Dr. Honoris Causa UFMS
Dr. Honoris Causa UFMS
Dr. Honoris Causa UFMS
ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
MARCELO AUGUSTO SANTOS TURINE
Reitor
CAMILA CELESTE B. FERREIRA ÍTAVO
Vice-Reitora
ANA RITA BARBIERI FILGUEIRAS
Pró-Reitora de Assuntos Estudantis
AUGUSTO CESAR PORTELLA MALHEIROS
Pró-Reitor de Administração e de Infraestrutura
CARMEM BORGES ORTEGA
Pró-Reitora de Gestão de Pessoas
DULCE MARIA TRISTÃO
Pró-Reitora de Planejamento, Orçamento e Finanças
MARCELO FERNANDES PEREIRA
Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Esporte
NALVO FRANCO DE ALMEIDA JUNIOR
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
RUY ALBERTO CAETANO CORRÊA FILHO
Pró-Reitor de Graduação
AGUINALDO SILVA
Diretor do Câmpus do Pantanal
ANDRÉIA CRISTINA RIBEIRO
Diretora do Câmpus de Paranaíba
AURI CLAUDIONEI MATOS FRÜBEL
Diretor do Câmpus de Aquidauana
CLÁUDIA CARREIRA DA ROSA
Diretora do Câmpus de Ponta Porã
DANIEL HENRIQUE LOPES
Diretor do Câmpus de Naviraí
ELIENE DIAS DE OLIVEIRA
Diretora do Câmpus de Coxim
KLEBER AUGUSTO GASTALDI
Diretor do Câmpus de Chapadão do Sul
OSMAR JESUS MACEDO
Diretor do Câmpus de Três Lagoas
SOLANGE FACHIN
Diretora do Câmpus de Nova Andradina
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MEMBROS DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO
MARCELO AUGUSTO SANTOS TURINE
CAMILA CELESTE B. FERREIRA ÍTAVO
ANA RITA BARBIERI FILGUEIRAS
AUGUSTO CÉSAR PORTELLA MALHEIROS
CARMEM BORGES ORTEGA
DULCE MARIA TRISTÃO
MARCELO FERNANDES PEREIRA
NALVO FRANCO DE ALMEIDA JUNIOR
RUY ALBERTO CAETANO CORRÊA FILHO
AGUINALDO SILVA
ALBERT SCHIAVETO DE SOUZA
ANDRÉIA CRISTINA RIBEIRO
AURI CLAUDIONEI MATOS FRÜBEL
CLÁUDIA CARREIRA DA ROSA
DANIEL HENRIQUE LOPES
DOROTÉIA DE FÁTIMA BOZANO
ELIENE DIAS DE OLIVEIRA
FABRICIO DE OLIVEIRA FRAZILIO
HENRIQUE MONGELLI
JOSÉ CARLOS DE JESUS LOPES
KLEBER AUGUSTO GASTALDI
LINCOLN CARLOS SILVA DE OLIVEIRA
LUCIANA CONTRERA
MARIA LÍGIA RODRIGUES MACEDO
MILENE SILVA BATOLOMEI
OSMAR JESUS MACEDO
PATRÍCIA SANDALO PEREIRA
PAULO ZÁRATE PEREIRA
ROBERT SCHIAVETO DE SOUZA
SOLANGE FACHIN
VERA LÚCIA PENZO FERNANDES
VIVINA DIAS SOL QUEIROZ
WILSON AYACH
YNES DA SILVA FÉLIX
REPRESENTANTES DOCENTES
ANDRÉ LUIS SOARES DA FONSECA
ADALBERTO VIEIRA CORAZZA
BRUNO SPOLON MORANGONI
CARLOS ALBERTO DO NASCIMENTO RAMOS
CARLOS ROBERTO GABRIANI
DIONÍSIO MACHADO LEITE FILHO
EVANDRO MAZINA MARTINS
EVERTON DA SILVA NEIRO
FÁBIO DA SILVA SOUSA
FERNANDO RODRIGO FARIAS
FLÁVIA ZECHINELI F. BASTOS
GERALDINO CARNEIRO DE ARAÚJO
GLEISON ANTÔNIO CASAGRANDE
JEFERSON ADÃO DE A. MATOS
JORGE DE SOUZA PINTO
JOSE ANTONIO BRAGA NETO
JOSE CARLOS DA SILVA
LIANA DESSANDRE D. GARANHANI
LUCIANI COIMBRA DE CARVALHO
MARIA ELIZABETH ARAUJO AJALLA
MARIUZA APARECIDA C. GUIMARÃES
PATRICIA GRACIELA DA ROCHA
RAFAELA AZEVEDO A DE OLIVEIRA
SILVINO ARÉCO
WILSON DE BARROS CANTERO
REPRESENTANTES DE ASSOCIAÇÕES
CARLOS SIMÕES GONÇALVES
ERON BRUM
MARIA HELENA DA SILVA ANDRADE
NIVALCI BARBOSA DE OLIVEIRA
PAULO CESAR DUARTE PAES
REPRESENTANTE GOVERNO FEDERAL/MEC
CLAUDIO CESAR DA SILVA
REPRESENTANTES DISCENTES/DCE
LUÍS ANTÔNIO DA SILVA JÚNIOR
MATHEUS HENRIQUE FABRÍCIO SANTOS
REPRESENTANTES DA COMUNIDADE
CLEONI BORTOLLI
MARIANA ADALGIZA GILBERTI URT
APRESENTAÇÃO
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DISCURSO DO REITOR
TENHO A HONRA de presi-
dir esta cerimônia da Assembleia
Universitária da UFMS que cele-
bra a outorga do título de Doutor
Honoris Causa ao compositor,
instrumentista e cantor Almir
Eduardo Melke Sater, por sua
imensa contribuição à música
nacional e regional. Esta Univer-
sidade, que tanto incentiva, apoia
e estimula a cultura, ao conceder
este título não o apenas faz como
um justo reconhecimento ao ar-
tista, mas como uma inequívoca
demonstração de apreço ao seu
magnífico trabalho, na divulga-
ção do nome do nosso pujante
Mato Grosso do Sul, do Pantanal Sul-Mato-Grossense, para os mais
deferentes recantos brasileiros, por meio de suas canções, que retratam
o povo pantaneiro.
Em comemoração aos 40 anos de federalização da nossa UFMS, e com
aprovação unânime do Conselho Universitário da UFMS, sentimos hon-
rado em tê-lo, a partir de hoje, na galeria dos Doutores Honoris Causa
desta maior e melhor Universidade do Estado de Mato Grosso do Sul.
Agraciar é prestar uma homenagem a quem faz da vida uma janela
para o mundo. As Universidades criaram, então, as formas de agraciar,
e uma delas é o título de Doutor Honoris Causa, título máximo confe-
rido a quem não está no quadro de seus servidores. A expressão latina
Honoris Causa, ou seja, “por causa de honra”, tem sido utilizada quando
uma Universidade deseja conceder um título de honra para uma pessoa
importante pelo que ela é e pelo que ela fez e faz. Pelo que ela se destaca
na cultura, artes, letras, ciências, educação, música, pela promoção da
paz, pela preocupação destacada no aprimoramento da vida social, e pelo
trabalho em prol da resolução de questões humanitárias.
Almir Sater é um dos mais importantes artistas do país, que se des-
taca na arte de fazer música, com obras como: Tocando em Frente, Va-
randas, Comitiva Esperança, Um Violeiro Toca, Semente, entre tantas
outras. Sua música não deixa de citar as referências diretas da viola e
do campo, canta a sabedoria e os desenganos da natureza, tem papel
importante na popularização da viola, ampliando suas possibilidades
musicais. Com a concessão deste título, a UFMS reconhece a divul-
gação e a preservação de dois patrimônios imateriais brasileiros: sua
voz e sua poesia. Reconhecido como o artista mais completo da música
brasileira, ganhador de vários prêmios, mostra para nós o quanto con-
ceituado é, representando os violeiros brasileiros, não apenas no Brasil,
mas pelo mundo a fora.
Este é um belo dia para a UFMS. É um ato acadêmico importan-
te sob o ponto de vista teórico, quando a Universidade reconhece a
qualidade do trabalho de Almir Sater. Um dia que ficará marcado para
sempre não só na história deste grande cidadão, mas de toda a mú-
sica brasileira, em especial de Mato Grosso do Sul. Artista autêntico
representante da cultura sul-mato-grossense, cujas canções envolvem
ecologia, biodiversidade e meio ambiente, enaltecendo a fauna e a flora
do Pantanal, e referencia a conservação da natureza.
Para nós, é uma grande honra homenagear este artista, poeta sul-
-mato-grossense Almir Sater, homem de personalidade simples, que
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arrasta multidões, que além da multiplicidade de talentos, é defensor
do meio ambiente, sempre engajado em projetos de cunho socioam-
biental, estimulando a conscientização para a melhoria do nosso pla-
neta, como a qualidade de vida dos pantaneiros.
Obrigado pela aceitação desta honraria, que prestigia também a
nossa UFMS, de modo especial neste ano, em que comemoramos qua-
renta anos de federalização, bem como a nossa cidade, o nosso Estado e
o nosso país. O seu gesto de aceitação é, para nós, um gesto de grande-
za, que muito diz da grandeza do seu coração. Da grandeza do homem,
do profissional e do artista.
É com grande estima e reconhecimento que a partir desta data, pas-
sa a fazer parte da galeria dos nossos ilustres Doutores Honoris Causa.
Aqui está o nosso reconhecimento. O nosso apreço. O nosso abraço.
A nossa amizade.
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DISCURSO DO HOMENAGEADO
Almir Sater
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ALMIR SATER - Memorial
Almir Eduardo Melke Sater nasceu em Campo Grande (MS), no
dia 14 de novembro de 1956. É filho da união entre Fuad e Nair e o
primogênito dos irmãos Giselle, Sybelle e Rodrigo. Desde criança já se
interessava por música, gostava de ouvir os discos de 78 rotações do avô
Ibrahim e participar das festas árabes da família. Sua mãe chegou a ma-
triculá-lo em um conservatório para estudar piano e acordeon, mas o
gosto pelo violão foi mais forte e começou a tocar quando cursava o ter-
ceiro científico no Rio de Janeiro. Já havia feito algumas apresentações
amadoras com o vizinho Gil, no programa de auditório do Tio Jubbert,
a domingueira para calouros na Rádio Cultura de Campo Grande, e
tocando contrabaixo na balada “Do You Wanna Dance?” recebeu seu
primeiro “cachê” de 12 cruzeiros, dividido com o amigo.
Logo que chegou no Rio, em 1974, pede umas aulas de violão para o
carioca-campo-grandense Paulo Simões, que era mais próximo dos pri-
mos de Almir. Após três encontros, Simões decide que as aulas acaba-
ram e eles começam a tocar juntos. A admiração mútua por Bob Dylan
foi um dos pontos que uniu ainda mais os dois, resultando em uma
sincera amizade e duradoura parceria. Almir passou para a faculdade
de Direito, na Cândido Mendes, na Praça XV, no Rio de Janeiro.
Nesse período conheceu a viola de perto quando passava pelo Largo
do Machado e assistiu a uma dupla caipira, na apresentação o violeiro
mineiro tocava muito bem usando uma dedeira de unha de águia, o que
chamou a atenção para a sonoridade e a mística que envolve o instru-
mento de dez cordas. O campo-grandense comprou sua primeira viola
e formou sem compromisso a dupla Lupe e Lampião com Maurício, ou-
tro sul-mato-grossense que estava estudando no Rio de Janeiro. Almir
era o Lupe. A dupla é classificada para o Festival da Record, ocasião na
qual conhece o lendário violeiro Tião Carreiro.
Quem se hospeda no apartamento de Almir, no Rio de Janeiro, são
os integrantes do Grupo Água, conjunto chileno que havia conhecido
em Campo Grande. O som andino do grupo, que chegou a gravar com
Milton Nascimento, atraiu e influenciou o campo-grandense. O contato
com os chilenos é decisivo para Almir largar a Faculdade de Direito e
se dedicar mais seriamente à música. Ele começa a tocar charango e
a estudar a música latino-americana. Em 1976, Almir resolve voltar a
morar em Campo Grande.
Ele é aprovado para Educação Física, na Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul, mas frequenta o curso por pouco mais de um
ano. Também começa a lecionar violão no conservatório de música,
em Campo Grande. Meses depois, ele e Maurício “Lampião” montam
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o Grupo Tupiara com mais três parceiros, um deles boliviano. Com o
final do Tupiara e incomodado com as aulas de anatomia, decide aban-
donar a Educação Física e se transferir para São Paulo em 1978. Os ir-
mãos Espíndola –Tetê, Geraldo, Celito e Alzira, que formavam o grupo
Tetê e O Lírio Selvagem– se mudam para São Paulo, também; ao chegar,
o campo-grandense conhecia apenas o jornalista Paulo Klein, da Folha
de S. Paulo, mas aos poucos foi se enturmando e de repente estava perto
de tudo. Foi no lançamento do primeiro LP do Tetê e O Lírio Selvagem
no Teatro Ruth Escobar, um marco para a música sul-mato-grossense, e
passou a conhecer vários artistas e produtores da cidade. Sentiu-se em
casa e decidiu ficar.
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A carreira discográfica de Almir começa na gravadora Continental.
O LP Homônimo tem a participação de Tião Carreiro na instrumen-
tal “No Quintal de Casa” e traz canções como “Canta Viola”, “Flor do
Amor”, “Velhos Amigos”, “Aqui Agora Crianças”, de Geraldo Roca, e a
guarânia “Semente”, primeira parceria entre Almir e Paulo Simões. De-
pois de sair da Continental, assinou com a gravadora RGE, onde Ro-
lando Boldrin tinha um selo, para produzir o segundo disco “Doma”.
O álbum, lançado em 1982, conta com dez canções, como “Varandas”,
“Cavaleiro da Lua”, “Sonhos Guaranis”, “Trem do Pantanal” e a instru-
mental “Doma”, que batiza o LP.
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Em 1985, lança seu primeiro disco instrumental, com dez temas, pela
gravadora Som da Gente. O álbum é elogiado pela crítica especializada, que
o aponta como novo nome da viola brasileira, modernizando o instrumen-
to. “Luzeiro” é escolhido como tema de abertura do “Globo Rural”, progra-
ma dominical da Rede Globo que estava sendo reformulado em 1986. Nesse
mesmo ano, produz pela gravadora 3M o quarto disco da carreira, batizado
de “Cria”. O álbum marca o começo da parceria com Renato Teixeira, com
as canções “Missões Naturais” e “Trem de Lata”. Em 1987, Almir é convida-
do a participar do longa-metragem “As Bellas de Billings”, de Ozualdo Can-
deias, e, em 1988, do “Caramujo Flor”, curta experimental de Joel Pizzini
sobre o universo poético de Manoel de Barros e que tem no elenco Aracy
Balabanian, Ney Matogrosso, Rubens Correa e Tetê Espíndola.
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No entanto, é na novela “O Rei do Gado”, exibida pela Rede Globo, em
1996, que Almir ganha fama nacional repetindo a parceria com Sergio
Reis em “Pantanal”. Na trama global, eles vivem a dupla Pirilampo e Sara-
cura e gravam diversas músicas para a trilha sonora da produção, como
“Cabecinha no Ombro” e “Rei do Gado”. No ano seguinte, é lançado pela
Som Livre o álbum “Caminhos me Levem”, o nono disco da carreira. No
repertório temos a versão do artista para “Mochileira”, de Geraldo Roca,
“Brasil Poeira”, “Pagode Bom de Briga”, entre outras. O violeiro decide en-
tão se dedicar exclusivamente aos shows e cai na estrada com sua banda.
Em 2006, aceita voltar para a televisão e participa da novela “Bicho do
Mato”, da TV Record, como o personagem Mariano. Almir decide fechar
a trilogia discográfica que começou com “Terra de Sonhos” e “Caminhos
Me Levem” e lança na mesma época da novela o disco “7 Sinais” com
diversas parcerias com Simões, como “Cubanita” e “Serra de Maracaju”.
Mais uma vez Almir decide focar nas apresentações musicais pelo País
e fica nove anos sem lançar discos. Em 2010, participa da gravação do
DVD “Emoções Sertanejas”, em homenagem aos 50 anos de carreira de
Roberto Carlos. Almir apresenta sua versão para “O Quintal do Vizinho”.
15
DEPOIMENTOS
Paulo Simões
16
da viola e da toada. Daí vieram discos, participações em
festivais, trilhas de novelas, e projetos como o Pixinguinha.
Um certo lado aventureiro nos levou a conceber a Comitiva
Esperança, experiência de imersão no universo pantaneiro,
que deixou profundas marcas em nosso trabalho, e nas nos-
sas vidas. Isso acabaria levando à sua participação na no-
vela Pantanal, que o elevou à condição de astro popular. O
que não o desviou de seu caminho artístico, calcado em sua
maneira simples de viver (tendo ao lado uma família mara-
vilhosa), crescente sofisticação técnica, e seu estabelecimento
definitivo, como um dos artistas que mais inovaram a música
brasileira nas últimas décadas.
17
Rodrigo Teixeira
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Evandro Higa
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politas), mas nas escolhas de vida que fez ao eleger o mato e o
pantanal como lar. E não fica por aí: suas preocupações com a
preservação do meio ambiente o leva a defender a criação ex-
tensiva de gado no Pantanal, o cuidado na condução dos pro-
jetos de ecoturismo e a conscientização e educação ambiental
como um dos pilares fundamentais para a manutenção da saú-
de do planeta. Além disso, Almir também é um dos responsáveis
pela criação do projeto “Escolas Pantaneiras”, segundo ele, “um
projeto muito simples que nasceu de uma cobrança das pessoas
que trabalhavam com a gente na fazenda lá no Pantanal” e que
visa primordialmente “ensinar a ler, escrever e sonhar”. (Revista
Viverde Natureza, 2010, p. 6)
Queremos destacar aqui duas canções de Almir que bem
ilustram sua trajetória: “Tocando em frente” em parceria com
Renato Teixeira, e “Sonhos guaranis”, com Paulo Simões.
“Sonhos guaranis” é uma das mais representativas canções
de Mato Grosso do Sul e faz referência a um doloroso processo
histórico e social marcado pelo protagonismo dos índios gua-
ranis e tendo na Guerra da Tríplice Aliança um momento de
ruptura violento que, a despeito da demarcação das frontei-
ras geopolíticas, felizmente não foi suficiente para neutralizar
o intenso intercâmbio cultural com o Paraguai, tão bem de-
monstrado na prática de gêneros musicais como a polca para-
guaia e a guarânia.
A premiada “Tocando em frente” é considerada um clássi-
co da música popular brasileira, e nos conduz a uma paisagem
pantaneira marcada pelo contraste entre a natureza virgem e
as estradas riscadas pela ocupação do homem como metáfora
para a própria trajetória da vida de todos nós e que pode ser
lida como um retrato do próprio Almir Sater enquanto artista,
fazendeiro, cidadão e ser humano:
“Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou”
Almir Sater já tem seu espaço conquistado na música po-
pular brasileira, e o fato de a UFMS conceder-lhe o merecido
título de Doutor Honoris Causa contribui para valorizar ainda
mais a cultura sul-mato-grossense e sua produção artística, fi-
xando nos anais da história o reconhecimento não só ao Almir,
mas, simbolicamente, à toda a classe artística de Mato Grosso
do Sul.
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TÍTULOS CONCEDIDOS PELA UFMS
A ENTREGA DO TÍTULO de Doutor Honoris Causa é um dos maiores reconhecimentos
acadêmicos de uma instituição universitária, como objetivo de premiar as pessoas que serviram
de exemplo para a comunidade acadêmica e para a sociedade. Esse prêmio demonstra o valor e
a grandeza de suas vidas.
As pessoas agraciadas pela UFMS, desde 1985, são de áreas diversas, que encarnam os va-
lores mencionados. Com essas autoridades é possível aprender sempre, pois nutrem, com seu
saber e bons exemplos. A todas elas, nossa admiração, nosso respeito e nosso agradecimento.
1. JOSÉ MANOEL FONTANILLAS FRAGELLI - (Res. nº 29, Coun, 28 de novembro de 1985)
Pelos inúmeros relevantes serviços prestados ao Brasil, ao Estado de Mato Grosso do Sul e à
UFMS.
2. RAMEZ TEBET – (Res. nº 13, Coun, 20 de abril de 1988)
Pela dedicação ao longo de sua viga pública ao Estado de Mato Grosso do Sul e ao Brasil.
3. WILSON MARTINS – (Res. nº 26, Coun, de 23 de outubro de 2001)
Em reconhecimento pelos inúmeros e relevantes serviços presados à cultura brasileira.
4. PEDRO PEDROSSIAN – (Res. nº 27, Coun, de 23 de outubro de 2001)
Pela importância na história da Educação de Mato Grosso do Sul, por meio de políticas educa-
cionais efetivas nos vários níveis de ensino, e pela criação e implantação da UFMS.
5. NEWTON DE OLIVEIRA CARVALHO – (Res. nº 8, Coun, de 16 de abril de 2002)
Pela relevante contribuição prestada à ciência na área de hidrossedimentologia.
6. PADRE ERNESTO SASSIDA – (Res. 57, Coun, de 30 de agosto de 2004)
Pelo relevante trabalho junto à comunidade corumbaense, tendo como principal alvo a popula-
ção pobre e carente do Bairro Cidade om Bosco, que ajudou a construir.
7. DAISAKU IKEDA – (Res. nº 3, Coun, de 5 de fevereiro de 2007)
Por divulgar os ideais de paz, cultura e educação para a humanidade, bem como a conscientiza-
ção das pessoas em relação a questões fundamentais à vida – como Presidente da Sociedade de
Criação de Valores Humanos – Soka Gakkai.
8. MANOEL DE BARROS – (Res. nº 1, Coun, de 5 de fevereiro de 2007)
Pelo relevante lugar que ocupa na construção da cultura, pelo reconhecimento de setenta anos
de poesia, anos dedicados à literatura, objeto de estudo de muito membros da comunidade aca-
dêmica da UFMS, da educação sul-mato-grossense, bem como na história da UFMS.
9. UEZE ZAHRAN – (Res. nº 4, Coun, de 5 de fevereiro de 2007)
Pelo lugar relevante que ocupa na história do Estado de Mato Grosso do Sul.
10. MARIA DA GLÓRIA SÁ ROSA – (Res. nº 2, Coun, de 5 de fevereiro de 2007)
Pelo lugar relevante que ocupa na construção da cultura e da educação sul-mato-grossense e pela
excelência de sua trajetória na vida expoente do magistério, brilhante educadora e historiadora.
11. MARCOS VINICIUS RODRIGUES – (Res. nº 26, Coun, de 31 de março de 2008)
Pelos relevantes serviços prestados à Cultura Brasileira, como Ministro do Tribunal de Contas
da União e Presidente da Academia Brasileira de Letras.
12. IZULINA GOMES XAVIER – (Res. nº 27, Coun, de 31 de março de 2008)
Pelos relevantes trabalhos junto à comunidade corumbaense nas áreas de letras, pintura, escul-
tura e pelos serviços prestados à comunidade.
13. LUIS INÁCIO LULA DA SILVA – (Res. nº 28, Coun, de 31 de março de 2008)
Presidente da República, pelos relevantes serviços prestados à Educação Pública Brasileira.
14. FERNANDO HADDAD – (Res. nº 29, Coun, de 31 de março de 2008)
Pelos relevantes serviços prestados à Educação Púbica Brasileira, como Ministro de Estado
da Educação.
15. IRMÃ SILVIA VECELLIO – (Res. nº 58, Coun, de 1º de julho de 2010)
Pelo relevante trabalho humanitário desenvolvido à frente do Hospital São Julião, em Campo
Grande - MS.
16. EMIDIO CANTIDIO DE OLIVEIRA FILHO – (Res. nº 26, Coun, de 25 de abril de 2011)
Pelos relevantes serviços prestados à Pós-Graduação da UFMS.
17. JORGE ALMEIDA GUIMARÃES – (Res. nº 27, Coun, de 25 de abril de 2011)
Pelos relevantes serviços prestados à Pós-Graduação da UFMS.
18. LEON POMER – (Res. nº 51, Coun, de 8 de outubro de 2012)
Pela contribuição ao desenvolvimento das ciências humanas da Fundação Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul, como Historiador.
19. ANA MARIA ARAÚJO FREIRE – (Res. 104, Coun, de 15 de dezembro de 2017)
Pelo conjunto de sua obra e relevância dos serviços prestados como divulgadora do pensamento
do Prof. Paulo Freire.
20. RUY DE ARAÚJO CALDAS – (Res. 106, Coun, de 15 de dezembro de 2017)
Por sua trajetória científica e de gestão para o desenvolvimento da Ciências, Tecnologia e Inova-
ção no Brasil, em especial para a Região Centro-Oeste.
21. VALI JOANA POTT – (Res. 105, Coun, de 15 de dezembro de 2017)
Por sua contribuição à ciência, especialmente na área de Botânica, assim como, enquanto cien-
tista de renome nacional e internacional.
22. MARIO NETO BORGES – (Res. 106, Coun, de 20 de setembro de 2018)
Por sua imensa relevância, contribuição e trajetória de professor, pesquisador e gestor público
para a Educação, Ciência, tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul e do Brasil.
21
23. MARÍA ESTHER MARTÍNEZ QUINTEIRO– (Res. 127, Coun, de 28 de novembro de 2018)
Por sua imensa relevância, contribuição e trajetória de professora e pesquisadora na temática dos
Direitos Humanos.
24. OSVALDO NOVAIS DE OLIVEIRA JUNIOR – (Res. 45, Coun, de 27 de março de 2019)
Por sua imensa contribuição à ciência enquanto cientista de renome nacional e internacional,
e à magnífica influência que tem exercido sobre a formação de grande número de cientistas de
diversas áreas.
25. ALMIR EDUARDO MELKE SATER – (Res. nº 63, Coun, de 7 de junho de 2019)
Por sua imensa contribuição à música nacional e regional.
26. JOSÉ ISAAC DE OLIVEIRA – (Res. nº 64, Coun, de 7 de junho de 2019)
Por sua contribuição às artes plásticas de Mato Grosso do Sul.
27. HUMBERTO AUGUSTO MIRANDA ESPÍNDOLA – (Res. 65, Coun, de 7 de junho de 2019)
Por sua contribuição e dedicação à produção artística, relevantes não somente para a formação
como para a constituição da cultura sul-mato-grossense, com destaque no cenário internacional.
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Solenidade realizada às 20h do dia 22 de julho de 2019,
no Teatro Glauce Rocha, Cidade Universitária, s/n
Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Organização: Cerimonial UFMS
Publicação: Agecom/UFMS
Imagens: arquivo pessoal do homenageado
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