MACHADO, Victor. Ídolos Do Fado.
MACHADO, Victor. Ídolos Do Fado.
MACHADO, Victor. Ídolos Do Fado.
A.Vicfor Rachado
W t é *
db (jr
ri %•
BIDGRRFIhS
COMENTÁRIOS
ONTOLOGIA
14r*37
TIPOGRAFIA GONÇALVES
ÍDOLOS do fado
;T-_L1WQ
u J.
viaeom. V:
-jr.
5-^-.
c
c II
-V
I
Algumas obras do mesmo autor:
(Editadas por esta casa)
Publicadas :
No prélo :
Em preparação:
■»>.
—
*
:* ..
• I.
MV
5
9ê>
A. VICTOR MACHADO
D» Sociedade dos Escritores e Compositores Teatrais Portuguêses
Sócio Correspondente da Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais
Mi-)
&
£ /JW43.
riDC
ò
â
1937
TIPOGRAFIA GONÇALVES
12, HUA £»Q MUNDO, 14
LISBOA
.
Notas para um prefácio
Artur Inez
I
Vencidos, não!...
*
* #
#
# #
Do passado ao presente
#
# #
#
• *
Ao correr da pena
*
# #
ídolos do Fado
afo.
M4J,
Adelina -Fernandes
<*
r
\
Alberto Costa
Doença do Fado
(na música do «Fado Hilário»)
Alcídia (Rodrigues
Porquê ?
•
O' povo da minha terra.
Que gostais de ouvir o Fado,
Dizei-me o que o Fado encerra
Para mer'cer tanta guerra
E ser tão caluniado.
■
54 A. VICTOR MACHADO
à
Alfredo dos Santos ("Correeiro")
António Lado
Foi no coração da Mouraria, em Lisboa, que nasceu
éste apreciado cantador da velha guarda. Exerce a pro-
lissão de empregado no comércio e começou a cantar o
Fado quando sómente contava 15 anos, em diversas so-
ciedades de recreio, festas de beneficência, nos conheci-
dos retiros José dos Pacatos, Pedralvas, Charqumho, Ca-
liça, Perna de Pau, Bacalhau. Montanha, Ferro de Engo-
mar e Quebra-Bilhas, c lambem cm várias esperas de
toiros no Campo Grande e Vila Franca.
Compadre e companheiro preferido do cantador Gui-
lherme Simões, com quoin quási sempre cantava o Fado
em duêto, António Lado estreou-se como cantador profis-
sional em Agosto de 1928, 110 retiro Ferro de Engomar.
Como cantador-amadoi;, cantou nos antigos teatros Ta-
borda, Coliseu da rua da Palma, Moderno, Fantástico,
Gil Vicente, e no cinema do Arco de Bandeira; cantando
depois, já profissional, nos teatros Apolo, Gimnásio, Joa-
60 A. VICTOR MACHADO
Mote
Glosas
I ma grande enfermidade
Naquele casebre entrou.
Que a pobre da mãi prostrou
P'ra maior infelicidade;
A filha, com pouca idade,
Os lábios da mãi conforta,
Mas o seu mal não lhe corta,
Porque a doença resiste;
Tornando tudo mais triste,
A chuva bate na porta.
66 A. VICTOR MACHADO
Armando (Barata
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Nasceu em Lisboa êste apreciado cantador da velha
guarda, que actualmente é funcionário das Companhias
L
ídolos do fado G7
Mouraria
Mote
Um palácio de guitarras,
Se pudesse, construía,
Com janelinhas bizarras
Que dessem pYá Mouraria.
G-losas
Recanto de fatalistas.
Bairro puramente moiro,
Legar te qWria um tesoiro.
Que havia de dar nas vistas.
P'ra honra de nós, fadistas,
Sem que houvesse algazarras,
Nem costumeiras bandarras,
Sonhei qu'rer edificar,
P'ra o Fado perpetuar,
Um palácio de guitarras.
\
ídolos do fado 69
Artur Fininho
Artur 'Pinha
Tarde de Toiros
Mote
Carlos Conde
ídolos do fado 73
Glosas
Campinos de matacões,
Oenle nobre, gente fixe,
P'la Calçada de Carriche,
Eram alvo de ovações.
Sob os fortes aguilhões,
O curro vinha domado,
E o povo, entusiasmado,
Dizia, de orgulho cheio:
— Para os anais do toureio,
Foi linda a espora de gado.
Cadeireiro e Patusquinho,
No Retiro do Vilar,
Encontravam se a cantar
Desde manhã, bem cedinho.
Dos toneis corria o vinho,
Espumante, avermelhado,
Tildo eslava inebriado,
Tudo vivia num sonho,
Pois nesse dia risonho
Houve alma, toiros e Fado.
(Berta Cardoso
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Cantadeira de mérito inconfundível, Berta Cardoso en-
fileira nas primeiras linhas da gente fadista. Dotada duma
linda voz, acariciante como o doce murmúrio das ondas,
ela sabe arrebatar quando canta, impregnando de senti-
mento os versos que lhe brotam dos lábios, melodiosos
e numa impecável dição.
Berta Cardoso nasceu em Lisboa eestreou-se como can-
tadeira profissional no Salão Artístico de Fados, do Par-
que Mayer, em 1929, contando apenas dezasseis prima-
veras. Cantou depois, sempre com feliz êxito, em todos
os teatros de Lisboa, exceptuando S. Carlos e Nacional,
76 A. VICTOR MACHADO
A Cruz de Guerra
*■-
Carolina (Redondo
A Minha Pronúncia
80 A. VICTOR MACHADO
ri
i
Q
c
(Deonilde Gouveia
Um é de ferrro fundido,
Outro de pinho pulido,
Tão modestos, tão sob'ranos ,•
Dois mundos, duas paixões,
Um, um mundo de ilusões,
O outro, um mundo de enganos.
Ercília Costa
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
0 Fado tem em Ercília Gosta uma das suas mais legi-
timas e lieis intérpretes. «Sereia peregrina do Fado», no
dizer de alguns críticos, «Santa do Fado», no dizer de
outros, Ercília Gosta é indubitavelmente uma grande
cantadeira. Filha de gente do mar, teve por berço essa
linda praia da Costa de Caparica, e foi de certo ali, em-
balada pelo murmúrio do Oceano, que a sua linda voz,
que nos recorda a da saudosa Maria Vitória, aprendeu a
cantar o Fado.
Ercília canta admiravelmente todos os fados, repas-
sando-os dum profundo sentimento, escolhendo para can-
tar os versos mais simples da poesia popular — dessa poe-
ídolos do fado 85
Antigamc *
Antigamente era uso
Jantar-se fora de
E can lar-se o fi
Na sombra amena
Preparavam se os farnéis,
Combinado de antemão:
Uns tratavam dos pasteis,
Outros do vinho e do pão...
algazarra,
Até que a vo; da guitarra
se cala
E fresca e
Dum
Uma a singela.
DO FADO 87
Vitória
Maria
outros fa-
que vive e
viverá na nossa alma com enternecida s
essa alegria esfusiante e tão português»! das esperas de
toiros à entrada do Campo Grande, as tardes de doce < on-
vivio e sádia camaradagem passadas nos pitoróscos retiros
fóra de portas, em que e Fado e a guitarra jamais
faltavam.
Ermelinda Vitória faz parte dessa plêiade que perdura
memória e nas páginas da História do Fado.
u em Lisboa e contava apenas 9 anos quando,
«8 A. VICTOR MACHADO
Estanislau Cardoso
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Nasceu em Lisboa e exerce a profissão de enlalhador
ídolos do fado 91
A recompensa
Fausto Ferreira
Filipe Finto
(Cliché da Foto Aguia d'Ouro)
Fadista de alma e coraçáo, dos que sabem ser fadistas,
Filipe Pinto faz parte dessa plêiade de cantadores que o
público distingue e aprecia, e que parece terem nascido
para cantar o Fado. Filipe Pinto não o canta por diletan-
tismo ou sómente porque seja dotado duma excelente
voz; canta, sentindo o Fado, amando-o enternecidamente.
Tinha apenas 45 anos quando começou a cantá-lo em
várias colectividades de recreio, retiros e festas de bene-
ficência, tendo feito a sua auspiciosa estreia como canta-
dor profissional no antigo retiro do Ferro de Engomar.
Depois disso, cantou-o no Salão Artístico de Fados, em
todos os teatros de Lisboa, exceptuando S. Carlos e Na-
ídolos do fado 95
m
V
Fortunato Coimbra
Fadista da velha guarda, Fortunato Coimbra é uma
das figuras mais prestigiosas do Fado, dignificandoo com
o seu porte correctíssimo e querendo-lhe acrisolàdamentc.
Nasceu em Lisboa e é um considerado construtor civil.
Foi na Mouraria, em serenatas, e em certames realizados
nos cafés daquele tempo, em que se podia cantar até altas
horas da noite, que Fortunato Coimbra começou, como
amador, a cantar o Fado. Tinha apenas 15 anos. Por ser
dotado duma voz bem timbrada e bastante volumosa, não
tardou a tornar-se popular, começando então a cantar nos
retiros, especialmente 110 José dos Pacatos, ao tempo o mais
frequentado, e nas esperas de toiros em Vila Franca de
Xira, Salvaterra e Campo Grande. Bastante estimado por
98 A. VICTOR MACHADO
ePUque
nb ,^L" a S V SperaS lR St
t , f
constituíam J , ° An,óni0
verdadeiros ' S' ¥°
concursos
e s
- Pedro,
de improvizado-
res, e nas tradicionais romarias da S-.» da Atalaia. Bem
\Sen?nt°ví
.lacavencos,
n0S
KUbn
Montanha,
S BrÍsU)l Patos
' ' Tauromáquico,
Ritz e Monumental, e em muitas
ceias organizadas por fidalgos no Café Martinho
or nesse tempo ainda não existirem discos, Fortunato
gravou em cilindro fonográfico o «Fado da Cezária», o
C nCO U exlraor,|
??n'Lr
cantar aa hbordo
i do yate Amélia,inário
por oêxito. Convidado,
falecido foi
rei D. Carlos
arrvrnn"^ í"a3 i° e n, e nl)0 em
10 a
. P . ouvi-lo, sendo nessa ocasião
Jf
oficiais !
da Armada Ruitarra
Oneil e eFrancisco
viola, respectivamente,
Figueira. Tambémpelos
em
Cascais, acompanhado pelos Filhos do conde de Sabugosa,
fez varias serenatas no parque do visconde da Luz, e tem
Pa e en m tas feslas
S^Hdo
amigo r » V
fado, "
António Promovidas
Eduardo Vieira dapelo grande
Silva, em
3 sua res déncia em
hrifinnip"carreira
e brillmnte . de' cantadorLisboa. Temnoites
inúmeras na suadelonga
ver-
dade r
' ? tri,mf°) Porem, a que mais o emocionou foi a duma
tfnl In' 00 antlg0 Paraizo de Lisboa, por D. Cae-
ía"° de I5ragança, a que assistiram todos os fidalgos da
tpoca, e na qual também cantou essa boémia do Fado
iTtíL
letras iexpressamente
«Florista». Tanto
escritas estaglorioso
pelo como ôle cantaram
poeta e dra-
ídolos do fado 99
*£*■
turn
<>
êt
Francisco Santos
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Nasceu em Lisboa êste apreciado cantador de Fado e
poeta popular, e exerce a profissão de escriturário. Como
amador, começou a cantar o Fado em 1917, no antigo re-
tiro da Sociedade Ordem e Progresso e em outras colec-
tividades, em várias festas de beneficência. Ingressando
no profissionalismo, aproximadamente há 10 anos, cs-
treou-se na antiga Cervejaria Boémia. Cantou várias vezes
nos retiros Ferro de Engomar, Charquinho, Caliça e José
dos Pacatos, na cervejaria Bosa Branca, Café dos Anjos,
Solar da Alegria, Salão Artístico de Fados e Teatro Joa-
quim d'Almeida. Tem cantado em quási lodos os teatros
e cinemas da província; e em Lisboa, no Maria Vitória,
102 A. VICTOR MACHADO
Um desafio de foot-ball
Se joga o «Carcavelinhos»,
Ilà abraços, lià beijinhos,
Uma amizade taluda!
E até se fazem contractos
l)e funerais mais baratos
Da Tapadinha p'r'a Ajuda.
ídolos do fado 105
■*
Guilherme. Simoes
«fl
Hermínia Silva
Velha taberna,
Nesta Lisboa moderna,
És a lasca humilde, eterna,
Que manténs a tradição;
Velha Tendinha,
Es o templo da tpinguinha»,
Dos dois brancos, da gimbrinha,
Da boémia e do pifão.
Velha taberna,
Nesta Lisboa moderna,
És a tasca humilde, eterna,
etc, etc., etc.
112 A. VICTOR MACHADO
Mote
Glosas
Não creio no impossível, •
Mas reparei num instante,
Que para nós é horrível
Esta lula atroz, constante.
Bem sei que o nosso desejo
Não se pôde efectivar,
Na paz suprema dum beijo
P'r'ás nossas vidas ligar.
Nosso amor sofre com calma,
E a paixão agonizante
A definhar nos a alma
Consome o tempo bastante.
Surgem depois os tributos,
Que ambos lemos de pagar,
Nos derradeiros minutos
Que a vida pode durar.
114 A. VICTOR MACHADO
e
to
Joaquim Campos
Inspiração
Vi
* V
José Julio
Um português a cantar
I*Tote
Glosas
0 Fado é sentimental,
Nesta terra de granito,
E por isso, em Portugal,
Não liã nada mais bonito.
Se aparece um detractor
Que o procure amesquinhar,
Não hà melhor defensor
Que uni português a cantar.
:ò^.:
" ''
José Vorjirio
Cantador dos mais apreciados, José Porfírio, nasceu
para ser fadista; ôle mesmo o diz numa das letras que
canta. Canta por amor ao Fado e sabe cantar, aliando à
sua voz melodiosa uma excelente dição.
Nasceu em Lisboa e exerce as profissões de chauffeur
e manufactor de calçado. Como amador, cantou o Fado,
pela primeira vez no Centro Fernão Boto Machado, numa
festa de caridade, cantando-o depois nas cervejarias Bo-
émia e llosa Branca, a qual inaugurou com o seu colega
Renato Varela. Em 1920, cantava 110 retiro Ferro de En-
gomar quando ingressou no profissionalismo, tendo, desde
então, cantado em todos os retiros, sociedades de recreio
e teatros de Lisboa, (com excepção de S. Carlos e Nacional)
ídolos do fado 121
José (Ribeiro
Julio Duarte
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Como seu irmão Alfredo Duarte «Marceneiro», Julio
Duarte pertence a êsse núcleo de fadistas que sabem ser
fadistas, que cantam o Fado amando o e sabendo-o cantar.
Nasceu em Lisboa e é manufactor de calçado. Tinha apenas
14 anos quando começou a cantar o fado, estreando-se no
Centro Républicano Miguel Bombarda, canlando-o depois
em várias "veladas sociais", academias de recreio, festas
de caridade e em todos os retiros. Trabalhou no antigo
Teatro Étoile, na calçada da Estréla, fazendo números de
variedades com a pequenina actriz Hortense de Castro.
Depois disso, continuou a cantar o Fado, ingressando no
profissionalismo em 1928. Cantou-o então nas cervejarias
124 A. VICTOR MACHADO
7"»
Jylio (Proença.
Minha mãi
Minha mãi!...
O teu cabelo,
A côr de neve que tem,
Torna-o ainda mais belo;
Como o arminho,
As luas mãos,
Ainda sabem ter carinho,
Por mim e por meus irmãos.
E neste mundo,
Que mais posso desejar...
Do que o teu olhar profundo.
Do que ésse teu lindo olhar ?
Quando tu olhas
A minha filha, a sorrir,
Lembras-me rosa sem fôlhas
Ao pé doutra rosa a abrir,
ídolos do fado 12»
Minha wâi!...
Tão curvadinha, *
E' linda como ninguém,
Basia ser mãi e ser minha.
Os seus beijos
Sempre os tive,
Que me importam vãos desejos,
Se a minha mãi ainda vive.
Ê o meu pão,
Essa velhinha adorada,
Lã diz a velha canção:
«Quem não tem mãi não tem nada*.
Com altivez
P'ra eta hei-de trabalhar;
Também ela, muita vez.
Quiz morrer p'ra me salvar.
130 A. VICTOR MACHADO
Leonor (Duarte
Os pequeninos
Leonor Fialho
Rosmaninho
(na música do "Fado-Tango")
\
ídolos do fado 135
V A
«0
Lino Teixeira
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Nasceu em Lisboa e exerce a profissão de empregado
no comercio êste apreciado e aplaudido cantador de Fado,
sobrinho do velho cantador Mauricio Gomes. Lino Teixeira,
começou a cantar o Fado como amador, quando tinha
apenas 17 anos, em vários certames, festas de beneficên-
cia e nos pitorèscos retiros da Tia Iria, Caliça, Charqui-
nho, Pedralvas, Ferro de Engomar e Perna de Pau, e em
muitas esperas de toiros em Santarém, Salvaterra e Vila
Franca, convidado por amigos. Estreou-se como cantador
profissional em 31 de Maio de 1931, sendo logo con-
tratado para gravar nos Estabelecimentos Valentim de
Carvalho e Casa Odeon os seguintes discos:
136 A. VICTOR MACHADO
Ser fadista
Mote
«•
Tempos idos
Mote
4 %
Glosas
$r;-
*w"
Madalena de Melo
Manuel Calixto
Manuel Cascais
Manuel (Portugal
Margarida Pereira
Fado Margarida
3*
Maria Albertina
Mote
Os belos tempos d'outrora
são relíquias do passado,
dois impagáveis tesoiros
a guitarra mais o fado.
Glosas
Era na Lisboa antiga,
quinta feira tTAscenção,
dia de consagração,
porque era dia da espiga.
Com farnéis e sem fadiga
assim que raiava a aurora,
toda a gente, campos fáóra,
procurava a sombra amena,
ai que saudades, que pena
dos belos tempos de outrora.
ídolos do fado 159
As noites tradicionais
de todos os nossos santos,
eram motivos de tantos
ranchos, bailes, festivais.
Os círios e os arraiais,
Rabicha, Senhor Roubado,
Atalaia, sol doirado,
como tudo isso era lindo!
estas coisas, tempo findo,
são relíquias do passado.
r *
iS~
,
*
,T J
»w
B1 T
r
m
1 /M
Maria Alice
Seria imperdoável, num livro consagrado exclusiva-
mente à gente fadista, não falar de Maria Alice, essa azou-
gada rapariga que tanto se evidenciou nas lides do Fado,
mercê das suas invulgares faculdades de intérprete da
humilde canção do povo, que ela sabe valorizar com a
sua voz privilegiada. Privados de a entrevistarmos, por
ela se encontrar ausente, recorremos a alguns dos seus
colegas que nos pudessem fornecer os indispensáveis
dados biográficos da gloriosa e popular cantadeira, que
nos habilitassem a, pelo menos, lhe consagrarmos algumas
linhas, ditadas pela nossa muita admiração.
Maria Alice ingressou nas fileiras do Fado, em que
rápidamente triunfou, pela mão de Maria do Carmo, que
ídolos do fado 161
O ódio do Amor
•5v
Marta Carmen
Noites de orgia,
I)e sã e boa alegria,
Em que a vida se vivia
— Oh, como é bom recordar!
P'la madrugada,
Nas tascas de nomeada,
Cantigas a desgarrada
Com bom vinho a acompanhar.
# *
Maria do Carmo
Relíquia do Fado, canlando-o por amor, alma genuina-
mente fadista, o seu nome glorioso pertence à tradição,
que o gravou em letras de ouro a par dos de Maria Emi-
lia Ferreira e Ermelinda Vitória.
166 A. VICTOR MACHADO
li
170 A. VICTOR MACHADO
&
ifil
K&> IS?
Maria do Carmo Tórres
1
S-
1»
Maria Emilia Ferreira
Amor de pai
«5»
Maria Virginia
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Foi em Coimbra, nessa linda cidade em que o Fado
soluça na garganta dos estudantes e das tricanas, nas
poéticas margens do Choupal em noites luarentas, que
nasceu esta notável cantadeira de Fado. Maria Virginia
estreou-se em 1922 como cantadeira amadora, com grande
êxito numa festa de caridade em beneficio dos orfãos,
realizada naquela cidade e na qual cantou alguns fados de
Coimbra.
Agradando plenamente, não só pela doçura da sua voz
harmoniosa e bem timbrada, mas também pela dição e
sentimento que dá aos versos que canta, Maria Virgínia
180 A. VICTOR MACHADO
Incoerências
Não venhas porque não quero,
Digo-te só porque espero
Que lu não deixes de vir,
Se eu soubesse que não vinhas,
frendia-te as mãos às minhas,
Não te deixava partir.
Andas préso ao meu destino,
Como ao carvão diamantino
Anda a riqueza perdida,
Somos dois desamparados,
Que fazem vida abraçados,
lpra se ampararem na vida.
ID0L08 DO FADO 181
E se eu ás vezes te digo
ue parlas meu doce amigo,
porque tenho receio,
Que, de encontro ao meu regaço,
Tu possas sentir cansaço
Do muito arfar do meu seio.
Mauricio Gomes
(Cliché da Foto Águia d'Ouro;
Uma das relíquias do Fado, Mauricio Gomes nasceu
em Lisboa e tem a profissíio de pedreiro. A sua fama de
cantador vem de lia 52 anos, quando lia antiga Feira das
Amoreiras aii cantou o Fado por diversas vezes na com-
panhia de alguns fidalgos. Contava apenas 13 anos quando
começou a cantar, acompanhado por D. José de Bragança,
conde de Fontalva, D. António de Portugal, condes da Ri-
beira e da Tòrre e visconde do Tojal, nos retiros daquele
tempo, alguns dos quais ainda existem. Cantou também
em centenas de festas de caridade, em todas as sociedades
de recreio e muitas esperas de toiros, no Salao Artístico
de Fados, Solar da Alegria, antigos teatros Rua dos Condes,
Moderno, Joaquim d'Almeida, antiga cervejaria Jansen, e
ídolos do fado 183
Mote
Glosas
Quando oiço bem trinar
Uma guitarra a meu lado,
Sinto minh'alma vibrar,
Embora velho e cansado.
Padroeiras de Portugal
Senhora da Boa Hora
Do alto da Serra das Neves,
O meu amor foi-se embora,
Já lá vai pHa barra fóra,
Pois que em boa hora o leves.
(Raquel de Sousa
É natural de Lisboa e começou a sua vida artística no
Teatro, onde se conservou bastante tempo. Enquanto actriz,
trabalhou nos teatros Gil Vicente, Apolo e Avenida, e foi
um dos melhores elementos da «Tournée Artística Gil Vi-
cente», organizada hà anos pelo maéstro A. Julio Machado
e pelo autor destas linhas, e com a qual, contratada e ao
lado de Hermínia Silva, Maria de Vasconcelos, João Ama-
188 A. VICTOR MACHADO
Bondade
(Renato Varela
Nasceu em Lisboa e é lillio do concerlista de guitarra
Reinaldo Varela, cujo nome glorioso se encontra gravado
a ouro na História do Fado.
Renato Varela é empregado no comercio e contava
apenas 15 anos quando apareceu como cantador profis-
sional nos retiros José dos Pacatos, Cbarquinlio, Caliça,
Pedralvas, Ferro de Engomar, cervejarias Jansen, Boémia
e Vitória, Salão Artístico de Fados e em qudsi todas as
academias de recreio de Lisboa e em muitas festas de
caridade.
Possuidor duma excelente voz e duma impecável dição,
cantando com arte e sentimento, gravou em discos os
seguintes fados: «Rosita», «Os beijos», «Carta de amor»,
«Nosso Fado», «Melancolia» c «Fado da Mouraria», que
obtiveram extraordinário êxito, cantou no Eden Teatro
(na operôta «Mouraria»), no teatro Joaquim d'Almeida,
no S. Luis (na festa do poeta António Botto), no Apolo
(festa do jornal «Guitarra de Portugal»), no Variedades,
clubes Mayer, Bristol, Monumental, Ritz e em quasi todos
os cinemas da capital. Fora de Lisboa, cantou no Clube
Português, do Porto, nos teatros c cinemas da Covilhã,
Castelo Branco, Faro, Portimão, Olhão, Setúbal e Almada,
e no Casino do Estoril. Cantou no Clube Olímpia, durante
3 anos; em Vila Franca, nas herdades do opulento lavra-
dor Palha Blanco, e nas casas fidalgas dos condes de Fon-
talva e Burnay. E' autor da música dos fados «Rosita» e
«Melancolia». Depois de ter estado retirado algum tempo
reapareceu, recentemente, cantando na Emissora Nacional,
ídolos do fado 191
(Ricardo (Porfirio
(Rosa Costa
A minha paixão
(na música do "Fado da Paixão")
Eu vivo triste,
Triste sem ti, vilão,
Olhas p'ra mim e ris-te
Desta cruel paixão;
Não tens amor
Á nossa filha qu'rida
E só te ris, traidor,
Por me deixares perdida.
Mas eu só peço a Deus,
Já que sou tão triste mãi,
Que me leve lá p'ra os cens
Com minha filha também;
Eu juro a morte.
Morte sim, por salvação,
E a quem Deus criou tal sorte
Que Deus lhe pague a traição.
Essa mulher
Que hoje em teus braços ri,
Talvez p'lo vil prazer
De eu só chorar por li;
Que não se ria
Do meu tormento assim,
Que o seu amor, um dia,
Pôde sofrer mau fim.
Tive um viver bendito,
Tão feliz como ela ou mais.
Mas por ésse amor maldito
De mágoa matei meus pais.
Oh, altos ceus!
Se a morte é supremo bem,
Dou minha filhinha a Deus,
P'ra depois, morrer também.
196 A. VICTOR MACHADO
*
*.
(Rosa Maria
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Dizendo que esta popular e tão querida cantadeira de
Fado nasceu para interpretar essa tão linda canção, com a
sua voz maviosa, a sua impecável dição c todo o seu senti-
mento de mulher portuguesa, não exageramos. Rosa Maria,
quando tinha somente cinco anos, já cantava, na sua lin-
guagem infantil e graciosa, uma cantiga de mote e quatro
glosas, na música a que actualmente chamam o «Fado de
Évora»; e quando se começa assim, nessa idade em que os
brinquedos são o sonho da criança, è porque, indubitavel-
mente, se nasceu para cantar o Fado. Hoje, Rosa Maria faz
parte dessa plêiade de cantadeiras que o público muito
aprecia e nunca se aborrece de ouvir.
ídolos do fado 197
Nosso Fado
Mote
Glosas
A mulher de antigamente,
Que na boémia deu brado,
Soube mostrar certamente
Quanto é lindo o nosso Fado.
Nos descantes a atirar,
Perdendo noites inteiras,
Via-se o Fado a bailar
Na bôca das cantadeiras.
As desgarradas antigas
Já foram postas de lado,
Hoje só lemos cantigas
A recordar o passado.
Sem que andasse na boémia
Pelas tascas desordeiras,
Fez-me o Destino irmã gémea
Das fadistas verdadeiras.
>
ídolos do fado 199
Victor ^Daniel
Glosas
Ao chegar, vi à entrada
Um faia à mesa sentado,
A comer mui descansado
Bom peixe frito e salada.
Mandei vir uma lilrada,
E disse: « — se não te importas,
Como estou 'té horas mortas
Vou comer p'rá tua mesa,
És amigo com certeza,
Das guitarradas nas hortas.
Ur
Zulmira Mirania
i k
ídolos do fado 205
Gente fadista
v*.
1
IVh«
■■ m-
'-ilii.- if
«Hii
Adelina Silva
Èle e aquéle
Alberto (Ribeiro
(Cliché da Foto Aguia d'Ouro)
Alberto Silva
E' natural de Lisboa, onde exerce a profissão de im-
pressor tipográfico. Começou a cantar o Fado, como ama-
dor, na idade dos 15 anos, em diversas colectividades
de recreio e festas de caridade, nos antigos Café Avenida
e «Solar da Alegria» e lambem na antiga Cervejaria
Jansen.
Como cantador profissional, fez a sua estreia em Abril
de 1034, no Café Luso, sendo essa a noite que, por en-
quanto, mais o emocionou, pelo modo carinhoso como foi
acolhido pelo público, que o obrigou a bisar todos os fados
que cantou.
Depois disso, tem cantado no Solar da Alegria, Retiro
da Severa, Café Mondégo, em vários cinemas de Lisboa
e teatros da província, no Rádio-Condes, e algumas vezes
em casa do conde de Penalva d'AIva. Convidado a ir a
Espanha cantar o Fado, não aceitou por não querer faltar
ao seu emprôgo em Lisboa.
Albina (Pereira
Nasceu em Murça (Trás-os-Montes) e estreou-se como
cantadeira amadora no Café Luso, em Janeiro de 1937,
fazendo ali a sua apresentação como profissional decorridos
alguns dias. Depois disso, tem cantado no Retiro da Se-
vera, Solar da Alegria, Cafés Mondégo e Luso, Rádio-
Graça, Radio-Luso e no Belem-Cinema, na festa do pa-
ladino do Fado «Guitarra de Portugal». E' do seu reper-
tório a seguinte letra, da autoria do poeta popular .\driano
dos Reis e que Albina Pereira canta com bastante senti-
mento na música do «Fado Albina», de Armando Machado.
ídolos do fado
Naufrágio
Debaixo dum cerrado nevoeiro,
Luso barco de pesca navegara,
Mas por perder o rumo, o timoneiro,
Perto da Terra Nova naufragava.
Era a mais destemida das companhas.
Se navegava audaz, sempre sem medo,
P'las vagas alterosas, quais montanhas,
Arremessada foi contra um rochedo.
América Ferrão
António Vieira
Emigrantes
(na música «Fado do Rio», de Casimiro Ramos)
Arminda Vidal
Augusto Carlos
dm
m
Ê ■.
Augusto (Pereira
(Cliché da Foto Águia d'Ouroj
Aurora Fernandes
Carlos Lourenço
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Carlos d'OLiveira
Gormen Santos
(Dolita Lisboa
És louco
(Domingos Silva
O expresso
(na música do "Fado Alexandrino")
leira do poeta popular Antonio Augusto dos Santos
Florinda (Bastos
* »
V*
Frutuoso França
Lôbos do mar
* nr.
*
Is
i ■ t
lida Silva
Nasceu em Lisboa e eslreou-se como cantadeira profis-
sional na noite de I de Março de 1936, no Café Mondôgo,
sendo bastante aplaudida. Tem cantado em várias festas
de beneficência, cantou no Café Gimnásio, no Capitólio,
nos cinemas Royai, Cine Oriente, Europa, nos teatros e
cinemas de Évora, Setúbal, Montijo, Alhos Vedros, Bena-
vente, Almada, numa festa no Sanatório da Ajuda e em
casa do conde de Penalva. Já cantou várias vezes no Re-
tiro da Severa, Solar da Alegria, Cafés Luso e Moodégo.
Das noites que mais sucesso tem obtido, lida Silva recorda
a que se seguiu á sua estreia, no Café Luso, em que o
publico, aplaudindo-a com entusiasmo, a obrigou a cantar
sete vezes seguidas.
232 A. VICTOR MACHADO
Canção bendita,
Que nos prende e nos excita,
Lenitivo da desdita
De quem sofre por seu mal;
Seja onde fôr
Uei-de cantar com ardor,
P'ra defender o valor
Da canção de Portugal.
ÍDOLOS DO FADO 233
16
234 A. VICTOR MACHADO
n*
Jesuina de Melo
Heróis de Portugal
Um passado de Glória
Das mais belas tradições
Que mantemos na memória I
Descritos na grande História
Dos Lusíadas de Camões I
ti H:
João Alberto
O Fado
O Fado que eu já canlo desde novo.
Embora com modéstia, sem valor,
E a suprema voz do nosso povo,
Que deve ser escutada com fervor.
Minha mãi
Mote
Minha mãi quando morreu,
Deixou-me, por testamento,
Um coração que era o seu,
Cheinho de sofrimento.
Glosas
•
Parecia q'rer dizer:
«— Dá me um beijo, filho meu
E eu jámais pude esquecer
Minha mãi quando morreu.
O sol, a terra, o que existe,
Tudo me dá desalento;
Minha mãi tudo o que é triste
Deixou-me por testamento.
Uma alma tão bizarra
Como a que a vida lhe deu,
Uma já velha guitarra,
Um Coração que era o seu.
Eu jamais pude esquecê-la
Dentro do meu pensamento,
Vivo triste, igual a ela,
Cheinho de sofrimento.
240 A. VICTOR MACHADO
José (Pereira
Nobre Raça
José (Rocha
José Tovar
A pobrezinha
(Na música do «Fado Bailarico»)
Judite 'Pinto
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Nasceu em Lourenço Marques esta apreciada canta-
deira, que começou a sua vida artística, como actriz,
no teatro do Salão de Foz e depois no Pavilhão de Va-
riedades, a cujas companhias pertenceu. Como cantadeira
de Fado, estreou-se em 1934, no Café Luso, cantando,
depois disso, em muitas colectividades de recreio, cinemas
e festas de caridade, sempre com geral agrado.
Um ano após a sua estreia, pouco mais ou menos,
percorreu, contratada, quási todo o Alentejo e Algarve,
e foi à Ilha da Madeira, onde igualmente foi bastante
aplaudida. Na sua vida de cantadeira, Judite Pinto recorda
a sua noite de maior êxito, no teatro do Barreiro, em
248 A. VICTOR MACHADO
Lucília do Carmo
Possuidora duma voz bastante agradável, sabendo
dar sentimento aos versos que canta, Lucilia do Carmo
ídolos do fado 249
Canção de Vencedores
Mote
Não é canção de vencidos,
É mentira, meus senhores 1
Quem canta o Fado e trabalha
Faz parte dos vencedores.
Glosas
O Fado, linda canção,
Que a alguém fere os ouvidos,
Tem a sua tradição,
Não é canção de vencidos.
Resposta das mais amenas,
Eu dou a tais detractores,
Quatro palavras apenas:
— É mentira, meus senhores!
(7
250 A. VICTOR MACHADO
Luiza Gomes
.; '4 "
?í.
Maria (Dionísia
(Cliché da Foto A'guia'd'Ouro)
Nasceu em Lisboa, começando desde pequena a sentir
predilecção por cantar o Fado. Gomo a sua familia se
manifestasse contrária a que ela o cantasse em público,
Maria Dionísia acatou essa disposição familiar sem, todavia,
perder a esperança de ver realizada essa sua aspiração.
Vencendo, fez a sua aparição comocantadeira-amadora
em 14 de Dezembro de 1936, no Café Luso, onde em 4
de Janeiro de 1937 se estreou como profissional, sendo
de ambas as vezes bastante aplaudida. Desde então, tem
cantado naquele Café, no Retiro da Severa, Solar da Ale-
gria, Café Mondêgo e Rádio-Graça.
A sua voz suave e acariciante inipõe-na como cantadeira
à justa apreciação dos que amam o Fado.
252 A. VICTOR MACHADO
r—
\
Maria (Repromissa
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
Foi numa digressão artística pelo Alentejo e Algarve,
em 1935, que esta apreciada cantadeira, natural de Aveiro,
começou a cantar o Fado, quando ainda amadora. Em 4
de Janeiro de 1937, ingressou no protissionalismo, estre-
ando-se no Café Mondégo, onde tem continuado a cantar,
assim corno no Retiro da Severa, Gimnásio, Solar da
Alegria, Café Luso, e nos Rádios Luso c Graça. Por en-
quanto, a noite que mais a sensibilisou foi a da sua estreia,
em que foi bastante aplaudida, cantando 7 vezes seguidas.
E do seu repertório a letra que transcrevemos, da au-
toria do apreciado poeta popular Francisco Radamanto
Duarte Ferreira, e que Maria Repromissa canta com bas-
tante graça e alegria na música do «Fado Natália»;
ídolos do fado 253
Cuidado!
Mário Micolau
Nasceu em Lisboa, em Alcântara, cursou o liceu onde
fez o 7.° ano e exerce actualmente a profissão de empre-
gado no comércio.
Começou a cantar o Fado, quando ainda estudante, o
que o tornou bastante conhecido no meio académico.
Cantou no Retiro da Severa, Solar da Alegria, Cafés Luso
e Mondégo, Capitólio,. Promotora, Ordem e Progresso e
outras colectividades de recreio, nos postos emissores do
Rádio Luso, Rádio Clube Português, Rádio Peninsular,
C. T. 1 D. IL e em diversas festas de beneficência.
Estreou-se como cantador profissional, no Café Luso,
na noite de 4 de Maio de 1937, tendo sido bastante ova-
cionado.
ídolos do fado 255
TL
>oS.
Maximino Costa
(Cliché.da Foto-Aguia d'Ouro)
Kl í
i i «rS
Modesto Maia
(Cliché da Foto Águia d'Ouro)
(Ressurreição do JVãscimento
.
VI
Em boa companhia
FIM
ÍNDICE
Pags.
3
Dedicatória
Prefácio '
CAPITULO I
Vencidos, não
CAPITULO II
Do passado ao presente '<J
Boémias do Fado —Onitarristas e Violistas
— Poetas — Jornais do Fado.
CAPITULO 111
31
Ao correr da pena
Cègadas —Fadistas e tanguistas —
Falsos amigos do Fado.
CAPITULO IV
37
ídolos do Fado
Cantadeiras e Cantadores — Amigos do Fado
— Dados biográficos — Antologia.
Adelina Fernandes 39
Alberto Costa ■»*
Alcídia Rodrigues
Alfredo Duarte ("Marceneiro") «1
Alfredo dos Santos ("Correeiro") ■>'
António Lado • ■
António Pedro Machado ("Machadinho") . ■ o!
Armando Barata 66
Artur Fininho 69
Artur Pinha
Artur Rodrigues ("do Intendente") 7*
Berta Cardoso
Carolina Redondo 78
Deonilde Gouveia 60
Ercília Costa
Ermelinda Vitória
Estanislau Cardoso
Fausto Ferreira
Filipe Pinto • 9*
Fortunato Coimbra "j
Francisco Santos
Francisco Viana ("Vianinha") jdo
Guilherme Simões j1''
Hermínia Silva jy?
João Maria dos Anjos '•«
Joaquim Campos JJ*
José Julio
José Porfírio
José Ribeiro
Julio Duarte
Julio Proença.
Leonor Duarte 'jjO
Leonor Fialho
Lino Teixeira.
Luiz José Simões '«J
Madalena de Melo «■);>
Manuel- Calixto 1-Jj>
Manuel Cascais Jjy
Manuel Portugal
Margarida Pereira Jy-»
Maria Albertina j;;;J
Maria Alice J
Maria Carmen
Maria do Carmo jbj>
Maria do Carmo Tórres * /O
Maria Emilia Ferreira . ... j '73
Maria Silva ("Mariazinha")
Maria Virginia {'»
Mauricio Gomes
Natália dos Anjos
Raquel de Sousa
Renato Varela J-jO
Ricardo Porfírio '91
Rosa Costa J9-»
Rosa Maria {;['>
Victor Daniel
Vieira da Silva * JJ1
Zulmira Miranda
CAPITULO V
il)
Gente Fadista "
Canteiras e Cantadores — Dados biográ-
ficos — Antologia.
Adelina Silva ^08
Alberlo Ribeiro
Alberto Silva -j *
Albina Pereira *J~
América Ferrão 2tá
António Vieira
Arminda Vidal
Augusto Carlos *J|»
Augusto Pereira
Aurora Fernandes
Carlos Lourenço j"1
Carlos d'Oliveira
Carmen Santos
Dolita Lisboa
Domingos Silva ;
Florinda Bastos
Frutuoso França
Ilda Silva
Irene Santos
Jesuina de Melo Jjj»
João Alberto
José Marques do Amaral j"»
José Pereira
José Rocha
José Tovar ***
Judite Pinlo
Lucília do Carmo
Luisa Gomes
Maria Dionísia
Maria llepromissa
Mario Nicolau «j*
. Maximino Costa *£}
Modesto Maia 5®'
Ressurreição do Nascimento
CAPITULO VI
Em boa companhia -1'1
'
/
■ i
ACABOU DE SE IMPRIMIR ESTE LIVRO
VENCIDOS DA VIDA
Novelas de amor e de dor, em que vibra a
sentimentalidade dum espirito obseryador de
casos vividos e emocionantes, que sofre com éles
e os descreve fielmente em páginas de beleza.
Cénas da vida real, em que a fantasia cede
lugar à Verdade.
VENCIDOS DA VIDA é um livro escrito com
o coração; um espelho em que se reflecte um
punhado de almas sofredoras, vencidas pelo
Destino.
1 volume de 129 páginas 4$00