sozinho, caso fique em dúvida se
conseguirá ou não, solicite ajuda.
2) Manter roupas de cama sempre bem esticadas e limpas, evitando assim, lesões
na pele e infecções.
3) Mudar a pessoa cuidada de posição a cada 2 horas para evitar lesões por
pressão (escaras).
2) Falar pausadamente e sem pressa para que a pessoa compreenda o que você
está falando;
4) Quando a pessoa não compreender alguma palavra que você use, substitua por
outra palavra mais simples;
6) Nunca fale nas costas da pessoa cuidada, faça com que ela consiga ver o seu
rosto. Isso permite a leitura labial, facilitando a compreensão;
8) A pessoa cuidada poderá levar um tempo maior para compreender o que você
está dizendo ou perguntando, então, faça perguntas pausadas e dê um tempo maior
para que a pessoa responda.
9) Jamais interrompa. Seja paciente com o raciocínio da pessoa e permita que ela
conclua;
11) Caso seja necessário, combine gestos para facilitar a comunicação entre
cuidador e a pessoa cuidada;
12) Realize atividades que estimule a fala da pessoa, cante e converse, por
exemplo.
13) A principal forma de comunicação é o carinho. Sorria, olhe, toque, isso fortalece
o vínculo entre o cuidador e o idoso e traz resultados fantásticos.
14) Lembre-se de que a fala não é a única forma de se comunicar, por isso, caso
haja necessidade de comunicar-se de outras maneiras, encontre formas para isso.
Faça placas, cartazes, combine gestos.
15) Combine sempre com a pessoa qual a melhor maneira de se comunicar com ela.
Módulo V: PRINCIPAIS DOENÇAS DOS IDOSOS
4) Câncer.
5) AVC
6) Infarto
* Não fumar.
* Ficar atento aos sinais como: dor no peito, falta de ar, inchaços, câimbras ou
fraqueza.
● DIABETES MELLITUS
* Diabetes Mellitus é um distúrbio no metabolismo que resulta em níveis elevados de
glicose no sangue. Conhecido popularmente como “açúcar alto no sangue”, existem
vários tipos e várias causas de diabetes, porém, todos os tipos costumam
apresentar complicações semelhantes como: risco de lesão nos rins, nos olhos e
nos vasos sanguíneos. O diabetes é uma das doenças mais comuns no mundo e
sua incidência tem aumentado ao longo dos anos, devido principalmente à má
alimentação e à obesidade. O diabetes tipo 1 e tipo 2 são os dois tipos que
acometem os idosos, sendo o tipo 1 adquirido logo na infância e o tipo 2 ao longo da
vida.
● OSTEOARTRITE ( ARTROSE ):
A Osteoartrite é muito mais comum nos idosos devido ao envelhecimento da
cartilagem, um processo degenerativo natural do nosso corpo. A cartilagem é
responsável por revestir a articulação e, assim, protegê-la. O processo de desgaste,
geralmente, se inicia na velhice. A articulação fica mais vulnerável e os movimentos
do corpo podem causar dor e inchaço.
* Jamais forçar exercícios ou caminhadas se a pessoa não estiver segura para isso;
● DOENÇA DE ALZHEIMER:
É a forma mais comum de demência em pessoa de idade. A causa é desconhecida,
mas acredita-se que seja genético. A doença costuma evoluir de forma lenta. A partir
do diagnóstico, a sobrevida média oscila entre 8 e 10 anos.
E qual o tratamento??
* Cuidar do sono;
● DOENÇA DE PARKINSON:
É uma doença neurológica que afeta os movimentos da pessoa. Causa tremores,
lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e
na escrita. A doença de Parkinson ocorre por degeneração das células em uma
determinada região do cérebro. A progressão da doença é muito variável de pessoa
para pessoa. É uma doença incurável, mas pode ser tratada.
* Tremores;
* Lentidão de movimentos;
* O tremor afeta dedos ou as mãos, mas pode afetar o queixo, a cabeça ou os pés.
Pode ocorrer em um lado do corpo ou nos dois e pode ser mais intenso em um lado
que no outro.
A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença pulmonar que obstrui as vias
aéreas, tornando a respiração difícil, bloqueando o fluxo de ar.
Falta de ar aos esforços, que pode progredir até para atividades corriqueiras
como trocar de roupas ou tomar banho, pigarro, tosse crônica e tosse com
secreção que piora pela manhã.
* Auxiliar a pessoa no que for necessário e evitar que a pessoa faça esforços
que desenvolvam crises;
● CÂNCER
Como ofertar cuidados ao idoso com câncer?? O câncer é uma doença que
assusta bastante, mesmo na terceira idade. O cuidador que está prestando
cuidados ao paciente com câncer deve estar bem preparado
psicologicamente para enfrentar, junto com o idoso, essa situação. É
primordial que o cuidador saiba qual tipo de câncer está acometendo seu
paciente, para poder prestar os cuidados especiais. Se interessar pelo
paciente fará de você um cuidador diferente e levará segurança á pessoa
cuidada.
AVC
O AVC ( acidente vascular cerebral ), conhecido também como acidente
vascular encefálico ( AVE ) e como “derrame” é a segunda causa de morte no
mundo e a doença que mais incapacita os adultos.
4) Reduzir o colesterol
9) Tratar o diabetes
10) Tratar o estresse e a depressão
S: Sorria – peça para a pessoa sorrir: a boca estará torta para um dos lados
RESUMINDO
Fique atento aos sintomas do AVC, pois tempo perdido é cérebro perdido!!!!!!
Após sofrer um AVC o paciente poderá permanecer acamado por longo tempo ou
até mesmo para vida toda. Os cuidados prestados á pessoa vítima de AVC são
muito importantes para evitar problemas futuros, como por exemplo, escaras ( úlcera
por pressão) e quedas. Sempre que possível, deve-se encorajar a pessoa retomar
suas atividades, mantendo o paciente sempre em segurança, nunca forçando que o
paciente ultrapasse seus limites, pois isso poderá ser estressante.
INFARTO ( IAM )
O infarto agudo do miocárdio ( IAM ), também conhecido como ataque cardíaco, é
causado por interrupção do fluxo sanguíneo em uma região do músculo cardíaco por
conta de formação de um coágulo. Ocorre de forma súbita e intensa.
A principal causa do infarto é a aterosclerose ( placas de gordura que se acumulam
no interior das artérias coronárias). Na maioria dos casos ocorre o desprendimento
da placa causando um coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo.
O infarto pode ocorrer em várias partes do coração, vai depender de qual artéria foi
obstruída.
Qual tratamento?
Engasgo
Ao perceber que a pessoa cuidada está engasgada, tente primeiro retirar com
o dedo o pedaço de alimento que está provocando o engasgo. Caso não consiga,
coloque a pessoa em pé, abrace-a pelas costas apertando com seus braços a
“boca” do estômago da pessoa. (Manobra de Heimlich)
Queda
Convulsão
Vômitos
Diarréia
A diarréia são fezes líquidas em maior número do que a pessoa evacuava
normalmente. Os idosos com diarréia podem facilmente ficar desidratadas. Fique
atento a alimentação da pessoa com diarréia. Não ofereça alimentos fibrosos como:
verduras, legumes, frutas, feijão e alimentos doces.
Nos primeiros sinais de diarréia e vômitos, prepare soro caseiro ou de pacote
e ofereça à pessoa em pequenos goles. Pessoas com diabetes ou que tomem
remédio para o coração podem apresentar complicações mais cedo.
Desidratação
A desidratação acontece quando a pessoa perde líquidos e sais minerais pelo
vômito e diarréia. A pessoa que está desidratada pode apresentar pele seca, olhos
fundos, pouca saliva e urina. Se a pessoa não consegue beber água ou soro, ou os
vômitos e diarréia não param, procure a equipe de saúde, pois pode ser necessário
aplicar soro na veia.
Hipoglicemia
o Suor frio
o Tremor
o Coração disparado
o Nervosismo
o Irritação
o Desorientação
o Convulsões
o Tontura
o Sonolência
Desmaio
Desmaio é a perda temporária da consciência, pode ocorrer quando a pessoa
tem uma queda da pressão arterial, convulsões, doenças do coração, hipoglicemia,
derrame e outras. Por esse motivo é preciso identificar a causa do desmaio.
Enquanto a pessoa estiver inconsciente, não ofereça líquidos ou alimentos,
pois ela pode engasgar. Verifique se a pessoa tem algum ferimento ou fratura. Peça
ajuda para levantar a pessoa e colocá-la na cama. Mantenha a pessoa deitada, com
a cabeça no mesmo nível do corpo.
Se a pessoa que desmaiou for diabética, espere recuperar a consciência, e
então ofereça a ela um copo de água com açúcar. Se for possível, meça a pressão e
sinta os batimentos do pulso. Se a pessoa não melhorar, procure imediatamente a
equipe de saúde.
Sangramentos
Temos que ter em mente que a velhice não tem apenas uma cara. Enquanto
existem pessoas de 60 anos com aparência mais fragilizada, existem homens e
mulheres de 90 anos muito bem-dispostos e isso nem sempre tem a ver com falta ou
excesso de cuidados. O que não podemos ignorar é que o passar do tempo pode
pesar na mente de quem envelhece.
Diante deste fato, nos perguntamos como a saúde mental do idoso pode ser
afetada pela passagem do tempo. A realidade é que, na velhice, sintomas físicos
podem e vão trazer incômodos para nossos idosos. Entre eles podemos destacar
alguns como:
Diminuição da visão
Por mais que seja um processo natural, vivenciar essas mudanças no corpo pode
ser difícil para algumas pessoas, e assim a saúde mental é afetada.
Aspectos emocionais
choro constante;
tristeza profunda;
sinais de depressão;
Depressão
Dê atenção
Se for identificado qualquer um dos sintomas abaixo, o idoso deve ser levado
ao médico para uma avaliação:
Perda da memória
Confusão e desorientação
Alterações da personalidade
Falta de apetite
Perda de peso
Limitações físicas
Mas como podemos lidar com estas questões? É preciso estar atento aos
sintomas, uma vez que o problema não surge de uma hora para outra e sim, vai
aumentando ao longo do tempo.
Perda de equilíbrio
Para muitos idosos, o distanciamento social foi mais além, trouxe à tona o
distanciamento afetivo e os medos comuns nessa fase da vida, medo da morte e da
solidão. Os contatos sociais foram interrompidos, as atividades em grupo com outros
idosos foram suspensas, causando um impacto enorme na saúde mental dos idosos
ativos e saudáveis que mantinham sua autonomia e estilo de vida sob seu controle.
Neste módulo iremos tratar de um assunto muito importante, mas que por
muitas vezes é deixado de lado, a Sexualidade do Idoso.
Todos sabemos que por definição, sexualidade é um conceito que está
baseado na atração sexual e na afetividade compartilhada entre as pessoas. É
muito comum pensar em sexualidade e logo remeter ao sexo. Entretanto, ela pode
estar relacionada com outras formas de busca do prazer e também com os
sentimentos que são compartilhados.
A sexualidade ainda é vista como um tabu e quando direcionada para idosos
muitas são as crenças e mitos que limitam a liberdade dos idosos. Trabalhar a
sexualidade com idosos é uma forma de quebrar barreiras, proporcionando bem-
estar e autonomia ao idoso. Deste modo, podemos compreender o indivíduo em sua
plenitude.
Mas e com o passar do tempo? O idoso deixa de sentir atração ou afetividade
por outra pessoa? Não existem razões para pensar que, com o passar do tempo a
vida sexual acaba.
A frequência pode até diminuir, mas isso não quer dizer falta de desejo. Com
o amadurecimento, o conceito de sexo se amplia, fazendo com que carícias, beijos,
abraços e até mesmo o simples fato de dormirem juntos substituam o ato sexual
sem prejuízo ao casal.
O comportamento do parceiro é decisivo. O afeto, o carinho, a informação, a
paciência e o respeito às limitações físicas e/ou emocionais de ambos é fator
determinante no relacionamento. Com os idosos, nunca se deve falar em
sexualidade sem afetividade. Sexo por si só, sem afeto, não costuma ser praticado
ou ser gratificante para casais idosos. Apenas 3% das mulheres vão ao
ginecologista para resolver questões de ordem sexual, mas se estimuladas a falar
sobre o assunto, 15% apresentam queixas nessa área demonstrando claramente a
pouca disposição que as senhoras têm em expor seus problemas íntimos
voluntariamente. Muitas senhoras, só após anos de relacionamento com seu médico
tomam coragem para abordar o assunto. Por outro lado, poucos médicos costumam
tocar nesse assunto fazendo com que esse tabu siga persistindo.
Sexualidade feminina
A sexualidade das senhoras pode ser afetada por vários aspectos, entre eles os
que destacamos abaixo:
Sexualidade masculina
Nos homens idosos, o padrão de sexualidade é um dos componentes
essenciais para a qualidade de vida. Assim como nas senhoras, é esperada uma
diminuição na motivação, freqüência e desempenho.
Fatores emocionais - O sexo em si perde suas cores. A questão emocional
sempre acompanha os contatos mais íntimos onde o afeto torna-se cada vez
mais presente e necessário.
Listamos abaixo, alguns fatores que podem interferir na sexualidade dos
idosos:
Limitações físicas
Artrites: Cerca de 50% das pessoas com problemas articulares com dores e
limitações funcionais costumam ter sua atividade sexual reduzida. O
tratamento das dores, medidas de reabilitação física e o aconselhamento
sobre as posições mais confortáveis no intercurso sexual melhoram essa
condição.
Revisando a unidade
Mesmo que a sexualidade dos idosos esteja cercada por tabus e preconceitos,
é natural e saudável. O assunto deve ser tratado com normalidade, para evitar
transtornos e constrangimento, podendo inclusive, aumentar o comportamento de
risco e a exposição a infecções sexualmente transmissíveis.
Aprendemos que eles manifestam a sua sexualidade da maneira que lhes
convêm, buscando uma realização pessoal. Entendemos também que, carícias,
atenção, olhares, companheirismo, fidelidade e o ficar junto são tão importantes
quanto o ato sexual, e são maneiras saudáveis de expressar sua sexualidade.
Você sabia...
TODO MEDICAMENTO É UM REMÉDIO, MAS NEM TODO REMÉDIO É UM
MEDICAMENTO?
Isso porque todo e qualquer tipo de cuidado que utilizamos para aliviar
doenças, sintomas e mal-estar é considerado um remédio. Alguns exemplos são o
chá caseiro, o repouso, as compressas de água quente ou gelada.
Já os medicamentos são produtos que foram desenvolvidos por indústrias
farmacêuticas que cumpriram todas as exigências legais definidas pelos órgãos
fiscalizadores, no caso do Brasil, a ANVISA. As substâncias foram testadas e seus
efeitos são conhecidos e comprovados cientificamente.
2 – Medicamentos – Organização, Guarda e Administração
Agora que já entendemos os conceitos acima e sabendo que muitos idosos
precisam tomar diversos medicamentos para aliviar sintomas ou tratar as doenças,
temos que ter cuidado redobrado em relação à organização dos medicamentos que,
facilmente podem ficar desorganizados e esquecidos dentro de caixas, gavetas e
armários. Para evitar esse problema, é importante saber organizar os remédios para
administrá-los com segurança. Lembrando sempre que a administração dos
remédios só pode ser feita conforme a orientação médica e dose prescrita na
receita.
Divida-os por categoria. Para não se confundir e correr o risco de administrar algum
medicamento errado, comece organizando por categorias:
Antitérmicos
Anti-inflamatórios
Analgésicos
Antibióticos.
ATENÇÃO
Toda reação adversa à medicamento é um efeito adverso, mas nem todo
efeito adverso é uma RAM.
Comprimidos
Drágeas
São fabricados a partir dos comprimidos,
porém adicionam uma capa
(revestimento) doce, à base de açucares e
corantes
Cápsulas
Tem consistência sólida, e é constituída por um invólucro duro ou mole, de forma e
capacidade variáveis, que contém uma quantidade de princípio ativo que
normalmente se usa de uma só vez, por via oral.
Pós
Formas farmacêuticas sólidas constituídas por um ou
mais fármacos, adicionados ou não de adjuvantes,
pulverizados e misturados homogeneamente,
destinados ao uso interno ou externo.
Via oral – VO
Via intravenosa – IV
Via intramuscular – IM
Via subcutânea – SC
• Duração
Via Oral
Absorção Intestinal
Absorção Sublingual
Outras Vias
Retal
Vaginal
Ocular
Inalatória
Nasal
Tópica / Cutânea
Vantagens
Desvantagens
Ação mais rápida
Irritação da mucosa
Sem passagem pelo
Dificuldade em
fígado
pediatria
Fácil acesso e
Absorção é incompleta
aplicação
e alguns
Evita ação destrutiva
medicamentos.
do suco gástrico
VANTAGENS DESVANTAGENS
Utilizada em Invasiva, com risco de
emergências e infecção
anestesias Fármacos precisam
Efeito imediato estar estéreis
Controle da dose Desinfecção local
Administração de Dor
grandes volumes em Reação alérgica
infusão lenta Risco de embolia
Administração de Material esterilizado
substâncias irritantes Necessita pessoal
devidamente diluídas treinado
VANTAGENS DESVANTAGENS
Dor
Via restrita
Necessita pessoal
Usadas em reação de treinado
hipersensibilidade
Podem ser
(provas alérgicas e
administrados
vacina BCG)
pequenos volumes –
0,1ml à 0,5ml
5.1 Via Parenteral – Intramuscular
VANTAGENS
DESVANTAGENS
Efeito mais rápido que
oral Não exceder o volume
de 5ml
Evita efeito de 1ª
passagem Formação de
abscessos
Absorção lenta e
regular Lesões nos nervos por
aplicação incorreta
Fácil aplicação
VANTAGENS
DESVANTAGENS
Fácil aplicação
Mais dolorosa das vias
Evita o efeito de 1ª
Não utilizar
passagem
substâncias irritantes
Absorção lenta e
Dano tissular
contínua
8.1 Automedicação
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf
https://farmaceuticodigital.com/2014/10/formas-farmaceuticas.html
https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/entenda-o-significado-das-tarja-dos-
medicamentos/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/255_automedicacao.html