9 Ano

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AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA

1º BIMESTRE — 2023

Observação do professor:
Nome: Ano: Nota:
Data:

Objetos avaliativos:
• Mecanismos de intertextualidade entre os textos literá rios
• Manifestaçõ es artísticas
• Procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos
• Características dos gêneros e suportes
• Contos ou crô nicas, crô nicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficçã o científica
• Constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos
• Estruturas sintá ticas complexas no nível da oraçã o e do período
• Oraçõ es com a estrutura sujeito — verbo de ligaçã o — predicativo
• Verbos de ligaçã o “ser”, “estar”, “ficar”, “parecer” e “permanecer”
• Estrangeirismo e sua caracterizaçã o conforme a conservaçã o, ou nã o, de sua forma grá fica de origem

Leia o trecho a seguir, do conto “Entre santos”, do escritor Machado de Assis. Na sequência, responda à s
questõ es de 1 a 3.
O corredor estava escuro. Levava comigo uma lanterna e caminhava devagarinho, calando o
mais que podia o rumor dos sapatos. A primeira e a segunda porta que comunicam com a igreja
estavam fechadas; mas via-se a mesma luz e, porventura, mais intensa que do lado da rua. Fui
andando, até que dei com a terceira porta aberta. Pus a um canto a lanterna, com o meu lenço por
cima, para que me nã o vissem de dentro, e aproximei-me a espiar o que era.
Detive-me logo. Com efeito, só entã o adverti que viera inteiramente desarmado e que ia correr
grande risco aparecendo na igreja sem mais defesa que as duas mã os. Correram ainda alguns minutos.
Na igreja a luz era a mesma, igual e geral, e de uma cor de leite que nã o tinha a luz das velas. Ouvi
também vozes, que ainda mais me atrapalharam, nã o cochichadas nem confusas, mas regulares, claras
e tranquilas, à maneira de conversaçã o. Nã o pude entender logo o que diziam. No meio disto,
assaltou- me uma ideia que me fez recuar. Como naquele tempo os cadá veres eram
Glossário
sepultados nas igrejas, imaginei que a conversaçã o podia ser de defuntos.
Espavorido: cheio
Recuei espavorido, e só passado algum tempo, é que pude reagir e chegar
de medo;
outra vez à porta, dizendo a mim mesmo que semelhante ideia era um
disparate. A realidade ia dar-me cousa mais assombrosa que um diá logo de mortos. Encomendei-me a
Deus, benzi-me outra vez e fui andando, sorrateiramente, encostadinho à parede, até entrar. Vi entã o
uma cousa extraordiná ria.

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Dois dos três santos do outro lado, S. José e S. Miguel (à direita
de quem entra na igreja pela porta da frente), tinham descido dos Glossário
Nicho: vã o em parede
nichos e estavam sentados nos seus altares. As dimensõ es nã o eram
onde se colocam
as das pró prias imagens, mas de homens. [...] Durante algum tempo,
está tuas, imagens,
que nã o chego a calcular, fiquei sem ir para diante nem para trá s,
arrepiado e trêmulo. Com certeza, andei beirando o abismo da loucura, e nã o caí nele por misericó rdia
divina. Que perdi a consciência de mim mesmo e de toda outra realidade que nã o fosse aquela, tã o
nova e tã o ú nica, posso afirmá -lo; só assim se explica a temeridade com que, dali a algum tempo,
entrei mais pela igreja, a fim de olhar também para o lado oposto. Vi aí a mesma cousa: S. Francisco de
Sales e
S. Joã o, descidos dos nichos, sentados nos altares e falando com os outros santos.
ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II.

1. O que permite afirmar que “Entre santos” é um conto fantá stico?

2. Considerando o trecho lido, em que pessoa está o foco narrativo e que tipo de narrador é esse?

3. Quando a narraçã o é feita por um personagem (protagonista ou nã o), provocam-se certos


efeitos. Assinale a alternativa que expresse um desses efeitos.
a) ( ) Como esse tipo de narrador possui um ponto de vista neutro, predomina a objetividade
quanto à narraçã o dos acontecimentos da histó ria.
b) ( ) Cria-se uma relaçã o de intimidade entre narrador e leitor, porque este acaba tendo acesso
a emoçõ es, percepçõ es e sentimentos daquele.
c) ( ) É muito prová vel que se estabeleça uma relaçã o de distanciamento entre leitor e
narrador, pela falta de acesso aos sentimentos e emoçõ es do narrador e dos demais
personagens.
d) ( ) Narradores personagens possuem onisciência, de modo que o leitor tem a impressã o de
que o narrador sabe tudo o que acontece no universo narrado.

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4. Dê a classe gramatical e a funçã o sintá tica dos termos em destaque nos períodos simples,
indicando se sã o nú cleo de sujeito, de predicado, objeto direto etc.
a) Voltamos do mercado com três sacolas cheias.
Classe: Funçã o:
b) Vá rios convidados adoraram os quitutes da dona Nice.
Classe: Funçã o:
c) Antigas vitrolas voltaram à moda.
Classe: Funçã o:
d) Este restaurante vende comida por quilo.

Classe: Funçã o:

5. Associe os termos em destaque à s funçõ es que desempenham nas oraçõ es.


a) O lugar da estátua é este. ( ) Sujeito
b) Apanhe um livro na estante. ( ) Predicativo do sujeito ou do objeto
c) Minha vida virou do avesso. ( ) Predicado
d) Bebi um delicioso suco natural. ( ) Agente da passiva
e) O lugar foi visitado pelo rei. ( ) Objeto direto
f) O país sediou a Copa. ( ) Objeto indireto
g) Considero a cirurgia um sucesso. ( ) Adjunto adnominal
h) Discordo do seu comentário. ( ) Adjunto adverbial

Leia o enunciado a seguir e responda à s questõ es 6 e 7.


O debate foi marcado por muita lacração e poucas propostas dos debatedores.

6. Um vez que nã o houve a formaçã o de uma nova palavra, por que o termo em destaque pode ser
considerado um neologismo?

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7. Crie uma frase em que o substantivo “lacraçã o” ou o verbo “lacrar” sejam empregados em seu
sentido original, dicionarizado.

8. Sobre os estrangeirismos que observamos na língua em uso, identifique se as afirmaçõ es a seguir


sã o verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) A expressã o fake news é um estrangeirismo originado do inglês, língua que, atualmente, é a
origem de grande parte dos empréstimos linguísticos em nosso país.
( ) Estrangeirismo é o nome do processo de empréstimo de palavras ou expressõ es de outros
países onde o português é a língua oficial.
( ) Os estrangeirismos originam-se no fato de os falantes introduzirem palavras de outras
línguas no idioma, mantendo a grafia de origem, como em outdoor, ou aportuguesando o
termo, como em tuíte.
( ) Com o passar do tempo, os falantes vã o usando cada vez mais os neologismos, de modo que
estes sempre acabam incorporados ao léxico da língua e dicionarizados.
( ) A incorporaçã o de palavras de outros idiomas passou a ocorrer apó s a chegada da internet e
dos aplicativos usados em computadores e celulares.

9. Faça as associaçõ es entre os tipos de discurso da primeira coluna com os enunciados da segunda,
retirados do conto “O menino”, de Lygia Fagundes Telles.
a) Discurso direto ( ) O menino enfiou as mã os nos bolsos e enterrou o queixo no
b) Discurso indireto peito. Lançou à mã e um olhar sombrio. Por que é que nã o
c) Discurso indireto entravam logo?... Tinham corrido feito dois loucos e agora
livre
aquela calma, espera. Espera o que, pô ?!...
( ) O menino deu um grito, montou no corrimã o da escada e foi
esperá -la embaixo. Da porta, ouviu-a dizer à empregada que
avisasse ao doutor que tinha ido ao cinema.
( ) — Mas que é que você tem filho? Ficou mudo...
— Está me doendo o dente.
— Outra vez? Quer dizer que fugiu do dentista? Você tinha
hora ontem, nã o tinha?
TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978.

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10. Leia o início de narrativa a seguir e continue a histó ria usando o que aprendeu sobre o gênero
miniconto. A situaçã o inicial está dada. Acrescente a ela o conflito, o clímax e o desfecho. Se quiser,
coloque elementos fantá sticos.
Naquele domingo, todos já haviam almoçado e ido cada um para o seu canto. Exceto eu, que
permaneci na mesa mexendo no celular. Se tivesse feito isso meia hora antes, com certeza levaria uma
bronca da minha avó . Fiquei ali jogando meus joguinhos e trocando mensagens com o pessoal da
escola. Depois de uma hora, veio o tédio. Resolvi mexer na estante do quarto do meu tio. Aqueles
livros e revistas sobre o corpo humano, doenças, tratamentos... Meu tio era enfermeiro. Apaixonado
pela profissã o, trabalhava em dois hospitais. Notei um livro novo, mais grosso do que a maioria.
O que eu nã o imaginava era que, ao abrir aquele calhamaço, viveria algo muito estranho assim
que começasse a virar as pá ginas, cheias de ilustraçõ es. Nã o era um livro da á rea dele. Era literatura.
Depois de virar as primeiras pá ginas, levei um baita susto. Aquilo era muito esquisito.
Texto elaborado para fins didá ticos.

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