08-RTR Compactacao 2016-2017

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 52

COMPACTAÇÃO DE ATERROS

e de
LEITOS DO PAVIMENTO
COMPACTAÇÃO DE ATERROS E DE LEITOS DO PAVIMENTO
FACTORES QUE AFECTAM A COMPACTAÇÃO
material

• características intrínsecas (granular, enrocamento, fino (plasticidade))

• características de estado (teor em água)

equipamento de compactação

• tipo de equipamento
• parâmetros de construção (peso, largura, liso, pés de carneiro)

• parâmetros de funcionamento (carga embarcada, vibração)

• modo de utilização (nº passagens, velocidade)

espessura da camada
COMPACTAÇÃO DE ATERROS E DE LEITOS DO PAVIMENTO

PRESCRIÇÕES PARA A COMPACTAÇÃO EM INFRAESTRUTURAS


DE TRANSPORTE

São fixadas em função do tipo de aplicação (objetivo):


• em aterro
limitar os assentamentos do aterro
assegurar a estabilidade
• em leito de pavimento
obter as características de rigidez e de resistência
necessárias
As prescrições apresentadas no manual em estudo
foram fixadas, para cada par solo–equipamento de
compactação a partir de:
- trechos experimentais onde se realizaram
medições repetidas, com grande precisão, da
massa volúmica “in situ”;
- observação do comportamento das obras;
- um modelo matemático baseado nesses dados.
Na colocação em obra por camadas, com os atuais equipamentos,
observa-se uma variação da massa volúmica seca ao longo da
altura de cada camada compactada.

Para assegurar uma compactação correta é necessário considerar 2


indicadores:
As prescrições apresentadas nos quadros do manual foram
estabelecidas com o objetivo de atingir, em média, os
seguintes valores mínimos por tipo de obra:
qi – COMPACIDADE EXIGIDA

q1 – para base do pavimento


q2 – para fundação do pavimento (sub-base)

q3 – para leito do pavimento


ρdm ≥ 98,5 % ρd OPN (ρdm = valor médio)
e
ρdfc ≥ 96 % ρd OPN (ρdfc = valor no fundo da camada)

q4 – para aterros
ρdm ≥ 95 % ρd OPN
e
ρdfc ≥ 92 % ρd OPN
Estes valores podem ser considerados como referência, mas não devem
ser tidos em consideração como únicas prescrições para a compactação,
porque:

• para muitos materiais não é pertinente considerar como ensaio de


referência o ensaio Proctor Normal (ex: %>19mm superior a 20%);
• é impossível assegurar um controlo adequado do conjunto dos
trabalhos apenas por medição da massa volúmica, nomeadamente no
que diz respeito ao fundo da camada (ex: necessidade de limitar a
espessura).

O peso específico seco da parte superior da camada não é considerado


diretamente para caracterizar a qualidade da compactação; no entanto,
existem disposições particulares para esta zona, definidas em função do
conjunto solo–equipamento de compactação (ex: “fechar a camada”).

Caso haja que considerar condições distintas das preconizadas deverão


ser realizados aterros experimentais para comprovação das alterações
pretendidas.
ATERROS EXPERIMENTAIS

Devem ser realizados ensaios de comprovação das condições de


compactação nas seguintes situações excecionais:

- Solos relativamente secos;


- Materiais difíceis de compactar (ex. materiais de granulometria descontínua);
- Solos evolutivos com comportamento mal definido;
- Subprodutos industriais;
- Equipamento mal conhecido;
- Tratamentos particulares.

Ex: Mistura de areia e argila


ATERROS EXPERIMENTAIS (cont.)
Estabelecimento de um adequado plano de trabalhos para o aterro
experimental:
• Objetivos (camada especial; tipo de solo; mistura de solos;…)
• Variáveis de estudo:
• solo (natureza e estado)
• espessura das camadas
• equipamento (classe e parâmetros de funcionamento)
• Variáveis de controlo (gd; w; …)
• Meios de controlo (garrafa de areia; método nuclear; …)
• Critérios de controlo (valores médios; valores mínimos;…)

Sempre que possível a definição do plano de trabalhos deve apoiar-se


na informação fornecida nos quadros de compactação que respeitam
a casos semelhantes.
COMPACTADORES

São considerados os seguintes tipos de compactadores:


- os compactadores com largura de rolo ≥ 1,3 m;
- dos pequenos compactadores apenas as placas vibrantes mais eficazes.

FAMÍLIAS DE COMPACTADORES CONSIDERADAS:


Pneus (Pi)
Vibrantes com cilindros lisos (Vi)
Vibrantes com pés de carneiro (VPi)
Estáticos com pés de carneiro (SPi)
Placas vibrantes (PQi)
i – nº de classe (dentro de uma família o índice aumenta com a eficácia
do compactador)
COMPACTADORES DE PNEUS (Pi)

A classificação é feita de acordo


com a carga por roda (CR)
P1 : 25 kN < CR < 40 kN
P2 : 40 kN < CR < 60 kN
P3 : CR > 60 kN
Um compactador pesado de pneus da classe P3 (carga por roda
maior que 60 KN) particularmente eficaz e polivalente.

• A área de contacto com o solo e a pressão transmitida são determinantes para a


compactação e dependem da carga por roda e da pressão de ar no seu interior.
• Um compactador pode pertencer a diferentes classes, consoante a carga efetiva por
roda que lhe é colocada no estaleiro.

• Maior eficácia utilizando a carga máxima por roda, compatível com a traficabilidade
(lastro variável, até atingir a carga máxima por roda prevista pelo fabricante).

• O limite superior da velocidade de utilização depende apenas da segurança na condução


COMPACTADORES VIBRANTES COM CILINDROS LISOS (Vi)
Estes compactadores podem ser assim agrupados:
VMi
- monocilindros vibrantes
- tandens transversais (cilindros dispostos segundo um único eixo)
- tandens longitudinais com um único cilindro vibrante
VTi
- tandens longitudinais com os dois cilindros vibrantes

Vibrante monocilindro classe VM4 Vibrante tandem transversal classe V5


A classificação dos compactadores vibrantes baseia-se em 2 parâmetros:
- (M1 / L)×(A0)1/2
- um valor mínimo de A0 M1 / L => [kg / cm]; A0 => [mm]
M1 – massa total (kg) aplicada à geratriz do cilindro (vibrante ou estático)
L – comprimento (cm) da geratriz do cilindro (vibrante ou estático)
A0 – amplitude teórica em vazio: A0 = 1000 × (me/M0)
me – momento dos excêntricos (m.kg)
M0 – massa da parte vibrante solicitada pelos excêntricos (kg)

Os compactadores vibrantes com cilindros lisos são classificados em 5 classes:


Um dado equipamento pode ser classificado dentro de diferentes
classes, dependendo dos valores de A0 e/ou de M1/L.

Normalmente considera-se que estes compactadores funcionam à


frequência máxima para o tipo de excêntricos que dispõem.

As classes V3 a V5 podem usar diferentes velocidades de circulação


(v), facto que pode influenciar a compactação.

O emprego de velocidades elevadas melhora o rendimento, mas só


é autorizado caso o compactador tenha contador de velocidade com
registador para controlo.

Na maior parte dos tandens longitudinais com ambos os cilindros


vibrantes a eficácia do cilindro dianteiro (AV) é a mesma da do cilindro
traseiro (AR).
Tandens longitudinais

Se forem diferentes os parâmetros de massa e de vibração dos dois


cilindros, são possíveis duas situações:

1 – se os valores de (M1 / L)×(A0)1/2 dos dois cilindros diferem


menos de 10%, considera-se uma classe de eficácia única,
determinada pela média dos valores de (M1 / L)×(A0)1/2 dos dois
cilindros (caso anterior);

2 – se os valores de (M1 / L)×(A0)1/2 dos dois cilindros diferem


mais de 10%, considera-se o compactador como a soma de dois
compactadores monocilindros, cada um com a sua própria classe
de eficácia.
COMPACTADORES MISTOS

CONSTITUIÇÃO

Cilindro vibrante + trem de pneus

O número de pneus tem de ser considerado suficiente para contribuir para a


compactação (intervalo entre as superfícies de contacto ≤ largura do pneu)

Considera-se como:
A soma de um compactador vibrante monocilindro (VMi) e de um
compactador de pneus (Pj)

Compactador misto V3+P1


COMPACTADORES VIBRANTES COM PÉS DE CARNEIRO (VPi)

São versões derivadas dos


compactadores vibrantes de
cilindros lisos.

A classificação é feita de acordo com os


mesmos critérios dos compactadores
vibrantes com cilindros lisos. Compactador vibrante VP1

• Diferenças de massa e de amplitude podem levar a uma


classificação diferente do VPi e do VMi equivalente.

•A partir de VP3 há diferenças nas modalidades de


compactação em relação às dos vibrantes lisos.

• As modalidades de compactação podem tirar


vantagens, quer da vibração, quer dos pés de carneiro
(ex: esmagamento).
COMPACTADORES ESTÁTICOS COM PÉS DE CARNEIRO (SPi)
A classificação é feita a partir da carga
estática média por unidade de largura do(s)
cilindro(s) pés de carneiro (M1 / L)
SP1 : 30 kg/cm < M1 / L < 60 kg/cm
SP2 : 60 kg/cm < M1 / L < 90 kg/cm
Compactador estático SP1

Compactadores com lastro – a classificação é feita de acordo com a situação


encontrada em estaleiro.
Nas primeiras passagens a velocidade deve ser baixa (traficabilidade), mas
superior a 2 ou 3 km/h; no fim da construção a velocidade deve ser a máxima
possível (10 a 12 km/h).
Não se conta como tempo de compactação o tempo gasto no espalhamento e
regularização do solo (caso o compactador esteja equipado com lâmina).

Caso a velocidade média em estaleiro (v > 6 km/h) seja inferior aos valores
indicados nos quadros de compactação deve ser reavaliado o rendimento.
PLACAS VIBRANTES (PQi)

A classificação é feita com base na pressão estática na base (Mg/S) em kPa


Mg – peso da placa
S – superfície de contacto placa-solo

PQ1 e PQ2 - placas pequenas (não são consideradas)


PQ3 10 kPa < Mg/S < 15 kPa
PQ4 Mg/S > 15 kPa

S varia para os modelos equipados com extensões (“alargadores”), por


isso, há alterações na classificação.
REGRAS DE COMPACTAÇÃO

1 – TABELAS DE COMPACTAÇÃO
As tabelas de compactação foram
estabelecidas para o material
“médio” da classe e sub-classe
correspondente.

O compactador que foi considerado


corresponde ao limite inferior da
classe de eficácia em causa.
ex: P1 : 25 kN < CR < 40 kN

Um caso não indicado nos quadros


significa que o compactador
considerado não consegue atingir os
objectivos definidos (γd ≡ f (γdopn)
indicado anteriormente) para a
compactação de camadas de
espessura superior a 20 cm.
No caso de compactadores de
pés de carneiro, a ausência de
indicações, qualquer que seja
a classe de eficácia,
corresponde à inadequação
deste equipamento para o solo
a compactar (coesão baixa).

As reservas quanto à
traficabilidade (indicadas nos
quadros) têm apenas carácter
indicativo. De facto, os
limites de traficabilidade
dependem, dentro da mesma
classe de eficácia, da
concepção do equipamento.
(ex: cilindro motorizado ou não)
2 – PARÂMETROS DEFINIDORES DAS MODALIDADES DE COMPACTAÇÃO

2.1 – Parâmetro Q/S [m3/m2]


Q – é o volume de solo compactado num dado tempo; representa o ritmo
de produção do aterro.

In situ
– pode ser determinado através de:
• medições feitas após a compactação
• nº de viagens, da carga média e dos coeficientes de
correção de volumes.

Nos estudos
– é estimado a partir de dados de projeto e das condições de
execução.
2 – PARÂMETROS DEFINIDORES DAS MODALIDADES DE COMPACTAÇÃO

2.1 – Parâmetro Q/S [m3/m2] (cont.)

S – superfície varrida por um compactador num dado tempo; representa o


ritmo de utilização de um compactador.
S=DxL
D - distância percorrida em compactação (durante o tempo selecionado
para a avaliação de Q)
L - largura de compactação (ponderada pelo fator morfológico do
compactador: N/n).

A distância D pode ser registada por um contador kilométrico montado no


compactador.

As distâncias elementares percorridas pelo compactador com parâmetros de


funcionamento não conformes (por ex. vibração parada, velocidade muito
elevada, etc.) não são tomadas em consideração para a avaliação de D.
INTERPRETAÇÃO DE Q/S
Q/S = “espessura unitária de compactação”
Q/S representa a espessura que pode ser compactada de um dado material com
a compacidade requerida, por um dado compactador, numa aplicação de carga.
A análise dos valores do parâmetro (indicados nos quadros de compactação)
permite comparar a eficiência de diferentes classes de compactadores (para
uma dada classe de materiais e de intensidade de compactação).

Q/S a impor diminui com o aumento da intensidade de


compactação exigida.
Quando os valores Q/S são utilizados como especificações,
devem ser interpretados como sendo valores máximos.
Portanto, Q/S real deve ser inferior ou igual a Q/S indicado nos quadros, seja qual
for o valor real da espessura da camada (dentro do limite máximo indicado).

quando se exige energia de compactação intensa


• não há inconveniente que seja muito inferior, uma vez que neste caso é
mais frequente a ocorrência de insuficiências de compactação (em
particular com solos secos)

quando se exige energia de compactação baixa


• o valor Q/S real deve ser próximo do Q/S indicado nos quadros
• com uma variação aceitável (ex: ± 20% numa hora de trabalho)
• nos solos húmidos, onde a compactação é acompanhada de fenómenos de
“acolchoamento” não se deve aplicar energias de compactação mais fortes do
que as previstas, pois tal conduziria a uma redução da capacidade de carga
2.2 – Espessura compactada (e)

• O valor da espessura compactada indicado nos quadros é um valor


máximo.
• A espessura real deverá ser menor ou igual ao valor máximo
indicado.

• Os valores da espessura máxima das camadas são fixados de


acordo com as exigências de compactação (energia).
• Os valores indicados não têm em conta, em particular, as
condicionantes que podem ser impostas, se for caso disso,
relativamente ao espalhamento:
ex: camadas finas que permitam a fragmentação ou o arejamento do material
2.3 – Velocidade de translação do compactador (v)

• Em geral, os valores de velocidade indicados são máximos (± 10%).

• A velocidade de translação depende da família do compactador:

Nos compactadores vibrantes é necessário entrar em linha de


conta com a influência da velocidade na eficácia de
compactação.
Para os compactadores vibrantes V3, V4 e V5 são
apresentados dois valores de velocidade que permitem
otimizar o rendimento de acordo com as condições da obra.
2.3 – Velocidade de translação do compactador (v) (cont.)

• Compactadores de pneus e estáticos pés de carneiro


– Há possibilidade de haver problemas de traficabilidade.
– A velocidade no início da compactação é geralmente menor
do que no fim da mesma.
– O valor indicado para a velocidade é o valor médio da
velocidade na totalidade das passagens realizadas sobre a
zona em compactação.

• Placas vibrantes
– as velocidades indicadas correspondem às velocidades
médias observadas.
Estabelecimento de cláusulas contratuais com base em Q/S

Os valores de Q/S e e (associados a uma dada velocidade)


permitem a definição das cláusulas contratuais.

Para além destes parâmetros, os quadros apresentam, a título


indicativo, o valor de vários parâmetros úteis para:
• definição do estaleiro de compactação;
• cálculo de rendimentos; etc.

Esses parâmetros são:


N – nº de aplicações de carga;
Q/L – débito horário por unidade de largura do compactador.
3 – CONDIÇÕES A SATISFAZER PARA UMA BOA COMPACTAÇÃO

• a) Boa organização de estaleiro, em particular para garantir:


a homogeneidade do material aprovisionado (qualidade);
a distribuição adequada do esforço de compactação (eficiência)
(ter um plano de varrimento e uma adequada cadência de aprovisionamento);
o adequado tempo de espera na compactação no caso de solo tratado
com cimento, por exemplo.

• b) Fornecer aos condutores dos compactadores indicações precisas e adaptadas


aos objetivos de qualidade (por exemplo, em zonas exíguas as indicações podem
levar à redução do Q/S indicado nos quadros).

• c) Verificação dos parâmetros essenciais ao funcionamento correto dos


compactadores:
• vibrantes – velocidade, momento dos excêntricos , frequência
• pneus – velocidade, lastro (ou carga efetiva por rodado), pressão dos pneus
• d) Verificação da concordância entre as condições de funcionamento e a
classe do compactador.

• e) Evitar variar significativamente os parâmetros de funcionamento de


um equipamento.

• f) Evitar situações de secções heterogéneas, pois penalizam os


materiais com melhor comportamento e complicam a organização do
estaleiro.
• g) A compactação em locais de acesso difícil pode ter que ser executada
como se tratasse de uma compactação em vala (especificações
regulamentadas noutro documento).

• h) O “fecho” da parte superior das camadas que são compactadas com


compactadores pés de carneiro e vibrantes pesados pode exigir um
complemento de compactação ou uma operação específica (como
indicado nas notas explicativas dos quadros).
Exemplo de uma tabela de
compactação para utilização de
materiais A1, C1A1 (*) em aterro

(*) – Dmax < 2/3 da espessura da camada


compactada;
(1) – Assegurar a traficabilidade do
compactador;
(2) – Prever uma operação adicional para
eliminar as rodeiras quando houver
risco de chuva no fim do dia (fresar os
cms superiores, ou emprego de outro
tipo de compactador que proporcione o
efeito desejado)

Q/L = 1000 × (Q/S) × v

Q/S – (m)
e – (m)
v – (km/h)
N–-
Q/L – (m3/h.m)
DETERMINAÇÃO PRÁTICA DAS CONDIÇÕES DE COMPACTAÇÃO
DE ATERROS E DE LEITOS DO PAVIMENTO

1 – PARÂMETROS AUXILIARES

n – nº de passagens (uma passagem é uma ida ou uma volta do compactador)


N – nº de aplicações de carga

N = n, quando os compactadores são monocilindros e de pneus


N = 2×n (uma passagem = duas aplicações de carga), quando os
compactadores são tandem longitudinal
O nº teórico médio de passagens que se deve aplicar numa camada de
material com uma dada espessura obtém-se diretamente da relação entre a
espessura da camada e o valor de Q/S correspondente às classes do
compactador e do material considerado:

Nota: N dos quadros foi obtido considerando a execução de


uma camada com espessura igual à máxima indicada
(arredondado para o inteiro superior)
Débito por unidade de largura de compactação (Q/L)

Débito teórico de um compactador monocilindro (n = N) de um metro de largura


(L=1), calcula-se por:

Q/L = 1000 × (Q/S) × v Q/L [(m3/h)/m]; Q/S [m]; v [km/h]

respeitando as prescrições estabelecidas para:


Q/S
e
v

O valor apresentado nos quadros é indicativo. É recalculado, por exemplo,


no caso de um compactador de pneus (Pi) ou estático de pés de carneiro
(SPi), se a velocidade média real é inferior à velocidade média indicada
nos quadros.
Largura de compactação L
Corresponde à largura compactada e está ilustrada nos seguintes esquemas:

* A cobertura deve ser total entre ambos os eixos

VMi – monocilindros vibrantes; tandens transversais (cilindros dispostos segundo um único eixo);
tandens longitudinais com um único cilindro vibrante.
VPi – vibrantes com pés de carneiro
VTi – tandens longitudinais com os dois cilindros vibrantes
Pi – pneus
SPTi – tandens estáticos com pés de carneiro
Pode calcular-se o débito prático esperado de um dado compactador que tenha
um rolo com uma geratriz de comprimento L:

Qprát = k × (Q/L) × L × (N/n)

k – coeficiente de rendimento ≡ representa a relação entre o tempo útil de


compactação e o tempo de presença do compactador em campo.

Tempo útil de compactação ≡ tempo durante o qual o compactador é efetivamente


utilizado na zona a compactar, com os parâmetros de funcionamento corretos:
velocidade de translação, frequência, momento dos excêntricos

0,5 < k < 0,75 (dependendo dos estaleiros)

Conhecendo a cadência da obra pode avaliar-se o nº de compactadores


necessários.

Os valores de Q/L permitem comparar as diferentes classes e famílias de


compactadores entre si.
2 – LEITURA DOS QUADROS (exemplos de aplicação)
Compactadores Pi, V1, V2, VPi, SPi e PQi (coluna única)

P1

Energia de
compactação
média

O código a Podem
considerar
provém das calcular-se
tabelas de a partir de
utilização de
solos (função do Q/S, e e v,
estado hídrico e para a
da
meteorologia)
situação em
causa
2 – LEITURA DOS QUADROS (exemplos de aplicação)
Compactadores V3, V4 e V5 (coluna desdobrada: enquadramento das condições possíveis)

Energia de
compactação
média

Uma velocidade mais elevada implica necessariamente uma menor espessura,


devido ao mais acentuado gradiente de densidade na camada. No entanto,
respeitando estas condições, o débito do compactador é mais elevado.
Atenção: o facto de o débito do compactador ser mais elevado, não quer dizer
necessariamente que a obra se conclua mais rapidamente, pois o tempo
despendido com o espalhamento das camadas também é relevante.

Obviamente é proibido misturar os valores provenientes das duas colunas


(a espessura mais elevada com a velocidade mais elevada).
No caso em que a espessura nominal prevista (ou considerada) para a obra
(eobra) esteja contida entre duas espessuras referidas, é possível determinar as
condições ótimas de compactação calculando:
• a velocidade média do compactador vibrador a partir da relação:
(v × e) = constante (os valores considerados são os apresentados na coluna da direita: v mínimo e e máximo)

• Q/L a partir da relação:

• N é sempre considerado igual a:

Os valores assim calculados são então utilizados como prescrições, como se


fossem lidos diretamente nos quadros.
Exemplo: se quiser compactar com 0,5 m de espessura
COMPACTADORES MISTOS OU TANDENS DISTINTOS (uma máquina)
Para os compactadores considerados como a soma de dois compactadores as
prescrições de compactação devem ser estabelecidas a partir das seguintes
regras:
• Q/S é a soma dos Q/S dos dois compactadores (rolos) considerados

• a espessura (e) é o menor dos valores dados para cada um dos compactadores
quando é possível a escolha de (v×e) (caso dos vibrantes > V3) procura-se
conciliar as possibilidades dos dois compactadores
• a velocidade (v) é o menor dos valores dados para cada um dos compactadores

• número de aplicações de carga N é calculado por (arredondado ao inteiro superior):

• N/n = 1 visto que se considera a combinação dos dois compactadores

• Q/L é dado por :


Exemplo: compactador misto (P1 + VM3 ) num aterro com solo B1, com energia
de compactação média (código 2).
P1 – pneus VM3 – monocilindro vibrante

Atenção que já não


P1 + V3 pode ser 5,0 km/h
Q/S = 0,060 + 0,135 = 0,195

se for e = 0,30 m se for e = 0,35 m


v = 5 km/h v = (2 × 0,80) / 0,35 = 4,57 = 4,5 km/h
= 0,30 / 0,195 = 1,54 = 2 N = 0,35 / 0,195 = 1,79 = 2
Q/L = 1000 × 5 × 0,195 = 975 m3/h/m Q/L = 1000 × 4,5 × 0,195 = 880 m3/h/m
VÁRIOS COMPACTADORES (N) IGUAIS A FUNCIONAR NO ESTALEIRO

• As modalidades de utilização (espessura e velocidade) correspondem à classe


do compactador considerado.

• o débito teórico do conjunto é considerado n × débito teórico do compactador;

Apenas se pode considerar a repartição do trabalho. Esta pode ser diferente em


relação a cada um dos compactadores.
Seja:
Q – volume global do solo compactado;
S1, S2, Sn – superfície varrida por cada um dos compactadores;
Q/S – valor lido nos quadros, para o respetivo solo, nas condições dadas.

Para os valores (Q/S1), (Q/S2), (Q/Sn) de cada compactador, deve ser satisfeita
a seguinte condição :
Exemplo de avaliação da qualidade de compactação
Estaleiro com as seguintes condições:
• Aterro com solo C2A1s com compactação intensa;
• 2 compact. vibrantes monocilindros V4 com L = 2 m e coeficiente de rendimento k = 0,75;
• Volume de solo compactado num dado período Q = 2 400 m3 ;
• Espessura da camada compactada 0,40 m;
• No fim do período a fiscalização foi informada que os compactadores tinham compactado:
S1 = 24 000 m2; S2 = 18 000 m2.
Terá sido adequada a compactação, cumprindo a metodologia em análise ?
Solução: consulta de quadros para o solo e equipamento em causa
Q/S = 0,050
e = 0,40 • A funcionar em condições adequadas cada um dos compactadores compactava :
v=2
N=8
Q1 = 0,050 × 24 000 = 1 200 m3
Q/L = 100
Q2 = 0,050 × 18 000 = 900 m3

mas 1 200+900 = 2 100 < 2 400 m3 => a compactação foi inadequada.

• De facto,
Exemplo de estimativa de tempo de compactação

No caso anterior, quantas horas será necessário compactar para executar o trabalho
de forma adequada ?
Q/S = 0,050
e = 0,40
v=2
Volume a compactar = 2 400 m3 Largura do rolo N=8
Q/L = 100

• Débito máximo de cada um dos compactadores: 2 × 100 = 200 m3/h;

• Seriam necessárias 2 400 / 200 = 12 horas úteis de trabalho de compactador V4;

• Atendendo ao coeficiente de rendimento, são necessárias 12 / 0,75 = 16 horas

Neste caso, como os compactadores são iguais e estão a operar da mesma forma,
faz-se a distribuição deste tempo pelos dois, da forma que se quiser.
VÁRIOS COMPACTADORES DIFERENTES A FUNCIONAR NO ESTALEIRO

Os compactadores operam sobre uma zona de trabalho comum, logo a espessura


da camada terá que ser adequada a todos.
Depois da consulta dos quadros de cada um dos compactadores, seguem-se os
seguintes procedimentos:
• a espessura (e) real deve ser inferior ou igual ao menor dos valores de e dos
quadros;
• o débito teórico do conjunto é considerado igual à soma dos débitos teóricos
dos compactadores;
• para as velocidades e número de aplicações de carga de cada compactador,
podem existir diversas formas de gerir o conjunto (no que se refere às
prescrições individuais para a velocidade).
• é necessário cumprir a condição:

• o compactador que opera em primeiro lugar deve ser o mais eficaz, na medida
em que consegue ultrapassar os problemas de traficabilidade.
Exemplo: Determinar o tempo necessário para compactar 10 000 m3 de um solo B1 utilizando
em simultâneo um V3 monocilindro e um cilindro de pneus P2, ambos com largura L = 2 m

A partir das prescrições das tabelas, pode decidir-se, por exemplo, colocar camadas de
0,40 m e definir as condições de utilização de um vibrante em função desta espessura.
V3 P2 V3 P2
Q/S 0,135 0,090 Parâmetros para o V3 : Q/S 0,135 0,090
e 0,30 0,80 0,45 e 0,40 0,40
v = (2 × 0,80) / 0,40 = 4 km/h
v 5 2 5 v 4 5
N 3 6 5 N = 0,40 / 0,135 = 2,96 = 3 N 3 5
Q/L 675 270 450 Q/L = 1000 × 4 × 0,135 = 540 m3/h/m Q/L 540 450

Débito teórico do conjunto: (540 × 2) + (450 × 2) = 1 980 m3/h


Tempo útil de compactação (considerado igual para os dois compact.) : 10 000 / 1 980 = 5,05 h
Verificação
Atendendo a que v=d/t=(S/L)/t então S= t × L × v
Respeitando as condições ter-se-á :
S (V3) = 5,05 × 2 × 4 × 1 000 = 40 400 m2 => Q/S = 10 000 / 40 400 = 0,247
S (P2) = 5,05 × 2 × 5 × 1 000 = 50 500 m2 => Q/S = 10 000 / 50 500 = 0,198
Podem calcular-se tempos úteis diferentes gastos para percursos (áreas) impostos

Se os valores de S estabelecidos forem, por exemplo:


V3 P2
S (V3) = 52 000 m2
Q/S 0,135 0,090
S (P2) = 36 000 m2 e 0,40 0,40
v 4 5
O tempo útil para V3 calcula-se por: N 3 5
Q/L 540 450
Volume compactado em condições adequadas
Q = (Q/S)(quadro) × S = 0,135 × 52 000 = 7 020 m3
Tempo de trabalho
t = Q / Qunitário (débito) = 7 020 / (540 × 2) = 6,5 h úteis

O tempo útil para P2 calcula-se por:


Volume compactado em condições adequadas
Q = (Q/S)(quadro) × S = 0,090 × 36 000 = 3 240 m3
Tempo de trabalho
t = Q / Qunitário (débito) = 3 240 / (450 × 2) = 3,6 h úteis
Pode calcular-se o número de passagens de cada compactador em obra

Por exemplo, com vista a fornecer aos condutores dos compactadores indicações precisas.

Seguindo o caso anterior (V3+P2) pode-se, por exemplo, decidir que V3 realiza
primeiramente 2 passagens e P2 realizará posteriormente as necessárias para que, no
conjunto, confiram uma adequada compactação.
V3 P2
Então, Q/S que me proponho fazer com V3 é: Q/S 0,135 0,090
e 0,40 0,40
v 4 5
Q/S (V3) = e/N = 0,40/2 = 0,20 N 3 5
Q/L 540 450

A parte restante relativa ao compactador P2 é tal que:

o que se traduz por Q/S (P2) ≤ 0,28

Calcula-se então N para P2


N ≥ 0,4 / 0,28 = 1,43 (arredonda para 2)

Assim, a compactação funciona com 2 passagens de V3 mais 2 passagens de P2.


Assim:
Q/S (V3) = e/N = 0,40/2 = 0,20
e
Q/S (P2) = 0,40/2 = 0,20

A concretização destas condições conduz a:

que, obviamente, não constitui necessariamente uma otimização de estaleiro.

Você também pode gostar